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Manual de Algoritmos

e Fórmulas Úteis em
Anestesiologia
Editores
Luiz Antonio Vane
Ismar Lima Cavalcanti
João Aurílio Rodrigues Estrela

Manual de Algoritmos
e Fórmulas Úteis em
Anestesiologia

SBA
Sociedade Brasileira de Anestesiologia

Rio de Janeiro
2007
Copyright © 2007 by Sociedade Brasileira de Anestesiologia
Todos os direitos reservados à SBA

Responsáveis
Luiz Antonio Vane e Ismar Lima Cavalcanti

Editor - Autor
Luiz Antonio Vane
Ismar Lima Cavalcanti
João Aurílio Rodrigues Estrela

Capa e Editoração Eletrônica


Ito Oliveira Lopes
Wellington Luís Rocha Lopes

Ficha catalográfica

M489 Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Anestesiologia/SBA, 2007.
p. ; 21cm. ; ilust.

ISBN 978-85-98632-04-9
Vários colaboradores.

1. Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia. 2.


Anestesia. I. Sociedade Brasileira de Anestesiologia. II. Vane, Luiz
Antonio e Cavalcanti, Ismar Lima.
CDD - 617-96

Sociedade Brasileira de Anestesiologia


Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ
CEP 22251-080
Tel. (21) 2537-8100 – www.sba.com.br – e-mail: sba2000@openlink.com.br
Sociedade Brasileira
de Anestesiologia

DIRETORIA

Presidente
Dr. Ismar Lima Cavalvanti

Vice-Presidente
Dr. Jurandir Coan Turazzi

Secretário Geral
Dr. Carlos Eduardo Lopes Nunes

Tesoureiro
Dr. Henri Braunstein

Diretor do Depto Científico


Dr. Luiz Antônio Vane

Diretor do Depto Administrativo


Dra. Nádia Maria da Conceição Duarte

Diretor do Depto Defesa Profissional


Dr. José Mariano Soares de Moraes

V
EDITORES
Luiz Antonio Vane
Ismar Lima Cavalcanti
João Aurílio Rodrigues Estrela

VII
COMISSÃO EDITORIAL
Jurandir Coan Turazzi
Carlos Eduardo Lopes Nunes
HenriBraunstein
Nádia Maria da Conceição Duarte
José Mariano Soares de Moraes

IX
COLABORADORES
Carla Palmieri
Maria de Las Mercedes G. Martin de Azevedo
Marcelo Azevedo Marinho
Rodrigo Ribeiro Matos
José Bredariol Junior
AUTORES
Adriano Araújo dos Santos Mendonça Ana Luft
2° Tesoureiro da Sociedade de Anestesiologista; Mestranda em
Anestesiologia do Estado de Goiás – Medicina pela FFFCMPA
SAEGO; Médico Anestesiologista do
Ana Tereza Moreira Dantas de Andrade
Centro de Estudos de Anestesia – CEA
Pinto
– Goiânia-GO; Médico
TSA – SBA; Anestesiologista do
Anestesiologista da Maternidade
Hospital Lifecenter – Belo Horizonte –
Modelo – Goiânia-GO
MG; Instrutora do CET/SBA do
Airton Bagatini IPSEMG – Belo Horizonte - MG
Presidente da Sociedade de
Andre de Moraes Porto
Anestesiologia do RS; Membro da
Co-Responsável pelo CET Instituto
Comissão de Educação Continuada da
Penido Burnier e Centro Médico de
SBA; Co-Responsável pelo CET do
Campinas
SANE; Coordenador do Centro
Cirúrgico do Hospital Ernesto André Luiz Braga das Dores
Dornelles -Porto Alegre/RS Coordenador do SAVA/SBA; Membro
Comissão Saude Ocupacional/SBA;
Alberto Esteves Gemal
Professor de Farmacologia da Fac.Med.
Prof. Associado em Anestesiologia -
Univ. Católica; Membro Diretor da
Faculdade de Medicina da Universidade
SAEGO; Membro CLIANEST-GO
Federal Fluminense; PhD em
Anestesiologia (University of Bristol, Angélica de Fátima de Assunção Braga
UK); MSc em Engenharia Biomédica Professora Livre Docente do
(COPPE/UFRJ) TSA/SBA; Co- Departamento de Anestesiologia da
responsável pelo CET do Hospital Faculdade de Ciências Médicas da
Universitário Antonio Pedro - UFF UNICAMP. Coordenadora do Serviço
de Anestesiologia do Centro de Atenção
Alexandre Slullitel
Integral à Saúde da Mulher da
TSA; Co-responsável pelo CET do
UNICAMP.
Hospital das Clínicas da FMRP-USP -
Membro da Comissão Científica Anna Paula Mendonça Moreira
SAESP 2006/2007 - Membro do Título de Especialista em
Comitê de Anestesia Cardiovascular e Anestesiologia - SBA/AMB
Torácica
Antonio Carlos A. Brandão
Álvaro Antônio Guaratini Prof. Titular de Biofísica da Faculdade
Instrutor Co-Responsavel do Serviço de Medicina da UNIVÁS – Pouso
de Anestesia da Santa Casa de São Alegre-MG; Prof. Titular de Anestesio-
Paulo; Mestre em Medicina logia da Faculdade de Medicina da USF
– Bragança Paulista-SP; Responsável
Ana Cintia Carneiro Leão
pelo CET/ SBA de Pouso Alegre –
Membro do Comitê de Anestesia
MG; Membro do Comitê de Reanima-
Pediátrica da SBA; Diretora Científica
ção e Atendimento ao Politraumatizado
da SAEPE
da SBA

XI
Antonio Fernando Carneiro Arthur Vitor Rosenti Segurado
Prof. de Anestesiologia da Mestre em medicina; Anestesiologista
Universidade Federal de Goiás; Prof. do Serviço Médico de Anestesia
de Farmacologia da Universidade (SMA); Hospital Sírio-Libanês,
Católica de Goiás; Presidente da CET/ Hospital Alemão Oswaldo Cruz,
SBA; Presidente da LASRA; Hospital Samaritano.
Especialista em Medicina Intensiva;
Ayrton Bentes Teixeira
Membro CLIANEST-GO.
Instrutor Co-Responsavel do Serviço
Antonio Leite Oliva Filho de Anestesia da Santa Casa de São
Membro do Conselho Editorial da Rev Paulo; Pós-Graduando a nível de
Bras Mestrado pela Santa Casa de São
Paulo; Membro Comissão Científica
Antonio Mauro Vieira
SAESP 2006/2007
Prof. Titular de Farmacologia da Facul-
dade de Medicina da UNIVÁS – Posuo Beatriz Lemos da Silva Mandim
Alegre-MG; Co-responsável do CET/ Anestesiologista do Serviço de
SBA de Pouso Alegre – MG Anestesiologia (SEANE) do Hospital
de Clínicas da Faculdade de Medicina
Antonio Roberto Carraretto
da Universidade Federal de
Professor de Anestesiologia UFES;
Uberlândia.Co-responsável pelo CET/
Mestre em Anestesiologia pela Facul-
SBA da Universidade Federal de
dade de Medicina de Botucatu, UNESP
Uberlândia
- SP; Responsável CET Integrado
HUCAM-HAFPES; Membro Comis- Carlos Alberto Cagnolati
são Educação Continuada SBA; Co-responsável pelo CET - SBA da
Anestesiologista do HAFPES e do Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão
CIAS - Unimed Vitória. Preto - SP. Carlos André
Antonio Vanderlei Ortenzi Carlos André Cagnolati
Professor Assistente Doutor, Co-responsável pelo CET - SBA da
Departamento de Anestesiologia - Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão
Faculdade de Ciências Médicas - Preto - SP. Carlos André
UNICAMP; Título Superior em
Carlos Gustavo Favre Drummond
Anestesiologia (TSA) SBA-AMB;
Título de Especialista em
Instrutor do Núcleo de Via Aérea
Anestesiologia - SBA/AMB
Difícil – SAESP; Certificado de
Atuação na Área de Tratamento da Dor Carlos Henrique Vieira
SBA-AMB; Título de Especialista em Instrutor do CET do Hospital das
Acupuntura (TEAC) AMB-Colégio Clínicas da UFG, anestesiologista do
Médico de Acupuntura. Centro de Estudos de Anestesia de
Goiânia.
Aretusa Chediak Roquim
Médica plantonista da Unidade de Carmem Narvaes Bello
Terapia Intensiva Cirúrgica – InCor- Doutora em Anespesiologia pela
FMUSP, Médica Assistente do Seviço
de Recuperação Pós-Anestésica da HC
da FMUSP, integrante da Comissão
Científica da SAESP e do Conselho
Editorial da Revista do CEDAR.

XII
Chrislaynne Florêncio de Sousa Daniel Volquind
ME-3 do CET do Hospital das Vice-Presidente da Sociedade de
Clínicas da UFG Anestesiologia do RS; - Diretor
Científico da Sociedade de
Clarita Bandeira Margarido
Anestesiologia do RS; Médico
Co-responsáveis do CET.
anestesiologista da CAN-Clínica de
Cláudia Lütke Anestesiologia Ltda – Caxias do Sul /
Título Superior em Anestesiologia - RS; Médico representante da
SBA ETI -AMIB; Médica Assistente especialidade para Unimed – Nordeste/
da Disciplina de Anestesiologia, Dor e RS; Médico chefe da Sala de
Terapia Intensiva, EPM - UNIFESP; Recuperação do Hospital da Unimed –
Coordenadora do Curso Teórico- NERS/RS
Prático de Via Aérea Difícil ministrado
Daniela Bianchi Garcia Gomes
pela SAESP; Presidente do Comitê de
Médica anestesiologista do Hospital
Via Aérea Difícil da SBA
Pequeno Príncipe; Co-responsável do
Claudia Marquez Simões CET- Hospital universitário Cajuru-
Co-responsável CET 9186 - SMA PUCPR
Serviços Médicos de Anestesia Ltda.
Danielle Maia Holanda Dumaresq
Clóvis Marcelo Corso TSA/SBA, Responsável CET Instituto
Anestesiologista Hospital Vita Dr. José Frota, Fortaleza-CE,
Curitiba; Presidente Sociedade Mestrado em cirurgia pela
Paranaense de Anestesiologia Universidade Federal do Ceará.
Clóvis Yoshiharu Aratani Dário Humberto de Paiva
Professor de Anestesiologia da Diretor Científico da Sociedade de
Universidade de Cuiabá; Instrutor de Anestesiologia do Estado de Gioás-
Anestesiologia do CET/SBA HUJM/ SAEGO; Co-responsável do CET do
Sedare Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Goiás; Membro da Clínica
Cristina Arrivabene Caruy
de Anestesia- Goiânia
Professora Doutora do Departamento
de Anestesiologia da Faculdade de David Ferez
Ciências Médicas da UNICAMP. Professor Adjunto Doutor da
Coordenadora do Serviço de Disciplina de Anestesiologia, Dor e
Anestesiologia do Hospital das Terapia Intensiva da Escola Paulista de
Clínicas da UNICAMP. Medicina - UNIFESP.
Daniel Carlos Cagnolati Débora de Oliveira Cumino
Co-responsável pelo CET - SBA da Médica anestesiologista do Hospital
Santa Casa de Misericórdia de Pequeno Príncipe; Co-responsável do
Ribeirão Preto - SP. Carlos André CET- Hospital universitário Cajuru-
PUCPR; Membro do comitê de
anestesia pediátrica - SBA 2005-2007

XIII
Deoclécio Tonelli Emília Aparecida Valinetti
Coordenador Residência Médica da Mestre e Doutora FMUSP; Membro
Faculdade de Medicina do ABC; Comitê Anestesia Pediátrica SBA;
Professor Assistente de Anestesiologia Membro Comissão Científica
da Faculdade de Medicina do ABC; SAESP; Médica anestesiologista e
Responsável Serviço de Dor da Supervisora Serviço Anestesia ICr
Faculdade de Medicina do ABC HC_FMUSP
Desiré Carlos Callegari Emily Santos Montarroyos
Professor Assistente de Anestesiologia da Especialização em Anestesiologia pelo
Faculdade de Medicina do ABC; Vice- Instituto Penido Burnier - Campinas-
Diretor de Defesa Profissional da SAESP; SP; Especialização em Terapia da Dor
Ex-Presidente do Conselho Regional de pelo Hospital do Câncer A.C.Camargo
Medicina do Estado de São Paulo - São Paulo-SP; Especialização em
Acupuntura Médica pela Associação
Domingos Dias Cicarelli
Médica Brasileira de Acupuntura
Médico assistente, Hospital das
(AMBA) - São Paulo-SP
Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo; Enis Donizetti Silva
Especialista em Medicina Intensiva, Responsável CET 9186 - SMA
AMIB. Serviços Médicos de Anestesia Ltda.
Douglas Flávio Porsani Fábio Ely Martins Benseñor
Anestesiologia Preceptor da Residência Docente Colaborador - Disciplina de
Médica do CET-SBA/MEC do HUC Anestesiologia, Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo; Pós-
Eduado dos Santos Guim
Doutorando - Disciplina de
Título de Especialista em
Pneumologia, Faculdade de Medicina
Anestesiologia - SBA/AMB
da Universidade de São Paulo.
Eliana Marisa Ganem
Fernando Antonio Nogueira da Cruz
Profa Adjunta Livre Docente do
Martins
Departamento de Anestesiologia da
Mestre e Doutor em Ciências pela
Faculdade de Medicina de Botucatu -
Faculdade de Medicina da Univ. de São
Unesp
Paulo; Membro da Comissão Científica
Elizabeth Milla Tambara SAESP; Co-responsável pelo CET do
Professora Titular do Departamento de Hospital Beneficência Portuguesa de
Medicina da PUCPR; Professora São Paulo
Adjunta do Departamento de Cirurgia
Fernando Cássio do Prado Silva
da UFPR; Doutora em Clínica
Médico em Especialização - Equipe de
Cirúrgica pela UFPR; Responsável
Transplantes do Hospital das Clinicas
pelo CET da Santa Casa de
da Faculdade de Medicina da USP
Misericórdia de Curitiba
Fernando Santiago Limaverde
Elton Constantino
TSA/SBA, Instrutor CET Instituto Dr.
Professor Assistente da Disciplina de
José Frota, Fortaleza-CE; Título
Anestesiologia da Universidade de
especialista em Dor
Taubaté - UNITAU; Responsável pelo
Serviço de Anestsiologia do Hospital
Universitário da UNITAU

XIV
Filomena Regina Barbosa Gomes Galas Humberto Ribeiro do Val
Médica supervisora da Unidade de Instrutor CET Integrado HUCAM-
Terapia Intensiva Cirúrgica – InCor – HAFPES; Diretor de Desenvolvimento
HCFMUSP; Especialista em da Ventlogos, Vitória - ES;
anestesiologia e terapia intensiva; Anestesiologista da CMC e do CIAS -
HCFMUSP – especialista em Unimed Vitória.
Anestesiologia
Irimar de Paula Posso
Florentino Fernandes Mendes Presidente da SAESP, biênio 2004/
Responsável pelo CET-SBA-MEC- 2007; Professor Associado de
FCMPA; Doutor em Medicina pela Anestesiologia do Departamento de
FCMSCSP Cirurgia FMUSP; Professor Titular de
Anestesiologia da Universidade de
Gastão Fernandes Duval Neto
Taubaté/SP; Advogado Inscrito na
Professor Titular de Anestesiologia da
OAB/SP
Fac. de Medicina da Univ. Federal de
Pelotas ; Presidente da Comissão de Ivan Magrin
Saude Ocupacional da SBA; Presidente Médico anestesiologista da
da SBA ano 2000 Maternidade Pró Matre Paulista
Glória Maria Braga Potério Jaci Custódio Jorge
Professora Livre Docente do Responsável pelo CET/SBA do
Departamento de Anestesiologia da IPSEMG – Belo Horizonte - MG;
Faculdade de Ciências Médicas da Coordenador da Clínica Anestesiológica
UNICAMP. Chefe do Departamento do Hospital Vera Cruz – Belo
de Anestesiologia da FCM – Horizonte – MG
UNICAMP.
João Batista Santos Garcia
Guilherme Antonio Moreira de Barros Prof. Adjunto Doutor do
Professor Doutor da Disciplina de Departamento de Medsicina II da
Terapia Antálgica e Cuidados Paliativos Universidade Federal do
do Departamento de Anestesiologia da Maranhão(UFMA). Rsponsável pelo
Faculdade de Medicina da Unesp, Ambulatório de Dor do Hospital
Botucatu – SP. Universitário da UFMA e pelo Serviço
de Dor do Instituto Maranhense de
Gustavo Felloni Tsuha
Oncologia.
TSA - SBA; Menbro Comissão
Científica SAESP Joaquim Edson Vieira
Médico assistente, Hospital das
Hamer Nastasy Palhares Alves
Clínicas da Faculdade de Medicina da
Médico Psiquiatra, Coordenador da
Universidade de São Paulo; Doutor em
Rede de Apoio a Médicos
Medicina, Faculdade de Medicina da
Haroldo de Oliveira Torres Universidade de São Paulo.Secretário -
Membro da CERR da SBA; Membro CEDEM, Centro de Desenvolvimento
do C. Defesa Profissional da SAEGO; de Educação Médica - Prof. Eduardo
Conselheiro Titular do CRM-GO Marcondes, Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo.

XV
Joel Avancini Rocha Filho Kleber Machareth Souza
Médico Supervisor da Equipe de Anestesiologista do Serviço de
Transplantes do Hospital das Clinicas Anestesiologia da Associação
da Faculdade de Medicina da USP; Beneficente Santa Casa de Campo
Doutor em Ciencias Médicas da Grande/MS; Coordenador do Programa
Faculdade de Medicina da USP; Título de Residência Médica Em
Superior em Anestesiologia Anestesiologia da Associação
Beneficente Santa Casa de Campo
José Costa
Grande/MS - COREME/MEC; Área
Responsável pelo CET do Hospital
de Atuação em Dor SBA/AMB
Naval Marcílio Dias; Título Superior
em Anestesiologia Lais Helena Navarro e Lima
Mestre em Anestesiologia; Equipe de
José Edison de Moraes
Anestesiologia da Faculdade de
Médico assistente da Faculdade de
Medicina de Botucatu
Ciências Médicas da Santa Casa de
Misericórdia de SP; Médico Leandro Bueno Mamari
anestesiologista da Maternidade Pró Médico em Especialização
Matre Paulista
Leila MariaChaves Ribeiro
José Eduardo de Oliveira Lobo Curso de Especialista Pôs-Graduado
Título Superior em Anestesiologia/SBA Assistant Êtranger do Hopital Necker
Enfant Nalades; Médica
José Fernando Bastos Folgosi
Anestesiologista do Hospital Naval
Médico Anestesiologista Membro da
Marcílio Dias; Médica Assistente
Equipe de Anestesia; Responsável pelo
Instituto Nacional Traumato
cirurgia cardíaca do Hospital
Ortopedia; Mestrado em
Neurológico de Goiânia; Titulo
Anestesiologia UFRJ
Superior em Anestesiologia/SBA ;
Título Especialista em Terapia Leonardo Pimpão Blume
Intensiva ME1 do CET da Santa Casa de
Misericórdia de Curitiba
José Otávio Costa Auler Junior
Professor Titular da Disciplina de Leopoldo Palheta Gonzalez
Anestesiologia – FMUSP; Diretor TSA; Corresponsavel pelo CET Hosp.
Clínico do Hospital das Clínicas – Getulio Vargas - Manaus/AM;
FMUSP; Diretor da Unidade de Presidente da Sociedade de
Terapia Intensiva Cirúrgica - InCor Anestesiologia do Estado do Amazonas;
Professor da Disciplina de
Kátia Gomes Bezerra de Oliveira
Anestesiologia da Universidade do
Professora de Anestesiologia do
Estado do Amazonas.
HUJM/UFMT; Responsável pelo
CET/SBA HUJM/Sedare Ligia Andrade da Silva Telles Mathias
Professora Adjunta da Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade de
São Paulo; Responsável pelo CET e
Chefe do Serviço de Anestesia da Santa
Casa de São Paulo; Secretária da
Comissão de Ensino e Treinamento da
SBA

XVI
Lino Lemonica Luiz Marciano Cangiani
Professor Livre Docente da Disciplina Co-Responsável pelo CET Instituto
de Terapia Antálgica e Cuidados Penido Burnier e Centro Médico de
Paliativos do Departamento de Campinas; Editor Chefe da Revista
Anestesiologia da Faculdade de Brasileira de Anestesiologia - Período
Medicina da Unesp, Botucatu – SP. 1995 a 2003.
Luciana Cavalcanti Lima Luiz Roberto Sousa
Mestre em saúde materno-infantil- Anestesiologista Chefe do Serviço de
IMIP; Presidente da Sociedade de Anestesiologia do Hospital
Anestesiologia de Estado de Universitário Cajuru – PUC/Curitiba
Pernambuco PR
Ludhmila Abrahão Hajjar Marcelo de Carvalho
Médica assistente da Unidade de Mestre Farmacologia UNICAMP;
Terapia Intensiva Cirúrgica – InCor – Médico anestesiologista ICr HC-
HCFMUSP; Especialista em FMUSP; Médico anestesiologista
cardiologia e terapia intensiva Hospital Israelita Albert Einsten
(HIAE)
Luis Fernando Lopes
Título Superior em Anestesiologia; Marcius Vinicius Mulatinho Maranhão
Chefe de Serviço de Anestesiologia do Professor de Farmacologia do Instituto
Hospital Naval Marcílio Dias de Ciências Biológicas da Universidade
de Pernambuco (UPE). Co-
Luis Gabriel Fernandéz Turkowski
Responsável pelo CET do Hospital da
Hematologista e Hemoterapêuta;
Restauração e Hospital Getúlio Vargas.
Membro da Soc. Brasileira de
Chefe do Serviço de Anestesiologia do
Hematologia e Hemoterapia; Médico
Pronto Socorro Cardiológico de
efetivo do Hosp. Evangélico de
Pernambuco (PROCAPE).
Londrina.
Marcos Charf
Luiz Antônio Nogueira Martins
Membro do Comitê de Saúde
Docente do Departamento de
Ocupacional da SAESP e do Comitê de
Psiquiatria da UNIFESP
Qualidade em Anestesiologia do
Luiz Antonio Vane Hospital Israelita Albert Einstein
Professor Titular de Anestesiologia do
Maria Célia Barbosa Fabrício de Melo
Departamento de Anestesiologia da
Professora Adjunta do Departamento
Faculdade de Medicina de Botucatu –
de Medicina da PUCPR; Doutora em
UNESP; Diretor científico da SBA
Clínica Cirúrgica pela UFPR; Co-
Luiz Estevam Ianhez Responsável pelo CET da Santa Casa
Livre Docente da Nefrologia; Chefe do de Misericórdia de Curitiba
Setor Clínico da Unidade de
Transplante Renal da Divisão da
Clínica de Urologia - Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina
Universidade São Paulo.

XVII
Maria José Carvalho Carmona Norma Sueli Pinheiro Módolo
TSA – Professora Livre-Docente Professora Adjunta Livre-Docente do
Associada da Disciplina de Departamento de Anestesiologia da
Anestesiologia da Faculdade de Faculdade de Medicina de Botucatu,
Medicina da Universidade de São Paulo. UNESP.
Diretora da Divisão de Anestesia do
Onofre Alves Neto
Instituto Central do Hospital das
TSA-SBA, Doutor em Medicina pela
Clínicas da Faculdade de Medicina da
UnB; Professor Adjunto de Anestesia
Universidade de São Paulo.
da Universidade Federal de Goiás, em
Marilde Albuquerque Piccioni Goiãnia-GO; Presidente da Sociedade
Assistente do Instituto do Coração do Brasileira para o Estudo da Dor - SBED
Hospital das Clinicas - INCOR-HC;
Oscar César Pires
Doutora e Mestrado em Anestesiologia
Professor Assistente da Disciplina de
FEMUSP; Título Terapia Intensiva;
Farmacologia da Universidade de
Título Superior em Anestesiologia
Taubaté - UNITAU; Responsável pelo
Marisa Pizzichini CET do Hospital Municipal de São
Anestesiologista da Santa Casa José dos Campos - SP
Misericórdia de Ctba-PR; Co-
Oziel de Souza Lima
instrutora do CET da Santa Casa de
Presidente da SBA 1997; Coordenador
Misericórdia de Ctba-PR; TSA
do Centro de Estudos do Sono de
Mauro Prado da Silva Fortaleza; Co-Responsável pelo CET
Título Superior em Anestesiologia - SBA Instituto José Frota, em Fortaleza
Mauro Rodrigues Araújo Oziel de Souza Lima Filho
Especialização pelo CET Integrado da ME 3 (Casa de Saúde Campinas);
Campinas; Certificado em área de Centro de Estudos do Sono de
atuação em Dor/AMB Fortaleza
Mohamad Charif Mohamad Youssef Paulo Adilson Herrera
Diretor Científico da Sociedade Responsável CET Hospital Evangélico
Paranaense de Anestesiologia - SPA - de Londrina
Biênio 2007-08; Anestesiolgista do
Paulo Armando Ribas Jr.
Hospital Vita Curitiba e Vita Batel
Anestesiologista Hospital Vita
Nadia Maria da Conceição Duarte Curitiba; Co-responsável CET
Co-Responsável pelo CET do IMIP – Hospital de Clínicas UFPR; Presidente
Recife-PE; Diretora do Departamento Comitê Anestesia Cardiovascular e
Administrativo Torácica
Neuber Martins Fonseca Pedro Thadeu Galvão Vianna
Professor doutor e adjunto da Professor Titular do Deptº de
disciplina de anestesiologia , Anestesiologia da Fac. de Medicina de
Responsável pelo CET/SBA da Botucatu - UNESP; Responsável pelo
Faculdade de Medicina da CET do Deptº de Anestesiologia da
Universidade Federal de Uberlândia, e Fac. de Medicina de Botucatu;
Presidente da Comissão de Normas Presidente da Comissão de Educação
Técnicas e Segurança em Anestesia da Continuada da SBA; Responsável pelo
SBA. CET; Presidente da SBA ano 2000

XVIII
Raimundo Rebuglio Roberto Carlos O. Fernandes
Instrutor Co-Responsavel Hospital Médico do Hosp. Ortopédico de
Benef. Portuguesa de São Paulo; Goiania/Goiás
Presidente da SBA 1999
Roberto César Pontes Ibiapina
Ranger Cavalcante da Silva TSA/SBA, Co-Responsável CET
Anestesiologista Hospital Vita Instituto Dr. José Frota, Fortaleza-CE
Curitiba; Co-responsável CET
Roberto Tsuneo Cervato Sato
Hospital de Clínicas UFPR; Mestre
Mestre pela PUCPR e Anestesiologia
pela Universidade Federal do Paraná
do Hospital Universitário Cajuru
Ricardo Gonçalves Prado
Rodolfo de Melo Rebuglio
Título Superior em Anestesiologia/SBA
Médico em Especialização
Ricardo Lopes da Silva
Rodrigo Moreira e Lima
Mestre em Clinica Cirúrgica pela
Título de Especialista em Anestesiolo-
Faculdade de Medicina de Ribeirão
gia - SBA/AMB
Preto-USP; Doutor em Clinica
Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Rogério Luiz Rocha Videira
de Ribeirão Preto-USP; Co- Médico Supervisor da Equipe de
Responsavel pelo CET DA Santa Casa Emergência do Hospital das Clinicas da
de Misericórdia de Curitiba. Faculdade de Medicina Universidade
SP; Médico da UNIFESP; Diretor
Ricardo Marinho Teixeira
Científico SAESP 2006/2007; Título
Anestesiologista; TEA Soc. Brasileira
Superior em Anestesiologia
de Anestesiologia; Título Superior de
Anestesiologia; Co-responsável CET Rogério Rehme
do Hospital Evangélico de Londrina Título Superior em Anestesiologia/SBA
Ricardo Souza Nani Rohnelt Machado de Oliveira
Médico Supervisor da Equipe de Mestre em Cirurgia/Anestesiologia pela
Transplante de Fígado do Hospital das Universidade Federal do Paraná;
Clinicas da Faculdade de Medicina da Anestesiologista do Hospital Nossa
USP; Título Superior em Senhora das Graças - Curitiba/Pr.;
Anestesiologia. Secretário do Conselho de Defesa
Profissional da SBA- 2006/2007;
Ricardo Vieira Carlos
Membro da Câmara Técnica em
Médico assistente do Hospital das
Anestesiologia do CRM-Pr.
Clínicas da Faculdade de Medicina de
São Paulo; Médico anestesiologista da Ronaldo Laranjeira
Maternidade Pró Matre Paulista Livre Docente do Departamento de
Psiquiatria, Coordenador da UNIAD
Roberto Araújo Ruzi
Anestesiologista do Serviço de Sérgio Bernardo Tenório
Anestesiologia (SEANE) do Hospital Chefe do CET do HC- UFPr;
de Clínicas da Faculdade de Medicina Professor Adjunto da disciplina de
da Universidade Federal de Anestesiologia da UFPr; Médico do
Uberlândia.Co-responsável pelo CET/ Hospital Pequeno Príncipe
SBA da Universidade Federal de
Sergio de Souza Oliveira
Uberlândia
Título Superior em Anestesiologia/SBA

XIX
Sérgio de Souza Oliveira Wagner Ricardo Soares de Sá
Professor de Anestesiologia do HUJM/ Diretor de Defesa Profissional da
UFMT; Responsável pelo CET/SBA Sociedade de Anestesiologia do Estado
HUJM/Sedare de Goiás – SAEGO; Diretor do Centro
de Estudos de Anestesia – CEA –
Sérgio Stanícia
Goiânia-GO; Médico Anestesiologista
Responsável pelo CET do Hospital
do Hospital Materno-Infantil –
Beneficência Portuguesa de São Paulo e
Goiânia-GO
Hospital Santa Rita
Walfredo Luiz de Souza Seabra
Sílvio Antonio Fernandes Filho
Preceptor da Residencia Médica MEC/
Médico do Hospital Ortopédico de
SBA do CET do Hospital Beneficência
Goiânia
Portuguesa de São Paulo; Membro da
Taylor Brandão Schnaider Comissão Científica SAESP 2006/
Prof. Titular de Anestesiologia da Fa- 2007; Anestesiologista de Transplante
culdade de Medicina da UNIVÁS – hepático do Hospital Beneficência
Pouso Alegre-MG Portuguesa de São Paulo; Fellow of
Pittsburgh University
Thaina Alessandra Brandão
Faculdade Medicina da UNIVÁS – Waston Vieira Silva
Pouso Alegre - MG Presidente da Sociedade de
Anestesiologia do Estado de Goiás –
Valéria Beraldi Melhado Fortuna
SAEGO; Membro do Comitê de
TSA - SBA; Membro do Núcleo de Via
Reanimação e Atendimento ao
Aérea Difícil da SAESP; Médica
Politraumatizado da SBA 2006/2007/
Anestesiologista do Hospital
2008; Instrutor Co-responsável pelo
Beneficência Portuguesa de Santos
CET do Hospital das Clínicas da UFG
Vera Coelho Teixeira
TSA - Responsável pelo CET do
Hospital Felício Rocho de Belo
Horizonte - Membro do Comitê de
Anestesia Cardiovascular e Torácica

XX
PREFÁCIO

Com Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia, os anestesiologistas brasi-


leiros dispõem de mais uma ferramenta, o “passo a passo para a resolução de
problemas ou tomada de decisões”, para a azáfama dos palcos onde atuam. Saídos
pela feliz iniciativa do Professor Vane, auxiliado por valorosos especialistas do
cenário da Anestesiologia brasileira, eis que este amigo de bolso vem preencher,
com a realidade vivenciada em nosso meio, uma lacuna sentida há muito. Os
algoritmos e as fórmulas úteis são as informações realistas de experiências bem
fundamentadas. Quando muito se diz sobre segurança do ato anestésico, esta
experiência de profissionais que no dia a dia desenvolvem este ramo da Medicina,
a Anestesiologia, fará a diferença para outros colegas especialistas e, com certeza,
para aqueles que estão sendo formados. Parabéns ao Professor Vane pela idealização
e coordenação deste sucesso e aos colegas que dele participaram, pela generosi-
dade da participação.

Yara Marcondes Machado Castiglia


Professora Titular de Anestesiologia
Departamento de Anestesiologia da
Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP
AGRADECIMENTOS
Este manual somente se tornou realidade graças ao empenho e à dedicação
de muitos colaboradores. Destaco os autores, que de forma altruísta aceita-
ram participar, os Diretores e Funcionários da Sociedade Brasileira de Anes-
tesiologia pela dedicação e confiança, e o Laboratório Cristália, pelo irrestrito
apoio. A todos o meu muito obrigado.

