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Os seios desnudos e a bunda

O filósofo Adorno estava justamente em vias de começar sua


preleção, quando um grupo de manifestantes o impediu de subir ao
tablado. Algo desse gênero não era incomum no ano de 1969. Nesse
caso, porém, algo obrigou as pessoas a olharem mais atentamente.
Entre os desordeiros se fizeram notar algumas estudantes que, em
protesto, desnudaram seus seios diante do pensador. De um lado se
achava a carne nua, que exercia uma “crítica”, de outro o homem
amargamente desiludido, sem que praticamente nenhum dos
presentes tivesse experimentado o significado de crítica: cinismo em
ação. Não foi a violência nua que emudeceu o filósofo, mas a
violência da nudez. Justo e injusto, verdadeiro e falso foram
misturados nessa cena de maneira inextricável, de uma maneira que
é pura e simplesmente típica para cinismos. O cinismo ousa se
mostrar como verdades nuas, que mantêm algo falso no modo como
são expostas. O núcleo do kynismos consiste numa filosofia crítica e
irônica das supostas necessidades, na radiografia de sua desmedida e
de seu princípio absurdo. O impulso kyniskos esteve vivo não apenas
entre Diógenes e o estoicismo. Encontramo-lo igualmente em o
Inquisidor de Dostoiévski, como em Fausto de Goethe, em Jesus, o
perturbador par excellence, bem como em todos os verdadeiros
descendentes do mestre, que, segundo seu exemplo, chegaram a
reconhecer que a vida não tem finalidade. A existência não tem
“nada a buscar” na terra além dela mesma. Não é apenas o casal
oficialmente sancionada que tem a chance de satisfazer seus desejos
sexuais, mas também, o homem particular, o masturbador risonho na
praça do mercado de Atenas. o antigo kynismos mostra as suas
garras mais afiadas. Essas garras são ao mesmo tempo culpadas pelo
fato de, na terminologia cristão-idealista, a palavra “cínico” designar
um homem para o qual nada mais é sagrado, um homem que se
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declara como não sendo mais capaz de se envergonhar com nada e


que corporifica o “mal” com um riso sardônico.
Quem gostaria de entoar um encômio em nome do amor
elevado, em nome do companheirismo das alas, etc., depara-se aqui
com uma contraposição radical. É isso que nos ensina a
autossuficiência sexual como possibilidade originária do indivíduo
singular. Tão logo o kynikos encontra alguém disposto a acentuar o
fato de que ele não é um animal, Diógenes toma o seu membro e o
retira da toga dizendo: isso é animal ou não? E, afinal, o que e que
você tem contra animais? Quando alguém procura convencer o
homem de que ele não teria uma base animal, o kynikos acaba
demonstrando ao seu adversário como é curto o caminho da mão até
o membro? Por isso, algumas revoluções morais começam com fases
de uma polêmica kynikê, na qual os “amorais” se confessam
abertamente como partidários daquilo que para os outros é o
escândalo: Diógenes se masturbando na praça, mulheres dizendo:
nós abortamos; homens: gay is beautiful; médicos: nós auxiliamos a
eutanásia, etc.
Se, com isso, o mal pode ter um eu, e moral. O natural ao
homem não é ele vir nu ao mundo? O que é mais natural o corpo nu,
a bunda e o peito, ou a cultura, a religião, as instituições de Atenas,
as roupas? Por isso, o kynismos virou modernamento o cinismo.
Baubô também é o nome de kolia, palavra usada para denotar os
órgãos sexuais da mulher – a vulva. A entrada para o lugar da vida, o
útero. Não raro, as figuras de Baubô na história são as de uma mulher
que ou abre a vagina ou que tem um rosto desenhado na barriga, não
raro, fazendo a boca coincidir com vulva. Um tipo de sorriso que se
abre. Essa verdade mulher faz contraponto com a verdade mulher de
A Gaia Ciência de Nietzsche. Baubô faz rir e anuncia a vida. Ela
mostra suas partes íntimas com desenhos. Faz rir e afasta o azar.
Baubô faz um gesto que tem conotações obscenas. Como Baubô, eu
mostro a verdade, o lugar do útero que é o lugar da verdade e isso já
me basta. No campo masculino veríamos o mostrar a bunda. Em
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danças vemos mulheres levantando seus vestidos e saias para


