Você está na página 1de 12

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de ciências sociais e Políticas


Licenciatura em Licenciatura em Administração Pública

Celcio Bone Remisse

IMPUGNAÇÃO DE MAGISTRADO JUDICAL

Quelimane, 2020
IMPUGNAÇÃO DE MAGISTRADO JUDICAL

Trabalho de Caracter avaliativo a ser entregue à


Faculdade de Ciências Sociais e Políticas –
Universidade Católica de Moçambique, no na
Cadeira de Etica e Deontologia Profissional,
recomendado pelo docente.

Docente: LLM: Assia M Hussen

Quelimane, Abril de 2020


2
Índice
Introdução...................................................................................................................................4

1.IMPUGNAÇÃO DE MAGISTRADO JUDICAL...................................................................5

1.1.Abordagem Conceitual de Impugnação................................................................................5

1.2.Impugnação, ou contestação......................................................................................................6

1.3.Meios de impugnação das decisões de Magistrados judiciais.............................................6

1.4Meios alternativos de impugnação de Magistrados judiciaria...............................................8

1.4.1.Remédios............................................................................................................................8

1.4.2.Recursos.............................................................................................................................8

1.5.Meios autónomos de impugnação.........................................................................................9

1.5.1.Acção Rescisória...............................................................................................................9

1.5.2.Acção anulatória................................................................................................................9

1.5.3.Meios autónomos de impugnação previstos em Legislação..............................................9

1.5.4.Correição Parcial.............................................................................................................10

1.5.5.Querela Nullitatis............................................................................................................10

Conclusão.................................................................................................................................11

Bibliografia...............................................................................................................................12

3
Introdução

O presente trabalho tem como tema: IMPUGNAÇÃO DE MAGISTRADO JUDICAL.


A impugnação pode acontecer em diferentes momentos do processo. Podem-se impugnar
constatações ou argumentos da outra parte, provas acrescentadas ao processo ou decisões
sentenciais, por exemplo. É importante destacar que tudo o que não for impugnado por uma
das partes como documentos ou argumentos será dado como verdade no processo.
A contestação pode acontecer no primeiro momento em que a parte passiva de uma acção
judicial tem a oportunidade de se manifestar em um processo ou até mesmo após uma
sentença, dependendo do rito do processo que está tramitando.
Segundo COELHO, (2010), ao afirmar que a “metodologia corresponde em um estudo
sistémico dos métodos caracterizados em diferentes técnicas validas e avaliadas
permanentemente, métodos aqueles que devem ser planeados e apropriados aos objectivos de
análise de cada disciplina em ordem a visão permanente e crítica do conhecimento científico.”
Para concretização do presente trabalho recorreu-se a consulta de livros, artigos que
continham a informação do tema, pesquisa na internet, técnica de resumo e digitação, , assim
como as pesquisas e bibliotecas com o intuito de trazer o essencial e melhorar o
desenvolvimento científico do trabalho.

4
1.IMPUGNAÇÃO DE MAGISTRADO JUDICAL

1.1.Abordagem Conceitual de Impugnação

A impugnação é acto de contrariar expondo suas razões de oposição a determinada ideia.


Trata-se de ato de oposição muito usado no Direito, com a finalidade de refutar alguma
decisão ou manifestação da parte contrária. A impugnação não tem natureza jurídica de uma
nova acção, e sim de mero incidente processual, sendo assim sua decisão será sempre
interlocutória, contra a qual caberá recurso de agravo. 

Impugnação é o ato ou efeito de impugnar, ou seja, de contestar, de refutar, de contrariar, de


resistir, de opor-se a. É a acção de não admitir uma opinião, de negar a verdade de um fato.
Impugnação é um substantivo feminino que significa contradizer ou rebater com argumentos,
é a acção de contestar, de desfazer ou tentar desfazer as razões ou as objecções de terceiros.
Impugnação é o ato ou efeito de colocar-se de modo a formar um obstáculo, a impedir, a
contrapor-se às ideias ou argumentos contrários aos seus.
O impugnador é aquele que impugna, ou seja, que processa o ato da impugnação, que faz
oposição a um argumento, que se posiciona contra uma causa.
Na área jurídica impugnação é um dos meios básicos de reacção contra uma execução já
instaurada. É um ato processual que se realiza por meio de petição de impugnação na qual se
procura anular ou desfazer um ato processual considerado injusto. É a reunião de argumentos
com a finalidade de impugnar, de cancelar uma acção anteriormente aprovada.
A impugnação é o ato de contrariar, refutar, opor-se a ou contradizer uma ideia específica,
expondo as razões para tal. A finalidade dela é opor-se a alguma manifestação ou decisão da
parte adversária de um processo, enumerando razões do motivo da falta de concordância com
tal manifestação.
A impugnação não é considerada uma nova acção no meio jurídico. Ela é apenas um incidente
processual, algo que é anexado ao processo a qual é pertencente. (GONÇALVES, 2006)