Luiz Antonio Vane

XXII
ÍNDICE
Acidentes Pérfuro-Cortantes .................................................................... 1
Alta Ambulatorial ....................................................................................... 5
Alterações do Equilíbrio Ácido-Básico ................................................... 11
Analgesia para Parto Vaginal .................................................................. 17
Analgesia Pós-Operatória - Adultos ........................................................ 23
Analgesia Pós-Operatória - Pediátrico ................................................... 29
Anestesia no Obeso Mórbido .................................................................. 33
Antisepsia para Bloqueios Neuroaxiais ................................................... 37
Arritmias Cardíacas ................................................................................. 39
Avaliação da Função Renal ..................................................................... 43
Avaliação do Risco Cardíaco em Cirurgia Não-Cardíaca ....................... 45
Avaliação do Risco Neurológico .............................................................. 51
Avaliação do Risco Pulmonar .................................................................. 53
Bloqueio Anestésico em Uso de Anticoagulantes ................................... 55
Bloqueio Peridural com Corticóide Para Hérnia de Disco ...................... 57
Cálculos Estatísticos Simples ................................................................... 61
Cefaléia Pós-Punção Meningea .............................................................. 65
Checklist no Aparelho de Anestesia ........................................................ 69
Choque Anafilático .................................................................................. 73
Choque Cardiogênico .............................................................................. 75
Choque Hipovolêmico .............................................................................. 77
Choque Neurogênico ............................................................................... 81
Choque Séptico ........................................................................................ 83
Coma ........................................................................................................ 87
Conduta no Tratamento do Broncoespasmo Intraoperatório .................. 91
Controle da Temperatura ......................................................................... 93
Critérios de Extubação ............................................................................ 97
Desmame da Circulação Extracorpórea ................................................. 99
Diabetes Melitus .................................................................................... 101
Drogadição ............................................................................................. 105
Embolia Pulmonar .................................................................................. 107
Equilíbrio Hidro-eletrolítico .....................................................................111
Escala Analgésica da OMS ................................................................... 119
Escala Analógica Visual de Dor ............................................................ 123
Escalas de Dor ...................................................................................... 125
Estratégia Transfusional ........................................................................ 129
Evento Adverso/Acidente Anestésico ................................................... 135
Fisiologia e Farmacologia do Idoso ........................................................ 137
Fórmulas Utilizadas em Controle Hemodinâmico ................................. 141
Fórmulas Utilizadas em Equilíbrio Ácido-Base ..................................... 143
XXIII
Fórmulas Utilizadas em Equilíbrio Hidroeletrolítico ............................... 147
Fórmulas Utilizadas em Solução Polarizada .......................................... 149
Fórmulas Utilizadas em Ventilação Mecânica ....................................... 151
Fórmulas Utilizadas na Expansão Plasmática ....................................... 155
Hipertemia Maligna ............................................................................... 157
Hipertensão Arterial .............................................................................. 161
Hipertensão Intracraniana ..................................................................... 165
Hipotensão Arterial Induzida ................................................................. 171
Infarto do Miocárdio .............................................................................. 175
Insuficiência Cardíaca ........................................................................... 179
Insuficiência Hepática ........................................................................... 181
Insuficiência Renal ................................................................................ 183
Insuficiência Respiratória ...................................................................... 189
Intoxicação por Anestésico Local Prevenção e Tratamento ................ 191
Intubação: Jejum X Estômago Cheio ..................................................... 197
Isquemia Miocárdica ............................................................................. 201
Limpeza de Aparelhos de Anestesia ...................................................... 205
Manejo da Hipotensão no Transoperatório ........................................... 207
Medicação Pré-Anestésica - Adultos .................................................... 209
Medicação Pré-Anestésica - Pediátrico ............................................... 211
Monitoração da Consciência Intra-Operatória ...................................... 213
Náuseas e Vômitos no Pós-Operatório ................................................. 219
Paciente Alérgico ao Latex ................................................................... 223
Parada Cardíaca e Reanimação - Adulto .............................................. 227
Parada Cardíaca e Reanimação na Gestante ....................................... 231
Parada Cardíaca e Reanimação Pediátrica .......................................... 235
Processo Legal ...................................................................................... 239
Questionário de MCGILL - Avaliação da Dor ...................................... 243
Reposição Hídrica na Criança ............................................................... 247
Reposição Hídrica no Adulto ................................................................. 251
Seqüela Neurológica de Bloqueio Regional ........................................... 257
Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono ........................... 259
Suspeita de Lesão de Nervo Periférico ................................................ 261
Tabelas de Drogas Inotrópicas e Vasoativas ........................................ 263
Terapêutica de Coagulopatia Perioperatória ......................................... 269
Transporte Intra-Hospitalar do Paciente Crítico ................................... 271
Tratamento da Cefaléia Pós-Punção Dural .......................................... 275
Ventilação Controlada Mecânica em Anestesia (VCM) ....................... 277
Via Aérea Difícil .................................................................................... 285
Volumes Intravascular e Celular ............................................................ 289

XXIV
Acidentes Pérfuro-Cortantes

Marcos Char f *

* Membro do Comitê de Saúde Ocupacional da SAESP e do


Comitê de Qualidade em Anestesiologia do Hospital Israelita Albert Einstein
26 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Acidentes Pérfuro-Cortantes - 27
Referências
1 . Preventing Needlestick Injuries in Health Care Settings; www.cdc.gov/niosh/2000-
108.html.
2 . What Ever y Worker Should Know: How to Protect Yourself From Needlestick Injuries;
NIOSH Publican No. 2000-135: July 1997.
3 . Exposição a Materiais Biológicos – Ministério da Saúde – Secretaria de Atenção à
Saúde – Depar tamento de Ações Programáticas Estratégicas; Saúde do Trabalhador
– Protocolos de Complexidade Diferenciada 3,; Série A. Normas e Manuais Técnicos;
Editora do Ministério da Saúde,2006.
4 . www. opas.org.br - Recomendações para Atendimento e Acompanhamento de Exposição
Ocupacional a Material Biológico: HIV e Hepatites B e C; Rapparini C, Vitória MAA, Lara
LTR.
5 . “Acidentes com Materiais Biológicos”; SAESP em Revista; 01/2002; pg. 13.
6 . Almeida Jr JS; “Prevenção de Acidentes com Material Biológico”; SAESP em Revista;
02/2002; pg. 19-20.
7 . Char f M; “Acidentes Perfurocortantes e Anestesia”; SAESP em Revista; 02/2007; pg.
29.

28 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Alta Ambulatorial

Luiz Marciano Cangiani*


Andre de Moraes Por to**

Anestesia Ambulatorial

• Ambiente adequado
• Fluxograma
• Seleção de pacientes
• Seleção de procedimentos
• Seleção de drogas
• Seleção de técnicas
• Critérios de alta

Ambiente

Resolução 1409/94 do CFM

• Condições da unidade
• Critérios de seleção do paciente
• Condições de alta

Incorpora a Resolução 1802/06 do CFM


Incorpora norma quanto ao uso de anestésico local
(CNT-SBA)

* Co-Responsável pelo CET Instituto Penido Burnier e Centro Médico de Campinas


Editor Chefe da Revista Brasileira de Anestesiologia - Período 1995 a 2003.
** Co-Responsável pelo CET Instituto Penido Burnier e Centro Médico de Campinas
Fluxograma

Avaliação pelo Cirurgião Testes de Avaliação da


Psicomotricidade
Instruções do Cirurgião
Medicação Pré-Anestésica
Agendamento
PROCEDIMENTO

Avaliação pelo Anestesiologista


Recuperação 1

Instruções do Anestesiologista
Recuperação 2

ADMISSÃO
ALTA
(Orientações)

6 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Anestesia Ambulatorial

Seleção de Pacientes

Considerar

• Critérios de inclusão e exclusão


• Capacidade de cumprir com as orientações
pós-operatórias

Anestesia Ambulatorial

Seleção de Procedimentos

• Duração
• Extensão
• Dor
• Hemorragia
• Infecção

Alta Ambulatorial - 7
Seleção de Drogas e Técnicas

Considerar:

• Estado físico do paciente


• Tipo de procedimento

Anestesia Ambulatorial

Estágios da Recuperação e Critérios de Alta

Estágio I Estágio III


Sala de operação SRPA-2

Estágio II Estágio IV
Sala de operação ou Residência
SRPA-1

8 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Anestesia Ambulatorial
Recuperação Pós-Anestésica em Unidade
Ambulatorial Independente

Estágio I da Sala de Operação


Recuperação ou Exame Unidade
Ambulatorial
Quando o estágio II
ocorrer na sala de
SRPA-1 operação, o paciente
Estágio II da
Unidade Ambulatorial poderá passar direto
Recuperação para a SRPA-2

Estágio III da SRPA-2


Recuperação Unidade Ambulatorial

Anestesia Ambulatorial
Recuperação Pós-Anestésica em Unidade Ambulatorial
Integrada ao Hospital ou Mista

Estágio I da Sala de Operação do


Recuperação Centro Cirúrgico
Quando o estágio II
Estágio II da ocorrer na sala de
SRPA-1 operação, o paciente
Recuperação Centro Cirúrgico poderá passar direto
para a SRPA-2
Estágio III da SRPA-2
Recuperação Unidade Ambulatorial

Alta Ambulatorial - 9
10 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Alterações do Equilíbrio
Ácido-Básico

Danielle Maia Holanda Dumaresq*


Rober to César Pontes Ibiapina**
Fernando Santiago Limaverde***

Diagrama 1 - A concentração de íons hidrogênio (H+) no plasma sanguíneo e em


outras soluções sofre intensa e contínua regulação fisiológica. A concentração de
H+ no plasma permanece na faixa nanomolar de 36-43 nmol.L-1; pH 7,37 - 7,44.

Solução tampão seria aquela que é capaz de atenuar a variação do valor de


seu pH, resistindo à adição, dentro de limites, de reagentes ácidos ou alcalinos
(Quadro 1).

* TSA/SBA, Responsável CET Instituto Dr. José Frota, Fortaleza-CE, Mestrado em cirurgia pela Universidade
Federal do Ceará.
** TSA/SBA, Co-Responsável CET Instituto Dr. José Frota, Fortaleza-CE
*** TSA/SBA, Instrutor CET Instituto Dr. José Frota, Fortaleza-CE; Título especialista em Dor
Quadro 1 - Sistemas tampões, *O tampão bicarbonato é o principal

Os tampões no organismo humano

Tampões Ácidos Bases Principal ação de


conjugadas tamponamento
Hemoglobina HHb Hb- eritrócitos
Proteínas HProt Prot- intracelular
Tampão fosfato H2PO4- HPO42- intracelular
Bicarbonato* CO2—> H2CO3 HCO3- extracelular

Algoritimo 1 - Alterações na concentração de H+ e consequentemente no pH,


podem ter origem em ácidos voláteis, determinando um distúrbio respiratório ou em
ácidos não voláteis, determinando um distúrbio metabólico.

Equação de Henderson–Hasselbalch para determinação do pH:

pH = pKa × log [ HCO3- ]


α × PaCO2)

pH = 6.1 × log [ 24 ] = 7.40


(0.03 × 40)

pH = pKa × log [ RIM ]


PULMÃO

12 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Interpretação do estado ácido-básico:

Algoritmo 2 - Interpretação do estado de acidose, PaCO2 = Pressão parcial de dióxido


de carbono, HCO3– =bicarbonato, BE= excesso de base.

Algoritimo 3 - Mecanismos compensatórios na acidose.

Alterações do Equilíbrio Ácido-Básico - 13


Algoritmo 4 - Interpretação do estado de alcalose, PaCO2 = Pressão parcial de
dióxido de carbono, HCO3– =bicarbonato, BE= excesso de base.

Algoritimo 5 - Mecanismos compensatórios na alcalose.

14 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Diagrama 2 - Hiato Aniônico (Anion Gap): Diferença entre maior cátion e a soma
dos anions do fluido extra celular. Adiferença é dada por proteínas carregadas nega-
tivamente e que não são normalmente mensuradas. Acidose com Anion Gap eleva-
do está associado a aumento da produção de ácidos (acidose láctica) , ingestão de
ácidos (intoxicação por salicilatos) ou retenção de ácidos (insuficiência renal).

Tratamento da acidose metabólica- Reposição de bicarbonato (1ml de Na+HCO3- a


8,4%=1mEq :

Na+HCO3- = 0,3 x BE x Peso

Referências

1 . Kellum J A, Review:Determinants of blood pH in health and disease. Crit Care,2000;


4:6–14
2 . Sirker A A, Rhodes A, Grounds R M , Bennett E D, REVIEW:Acid-base physiology: the
traditional and the modernapproaches. Anaesthesia, 2002, 57, pages 348-356.
3 . Paul G. Barash, Robert K. Stoelting, Bruce F. Cullen. Clinical APaul G. Barash, Robert K.
Stoelting, Bruce F. Cullen. nesthesia Lippincott Williams & Wilkins, 2005.

Alterações do Equilíbrio Ácido-Básico - 15


16 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Analgesia para Parto Vaginal

José Edison de Moraes*


Ricardo Vieira Carlos**
Ivan Magrin***

Procedimentos Iniciais

Revisão do material de intubação, ventilação e aspiração.


Verificar a existência de drogas de apóio e vasopressores (efedrina, fenilefrina
ou metaraminol).

Alimentação durante o Trabalho de Parto

Permitida a ingestão de líquidos claros: água, suco de frutas sem polpa, chá
claro, café preto, isotônicos.
Alimentos sólidos devem ser evitados.

Preparo e Uso dos Vasopressores

Efedrina
Bolus de 5 mg quando necessário (qualquer queda da PAS).
Diluir 1,0 ml (50 mg) + 9,0 ml de diluente = 5 mg.ml-1.

Fenilefrina
Bolus de 50 µg quando necessário (qualquer queda da PAS).
Diluir 1,0 ml (10 mg) + 9,0 ml de diluente = 1000 µg.ml-1.
Diluir novamente a solução 1,0 ml (1000 µg) + 19,0 ml de diluente = 50 µg.ml-1.

Metaraminol
Bolus de 200 – 400 µg quando necessário (qualquer queda da PAS).
Diluir 1,0 ml (10 mg) + 9,0 ml de diluente = 1000 µg.ml-1.
Diluir novamente 2,0 ml (2000 µg) + 8,0 ml de diluente = 200 µg.ml-1.

* Médico assistente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de SP


Médico anestesiologista da Maternidade Pró Matre Paulista
** Médico assistente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo
Médico anestesiologista da Maternidade Pró Matre Paulista
*** Médico anestesiologista da Maternidade Pró Matre Paulista
Venoclise com cateter 20 G, evitando dobras.
Expansão volêmica com 250 ml de solução cristalóide em 1 hora.
Manter a infusão venosa com a mesma solução na velocidade de 120 ml.h-1.
Manter oximetria de pulso contínua e controle da pressão arterial a cada 5
minutos nos primeiros 20 minutos e a seguir a cada 15 minutos até o final do
procedimento.

Analgesia Peridural Continua

Lavar as mãos.
Paciente sentada na posição de “yoga”.
Anti-sepsia da região lombar com solução de clorexidine alcoólica, álcool 70%
ou álcool iodado.

Anestesia da pele e subcutâneo com lidocaína sem epinefrina


Punção entre L2-L3 ou L3-L4 e identificação do espaço peridural.
Injeção peridural de bolus inicial de 100 µg de fentanil espinhal + 8 ml de
bupivacaína com epinefrina, variando a concentração entre 0,125% - 0,5% de
acordo com a evolução do trabalho de parto e intensidade da dor às contrações
uterinas.
Após 30 minutos da indução anestésica, iniciar infusão de solução anestésica
(*) de bupivacaína 0,05% com epinefrina + 2,5 µg.ml-1 de fentanil espinhal na velo-
cidade de 10 ml.h-1 através de bomba de infusão contínua ou bolus de 5 ml a cada
30 minutos até o nascimento.

Preparo da Solução Anestésica para Infusão (*)

2 ml de bupivacaína 0,5% com epinefrina.


1 ml (50 µg) de fentanil espinhal.
17 ml de água destilada ou solução fisiológica (sem conservante).

Manter a paciente em decúbito lateral esquerdo e quando em decúbito dorsal


horizontal para exames manter deslocamento manual do útero para esquerda e para
cima (evitando compressão aorto-cava).
Manter infusão de ocitocina durante o trabalho de parto conforme orientação
do obstetra.
Caso necessário ajustar a analgesia, administrar bolus de 2-3 ml de bupivacaína
0,5% com epinefrina.
Após o nascimento e dequitação placentária, manter infusão de solução de
ringer lactato (500 ml) + 10 U.I. de ocitocina (40 gotas.minuto-1).
Antibioticoterapia a critério médico.
Ao término do procedimento 0,2 mg de metilergometrina (Methergim®) ou 0,2
mg de ergometrina (Ergotrate®) IM (quando não houver contra-indicação).

18 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Após o término da cirurgia, 2 g de dipirona IV + 75 mg de diclofenaco IM
profundo na região glútea ou 100 mg de cetoprofeno IV diluído em 100 ml de
solução cristalóide.
Na necessidade de complementação da anestesia para cesárea, administrar
bolus de 3-5 ml de bupivacaína 0,5% com epinefrina ou 3-5 ml de lidocaína 2% com
epinefrina a intervalos de 2 minutos, até atingir nível de T6.
Ao término da cirurgia (operação cesárea), administrar 1 mg de morfina via
peridural e 75 mg de diclofenaco IM profundo na região glútea ou 100 mg de
cetoprofeno IV diluído em 100 ml de solução fisiológica.

Analgesia Combinada Raqui-peridural


KIT agulha através de agulha

Lavar as mãos.
Paciente sentada na posição de “yoga”.
Anti-sepsia da região lombar com solução de clorexidine alcoólica ou álcool
70% ou álcool iodado.
Anestesia da pele e subcutâneo com lidocaína sem epinefrina
Punção entre L2-L3 ou L3-L4 e identificação do espaço peridural.
Punção subaracnóidea com agulha ponta de lápis calibre 27 G através da agu-
lha de peridural.
Injeção de 1-2 ml de sufentanil (5-10 µg) + 0,3 ml de morfina (60 µg) nos casos em
que o trabalho de parto esteja com cérvico dilatação < 4 cm em especial nas primigestas.
Injeção de 0,5 ml de bupivacaína 0,5% hiperbárica (2,5 mg) + 0,3 ml de morfina (60 µg)
+ 1 ml de sufentanil (5µg) ou 0,5 ml de fentanil espinhal (25 µg) nos casos de trabalho de
parto já bem estabelecidos com cérvico dilatação > 4 cm em primigestas ou em multíparas.
Retirada da agulha de raqui e passagem do cateter de peridural em direção
cefálica e fixação do mesmo.
Manter paciente em decúbito dorsal horizontal com deslocamento uterino con-
tínuo para esquerda e para cima durante os primeiros 10 minutos após indução
anestésica e a seguir decúbito lateral esquerdo.
Quando em decúbito dorsal horizontal para exames, manter deslocamento ma-
nual do útero para esquerda e para cima (evitando compressão aorto-cava).
Após 30 minutos da indução anestésica, iniciar infusão de solução anestésica
(*) de bupivacaína 0,05% com epinefrina + sufentanil 0,25 µg.ml-1 ou 2,5 µg.ml-1 de
fentanil espinhal na velocidade de 10 ml.h-1 através de bomba de infusão contínua
ou bolus de 5 ml a cada 30 minutos até o nascimento.

Preparo da solução anestésica para infusão (*)

2 ml de bupivacaína 0,5% com epinefrina.


1 ml (50 µg) de fentanil espinhal ou 1 ml (5 µg) de sufentanil.
17 ml de água destilada ou solução fisiológica.
Analgesia para Parto Vaginal - 19
Caso necessário ajustar a analgesia, administrar bolus de 2-3 ml de bupivacaína
0,5% com epinefrina via peridural até alívio da dor somente 20 minutos após a
indução anestésica.
Manter infusão de ocitocina durante o trabalho de parto conforme orientação do
obstetra
Após o nascimento e a dequitação placentária, manter infusão de solução de
ringer lactato (500 ml) + 10 U.I. de ocitocina (40 gotas.minuto-1).
Antibioticoterapia a critério médico.
Ao término do procedimento 0,2 mg de metilergometrina (Methergim®) ou
0,2 mg de ergometrina (Ergotrate®) IM (quando não houver contra-indica-
ção).
Após o término da cirurgia, 2 g de dipirona IV + 75 mg de diclofenaco IM
profundo na região glútea ou 100 mg de cetoprofeno IV diluído em 100 ml de
solução cristalóide.

Analgesia combinada Raqui-peridural


Punções Separadas

Lavar as mãos.
Paciente sentada na posição de “yoga”.
Anti-sepsia da região lombar com solução de clorexidine alcoólica ou álcool
70% ou álcool iodado.
Anestesia da pele e subcutâneo com lidocaína sem epinefrina.
Punção entre L2-L3 ou L3-L4 e identificação do espaço peridural para passa-
gem do cateter em direção cefálica.
Punção subaracnóidea com agulha ponta de lápis calibre 27 G no interespaço
logo abaixo ao da punção peridural.
Injeção de 1-2 ml de sufentanil (5-10 µg) + 0,3 ml de morfina (60 µg) nos casos
em que o trabalho de parto com cérvico dilatação < 4 cm em especial nas primigestas
Injeção de 0,5 ml de bupivacaína 0,5% hiperbárica (2,5 mg) + 0,3 ml de morfina (60
µg) + 1 ml de sufentanil (5µg) ou 0,5 ml de fentanil espinhal (25 µg) nos casos de
trabalho de parto já bem estabelecidos com cérvico dilatação > 4 cm em primigestas
ou em multíparas.
Manter paciente em decúbito dorsal horizontal com deslocamento uterino con-
tínuo para esquerda e para cima durante os primeiros 10 minutos após indução
anestésica e a seguir decúbito lateral esquerdo.
Quando em decúbito dorsal horizontal para exames, manter deslocamen-
to manual do útero para esquerda e para cima (evitando compressão aorto-
cava).
Após 30 minutos da indução anestésica, iniciar infusão de solução anestésica
(*) de bupivacaína 0,05% com epinefrina + sufentanil 0,25 µg.ml-1 ou 2,5 µg.ml-1 de
fentanil espinhal na velocidade de 10 ml.h-1 através de bomba de infusão contínua
ou bolus de 5 ml a cada 30 minutos até o nascimento.
20 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Preparo da solução anestésica para infusão (*)

2 ml de bupivacaína 0,5% com epinefrina.


1 ml (50 µg) de fentanil espinhal ou 1 ml (5 µg) de sufentanil.
17 ml de água destilada ou solução fisiológica.

Caso necessário ajustar a analgesia, administrar bolus de 2-3 ml de bupivacaína


0,5% com epinefrina via peridural até alívio da dor somente 20 minutos após a
indução anestésica.
Manter infusão de ocitocina durante o trabalho de parto conforme orientação
do obstetra.
Após o nascimento e a dequitação placentária, manter infusão de solução de
ringer lactato (500 ml) + 10 U.I. de ocitocina (40 gotas.minuto-1).
Antibioticoterapia a critério médico.
Ao término do procedimento 0,2 mg de metilergometrina (Methergim®) ou 0,2
mg de ergometrina (Ergotrate®) IM (quando não houver contra-indicação).
Após o término da cirurgia, 2 g de dipirona IV + 75 mg de diclofenaco IM
profundo na região glútea ou 100 mg de cetoprofeno IV diluído em 100 ml de
solução cristalóide.

Analgesia para Parto Vaginal - 21


22 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Analgesia Pós-Operatória - Adultos

Emily Santos Montarroyos*


Mauro Rodrigues Araújo**

* Especialização em Anestesiologia pelo Instituto Penido Burnier - Campinas-SP


Especialização em Terapia da Dor pelo Hospital do Câncer A.C.Camargo - São Paulo-SP
Especialização em Acupuntura Médica pela Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA) - São Paulo-SP
** Especialização pelo CET Integrado da Campinas.
Certificado em área de atuação em Dor/AMB
Via Venosa Apresentação Dose Dose em Bolus Intervalo
Nalbufina 10mg/ml 0,1 – 0,3mg/kg 1 – 5mg 4/4h, 6/6h, 8/8h
Tramadol 50mg/ml 0,5 – 1,0mg/kg 10 – 50mg 4/4h, 6/6h, 8/8h
Fentanil 50mcg/ml 1,0 – 2,0mcg/kg 20 – 100mcg 1xdia, 12/12 h
Morfina 10mg/ml 0,08 – 0,12mg/kg 0,5 – 3,0mg 3/3h, 4/4h,
6/6h, 8/8h,
12/12h e 1xdia
Metadona 10mg/ml 0,1 a 0,2mg/kg 0,5 – 3,0mg 4/4h, 6/6h,
8/8h, 12/12h e
1x dia
Doses variam conforme o paciente (idade, comorbidades e uso prévio de opióides)

Via Venosa (PCA) Dose Infusão Dose em Intervalo de


Inicial Contínua Bolus Segurança
Fentanil (10mcg/ml) 50 a 100mcg 25mcg/h 15mcg 10 min
Morfina (0,2mg/ml) 0,5 – 1,0mg 1mg/h 0,5 mg/h 5 -20 min
Tramadol (2mg/ml) 50mg 10mg/h 5mg 6 – 10 min

Via Neuroeixo Apresentação Dose Intervalo


Fentanil 100mcg/2ml 20 – 30mcg (BSA) Dose única
25 -100mcg (BPD) 4 a 6h (bolus catéter PD)
Morfina 0,2mg/ml 0,05mg – 0,2mg Dose única
2mg/2ml (BSA) 4/4h, 6/6h, 8/8h,
0,5 a 2mg (BPD) 12/12h,1xdia
(bolus catéter PD)
Sufentanil 50mcg/ml 2,5 – 5mcg (BSA) 4/4h, 6/6h
25 - 100mcg (BPD) (bolus catéter PD)
Via Intra- Apresentação Dose Intervalo
articular
Fentanil 100mcg/2 ml 1,0 – 2,0mcg/kg 1xdia
Morfina 0,2mg/ml, 2mg/ml, 0,08 – 0,12mg/kg 1xdia
10mg/ml
Bloqueios Apresentação Dose Intervalo
(Plexo Braquial,
Gânglio
Estrelado e
Venoso Regional)
Fentanil 100mcg 1,0 – 2,0mcg/kg 1xdia

24 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Via Subcutânea Apresentação Dose Intervalo
Nalbufina 10mg/ml 0,1 – 0,3mg/kg 4/4h, 6/6h, 8/8h
Tramado l 50mg/ml 0,5 – 1,0mg/kg 4/4h, 6/6h, 8/8h
Morfina 10mg/ml 0,08 – 0,12 mg/kg 4/4h, 6/6h, 8/8h
Via Intra-muscular* Apresentação Dose Intervalo
Nalbufina 10mg 0,1 – 0,3mg/kg 4/4h, 6/6h, 8/8h
Tramado l 50mg, 100mg 0,5 – 1,0mg/kg 4/4h, 6/6h, 8/8h
Fentanil 10mg, 20mg 1,0 – 2,0mcg/kg 1xdia, 12/12 h
Morfina 10mg, 30mg, 60mg 0,08 – 0,12 mg/kg 4/4h, 6/6h, 8/8h
* Deve ser evitada.

Coadjuvantes Apresentação Via Dose Intervalo


Cetamina 50mg/ml PD 5 – 100mg/dia
SC 50 – 450mg/dia
EV 50 – 450mg/dia *
(bolus 0,1mg/kg e
infusão contínua
0,2 – 0,3 mg/kg/h
Clonidina 150mg/ml EV 2 – 6 mcg/kg
0,100mg,0,150mg,
0,200mg VO 3 – 4mcg/kg
150mg/ml PD 2 – 4 mcg/kg Dose única
150mg/ml IT 15 - 45 mcg
Carbamazepina 200mg, 400mg VO 200 – 800mg/dia 8/8h, 12/12 h
Gabapentina 300mg, 400mg, VO 300 – 1200mg/dia 6/6h,
600mg 8/8h,12/12h
Amitriptilina 25mg, 50mg VO 12,5 – 75mg/dia 12/12h, 1x
noite

* O intervalo sofre variação de acordo com a analgesia obtida e presença de


efeitos colaterais.

Analgesia Pós-Operatória - Adultos - 25


Via Oral Apresentação Intervalo* Dose Máxima
Diäria
Codeína 30mg, 3mg/ml 4/4h, 6/6h, 8/8h 720mg
Tramadol 50mg, 100mg, 4/4h, 6/6h, 8/8h 600mg
100mg/ml
Oxicodona 10mg, 20mg 12/12 h, 1xdia **
Morfina 10mg, 30mg, 60mg, 4/4h, 6/6h, 8/8h,
10mg/ml 12/12h, 1xdia **
Metadona 5mg, 10mg 4/4h, 6/6h, 8/8h,
12/12h, 1xdia **
Codeína + 7,5mg, 30mg + 4/4h, 6/6h, 8/8h 360mg
Paracetamol 500mg
Codeína + Diclofenaco 50mg + 50mg 8/8h 150mg
sódico
Tramadol +
Paracetamol 37,5 + 325mg 4/4h, 6/6h, 8/8h 300mg
Morfina de LC 30mg, 60mg, 100mg 1xdia, 12/12h **

* O intervalo entre as doses pode ser menor no início do tratamento e aumentar com a melhora
da dor.
** A dose máxima diária depende de eficácia e efeitos colaterais.
A via oral está indicada na fase de redução de dose das outras vias

Aine* Apresentação Dose Intervalo


Diclofenaco 75 mg/2ml 150mg/dia IM 12h/12h
Cetorolaco 30mg/ml 90mg/dia 8h/8h, 12/12h
60mg/ml
Cetoprofeno 100mg/frasco 200mg/dia diluído 12h/12h
em 100ml de soro EV
Tenoxicam 20mg/frasco 40mg/dia diluído em 24h
40mg/frasco 100ml de soro EV
Parecoxibe 20mg 40mg/dia diluído em 12h/12h, 24h
40mg 100ml de soro EV
Dipirona 500mg/ml 30mg/kg/dose 6h/6h, 8/8h
Paracetamol 750mg/cp 750mg 6/6h, 8h/8h

* As contra-indicações e os efeitos colaterais devem ser respeitados e bem avaliados.


A via oral está indicada tão logo seja possível.

26 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Analgesia Pós-Operatória - Adultos - 27
Dicas importantes

• O sucesso da analgesia depende da equipe multidisciplinar (Médicos, enfer-


meiros, auxiliares, familiares e administradores).
• A melhor técnica analgésica é a terapia balanceada, assim obteremos melhor
controle da dor com menor incidência de eventos adversos (Analgesia
Multimodal).
• A combinação de mais de um tipo de opióide na mesma prescrição deve ser
evitada sempre.
• Vias de administração diferentes, aumentam a insegurança do mesmo medica-
mento.
• A presença de nocicepção ativa reduz o surgimento de efeitos colaterais.
• Dose e frequência devem ser estabelecidas de maneira individual sempre.
• A necessidade de opióide é dinâmica e na analgesia pós-operatória, segue
padrão decrescente na Escada Analgésica /OMS.
• Avaliar e diagnosticar o comportamento doloroso é fundamental na recupera-
ção pós-operatória (Dor – 5º. Sinal vital).

28 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Analgesia Pós-Operatória -
Pediátrico

Luciana Cavalcanti Lima*


Ana Cintia Carneiro Leão**

* Mestre em saúde materno-infantil-IMIP


Presidente da Sociedade de Anestesiologia de Estado de Pernambuco
** Membro do Comitê de Anestesia Pediátrica da SBA
Diretora Científica da SAEPE
Técnicas de Analgesia

Bloqueios periféricos e loco-regionais

Infiltração de ferida operatória (bupivacaína 0,125-0,25 % ou ropivacaína 0,2%)


Bloqueio ilioinguinal e iliohipogástrico (5ml- bupivacaína 0,25% ou ropivacaína 0,2%).
Bloqueio do nervo dorsal do pênis (1-3 ml de bupivacaína 0,25% SEM
VASOCONSTRICTOR).
Boqueio de plexo braquial ( 0,6 ml/ Kg de bupivacaína 2-3mg/ Kg ou ropivacaína
2-4mg/ Kg).

Bloqueio neuroaxial

Espinhal (bupivacaína 0,3-0,5 mg/ Kg).


Epidural: caudal, lombar ou torácica (bupivacaína 2-3mg/ Kg ou ropivacaína 3-
4mg/ Kg).
Drogas adjuvantes: morfina epidural 0,03-0,05 mg/ Kg.
morfina espinhal 7mg/Kg em • 3anos e 10µg/Kg em > 3
anos
clonidina 2 µg/ Kg
cetamina 0,5 mg/ Kg

Analgesia sistêmica

Intermitente contínua ou controlada pelo pacinte (PCA).