alegrar o ambiente, trazer felicidade, alegria. Um útero que é local de
verdade e que permite que adentremos nele de modo cuidadoso, de
modo a descrever a jornada sem ter de explica-lo. Drummond falou
da superioridade em relação aos peitos. Peter Sloterdijk avisou que o
elemento cínico (de Diógenes) par excellence é a bunda. Ambos
souberam que a bunda não é lugar de enfiar perguntas, mas de dar
respostas. Se Rousseau se deparou com a moça com o bico do seio
murcho, Voltaire inventou a mulher de meia bunda. Infortúnio de um,
riso de outro. O humor de Voltaire é senão famoso como ele próprio,
ao menos digno de nota como uma marca registrada do filósofo.
Imaginar, como fez no Cândido ou O Otimismo, uma moça sem uma
das nádegas, e ainda assim com algum chamariz nitidamente erótico.
Sloterdijk (2012, pp. 209-210):

A bunda parece estar condenada a eternizar sua existência


na obscuridade, como um mendigo entre as demais partes do
corpo. Ela é a verdadeira idiota da família. Mas seria
surpreendente se essa ovelha negra do corpo não tivesse sua
própria opinião a respeito do que acontece nas altas esferas,
semelhante aos desclassificados que frequentemente lançam
o mais frio dos olhares para os membros das classes
superiores. Se a cabeça se dispusesse ao menos uma vez
dialogar com sua antípoda, esta começaria por lhe mostrar a
língua, se tivesse uma. Como naquele filme didático dos Rote
Grütze, Was heisst hier. Liebe? [O que significa o amor?], a
bunda diria às esferas superiores: acho que nossas relações
bilaterais estão ficando uma merda. A bunda é o plebeu, o
democrata das bases e o cosmopolita entre as partes do
corpo; numa palavra, o órgão kynikos elementar. Ele fornece
a base materialista sólida. Sente-se em casa, nos toaletes do
mundo inteiro. A Internacional das Bundas é a única
organização mundial que dispensa estatuto, ideologia e
contribuição dos associados. Sua solidariedade é inabalável.
Ludicamente, a bunda supera todas as fronteiras, à diferença
da cabeça, a quem muito importam as fronteiras e as
propriedades. Sem objeção, instala-se em qualquer assento.
A diferença entre um trono e um banquinho de cozinha, entre
um tamborete e uma cadeira sagrada, não se põe
particularmente a uma bunda íntegra. Eventualmente, pode
até ser no chão. A única coisa que não aceita é permanecer
de pé quando está cansada. Essa inclinação para o elementar
e o fundamental predispõe a bunda particularmente à
filosofia. Sem dúvida, registra as nuances, mas jamais lhe
ocorreria, como as cabeças vaidosas com suas batalhas
sangrentas, fazer tanta algazarra pela ocupação de uma
cadeira. Ela jamais perde de vista o que em última instância
realmente conta: a terra firme. Também no sentido erótico, a
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bunda se mostra frequentemente sensível e ao mesmo


tempo superior. Ela não é mais exigente que o necessário.
Também aí é ela quem passa facilmente por cima das
fronteiras e dos exclusivismos imaginários. Quando
condenaram Arlletty, celebridade da época, por ter mantido
relações sexuais com ocupantes alemães, ela teria
respondido: Mon coeur est français, mon cul, lui, est
international. Representante do princípio kynikos em geral
(poder viver em toda parte, redução ao essencial), a bunda
não se deixa nacionalizar, ainda que inegavelmente alguns
bundões já tenham proferido ruídos nacionalistas.
Espancada, pisoteada e beliscada, a bunda vê o mundo de
baixo, de um ponto de vista plebeu, popular, realista.
Milhares de anos de maus tratos não passaram por ela sem
deixar vestígios. Fizeram dela uma materialista, mas uma
materialista de tendência dialética. Seu princípio é o de que
as coisas estão uma merda, mas há esperança. Nada torna
alguém mais amargo do que o sentimento de não ser bem-
vindo.

