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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

E MÉTODOS DE
AUTOAPRENDIZADO

Autores: Elisabeth Penzlien Tafner


Janes Fidélis Tomelin
Norberto Siegel

UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090

Reitor: Prof. Hermínio Kloch

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol

Coordenador da Pós-Graduação EAD: Profa. Cláudia Regina Pinto Michelli

Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Cláudia Regina Pinto Michelli
Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa
Prof. Ivan Tesck

Revisão Gramatical: Marcilda da Cunha Rosa

Revisão Pedagógica: Bárbara Pricila Franz

Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Copyright © UNIASSELVI 2009


Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.

374.4
T124e Tafner, Elisabeth Penzlien.
Educação a distância e métodos de autoaprendizado /
Elisabeth Penzlien Tafner, Janes Fidélis Tomelin
[e] Norberto Siegel, Centro Universitário leonardo Da Vinci.
- Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2009.

S90 p. : il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-141-5

1. Educação a distância 2. Autoaprendizagem - Métodos.


3. Aprendizagem virtual. 4 Videoaula.
I. Tomelin, Janes Fidélis. II. Siegel, Norberto.
III. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. IV. Título.

Revisado e ampliado
Outubro 2010
Elisabeth Penzlien Tafner

Possui graduação em Letras pela Fundação


Universidade Regional de Blumenau (2001) e mestra-
do em Linguística pela Universidade Federal de Santa
Catarina (2004). Atualmente, é professora de Comunida-
ção e Expressão da FAMEBLU. Também é professora do
Instituto Catarinense de Pós-Graduação (ICPG) e de outras
instituições de ensino superior no Vale do Itajaí. Tem experiência
na área de Língua Portuguesa, Produção Textual, Linguística, Linguística Aplicada,
Sociolinguística, Metodologia do Trabalho Científico. Na EAD, publicou: Morfolo-
gia da Língua Portuguesa, Laboratório de Texto e Metodologia do Trabalho
Acadêmico. Faz parte da Equipe Multidisciplinar da Uniasselvi-Pós.

Janes Fidélis Tomelin

Possui graduação em Filosofia - Faculdades As-


sociadas do Ipiranga (1994), especialização em História
Social pela Universidade Severino Sombra e mestrado
em Educação pela Fundação Universidade Regional de
Blumenau (2000). Atualmente, é professor de Filosofia na
Fameblu e coordenador do Programa de Pós-Graduação
EAD Uniasselvi. Também é professor do Instituto Catari-
nense de Pós-Graduação (ICPG). Tem experiência na área de
Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação a distância e
filosofia. Na EAD, publicou: História Antiga; Filosofia Geral e da Educação e Fun-
damentos Epistemológicos da Geografia.

Norberto Siegel

Possui graduação em Filosofia pela Fundação


Educacional de Brusque (1990), graduação em Teolo-
gia pelo Instituto Teológico de Santa Catarina (1994),
especialização em Filosofia e Teoria do Conhecimento
e Filosofia da Ciência pela Fundação Educacional de
Brusque (2001) , mestrado em Educação pela Fundação
Universidade Regional de Blumenau (2005). Atualmente,
é professor titular do Centro Universitário Leonardo da Vinci e
do Instituto Catarinense de Pós-Graduação (ICPG). Tem experiência na área de
Filosofia e Educação, com ênfase em Ética. Na EAD, publicou: Fundamentos
da Educação: Temas Transversais e Ética; Filosofia Geral e da Educação e
Fundamentos Epistemológicos da Geografia. Faz parte da Equipe Multi-
disciplinar da Uniasselvi-Pós.
Sumário

APRESENTAÇÃO..................................................................7

CAPÍTULO 1
EAD: Aspectos Históricos e Sociais .....................................9

CAPÍTULO 2
Métodos de Autoaprendizagem na EAD ..............................25

CAPÍTULO 3
O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na EAD...45

CAPÍTULO 4
Orientações ao Estudante do Programa de Pós EAD......69
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):

Seja bem-vindo ao curso de pós-graduação a distância da UNIASSELVI. A


etapa da pós-graduação sugere que você queira aperfeiçoar sua formação, que
deseje aprofundar seus conhecimentos. Dito desta maneira, esta informação pode
parecer óbvia, mas queremos explorar sua vontade de retomar ou continuar sua
vida acadêmica. Essa vontade reflete um perfil de estudante consciente de que
a busca pelo saber vai além do que é apresentado em sala. Foi assim que você
agiu quando teve alguma dificuldade na graduação: conversou com seu professor,
buscou outras leituras, enfim, outras alternativas que o ajudassem a superar suas
dúvidas.