Analgésicos não opióides

Acetaminofeno 20 mg/ Kg via oral de 12/12h no pré-termo, 8/8h até 3 mêses e


até 4/4h em > 3 mêses.
Dipirona 20-30 mg/ Kg de 6/6h por via retal ou endovenosa.
Cetorolaco (para > 2 anos) 0,5-1mg/kg até 30 mg 12/12h , 8/8h ou 6/6h durante
2 dias no máximo.
Diclofenaco ( para > 1 anos) 1-2 mg/ Kg de 8/8h por via retal

Analgésicos opióides

Tramadol 1-2 mg/ Kg de 6/6h por via endovenosa.


Morfina 0,05- 0,2 mg/ Kg endovenosa até 4/ 4h.
PCA 1mg/Kg de morfina em 50 ml de SF0,9% até máximo de 50mg/50ml
0- 1 mês ————— 4µg/Kg/h = 0,2 ml/h
1- 3 mêses ———— 10µg/Kg/h = 0,5 ml/h
> 3 mêses ———— - 20µg/Kg/h = 1 ml/h
30 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Situações Especiais

Ambulatoria: opióide “FREE”


Dor fraca: acetaminofeno 20 mg/Kg de 12/ 12 h.
Dor forte: morfina 0,05 mg/ Kg endovenosa ou 0,02 mg/ Kg/h em infusão contínua.

Referências
1 . Rober t Su¨ mpelmann and Sinikka Mu¨ nte - Postoperative analgesia in infants and
children. Current Opinion in Anaesthesiology 2003, 16:309–313.
2 . Martin J¨ohr - Postoperative pain management in infants and children: new developments.
Current Opinion in Anaesthesiology 2000, 13:285±289.
3 . Brenda Golianu and Gregor y B. Hammer - Pain management for pediatric thoracic
surger y. Current Opinion in Anaesthesiology 2005, 18:13–21.
4 . Jean-Xavier Mazoita and Bernard J. Dalens - Ropivacaine in infants and children. Current
Opinion in Anaesthesiology 2003, 16:305–307
5 . Kahoru Nishina and Katsuya Mikawa - Clonidine in paediatric anaesthesia. Current
Opinion in Anaesthesiology 2002, 15:309±316
6 . Per-Arne Lonnqvist and Neil S. Mor ton - Paediatric day-case anaesthesia and pain
control. Current Opinion in Anaesthesiology 2006, 19:617–621.
7 . Katri Hamunen, Eija Kalso - A systematic review of trial methodology, using the placebo
groups of randomized controlled trials in paediatric postoperative pain. Pain 116
(2005) 146–158.
8 . P.-A. Lo¨nnqvist and N. S. Mor ton -Postoperative analgesia in infants and children.
British Journal of Anaesthesia 95 (1): 59–68 (2005)

Analgesia Pós-Operatória - Pediátrico - 31


32 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Anestesia no Obeso Mórbido

Raimundo Rebuglio*
Fernando Antonio Nogueira da Cruz Mar tins**
Rodolfo de Melo Rebuglio***

Cálculo da Dosagem de Fármacos em Obesos Mórbidos

Drogas PCI : ALT(CM)- 105/ : ALT-100 PCC: PCI + [0,4 X (PT-PCI)]


Succinilcolina X
Propofol Indução X
Propofol
Manutenção X
Fentanil X
Remifentanil X
Atracúrio X
Cisatracúrio X
Vecurônio X
Rocurônio X

*PCI: Peso Corporal Ideal/ PCC: Peso Corporal Corrigido/ PT: Peso Total

* Instrutor Co-Responsável Hospital Benef. Portuguesa de São Paulo


Presidente da SBA 1999
** Mestre e Doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da Univ. de São Paulo; Membro da Comissão Cien-
tífica SAESP; Co-responsável pelo CET do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
*** Médico em Especialização
34 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Anestesia no Obeso Mórbido - 35
36 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Antisepsia para Bloqueios
Neuroaxiais

Rogério Luiz da Rocha Videira*

Roupa exclusiva do centro cirúrgico


Gorro
Máscara facial (boca + nariz)

A mão está visivelmente suja?

Lavar com Esfregar as mãos


sabão comum com álcool gel 70-80 %

Lavar as mãos com


antisséptico degermante*
durante 1 minuto,
enxaguar e secar com
compressa estéril

*PVPI ou clorexidina em almotolia individual

* Médico Supervisor da Equipe de Emergência do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina Universidade SP
Médico da UNIFESP
Diretor Científico SAESP 2006/2007
Título Superior em Anestesiologia

08 - Antisepsia para Bloqueios Neuroaxiais.p6537 23/11/2007, 17:31


Será introduzido cateter?

Vestir avental estéril Usar luva estéril

Aplicar anti-séptico alcoólico*


3 x na região a ser manipulada

Usar material de punção descartável

Usar preferencialmente medicações


embaladas de forma estéril,
após verificação da validade e integridade

Referências

1 . Hepner, David L. M.D. Gloved and Masked-Will Gowns Be Next?: The Role of Asepsis
during Neuraxial Instrumentation. Anesthesiology. 2006;105:241-243.
2 . Videira RLR, Ruiz-Neto PP, Brandao Neto M. Post spinal meningitis and asepsis Acta
Anaesth Scand 2002;46:639-646

38 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia

08 - Antisepsia para Bloqueios Neuroaxiais.p6538 23/11/2007, 17:31


Arritmias Cardíacas

Carlos Henrique Vieira*


Chrislaynne Florêncio de Sousa**

Algoritmo de Taquicardia com Pulso

* Instrutor do CET do Hospital das Clínicas da UFG, anestesiologista do Centro de Estudos de Anestesia de
Goiânia.
** ME-3 do CET do Hospital das Clínicas da UFG
Algoritmo de Bradiarritmias

40 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Arritmias Cardíacas - 41
42 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Avaliação da Função Renal

Pedro Thadeu Galvão Vianna*

1 . Avaliação pré-anestésica:

1.1 . Creatinina plasmática (PCr) > 1,4 mg/dl-1 (suspeita de Insuficiência renal).
1.2 . Cistatina C plasmática (no adulto, valores normais de 0.53 a 0.95 mg.L-1).
1.3 . Ritmo de Filtração Glomerular (RFG) estimado.

1.3.1. Fórmula de CG (Cockcroft-Gault ).


RFG (ml.min-1) estimado= 140 – idade x peso corporal/72 x PCr x 0.85 (se for mu-
lher).
1.3.2. Fórmula da MDRD (Modification of Diet in Renal Desease ou Modificação
da Dieta na Doença Renal).
RFG (ml.min-1) estimado =170 x (Pcr)-0.999 x (idade)-0.176 x [0.762, se a paciente for
do sexo feminino] x [1.18, se o paciente for da raça negra] x [uréia]-0.17 x
[albumina]+0.318.
1.3.3. Fórmula de Larsson para cistatina C
RFG (ml.min-1) estimado = 77.24 x [cistatina C-1.2623 (mg.L-1)].
1.3.4. Recomendações1:

1.3.4.1 . O resultado da PCr deve ser substituído pelo RFG estimado.


1.3.4.2 . Registrar os valores acima de 60 mL.min-1 (função renal normal),
como:
> 60 mL.min-1.
1.3.4.3 . Valores < 60 mL.min-1 devem serem expressos nos seus verdadeiros
valores, exemplo: 29,7 mL.min-1.

2 . Avaliação Intra-operatória da função renal.

2.1 . Avaliar a diurese. Oligúria <0,5 ml.min-1.

* Professor Titular do Deptº de Anestesiologia da Fac. de Medicina de Botucatu - UNESP


Responsável pelo CET do Deptº de Anestesiologia da Fac. de Medicina de Botucatu
Presidente da Comissão de Educação Continuada da SBA
Responsável pelo CET
Presidente da SBA ano 2000
2.2 . Diagnóstico diferencial da oligúria na Insuficiência pré- renal ou na renal:

Pré-renal Renal

Densidade (refratômetria) 1,020 1,010

Osmolaridade ( mOsm.L-1) >500 >300

Sódio Urinário- U Na+ - (meq.L-1) <20 <40

Relação U Na+ / UCr <10 >10

Excreção Fracionária de Sódio = U Na+ x Pcr/ Ucr x PNa+ <1 >2


Proteínas PBM (proteínas de baixo peso molecular) Baixo Alto

Enzimas (N-acetil-glucosaminidade, fosfatase alcalina,


gamaglutamil transpeptidade) Baixo Alto

3 . Avaliação Pós-operatória da função renal – Classificação da Insuficiência Renal


Aguda ( IRA) – RIFLE.

RFG Débito urinário

Risco (Risk) 1,5 x Pcr <0,5.mL.kg-1.h-1 . 6 h

Lesão (Injury) 2.0 x Pcr <0,5.mL.kg-1.h-1 . 12 h

Falência (Failure) 3,0 x Pcr <0,3.mL.kg-1.h-1 . 24 h

Perda (Loss) IRA por


4 semanas

Doença Renal Terminal (End-stage IRA por


renal mais de
disease) 3 meses

Referências

1 . Meyers GL, Miller WG, Coresh J et al. Recomendations for improving serum creatinine
measurement: A repor t from the laborator y working group of the National Kidney
Disease Education Program. Clin Chem 2006; 52: 5-18

44 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Avaliação do Risco Cardíaco em
Cirurgia Não-Cardíaca

Florentino Fernandes Mendes*


Ana Luft**

* Responsável pelo CET-SBA-MEC-FCMPA


Doutor em Medicina pela FCMSCSP
** Anestesiologista
Mestranda em Medicina pela FFFCMPA
Quadro 1 - Extratificação do risco cardiovascular * para cirurgias não-cardíacas

Elevado Intermediário Baixo**


Risco > 5% Risco < 5% Risco < 1%
Cirurgia de emergência Endarterectomia de Procedimento
extensa, especialmente no carótida, cirurgia de endoscópico
idoso cabeça e pescoço
Cirurgia de aorta e Cirurgia intraperitonial Procedimentos
vasculares extensas ou intratorácica superficiais
Vasculares periféricas Ortopédicas Catarata
Cirurgias prolongadas com Próstata Mama
grande mobilização de
líquidos e ou perda
sangüínea.

* Incidência combinada de morte e IAM não-fatal.


** Geralmente não necessitam de exames cardiovasculares específicos.

Quadro 2 - Preditores clínicos de aumento do risco cardiovascular perioperatório


(IAM, ICC, morte)
Maiores Intermediários Menores
IAM < 7 dias ou Angina leve Classe I e Idade avançada
recente (7 a 30 dias), II Classificação (> 70 anos)
com evidências de alto Canadense
risco, sintomas a teste
não-invasivo
Angina grave ou
instável
Insuficiência cardíaca Infarto antigo (história Hipertrofia de VE
descompensada ou onda Q patológica) Bloqueio de ramo
Valvulopatia grave esquerdo.
Alterações ST
BAV de alto grau. Insuficiência cardíaca Ritmo cardíaco
Arritmias prévia ou compensada diferente do sinusal,
ventriculares sintomá- com fibrilação atrial
ticas com cardiopatia
subjacente Diabetes Melito Baixa capacidade
(particularmente funcional
Arritmias insulino dependente)
supraventriculares
com freqüência Insuficiência renal História de acidente
ventricular não Creatinina > 2mg/dL vascular cerebral
controlada
Doença vascular Hipertensão arterial
periférica sistêmica não-
controlada

46 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Quadro 3 - Estado funcional quanto a atividade física
(equivalente metabólico – MET)

Equivalente Metabólico (MET) Tipo de Atividade


Excelente (> 7 MET) Pratica futebol, natação, tênis,
corrida curtas distâncias
Moderada (4 a 7 METs) Caminhada com velocidade 6,4
Km/h
Ruim (< 4 METs) Pouca atividade, caminhadas
curtas (2 quadras) com veloci-
dade no máximo de 4,8 Km/h

MET – O consumo de oxigênio (VO2) de um homem de 40 anos, com 70Kg em repouso é de


3,5ml/Kg, ou o correspondente a 1 MET.

Avaliação do Risco Cardíaco em Cirurgia Não-Cardíaca - 47


48 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Quadro 4 – Classificação das recomendações e evidência científica

Classe Descrição
I Existem evidências que o tratamento é benéfico e efetivo
IIa Existem evidências conflitantes, ou divergência de opiniões
sobre uso / eficácia do tratamento – II. O peso das evidências /
opiniões é favorável ao uso / eficácia – a
IIb O uso / eficácia é menos bem estabelecido por evidência / opi-
niões - b).
III Existem evidências, ou concordância, que o procedimento /
tratamento não é efetivo / não deve ser usado e, em alguns
casos, pode ser prejudicial

Uso de betabloqueadores para prevenção de eventos cardíacos em cirurgias não-


cardíacas

Classe Descrição
I · Pacientes que estão recebendo betabloqueadores para o tratamen-
to de angina, arritmias sintomáticas, hipertensão ou outras ACC/
AHA indicações Classe I.
· Pacientes submetidos à cirurgia vascular, com alto risco para
achados de isquemia em testes pré-operatórios.
IIa · Pacientes submetidos à cirurgia vascular nos quais a avaliação
pré-operatória identificou doença coronariana.
· Pacientes submetidos à cirurgia vascular que apresentam alto ris-
co cardíaco (fatores de risco maiores e intermediários).
· Pacientes que, durante a avaliação pré-operatória, apresentam
doença coronariana ou alto risco cardíaco (fatores de risco maio-
res e intermediários) e que são submetidos a procedimentos maio-
res ou intermediários.
IIb · Pacientes que são submetidos a procedimentos maiores ou interme-
diários, incluindo cirurgia vascular, e que apresentam risco interme-
diário definido pela presença de um único fator clínico de risco.
· Pacientes submetidos à cirurgia vascular que apresentam baixo
risco cardíaco e que não estão em uso de betabloqueadores.
III · Pacientes submetidos a cirurgias que apresentam contra-indica-
ções absolutas ao betabloqueio

Referências

1 . Eagle KA, Berger PB, Calkins H, et al. ACC/AHA guideline update on perioperative
cardiovascular evaluation for noncardiac surger y a report of the American College of
Cardiology / American Hear t Association task force on practice guidelines. Anesth
Analg 2002;94:1052–1064.
2 . Fleisher LA, Beckman JA, Brown KA, et al. ACC/AHA 2006 guideline update on
perioperative cardiovascular evaluation for noncardiac surger y: focused update on
perioperative beta-blocker therapy a repor t of the American College of Cardiology /

Avaliação do Risco Cardíaco em Cirurgia Não-Cardíaca - 49


American Hear t Association Task Force on practice guidelines (Writing Committee to
Update the 2002 Guidelines on Perioperative Cardiovascular Evaluation for Noncardiac
Surger y). JACC 2006;47: 2343–2355.

50 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Avaliação do Risco Neurológico

Leopoldo Palheta Gonzalez*

Abertura ocular Resposta Verbal Resposta motora

1. Nenhuma 1. Nenhuma 1. Sem resposta.


2. Somente a dor 2. Incompreensível 2. Extende membros à dor.
3. Ao comando verbal 3. Inapropriadas, 3. Flete membros à dor.
desconexa
4. Espontânea 4. Confusa. 4. Retirada a dor.
5. Orientado. 5. Localiza a dor.
6. Obedece comandos.

Escala de Glasgow

Abertura ocular Resposta Verbal Resposta motora

1. Ausente. 1. Ausente. 1. Sem resposta.


2. Presente somente 2. Inconsolável, agitado. 2. Extende membros à dor.
em resposta a dor.
3. Ao comando verbal. 3. Inconsitentemente 3. Flete membros à dor.
consolável.
4. Espontânea. 4. Chora mas consolavel. 4. Retirada a dor.
5. Sorri, interativo ao meio. 5. Localiza a dor.
6. Obedece comandos.

Escala de Glasgow modificada para pediatria


Trauma Cerebral:
ECG > 13 – trauma leve.
ECG 9 – 12 – Trauma moderado
ECG < 9 - Trauma severo

* TSA
Corresponsavel pelo CET Hosp. Getulio Vargas - Manaus/AM
Presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado do Amazonas.
Professor da Disciplina de Anestesiologia da Universidade do Estado do Amazonas.
Hemorragia Subaracnoidea não traumática - Escala de Hunt and Hess
Descrição Grau
Assintomático, cefaléia leve, leve rigidez de nuca 1
Cefaleia Moderada, rigidez de nuca, ausência de déficit neurológico
além de paralisia neuronal. 2
Sonolência, confusão mental, déficit neurológico focal 3
Estupor, moderada a severa hemiparesia 4
Coma, descerbração 5

Sedação - Escala de Ramsay

Estado Mental
Ansioso e agitado 1
Cooperativo e tranquilo 2
Responde somente a comandos 3
Discreta resposta ao estimulo glabelar ou a comandos a alta voz 4
Difícil resposta ao estimulo glabelar ou a comandos a alta voz 5
Ausência total de resposta 6

Monitorização

Pressão de Perfusão cerebral (PPC) = PAM - PIC

Onde
PAM =Pressão Arterial Média.
PIC = Pressão Intracraniana.

Consumo Cerebral de Oxigênio (CMRO2)= FSC x (CaO2-


CvO2)

Fluxo Sanguíneo Cerebral = PPC - RVC

Onde
FSC = fluxo sanguíneo Cerebral Valores Normais:
iEO2 = índice de extração de oxigênio. 3,5 ml/100mg/min (50 ml/min).
SaO2= Saturação arterial de Oxigênio.

Onde
PPC = Pressão de Perfusão Cerebral Valores Normais:
RVC = Resistência Vascular Cerebral 50 ml/100g/min (700 ml/min)

52 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Avaliação do Risco Pulmonar

José Eduardo de Oliveira Lobo*


Carlos Gustavo Favre Drummond**
Leandro Bueno Mamari***

VEF1 – VOLUME EXPIRATÓRIO FORÇADO NO PRIMEIRO SEGUNDO


DLCO – CAPACIDADE DE DIFUSÃO DE MONÓXIDO DE CARBONO
VO2 – CONSUMO DE OXIGÊNIO

* Título Superior em Anestesiologia/SBA


** Título de Especialista em Anestesiologia - SBA/AMB
*** Médico em Especialização
54 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Bloqueio Anestésico em Uso de
Anticoagulantes

Ricardo Marinho Teixeira*


Luis Gabriel Fernandéz Turkowski**

Bloqueios neuroaxiais devem ser evitados em pacientes com anticoagulação


oral plena com antagonistas de vitamina K. Quando for a técnica de escolha, a
reversão do INR deve estar documentada. Reversão do INR não documentada em
paciente anticoagulado é contra-indicação absoluta de bloqueio neuroaxial.

* Anestesiologista
TEA Soc. Brasileira de Anestesiologia
Título Superior de Anestesiologia
Co-responsável CET do Hospital Evangélico de Londrina
** Hematologista e Hemoterapêuta
Membro da Soc. Brasileira de Hematologia e Hemoterapia.
Médico efetivo do Hosp. Evangélico de Londrina.
Medicações que interfiram com outros componentes da hemostasia podem
potencializar os riscos, sem alterar o INR. (AAS, AINH, ticlopidina, clopidogrel,
heparina não-fracionada e HBPM).
Depois de retirado o cateter recomenda-se o exame neurológico, testando as
funções sensitivas e motoras, por pelo menos 24 horas. Deve-se escolher a solu-
ção analgésica de menor bloqueio sensorial e motor.

Bloqueios Neuroaxial em Pacientes e Uso de


Heparinas de Baixo Peso Molecular (HBPM)

· A retirada dos cateteres deve ser considerada como uma nova punção.
· Não está indicado o uso de Protamina para a reversão das HBPM.

56 - Manual de Algoritmos e Fórmulas úteis em Anestesiologia


Bloqueio Peridural com Corticóide
Para Hérnia de Disco

Guilherme Antonio Moreira de Barros*


Lino Lemonica**

*
Professor Doutor da Disciplina de Terapia Antálgica e Cuidados Paliativos do Departamento de Anestesiologia
da Faculdade de Medicina da Unesp, Botucatu – SP.
**
Professor Livre Docente da Disciplina de Terapia Antálgica e Cuidados Paliativos do Departamento de Aneste-
siologia da Faculdade de Medicina da Unesp, Botucatu – SP.
58 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Bloqueio Peridural com Corticóide Para Hérnia de Disco - 59
“Red flags”

Fratura de coluna: RX simples de coluna Suspeito? Especialista

B
Câncer ou infecção: Hemograma, VHS e urina I (eventualmente RX, TC, RNM,
ou outros exames laboratoriais) Suspeito? Especialista

B
Cauda eqüina ou outra perda neurológica rapidamente progressiva: Con-
sulta URGENTE com especialista

Corticóide sistêmico

Via oral, ou injetável, durante uma semana. Ex.: acetato de dexametasona 4mg
injetável – 1 ampola intramuscular/dia, em dias alternados, no total de três ampolas.

Exame de Imagem

Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância nuclear magnética (RNM):


Presença de hérnia discal com radiculopatia associada. Exclui: listese, artrose, in-
fecções, tumores e outras alterações anatômicas.

Exame neurológico

Alterações compatíveis com a área dolorosa em pelo menos três dos parâmetros
a seguir: reflexos, sensibilidades (tato, temperatura, dor, propriocepção), força mus-
cular, claudicação e lasègue (para MMII).

Depo-Corticóide

Ex.: Uso bastante controverso na literatura! Metilprednisolona e triancinolona:


no máximo em quatro sessões de injeção peridurai, em solução de baixa concentra-
ções de anestésico local, p.ex. bupivacaína 0,125% em volume total de 10 ml.

Referências

1 . Maurits van Tulder, Annette Becker, Trudy Bekkering, Alan Breen, Maria Teresa Gil del
Real, Allen Hutchinson, Bar t Koes, Even Laerum, Antti Malmivaara. European Guidelines
for the Management of Acute Nonspecific Low Back Pain in Primary Care, 2004.
2 . Carmel Armon, Charles E. Argoff, Jeffrey Samuels, Misha-Miroslav Backonja. Assessment:
Use of epidural steroid injections to treat radicular lumbosacral pain. Repor t of the
Therapeutics and Technology Assessment Subcommittee of the American Academy of
Neurology. Neurology, 68:723-9, 2007.
3 . William M Landau, Dewey A. Nelson. Correspondence to the Editor. Neurology, 69:614-
5, 2007.

60 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Cálculos Estatísticos Simples

Sérgio Bernardo Tenório*

Considerações sobre a estatística

• Todo estudo amostral objetiva obter informações que sejam válidas para toda
a população. Por exemplo, um estudo fictício objetiva saber se o uso de spray de
lidocaína na glote antes da intubação orotraqueal reduz a incidência de
laringoespasmo em crianças submetidas à adenoamigdalectomia.
Para isto um pesquisador seleciona dois grupos com 50 crianças a serem sub-
metidas à adenoamigdalectomia: o grupo A recebe spray e o grupo P nada. Nos
grupos A e B, respectivamente, 3 e 7 crianças desenvolveram laringoespasmo. Ao
leitor desta pesquisa interessa saber se estes resultados seriam aplicáveis aos
seus pacientes, para isto o pesquisador deve informar qual o resultado esperado
se o spray fosse aplicado a toda população de crianças submetidas a este tipo de
operação e nas mesmas condições da pesquisa. Há duas situações possíveis: o
spray não teria qualquer efeito se aplicado a toda população e esta diferença
amostral teria sido meramente casual ou o spray teria realmente efeito na profilaxia
do laringoespasmo e esta diferença retrata o que ocorreria na população.
• A estatística auxilia o pesquisador a fazer inferências a partir de estudos
amostrais utilizando a teoria das probabilidades.
• O pesquisador parte do pressuposto de que as populações são iguais (isto é,
com ou sem spray a incidência de laringoespasmo seria a mesma) e a estatística
calcula qual a probabilidade de que isto seja verdadeiro. Neste exemplo, a estatís-
tica calcula a probabilidade de se obter de modo aleatório duas amostras com 50
indivíduos de duas populações iguais e que tenham entre si diferença como a
encontrada no estudo amostral. Uma probabilidade pequena (p<5%) leva o pes-
quisador a afirmar que PROVAVELMENTE as populações devam ser diferentes e,
neste exemplo, isto seria devido ao tratamento com o spray. Por outro lado uma
probabilidade (p>5%) alta sugere que as populações são PROVAVELMENTE idên-

* Chefe do CET do HC- UFPr


Professor Adjunto da disciplina de Anestesiologia da UFPr
Médico do Hospital Pequeno Príncipe
ticas e, portanto, a diferença encontrada teria sido obra do acaso. A palavra prova-
velmente é apropriada porque um estudo amostral não permite conclusões absolu-
tas.
Sempre haverá chance de erro. Nas diferenças amostrais estatisticamente sig-
nificativas pode estar ocorrendo o erro tipo α (ao contrário das conclusões do
pesquisador, as populações podem ser iguais) e nas diferenças sem significância
estatística pode estar ocorrendo um erro tipo α (ao contrário da conclusão do
pesquisador, as populações podem ser diferentes). As probabilidades de estar
havendo um erro α é o próprio valor do p enquanto a probabilidade de ocorrência
do erro α deve ser calculada.
• Os testes estatísticos são distribuições de probabilidades, recursos utilizados
pela estatística para realizar estes cálculos probabilísticos.
• Pode haver diferentes testes estatísticos para uma mesma tarefa e que dão
resultados iguais. O auxílio de um profissional da área sempre é recomendável,
mesmo para os iniciados.

62 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Cálculos Estatísticos Simples - 63
64 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Cefaléia Pós-Punção Meningea

Eliana Marisa Ganem*

Modificado de Harrington BE3.

OBS:
*O tratamento conservador (medidas de suporte e farmacológicas) pode ser mantido por 24 a
48 h, dependendo da gravidade dos sintomas3.
#
O melhor momento para realização do “blood patch” para se obter sucesso no tratamento da
cefaléia parece ser 24 h após a punção5.
ºO segundo “blood patch” deve ser realizado pelo menos 24 h após o primeiro7.

* Profa Adjunta Livre Docente do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp
Tratamento Conservativo
Medidas de suporte: repouso no leito, hidratação intravenosa e antiinflamatórios
não esteroidais.
Medidas farmacológicas:
Cafeína – benzoato sódico de cafeína - 500 mg intravenoso ou 300 mg por via oral
– duas vezes ao dia.
Sumatriptan
Hormônio adrenocorticotrófico

Tratamento invasivo
- peridural com solução salina – volume 20 – 30 ml
OBS: alto índice de recorrência dos sintomas
- peridural com sangue autólogo – “blood patch”
· Volume – 10 a 20 ml de sangue estéril, no local ou abaixo do local da punção
· Repouso em decúbito dorsal horizontal por 2 horas
- peridural com outras soluções alternativas
· Dextran 40
· Hidroxietilstarch
· Gelatina

Cefaléia Pós-Punção Meningea

Tabela 1 - Quadro Clínico Clássico.


· História (provável ou confirmada) de punção meníngea
· Retardo do início de sintomas, geralmente dentro das 48 h
· Sintomas de natureza postural
· Cefaléia bilateral (frontal e/ou occipital)
· Possíveis sintomas associados
Vestibular: náusea, vômito, tontura
Coclear: perda da audição, hiperacusia, zumbido
Ocular: fotofobia, diplopia, dificuldade de acomodação visual
Rigidez muscular de pescoço e ombros2: dor escapular
Modificado1 .

66 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Tabela 2 - Classificação da gravidade da cefaléia pós-punção meníngea.

Leve - cefaléia postural com pequena restrição de atividades diárias


- sem necessidade de repouso ao leito
- sem sintomas associados
- cefaléia que restringe as atividades diárias
Moderada - necessidade de repouso parte do dia
- sintomas associados presentes ou não
- cefaléia grave
Grave - repouso no leito
- presença de sintomas associados
ou pela escala analógica visual ou verbal:
1 – 3 leve 4 – 6 moderada 7 – 10 grave

Modificado1 .

Tabela 3 - Diagnóstico Diferencial3.

Etiologia benigna
· Cefaléia não-específica (desidratação, ansiedade, hipoglicemia, abstinência de
cafeína)
· Exacerbação de cefaléia crônica
· Cefaléia hipertensiva
· Sinusite
· Hipotensão intracraniana espontânea
Etiologia grave
· Meningite
· Hematoma subdural
· Hemorragia subaracnóidea
· Trombose de seio venoso dural

Referências

1 . Lybecker H, Djernes M, Schmidt JF. Postdural puncture headache (PDPH): onset, duration,
severity, and associated symptoms. An analysis of 75 consecutive patients with PDPH.
Acta Anaesthesiol Scand, 1995; 39:605-612.
2 . Chan TM, Ahmed E, Yentis SM et al. Postpartum headaches: summar y report of the
National Obstetric Anaesthetic Database (NOAD) 1999. Int J Obstet Anesth, 2003;
12:107-112.
3 . Harrington BE. Meningea puncture headache. In: Neal JM, Rathmell JP. Complications
in regional anesthesia & pain medicine. 1st ed. Philadelphia: Saunders Elsevier, 2007,
pg. 75-87.
4 . Hendricks M, Stocks GM. Post-dural puncture headache in the parturient. Anaesth Int

Cefaléia Pós-Punção Meningea - 67


Care Med, 2007; 8:309-311.
5 . Gaiser R. Postdural puncture headache. Curr Opin Anaesthesiol, 2006; 19:249-253.
6 . Suldow C, Warlow C. Epidural blood patching for preventing and treating post-dural
puncture headache. Cochrane Database Syst Rev, 2001; 2:CD001791.
7 . Vilming ST, Kloster R, Sandvik L. When should an epidural blood patch be performed in
postlumbar puncture headache? A theoretical approach based on a cohor t of 79
patients. Cephalalgia, 2005; 25:523-527.

68 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Checklist no Aparelho de Anestesia

Oscar César Pires*


Irimar de Paula Posso**
Elton Constantino***

Procedimento de checagem deve ser realizado diariamente antes da primeira


utilização do aparelho e uma revisão breve antes de cada caso subseqüente.
As orientações devem ser adaptadas para atender diferenças entre os di-
versos equipamentos, assim como devem ser seguidas especificações do
manual do fabricante sobre características e precauções específicas.

Equipamento para Ventilação de Emergência


1 . Verificar a disponibilidade e funcionamento de equipamento para venti-
lação de emergência (Ambú).

Sistema de Alta Pressão


2 . Inspecionar os manômetros da tubulação central se fornecem pressão
entre 45 e 55 psig;
3 . Verificar se as mangueiras estão conectadas adequadamente.

* Professor Assistente da Disciplina de Farmacologia da Universidade de Taubaté - UNITAU


Responsável pelo CET do Hospital Municipal de São José dos Campos - SP
** Professor Associado da Disciplina de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
- USP
Professor Titular, Livre Docente da Universidade de Taubaté - UNITAU
*** Professor Assistente da Disciplina de Anestesiologia da Universidade de Taubaté - UNITAU
Responsável pelo Serviço de Anestsiologia do Hospital Universitário da UNITAU
Sistema de Baixa Pressão
4 . Fechar as válvulas de controle de fluxo e desligar os vaporizadores;
5 . Verificar o nível de enchimento e a vedação das tampas dos
vaporizadores;
6 . Acoplar uma “pêra de aspiração” à saída comum de gás;
7 . Comprimir várias vezes a pêra de aspiração até que fique colapsada;
8 . Verificar se a pêra permanece colapsada por pelo menos 10 segundos;
9 . Abrir um vaporizador de cada vez e repetir 7 e 8;
10 . Retirar a pêra e conectar a tubulação de saída comum de gás;
11 . Ligar a chave geral do aparelho e todos os outros equipamentos elétri-
cos necessários;
12 . Testar a integridade e o funcionamento de todos os fluxômetros e
flutuadores;
13 . Tentar criar uma mistura hipóxica com O2/N2O.