Espancada, pisoteada e beliscada, a bunda vê o mundo de


baixo, de um ponto de vista plebeu, popular, realista. Milhares de
anos de maus tratos não passaram por ela sem deixar vestígios.
Fizeram dela uma materialista, mas uma materialista de tendência
dialética. Seu princípio é o de que as coisas estão uma merda, mas há
esperança. Nada torna alguém mais amargo do que o sentimento de
não ser bem-vindo. Assim, de todos os órgãos do corpo, a bunda é o
que se acha mais próximo da relação dialética entre liberdade e
necessidade. Não é de se espantar que a psicanálise, ciência
completamente inspirado no kynismos, faz investigações sutis e
inicializa as experiências e dos destinos das bundas, um estágio
antropológico fundamental, não é a fase anal? Diógenes foi o primeiro
filósofo europeu que vem vez de produzir discursos, edificou suas
“obras” na praça do mercado de Atenas. Disse ele: “não encontramos
na natureza nada de que devamos nos envergonhar”. O oletismo
marxista obteve no século XX o auxílio protetor por parte da
psicanálise, que concebe o dinheiro e a merda como equivalentes
simbólicos e subordina o complexo monetário à esfera anal. Ela não
colheu gratidão por isso, sobretudo desde que a Revolução Russa
emergiu da noite par ao dia como um não oletismo marxista
mascarado, afirmando que exploração, em russo, não seria mais
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exploração alguma. A mais-valia socialista corre sob a bandeira


libidinosa: volúpia da construção. Expressão: “Ele caga dinheiro”.
Como modernos temos a tendência de descobrir o que está
coberto. Esse era o que Heidegger falou sobre sua filosofia do ser (a
técnica é um unveiling), tornar o escuro em claro, tirar o cobertor que
está cobrindo algo. Usando um jargão de Heidegger, “técnica é um
modo de desocultamento”. Heidegger dizia que o conhecimento
tecnológico e científico era uma técnica de fazer o que é implícito,
interno, escondido, em explícito, isto é, trazê-lo ao descoberto.
Modernização significa, nesse sentido, "explicar" (modernização não é
revolução, isso foi um mal-entendido), mas não no sentido lógico
comum de explanar, e sim no seu sentido cognitivo de trazer à
superfície. A tecnociência traz à superfície as condições de
possibilidade da vida de modo violento. Uma explosão do que era
escondido na superfície. O abandono ou a situação básica do
abandono, surge quando nós mesmos somos impotentes, e devemos
utilizar elementos de confiança ou de confiar que outros dominem
uma tecnologia, ou seja, tenho que abandonar a mim mesmo quando
vou a um hospital por exemplo. Então, passo a confiar e crer que o
cirurgião sabe o que faz, em outras palavras, tem um domínio técnico
sobre um ato ou procedimento. Se subo em um táxi tenho que
entregar-me porque suponho que o condutor saiba como dirigir.
Normalmente o melhor teste da entrega é que alguém está com uma
pessoa que não conhece um veículo e deixa essa pessoa para dirigir.
Ao encontrar um motorista ao seu lado, você o questiona: sabe ou
não sabe dirigir? Creio que esta é a inevitabilidade da situação
moderna de entrega como algo que se demonstra e aparece a
qualquer momento. Quando se sobe em um avião tenho a confiança
de que os pilotos sabem o que fazem. Um eu que quisesse saber e
fazer tudo se converteria em um eu paranoico. Em uma sociedade de
divisão de trabalho a confiança é a única possibilidade de
reconciliação com o próprio não saber fazer ou de reconciliação com
o não saber ou não poder. O entrelaçamento decisivo para a época
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moderna de ambos os processos: a transformação do mundo em