5
1.2.Impugnação ou Contestação

A contestação, a réplica e a impugnação são manifestações comuns e importantes em


processos jurídicos.
Embora todas tenham o objectivo de contrariar acusações ou decisões e comunicar seus
pensamentos a respeito das manifestações, cada uma possui um momento específico dentro de
um processo.
A contestação pode acontecer no primeiro momento em que a parte passiva de uma acção
judicial tem a oportunidade de se manifestar em um processo ou até mesmo após uma
sentença, dependendo do rito do processo que está tramitando.
A petição inicial é feita e a parte oposta tem o direito de contestar.  A réplica, por sua vez,
acontece após a contestação do réu. É tratada como se fosse a “contestação da contestação”,
que é redigida pelo autor da petição inicial como forma de debater os pontos expostos pela
contestação do réu.
Já a impugnação pode acontecer em diferentes momentos do processo. Podem-se impugnar
constatações ou argumentos da outra parte, provas acrescentadas ao processo ou decisões
sentenciais, por exemplo. É importante destacar que tudo o que não for impugnado por uma
das partes (como documentos ou argumentos) será dado como verdade no processo. Por isso é
importante saber o que é a impugnação e como usá-la. (GONÇALVES, 2006)

1.3.Meios de impugnação das decisões de Magistrados judiciais

Existem duas espécies de instrumentos processuais dentre os meios de impugnação de


decisões judiciais: os recursos e os sucedâneos recursais, sendo que a classificação será feita
de maneira residual, ou seja, tudo que não for recurso será considerado um sucedâneo de
recurso.
O conceito de recurso deve ser considerado com base em cinco características essenciais, a
saber:
a) Voluntariedade;
b) Expressa previsão em lei federal;
c) Desenvolvimento no próprio processo no qual a decisão impugnada fora proferida;
d) Manejável pelas partes, terceiros prejudicados e o Ministério Público; e
e) Com o objectivo de reformar, anular, integrar ou esclarecer a decisão judicial.
As duas primeiras características nos conduzem à voluntariedade e taxatividade, já a quarta
característica se refere aos requisitos de admissibilidade que é a legitimidade de recurso e a
6
quinta correspondente ao objectivo do recorrente, onde será analisado o mérito de recurso.
A outra característica demonstra claramente que o recurso se desenvolverá no próprio
processo onde fora proferida a decisão judicial, inexistindo a citação do recorrido, posto que
ocorra a mera intimação para, querendo, apresentar as contra-razões no mesmo prazo que
teve o recorrente para apresentar o recurso.
Frise-se que a identidade de processo não significa necessariamente a identidade de autos,
considerando-se que o recurso poderá se desenvolver em autos próprios, é o caso, do agravo
de instrumento, mas continuará a integrar o mesmo processo no qual a decisão impugnada
fora proferida. Há uma interminável lista de classificações possíveis dos recursos. Mas, pelo
amor à didáctica, preferimos apenas quatro critérios que geram apenas quatro classificações
que são as mais relevantes pra entender o tema.
No que se refere ao objecto imediato, os recursos se dividem em ordinários e
extraordinários, nomenclatura que não se mostra competente em face da existência em
nosso ordenamento processual, de recursos específicos com tal nomenclatura.
Trata-se de nomenclatura consagrada pela doutrina, e por isso, discorreremos sobre esta. Os
recursos que têm como objecto imediato a protecção e a preservação da boa aplicação do
Direito são chamados de recursos extraordinários. Tal espécie de recurso é prevista como o
fito de viabilizar no caso concreto a melhor aplicação da lei federal e constitucional,
permitindo que por meio destes se preservem tais normas legais. Neste caso, observa-se que
o objectivo não é a protecção do direito subjectivo da parte no caso concreto, mas a
protecção do direito objectivo, entendendo-se a sua preservação como significativa para
toda a sociedade e não só para a parte sucumbe-te.
É natural que, nesse caso, o recurso servirá mediatamente ao recorrente, porque o seu
provimento o beneficiará, mas o importante é lembrar que não é esse o objectivo do
legislador ao prevê-los, sendo essas vantagens obtidas pelo recorrente por mera
consequência prática verificada no caso concreto. Existem apenas três recursos
extraordinários: recurso especial, recurso extraordinário e embargos de divergência. (ACCI,
2003)