Sistema Ventilatório
14 . Calibrar o monitor de O2 (Oxímetro de linha) em 21% no ar ambiente;
15 . Instalar o sensor no circuito e liberar oxigênio direto para o sistema
respiratório;
16 . Verificar se o monitor mostra valor superior a 90%;
17 . Posicionar a chave seletora do sistema ventilatório no modo “bolsa”;
18 . Verificar se o circuito está sem obstrução;
19 . Verificar a quantidade e apresentação do absorvedor de CO2;
20 . Verificar a correta instalação dos acessórios do sistema respiratório;
21 . Fechar todos os fluxos de gás;
22 . Fechar a válvula de escape e ocluir a peça Y;
23 . Pressurizar o sistema com fluxo de O2 até 30 cmH2O;
24 . Assegurar que a pressão permanece em 30 cmH2O por pelo menos 10
segundos;
25 . Pressurizar o sistema com fluxo de O2 até 50 cmH2O;
26 . Abrir a válvula de escape e verificar a diminuição da pressão;
27 . Instalar uma segunda bolsa na peça Y;
28 . Regular os parâmetros do ventilador adequados ao próximo paciente;

70 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


29. Regular o fluxo de O2 em 500ml/min e zerar o fluxo de outros gases;
30. Ligar o ventilador no modo automático;
31. Verificar se o fole fornece volume adequado na inspiração e se a
bolsa esvazia completamente na expiração;
32. Verificar se o monitor de volume está compatível com os parâmetros
do ventilador;
33. Verificar o funcionamento das válvulas unidirecionais;
34. Passar a ventilação para o modo “manual” (Bolsa – APL);
35. Ventilar manualmente, sentir a resistência e complacência do circuito e
observar o enchimento e esvaziamento da bolsa (pulmões artificiais);
36. Retirar a bolsa da peça Y.

Monitores
Testar e regular os limites dos alarmes de todos os monitores.

Após Finalizar a Utilização do Aparelho


14 . Desligar os vaporizadores;
15 . Abrir a válvula de escape;
16 . Posicionar a válvula seletora em “Bolsa”;
17 . Zerar todos os fluxômetros.

Checklist no Aparelho de Anestesia - 71


CHECK-LIST RÁPIDO

Utilização do mesmo aparelho em casos subseqüentes

Sistema Ventilatório
1 . Posicionar a chave seletora do sistema ventilatório no modo “bolsa”;
2 . Verificar se o circuito está sem obstrução;
3 . Verificar a quantidade e apresentação do absorvedor de CO2;
4 . Verificar a correta instalação dos acessórios do sistema respiratório;
5 . Fechar todos os fluxos de gás;
6 . Fechar a válvula de escape e ocluir a peça Y;
7 . Pressurizar o sistema com fluxo de O2 até 30 cmH2O;
8 . Assegurar que a pressão permanece em 30 cmH2O por pelo menos 10
segundos;
9 . Pressurizar o sistema com fluxo de O2 até 50 cmH2O;
10. Abrir a válvula de escape e verificar a diminuição da pressão;
11. Instalar uma segunda bolsa na peça Y;
12. Regular os parâmetros do ventilador adequados ao próximo paciente;
13. Regular o fluxo de O2 em 500ml/min e zerar o fluxo de outros gases;
14. Ligar o ventilador no modo automático;
15. Verificar se o fole fornece volume adequado na inspiração e se a bolsa
esvazia completamente na expiração;
16. Verificar se o monitor de volume está compatível com os parâmetros
do ventilador;
17. Verificar o funcionamento das válvulas unidirecionais;
18. Passar a ventilação para o modo “manual” (Bolsa – APL);
19. Ventilar manualmente, sentir a resistência e complacência do circuito e
observar o enchimento e colabamento da bolsa (pulmões artificiais);
20. Retirar a bolsa da peça Y.

Referências

1 . Morrison J – FDA anesthesia apparatus checkout recommenda-tions,1993. .Am Soc


Anesthesiol Newsl 1994;58:25–8.
2 . Brockwell RC, Andrews J – Deliver y systems for inhaled anesthetics, in: Barash PG,
Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams
& Wilkins, 2006; 557-94.
3 . Morgan Jr GE, Mikhail MS, Murray MJ – Clinical Anesthesiology, 4th Ed, International
Edition, McGraw-Hill, 2006; 45-90.
4 . Andrews JJ, Brockwell RC – Inhaled anesthesia deliver y systems. In Miller RD, 6th Ed,
Philadelphia, Churchill Livingstone, 2004.

72 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Choque Anafilático

Jaci Custódio Jorge*


Ana Tereza Moreira Dantas de Andrade Pinto**

* Responsável pelo CET/SBA do IPSEMG – Belo Horizonte - MG; Coordenador da Clínica Anestesiológica
do Hospital Vera Cruz – Belo Horizonte – MG
** TSA – SBA; Anestesiologista do Hospital Lifecenter – Belo Horizonte – MG; Instrutora do CET/SBA do
IPSEMG – Belo Horizonte - MG
Referências
1 . Batti MAS – Testes Alérgicos Prévios à Anestesia: Qual a Indicação?, em: Duar te
NMC, Bagatini A, Anzoategui LC – Curso de Educação à Distância em Anestesiologia:
volume V, São Paulo, Segmento Farma, 2005; 162-170.
2 . Hepner DL, Castells MC – Anaphylaxis During the Perioperative Period. Anesth Analg,
2003; 97: 1381-1395.
3 . Dewachter P, Hureaux VJ, Franck P et al – Anaphylactic Shock – A Form of Distributive
Shock without Inhibition of Oxygen Consumption. Anesthesiology, 2005; 103: 40-49.
4 . Mahajan R, Gupta R – Management of Anaphylactic Shock. Anesthesiology, 2005;
102: 1284.
5 . Schummer W, Schummer C, Wippermann J et al - Anaphylactic Shock: Is Vasopressin
the Drug of Choice?. Anesthesiology, 2004; 101: 1025-1027.
6 . Hepner DL, Castells MC – Lattex Allergy: An Update. Anesth Analg, 2003; 96: 1219-
1229.

74 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Choque Cardiogênico

José Fernando Bastos Folgosi*

* Médico Anestesiologista Membro da Equipe de Anestesia


Responsável pelo cirurgia cardíaca do Hospital Neurológico de Goiânia
Título Superior em Anestesiologia/SBA
Título Especialista em Terapia Intensiva
Referências

1 . Knobel E., Knobel M., Souza J A M. Choque Cardiogênico. In Knobel E. Condutas no


Paciente Grave. Atheneu, São Paulo, P 447 2006
2 . Alhashemi J A. Treatment Of Cardiogenic Shoc With Levosimendan In Combination With
Beta-Adrenergic Antagonists. Br J Anaesth 95 (5) : 648 – 50, 2005.
3 . Duvernoy C S., Bates E R. Management of Cardiogenic Shock Attribulate to Acute
Myocardial Infarction In The Reper fusion Era. J Intensive Care Med 20 (4) : 188 – 98,
2005.
4 . Nicolau J C., Stefanini E. Choque Cardiogênico : Monitorização Invasiva E Tratamento.
Clínicas Brasileiras de Medicina Intensiva 7 (13) : 205 – 226, 2002
5 . Terzi R G G., Araújo S. Choque Cardiogênico. Clínicas Brasileiras de Medicina Intensiva
8 (14) : 181 – 202, 2004

76 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Choque Hipovolêmico

Glória Maria Braga Potério*


Cristina Arrivabene Caruy**
Angélica de Fátima de Assunção Braga***

B BB BB
B BB BB

B BB

* Professora Livre Docente do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP.


Chefe do Departamento de Anestesiologia da FCM – UNICAMP.
** Professora Doutora do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP.
Coordenadora do Serviço de Anestesiologia do Hospital das Clínicas da UNICAMP.
*** Professora Livre Docente do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP.
Coordenadora do Serviço de Anestesiologia do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da UNICAMP.
B

B A A
B
A
B
A A
A

A B

A A A
AA AA

A B

B
A

78 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Choque Hipovolêmico - 79
5 – Choque hemorrágico – recomendações para o uso de hemocomponente e de
líquidos de reposição de acordo com a perda volêmica e os testes laboratoriais

Hb - hemoglobina; Ht - hematócrito; CH – concentrado de hemácias; PFC - plasma fresco


congelado; CP - concentrado de plaquetas; AAS - acido acetil salicílico; CEC - circulação
extracorpórea;

Referências

1 . Manual de orientações para o uso de hemocomponentes e hemoderivados em cirurgias


eletivas. Protocolo de indicações de hemocomponentes e hemoderivados em transfusão
maciça. Comitê Multidisciplinar de Hemoterapia do Complexo Hospitalar da
Universidade Estadual de Campinas. 2001.
2 . Gutierrez G, Reines HD, Wulf-Gutierrez ME - Clinical review: hemorrhagic shock. Crit
Care, 2004; 8:373-81.
3 . Tien H, Nascimento B Jr, Callum J et al. An approach to transfusion and hemorrhage in
trauma: current perspectives on restrictive transfusion strategies. Can J Surg. 2007;
50:202-9.
4 . Abraão J Estado de choque. Fisiopatologia e tratamento. em: Cangiani LM, Posso IP,
Potério GMB et al Tratado de Anestesiologia SAESP, São Paulo, Atheneu, 2006; 667-
82.
5 . Vane LA, Potério GMB, Braz LG – Sangue e soluções carreadoras de oxigênio. em:
Cangiani LM, Posso IP, Potério GMB et al Tratado de Anestesiologia SAESP, São Paulo,
Atheneu, 2006; 951-66.

80 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Choque Neurogênico

Lais Helena Navarro e Lima*


Rodrigo Moreira e Lima**

* Mestre em Anestesiologia
Equipe de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu
** Título de Especialista em Anestesiologia - SBA/AMB
Referências

1 . Stevens RD, Bhardwaj A, Kirsch JR, Mirski MA. Critical care and perioperative
management in traumatic spinal cord injur y. J Neurosurg Anesthesiol, 2003; 15:215-
29.
2 . White JRM, Dalton HJ. Pediatric trauma: Postinjur y care in the pediatric intensive care
unit. Crit Care Med, 2002; 30 (Suppl):S478-88.
3 . Pasternak JJ, Lanier WL. Neuroanesthesiology review – 2006. J Neurosurg Anesthesiol,
2007; 19:70-92.
4 . Harris MB, Sethi RK. The initial assessment and management of the multiple-trauma
patient with an associated spine injur y. Spine, 2006; 31 (Suppl):S9-15.
5 . Tator CH. Review of treatment trials in human spinal cord injur y: Issues, difficulties,
and recommendations. Neurosurger y, 2006; 59:957-86.
6 . Capan LM, Miller SM. Trauma and Burns. In: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK.
Clinical Anesthesia. 5th ed. Philadelphia. Lippincott Williams & Wilkins, 2006; 1262-
97.
7 . Abrão J. Estado de choque. Fisiopatologia e Tratamento. In: Cangiani LM, Posso IP,
Potério GMB, Nogueira CS. Tratado de Anestesiologia. SAESP. 6th ed. São Paulo. Ed.
Atheneu, 2006; 667-82.
8 . American Spinal Injur y Association: International standards for neurological
classifications of spinal cord injury (revised). Chicago: American Spinal Injury Association,
2000; 1-23.

82 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Choque Séptico

André Luiz Braga das Dores*


Antonio Fernando Carneiro**
Silvio Antonio Fernandes***
Rober to Carlos O. Fernandes****

* Coordenador do SAVA/SBA; Membro Comissão Saude Ocupacional/SBA; Professor de Farmacologia da Fac.


Med. Univ. Católica; Membro Diretor da SAEGO; Membro CLIANEST-GO
** Prof. de Anestesiologia da Universidade Federal de Goiás; Prof. de Farmacologia da Universidade Catolica de
Goiás; Presidente da CET/SBA; Presidente da LASRA; Especialista em Medicina Intensiva.
*** Medico do Hosp. Ortopedico de Goiania/Goiás.
**** Médico do Hosp. Ortopédico de Goiania/Goiás
84 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Choque Séptico - 85
86 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Coma

Ricardo Souza Nani*


Joel Avancini Rocha Filho**

Coma

·* Médico Assistente da Equipe de Transplante de Fígado do Hospital das Clínicas da faculdade deMedicina da USP
** Médico Supervisor da Equipe de Transplantes do Hospital das Clínicas da faculdade de Medicina daUSP
Doutor em Anestesiologia pela Faculdade de Medicina da USP
Componentes do Exame Neurológico Sumário

Legenda:
G50%: solução de glicose a 50% PAM: pressão arterial média
IOT: intubação orotraqueal SNC: sistema nervoso central
GCS: Escala de Coma de Glasgow
(Glasgow Coma Scale) TC: tomografia computadorizada
SaO2: saturação arterial de oxigênio LCR: líquido cefalorraquidiano

Referências

1 . Walker MC, O’Brien MD. Neurological examination of the unconscious patient. J Royal
Soc Med 1999; 92:353-5
2 . Malik K, Hess DC. Evaluating the comatose patient: rapid neurological assessment is
key to appropriate mangement. Postgrad Med 2002; 111:38-55

88 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


3 . Liao YJ, So YT. An approach to critically ill patients in coma. West J Med 2002; 176:184-7
4 . Stevens RD, Bhardwaj A. Approach to the comatose patient. Crit Care Med 2006;34:31-41
5 . Calderaro M, Rabello GD. Coma. Em: Martins HS, Brandão Neto RA, Scalabrini Neto A
e Velasco IT. Emergências Clínicas: abordagem prática. 2a edição. São Paulo: Manole,
2006 :56-74
6 . Bateman DE. Neurological assessment of coma. J Neurol Neurosurg Psychiatry 2001;
71:i13-7

Coma - 89
90 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Conduta no Tratamento do
Broncoespasmo Intraoperatório

Marisa Pizzichini*
Ricardo Lopes da Silva**

* Anestesiologista da Santa Casa Misericórdia de Ctba-PR


Co-instrutora do CET da Santa Casa de Misericórdia de Ctba-PR
TSA
** Mestre em Clinica Cirúrgica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP; Doutor em Clinica Cirúrgica
pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP; Co-Responsavel pelo CET DA Santa Casa de Misericórdia
de Curitiba.
Tabela I - Indicação de Intubação Traqueal e Ventilação Mecânica na Asma Aguda

Absoluta Relativa
· Parada Cardíaca progressiva exaustão durante o tratamento
· Parada Respiratória não-reversão ou piora da acidose respiratória
· Significativa alt. (ph < 7.20-7.25 ) após tratamento adequado
estado mental

Tabela II - Diagnóstico Diferencial Peri-operatório

1.Pressão Endotraqueal elevada 2.Redução complacência 3.Outras Condições


-tosse, insuflação pulmonar -broncoconstrição -edema pulmonar
-cefelodeclive -edema vias aéreas -pneumotórax
-volume corrente: -secreção -embolia pulmonar
superdistensão -aspiração do
-tubo endotraqueal: secreção, conteúdo gástrico
calibre
-insuflação seletiva
-fluxo inspiratório elevado

92 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Controle da Temperatura

Álvaro Antônio Guaratini*

* Instrutor Co-Responsavel do Serviço de Anestesia da Santa Casa de São Paulo


Mestre em Medicina
94 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Referências

1 . Wang HE, Callaway CW, Peitzman AB, Tisherman SA. Admission hypothermia and outcome
after major trauma. Crit Care Med. 2005; 33:1296-1301.
2 . Sessler DI. Consequences and treatment of perioperative hypothermia. Anesthesiol
Clin Nor th Am. 1994; 12:425-456.
3 . The Hypothermia After Cardiac Arrest Study Group: Mild therapeutic hypothermia to
improve the neurological outcome after cardiac arrest. N Engl J Med. 2002; 346:549-
556.
4 . Marion DW, Penrod LE, Kelsey SF, et al. Treatment of traumatic brain injury with moderate
hypothermia. N Engl J Med. 1997; 336:540-546
5 . Charles E S, Eldar S. ipothermia in Trauma Victims. ASA November 2005 Newsletter.
November 2005. Volume 69

Controle da Temperatura - 95
96 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Critérios de Extubação

Clóvis Yoshiharu Aratani*


Kátia Gomes Bezerra de Oliveira**
Sérgio de Souza Oliveira***

Justificativas

A literatura médica não dá ênfase ao processo de extubação de um paciente


submetido a uma anestesia geral. No entanto, há consenso de que os parâmetros

* Professor de Anestesiologia da Universidade de Cuiabá


Instrutor de Anestesiologia do CET/SBA HUJM/Sedare
** Professora de Anestesiologia do HUJM/UFMT
Responsável pelo CET/SBA HUJM/Sedare
*** Professor de Anestesiologia do HUJM/UFMT
Responsável pelo CET/SBA HUJM/Sedare
clínicos devem ser avaliados de forma intensiva para que a extubação ocorra com
o menor risco possível, evitando-se o laringosespasmo e a broncoaspiração. En-
tão, a extubação traqueal deverá ser conduzida para que ocorra com o paciente
ainda em plano anestésico ou acordado.
Outros autores afirmam que a extubação não deverá ocorrer se houver instabi-
lidade hemodinâmica e/ou metabólica e se existir distensão abdominal importante,
principalmente se o nível de consciência do paciente estiver comprometido.
A despeito das informações clínicas obtidas diretamente do paciente, dados
objetivos fornecidos por equipamentos de monitorização poderão auxiliar na de-
cisão de extubar um paciente.
Assim, informações como a SpO2 torna-se fundamental para mostrar a capaci-
dade de captação do Oxigênio pelos pulmões e seu transporte até os tecidos; da
mesma forma, a medida do ETCO2 mostra o nível de produção, o transporte de CO2
e a capacidade do organismo de eliminar este gás pelos pulmões. Indiretamente a
avaliação do ETCO2 pode informar se existe ou não o efeito depressor da respira-
ção provocado pelos opiódes e relaxantes musculares, o que é facilmente compro-
vado na prática anestésica.
A monitorização do relaxamento muscular poderá ser utilizada como parâmetro
para extubação uma vez que a SEQUÊNCIA DE QUATRO ESTÍMULOS (SQE) pode
mostrar com precisão aproximada o percentual de receptores neuromusculares
bloqueado.
O uso do ÍNDICE BISPECTRAL (BIS) ainda não é citado como referência na
extubação como o é na indução e manutenção da anestesia geral.
O algoritmo proposto não é aplicável à extubação de pacientes pediátricos.

Referências

1 . Oliveira ALM; Andrade JC; Malheiros RMF. Manejo das Vias Aéreas. In: Anestesiologia
– Princípios e Técnicas. Manica, JT et cols., 3ed. Cap 31, p 515. Artmed, Porto Alegre,
2004.
2 . Rebublio R, Amaral JLG; SliktaFºJ. Intubação Traqueal. In: Tratado de Anestesiologia
SAESP, 6 ed. Cap 87 p 1094. Atheneu, São Paulo, 2006.
3 . Air way Management. Rosenblatt WH. In: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK. Clínical
Anesthesia. (Biblioteca Vir tual da SBA)
http://www.sba.com.br/ensino/curso.asp?curso=2

98 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Desmame da Circulação
Extracorpórea

Maria José Car valho Carmona*

CEC- circulação extracorpórea; EAB- equilíbrio ácido básico; Hb- hemoglobina;


FC- freqüência cardíaca; SNS – sistema nervoso simpático; PAM- pressão arterial

* TSA – Professora Livre-Docente Associada da Disciplina de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da Uni-


versidade de São Paulo. Diretora da Divisão de Anestesia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
sistêmica média; PVC-pressão venosa central; PAPo – pressão de artéria pulmonar
ocluída; ETE- ecocardiografia transesofágica, IC- índice cardíaco; PDE-
fosfodiesterase; BIAo – balão intra-aórtico; NO – óxido nítrico; RVS- resistência
vascular sistêmica; RVP – resistência vascular pulmonar, DAV- dispositivo de as-
sistência ventricular mecânica.

Referências

1 . Raja SG, Rayen BS: Levosimendan in cardiac surgery: current best available evidence.
Ann Thorac Surg 2006; 81: 1536-46
2 . Groban L, Dolinski SY: Transesophageal echocardiographic evaluation of diastolic
function. Chest 2005; 128: 3652-63
3 . Levy JH, Bailey JM, Deeb GM: Intravenous milrinone in cardiac surger y. Ann Thorac Surg
2002; 73: 325-30
4 . Bolling SF, Dickstein ML, Levy JH, McCar thy PM, Oz MC, Savage RM: Management
strategies for high-risk cardiac surger y: improving outcomes in patients with hear t
failure. Heart Surg Forum 2000; 3: 337-49
5 . Urzua J, Lema G, Canessa R, Sacco C, Saez C: Cardiopulmonar y bypass: new strategies
for weaning from cardiopulmonar y bypass. Curr Opin Anaesthesiol 1999; 12: 21-7
6 . Randall M, Schell R, Applegate RL, Reves J G: Cardiopulmonar y Bypass. In: Cardiothoracic
Anesthesia. Edited by Reves JG. Philadelphia, Churchil Livingstone, 1999, pp 9.1-9.30
7 . Broderick TJ, Wechsler AS: Triiodothyronine in cardiac surgery. Thyroid 1997; 7: 133-
7
8 . Bowering J, Levy JH: The Postcardiopulmonar y Bypass Period: Asystems Approach, A
Practical Approach to Cardiac Anesthesia. Edited by Hensley F, Martin D. Boston, Little,
Brown, 1995, pp 232-245

100 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Diabetes Melitus

Deoclécio Tonelli*

Algoritmo no Manuseio Anestésico

* Coordenador Residência Médica da Faculdade de Medicina do ABC; Professor Assistente de Anestesiologia da


Faculdade de Medicina do ABC; Responsável Serviço de Dor da Faculdade de Medicina do ABC
Esquema de Alberti
IDDM - cirurgias de qualquer porte
SG 10% 500 ml
Insulina regular 10 U 100 ml/hora
KCL 25 mEq p/ glicemias
entre 100-200 mg%
Glicemia
< 100 mg% 5U
> 200 mg% 15 U
> 350 mg% 20 U

Quanto Usar de Insulina?

• Produção: 0,5 a 1 U/kg/dia


• Cetoacidose: 0,1 U/kg/hora
70kg = 7 U/hora
• Lembrar: 1U baixa + 36 mg% a glicemia

• 200 a 250 mg/dl = 5U


250 a 300 mg/dl = 8U
300 a 350 mg/dl = 10U

> 350 mg/dl = 12U


> 400 mg/dl = 15U
} subcutânea

• Glicemia ÷ 150 - Ex. 300 ÷ 150 = 2 U IV

Glicemia ... Conversão

S.A. = mg/100 ml, mg/dL, mg%


S.I. = mmol/L

mg% x 0,055 = mmol/L


mmol/L x 18 = mg%

102 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Deficiência Insulínica

Produção Diária de Insulina

Normolíneo 31 U
Não diabético
Obeso 114 U

Diabético I ............................................ 4 U

Normolíneo 14 U
Diabético II
Obeso 46 U

Diabetes Melitus - 103


104 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Drogadição

Gastão Fernandes Duval Neto*


Hamer Nastasy Palhares Alves**
Luiz Antônio Nogueira Mar tins***
Ronaldo Laranjeira****

* Prof Doutor da Disciplina de Anestesiologia - FM UFPel - Presidente da CSO-SBA


** Médico Psiquiatra, Coordenador da Rede de Apoio a Médicos
*** Docente do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP
**** Livre Docente do Departamento de Psiquiatria, Coordenador da UNIAD
106 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Embolia Pulmonar

Carlos André Cagnolati*


Daniel Carlos Cagnolati*
Carlos Alber to Cagnolati*

* Todos: Co-responsáveis pelo CET - SBA da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto - SP. Carlos André
Tratamento
Suporte - cardiopulmonar: oxigenação, ventilação, drogas inotrópicas.
Anticoagulação - heparina não-fracionada: bolus – 80 u/kg / manutenção – 18
u/kg/h (manter TTPa de 1,5 a 2,5 o valor basal).
- heparina baixo peso molecular: enoxaparina – 1 mg/kg de
12/12 horas
- anticoagulação oral: warfarin – 5 mg/dia (manter INR entre
2 e 3) – início 3 a 4 dias após heparinização
Trombolíticos Pacientes com instabilidade hemodinâmica
- estreptoquinase (SK): 250.000 UI EV, após 100.000 UI/
hora durante 24 a 72 horas
- uroquinase (UK): 4.400 UI/kg EV, após 4.400 UI/kg/hora
durante 12 a 24 horas
- ativador de plasminogênio tecidual (rt-PA): 100 mg EV
por 2 horas
Outras Medidas - filtro de veia cava inferior: na contra-indicação absoluta de
fibrinolíticos ou anticoagulantes
EV ou oral; recorrência de TEP apesar de adequada terapêutica
anticoagulante
- embolectomia cirúrgica: em casos com choque refratário à
terapêutica clínica, alta mortalidade devido à instabilidade
hemodinâmica.

108 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Referências
1 . Guidelines on diagnosis and management of pulmonary embolism. Eur Heart J. 2000;
21: 1301-36.
2 . Geer ts WH, Heit JA, Clagett GP, et al. Prevention of venous thromboembolism. Chest
2001; 119: 132S-175S.
3 . ACEP. Clinical Policies Committee and the Clinical Policies Subcommittee on Suspect
Pulmonar y Embolism.Clinical policy: Critical Issues in the evaluation and manegement of
adult patients presenting with suspect pulmonary embolism. Ann Emerg Med. 2003;
41:257-70.
4 . Diretrizes da Embolia Pulmonar - Arq. Bras. Cardiol.;vol.83; suppl.1 - São Paulo Aug.
2004.
5 . Schoepf U, Goldhaber SZ, Costello P. Spiral Computed Tomography for Acute Pulmonary
Embolism.Circulation. 2004;109:2160-7.

Embolia Pulmonar - 109


110 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Equilíbrio Hidro-eletrolítico

Emília Aparecida Valinetti*


Marcelo de Car valho**
Ricardo Vieira Carlos***

As alterações de líquidos e eletrólitos estão relacionadas ao volume, composi-


ção ou ambos. Os líquidos estão distribuídos no corpo em compartimentos, con-
forme figura abaixo:

Distribuição água corporal em adultos e crianças a partir 2-3 anos de idade.

* Mestre e Doutora FMUSP


Membro Comitê Anestesia Pediátrica SBA
Membro Comissão Científica SAESP
Médica anestesiologista e Supervisora Serviço Anestesia ICr HC_FMUSP
** Mestre Farmacologia UNICAMP
Médico anestesiologista ICr HC-FMUSP
Médico anestesiologista Hospital Israelita Albert Einsten (HIAE)
*** TSA/SBA
Médico anestesiologista ICr HC-FMUSP
Médico anestesiologista PróMatre Paulista
Necessidade médias basais diárias de água e eletrólitos para crianças

Necessidade médias basais diárias de água e eletrólitos para adultos

112 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


1. Perda não 1. SIADH 1. UNa < 15mMol/L
renal de Na - UNa > 30mMol/L UOsm>400 mOsm/Kg
-UNa < 15mMol/L - Uosm > 300-400 mOsm/Kg H2O H2O
-UOsm > 400 mOsm/Kg H2O Hipotireoidismo Insuficiência cardíaca
Perdas GI Deficiência glicocorticóide Cirrose hepática
Perdas pele (queimadura) 2. Intoxicação hídrica Nefrose
Restrição Na 3. Insuficiência renal 2. Una > 30mMol/L
Fluído 3° espaço 4. Prejuízo excreção H2O Insuficiência renal
2. Perda renal de Na
- Una > 30 mMol/L
- UOsm < 300-400 mOsm/Kg H2O
Diuréticos
Insuficiência renal (tubular)
Deficiência mineralacorticóide

Figura 5. Avaliação da hiponatremia GI, gastrointestinal; Una, sódio urinário; UOsm,


osmolalidade urinária; SIADH, síndrome de inapropriada secreção do hormônio
antidiurético.
Equilíbrio Hidro-eletrolítico - 113
Na+ elevado

Avaliação clínica do volume extracelular

Normal

Baixo Elevado
1.Perdas não renal de H2O 1.Perdas não renal de H2O 1. Iatrogênico
UNa<15 mMol/L UNa-variável Compostos
UOsm>400 mOsm/Kg H2O UOsm>400 mOsm/Kg H2O contendo sódio
Perdas GI Perdas GI 2. Excesso de
Perdas pele Perdas pele Mineralocorticóide
Diálise peritoneal 2.Perda renal de H2O UNa>20mMol/L
2.Perda renal de H2O UNa-variável UOsm>300mOsm/
UNa>20 mMol/L UOsm<290 mOsm/Kg H2O Kg H2O
UOsm<300-400 mOsm/Kg H2O Diabete insipidus Aldosteronismo
Diuréticos (inclusive agentes Doença renal Doença Cushing
Osmóticos) Diuréticos Hiperplasia côngênita
Doença renal (tubular) adrenal
Insuficiência adrenal
Obstrução parcial do trato urinário

Cálculos para Reposição do Sódio

Déficit Na+ (mEq)= Peso (Kg)x0,2x(Na+desejado – Na+atual).

Cálculo osmolaridade plasmática (mOsm/L) e déficit de água.

Osmolaridade plasmática (mOsm/L)=

2(Na++K+) + Uréia (mg%) + Gligose (mg%)


6.0 18

Déficit de H20 (L) = Peso (Kg) x 0,6 x (Na+ atual - Na+ desejado)
Na+ atual

114 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Hipocalemia

Se K+ < 2mMol/L ou alterações no ECG ou fraqueza muscular/paralisia, admi-


nistrar até 40 mMol/hora EV de cloreto de potássio (em solução salina)
Se K+ > 2 mMol/L e sem alterações ao ECG, adminstrar até 10 mMol/hora EV de
cloreto de potássio
Monitorizar: Potássio sérico, magnésio sérico e ECG

Equilíbrio Hidro-eletrolítico - 115


Hipercalemia

• Hipercalemia Leve (K+ < 6mMol/L)


- Restringir potássio, liberar ingesta de sódio e água
• Hipercalemia Grave (K+ > 7 mMol/L) com Manifestações Cardíacas
- Efeito Reversor de Membrana
Cálcio: 5 mMol EV em 5 minutos
Solução salina hipertônica
- Transferir Potássio para dentro da Célula
Glicose e insulina: 250-500 mL/h solução glicosada 10% + 10-20 unidades de
insulina regular para cada 100 gramas de glicose; monitorizar glicemia e potássio
Bicarbonato de Sódio: 50-100 mMol em 5-10 minutos
b2-agonista inalado ou endovenoso
- Remover Potássio do Organismo
Resinas quelantes de potássio
Diuréticos de alça (ex. Furosemida)
Diálise
- Monitorizar Potássio e ECG
116 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Hipocalcemia

Situação caracterizada pela concentração plasmática do íon cálcio < 1,0 mMol/
L ou cálcio sérico total < 2,2 mMol/L (8,5 mg/dL).
O tratamento na emergência:
- gluconato de cálcio a 10%, 10 mL administrados em 10 minutos;
- cloreto de cálcio a 10%, 10 mL em solução de glicose a 5%, administrada em 30
minutos;
- corrigir déficits de magnésio, fosfato e potássio, se presentes.

Hipercalcemia

Situação caracterizada pela concentração plasmática do íon cálcio > 1,3 mMol/L
ou cálcio sérico total < 5,4 mMol/L (10,5 mg/dL).
O tratamento na emergência:
- infusão intravenosa de solução salina (2 a 3 L em 3 a 6 horas);
- furosemida (40 a 100 mg IV a cada 2 a 4 horas);
- calcitonina (MRC unidades/kg SC a cada 3 a 4 dias);
- hidrocortisona (3 mg/kg/dia dividida em 4 doses);
- prednisona ( 40 a 80 mg/dia);
- hemodiálise ou diálise perotonial.

Hipomagnesemia

O tratamento é baseado na correção da causa da perda e reposição do magnésio:


- medidas gerais (tratamento da causa base, correção de outros distúrbios
eletrolíticos e suspensão de possíveis fármacos causadores);
- reposição (sulfato de magnésio IV/IM – 0,1 mMol/kg/dia, sendo que 1 mEq
Mg = 0,5 mMol = 12 mg, e 1 g de sulfato de magnésio = 4 mMol = 8 mEq = 98
mg Mg).

Hipermagnesemia

Situação caracterizada pela concentração plasmática do magnésio > 3 mg/dL


(0,6 mMol/L). Fenômeno raro em indivíduos com função renal normal.
O tratamento agudo é feito pela administração intravenosa de cálcio (100 a 200
mg em 5 minutos).