imagem e do homem em sujeito, lança ao mesmo tempo uma luz
sobre o processo fundamental da história moderna, à primeira vista
bastante contraditório. (unveiling-uncloack). De certa forma, o
desocultamento é uma forma digamos, de clarificar o ocultou de criar
um representacional do mesmo. Se a coisa-em-si é inalcançável, o
Positivismo vai dizer para ficarmos com os fenômenos e no âmbito
moderno eles passam por procedimentos técnicos. A verdade não
esteve sempre encoberta por véus? Na modernidade com nossa
condição de animais descobertos de domos, redomas, céus de cristais
não veríamos os seguros como tentativas anti-niiilistas que nos dão
cobertura? Não é por isso, que se utiliza a expressão: “cover”, “cover
your losses” ou “social security” para Previdência Social e seguros. O
cover funcionando como um cobertor que dá imunidade, cobertura,
proteção, cobre e encobre algo?
Vivemos em um sistema em que as promessas dos devedores
de pagar (de devolver o crédito) formam as estruturas de nosso
futuro. Nosso futuro está na promessa da devolução do crédito. O
crédito é uma determinada forma de interpretar como dinheiro o
futuro, ou seja, uma moeda de reserva (dá uma sensação de
segurança), supondo em algum momento, o regresso deste dinheiro
com um tipo de ganância (interesse-Zins). É o mesmo que dizer que
hoje nosso mundo está monetarizado, e enquanto ainda não foi (for)
devolvido-pago, todos nós temos um futuro. Os conservadores
insistem em dizer que algum dia não existirão mais as dívidas. Mas
então, o mundo vai afundar. Podemos estar seguros de que “quando
eles pagarem a última parcela, teremos chegado ao fim do mundo”.
Quando não temos mais dívidas, não teremos mais um futuro. Com as
dívidas, digamos assim, é possível ter um acesso ou um caminho
estruturado em direção ao futuro. Está incluso aí, também a
obrigação do esforço ou a criatividade individual porque o que hoje
chamamos criatividade, é no fundo, uma expressão mistificada da
necessidade de trabalhar melhor que até agora, porque senão não
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pagaremos dívidas ou débitos. Perdemos o futuro na medida em que


as promessas não podem ser mantidas. Essa é a verdadeira crise
moderna, a de que o mundo está bloqueado por dívidas e
pagamentos das mesmas. A promessa de devolução que não pode
ser satisfeita, talvez nem mesmo querida pelos capitalistas. Isto é
muito visível em videogames. A ideia de que o avanço no jogo
depende de coletar moedas, potes de ouro, pegar ouro, pegar bolsas
de diamantes, abrir baús e tesouros, em alguns casos, até mesmo a
sorte é um tipo de habilidade. Somente com essas ações e com a
manutenção de pagamentos e dívidas é que se torna possível
avançar e progredir de fase. As atividades típicas da modernidade
como trabalho vem como uma “quest”, um jogo de tabuleiro, um
desafio, um favor, uma orientação para um duelo, salvar a princesa,
matar alguém como recompensa, e o caminho será desbloqueado ou
mesmo algum ancião permitirá sua passagem no jogo. Não muito
distante de uma “roda da fortuna” que gira até lhe dar um item
específico. Chegar longe é sinônimo de abrir a bolsa, comprar
melhores armas, automelhoramento. Dispêndio para se ter um futuro.
Logo, logo, a figura do burguês como um personagem dramático em
alguns aspectos. Isso pode ser visto em Balzac na figura do avarento
no século XVII e XVIII. Balzac a transfigura para a figura do “banqueiro
demoníaco” para quem o ato de dar é uma tortura, pela encarnação
humana do espírito da acumulação. O começo da modernidade é
baseado em um tipo de “sistemas de aventuras”. Se antes tínhamos
proteções como domos e redomas que arrodeavam a Terra, agora
temos simbolicamente, os sistemas de seguros. Uma tentativa tanto
anti-niilista como antecipatória e emancipatória do acidental. É por
isso, que se utiliza a expressão: “cover”, “cover your losses” ou
“social security” para Previdência Social e seguros. Esse sistema
“nascente” de seguros é um dos precursores da modernidade
sistêmica na medida em que se define a modernização como uma
gradual substituição de vagas estruturas imunológicas simbólicas, do
tipo das interpretações religiosas últimas dos riscos da vida humana,
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por prestações de segurança social e técnicas calculadas. Essa