Na Educação a Distância (EAD), essas ações correspondem ao que


chamamos de autonomia, responsabilidade. Esse comportamento, aliado à
maturidade de um estudante da pós-graduação para fazer suas escolhas,
encontra suporte aqui na UNIASSELVI. A Instituição oferece a você um programa
de pós-graduação a distância que, baseado na mediação pedagógica, possui um
único objetivo: acompanhar e primar pelo seu aperfeiçoamento no curso escolhido
por você.

Este caderno, sendo o primeiro do programa de pós-graduação EAD


UNIASSELVI, tem a finalidade de familiarizá-lo com a educação a distância e com
os métodos de autoaprendizado nesta modalidade de ensino. Para tanto, sua
organização contempla, inicialmente, um panorama geral da educação a distância,
desde seu histórico até sua caracterização como uma forma de democratização
do ensino. A seguir, definimos a autoaprendizagem, estabelecendo sua relação
com as inteligências múltiplas, e apresentamos algumas estratégias para você
estudar na educação a distância. Na sequência, exploramos o aprendizado a
partir de textos: os fatores que interferem na leitura e as alternativas (técnicas de
leitura, resumo e mapa conceitual) para ampliar sua compreensão e promover
o autoaprendizado. Finalmente, detalhamos os aspectos institucionais a fim
de orientá-lo em situações como: estrutura e funcionamento do curso e outros
assuntos pertinentes à pós-graduação.

Os autores
C APÍTULO 1
EAD: Aspectos Históricos e Sociais

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

 Compreender o desenvolvimento histórico da educação a distância.

 Utilizar, em benefício do autoaprendizado, os recursos pedagógicos da


educação a distância de mediação e interação.
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

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Capítulo 1 EAD: Aspectos Históricos e Sociais

Contextualização
Este é o seu primeiro curso a distância? Já fez a graduação na modalidade
EAD? Já fez algum curso de capacitação ou aperfeiçoamento em EAD? Conhece
alguém que já estudou na modalidade a distância? Conhece ou trabalha em uma
empresa que capacita seus colaboradores a partir dos recursos da educação a
distância? É muito provável que você tenha dito sim a uma destas perguntas.
Além disso, atualmente, é cada vez mais comum que várias pessoas respondam
sim a várias destas indagações.

Só no ano de 2007, foram mais de 2,5 milhões de brasileiros que estudaram


em cursos com metodologias a distância. Este dado é fruto de um levantamento
feito pelo Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância
(AbraEAD) e publicado em sua edição 2008 (SANCHEZ, 2008). Neste mesmo
anuário, encontramos outros dados significativos sobre a educação a distância
em 2007:

• 582.985 pessoas obtiveram formação dentro das próprias empresas;

• 972.826 pessoas inscritas em cursos ofertados por instituições credenciadas e


em cursos autorizados pelo Sistema de Ensino para EAD (Educação de Jovens e
Adultos (EJA), Fundamental, Médio, Técnico, Graduação, Pós-Graduação);

• 218.575 pessoas participaram de cursos para empreendedores. (SANCHEZ,


2008).

Assim segue a lista, até somar 2,5 milhões de pessoas. A parte que
aqui destacamos ajuda a pensar sobre o nosso contexto educacional, que é
marcado por um período de grandes transições. Transições que geram algumas
inquietações: No que isso vai dar? Que impacto social te(re)mos? As pessoas
aprenderão tanto quanto nas modalidades tradicionais? Qual é a legitimidade
destes processos?

O tempo nos dirá! Ou o tempo já nos diz? Na verdade, já nos diz muito, não é
mesmo!? Então, vamos estudar mais a história da EAD. Para tanto, organizamos
este capítulo para que você possa conhecer a história da EAD em suas três gerações,
a característica do modelo EAD da UNIASSELVI para a pós-graduação e, finalmente,
os conceitos e oportunidades promovidos pela EAD.

A EAD
Será que a história da educação a distância é tão recente quanto parece?

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Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

É possível que você se lembre dos cursinhos técnicos disponíveis no correio,


sempre muito simpáticos e convidativos. Era possível, e ainda é, fazer um curso
de mecânica, desenho técnico, elétrica automotiva e tantos outros, tudo por
correspondência. Lembrou? Será este o marco de início da EAD?

Alguns autores afirmam que, na verdade, a educação a distância remonta aos


tempos da escrita. Podemos imaginar a revolução que este invento proporcionou.
O que antes só poderia ser transmitido oralmente, a partir da escrita, pôde ser
comunicado sem a necessidade de um narrador presente.

