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(2011)
Se se morre de amor
Se se morre de amor! – Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
(...)
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração – abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz d’extremos
D’altas virtudes, té capaz de crimes!
Compr’ender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D’aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar a tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes:
Isso é amor, e desse amor se morre!
Gonçalves Dias
Questão no 4
O lirismo amoroso também aparece na obra de Gonçalves Dias,
poeta romântico da 1ªgeração. A exemplo, o poema Se se morre
de amor, que substancialmente configura-se como:
(A) Uma espécie de profissão de fé a respeito dos limites
entre a paixão e o amor, apontando diferenças, estabelecendo
parâmetros e, enfim, trazendo à tona a emoção sem se
distanciar da razão.
(B) Uma confissão de amor feita por alguém que não tem seus
sentimentos correspondidos e, portanto, despreza o fato de
amar.
(C) Uma canção de amor feita e oferecida a alguém distante, que
jamais poderá corresponder a esse sentimento.
(D) Uma situação de amor correspondido, porém impossível de
ser vivido, tendo em vista a correria cotidiana e a falta de
tempo para amar.
(E) Uma declaração que revela o seguinte: amar não faz bem à
saúde, por isso muitas pessoas matam e morrem por amor.
2014
obra “O Primo Basílio” e responda as questões
1 e 2.
Mas Julião indignava-se:
- Estás desmoralizado pela doutrina
vitalista, miserável! - Trovejou contra o Vitalismo,
que declarou "contrário ao espírito científico". Uma
teoria que pretende que as leis que governam os
corpos brutos não são as mesmas que governam
os corpos vivos - é uma heresia grotesca -
exclamava. - E Bichat que a proclama é uma besta!
O estudante, fora de si, bradou - que
chamar a Bichat uma besta era simplesmente de
um alarve.
Mas Julião desprezou a injúria, e
continuou, exaltado nas suas ideias:
- Que nos importa a nós o princípio da
vida? Importa-me tanto como a primeira camisa que
vesti! O princípio da vida é como outro qualquer
princípio: um segredo! Havemos de ignorá-lo
eternamente! Não podemos saber nenhum
princípio. A vida, a morte, as origens, os fins,
mistérios! São causas primárias com que não
temos nada a fazer, nada! Podemos batalhar
séculos, que não avançamos uma polegada. O
fisiologista, o químico, não têm nada com os
princípios das coisas; o que lhes importa são os
fenômenos! Ora, os fenômenos e as suas causas
imediatas, meu caro amigo, podem ser
determinadas com tanto rigor nos corpos brutos,
como nos corpos vivos — numa pedra, como num
desembargador! E a Fisiologia e a Medicina são
ciências tão exatas como a Química! Isto já vem de
Descartes!
Travaram então um berreiro sobre
Descartes. E imediatamente, sem que Sebastião
atônito tivesse descoberto a transição,
encarniçaram-se sobre a ideia de Deus.
(QUEIRÓS, Eça de. O Primo Basílio. São Paulo: Ateliê Editorial,
2001, com atualização da ortografia, conforme Acordo Ortográfico
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa)
2016
2017
“Meia Pata” inicia um movimento literário criado pelo autor, Ricardo Dantas, denominado de Bioarte. A
Bioarte louva os verdadeiros artistas. Os indígenas, que mesmo diante do preconceito, da dor de presenciarem
suas terras sendo devastadas, seguem firme na luta pela autenticidade de seus direitos. Os extrativistas, como
os seringueiros, massacrados, porém resistentes, que com sangue escorrendo das bandeiras, venceram a
opressão e conquistaram uma vida digna. O sertanejo agricultor, que não desiste de rachar o solo cristalizado
pela seca, e com mãos e orgulho calejado, segue em frente sem fraquejar. E por fim a Natureza, que
compadecida, presencia árvores frondosas, literalmente milagres que fornecem o suporte para milhares de
formas de vidas, serem ceifadas, levando para a tumba toda a rede ecológica. A Bioarte exalta a
biodiversidade, a pluralidade social e principalmente as interações ecossistêmicas entre cultura e arte [...]
Esse caráter regional ressaltado pelo romance incorpora questões de formação de identidade e
raízes históricas de tradições na formação de um povo. A leitura reflexiva dessa obra desenvolve a
capacidade de análise e interpretação de textos. Também estimula a identificação das características
dos gêneros literários e da estilística. Ao levar o leitor a acompanhar a narrativa de outra pessoa,
portanto a partir de outra perspectiva, valoriza a formação dos próprios critérios no leitor.