Referências

1 . Zaloga GP, Kyrby RR, Bernards WC, Layon AI: Fluids and electrolytes. In: Civetta JM,Taylor
RW, Kirby RR - Chapter 29
2 . Critical Care,3rd ed. Philadelphia, Lippincott-Raven, 1997: 413-441

Equilíbrio Hidro-eletrolítico - 117


Escala Analgésica da OMS

Anna Paula Mendonça Moreira*

Escala Analgésica da Organização Mundial de Saúde (OMS)

• Proposta da Escala:

- Nortear as condutas em casos de dor por câncer;


- Pode ser adaptada para tratamento das dores benignas;
- A escala deve ser analisada de maneira ascendente, e a dor tratada de acordo
potencia medicamentosa ou de complexidade dos quadros álgicos;

Escala Analgésica da OMS (modificada)*

procedimentosanestésicos
procedimentosneurocirúrgicos
combinaçõesdasanteriores

analgésicosantiinflamatórios
opióidespotentes
comousemadjuvantes
terapiasfísicas
terapiascomportamentais

analgésicosantiinflamatórios
opióidesfracos
comousemadjuvantes
terapiasfísicas
terapiascomportamentais

analgésicosantiinflamatórios
comousemadjuvantes
terapiasfísicas
terapiascomportamentais

* Título de Especialista em Anestesiologia - SBA/AMB


• Medicações mais utilizadas:
- AINES;

- Opiódes Fracos;

- Opióides Fortes;

- Coadjuvantes;
- Antidepressivos

120 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


- Anticonvulsivantes

- Miorrelaxantes

- Agonistas e bloqueadores adrenérgicos

Escala Analgésica da OMS - 121


122 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Escala Analógica Visual de Dor

João Batista Santos Garcia*

Hobbs GJ, Hodgkinson V. Assesment, measurement, histor y and examination. In:


Rowbotham DJ, Macintur y PE (Eds). Clinical Pain Management: Acute Pain. London:
Arnold Publishers;2003.

* Prof. Adjunto Doutor do Departamento de Medsicina II da Universidade Federal do Maranhão(UFMA). Rsponsável


pelo Ambulatório de Dor do Hospital Universitário da UFMA e pelo Serviço de Dor do Instituto Maranhense de
Oncologia.
124 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Escalas de Dor

Onofre Alves Neto*

Mensuração da Dor Clínica

a - Escalas Unidimensionais

a. 1 – Escala de Categoria Numérica

O paciente estima a sua dor numa escala de 0 a 10

a. 2 - Escala Análogo-visual (EAV)

De um lado da escala: lado esquerdo representa sem dor e o lado direito a pior
dor possível. O paciente indica a magnitude de sua dor marcando um ponto ao
longo do comprimento da linha (10 cm)

* TSA-SBA, Doutor em Medicina pela UnB


Professor Adjunto de Anestesia da Universidade Federal de Goiás, em Goiãnia-GO
Presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor - SBED
Do outro lado, uma escala de 0 a 10 cm representa o local que o paciente
apontou para a sua dor, com a correspondência do número.

a. 3 – Escala de Categoria Verbal ou Visual

Variando de “sem dor” a “pior dor possível” o paciente assinala a intensidade


de sua dor.
Esta escala não é sensível a pequenas mudanças na intensidade da dor e as
categorias apresentadas são restritivas.

a. 4 – Escala Facial de Dor

Podendo ser aplicada a crianças e adultos, tem a crítica de ser uma escala
de categorias, mas com descritores visuais, usando expressões faciais para refletir
a intensidade de dor.

Representam:
0 = nenhuma dor
1 = um pouco de dor
2 = um pouco mais de dor
3 = tem ainda mais dor
4 = tem muita dor
4 = tem dor máxima
Se usada na escala de 0 a 10, as faces devem ser codificadas com os
números 0, 2, 4, 6 8 e 10, respectivamente.

126 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Diagrama Corporal da Localização e Distribuição da Dor

Referências

1 . Da Silva JA e Ribeiro-Filho NP – Avaliação e mensuração de dor – Pesquisa, Teoria e


Prática. FUNPEC Editora, 2006, 327-390
2 . Sousa FAEF – Mensuração da dor. In: Teixeira MJ et al – Dor – contexto interdisciplinar.
Editora Maio, Curitiba, 2003, 179-186
3 . Barros N – Qualidade de vida – Conceito e métodos de avaliação. In: Andrade-Filho AC
– Dor – Diagnóstico e tratamento. Roca, São Paulo, 53-62
4 . Teixeira MJ e Yeng LT – Avaliação da dor. In: Teixeira MJ – Dor – manual para o clínico –
Atheneu, São Paulo, 2006, 25-38
5 . Sakata RK, Hisatugo MKI, Aoki SS, Vlanich R e issy AM – Avaliação da dor. In: Cavalcanti
IL e Maddalena ML - Dor – SAERJ, Rio de Janeiro, 2003, 53-94

Escalas de Dor - 127


128 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Estratégia Transfusional

Elizabeth Milla Tambara*


Maria Célia Barbosa Fabrício de Melo**
Leonardo Pimpão Blume***

* Professora Titular do Departamento de Medicina da PUCPR


Professora Adjunta do Departamento de Cirurgia da UFPR
Doutora em Clínica Cirúrgica pela UFPR
Responsável pelo CET da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba
** Professora Adjunta do Departamento de Medicina da PUCPR
Doutora em Clínica Cirúrgica pela UFPR
Co-Responsável pelo CET da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba
*** ME1 do CET da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba
130 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Estratégia Transfusional - 131
132 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Estratégia Transfusional - 133
134 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Evento Adverso/Acidente
Anestésico

Haroldo de Oliveira Torres*

* Membro da CERR da SBA


Membro do C. Defesa Profissional da SAEGO.
Conselheiro Titular do CRM-GO
136 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Fisiologia e Farmacologia do Idoso

Dário Humber to de Paiva*

Principais alterações fisiológicas e farmacológicas do paciente idoso.

* Diretor Científico da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Gioás- SAEGO


Co-responsável do CET do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Membro da Clínica de Anestesia- Goiânia
B

138 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Fisiologia e Farmacologia do Idoso - 139
Referências

1 .
Geriatric Anesthesia – Anesthesiology Clinics of North América, Vol 18; nº 1: mar 2002.
2 .
Geriatric Anesthesiology – Charles H. Mcleskey, Williams & Wilkins, 1997.
3 .
Miller´s Anesthesia – Sixth edition, Vol 2, Capítulo62, 2005.
4 .
Tratado de Anestesiologia SAESP – 6ª edição, Vol 2, Capítulo 125 – Anestesia e o
Paciente Idoso.
5 . Raymond C. Coy- What is New in Geriatric Anesthesia? ASA Refresher Course, Vol 14,
Chapter 13, 2006.
6 . Kathr yn E. McGoldrick : The Graying of America : Anesthetic Implications for Geriatric
Outpatients – ASA Refresher Course, Vol 33, Chapter 14, 2005.
7 . Stanley Muravchick – Physiological changes of Aging, ASA Refresher Course, Vol 31,
Chapter 13, 2003.

140 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Fórmulas Utilizadas em Controle
Hemodinâmico

Alexandre Slullitel*
Paulo Armando Ribas Junior**
Vera Coelho Teixeira***

Parâmetros Hemodinâmicos com Respectivos Valores e Fórmulas para Cálculo

* TSA
Co-responsável pelo CET do Hospital das Clínicas da FMRP-USP - Membro da Comissão Científica SAESP
2006/2007 - Membro do Comitê de Anestesia Cardiovascular e Torácica
** TSA - Anestesiologista Hospital Vita-Curitiba - Presidente do Comitê Anestesia Cardiovascular e Torácica -
Co-responsável CET Hospital de Clínicas UFPR
*** TSA - Responsável pelo CET do Hospital Felício Rocho de Belo Horizonte - Membro do Comitê de Anestesia
Cardiovascular e Torácica
142 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Fórmulas Utilizadas em Equilíbrio
Ácido-Base

Antonio Carlos A. Brandão*


Antonio Mauro Vieira**
Taylor Brandão Schnaider***
Thaina Alessandra Brandão****

Conceitos Importantes

pH normal no sangue arterial: 7,40 ± 0,05


- Acidemia: pH < 7, 35
- Alcalemia: pH > 7,45
PaCO2 normal: 40 ± 5 mmHg
- Acidose respiratória: PaCO2 > 45 mmHg
- Alcalose respiratória: PaCO2 < 35 mmHg
HCO3- normal no sangue arterial: 24 ± 2 mEq/L
- Acidose metabólica: HCO3- < 22 mEq/L
- Alcalose metabólica: HCO3- > 26 mEq/L

Respostas Compensatórias Esperadas

↑ HCO3- ↑ PaCO2

↓ HCO3- ↓ PaCO2

* Prof. Titular de Biofísica da Faculdade de Medicina da UNIVÁS – Pouso Alegre-MG


Prof. Titular de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da USF – Bragança Paulista-SP
Responsável pelo CET/ SBA de Pouso Alegre – MG
Membro do Comitê de Reanimação e Atendimento ao Politraumatizado da SBA
** Prof. Titular de Farmacologia da Faculdade de Medicina da UNIVÁS – Posuo Alegre-MG
Co-responsável do CET/SBA de Pouso Alegre – MG
*** Prof. Titular de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da UNIVÁS – Pouso Alegre-MG
**** Faculdade Medicina da UNIVÁS – Pouso Alegre - MG
Cálculos
Distúrbios Metabólicos Resposta Compensatória Esperada
Acidose Metabólica PaCO2 = (1,5 x HCO3-) + 8 ± 2 ou ↓ 1 mEq/L
do HCO3- = ↓ 1,2 mmHg PaCO2
Alcalose Metabólica PaCO2 = (0,7 x HCO3-) + 21 ± 2 ou ↑ 1 mEq/L
do HCO3- = ↑ 0,6 mmHg PaCO2
Distúrbios Respiratórios Resposta Compensatória Esperada
Acidose Respiratória Aguda HCO3- = 0,1(PaCO2 - 40) + 24 ou ↑ 10 mmHg
PaCO2 = ↑ 1 mEq/L do HCO3-
Acidose Respiratória Crônica HCO3- = 0,4(PaCO2 - 40) + 24 ou ↑ 10 mmHg
PaCO2 = ↑ 4 mEq/L do HCO3-
Alcalose Respiratória Aguda HCO3- = 0,2(40 - PaCO2) + 24 ou ↓ 10 mmHg
PaCO2 = ↓ 1 a 3 mEq/L do HCO3-
Alcalose Respiratória Crônica HCO3- = 0,5(40 - PaCO2) + 24 ou ↓ 10 mmHg
PaCO2 = ↓ 3 a 5 mEq/L do HCO3-

Variações do pH nos Distúrbios Respiratórios

Acidose Respiratória Aguda ↓ 0,08 do pH para cada 10 mmHg da PaCO2


Acidose Respiratória Crônica ↓ 0,03 do pH para cada 10 mmHg da PaCO2
Alcalose Respiratória Aguda ↑ 0,08 do pH para cada 10 mmHg da PaCO2
Alcalose Respiratória Crônica ↑ 0,03 do pH para cada 10 mmHg da PaCO2

Cálculos Necessários na Acidose Metabólica

Cálculo do Ânion-gap (AG)

AG = Na+ - (HCO3- + Cl- ) (normal: 8 a 12 mEq/L)


- se < 12 mEq/L – acidose hiperclorêmica
- se > 12 mEq/L – acidose com AG aumentado
*Calculo necessário em caso de acidose metabólica para determinação da etiologia

Calculo do ÄAG/Ä HCO3-

ÄAG/Ä HCO3- = (AG -12) / (24 – HCO3-) (normal: 1 a 1,6)


- se < 1 – acidose metabólica hiperclorêmica
- se > 1,6 – alcalose metabólica
*Calculo necessário em caso de acidose metabólica com AG aumentado.

144 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Uso de NaHCO3 na Acidose Metabólica
- Método clássico:
Déficit de HCO3 (mEq/L) = BE x peso x 0,3
- Método atual:
Déficit de HCO3 (mEq/L) = (HCO3 - desejado - HCO3 encontrado x peso x 0,6)

Referências

1 . Cohen RM, Feldman GM, Fernandez PC. The balance of acid-base and charge in health
and disease. Kidney Int 1997; 52:287-293.
2 . Fenci V, Jabor A, Kzada A, Figge L. Diagnoses of metabolic acid-base disturbances in
critically ill patients. Am L Respir Crit Care Med 2000: 1632: 2246-51.
3 . Hood VL,Tanner RL. Protection of acid-base balance by pH regulation of acid production.
New Engl Journ Med 339(12):819-26, 1998.
4 . Lopes AC. Equilíbrio äcido-base e hidroeletrolítico. São Paulo: Atheneu: 2004
Riella MC, Pachaly MA. Metabolismo ácido-básico. In Riella MC. Princípios de nefrologia
e distúrbios hidroeletrolíticos. Rio de Janeiro: Guanabara Kogan: 2003. p. 162-80
5 . Rose BD, Post TW. Renal hydrogen excretion. Uptodate 11:3, 2004.
6 . Tonato E, Neto MC, Junior VGP. Princípios gerais e distúrbios do equilíbrio ácido-base.
In: Knobel E. Nefrologia e distúrbios do equilíbrio ácido-base. São Paulo, Atheneu, p.
35-45, 2004

Fórmulas Utilizadas em Equilíbrio Ácido-Base - 145


Fórmulas Utilizadas em Equilíbrio
Hidroeletrolítico

Adriano Araújo dos Santos Mendonça*


Wagner Ricardo Soares de Sá**
Waston Vieira Silva***

Água

1 . Água Corporal Total (ACT) (litros) = 0,6 x peso (kg)


2 . Volume Intracelular (VIC) = 0,4 x Peso (kg)
3 . Volume Extracelular (VEC) = 0,2 x Peso (kg)
4 . Volume Plasmático = 0,2 x VEC
5 . Hiper-hidratação

6. Desidratação

* 2° Tesoureiro da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Goiás – SAEGO


Médico Anestesiologista do Centro de Estudos de Anestesia – CEA – Goiânia-GO
Médico Anestesiologista da Maternidade Modelo – Goiânia-GO
** Diretor de Defesa Profissional da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Goiás – SAEGO
Diretor do Centro de Estudos de Anestesia – CEA – Goiânia-GO
Médico Anestesiologista do Hospital Materno-Infantil – Goiânia-GO
*** Presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Goiás – SAEGO
Membro do Comitê de Reanimação e Atendimento ao Politraumatizado da SBA 2006/2007/2008
Instrutor Co-responsável pelo CET do Hospital das Clínicas da UFG
* Regra 4-2-1
4 ml/h de cristalóides para os primeiros 10 kg
2 ml/h para os próximos 10 kg
1 ml/h a partir de 20 kg
Ex.: paciente 70 Kg = 110 ml/h

** Compensação (venodilatação da anestesia)= 5 a 7 ml/kg


Déficit = manutenção x tempo de jejum (em horas)
Perda = perda visível de líquidos (sangue)
3° espaço = variável depende da manipulação de tecidos. Quanto maior a mani-
pulação maior a perda para o 3° espaço

Cálculo do Déficit de Sódio


Déficit de sódio = Dose (mEq) = Peso (kg) x (140 - [Na] x 0,6 (ou 0,5 para
mulheres)

Cálculo do Déficit de água


Déficit de água (litros) = ( [Na] atual - 140) x ACT/140

Hiperpotassemia
Glicose + insulina = 25 g de glicose em 10 UI de insulina regular durante 15 a
30 minutos EV

Hipopotassemia
KCI endovenoso: 0,5 a 1mEq/kg/h (máx. 10 a 20 mEq/h). Monitorizar ECG
Sulfato de magnésio: 1 a 2 g em 60 minutos (Lembrar K+?= Mg+2 ?)

148 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Fórmulas Utilizadas em Solução
Polarizada

Marilde Albuquerque Piccioni*

* Assistente do Instituto do Coração do Hospital das Clinicas - INCOR-HC


Doutora e Mestrado em Anestesiologia FEMUSP
Título Terapia Intensiva
Título Superior em Anestesiologia
Fórmulas Utilizadas em Ventilação
Mecânica

Rogério Rehme*

Conceitos Básicos
Resistência das Vias Aéreas
· RVA = (PPico – PPL)/Fluxo de gás \ Quanto maior a diferença entre a pressão de
pico e a pressão de platô maior será a resistência da via aérea.
Observada através da curva Pressão x Tempo na Ventilação Controlada a Volume
com pausa (platô) inspiratória.

Complacência Tóraco-Pulmonar
· C = ∆V/∆P mL/cmH2O \ refere-se ao aumento de volume ocorrido em cada unidade
pressão aplicada aos alvéolos
· Cdin = VT/(Ppico – PEEP) \ leva em consideração o componente resistivo
· Cest = VT/(PPL – PEEP) \ exclui o componente resistivo; é complacência do
sistema respiratório
· 1/CTotal = 1/CPulmonar + 1/CTorácica \ a complacência total pode ser separada em
pulmonar e torácica
· Observada na curva (loop) Volume x Pressão

* Título Superior em Anestesiologia/SBA


Auto-peep
· Pressão positiva não intencional no final da expiração
· Ocorre por aprisionamento do gás nos alvéolos (tempo expiratório insuficiente)
· Seu diagnóstico pode ser difícil
· Observada na curva fluxo x tempo como um corte abrupto na expiração

Ajuste inicial do ventilador


· Proceder a checagem (check list) do aparelho de anestesia recomendada pelo
fabricante.
· Ventilação Controlada a Volume (VCV)
· VT = 8 ml x Kg-1 (peso ideal)
· FR = 10 mpm
· Rel I:E = 1:2
· FiO2 = 0,3 a 0,5
· PEEP = 3 a 4 mmHg
· Pausa insp. = 25 a 50%
· Limite de pressão de vias aéreas = 30 a 40 cmH2O
· Verificar a pressão de vias aéreas (Pressão de Pico e Pressão de platô)

Manutenção da ventilação

Ajuste da ETCO2
· Manter ETCO2 entre 30 e 40 mmHg
· Manter ETCO2 £ 30 em caso de acidose metabólica
· Advertência! PCO2 muito baixa causa vasoconstrição cerebral que pode ser
prejudicial à perfusão cerebral
· Pode-se optar por PCV
1. Ajustar a pressão controlada para o valor da pressão de via aérea en-
contrada na VCV ou escolher arbitrariamente a pressão de 10 cmH20
2. Alterar a pressão controlada para encontrar o VT desejado
· Para PCV ou VCV
· Ajustar o VT e/ou FR a fim de obter a ETCO2 desejada
152 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Ajuste da SpO2
· Manter SpO2 entre 95 e 100%
· SPO2 baixa pode ser sinal de áreas de atelectasia
· SpO2 baixa pode ser sinal de intubação seletiva
· Para aumentar a SpO2

1. Manobra de recrutamento alveolar


· Advertência! A manobra pode reduzir temporariamente o débito cardía-
co
· Passar para ventilação manual
· Comprimir o balão reservatório e elevar a pressão de via aérea para 30
cmH20
· Manter a pressão por 30 seg
· Voltar à ventilação mecânica com PEEP

2. Instalar ou Aumentar progressivamente a PEEP (5 a 10 mmHg)


· Advertência! PEEP elevada pode diminuir o débito cardíaco
· Advertência! PEEP elevada pode causar barotrauma
· Evitar PEEP elevada em caso de hipovolemia, vasodilatação, falência de
VD

3. Aumentar FiO2
· Utilizar o menor valor possível para manter a SPO2
· Valores elevados de FiO2 podem mascarar e/ou causar áreas de atelectasia

4. Tentar aumentar o tempo inspiratório (privilegiar a Ventilação Alveolar)


· Relação I:E invertida (2:1) pode ser útil
· Relação I:E invertida é ventilação de exceção
· Advertência! Relação I:E invertida pode causar aprisionamento de gás e
auto-peep

Referências

1 . Mechanical Ventilation, Neil R MacIntyre and Richard D. Branso. Editora Saunders


(Elsevier).
2 . Clínicas Brasileiras de Medicina Intensiva Volume I – Básico, ano 5, Volume 8, 2000,
Carlos R R Car valho. Editora Atheneu.
3 . Ventilação Mecânica – Da Fisiologia à Prática Clínica, Cid Marcos David. Editora RevinteR.
4 . Assistência Ventilatória Mecânica, Costa Auler Júnior e Gomide do Amaral. Editora
Atheneu.

Fórmulas Utilizadas em Ventilação Mecânica - 153


Fórmulas Utilizadas na Expansão
Plasmática

Luiz Antonio Vane*


Nadia Maria da Conceição Duar te**

As alterações do volume sangüíneo no decorrer do tempo são calculadas a


partir de valores de volume sangüíneo estimado em 70 e 65 mL/Kg de peso corpóreo
para homens e mulheres respectivamente.

Volume sangüíneo em mL (homem) = Peso corpóreo em Kg x 70

Volume sangüíneo em mL (mulher) = Peso corpóreo em Kg x 65

Variação do volume sangüíneo (VVS) no tempo t:

VVS (mL/Kg) = 65 ou 70 x [1-(Hb inicial – Hbt)/ Hbt]

Onde:
Hb inicial = concentração de hemoglobina no início do procedimento
Hbt = concentração de hemoglobina do momento do calculo

Variação do Volume Plasmático (VVP) = (VCV/Ht) x (1-Ht)

Onde:
VCV = volume de células vermelhas, calculado a partir do valor do hematócrito e
do valor do volume de sangue total, considerando os valores para homem e mulher.

Variação da Expansão do Volume Extravascular

VVE (mL/Kg) = Vol infundido – (VVP – DU)

* Professor Titular de Anestesiologia do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu


– UNESP; Diretor científico da SBA
** Co-Responsável pelo CET do IMIP – Recife-PE; Diretora do Departamento Administrativo
Onde:
DU é o débito urinário.

Volume de sangue sangrado ou a ser retirado na HNA (VS)

VS = VSE x (Hbi – Hbf)/Hbm

Onde:
VSE = Volume de sangue estimado
Hbi = valor da hemoglobina inicial
Hbf = valor da hemoglobina final
HNA = Hemodiluição Normovolêmica Aguda

156 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Hipertemia Maligna

Rohnelt Machado de Oliveira*

* Mestre em Cirurgia/Anestesiologia pela Universidade Federal do Paraná.


Anestesiologista do Hospital Nossa Senhora das Graças - Curitiba/Pr.
Secretário do Conselho de Defesa Profissional da SBA- 2006/2007.
Membro da Câmara Técnica em Anestesiologia do CRM-Pr.
158 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Hipertemia Maligna - 159
Hipertensão Arterial

Marcius Vinicius Mulatinho Maranhão*

* Professor de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco (UPE).


Co-Responsável pelo CET do Hospital da Restauração e Hospital Getúlio Vargas.
Chefe do Serviço de Anestesiologia do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (PROCAPE).
162 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
PAS - pressão arterial sistólica; PAD - pressão arterial diastólica; HSI - hipertensão
sistólica isolada; PA - pressão arterial; FC - freqüência cardíaca

Referências

1 . Arouson S, Fontes ML – Hyper tension: a new look at na old problem. Curr Opin
Anaesthesiol.2006; 19: 59-64.
2 . Feitosa ACR, Ayub B, Caramelli B et al – I Diretriz de avaliação perioperatória. Arq Brás
Cardiol. 2007; 88: e139-e178.
3 . Fontes ML – New insights in hyper tension. ASA Refresher Courses in Anesthesiology.
2006; 34: 43-53.
4 . Hanada S, Kawakani H, Goto T et al – Hyper tension and anesthesia. Curr Opin
Anaesthesiol. 2006; 19: 315-319.
5 . Howell SJ, Sear JW, Foex P – Hypertension, hypertensive heart disease and perioperative
cardiac risk. Br J Anaesth. 2004; 92: 570-583,
6 . Spahn DR, Priebe HJ – Preoperative hypertension:remain wary?”yes” - cancel surgery?
“no”.Br J Anaesthesiol. 2004; 92: 461-464.

Publicações Eletrônicas 1- V Dir etrizes Brasileira de Hiper tensão Ar terial


(www.publicacoes.cardiol.br/consenso/2006/vdiretrizes-ha.pdf)

Hipertensão Arterial - 163


Hipertensão Intracraniana

Air ton Bagatini*


Daniel Volquind**

Hipertensão Intracraniana

* Presidente da Sociedade de Anestesiologia do RS; Membro da Comissão de Educação Continuada da SBA; Co-
Responsável pelo CET do SANE; Coordenador do Centro Cirúrgico do Hospital Ernesto Dornelles -Porto
Alegre/RS
** Vice-Presidente da Sociedade de Anestesiologia do RS; - Diretor Científico da Sociedade de Anestesiologia do
RS; Médico anestesiologista da CAN-Clínica de Anestesiologia Ltda – Caxias do Sul / RS; Médico represen-
tante da especialidade para Unimed – Nordeste/ RS; Médico chefe da Sala de Recuperação do Hospital da Unimed
– NERS/RS
166 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Hipertensão Intracraniana - 167
Sinal Avaliação Pontos
Abertura Ocular Nenhuma 1
A dor 2
Ao chamado 3
Espontânea 4
Resposta Verbal Nenhuma 1
Sons Incompreensíveis 2
Palavras Desconexas 3
Conversa com confusão 4
Orientado 5
Reposta Motora Nenhuma 1
Extensão/Descerebração 2
Flexão/Decorticação 3
Retirada a dor 4
Localiza a dor 5
Obedece a comandos 6
Total 3-15

168 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Referências
1 . Marcoux, KK – Management of Increased Intracranial Pressure in the Criticaly Ill Child
With an Acute Neurological Injur y. AACN Clinical Insues 2005;16:212-231.
2 . Marshall LF – Head Injur y, em Bennett JC, Plum F – Textbook of Medicine, Philadelphia,
WB Saunders, 1996, 2135-2139.
3 . Hickey R, Albin M – Intracranial Hyper tension, em Bready LL, Mullins RM, Noorily SH et
al – Decision Making in Anesthesiology, .St.Louis, Mosby, 2000;348-351.
4 . Broderick J, Connoly S, Feldmann E et al – Guidelines for Management of Spontaneous
Intracerebral Hemorrage in Adults: 2007 Update: A Guidiline From the American Heart
Association / American Stroke Association Sroke Council, High Blood Pressure
Interdisciplinary Working Group: The American Academy of Neurology affirms the value
of this guideline as an educational tool for neurologists. Stroke 2007;38:2001-2023.
5 . Mckley BA, Parmley CL, Toneson AS - Standardized Management of Intracranial Pressure:
A Preliminar y Clinical Trial. J Trauma 1999;46:271-279.
6 . Rober tson CS. - Management of Cerebral Per fusion Pressure after Traumatic Brain
Injur y. Anesthesiology 2001;95:1513-1517.
7 . Marik PE, Varon J, Trask T.- Management Head Trauma. Chest 2002;122: 699-711.
8 . Mizumoto, N – Monitorização do Sistema Nervoso Central. Rev Bras Anest 1992;42:59-
70.
9 . Stocchetti N, Maas AIR, Chieregato A et al – Hyperventilation in Head Injur y: A Review.
Chest 2005;127:1812-1827.
10. Blissitt, PA. Hemodynamic Monitoring in the Care of Critically Ill Neuroscience Patient.
AACN Advanced Critical Care 2006; 17:327-340.
11. Randell T, Niskanen M – Management of Physiological Variables in Neuroanaesthesia:
Maintaining Homeostasis During Intracranial Sur ger y. Curr Opin Anaesthesiol
2006;19:492-497.
12. Schirmer CM, Hoit DA, Malek AM. – Descompressive Hemicraniectomy for the Treatment
of Intractable Intracranial Hyper tension After Aneur ysmal Subarachnoid Hemorrage.
Stroke 2007;38: 987-992.

Hipertensão Intracraniana - 169


Hipotensão Arterial Induzida

Antonio Fernando Carneiro*


Sílvio Antonio Fernandes Filho**
André Luiz Braga das Dores***

* Prof. de Anestesiologia da Universidade Federal de Goiás


Prof. de Farmacologia da Universidade Católica de Goiás
Presidente da CET/SBA
Presidente da LASRA
Especialista em Medicina Intensiva
Membro CLIANEST-GO.
** Médico do Hospital Ortopédico de Goiânia
*** Coordenador Curso Sava/SBA
Membro Comite Saúde Ocupacional/SBA
Membro Diretoria Saego
Prof. Farmacologia Universidade Católica de Goias
Membro CLIANEST-GO
172 - Manual de Algoritmos e Fórmulas úteis em Anestesiologia
Referências

1 . Controlled Hypotension: A Guide to Drug Choice Drugs Drugs Adis International


67(7):1053-1076, 2007 0012-6667 Drugs. 67(7):1053-1076, 2007. 2007
2 . The ef fect of esmolol-induced controlled hypotension in combination with acute
normovolemic hemodilution on cerebral oxygenation Acta Anaesthesiologica
Scandinavica. 50(7):863-868, August 2006. 2006
3 . Controlled Hypotension and Minimal Inflation Pressure: A New Approach for Pneumatic
Tourniquet Application in Upper Limb Surger yAnesthesia & Analgesia. 97(5):1529-
1532, November 2003. 2003
4 . Clonidine Facilitates Controlled Hypotension in Adolescent ChildrenAnesthesia &
Analgesia. 96(4):976-981, April 2003. 2003
5 . Clinical trial of esmolol-induced controlled hypotension with or without acute
normovolemic hemodilution in spinal surger y Acta Anaesthesiologica Scandinavica.
47(1):74-78, Januar y 2003. 2003
6 . Controlled Hypotension in Children: A Critical Review of Available Agents Pediatric
Drugs. 4(7):439-453, 2002. 2002

Hipotensão Arterial Induzida - 173


Infarto do Miocárdio

Aretusa Chediak Roquim*


Ludhmila Abrahão Hajjar**
Filomena Regina Barbosa Gomes Galas***
José Otávio Costa Auler Junior****

* Médica plantonista da Unidade de Terapia Intensiva Cirúrgica – InCor-


** Médica assistente da Unidade de Terapia Intensiva Cirúrgica – InCor – HCFMUSP
Especialista em cardiologia e terapia intensiva
*** Médica supervisora da Unidade de Terapia Intensiva Cirúrgica – InCor – HCFMUSP
Especialista em anestesiologia e terapia intensiva
HCFMUSP – especialista em Anestesiologia
**** Professor Titular da Disciplina de Anestesiologia – FMUSP
Diretor Clínico do Hospital das Clínicas – FMUSP
Diretor da Unidade de Terapia Intensiva Cirúrgica - InCor
176 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Infarto do Miocárdio - 177
Insuficiência Cardíaca

José Fernando Bastos Folgosi*

* Médico Anestesiologista Membro da Equipe de Anestesia


Responsável pelo cirurgia cardíaca do Hospital Neurológico de Goiânia
Titulo Superior em Anestesiologia/SBA
Título Especialista em Terapia Intensiva
Referências

1 . Acc/Aha 2005 Guideline Update For The Diagnosis And Management Of Chronic Heart
Failure In The Adult. A Report Of The American College Of Cardiology/ Ame- Rican Heart
Association Task Force On Pratice Guide-Lines. Circulation 112 : E 154-E 235, 2005.
2 . Lagudis S., Knobel M., Bacal F. Insuficiência Cardíaca In Knobel E. Condutas No Paciente
Grave. Atheneu São Paulo, P 245 2006
3 . Nicolau J C., Stefanini.Fisiopatologia E Tratamento Da Insuficiência Cardíaca. Clínicas
Brasileiras De Medicina Intensiva 7 (13) 11- 39, 2002.
4 . Caterino J M., Kahan S. Emergências Médicas. Insuficiência Cardíaca. Guanabara Koogan
P 17 2006.
5 . Nohria A, Lewis E, Stevenson L W . Medical Management Of Advanced Heart Failure.
Jama 2002; 287 : 628 – 40.