imprevisibilidade ou uma “jornada de aventura” tinha como
acompanhante Deus. Mas agora, em certos pontos essenciais
modernos, o seguro de profissões, contratos, negócios e vida tomam
o lugar dos destinos que estava nas mãos de Deus. A ideia de que
estamos cobertos por seguros, e por isso mesmo, seguros (agindo por
antecipação). O liberalismo, de um ponto de vista filosófico, é a
tentativa da emancipação do acidental, e que é o novo espírito de
empresa senão uma prática que visa corrigir a sorte? Toda localidade
da superfície terrestre passa a ser um endereço do capital. Uma
situação inevitável para todos. Um tráfego em todas as direções. O
empresário, figura central da era moderna sabe agora positivar sua
dívida, fazendo dela algo estimulante como quem encarna um
“espírito de aventura”, de risco e de destinos não completamente
calculados de retorno. Como um barco que se aventura pelos mares
os capitães iniciam um movimento característico da revolução
espacial visto na idade moderna. Sistema de crédito, seguros e
confiança seriam a base da sociedade moderna, e a base de uma
sociedade saturada de técnica. A situação dos Estados Unidos é uma
situação de tamanha dívida que só a quebra total, a bancarrota pode
salvar a nação. Só com dívidas se pode caminhar e construir um
futuro. Obviamente que as culturas devem tomar uma certa proteção
“ontológica”, não se tornarem demasiadas endividadas, isto porque,
as pessoas em sociedades podem desenvolver uma forma inevitável
de simpatia pela catástrofe. Uma dimensão apocalíptica de nossa era.
Uma simpatia acompanhante desde os mais antigos nas épocas de
impérios. Com eles nasce a esperança de que o império colapse.
Recentemente os seios viraram polêmica. Com a chegada do
carnaval diversas atrizes fazem e fizeram protestos com os seios à
mostra. A nudez em público. Os conservadores logo gemem por falta
de inteligência e porque alguns bolsonarista e conservadores não
gostam de peitos. Outro motivo para os seios desnudos de Maria
Casadevall e Mariana Mendonça é que ambas são uma delicinha, se
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quiserem mostrar os peitos para mim não tem problema, não sou que
nem os neoconservadores que tem medo de peito. Estou vivo por
causa de um peito. Os homens conservadores que gostam de
mulheres, nessa hora, não sabem se ficam admirando ou se as
chamam de “vagabundas”. Mas, na verdade, fazem as duas coisas,
todavia, com um medo enorme. Pois não poderia estar ali uma filha
sua, que ficou adulta? Ao mesmo tempo, ali estão os seios que são
um recado claro para o homem reacionário: “eu os mostro, mas você
lambe com a testa”. O seio traz o homem para sua infância porque
ele foi amamentado, mas ao mesmo tempo, ele é erótico. Uma
dualidade que causa desconforto: "será que essa mulher é minha
filha"? "Será que essa mulher é minha mãe"? Eis aí, que o slogan "Ele
não", surge como ele não mama aqui, mas também como cunho
político com relação à Bolsonaro. "Bolsonaro não mama aqui". Os
seios negando o homem, os seios que amamentam e os seios
eróticos. A mensagem é: "eu não mostro aquilo que é meu quando
criança, eu mostro os seios que são meus quando adulta". "Eu sou
dona do meu corpo, e você não vai tocar aqui". Você não vai tocar e
nem mamar, "aqui não", "ele não". Verdades não são “nuas e cruas”?
Eduardo Rocha.
São Luís – Maranhão. 27.02.2019.
REFERÊNCIAS

SLOTERDIJK, Peter. Crítica da Razão Cínica. 2ª Edição. Tradução:


Marcos Casanova. São Paulo: Estação Liberdade, 2012, pp. 209-210.
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FIGURAS:
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Sala da Árvore: Urbi et orbi; universum.

Como Eulespiegel defecou numa sala de banhos em Hannover, pensou que


era uma cada de pureza. Xilografia em livro (1515).
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O espectro. O que se imagina, onde não se vê nada, é o que governa o


mundo.
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Marianne. A Liberdade Guiando do Povo. Eugène Delacroix, inspiração da


imagem da República (1830).
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Efígie da República Portuguesa ao centro, aquando da Proclamação da


República.

Atriz Maria Casadevall.


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Atriz Mariana Mendonça.

Baubô
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Frontispício da Enciclopédia, desenhado por Charles-


Nicolas Cochin (1772) e gravado por Bonaventure-Louis
Prévost. Esta obra está carregada de simbolismo: a figura
do centro representa a verdade – rodeada por luz intensa
(o símbolo central do iluminismo). Duas outras figuras à
direita, a razão e a filosofia, estão a retirar o manto sobre
a verdade.
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Frontispício, Petrus Apianus, Introductio geographica, 1532. Medindo


ângulos com a equipe de Jacob. O termo “equipe cruzada” é usado para se
referir a várias coisas.

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