Disponível em: http://eusouderoraima.com.br/. (Acesso em: 25/07/2016).
(Eli Macuxi)
Quando tuas penas partirem, asas Quando novas nuvens surgirem, casas Quando nossos corpos
rugirem, brasas
E nem demônios nem igrejas Nem inveja que vareja Na cabeça malfazeja De quem julga sem
amar nos farão parar!
As figuras de estilo permitem ao autor o uso mais eficaz da linguagem como fenômeno social,
vislumbrando, no simbolismo das palavras, a construção das obras literárias. Como se sabe as
figuras de linguagem podem ser subdivididas em: de palavras, de pensamento e de construção.
No poema grafado por Eli Macuxi está presente uma figura de construção que permite a
sonorização por meio da repetição de um determinado som nos versos destacados, qual seja:
A) Aliteração;
B) Anacoluto;
C) Anáfora;
D) Elipse;
E) Pleonasmo.
Assinale a alternativa que NÃO se aplica ao movimento realista, sua história, suas características,
seus autores e obras.
A) Dentre os principais romances de Machado de Assis, dois deles, Memórias póstumas de Brás
Cubas e Dom Casmurro, são narrados em terceira pessoa;
B) O Realismo emerge na segunda metade do século XIX, período marcado também pelo
surgimento de outros dois movimentos literários, a saber, o Parnasianismo e o Naturalismo;
C) No Brasil, trata-se de um movimento literário em que Raul Pompeia e Machado de Assis estão
entre os principais autores;
D) Diferentemente do que ocorreu com a literatura do Romantismo, no Realismo não se verificou
um excesso de subjetividade na linguagem. Havia preocupação em observar e analisar a realidade,
retratando a vida contemporânea nos textos literários;
E) Diferentes conflitos humanos são abordados no Realismo.
Entre as obras sugeridas, está a de Milton Hatoum, como se verifica na imagem a seguir:
Considerando a leitura da obra, assinale a única alternativa em que as informações NÃO são
verdadeiras.
A) A obra se caracteriza com frases curtas, ligeiras, com pouca fantasia ou adjetivação, imprimindo
clareza e sobriedade;
B) A história é narrada na primeira pessoa e o narrador é o herói principal – pelo simples fato de
ele ser o filho da empregada;
C) A obra foi escrita em estilo enxuto e ao mesmo tempo repleta de sutilezas, apresenta
vocabulário comum, ou seja, segue a linha da literatura que valoriza a linguagem simples, mesmo
com a utilização de termos desconhecidos por muitos brasileiros, tais como: “Cunhatã”,
“Narguilé”, “Paxá”, entre outros, mas com elevado grau de arte e de correção gramatical;
D) A cidade de Manaus é o principal cenário da obra, o autor valoriza o porto dos Remédios, o
Centro, os bairros e as praças mais antigas, destacando as atividades relacionadas ao comércio
como principais. O sul do Líbano também é referenciado. A cidade de São Paulo também é cenário
de referência: foi a cidade em que Yakub formou-se em Engenharia, constituiu família e fixou
residência;
E) O título da obra faz referência às personagens principais: Yaqub e Omar, irmãos gêmeos,
idênticos no físico, mas opostos nas atitudes e no caráter. Movidos pela rivalidade, vão
destruindo as relações pessoais e familiares, semeando discórdia, inveja, vingança e ódio.
2018
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
A) Temas urbanos; linguagem simples; medievalismo.
B) Egocentrismo; pastoralismo; denúncia social.
C) Exaltação da vida no campo; linguagem simples;
pastoralismo.
D) Vulgarização da figura da mulher; medievalismo;
egocentrismo.
E) Denúncia social; exaltação da vida no campo; temas
urbanos.
TEXTO III
―Caía então luz de chapa sobre ela, iluminando-lhe o
rosto, parte do colo e da cabeça, coberta por um lenço
vermelho atado por trás da nuca.
Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era
Inocência de beleza deslumbrante.
Do seu rosto irradiava singela expressão de
encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar
sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios
sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto
de projetarem sombras nas mimosas faces.
Era o nariz fino, um bocadinho arqueado; a boca
pequena, e o queixo admiravelmente torneado.
Ao erguer a cabeça para tirar o braço de sob o lençol,
descera um nada a camisinha de crivo que vestia,
deixando nu um colo de fascinadora alvura, em que
ressaltava um ou outro sinal de nascença.‖
TAUNAY, Visconde de. Inocência. São Paulo: DCL, 2013.