180 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Insuficiência Hepática

Sérgio de Souza Oliveira*


Eduardo dos Santos Guim**
Ricardo Gonçalves Prado***

* Título Superior de Anestesiologista


** Título de Especialista em Anestesiologia
*** Título Superior de Anestesiologista
182 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Insuficiência Renal

Carmem Nar vaes Bello*


Luiz Estevam Ianhez**

Fatores que afetam produção de creatinina:


1. Peso corpóreo
2. Diminuição com a idade
3. Mais lenta sexo feminino

Fatores que afetam depuração da creatinina (Cl Cr):


1. < em crianças até 2 anos
2. Queda progressiva em adultos após 20 anos
3. Massa muscular: < idosos / pacientes com miopatias
4. Gestação
5. Obesidade mórbida ou ascites volumosas (excretam < quantidade de Cr/
kg / corrigir para peso corpóreo magro)
6. Hiperglicemia (diurese osmótica e redistribuição líquidos do organismo)
7. Proteinúria (acúmulo do Cl Cr )
8. Hora do dia (mais alta a tarde)

Depuração de 24 horas: cuidados


1. Seguir instruções detalhadamente
2. Preservação da coleta

Período de tempo em minutos = 1440 (24 horas)

• Função renal flutuante pode interferir na avaliação


• Períodos < 24 (muito curtos) podem influenciar resultados
Fatores que afetam creatininemia:
Correção para área de superfície corpórea Ö
Cl Cr calculado (1,73/SC em m2)

* Doutora em Anespesiologia pela FMUSP, Médica Assistente do Seviço de Recuperação Pós-Anestésica da HC


da FMUSP, integrante da Comissão Científica da SAESP e do Conselho Editorial da Revista do CEDAR.
** Livre Docente da Nefrologia
Chefe do Setor Clínico da Unidade de Transplante Renal da Divisão da Clínica de Urologia - Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina Universidade São Paulo .
DEC = depuração estimada da creatinina

Obs.: Em mulheres multiplicar o resultado por 0,85

Cl Cr X Grau de Disfunção Renal


Estado Renal Cl Cr mL/min
sexo masc. 80-130
Normal sexo fem. 80-125
pequena 52- 62,5
média 42-52
Disfunção
moderada 28-42
grave < 28
Anúria 0
RFG – mL/min (Cockroft & Gault)

Obs. PCr em dL
Cr < 1mg/dL calcular 1mg/dL
Reduzir em: paraplégicos (20%)
quadriplégicos (40%)

ANTIBIÓTICOS E DISFUNÇÃO RENAL

Exemplo CIPROFLOXACINA

Pacientes: Hemodiálise CAPD

Clcr 30-50 350mg 12/12h 250mg-500mg 24/24h pós-diálise


5-29 250-500mg 18/18h
<5 não definido

184 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


CISTATINA C – CARACTERÍSTICAS

Proteína de baixo peso molecular


Inibidor de proteinases cisteínicas
1985 Simonsen et al.: Correlação entre conc. pl. cistatina D e filtração glomerular
sendo então usado como marcador de função renal
Filtração glomerular e degradação tubular proximal (função renal normal)
Concentração sérica independe – massa muscular/sexo/raça
Normal = plasma 0,51-1,02 mg/dL / urina até 0,28 mg/dL
Rítmo de produção constante
Melhor marcador – hipotiroidismo
Tx. Renal – subestima função renal (estudo UTR ver relevância)
Asma (altas conc. dexametazona) – concentração mais elevada
Neoplasias – aumenta concentração Ö queda RFG (melhor que creatinina)
Diabetes
Idosos
Crianças/ adolescentes
Prematuros / neonatos a termo - + elevada (declina após 1 ano de idade)
Cirrose hepática

Pacientes com Disfunção Renal

Relação Uréia / Creatinina Normal BUN/Cr = 10:1

Hipercalemia
Hiperfosfatemia
Hipocalcemia
Rabdomiólise > Ácido urico e Creatitininoquinase (isoenzima CK3)
Hb, Ht,Creatinina, Clcr, Uréia/ Glicosúria, Cetonúria, Bilirrubina, Urobilinogênio,
Esterase Leucocitária, Nitritos,Hb,Mioglobina
Proteínas = 150- 200 mg/dia
Albumina – até 30 mg/dia (tiras plásticas impregnadas devidamente)

IRA

Azotemia pré-renal = < 1% NTA = >1%


GNC < 1% ( fç. renal normal + > reabs. TP Na)

Insuficiência Renal - 185


Obs. FENa não deve ser usada para diferenciar renal X pré-renal

Osm. Urinária X Osmolaridade Plasmática


< 1 NTA / > 1 Pré-Renal

Fluxo Urinário
Anúria = < 100mL/dia
Insuf. Renal Oligúrica = 100-400 mL/dia
Insuf. Renal Não Oligúrica = > 400mL/dia

Depleção significativa vol. intravascular Ö IRA Pré-Renal


Infusão de 1-2L SF 2-4h
(monitorização cuidadosa: ICC, insuf. intrarenal)

Ultra-sonografia Renal e Doppler


Cintilografia
Tomografia Computadorizada
Angiografia Renal

Biópsia Renal

DRC - ANTIBIOTICOTERAPIA

Exemplo : CIPROFLOXACINA

PACIENTES EM HD

Clcr 30-50 – 250-500 mg 12/12h


5-29 - 250-500 mg 18/18h
<5 – não definido

PACIENTES EM CAPD

250- 500mg cada 24h pós-diálise

186 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


RISCO PARA DOENÇA ARTERIAL CRÔNICA

Hipertensão Arterial
Elevado
Diabetes Mellitus
História Familiar de DRC

Enfermidades sistêmicas
Infecções urinárias de repetição
Médio
Litíase urinária repetida
Uropatias
Crianças com < 5 anos
Adultos com > 60 anos
Mulheres Grávidas

ORGANOGRAMAPROPOSTOPARATRATAMENTODRC

DIAGNÓSTICODRC

Retardar Prevenir Modificar Preparo para


Progressão Complicações Comorbidades TRS

Inib. ECA Desnutrição Cardiopatias Educação

Contr. HAS Anemia Vasculopatia Escolha TRS

Contr.Glicemia Osteodistrofia Neuropatia Acesso


Restr. Protéica Acidose Retinopatia Início TRS

Insuficiência Renal - 187


Estadiamento e Classificação IRC
(diretrizes Soc. Br. Nefrologia)

Estágios RFG(mL/min/ Creatinina Grau de Insuf. Condutas


1,73m2) (mL/min) Renal

0 >90 0,6-1,4 Ausência lesão Rastreamento e


renal redução, risco
Grupos de risco DRC
DRC

1 <90 0,6-1,4 Lesão renal com Diagnóstico


função renal precoce e
normal tratamento
Trata/
comorbidades
Minimizar risco
CV
Desacelerar
progressão DRC

2 60-89 1,5-2,0 IR leve ou Estimar e


funcional desacelerar
progressão DRC

3 30-59 2,1-6,0 IR moderada ou Trata/


laboratorial complicações

Referenciar a
4 15-29 6,1-9,0 IR grave ou nefrologista
clínica Preparo TSR*

5 <15 >9,0 IR terminal ou TSR, se uremia


dialítica

188 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Insuficiência Respiratória

Fábio Ely Mar tins Benseñor*


Domingos Dias Cicarelli**
Joaquim Edson Vieira***

* Docente Colaborador - Disciplina de Anestesiologia, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.


Pós-Doutorando - Disciplina de Pneumologia, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
** Médico assistente, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Especialista em Medicina Intensiva, AMIB.
*** Médico assistente, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Doutor em Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.Secretário - CEDEM, Centro de
Desenvolvimento de Educação Médica - Prof. Eduardo Marcondes, Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo.
Fórmula simplificada para cálculo da diferença alveolo-arterial de Oxigênio:
P(A-a)O2 = PAO2 – PaO2
PAO2 = (PB – PH2O) X FIO2 – PaCO2[FIO2 + (1 – FIO2)/R]
Onde: PB = pressão barométrica em mm Hg; PH2O = pressão de vapor d’água em
mm Hg; FIO2 = fraçãoinspirada de Oxigênio em número decimal; R = constante:
considere 0,8 para respiração fisiológica e 1,0 para o paciente intubado.

Referências

1 . Irwin RS: A physiologic approach to managing respirator y failure. In: Irwin RS, Cerra FB,
Rippe JM - Intensive Care Medicine, 4ª Edição, 1996.
2 . Kufel TJ, Grant BJB: Ar terial blood-gas monitoring: respirator y assessment. In: Tobin
MJ - Principles and Practice of Intensive Care Monitoring, 1997.
3 . arbas CSV, Pinheiro BV, Vianna A, Magaldi R, Casati A, José A, Okamoto V. Ventilação
mecânica na crise de asma aguda. In: III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica;
RBTI 2007;19 (2): 259-263.
4 . Jezler S, Holanda MA, José A, Suelene F. Ventilação mecânica na doença pulmonar
obstrutiva crônica. In: III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica; RBTI 2007;19
(2): 265-272.
5 . Amato MBP, Carvalho CRR, Ísola A, Vieira S, Rotman V, Moock M, José A, Suelene F.
Ventilação mecânica na Lesão pulmonar aguda (LPA) / Síndrome do desconfor to
respiratório Agudo (SDRA). In: III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica; J Bras
Pneumol 2007; 33 (Supl 2): S119-S127.

190 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Intoxicação por Anestésico Local
Prevenção e Tratamento

Antonio Leite Oliva Filho*

Quadro I - Fatores Relacionados à Toxicidade Sistêmica

1 - Potência do Anestésico local.


Inerente ao agente (Quadros II, III e IV)
(Proporcional à Lipossolubilidade)

2 - Dose excessiva
2.1 - Massa total injetada
2.2 - Velocidade da injeção
2.3 - Volume de Distribuição (Quadro II)
2.4 - Velocidade de Eliminação (Quadro II)

3 - Vascularização do local de aplicação


3.1 - Velocidade de absorção (Quadro IV)
3.2 - Injeção intra-vascular acidental

4 - Outros fatores
4.1 - Acidose
4.2 - Insuf. Hepática (Quadro I, IV)
4.3 - Insuf. Renal (Quadro I, IV)
4.4 - Extremos de idade (*)
4.5 - Gravidez (*)

* = sem consenso

*Membro do Conselho Editorial da Rev Bras


Quadro II - Farmacocinética
Agente VDss Clearance T1/2β
(L.kg-1) (L.kg-1.h-1) (h)
Prilocaína 2,73 2,03 1,60
Lidocaína 1,30 0,85 1,60
Bupivacaína 1,02 0,41 3,50
Procaína 0,93 5,62 0,14
Ropivacaína 0,84 0,63 1,90
Levobupivacaína 0,78 0,32 2,60

Adaptado de Denson DD: Physiology and pharmacology of local anesthetics. In


Sinatra RS, Hord AH, Ginsberg B, et al (eds) : Acute Pain. Mechanisms and
Management , p 124. St . L ouis, Mosby Year Book, 1992

Quadro III - Uso Cliníco


Agente Latência Duração Toxicidade Dose Mx Indicações
(h) * (mg) **
(mg.kg-1)
Ésteres
Procaína Curta 0,5 – 1 Baixa 400 / 600 Local
(5 – 10) Subaracn.
Tetracaína Longa 4–6 Alta 100 / 200 Subaracn.
( 1- 2) Bl. Perif.
Amidas
Lidocaína Média 1–2 Mode-rada 300 / 500 Local
(7 – 10) Bl. Perif.
Subaracn.#
Perid.
§
Bupivacaína Longa 2–4 Alta 175 / 225 Local
(3 – 4) Bl. Perif.
Subaracn.
Perid.
§
Levo-bupivacaína Longa 2–5 Moderada 200 / 225 Local
(3 – 4) Bl. Perif.
Subaracn.
Perid.
Analgesia

Continua

192 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Ropivacaína Longa 2–5§ Mode-rada 200 / Local
(3) Bl. Perif.
Perid.
Analgesia

* A Duração apontada diz respeito a bloqueios espinhais (subaracnóidea ou peridural)


com dose única. Em infiltrações locais ou bloqueios periféricos, na dependência da
perfusão local, a duração pode chegar a valores até 4 vezes maiores do que os
sugeridos. Nos bloqueios centrais o prolongamento pode ser obtido com técnicas
contínuas (cateter).
** A segunda dose máxima sugerida implica uso de adrenalina 1:200.000. A dose limite é
apontada, entre parênteses, na base de mg por kg de peso. O limite superior deve ser
adotado soluções com adrenalina a 1:200.000. Para bloqueio intercostal ou injeção
intratraqueal os limites de dose devem ser reduzidos.
# A lidocaína é o anestésico local mais freqüentemente associado a Sintoma Neurológico
Transitório. Seu uso, em anestesia subaracnóidea, deve ser limitado a 60 mg.
§ Bloqueio sensitivo mais prolongado que o bloqueio motor, concentração dependente.

Adaptado de: Covino BG, Wildsmith JAW: Clinical pharmacology of local anesthetic
agents. In Cousins MJ, Bridenbaugh PO (eds) : Neural blockade in clinical anesthesia and
management of pain, 97–128. Philadephia, Lippincott–Raven, 1998

Quadro IV - Propriedades Físico-Químicas

Agente pKa % íon Coef. Partição % Ligação


(pH 7,4) (Lipossolubil.) Protéica

Tetracaína 8,5 93 5.822 94


Bupivacaína 8,1 83 3.420 95
Ropivacaína 8,1 83 775 94
Lidocaína 7,9 76 366 64
Prilocaína 7,9 76 129 55
Procaína 8,9 97 100 6

Ashburn MA, Rice L J (eds) : The Management of Pain, pp 141–170. New York ,
Churchill Livingstone Inc., 1997

Intoxicação por Anestésico Local Prevenção e Tratamento - 193

#
Quadro V – Toxidade Neurológica
Versus Cardiovascular

Agente Toxicidade SNC Relação Tox.


SCV/SNC
Bupivacaína 4,00 2,00
Levobupivacaína 2,90 2,00
Ropivacaína 2,90 2,00
Tetracaína 2,00
Prilocaína 1,20 3,10
Lidocaína 1,00 7,10
Procaína 0,30 3,70

Quadro VI - Fases da INTOXICAÇÃO

Sinais de Alerta (Fase 1)


[conc. plasmática equivalente a 4 a 7 µg/ml de lidocaína]
Loquacidade seguida de fala empastada
Distúrbios auditivos (tinitus)
Desorientação, náusea, vômito
Distúrbios gustativos (sensação gustativa metálica)
Distúrbios da visão (diplopia, escotomas)
Agitação psicomotora, parestesias (perioral, língua), tremores (face,
pescoço, extremidades)

Evolução (Fase 2)
[conc. plasmática equivalente a 7 a 8 µg/ml de lidocaína]
Demora em responder, letargia
Sonolência
Hipotonia, atonia
Bradi e hipopnéia
Hipotensão discreta

Agravamento (Fase 3) [conc. plasmática > 10 µg/ml de lidocaína]


Movimentos tônico-clônicos generalizados (convulsão)
Hipotensão importante (> 10 µg/ml de lidocaína)
Apnéia, hipoxia, cianose, coma (conc. plasm. > 15 µg/ml de lidocaína)
Arritmias cardíacas
Parada cardíaca ((conc. plasm. > 25 µg/ml de lidocaína)

Obs – em injeção intravascular acidental, a manifestação clínica de toxicidade


pode se iniciar com a Fase 3

194 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Algoritmo 1
Prevenção da Intoxicação por Anestésico Local

1 . Avaliar previamente (paciente x técnica)


(identificação de pontos de referência,
antecedentes de hipersensibilidade e
fatores de risco de toxicidade – Quadro I, II, III, IV e V

2 . Instalar Monitorização com Alarmes Ativados;

3 . Dispor de anticonvulsivante (diazepínico) e medicamentos / material de


ressuscitação;

4 . Garantir acesso venoso; disponibilizar fonte de oxigênio e máscara facial;

5 . Posicionar paciente;

6 . Calcular Limites de dose de A.L. para a técnica proposta e para o paciente


(QUADRO III) ;

7 . Injetar teste (solução com adrenalina 1:200.000 com ou sem AL).


Observar, por 1 a 2 min, variação de Freq. Cardíaca e Pressão Arterial; Na
dúvida reposicionar agulha e aplicar novo teste;
(teste com adrenalina pode não responder no idoso ou no betabloqueado)
(sedação prévia pode mascarar teste com anestésico local)

8 . Adicionar adrenalina ao AL (nas grandes doses ou em área de maior


vascularização);

9 . Injetar AL lentamente (ou de modo intermitente, com aspiração),


particularmente nas técnicas que exigem AL em grandes volumes e
concentrações elevadas – plexular ou peridural, p. ex.;

10 . Interromper injeção diante de sinal/sintoma da FASE 1 (Quadro VI);


Se os sinais ou sintomas forem de fase 2 ou 3, adotar algoritmo 2.

11 . Oxigenar a 100% (máscara facial) e Observar.

12 . Seguir algoritmo 2 se intensificar;


cancelar o procedimento regional se persistir quadro, sem agravamento;
ou continuar procedimento com maior cuidado, se houver reversão da
sintomatologia após 5 ou 10 min.

Intoxicação por Anestésico Local Prevenção e Tratamento - 195


Algoritmo 2
Terapia da Intoxicação por Anestésico Local

1 . Identificados sinais / sintomas de FASE 2 OU 3, cancelar procedimento


regional e solicitar concurso de outro colega;

2 . Se FASE 2 (letargia, hipo ou bradipnéia, hipotensão discreta)


2.1 – oxigenar (100%) e assistir ventilação;
2.2 – administrar midazolam ou diazepam (1 a 3 mg), venoso;
2.3 – Assistir Pressão Arterial:
2.3.1 – Posicionar em decúbito dorsal horizontal em leve céfalo-declive (10º)
2.3.2 – Infundir Solução Salina 0,9% em fluxo rápido;
2.3.3 – Se apresentar hipotensão (< 20% da PA inicial)
Fenilefrina (1 mg seguido de infusão q.s.p) ou efedrina (idem) para P.A.
± 10% que valor inicial.
2.5 – Manter assistências até estabilização ou;

3 . Se FASE 3 (crise convulsiva, apnéia, assistolia)


3.1 – Oxigenar (100%), intubar e administrar diazepam (até 10 mg) ou propofol
(2 mg.kg-1)
3.1.1 – Considerar relaxante muscular se houver dificuldade de ventilação ou
se abalos musculares não cederem com diazepam.
3.2 – Em vigência de bradicardia
3.2.1 – Administrar 1 mg de atropina.
3.2.2 – Se não responder, adrenalina, 0,1 mg, venosa.
3.2.3 – Em vigência de extrassistolias ou taquiarritmias, considerar amiodarona
(5 mg.kg-1), gluconato de cálcio ou sulfato de magnésio).

4 . Se pulso ou PA não detectáveis, ou assistolia, iniciar Reanimação Cárdio-


Respiratória.
(parada cardíaca por intoxicação com anestésicos locais de longa duração
pode exigir mais tempo de manobras efetivas de reanimação do que outras
causas de parada cardíaca).
Considerar administração de solução de lipídios a 20%, na dose de 4 ml.kg1, para
mobilizar o anestésico local (bupivacaína) dos canais de sódio e agilizar
recuperação.
(há sugestão do uso do propofol, anticonvulsivante e terapia acessória pelo
seu excipiente lipídico. No entanto a dose de lipídio em uma dose de 2 mg.kg1
de propofol, atingiria apenas 3% da dose de lipídio necessária. Dose maior de
propofol potencializaria as depressões do AL).
5 . Se houver recuperação, cancelar procedimento e continuar medidas de suporte
em UTI ou unidade.

Referência
1 . Liu SS . Local Anesthetics and Analgesia. In Ashburn MA, Rice LJ, (eds): The Management
of Pain. New York: Churchill Livingstone Inc., 1997

196 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


INTUBAÇÃO:
Jejum X Estômago Cheio

Danielle Maia Holanda Dumaresq*


Oziel de Souza Lima**
Oziel de Souza Lima Filho***
Rober to César Pontes Ibiapina****

Algoritimo 1 - Recomendações para Jejum Pré-Operatório Segundo a ASA Task


Force on Preoperative Fasting.

* TSA/SBA, Responsável CET Instituto Dr. José Frota, Fortaleza-CE, Mestrado em cirurgia pela Universidade
Federal do Ceará.
** Presidente da SBA 1997; Coordenador do Centro de Estudos do Sono de Fortaleza; Co-Responsável pelo CET
Instituto Dr. José Frota, em Fortaleza
*** ME 3 (Casa de Saúde Campinas); Centro de Estudos do Sono de Fortaleza
**** TSA/SBA, Co-Responsável CET Instituto Dr. José Frota, Fortaleza-CE
Algoritimo 2 - Preparo e manuseio do paciente com risco de aspiração pulmonar.
IBP= inibidor de bomba de prótons, IRS=Intubação por seqüência rápida, ML=
máscara laríngea. *SNG= Sonda nasogástrica: Pode ser usada antes da indução,
especialmente em situação de emergência. A presença de SNG não garante o estô-
mago vazio, podendo prejudicar a função do esfíncter esofágico, no entanto, drena
passivamente o conteúdo gástrico, sendo recomendado permanecer durante
indução.

198 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Algoritimo 3 - Passos a seguir em caso de Intubação por seqüência rápida (ISR).

Referências

1 . Moro ET. Prevenção da Aspiração Pulmonar do Conteúdo Gástrico. RBA,2004 54: 2:


261 - 275.
2 . Ng A, Smith G. Gastroesophageal Reflux and Aspiration of Gastric Contents in Anesthetic
Practice. Anesth Analg, 2001; 93:494-513.
3 . Paul G. Barash, Robert K. Stoelting, Bruce F. Cullen. Clinical APaul G. Barash, Robert K.
Stoelting, Bruce F. Cullen. nesthesia Lippincott Williams & Wilkins, 2005.

INTUBAÇÃO: Jejum X Estômago Cheio - 199


Isquemia Miocárdica

Paulo Armando Ribas Jr.*


Ranger Cavalcante da Silva**
Clóvis Marcelo Corso***

1ª. Etapa – Modificação do Risco Pré-operatório

* Anestesiologista Hospital Vita Curitiba


Co-responsável CET Hospital de Clínicas UFPR
Presidente Comitê Anestesia Cardiovascular e Torácica
** Anestesiologista Hospital Vita Curitiba
Co-responsável CET Hospital de Clínicas UFPR
Mestre pela Universidade Federal do Paraná
*** Anestesiologista Hospital Vita Curitiba
Presidente Sociedade Paranaense de Anestesiologia
* Sugestões

Beta-bloqueadores: (FC alvo menor 60)


- Atenolol 50-100 mg VO/dia se FC>65 e PAS>110
- Metoprolol 25-50 mg VO/dia

Estatinas:
- Simvastatina 10-20 mg/dia
- Atorvastatina 10-20 mg/dia

202 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


2ª. Etapa – Estratégias Intra-operatórias:

Sugestões

Beta-bloqueadores EV:
- Esmolol (50-200 mcg/kg/min)
- Metoprolol (1-5 mg)

Alfa2-agonistas:
- Clonidina
- Dexmedetomidina

Hematócrito:
- Evitar menor 25. Ideal 30-35.
Glicemia:
- 140-180 mg/dl

Isquemia Miocárdica - 203


3ª. Etapa – Pós-Operatório:

204 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Limpeza de Aparelhos de Anestesia

Neuber Mar tins Fonseca*


Rober to Araújo Ruzi**
Beatriz Lemos da Silva Mandim**

* Professor Doutor e Responsável pelo CET/SBA FMUFU; Presidente CNT/SBA


** Anestesista SEANE e Co-responsável pelo CET
Observação: Tubos corrugados siliconizados podem ser autoclavados.

Referências

1 . www.anvisa.gov.br/ser viçosaude/controle/processamento_ar tigos.pdf


2 . Manual do Aparelho Origami da Takaoka
3 . Parecer da CNTSA (Comissão de Normas Técnicas da SBA) do dia 26/12/06 –
Normatização da limpeza do Aparelho de Anestesia.

206 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Manejo da Hipotensão no
Transoperatório

Ricardo Lopes da Silva*


Elizabeth Milla Tambara**
Marisa Pizzichini***

* Mestre em Clínica Cirúrgica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP


Doutor em Clinica Cirúrgica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP
Co-Responsavel pelo CET DA Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.
** Professora Titular do Departamento de Medicina da Pontificia Universidade Católica do Paraná
Professora Adjunta do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal do Paraná
Doutora em Clinica Cirúrgia pela Universidade Federal do Paraná
Responsável pelo CET da Snata Casa de Misericórdia de Curitiba.
*** Anestesiologista do Centro Médico Sugisawa
Instrutora CET da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.
208 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Medicação Pré-Anestésica - Adultos

Ligia Andrade da Silva Telles Mathias*


Mauro Prado da Silva**

Objetivo Principal: diminuição da ansiedade e do medo Fármaco mais


freqüentemente utilizado: midazolam.
O midazolam é um benzodiazepínico de curta duração de ação, solúvel em água
e de metabolismo rápido. Suas características farmacológicas incluem: sedação,
produção de amnésia, relaxamento muscular, depressão mínima da ventilação e do
sistema cardiovascular e ação anticonvulsivante.
Não possui efeito analgésico, podendo causar agitação na vigência de dor. É
praticamente desprovido de efeitos cardiovasculares, porém, em situações de into-
xicação grave ou instabilidade hemodinâmica, pode causar hipotensão arterial. É
metabolizado no fígado, com formação de metabólitos ativos que são excretados
pelos rins.

Doses e vias de administração do midazolam:

Em adultos são mais costumeiramente utilizadas as vias muscular e oral, nas doses:

· via muscular: de 2,5 mg a 15 mg;


· oral: de 5 a 15 mg.
Em pediatria, podem ser utilizadas as vias:
· muscular: 0,05 - 0,1 mg.kg-1;
· oral: 0,25 - 0,75 mg.kg-1 – dose máxima: 20 mg;
· sublingual: 0,2 - 0,3 mg.kg-1 – dose máxima: 10 mg;
· nasal: 0,2 - 0,3 mg.kg-1 instilados nas narinas através de seringa de vidro sem
agulha
ou spray - volume máximo 1mL (5 mg) solução de 5mg.mL-1;
· retal: 0,3 - 0,35 mg.kg-1 em 5 mL de solução salina.

* Professora Adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de São Paulo


Responsável pelo CET e Chefe do Serviço de Anestesia da Santa Casa de São Paulo
Secretária da Comissão de Ensino e Treinamento da SBA
** Título Superior em Anestesiologia - SBA
Algoritmo baseado no uso do MIDAZOLAM como MPA

Objetivo Principal: diminuição da ansiedade e do medo.


Fármaco mais freqüentemente utilizado: midazolam.
Doses: Adultos: via muscular: de 2,5 mg a 15 mg; oral: de 5 a 15 mg.
Em pediatria: muscular: 0,05 - 0,1 mg.kg-1; oral: 0,25 - 0,75 mg.kg-1 – dose máxima: 20
mg; sublingual: 0,2 - 0,3 mg.kg-1 – dose máxima: 10 mg; nasal: 0,2 - 0,3 mg.kg-1 -
volume máximo 1mL (5 mg) solução de 5mg.mL-1;
retal: 0,3 - 0,35 mg.kg-1 em 5 mL de solução salina.

Referências
1 . Or tenzi AV – Medicação Pré-Anestésica, em: Tratado de Anestesiologia - Cangiani LM,
Posso IP, Potério GMB et al, 6ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2006; 1041-1046.
2 . Martins CAS - Benzodiazepínicos, em: Manual de fármacos para Anestesia – Vane LA,
1ª Ed, São Paulo, Sociedade Brasileira de Anesatesiologia, 2006; 299-305.

210 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Medicação Pré-Anestésica - Pediátrico

Antonio Vanderlei Or tenzi*

* Professor Assistente Doutor, Departamento de Anestesiologia - Faculdade de Ciências Médicas - UNICAMP;


Título Superior em Anestesiologia (TSA) SBA-AMB; Instrutor do Núcleo de Via Aérea Difícil – SAESP;
Certificado de Atuação na Área de Tratamento da Dor SBA-AMB;
Título de Especialista em Acupuntura (TEAC) AMB-Colégio Médico de Acupuntura.
Referências

1 . Bozkur t P – Premedication of the pediatric patient – anesthesia for the uncooperative


child. Curr Op Anesthesiol, 2007;20:211-215.
2 . Or tenzi AV – Medicação Pré-anestésica, em Cangiani LM et al – Tratado de Anestesiologia
SAESP, 6a Ed., S. Paulo, Atheneu, 2006;1041-1046.
3 . Pang LM, Liu LMP, Coté CJ – Premedication and induction of Anesthesia, em Coté CJ,
Todres ID, Ryan JF et al – A Practice of Anesthesia for Infants and Children, 3rd Ed.,
Philadelphia, Saunders, 2001;172-195.
4 . Wright KD, Stewar t SH, Finley GA et al – Prevention and Strategies to Alleviate
Preoperative Anxiety in Children – A Critical Review. Behav Modif, 2007;31:52-79.

212 - Manual de Algoritmos e Fórmulas úteis em Anestesiologia


Monitoração da Consciência
Intra-Operatória

Alber to Esteves Gemal*

Consciência é uma propriedade recente e não definida da mente. Não existe um


monitor da Consciência e a sua localização no Sistema Nervoso Central é impreci-
sa. Sugerimos a adoção de memória e estados de vigília e sono como pontos de
corte para o arsenal anestesiológico. Os monitores atuais (BIS, Entropia, SEF e
outros) são monitores de atividade elétrica cerebral.

Níveis de sedação segundo a Resolução do CFM- nº 1670/2003.

Intensidade Efeito

Leve Ansiólise (indivíduo psiquicamente estável e aparentemente


calmo); Responsividade quase normal à estimulação verbal
(indivíduo acordado com preservação das funções
cognitivas); Funções ventilatória (resposta muscular motora)
e cardiovascular (resposta autonômica) preservadas.
Moderada Depressão da consciência levando à diminuição da qualida-
de da resposta ao estímulo verbal isolado, mesmo que acom-
panhado de estímulo tátil (sono facilmente despertável); Vias
aéreas pérvias (tônus muscular mantido) e estabilidade
cardiocirculatória (resposta autonômica estável)*
Profunda/Analgesia Depressão da consciência a um ponto tal que o indivíduo se
torna não-despertável, embora com resposta motora reflexa
mantida; Depressão motora da função ventilatória.

*A American Dental Association cunhou o termo Sedação Consciente em suas Guidelines


(2005), definido em termos de consciência e vias aéreas pérvias. http://www.ada.org/prof/
resources/positions/statements/anesthesia_guidelines.pdf. http://www.portalmedico.org.br/
resolucoes/cfm/2003/1670_2003.htm (verificado em agosto de 2007)

* Prof. Associado em Anestesiologia - Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense


PhD em Anestesiologia (University of Bristol, UK)
MSc em Engenharia Biomédica (COPPE/UFRJ) TSA/SBA
Co-responsável pelo CET do Hospital Universitário Antonio Pedro - UFF
Classificação de memórias, segundo Lent.

a) Memória operacional (ou de trabalho, com curta duração)


b) Quanto ao tempo de retenção: ultra rápida, de curto prazo e de longo prazo
c) Quanto a natureza:
-Explícita ou declarativa, esta subdividida em episódica e semântica
-Implícita ou não declarativa com os subtipos de representação perceptual, de
procedimentos, associativa e não associativa

Fonte: Lent R; Cem Bilhões de Neurônios. Conceitos Fundamentais de Neurociência.


Ed. Atheneu, Rio de Janeiro, 2001.

Classificação de Memórias e suas áreas de associação cortical, segundo Kandel

Explícita Fatos Lobo Medial Temporal


(declarativa) Eventos

Memórias de Priming Neocórtex


longo prazo
Procedural N. Striatum
Implícita (habilidades e
(não hábitos)
declarativa)
Aprendizado Respostas
associativo emocionais Amígadala

Aprendizado Musculatura Cerebelo


não associativo esquelética
Habituação e Vias reflexas
sensibilização

Fonte: Kandel ER, Schwartz JH e Jessel JH; Principles of Neural Science.


4th Ed., McGraw-Hill, New York, 2000.
Classificação de Memórias, segundo Izquierdo.
1 - Memória de trabalho, de curta duração, durando de poucos segundos a minutos
(referenciada ao córtex pré frontal)
2 - Memórias de curta duração (até seis horas) e longa duração.
Mais complexas e capazes de sofrer retenção para posterior evocação
(referenciadas ao hipocampo e córtices entorrinal, cingulado e parietal).
Estas memórias tem seus componentes relacionados à memória explícita ou
implícita.
Fonte: Izquierdo I; Memória. Ed. Artmed, Porto Alegre, Brasil, 2002.
214 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Categorias ou níveis de percepção da consciência no período perioperatório em
relação ao sono e à memória

Paciente acordado com Memória Explícita


(Ia) - Com preservação da Memória de Trabalho
(Ib) - Com degradação da Memória de Trabalho
II Paciente acordado sem Memória Explicita, porém com Memória Implícita
III Paciente dormindo, com indícios de Memória Implícita
IV Paciente dormindo, com ausência de Memória Implícita

Fonte: Gemal AE; Curso Virtual de Anestesia Inalatória: Monitoração da Consciên-


cia Per Operatória).
http://www.sba.com.br/anestesiainalatoria/aula.asp?id=3&parte=1.
Acesso verificado em agosto de 2007 (área restrita aos sócios da SBA).

Acidentes Mnemônicos Pér Operatórios (AMPO)

Tipos Características Gerais

I- O paciente submetido à anestesia geral, sob efeito de relaxantes musculares


porém acordado, apresenta memória explícita (relato de fatos e atos do
período pér operatório) e relata ter sentido dor

II - O paciente submetido à anestesia geral, sob o efeito de relaxantes muscula-


res e acordado, porém com analgesia eficiente. Apresenta memória explíci-
ta porém relata não ter sentido dor

III - O paciente submetido à anestesia geral e dormindo, porém apresentando


indícios de preservação de memória implícita de atos e fatos pér operatórios.

