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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 29.704/2015........................................)
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embarcação de través, quando a embarcação “CANDANGO” veio ultrapassando por
bombordo próximo a uma curva também a bombordo, a embarcação “CANDANGO”
antes de ultrapassar completamente a balsa IARA empurrada pelo rebocador “PATO
BRAVO”, quinou para boreste em direção a proa da balsa IARA e ao perceber a
existência de um trapiche na proa da balsa empurrada pelo rebocador “PATO BRAVO”,
manobrou para bombordo, porem já estava muito próximo e atingiu com sua popa a balsa
“IARA” empurrada pelo rebocador “PATO BRAVO”; relatou que não houve vítimas;
relatou que não tinha como visualizar a barcaça “CANDANGO” na sua popa, pois a ré
do “PATO BRAVO” tem um dormitório que bloqueia a visibilidade, e que o rebocador
não dispõe de equipamento de visualização e que só conseguiu visualizar a barcaça
“CANDANGO” quando ela já estava em seu través; relatou que a barcaça
“CANDANGO” não sinalizou de nenhuma forma que tinha a intenção de ultrapassar;
relatou que no local onde ocorreu o acidente não há espaço para fazer ultrapassagem;
relatou que teve a certeza que a embarcação “CANDANGO” iria abalroar no momento
em que a mesma ainda não tinha completado a ultrapassagem da balsa e guinou para
boreste; relatou que sua atitude no momento em que percebeu que iria abalroar foi a de
dar máquinas a ré; relatou que tem conhecimento do RIPEAM no que diz respeito a
regras de ultrapassagem e acrescentou que embarcações maiores tem preferência em
relação as menores e que além disso é possível a comunicação pelo rádio entre os
comandantes em caso de necessidade; relatou que o rebocador “PATO BRAVO” só
possui o rádio portátil como equipamento de navegação e que o mesmo estava
funcionando; relatou que tentou contato pelo rádio portátil quatro vezes para alertar o
comandante da barcaça “CANDANGO” sobre o risco de abalroamento; relatou que a
barcaça “CANDANGO” teve avaria leve; relatou que não foi informado pelo pessoal em
terra que a barcaça “CANDANGO” estava fazendo uma ultrapassagem por bombordo da
chata “IARA”; relatou que momentos antes do acidente tentou contato quatro vezes com
o comandante da barcaça “CANDANGO”, sendo que não houve resposta, mesmo assim
alertou pelo rádio dizendo “ não entre aí não, que você vai fazer cagada”; relatou que não
houve falha nas máquinas propulsoras e auxiliares do rebocador “PATO BRAVO” antes
e depois do acidente; relatou que sua velocidade no momento do acidente era baixa, em
torno de 6 Km/h; relatou que não houve poluição hídrica decorrente do acidente em
questão; relatou que a possível causa do acidente em questão, ocorrido em o6 setembro
2013, foi a irresponsabilidade do comandante da barcaça “CANDANGO”, que colocou
em risco sua própria vida e a de sua tripulação; relatou que o acidente poderia ter sido
evitado se o comandante da barcaça “CANDANGO” tivesse aguardado o rebocador
“PATO BRAVO” atracar no cais.
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O Laudo Pericial concluiu que a causa determinante foi a imprudência na
condução da embarcação “CANDANGO”, em virtude de não ser observada as regras do
RIPEAM 1972.
No Relatório o Encarregado concluiu que a causa determinante do acidente,
corroborada por todas as evidências extraídas dos Autos de Instrução do Inquérito
Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação, que se tratou de
“IMPRUDÊNCIA” (o mesmo que imprevidência, consiste na inobservância de medidas
de precaução e segurança, de conseqüências previsíveis, que se faziam necessárias no
momento, para evitar o acidente ou fato da navegação) do Comandante da Barcaça
“CANDANGO”, Sr. Josinaldo Batista da Silva, pois deixou de tomar medidas
preventivas indispensáveis e obrigatórias previstas no RIPEAM-72, como a
inobservância das regras no que concerne a navegação em canais estreitos, ultrapassagem
e responsabilidades entre embarcações.
De tudo que contém os presentes autos, conclui-se:
I - Fatores que contribuíram para o acidente:
a) Fator Humano - Não contribuiu;
b) Fator Material - Não contribuiu; e
c) Fator operacional - Contribuiu, por “IMPRUDÊNCIA” (o mesmo que
imprevidência, consiste na inobservância de medidas de precauções e segurança, de
consequências previsíveis, que se faziam necessárias no momento, para evitar o acidente
ou fato da navegação) do Comandante da Barcaça “CANDANGO”, Sr. Josinaldo Batista
da Silva, pois deixou de tomar todas a s medidas previstas no RIPEAM-72 para deixar o
caminho livre para o rebocador “PATO BRAVO” que estava com manobra restrita,
empurrando a chata “IARA” com 5 (cinco) caminhões betoneira no canal das Laranjeiras,
que é estreito e com limitações de calado, somando-se as condições meteorológicas no
momento do acidente que eram desfavoráveis, pois estava com ventos de 35 a 42 nós,
tornando a manobra de reboque difícil e insegura para outras embarcações no canal.
A Procuradoria Especial da Marinha (PEM), em uniformidade, ofereceu
representação em face do indiciado, com fulcro no art. 14, alínea “a” da Lei nº 2.180/54.
Citado o representado manteve-se silente, sendo declarada sua revelia.
Na fase de instrução nehuma prova foi produzida.
Em alegações finais, manifestaram-se as partes
É o Relatório.
De tudo o que consta nos presentes autos, verifica-se que a causa
determinante do acidente foi o erro de manobra cometido pelo condutor representado.
O conjunto probatório foi uníssono ao apontar a atitude imprudente e
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imperita do representado, condutor da barcaça, uma vez que descumpriu as regras mais
elementares de segurança.
Restou demonstrado que a barcaça conduzida pelo representado manobrava
descumprindo o RIPEAM, não deixando o caminho livre para o comboio, embarcação
essa com enorme restrição de manobra.
A revelia do representado corrobora as acusações da exordial, que não foram
relatadas.
Diante do exposto, deve ser julgado integralmente procedente a
representação, responsabilizando-se o representado.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: abalroação entre barcaça e comboio, com
danos materiais; b) quanto à causa determinante: erro de manobra, descumprimento do
RIPEAM; e c) decisão: julgar o acidente da navegação, como decorrente da imperícia e
imprudência do representado, condenando-o à pena de repreensão e ao pagamento das
custas, na forma dos artigos 14, alínea “a” e 121, inciso I, da LOTM.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 21 de março de 2019.
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Assinado de forma digital por COMANDO DA MARINHA
DN: c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF, cn=COMANDO DA MARINHA
Dados: 2019.10.03 16:55:55 -03'00'