7
1.4Meios alternativos de impugnação de Magistrados judiciaria

São actos jurisdicionais aqueles praticados pelo juiz no curso do processo, seja com intuito
de decidir a lide ou questões meramente incidentais, que constituem óbice à movimentação
natural da acção processual civil. Em contraposição aos actos jurisdicionais, o magistrado
pode realizar actos administrativos, em sua função atípica, como por exemplo a nomeação
de funcionários e juízes. (ACCI, 2003)

1.4.1.Remédios

Reconhece a doutrina ser de longa data a previsão pelos sistemas jurídicos de mecanismos
de controle das decisões judiciais, permitindo que possíveis erros praticados pelo Estado-
Juiz fossem objecto de impugnação e, eventualmente, de reforma.
A possibilidade de impugnar os actos jurisdicionais é garantia lógica facultada às partes
litigantes de que o julgamento da res in iudicium deducta terá como resultado a maior
adequação possível à solução preconizada pelo Direito, pelo que se entende justo. Em
contrapartida, o interesse social pela celeridade processual, em que o processo possa ser um
instrumento eficaz de aplicação da justiça, bem como o interesse da colectividade pela
maior estabilidade nas relações jurídicas, que se traduz no alcance do status de segurança
jurídica das decisões judiciais, fazem com que seja relativizada a garantia de controle das
decisões judiciais conferida às partes em juízo. (ACCI, 2003)

1.4.2.Recursos

Recursos pode ser definido como “meio ou remédio impugnativo apto para provocar, dentro
da relação processual ainda em curso, o reexame da de decisão judicial, pela mesma
autoridade judiciária, ou por outra hierarquicamente superior, visando a obter-lhe a reforma,
invalidação, esclarecimento ou integração”.
A impugnação de decisões proferidas pelo juiz por meio da interposição de recursos
fundamenta-se na possibilidade de erro, ignorância ou má-fé do juiz ao julgar. Isto porque o
magistrado é um humano, e como tal, está sujeito a incorrer em quaisquer tipos de erros e
falhas. Ademais, o sistema de recurso permite que a matéria seja reexaminada por
magistrados presumidamente mais experientes, de forma que o pronunciamento destes
Tribunais sobre determinadas matérias ensejará a uniformização de interpretação da
legislação. (ACCI, 2003)

8
A impugnação de sentenças e decisões interlocutórias reveste-se da aplicação de princípios
gerais, quais sejam, duplo grau de jurisdição, singularidade, fungibilidade e legitimação
para recorrer.

1.5.Meios autónomos de impugnação

Acção autónoma de impugnação é o instrumento de impugnação da decisão judicial, pelo


qual se dá origem a um processo novo, cujo objectivo é atacar ou interferir em decisão
judicial. Difere do recurso porque não é veiculada no mesmo processo em que a decisão
recorrida fora proferida. 

1.5.1.Acção Rescisória

Trata-se de uma acção constitutiva negativa ou desconstitutiva porquanto visa ao


desfazimento de coisa julgada material anteriormente formada em outro processo. Nesse
sentido a decisão de mérito transitada em julgado é pressuposto de admissibilidade da a cção
rescisória, ao lado das condições da acção e pressupostos processuais, da ocorrência 

1.5.2.Acção anulatória

A acção anulatória visa desconstituir acto judicial praticado pelas partes em juízo,
dependente ou não de sentença homologatória.
Diferença essencial entre acção rescisória e anulatória encontra-se no fato de que a acção
rescisória visa o desfazimento da coisa julgada, da sentença, enquanto a a cção anulatória
visa de constituir actos das partes.
Além disso, se já houve transacção e coisa julgada, só é cabível acção rescisória. Se não
houver coisa julgada, poderá ser proposta anulatória do ato da parte. (BUENO, 2013)