Fonte: Gemal AE, Belmont SA e Soares HLR; Transtornos Mnemônicos Pér Opera-
tórios.
Anais do 53o Congresso Brasileiro de Anestesiologia, 2006;294. Rio de Janei-
ro

Frequências do EEG

δ (0,1 a 4 Hz) No indivíduo acordado há predominancia de ondas de alta


θ (4 a 8 Hz) frequência (α e β) e baixa amplitude elétrica (sigla em inglês HFLA,
α (8 a 12 Hz) High Frequency Low Amplitude), enquanto no indivíduo dor-
b1 (12 a 30 Hz) mindo há tendência a inversão destes padrões (LFHA Low
b2 (30 a 60 Hz) Frequency High Amplitude).

Monitoração da Consciência Intra-Operatória - 215


Faixas de probabilidade do índice BIS

100 – 80 Alta probabilidade de estar acordado e apresentar Memória Explícita


80 – 60 Sonolento porém acordável por estímulos competentes. Alta probabili-
dade de perda da Memória de Trabalho e Memória Explícita, pode haver
preservação da Memória Implícita
50 – 30 Alta probabilidade de estar em estado de sono anestésico sem presença
de Memória Explícita ou Implícita
0 – 30 Baixa atividade elétrica cerebral com episódios de Supressão de Surto

Fonte: Dahaba AA; Anesthesia and Analgesia 101:765-73, 2005. Estas faixas adimitem
variação populacional e por uso de pré anestésicos. Faixas de probabiidade.

Supressão de Surto (Burst Suppression) ocorre com atividade elétrica cerebral


abaixo de 5µV por períodos superiores a meio segundo. Taxa de supressão de surto
(Burst Suppression Rate - BSR) é a razão entre o tempo de supressão de surto em
segundos por minuto, variando de zero a um. Silêncio cerebral é supressão de
surto indefinidamente no tempo. Silencio cerebral é sugestivo de sofrimento e
morte cerebral.
Frequência de Borda Espectral (SEF95%) abaixo de 12-14 Hz é indicativa de maior
probabilidade do paciente estar entrando em estado de sono anestésico. Valores
mais baixos indicam que pode estar havendo predomínio das baixas frequências
delta e teta.

Medidas preventivas de AMPO durante anestesia geral

1 - Certificar-se de que o paciente esteja farmacocineticamente dormindo sono


anestésico. Rever a CAM que está sendo usada (CAM50?, CAM99,5?, CAMbar?)
ou o alvo plasmático teórico se for anestesia venosa alvo controlada.
2 - Avaliar os parâmetros monitorizados e compensar as respostas fisiológicas aos
diversos estímulos nociceptivos, as variações de volemia e a resposta autonômica
segundo a conveniência farmacológica (usar a droga certa na hora certa)
3 - Usar relaxantes musculares judiciosamente
4 - Observar sinais de lacrimejamento, suor e turgor de pele, taquicardia e hiperten-
são, e outros indicativos de resposta autonômica exacerbada (que podem ser
parcialmente bloqueados e mascarados pelo uso de opióides)
5 - Identificar fatores que alterem a tensão arterial e frequência de pulso (p.ex.
volemia e resposta autonômica) e corrigir (p.ex. anestésicos gerais, opióides, b-
bloqueadores, a-agonistas, vasodilatadores e outros)
6 - No pós operatório imediato estas respostas alteradas serão tratadas com as dro-
gas específicas (não anestésicas) também segundo a conveniência farmacológica.
Toda queixa de dor deve ser relevada e convenientemente tratada

216 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


No caso de Acidente Mnemônico Pér Operatório, conversar com o paciente e a
valiar a necessidade de referenciamento para psiquiatra para prevenir ou tratar
possível Sindrome de Stress Pós Traumático (SSPT).

Sugerimos a leitura do periódico Best Practice & Research Clinical


Anaesthesiology Volume 20 No 1, 2006 sobre Monitoração da Consciência e EEG
Processado.

Monitoração da Consciência Intra-Operatória - 217


Náuseas e Vômitos no
Pós-Operatório

Paulo Adilson Herrera*

* Responsável CET Hospital Evangélico de Londrina


Tabela 1 - Fatores de Risco para Náuseas e Vômitos no Pós-operatório.
Risco de Náuseas
Escore Simplificado e Vomitos por
Pontuação
Escore

Apfel et al. 1999 Masculino=0 Feminino=1 0 =10%

História Prévia de NVPO ou 1=21%


enjôo com movimentos;não =0
sim=1

Fuma ? Sim=0 não=1 2=39%

É antecipado a utilização de 3=61%


opióides no POI não=0 sim=1

4=79%

Koivuranta et al ,1997 Masculino=0 Feminino=1 0=17%

História prévia de NVPO não=0 1=18%


sim =1

Enjôo com movimentos não=0 2=42%


sim=1

Duração>60 min não=0 sim=1 3=54%

Fuma? Sim=0 não=1 4=47%

5=87%

Eberhart et al, 2004 Duração > 30 minutos não=0 0=9


(crianças) sim=1

Idade>3 não=0 sim=1 1=10%

Cirurgia de estrabismo não=0 2=30%


sim=1

História de vômito prévio ou 3=55%


irmão ou um dos pais com
históriaa de NVPO não=0 sim=1

4=70%
Obs. Risco baixo = 20%, moderado=50%, Alto>50%

220 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Tabela 2 - Estratégia anestésica objetivando reduzir riscos de náuseas e vômitos

Se possível optar por anestesia regional


Propofol na indução de anestesia geral
Evitar agentes emetôgenicos: Ketamin, etomidato, protóxido
Hidratar adequadamente
Considerar a utilização de alfa 2 agonistas: clonidina
Se possível anestesia venosa total ao invés de balanceada com agentes
inalatórios
Utilizar alta concentração de oxigênio ( FiO2=0,80)
Minimizar a utilização de opióides no intra e pós-operatório
Benzodiazepínicos como medicação pré-anestésica
Minimizar a dor pós-operatória, com a utilização de anestésicos locais e anti-
inflamatórios não esteróides quando não houver contra-indicação
Utilizar a menor dose possivel de neostigmine

Tabela 3 - Opções terapêuticas na profilaxia e tratamento de náuseas e vômitos


pós-operatórios.
Droga Dose -Adultos Dose – Crianças Momento da
Administração
Ondansentron 4-8mg IV 50–100 µg/kg até 4 mg Fim do procedimento
Dolasetron 12,5 mg IV 350 µg/kg até12.5 mg Fim do procedimento
Granisetron 0,35mg-1mg IV Fim do procedimento
Dexametasona 4-10 mg IV 150 µg/kg até8 mg Antes da indução
Droperidol 0,625-1,25mg IV 50–75 µg/kg até1.25 mg * Fim do procedimento
Dimenidrato 1-2mg/kg IV 0.5 mg/kg *
Prometazina 12,-25 mg IV Fim do procedimento

* Bolton et al em revisão recente (British Journal Anaesthesia ,2007) não conseguiram evidên-
cia para ação anti-emética do droperidol e dimenidrato em pós-operatório de amidalectomias
em crianças.
Obs. Opções de combinação de drogas :5-HT3 antagonistas + droperidol, 5-HT3 antagonistas +
dexametasona.

Náuseas e Vômitos no Pós-Operatório - 221


Tabela 4 - Tratamento das náuseas e vômitos no pós-operatório em pacientes
que receberam profilaxia ou em pacientes que não receberam a medicação.

Tratamento Inicial Tratameto de Resgate

Nenhum ou dexametasona Dose pequena de antagonista 5-HT3,


droperidol 0,625mg, prometazina 6,25 mg.

Droperidol 0,625mg Prometazina 6,25mg ou dimenidrato 25- 50mg,


antagonista 5-HT3

Antagonista 5-HT3 Prometazina 6,25mg ou droperido 0,625 mg

Terapia com tripla Não repetir os antieméticos, utilizar


(dexametasona + dois antieméticos de classe diferente
antieméticos de classes
diferentes)

Obs. De maneira geral a droga que foi utilizada na profilaxia não deveria ser repetida para
tratamento das náuseas e vômitos no pós-operatório, Habib & Gan, 2005 encontraram maior
efetividade da prometazina e dimenidrato em pacientes que haviam recebido droperidol e
ondasentron como profiláticos.

Referências

1 . Bolton CM, Myles PS, Nolan T, Sterne JA. Prophylaxis of postoperative vomiting in
children undergoing tonsillectomy: a systematic review and meta-analysis. Br J Anaesth.
2006 Nov;97(5):593-604. Epub 2006 Sep 26. Review.
2 . Carlisle JB, Stevenson CA. Drugs for preventing postoperative nausea and
vomiting.Cochrane Database Syst Rev. 2006 Jul 19;3:CD004125. Review.
3 . Gan TJ. Risk factors for postoperative nausea and vomiting. Anesth Analg. 2006
Jun;102(6):1884-98. Review.
4 . Habib AS, Gan TJ. The effectiveness of rescue antiemetics after failure of prophylaxis
with ondansetron or droperidol: a preliminary report. J Clin Anesth. 2005 Feb;17(1):62-
5.
5 . Ho KY, Chiu JW. Multimodal antiemetic therapy and emetic risk profiling. Ann Acad Med
Singapore. 2005 Mar;34(2):196-205. Review.
6 . Rowbotham DJ. Recent advances in the non-pharmacological management of
postoperative nausea and vomiting. Br J Anaesth. 2005 Jul;95(1):77-81. Epub 2005
Apr 1. Review.
7 . Habib AS, Gan TJ. Evidence-based management of postoperative nausea and vomiting:
a review. Can J Anaesth. 2004 Apr;51(4):326-41. Review.
8 . Gan TJ, Meyer T, Apfel CC, Chung F, Davis PJ, Eubanks S, Kovac A, Philip BK, Sessler DI,
Temo J, Tramer MR, Watcha M; Department of Anesthesiology, Duke University Medical
Center. Consensus guidelines for managing postoperative nausea and vomiting. Anesth
Analg. 2003 Jul;97(1):62-71, Review.

222 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Paciente Alérgico ao Latex

Luiz Rober to Sousa *


Douglas Flávio Porsani**
Rober to Tsuneo Cer vato Sato***

Justificativa e Objetivo

Apresentar uma consulta rápida sob a forma de algoritmo no atendimento ao


paciente alérgico ao Látex.

Conteúdo

Algoritmo no atendimento pré-operatório e ou emergencial, sala de cirurgia, do


paciente alérgico ao látex e a seqüência de alertas e prevenções no ambiente hos-
pitalar. Foi ressaltada a atenção na organização iniciada no internamento até aos
setores de suporte, finalizando com o atendimento no centro cirúrgico e unidade
de recuperação pós-anestésica.

Conclusão

A preparação do Manual sobre “Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiolo-


gia” a ser coordenado pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia em muito contri-
buirá para a consulta rápida e a imediata aplicação de condutas pelo anestesiologista.
O algoritmo apresentado ressalta a prévia organização para o atendimento e sua
aplicação

* Anestesiologista Chefe do Serviço de Anestesiologia do Hospital Universitário Cajuru – PUC/Curitiba PR


** Anestesiologia Preceptor da Residência Médica do CET-SBA/MEC do HUC
*** Mestre pela PUCPR e Anestesiologia do Hospital Universitário Cajuru
224 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Referências

1 . Heilman DK, Jones RT, Swanson MC, Yunginger JW. A prospective, controlled study
showing that rubber gloves are the major contributor to latex aeroallergen levels in the
operating room. J Allergy Clin Immunol 98(2):325-330, 1996.
2 . Vandenplas O, Delwiche JP, Evrared G, Aimont P, Van Der Brempt S, Jamar t J, Delaunois
L- Prevalence of occupational asthma due to latex among hospital personnel. Am J
Respir Crit Care Med 151:54-60, 1995.
3 . Allarcon JB, Malito m, Linde H, Brito MEM – Aler tia ao Látex. RBA Vol. 53, Nº 1,
2003:89-92.
4 . Bauer X, Ammon J, Chen Z, Beckman U, Czuppon AB. Health risk in hospitals through
airborne allergens for patients pre-sensitized to latex. Lancet 342:1148-1149, 1993.
5 . Beezhold D, Pugh B, Liss G, Sussman G. Correlation of protein levels with skin prick
test reactions in patients allergic to latex. J Allergy and Clin Immunol 98 (6):1097-102,
1996.
6 . Blanco C, Carrillo T, Castillo R, Quiralte J, Cuevas M. Latex allergy: clinical features and
cross-reactivity with fruits. Ann Allergy 73:309-314, 1994.

Unitermos: alergia ao látex, complicações.

Paciente Alérgico ao Latex - 225


Parada Cardíaca e Reanimação -
Adulto

David Ferez*

* Professor Adjunto Doutor da Disciplina de Anestesiologia, Dor e Terapia Intensiva da Escola Paulista de Medi-
cina - UNIFESP.
228 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Parada Cardíaca e Reanimação - Adulto - 229
230 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Parada Cardíaca e Reanimação na
Gestante

Adriano Araújo dos Santos Mendonça*


Wagner Ricardo Soares de Sá**
Waston Vieira Silva***

Causas de Parada Cardiorrespiratória (PCR) na Gestante

CAUSAS OBSTÉTRICAS CAUSAS NÃO-OBSTÉTRICAS


Hemorragia Tromboembolismo Pulmonar
Pré-eclâmpsia/Eclâmpsia Choque Séptico
Síndrome HELLP Doença Cardiovascular
(congênita/adquirida)
Embolia de Líquido Amniótico Infarto do Miocárdio
Cardiomiopatia Periparto Alterações Endócrinas
Complicações de Anestesia Doenças Vasculares (colagenopatias)
Hipermagnesemia Trauma
Dissecção Aórtica Erros Médicos
Diabetes Gestacional Alergias
Asfixia por Aspiração Pulmonar Hemorragia Subaracnóidea

* 2° Tesoureiro da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Goiás – SAEGO


Médico Anestesiologista do Centro de Estudos de Anestesia – CEA – Goiânia-GO
Médico Anestesiologista da Maternidade Modelo – Goiânia-GO
** Diretor de Defesa Profissional da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Goiás – SAEGO
Diretor do Centro de Estudos de Anestesia – CEA – Goiânia-GO
Médico Anestesiologista do Hospital Materno-Infantil – Goiânia-GO
*** Presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Goiás – SAEGO
Membro do Comitê de Reanimação e Atendimento ao Politraumatizado da SBA 2006/2007/2008
Instrutor Co-responsável pelo CET do Hospital das Clínicas da UFG
Fatores de Risco Materno relacionados à Anestesia

OBESIDADE

Cesariana de Emergência
Hipertensão Arterial
Falha de Intubação Traqueal*
Aspiração de Conteúdo Gástrico**
Troca de Fármacos
Uso Inadequado de Equipamento Anestésico

* Falha de intubação é de 1:300 (08 vezes maior do que na população geral)


** Mortes em Anestesia Geral são 16,7 vezes mais prevalentes do que na Aneste-
sia de Condução

Cuidados de emergência nas gestantes para reverter a PCR

Desviar o útero para esquerda 15-30° (compressão aorto-cava) *


Rapidamente obter via aérea livre e mantê-la**
Oxigênio a 100%
Reposição volêmica vigorosa
Esvaziamento uterino em 5 minutos se o feto for viável***
Continuar manobras de ressuscitação durante e após a cesariana
Manobras de reanimação iguais às da mulher não grávida****
Corrigir acidose metabólica
Identificar e tratar a causa da PCR 6 H’s e 5 T’s

* Utilizar cunha de Crawford ou inclinar a mesa com o objetivo de manter o


débito cardíaco, aumentar o retorno venoso e melhorar a perfusão fetal
** Dificuldades: vias aéreas edemaciadas, mamas grandes, hipoxemia precoce
(redução CRF, metabolismo aumentado) e estômago cheio
*** A cesariana perimortem deve se iniciar após 04 minutos de RCP sem suces-
so, retirar o feto em 01 minuto, já que os melhores índices de sobrevida sem
lesão neurológica são observados com a retirada em até 05 minutos
**** Suporte Básico e Avançado à Vida semelhantes à não grávida, inclusive as
cargas da desfibrilação que não prejudica o feto. Lembrar da massagem trans-
abdominal

232 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Algoritmos de PCR na gestante de acordo com a idade gestacional

Abaixo de 20 semanas: reanimação semelhante à não gestante. Útero gravídico


não promove compressão aorto-cava

20-23 semanas: útero gravídico promove compressão aorto-cava. Após 04 mi-


nutos de RCP sem sucesso deve-se retirar o feto, que provavelmente será inviável

Parada Cardíaca e Reanimação na Gestante - 233


Acima de 24-25 semanas: após 04 minutos de RCP sem sucesso deve-se realizar
cesariana de emergência para melhorar o prognóstico materno e fetal

Cesariana de emergência melhora o prognóstico materno

O prognóstico materno determina o prognóstico fetal

Referências

1 . American Hear t Association. Circulation. 2005; 112: IV-150-IV-153.


2 . Katz V, Balderston K, DeFreest M. Perimortem cesarean delivery: Were our assumptions
correct? Am J of Obst and Gynecol 2005; 192:1916-1921.
3 . Cisneros-Rivas FJ. Paro cardíaco y embarazo. Revista Mexicana de Anestesiología
2006; 29: 1: S246-S249.
4 . Morris S, Stacey M. Resuscitation in pregnancy. BMJ. 2003; 327: 1277–1279.
5 . Mallampati A, Guy E. Cardiac arrest in pregnancy and somatic suppor t after brain
death. Crit Care Med 2005; 33: S325-S331.

234 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Parada Cardíaca e Reanimação
Pediátrica

Débora de Oliveira Cumino*


Daniela Bianchi Garcia Gomes**

Peculiaridades da parada e reanimação cardiopulmonar na criança:

· A causa mais freqüente de parada na criança é hipóxia progressiva, evoluindo


com bradicardia e assistolia.
· Utilizar os algoritmos de reanimação pediátrica em crianças < 14 anos
· Crianças < 8 anos, iniciar reanimação, com 2 respirações de resgate, e depois
chamar auxílio “Telefonar rápido”
· Compressão/ventilação: 1 reanimador = 30:2, 2 reanimadores = 15:2
· Choque único, seguido de compressões torácicas
· Realizar compressões torácicas com o mínimo de interrupção

Adaptado de Pediatric advanced Life Suport. Circulation, 2005; 112:167-187

* Médica anestesiologista do Hospital Pequeno Príncipe


Co-responsável do CET- Hospital universitário Cajuru-PUCPR
Membro do comitê de anestesia pediátrica - SBA 2005-2007
** Médica anestesiologista do Hospital Pequeno Príncipe
Co-responsável do CET- Hospital universitário Cajuru-PUCPR
Adaptado de Pediatric advanced Life Suport.Circulation, 2005; 112:167-187

Legendas:

ABC – sigla do suporte básico e avançado de vida que designa seqüência de avaliação
e tratamento dos sinais vitais nesta ordem: A (airway) = vias aéreas, B (breathing) =
respiração, C (circulation) = circulação
AESP – atividade elétrica sem pulso
DEA – desfibrilador externo automático
DOPE –sigla mnemônica:D (deslocamento do TT), O(obstrução do TT),
P (pneumotórax), E (falha no equipamento)
FV – fibrilação ventricular
IO – intraósseo
IV – intravenoso
RCP – reanimação cardiopulmonar
TS – taquicardia sinusal
TSV – taquicardia supraventricular
TT – tubo traqueal
TV – taquicardia ventricular

236 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Adaptado de Pediatric advanced Life Suport.Circulation ,2005;112: 167-187

DEA: crianças de 1 a 8 anos - doses pediátricas


Desfibrilação: Primeira escolha - ritmos sem pulso: TV / FV
Cardioversão: Primeira escolha – ritmos com pulso: TV / TSV
Crianças >10 kg – pás de adulto (8-10 cm), lactentes < 10 kg – pás infantis (3- 5cm)

Intubação Traqueal:
Diâmetro interno TT = [idade (anos) ÷ 4] + 4 (sem cuff) ou +3 (com cuff)

Parada Cardíaca e Reanimação Pediátrica - 237


Adaptado de: Neonatal resuscitation guidelines.Circulation, 2005;112:167-187

238 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Processo Legal

Irimar de Paula Posso*


Desiré Carlos Callegari**

* Professor Associado de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da USP; Professor Titular de Anestesiologia


da Faculdade de Medicina da UNITAU; Advogado inscrito na OAB/SP; Ex-Presidente da SAESP
** Professor Assistente de Anestesiologia da Faculdade de Medicina do ABC; Vice-Diretor de Defesa Profissional
da SAESP; Ex-Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
240 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Processo Legal - 241
Referências

1 . Código de Ética Médica - Resolução CFM nº1.246 de 26/01/1988


2 . Código de Processo Ético-Profissional – Resolução CFM nº 1.617 de de16/01/2001

242 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Questionário de MCGILL - Avaliação
da Dor

Kleber Machareth Souza*

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DA DOR

PAI QUESTIONNAIRE
McGill-Melzac

Número do Prontuário Médico: ____________________________________ Data _____ / ____ / ____


Nome do Paciente: ______________________________________________ Idade _________________
Clínica (oncologia, reumatologia, cirurgia geral, etc): _____________________________________________
Diagnóstico Principal:
_________________________________________________________________________________________
Co-morbidades:
_________________________________________________________________________________________

Analgésicos Anteriormente Utilizados:

Analgésico Dose Tempo de uso em relação a esta avaliação Intervalo de administração

Capacidade Intelectiva do Paciente:


1 (baixa) 2 3 4 5 (elevada)

Este questionário foi elaborado com a finalidade nos fornecer maiores informações sobre sua dor. As
quatro perguntas principais são:
1 . Onde se localizar a dor?
2 . Qual o tipo da dor?
3 . Como é o comportamento da dor ao longo do tempo?
4 . Qual a intensidade dela?

* Anestesiologista do Serviço de Anestesiologia da Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande/MS


Coordenador do Programa de Residência Médica Em Anestesiologia da Associação Beneficente Santa Casa de
Campo Grande/MS - COREME/MEC
Área de Atuação em Dor SBA/AMB
LOCALIZAÇÃO DA DOR

Marcar nos desenhos acima a localização da dor. Coloque a letra E se dor externa,
a letra I se dor interna e a letra EI se dor externa e interna, na região assinalada correspondente.

DE QUE FORMA O PACIENTE RELATA SUA DOR?


Assinale as palavras que melhor a dor a ser avaliada. Assinale apenas uma palavra de cada que melhor a descreva.

1 2 3 4
Pulsátil Em disparos Perfurante Cortante
Latejante Alternante Portada Lacerante
Lancinante

5 6 7 8
Pressão Puxando Queimando Formigando
Caimbra Apertando Escaldante Coçando
Esmagando Torcendo Ferroada
Picada

9 10 11 12
Pesada Esticada Cansada Repugnante
Ferindo Machucando Tensa Exaustiva Sufocante
Arrebetando/Rompendo

13 14 15 16
Amedrontadora Punitiva Maldita Irritante
Assustadora Árdua Cegante Importunante
Apavorante Cruel Deprimente
Violenta Intensa
“De matar!” Insuportável
Intolerável
17 18 19 20
Irradiante Apertada Fresco Persistente
Penetrante Paralisante Frio Nauseante
Perfurante Apertando (como que com as mãos) Congelante Agonizante
Rasgando Terrível
Torturadora

244 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


QUAL O COMPORTAMENTO DA DOR AO LONGO DO TEMPO?

1 . Qual (is) palavra(s) você usaria para descrever a sua dor?

1 2 3

Continua Ritmica Breve


Constante Periódica Momentanea
Permanente Intermitente Transitória

2 . O que é capaz de promover alivio da dor?


3. O que é capaz de aumentar a sua dor?

QUAL A INTENSIDADE DA DOR?

As pessoas concordam em correlacionar as palavras que caracterizam a intensidade da dor aos respectivos
números:

1 2 3 4 5
Leve Desconfortável Aflitiva Horrível Insuportável

Aplique as perguntas correlacionando-as a palavra mais apropiada dentre as citadas acima:

Qual palavra descreve sua dor neste momento? _________________________________________________

Qual palavra descreve sua dor no momento de maior intensidade? __________________________________

Qual palavra descreve sua dor no momento de menor intensidade? _________________________________

Qual palavra descreve a pior dor de dente que você já teve? _______________________________________

Qual palavra descreve a pior dor de cabeça que você já teve? ______________________________________

Qual palavra descreve a pior dor de estômago que você já teve? ___________________________________

Referências
1 . Melzack R – The McGill Pain Questionnaire: Major Proper ties And Scoring Methods.
Pain 1975, 1: 277-299.
2 . McMahon SB, Koltzenburg M – Wall And Melzack’s Textbook Of Pain, 5 th Edition,
Philadelphia, Elsevier 2006, 1:225; 2: 232, 276, 293-301, 305; 3: 416.
3 . Ramamurthy S, Rogers JN, Alanmanou E – Decision Making In Pain Management, 2nd
Edition, Philadelphia, Elsevier 2006, 10: 22-23; Appendix 3: 345-347.
4 . Shor ten G, Carr DB, Harmon D et al – Postoperative Pain Management, 1st Edition,
Philadelphia, Elsevier 2006, 11: 104-106.
5 . War field CA, Bajwa ZH – Principles And Practice Of Pain Medicine, 2nd Edition, Philadelphia,
McGrall-Hill 2004, 7: 73; 13: 153; 45: 465; 57: 572; 84: 844.
6 . Melzack R, Wall PD – Pain Management, 1st Edition, Philadelphia, Churchill Livingstone
2003, 38: 559-560.
7 . Raj PP – Pain Medicine, 2nd Edition, St. Louis, Mosby 2003, 17: 152-153; 20: 174-176.
8 . Raj PP – Current Review Of Pain, 1st Edition, Philadelphia, Current Medicine 1994, 2:
28-29; 2: 45.
9 . Zimmermann M, Handwerker HO – Il Dolore. Prima Edizione, Milano, Fogliazza Editore
1988, 10: 268.

Questionário de MCGILL - Avaliação da Dor - 245


Reposição Hídrica na Criança

Norma Sueli Pinheiro Módolo*

Composição Corporal Durante o Desenvolvimento


Compartimento Prematuro Termo Adulto
(+ 1,5 kg) (+ 3,5 kg) (+ 70 kg)
Água corporal total 83 73 60
(%) peso corporal
LEC 62 44 20
(% peso corporal)
Vol sg (ml/kg) 90 – 100 80-90 70
LIC 25 33 40
(% peso corporal)
Massa muscular 15 20 50
(% peso corporal)
Gordura 3 12 18
(% peso corporal)

Cálculo do Volume Sangüíneo Circulante

Paciente Vol sg (ml/kg)


Prematuro 90-100
Termo 80-90
3m a 1ª 75-80
3 a 6ª 70-75
> 6a 65-70

* Professora Adjunta Livre-Docente do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu –


Unesp.
Estimativa do Déficit de Líquido

Sistema Classe I Classe II Classe III Classe IV


Hemorragia muito leve Hemorragia leve (perda 15% Hemorragia moderada Hemorragia grave (per-
(perda < 15% da volemia) a 25% da volemia) (perda 26% a 39% da da > 40% da volemia)
volemia)

Cardiovascular FC normal ou elevada Taquicardia Taquicardia significante Taquicardia intensa

Pulsos normais Pulsos periféricos podem Pulsos periféricos Pulsos centrais


estar diminuídos filiformes filiformes

PAnormal PAnormal Hipotensão Hipotensão significante

pH normal

Respiratório Freqüência normal pH normal Acidose metabólica Acidose significante

Nervoso central Ligeiramente ansioso Taquipnéia Taquipnéia moderada Taquipnéia severa


Irritado, confuso Irritado ou letárgico Letárgico
Combativo Resposta à dor diminuída Coma

Pele Quente, rósea Extremidades frias, Extremidades frias, Extremidades frias,


rendilhado rendilhado ou palidez palidez ou cianose

Enchimento capilar ativo Enchimentocapilarretardado Enchimento capilar


prolongado

Rins Débito urinário normal Oligúria, densidade Oligúria,uréiaaumentada Anúria


aumentada

Alteração da Volemia
Jejum pré-operatório

Idade Sólido, fórmula, leite Líquidos claros

< 6m 4 2
6 - 36 m 6 3
> 36 m 8 3

248 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Cálculo das perdas insensíveis (jejum pré e intra-operatórios)

Peso corporal (kg) ml.kg-1.h-1 Total


0 - 10 4 40 ml.kg-1.h-1
>10 - 20 2 40 + 2 ml.kg-1.h-1 (> 10 kg)
> 20 1 60 + 1 ml.kg-1.h-1

Avaliar estado volêmico da criança.


A reposição do jejum pré-operatório não deve ser considerada nas
crianças hidratadas

Perdas para o 3º espaço

Trauma mg.kg-1.h-1

Pequeno 1
Moderado 2-5
Grande 5 - 10
Múltiplas ressecções 10 - 15
Traumas maiores e
enterocolite necrotizante 50 - 100

Os líquidos utilizados para reposição da perda volêmica deverão ser


isotônicos em relação ao plasma.

Administração de Glicose

Velocidade de administração

4 mg/kg-1/min-1

Acompanhar com determinação periódica da glicemia

Reposição Hídrica na Criança - 249


Avaliação da Perda Volêmica

PA, FC; pulso, turgor, fontanelas, abafamento de bulhas, diurese, PVC, tempe-
ratura, oximetria, capnografia, capnometria, eletrólitos, densidade urinária,
osmolalidade urinária, enchimento capilar.
O importante e fundamental é a avaliação periódica e a vigilância contínua.

Referências

1 . Holliday MA, Segar WE. Maintenance need for water parenteral fluid therapy. Pediatrics.
1957;19:823-32.
2 . Moritz ML, Ayres JC. Preventing neurological complications from dysnatremias in
children. Pediatric Nephrol. 2005; 20: 1687-700.
3 . Taylor D, Dur ward A. Pouring salt on troubet waters. Arch Dis Child. 2004; 89:411-4.
4 . Cunliffe M, Potter F. Four and fifth and all that. Brit J Anaesth. 2006; 97: 274-7.
5 . Duke T, Molyneux EM. Intravenous fluids for seriously ill children: time to reconsider.
Lancet. 2003; 362: 1320-3.
6 . Neville KA, Verge CF, Resenberg AR, O’Meara MW, Walker JL. Isotonic is better than
hypotonic saline for intravenous rehydratation of children with gastroenteritis: a
prospective randomised study. Arch Dis Child. 2006; 91:226-32.
7 . Berleur MP, Dahan A, Murat I, Hazebroucq G. Perioperative infusions in paediatric
patients: rationale for using Ringer-lactate solution with low dextrose concentration. J
Clin Pharm Ther. 2003; 28:31-40.
8 . Welborn LG, Norden JM, Seiden N. Ef fect of minimizing preoperative fasting on
perioperative glicose homeostasis in children. Paediatr Anaesth. 1993; 3:167-71.

250 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Reposição Hídrica no Adulto

Enis Donizetti Silva*


Claudia Marquez Simões**
Clarita Bandeira Margarido***

Modelo de distribuição das diferentes soluções para reposição hídrica

* Responsável CET 9186 - SMA Serviços Médicos de Anestesia Ltda.


** Co-responsável CET 9186 - SMA Serviços Médicos de Anestesia Ltda.
*** Co-responsáveis do CET.
252 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Reposição Hídrica no Adulto - 253
Colóides na reposição hídrica do adulto

Características das dextranas

6% 10%
Dextrana 40 Dextrana 70

Peso molecular médio (Dalton) 70 000 40 000


Efeito (horas) (aprox.) 5 3-4
Eficácia do volume (%) (aprox.) 100 175-(200)
Dose máxima (g/kg/dia) 1.5 1.5

cas das gelatinas

Referências

1 . Stephens R; Mythen M. Optimizing intraoperative fluid therapy. Current Opinion


Anaesthesiol. 2003, 16(4):385-392.

254 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


2 . Waters JH, Miller LR, Clack S, Kim JV. Cause of metabolic acidosis in prolonged surgery.
Crit Care Med 1999; 27:2142-2146.
3 . Holte K; Hahn RG; Ravn L et al. Influence of “Liberal” versus “Restrictive” Intraoperative
Fluid Administration on Elimination of a Postoperative Fluid Load. Anesthesiology.
2007, 106(1):75-79.
4 . Kellum JA. Saline-induced hyperchloremic metabolic acidosis. Crit Care Méd.
2002,30:259–61.
5 . Boldt J; Haisch G; Suttner S et al. Are Lactated Ringer’s Solution and Normal Saline
Solution Equal with Regard to Coagulation? Anesthesia & Analgesia. 2002,94(2):378-
384.
6 . Jacob M, Chappell D, Rehm M: Clinical update: perioperative fluid management. Lancet
2007; 369: 1984-6
7 . Stoiber M, Grasl C, Pirker S, Huber L, Gittler P, Schima H: Experimental validation of
numerical simulations: a comparison of computational fluid dynamics and the oil film
method. Int J Ar tif Organs 2007; 30: 363-8
8 . Hahn RG: Fluid therapy might be more difficult than you think. Anesth Analg 2007; 105:
304-5
9 . Davidson J, Griffin R, Higgs S: Introducing a clinical pathway in fluid management. J
Perioper Pract 2007; 17: 248-50, 255-6
10. Holte K, Kristensen BB, Valentiner L, Foss NB, Husted H, Kehlet H: Liberal versus
restrictive fluid management in knee ar throplasty: a randomized, double-blind study.
Anesth Analg 2007; 105: 465-74
11. Goetz AE, Heckel K: [Perioperative fluid and volume management : Goal-directed therapy
necessar y!]. Anaesthesist 2007; 56: 745-746
12. Michard F, Lopes MR, Auler JO, Jr.: Pulse pressure variation: beyond the fluid management
of patients with shock. Crit Care 2007; 11: 131
13. Michard F: Using pulse oximetr y waveform analysis to guide fluid therapy: are we there
yet? Anesth Analg 2007; 104: 1606-7; author reply 1607-9

Reposição Hídrica no Adulto - 255


Seqüela Neurológica de Bloqueio
Regional

Ayr ton Bentes Teixeira*

* Instrutor Co-Responsavel do Serviço de Anestesia da Santa Casa de São Paulo


Pós-Graduando a nível de Mestrado pela Santa Casa de São Paulo
Membro Comissão Científica SAESP 2006/2007
Referências
1 . For tuna A, Fortuna A – Complicações neurológicas da raquianestesia, em: Imbelloni,
LE – Tratado de Anestesia Raquidiana, Curitiba, Medidática Informática Ltda, 2001;164-
177
2 . Ganem EM – Complicações neurológicas determinadas pela anestesia, em: Cangiani
LM, Posso IP, Potério GMB, Nogueira CS – Tratado de Anestesiologia SAESP, vol.2, 6ª
Ed. São Paulo, Atheneu, 2007; 2025-2032
3 . Horlocker TT, Wedel DJ – Neurologic Complications of Spinal and Epidural Anesthesia.
Reg Anest Pain Med, 2000; 25(1):83-98
4 . Brull R, McCar tney CJL, Chan VWS, El-Beheir y H – Neurological Complications After
Regional Anesthesia: Contemporar y Estimates of Risk. Anesth Analg 2007; 104(4):965-
974
5 . Fragneto RY – The broken epidural catheter: an anesthesiologist’s dilemma. J Clin
Anesth 2007; 19:243-244
6 . Brull R, McCartney CJL, Chan VWS, et al – Disclosure of Risk Associated With Regional
Anesthesia: A Sur vey of Academic Regional Anesthesiologists. Reg Anesth Pain Med,
2007; 32(1):7-11
7 . Tam NLK, Pac-Soo C, Pretorius PM – Epidural haematoma after a combined spinal-
epidural anaestheic in patient treated with clopridogrel and dalteparin. BJA 2006;
96:262-265
8 . Sèze MP, Sztark F, Janvier G, et al - Severe and Long-Lasting Complications of the Nerve
Root and Spinal Cord After Central Neuraxial Blockade. Anesth Analg 2007; 104(4):975-
979
9 . Baer ET - Post–Dural Puncture Bacterial Meningitis. Anesthesiology 2006; 105(2):381-
393
10. Mitra R, Fleischmann K - Management of the sheared epidural catheter: is surgical
extraction really necessar y? J Clin Anesth 2007; 19:310-314
11. Wolff AP, Groen GJ, Wilder-Smith OH - Influence of Needle Position on Lumbar Segmental
Ner ve Root Block Selectivity. Reg Anesth Pain Med 2006;31:523-530

258 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Síndrome da Apnéia e Hipopnéia
Obstrutiva do Sono

Oziel de Souza Lima*


Oziel de Souza Lima Filho**

*Aventar possibilidade de Polissonografia antes da cirurgia.

* Presidente da SBA 1997; Coordenador do Centro de Estudos do Sono de Fortaleza; Co-Responsável pelo CET
Instituto José Frota, em Fortaleza
** ME 3 Casa de Saúde Campinas; Centro de Estudos do Sono de Fortaleza
SAHOS: Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono.
IAH: Índice de Apnéias e Hipopnéias (por hora).

260 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Suspeita de Lesão de Nervo
Periférico

Eliana Marisa Ganem*

* Profa Ajunta Livre Docente do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp
Classificação de lesão neuronal2

Neuropraxia – caracteriza-se por desmielinização segmentar sem interrupção


do axônio. Há bloqueio ou diminuição na velocidade de condução neural. É rever-
sível.
Axoniotimese – há lesão do axônio e da bainha de mielina com preservação do
endoneuro. Aparece após estiramentos e compressões. A regeneração inicia-se
após 6 semanas (velocidade de regeneração de 1 – 2 mm/24 h).
Neurotimese – há ruptura completa do nervo e tecido conjuntivo. O prognóstico é
ruim e o tratamento é cirúrgico.

Referências

1 . Borgeat A. Neurologic deficit after peripheral nerve block: what to do? Min Anesth,
2005; 71:353-5.
2 . Borgeat A, Blumenthal S. Nerve injur y and regional anaesthesia. Curr Opin Anaesthesiol,
2004; 17:417-421.

262 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Tabelas de Drogas Inotrópicas e
Vasoativas

Mohamad Charif Mohamad Youssef *

Drogas Inotrópicas e Vasoativas

Dopamina – 5 amp (50mg cd) completa até 500 ml c/ SG 5% = 500 mcg/ml


Retirar antes do SG o volume de 50ml para substituir por 50ml de dopamina
Infusão ml/hora:
Dose/Peso 5 10 40 50 60 70 80 90
0,5 0,3 0,6 2,4 3,0 3,6 4,2 4,8 5,4
1,0 0,6 1,2 4,8 6,0 7,2 8,4 9,6 10,8
2,5 1,5 3,0 12,0 15,0 18,0 21,0 24,0 27,0
3,0 1,8 3,6 14,8 18,0 21,6 25,2 28,8 32,4
5,0 3,0 6,0 24,0 30,0 36,0 42,0 48,0 54,0
7,5 4,5 9,0 36,0 45,0 54,0 63,0 72,0 81,0
10,0 6,0 12,0 48,0 60,0 72,0 84,0 96,0 108,0
15,0 9,0 18,0 72,0 90,0 108 126,0 144,0 162,0

Dobutamina – 1 amp (250 mg) completa até 500 ml SG 5% = 500 mcg /ml
Retirar antes do SG o volume de 20 ml para substituir por 20ml de dobutamina
Infusão ml/hora:
Dose/Peso 5 10 40 50 60 70 80 90
0,5 0,3 0,6 2,4 3,0 3,6 4,2 4,8 5,4
1,0 0,6 1,2 4,8 6,0 7,2 8,4 9,6 10,8
2,5 1,5 3,0 12,0 15,0 18,0 21,0 24,0 27,0
3,0 1,8 3,6 14,8 18,0 21,6 25,2 28,8 32,4
5,0 3,0 6,0 24,0 30,0 36,0 42,0 48,0 54,0
7,5 4,5 9,0 36,0 45,0 54,0 63,0 72,0 81,0
10,0 6,0 12,0 48,0 60,0 72,0 84,0 96,0 108,0
15,0 9,0 18,0 72,0 90,0 108 126,0 144,0 162,0

* Diretor Científico da Sociedade Paranaense de Anestesiologia - SPA - Biênio 2007-08


Anestesiolgista do Hospital Vita Curitiba e Vita Batel
Adrenalina – 10 amps (1 mg cd) em 500 ml de SG 5% = 20 mcg/ml
Infusão ml/hora:
Dose/Peso 5 10 40 50 60 70 80 90
0,05 0,75 1,5 6 7,5 9 10,5 12 13,5
0,1 1,5 3 12 15 18 21 24 27
0,3 4,5 9 36 45 54 63 72 81
0,5 7,5 15 60 75 90 105 120 135
1,0 15 30 120 150 180 210 240 270
2.0 30 60 240 300 360 420 480 540

Isoproterenol – 5 amps de 0,2 mg em 500 ml de SG 5% = 2 mcg/ml


Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,015 0,9 1,8 2,7 4,5 5,4 6,3 7,2 8,1
0,02 1,2 2,4 3,6 6 7,2 8,4 9,6 10,8
0,04 2,4 4,8 7,2 12 14,4 16,6 19,2 21,6
0,06 3,6 7,2 10,8 18 21,6 25,2 28,8 32,4
0,08 4,8 9,6 14,4 24 28,8 33,6 38,4 43,2
0,10 12,0 12 18 30 36 42 48 54

Noradrenalina – 2 amp de 4 mg em 500 ml SG 5% = 16 mcg/ml


Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,04 1,5 3 4,5 7,5 9 10,5 12 13,5
0,08 3 6 9 15 18 21 24 27
0,12 4,5 9 13,5 22,5 27 31,5 36 40,5
0,24 9 18 27 45 54 63 72 81
0,30 11,3 22,5 33,8 56,3 67,5 78,8 90 101,3
0,40 15 30 45 75 90 105 120 135

Milrinona – 1fr de 20ml (20mg) em 500 ml = 40 mcg/ml


Infusão ml/hora: Bolus de 50mcg/kg em 30 minutos a seguir:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,3 4,5 9 13,5 22,5 27 31,5 36 40,5
0,4 6 12 18 30 36 42 48 54
0,5 7,5 15 22,5 37,5 45 52,5 60 67,5
0,6 9 18 27 45 54 63 72 81
0,7 10,5 21 31,5 52,5 63 73,5 84 94,5

264 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Nitroprussiato - 1 amp (50mg) em 500 ml SG 5% = 100 mcg/ml
Infusão ml/hora: Proteger da luz
Dose/Peso 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0,5 3 6 9 12 15 18 21 24 27
1,0 6 12 18 24 30 36 42 48 54
2,0 12 24 36 48 60 72 84 96 108
4,0 24 48 72 96 120 144 168 192 216
6,0 36 72 108 144 180 216 252 288 324
8,0 48 96 144 192 240 288 336 384 432
10,0 60 120 180 240 300 360 420 480 540

Nitroglicerina – 2 amps de 25 mg até 500 ml SG5% = 100 mcg/ml


Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,5 3 6 9 15 18 21 24 27
1,0 6 12 18 30 36 42 48 54
2,0 12 24 36 60 72 84 96 108
3,0 18 36 54 90 108 126 144 162
4,0 24 48 72 120 144 168 192 216

Drogas Anestésicas

Alfentanil – 2 amps (5 mg) em SG5% 250 ml = 20 mcg/ml


Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,2 6 12 18 30 36 42 48 54
0,4 12 24 36 60 72 84 96 108
0,6 18 36 54 90 108 126 144 162
0,8 24 48 72 120 144 168 192 216
1,0 30 60 90 150 180 210 240 270
2,0 60 120 180 300 360 420 480 540
3,0 90 180 270 450 540 630 720 810

Alfentanil – 1 amp (2,5mg) completa até 20ml da Seringa = 125 mcg/ml


Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,2 1 2 3 5 6 7 8 9
0,4 2 4 6 10 12 14 16 18
0,6 3 6 9 15 18 21 24 27
0,8 4 8 12 20 24 28 32 36
1,0 5 10 15 25 30 35 40 45
2,0 10 20 18 50 60 70 80 90
3,0 20 30 21 75 90 105 120 135

Tabelas de Drogas Inotrópicas e Vasoativas - 265


Sufentanil – 1 amp (50 mcg) em 250 ml = 0,2 mcg/ml
Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,001 3 6 9 15 18 21 24 27
0,002 6 12 18 30 36 42 48 54
0,003 9 18 27 45 54 63 72 81
0,004 12 24 36 50 72 84 96 108
0,005 15 30 45 75 90 105 120 135

Sufentanil – 1 amp (50 mcg) completa até 20ml da seringa = 2,5 mcg/ml
Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,001 0,24 0,48 0,72 1,2 1,44 1,68 1,92 2,16
0,002 0,48 0,96 1,44 2,4 2,88 3,36 3,84 4,32
0,003 0,72 1,44 2,16 3,6 4,32 5,04 5,76 6,48
0,004 0,96 1,92 2,88 4,8 5,76 6,72 7,68 8,54
0,005 1,2 2,4 3,6 6 7,2 8,4 9,6 10,8

Remifentanil – 1fr de 5 mg diluídoem 500ml = 10 mcg/ml


Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,1 6 12 18 30 36 42 48 54
0,2 12 24 36 60 72 84 96 108
0,4 24 48 72 120 144 168 192 216
0,5 30 60 90 150 180 210 240 270
1.0 60 120 180 300 360 420 480 540

Remifentanil – 1fr de 2 mg diluídoem 250ml = 8 mcg/ml


Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,1 7,5 15 22,5 37,5 45 52,5 60 67,5
0,2 15 30 45 75 90 105 120 135
0,4 30 60 90 150 180 210 240 270
0,5 37,5 75 112,5 187,5 225 262,5 300 337,5
1.0 75 150 125 375 450 525 600 675

Remifentanil – 1fr de 2 mg diluído em 20ml da seringa = 100 mcg/ml


Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,1 0,6 1,2 1,8 3 3,6 4,2 4,8 5,4
0,2 1,2 2,4 3,6 6 7,2 8,4 9,6 10,8
0,4 2,4 4.8 7,2 12 14,4 16,8 19,2 21,6
0,5 3 6 9 15 18 21 24 27
1.0 6 12 18 30 36 42 48 54

266 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Propofol 1% – 1fr de 50 ou 100 ml = 10mg/ml
Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
20 12 24 36 60 72 84 96 108
30 18 36 54 90 108 126 144 162
50 30 60 90 150 180 210 240 270
100 60 120 180 300 360 420 480 540
150 90 180 270 450 540 630 720 810

Propofol 2% – 1fr de 50 ou 100 ml = 20mg/ml


Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
20 6 12 18 30 36 42 48 54
30 9 18 27 45 54 63 72 81
50 15 30 45 75 90 105 120 135
100 30 60 90 150 180 210 240 270
150 45 90 135 225 270 315 360 405

Dexmedetomidina – 1fr de 2ml (200mcg) em 500 ml = 0,4 mcg/ml


Infusão ml/hora:
Dose/Peso 10 20 30 50 60 70 80 90
0,2 5 10 15 25 30 35 40 45
0,3 7,5 15 22,5 37,5 45 52,5 60 67,5
0,4 10 20 30 50 60 70 80 90
0,5 12,5 25 37,5 62,5 75 87,5 100 112,5
0,7 17,5 35 53,5 87,5 105 122,5 140 157,5

Referências

1 . Omoigui S. The Anesthesia Drugs Handbook. Mosby – Wolfe. 2 ed. 1995: 4 - 338
2 . Miller R. Miller’s Anesthesia. Elsevier Churchill Livingstone. 6 ed. 2005 ; 1509-29.
3 . American Heart Association. Advance Cardiac Life Support. Circulation. 2005; 78 -
83.
4 . Barash P. Clinical Anesthesia. Lippincott Williams & Wilkins Publishers . 4 ed. 2001;
1085 - 98

Tabelas de Drogas Inotrópicas e Vasoativas - 267


Terapêutica de Coagulopatia
Perioperatória

Joel Avancini Rocha Filho*


Ricardo Souza Nani**
Fernando Cássio do Prado Silva***

* Médico Supervisor da Equipe de Transplantes do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP
Doutor em Ciencias Médicas da Faculdade de Medicina da USP
Título Superior em Anestesiologia
** Médico Supervisor da Equipe de Transplante de Fígado do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP
Título Superior em Anestesiologia
*** Médico em Especialização - Equipe de Transplantes do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP
R Tempo R é o período de tempo de latência até a formação inicial de fibrina
K Tempo K é a medida da velocidade com que é atingido certo nível de resistência
do coágulo
α Alfa mede a rapidez da formação de fibrina e ligação entre pontes (cross-link)
que representa a velocidade de endurecimento
MA Amplitude Máxima é a função direta das propriedades dinâmicas máximas da
ligação da fibrina e plaqueta, e representa o componente de resistência final do
coágulo
LY30 Taxa de lise 30 minutos após a MA, mede a taxa de redução da resistência do
coágulo 30 minutos após atingir a resistência máxima

TEG Diagnóstico Terapia Sangramento Microvascular


R > 15 B Fator coagulação 2U plasma fresco congelado
R > 30 BB Fator coagulação 4U plasma fresco congelado
MA < 40 B Atividade plaquetária Depende de contagem plaquetária*
α < 45º Hipofibrinogenemia Crioprecipitado (1U/10kg)
LY30 > 7.5% Hiperfibrinólise EACA, APT, ATX
EACA, ác. aminocapróico; APT, aprotinina; ATX, ác.tranexâmico.
*Contagem plaquetária < 50000 céls/mm3 = 5U plaquetas
*Considerar DDAVP (0,3µg/kg)

270 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Transporte Intra-Hospitalar do
Paciente Crítico

Ar thur Vitor Rosenti Segurado*

* Mestre em medicina.
Anestesiologista do Serviço Médico de Anestesia (SMA),
Hospital Sírio-Libanês, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital Samaritano.
272 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia
Referências
1 . GUIDELINES COMMITTEE OF THE AMERICAN COLLEGE OF CRITICAL CARE
MEDICINE; Society of Critical Care Medicine and American Association of Critical Care
Nurses Transfer Guidelines Task Force: Guidelines for the transfer of critically ill patients.
Crit Care Med 21:931-937, 1993.
2 . HURST JM; DAVIS K JR; JOHNSON D; BRANSON RD; CAMPBELL RS& BRANSON PS. Cost
and complication during in-hospital transpor t of critically ill patients: A prospective
cohor t study. J Trauma33:582-585, 1992.
3 . PEREIRA JÚNIOR GA; NUNES TL & BASILE-FILHO A. Transpor te do paciente crítico.
Medicina, Ribeirão Preto, 34, 143-153, abr./jun. 2001.
4 . MANJI M & BION JF. Transpor ting critically ill patients. Intensive Care Med 21:781-
783, 1995.
5 . SZEM JW; HYDO LJ; FISHER E; KAPUR S; KLEMPERER J & BARIE PS. High-risk intrahospital
transport of critically ill patients: safety and outcome of the necessary “road trip”. Crit
Care Med 23:1660-666, 1995.
6 . WEG JG & HAAS CF. Safe intrahospital transport of critically ill ventilator –dependent
patients. Chest 96:631-635, 1989.

Transporte Intra-Hospitalar do Paciente Crítico - 273


Tratamento da Cefaléia
Pós-Punção Dural

Fernando Antonio Nogueira da Cruz Mar tins*


Sérgio Stanícia**
Walfredo Luiz de Souza Seabra***

* Mestre e Doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da Univ. de São Paulo


Membro da Comissão Científica SAESP
Co-responsável pelo CET do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
** Responsável pelo CET do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital Santa Rita
*** Preceptor da Residencia Médica MEC/SBA do CET do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
Membro da Comissão Científica SAESP 2006/2007
Anestesiologista de Transplante hepático do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
Fellow of Pittsburgh University
Ventilação Controlada Mecânica em
Anestesia (VCM)

Antonio Rober to Carraretto*


Humber to Ribeiro do Val**

Volume Corrente ( VT) é o volume inspirado (VTI) ou expirado (VTe) de gás em


cada ciclo ventilatório, geralmente expresso em mililitros (mL).
Ciclo Ventilatório é a unidade composta de um tempo inspiratório (Ti) e um
tempo expiratório (Te), ou seja, Ti+Te.
Relação I:E (I:E) é a relação entre os dois tempos do ciclo ventilatório.
Tempo Inspiratório (Ti) é o intervalo entre o início do fluxo inspiratório até o
início do fluxo expiratório. Dependendo do fluxo utilizado e do tempo inspiratório
pode ocorrer uma pausa inspiratória (Ti pausa), no intervalo entre o fim do fluxo
inspiratório e o início do fluxo expiratório. O Ti pausa pode ser expresso em segundos
ou em percentual do Tins . Durante o Ti pausa, o fluxo inspiratório é interrompido e a
válvula expiratória é mantida fechada. Nesta fase o volume é mantido nos pulmões
e a pressão do gás se equaliza, com distribuição nas vias aéreas de diferentes
resistências e constantes de tempo, descendo a um nível de platô (Pplatô). A diferen-
ça entre as pressões (Ppico-Pplatô) representa o componente resistivo das vias aéreas.
Freqüência ventilatória (f) é o numero de ciclos ventilatórios em um minuto
(cpm).

* Professor de Anestesiologia UFES; Mestre em Anestesiologia pela Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP
- SP; Responsável CET Integrado HUCAM-HAFPES; Membro Comissão Educação Continuada SBA;
Anestesiologista do HAFPES e do CIAS - Unimed Vitória.
** Instrutor CET Integrado HUCAM-HAFPES; Diretor de Desenvolvimento da Ventlogos, Vitória - ES;
Anestesiologista da CMC e do CIAS - Unimed Vitória.
Figura 1 - Curva Pressão/Tempo com pausa inspiratória

Complacência pulmonar (Cpulm) é a relação entre as variações do volume


pulmonar e da pressão transpulmonar.

Cpulm = ∆Vpulm / ∆Ptranspulm

Complacência da parede torácica (Ctórax) é a relação entre as variações do


volume torácico e da pressão transtorácica.

Ctórax = ∆Vtórax / ∆Ptranstórax

278 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Complacência total (Ctotal) é a soma das complacências pulmonar e da parede
torácica (100 mL/CmH2O).
∆V .
C= . . mL/cmH20
∆P

Complacência dinâmica (Cdin ou Cd), quando relacionada com o pico de pressão


– durante a ocorrência de um fluxo de gases.

Vt
Cdin =
Ppico _ PEEP

Complacência estática (Cestat ou Ce), quando relacionada a um platô de pressão


– durante a ausência de um fluxo de gases. A PEEP deve ser subtraída da Ppico ou da
Pplatô para os cálculos das complacências:

Vt
Cestat =
Pplatô _ PEEP

Volume Minuto (VE) é o produto do volume expirado pela freqüência venti-


latória, geralmente é expresso em litros (L).

VE = VT * f ... L

Fluxo (V) é a velocidade do deslocamento do gás na unidade de tempo (L/min


ou L/s). Com o fluxo constante VT o é igual a:

VT = V * Tins ... mL

O fluxo ocorre de uma zona de maior pressão para uma de menor pressão ( ∆P)
e contra uma resistência das vias aéreas (Rva), podendo ser constante ou variável
- crescente, decrescente, sinusoidal (figura 2).

∆P . Ppico - Pplatô
Rva = . . Rva = cm H2O / L / s
∆V V
Trabalho respiratório desenvolvido, relacionado com a área da curva PV, está
mostrado na equação abaixo:
VS
Trab Resp = área da curva PV = w P * ∆V
VO

Ventilação Controlada Mecânica em Anestesia (VCM) - 279


A ventilação pode ser controlada por volume ou controlada por pressão. As
curvas geradas por cada modo estão representadas na figura 2.
Na ventilação com volume controlado (VCV), durante a fase inspiratória, um
fluxo de gás (constante ou variado) é administrado até a obtenção do volume pré-
ajustado. A Pva será dependente da Rva e Ctotal do paciente.
Na ventilação com pressão controlada (PCV), durante a fase inspiratória, o
ventilador ajusta o fluxo para manter uma pressão constante nas vias aéreas, ge-
rando uma pressão máxima com as características de um platô (figura 2).
Devemos observar que em alguns ventiladores a pressão controlada (Pcontrol)
regulada será somada a PEEP (Pva = Pcontrol + PEEP), enquanto que em outros a
pressão ventilatória será o diferencial entre estas (Pva = Pcontrol – PEEP).
Deve ser observada a diferença entre PCV e ventilação com ciclagem a pres-
são.

Figura 2 - Curvas de volume, fluxo e pressão em VCV e PCV

O volume minuto necessário para manter uma determinada PaCO2 pode ser apro-
ximado pela seguinte equação:

Pa CO2 conhecida * VE conhecido


VE necessário =
Pa CO2 desejada

280 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Regulagem do ventilador - os ventiladores podem apresentar controles diretos
(volume, freqüência e relação) e controles indiretos (fluxo, pressão, tempo inspiratório
e tempo expiratório). Após a determinação dos valores basais, necessários ao paci-
ente, procuramos os ajustes dos controles diretos e, na sua ausência, prossegui-
mos para os controles indiretos. Quando não conhecemos o equipamento, uma
alternativa é fazer um pré-ajuste, com uma bolsa reservatório de anestesia acoplada
simulando um pulmão. A seguir transferimos para o paciente e realizamos os novos
ajustes. É importante a leitura do Manual de Instruções do equipamento. Nos dia-
gramas abaixo os parâmetros rodeados por círculos significam os controlados e as
setas onde eles atuam.

Figura 3. Controles de um ventilador.

Ventilação Controlada Mecânica em Anestesia (VCM) - 281


Regulagem básica de ventilador com VCV para adulto:

1 - Determinar o volume corrente (VT) – 6 a 10 ml.kg-1.


2 - Determinar a freqüência ventilatória (f) – 8 a 12 cpm.
3 - Determinar uma das opções:
a. Relação Inspiração/Expiração (I:E) – 1:1 a 1:3 ou
b. Tempo inspiratório e/ou tempo expiratório (Ti – Te)
4 - Determinar o fluxo inspiratório – 20 a 40 L.min-1.*
5 - Determinar a pausa inspiratória (em tempo ou fração do Ti).*
6 - Determinar a pressão máxima (pressão de segurança) sobre as vias aéreas (Pva max)
– 25 a 35 cmH2O.
7 - Determinar a PEEP (4 a 8 cmH2O).
8 - Verificar a expansibilidade torácica, a ausculta e a pressão nas vias aéreas (Pva).
9 - Com o auxílio da monitoração, ajustar os parâmetros, se necessário.

Regulagem básica de ventilador com PCV para adulto:

1 - Determinar a pressão inspiratória – (Pva – 12 a 20 cm H2O)


2 - Determinar a freqüência ventilatória (f) – 8 a 12 cpm.
3 - Determinar uma das opções:
a. Relação I:E – 1:1 a 1:3 ou
b. Tempo inspiratório e tempo expiratório (Ti – Te)
4 - Determinar a pressão máxima (pressão de segurança) sobre as vias aéreas (Pva max)
– 25 a 35 cmH2O.
5 - Determinar a PEEP (4 a 8 cmH2O).
6 - Verificar a expansibilidade torácica, a ausculta e a pressão nas vias aéreas (Pva).
7 - Com o auxílio da monitoração, ajustar os parâmetros, se necessário.
OBS(*): Dependendo do modelo do ventilador, alguns parâmetros podem não estar disponíveis.

282 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Referências

1 . Mushin WW, Rendell-Baker L, Thompson PW, Mapleson WW. Automatic Ventilation of


the Lungs. 3a. Ed.
2 . Blackwell Scientific Publications. Oxford. UK, 1980.
3 . Cairo JM, Pilbeam SP. Mosby´s Respirator y Care Equipment. 6 Ed. Mosby. St Louis
USA, 1999.
4 . Branson RD, Hess DR, Chatburn RL. Respirator y Care Equipment. J.B.Lippincott
Company. Philadelphia, 1995.
5 . Jreige MM, Sobreira DP, Saraiva RA. Avaliação do Fluxo de Admissão de Gases no
Sistema Rees-Baraka. Rev Bras Anestesiol, 1996; 46: 2: 095 – 102.
6 . Motoyama EK. Fisiologia Respiratória na Infância. Em: Motoyama EK, Davis PJ. Anestesia
Pediátrica, 5ª ed, São Paulo, Livraria Santos Editora Ltda, 1991; pp. 3-73.
7 . Takaoka K. Regulagem de respiradores ar tificiais automáticos. Tese de doutorado
apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Departamento de
Cirurgia). São Paulo, 1972; 1-175.

Ventilação Controlada Mecânica em Anestesia (VCM) - 283


Via Aérea Difícil

Cláudia Lütke*
Valéria Beraldi Melhado For tuna**
Gustavo Felloni Tsuha***

LEGENDA

1 . Sinais sugestivos de intubação difícil:


• Distância tireo-mento < 6 cm
• Abertura bucal < ou = 3 cm
• Mobilidade atlânto – occipital reduzida
• Classificação de Mallampati > ou = II
• Complacência reduzida do espaço submandibular
• Incisivos centrais superiors longos
• Retrognatismo passivo
• Pescoço curto
• Pescoço largo
• Limitação da protrusão mandibular
• Palate ogival

2 . Sinais sugestivos de ventilação difícil:


• IMC > ou = 30 kg/m2
• Presença de barba
• Classificação de Mallampati > ou = III
• Idade > 57 anos
• Protrusão mandibular reduzida
• Distância tireo-mento < 6 cm
• História de ronco

* Título Superior em Anestesiologia - SBA ETI -AMIB


Médica Assistente da Disciplina de Anestesiologia, Dor e Terapia Intensiva, EPM - UNIFESP
Coordenadora do Curso Teórico-Prático de Via Aérea Difícil ministrado pela SAESP
Presidente do Comitê de Via Aérea Difícil da SBA
** TSA - SBA
Membro do Núcleo de Via Aérea Difícil da SAESP
Médica Anestesiologista do Hospital Beneficência Portuguesa de Santos
*** TSA - SBA
Menbro Comissão Científica SAESP
3 . Preparo para intubação acordado:
• Oxigenação através de cateter nasal
• Sedação leve
• Antisialagogo
• Anestesia tópica
• Bloqueios nervosos (se não for condição estômago cheio)

4 . Para pacientes não cooperantes. Ex.: crianças, agitação psicomotora. Anestesia


inalatória ou propofol EV contínuo.

5 . Situação arriscada. Indicada nos casos onde a contratura muscular é um agra-


vante da dificuldade de manejo da via aérea.

6 . Capnografia presente, regular, SpO2 mantida e expansibilidade torácica normal.

7 . Capnografia ausente ou irregular, expansibilidade torácica limitada, queda da


SpO2, hipo ou hipertensão arterial com DOIS OPERADORES.

8 . Lâmina do laringoscópio de tamanho e tipo adequados; compressão laríngea


externa; posição olfativa (flexão do pescoço sobre o tórax e extensão da cabeça
sobre o pescoço.

9 . Classificação de Cormack & Lehane para o grau de visualização durante a


laringoscopia direta:

• I – fenda glótica inteiramente visível


• II – fenda glótica parcialmente oculta pela epiglote. Apenas comissura posterior e
aritenóides visíveis.
• III – apenas a epiglote visível
• IV – apenas o palato (mole) visível

286 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Intubação de Via Aérea Difícil

Referências

1 . Practice Guidelines for Management of the Difficult Airway – a report by the American
Society of Anesthesiologists Task Force on Management of the Dif ficult Air way.
Anesthesiology,78(3), 1993. Pp 597-602.
2 . Lütke C. Abordagem à Via Aérea Difícil, em: Atualização em Anestesiologia vol. V.
Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo, 2000. Pp 126-139.
3 . Practice Guidelines for Management of the Difficult Airway – a report by the American
Society of Anesthesiologists Task Force on Management of the Dif ficult Air way.
Anesthesiology,98(5),2003. Pp 1269-77.
4 . Melhado VB e For tuna AO. Via Aérea Difícil, em: Curso de Educação à Distância em
Anestesiologia vol. IV. Sociedade Brasileira de Anestesiologia, 2004. Pp 15–107.
5 . Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Intubação Traqueal Difícil, em: Projeto Diretrizes
– Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Vol.III, 2005. Pp 243-
252.
6 . Combes X, Le Roux B, Suen P ET AL. Unanticipated Difficult Air way in Anesthetized
Patients. Prospective validation of a Management Algorithm. Anesthesiology, 100(5),
2004. Pp 1146-1150.
7 . Kheterpal S, Han R, Tremper KK et al. Incidence and Predictors of Difficult and Impossible
Mask ventilation. Anesthesiology, 105(5), 2006. Pp 885-891.

Via Aérea Difícil - 287


Volumes Intravascular e Celular

Leila Maria Chaves Ribeiro*


Luis Fernando Lopes**
José Costa***

Perdas do Compartimento Intravascular

* Médica Anestesiologista do Hospital Naval Marcílio Dias; Mestre e Pôs-Graduado Assistant Êtranger do
Hopital Necker Enfant Nalades
** TSA e Chefe de Serviço de Anestesiologia do Hospital Naval Marcílio Dias
*** TSA e Responsável pelo CET do Hospital Naval Marcílio Dias
Perdas do Compartimento Intracelular

290 - Manual de Algoritmos e Fórmulas Úteis em Anestesiologia


Volumes Intravascular e Celular - 291

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