1.5.3.Meios autónomos de impugnação previstos em Legislação

Segundo a Constituicao da Republica de Mocambique o Direito de impugnação ee versante a


todos cidadão pode impugnar os actos que violam os seus direitos estabelecidos na
Constituição e nas demais leis. Recorreendo aos tribunais contra os actos que violem os seus
direitos e interesses reconhecidos pela Constituição e pela lei. (CRM Art 69 70)
Nessa medida o fim ultimo ee deixar o cidadao seguro.a segurança é um instrumento
diferenciado e reforçado, portanto de eficácia potenciada, de activação da jurisdição
constitucional das liberdades, destinado à tutelas dos direitos líquidos e certos,
9
fundamentais ou apenas amparados por leis ordinárias. Dessa natureza especial decorre a
sua admissibilidade contra actos judiciais, mas não como remédio alternativo à livre opção
do interessado, e sim como instrumento que completa o sistema de remédios organizados
pelo legislador processual, cobrindo as falhas neste existentes no que diz com a tutela de
direitos líquidos e certos.

1.5.4.Correição Parcial

A correição parcial, visa verificar a regularidade dos serviços forenses prestados pelos
magistrados e seus servidores. Correição parcial pode ser necessária se o juiz se omite no
dever de decidir questão controvertida durante o desenvolvimento do processo ou inverte a
ordem processual, praticando um ato pelo outro, sem decidir formalmente, sem exteriorizar
decisão agravável.

1.5.5.Querela Nullitatis

Trata-se de acção que visa à declaração de nulidade insanável e consequentemente a


declaração de inexistência ou nulidade da sentença e da coisa julgada, actualmente
empregada somente quando da falta ou não citação valida do réu em a cção que faça nascer
um título executivo judicial.
A citação válida, é condição de eficácia do processo em relação ao réu e a validade dos
actos processuais subsequentes. Nesse contexto, a decisão que transitou em julgado sem
observar os requisitos para a citação, não atinge aquele réu que não integrou o polo passivo
da acção. Por tal razão, a nulidade por falta de citação poderá ser suscitada por meio de
acção declaratória de inexistência por falta de citação, denominada querela nullitatis, ou,
ainda, por simples petição nos autos.
Tem a competência para processar e julgar a querela nullitatis é o juízo que proferiu a
decisão supostamente viciada. Normalmente, portanto, é o do juízo de primeira instância,
pois o que se postula não é a desconstituição da coisa julgada, mas apenas o reconhecimento
de inexistência da relação processual.
A querela nullitatis não esta sujeita a prescrição ou decadência, tem efeito ex tunc e atinge a
todos interessados no processo. O juízo competente é aquele que proferiu a decisão nula ou
inexistente. (NERY e ANDRADE, 2006)

10
Conclusão

Chegando ao fim do trabalho percebe-se que na área jurídica impugnação é um dos meios


básicos de reacção contra uma execução já instaurada. É um ato processual que se realiza
por meio de  petição de impugnação na qual se procura anular ou desfazer um ato processual
considerado injusto. É a reunião de argumentos com a finalidade de impugnar, de  cancelar
uma acção anteriormente aprovada.
A impugnação é o ato de contrariar, refutar, opor-se a ou contradizer uma ideia específica,
expondo as razões para tal. A finalidade dela é opor-se a alguma manifestação ou decisão da
parte adversária de um processo, enumerando razões do motivo da falta de concordância
com tal manifestação.

11
Bibliografia

ACCI, Lúcio Picanço. (2003) Meios de impugnação dos actos jurisdicionais no direito. Jus
Navigandi, Teresina,  fev. 
BUENO, Cassio Scarpinella. (2013) Curso sistematizado de Direito Processual Civil. Vol.
5. 4ª ed. São Paulo: Saraiva.
NERY, Nelson Júnior e ANDRADE Rosa Maria de, (2006) Código de Processo
Civil  Comentado, RT,

COELHO, E. P. (2010). Introdução a metodologia das ciências sociais . Lisboa: Edições


sílaba
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. (2006) Novo Curso de Direito Processual Civil. 3ª ed.
v. I. São Paulo: Editora Saraiva,.

12

Você também pode gostar