Outros autores preferem dizer que o ensino a distância só se tornou possível


com a invenção da imprensa, no século XV. Estes autores destacam que a
imprensa permitiu maior acesso à informação, facilitou o processo de divulgação
de ideias, democratizou o conhecimento, potencializou reformas e revoluções.
Enfim, outorga-se o início da EAD a partir deste marco.

Extra, extra! JOHANN GUTEMBERG inventou a imprensa, ou


melhor, inventou o primeiro mecanismo de impressão. Analistas
afirmam que este invento barateou o livro, tornando a cultura
acessível a um maior número de pessoas, e revolucionou a
comunicação. Antes de sua invenção, os livros eram reproduzidos
manualmente por copistas, o que tornava o processo demorado, caro
e acessível a poucos privilegiados.

O consenso mais Entretanto, o consenso mais comum é de que a educação a


comum é de distância se desdobra em três gerações, a começar pelos cursos de
que a educação correspondência que datam do século XIX. Vamos ver um pouco mais
a distância se sobre cada geração.
desdobra em três
gerações.

Primeira Geração: Correspondência


A referência mais concreta para o início da EAD está no século XIX, século
em que se combinaram vários fatores: a melhoria das técnicas de impressão, o
desenvolvimento dos meios de transporte e os mecanismos de comunicação. Isto
permitiu uma primeira experiência com o ensino por correspondência que contava
com materiais impressos e atividades que eram enviadas pelo correio.

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Capítulo 1 EAD: Aspectos Históricos e Sociais

Na primeira geração da EAD, os materiais eram autoinstrutivos e Na primeira


geração, os
permitiam um bom aproveitamento do cursista que fazia sua própria
materiais eram
“caminhada”. Nesse contexto, foram aprofundadas as discussões sobre autoinstrutivos e
o processo de autoaprendizado e sobre a necessidade de disciplina e de permitiam um bom
autonomia do estudante. aproveitamento
do cursista que
fazia sua própria
Segunda Geração: Novas Mídias “caminhada”.

Com o
Com o desenvolvimento de novas mídias, como a televisão, o rádio
desenvolvimento
e o telefone, tivemos uma segunda geração de EAD. de novas mídias,
como a televisão,
Acompanhe a ideia que transcrevemos a seguir, de Maia e Mattar o rádio e o
(2007, p. 22): telefone, tivemos
uma segunda
Um momento importante é a criação das geração
universidades abertas de ensino a distância, de EAD.
influenciadas pelo modelo da Open University
britânica, fundada em 1969, que se utilizam intensamente de
rádio, TV, vídeos, fitas cassetes e centros de estudo, e em
que se realizaram diversas experiências pedagógicas. Com
base nessas experiências, teria crescido o interesse pela EaD.
Surgiram assim as megauniversidades abertas a distância, em
geral as maiores, em número de alunos, de seus respectivos
países [...]. Essas experiências têm servido para repensarmos
a função das universidades no futuro e modificar a educação
de diversas maneiras, mas apenas na década de 1990 as
universidades tradicionais, as agências governamentais e as
empresas privadas teriam começado a se interessar por elas.

Esta segunda geração, como podemos analisar, contou com o auxílio de


novas tecnologias que enriqueceram o processo de aprendizagem, favoreceram
a ampla difusão da informação, permitiram uma comunicação sincrônica e, por
fim, contribuíram para confirmar a viabilidade do ensino a distância. Um lema se
definiu: tecnologia a serviço da educação. Foi assim que chegamos à terceira
geração, como veremos na sequência.

A comunicação sincrônica se dá quando duas ou mais


pessoas estão em contato, em espaços diferentes, mas em tempo
real. Veremos mais sobre este conceito no capítulo que tratará dos
“Novos conceitos, papéis e oportunidades”.

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Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Terceira Geração: On-Line


Após o Após o avanço das telecomunicações e com uma maior
avanço das flexibilização dos processos informacionais e comunicativos, chegamos
telecomunicações a uma terceira geração em EAD que passou a contar com um novo
e com uma maior recurso tecnológico: computadores ligados em rede. Isto se deu
flexibilização principalmente a partir de 1995, com o grande crescimento da internet,
dos processos
momento em que se configurou um novo espaço de interação, um
informacionais e
comunicativos, espaço virtual.
chegamos a uma
terceira geração Concordamos com Maia e Mattar (2007, p. 22), quando afirmam
em EAD. que, “em relação à geração anterior, não temos mais uma diversidade
de mídias que se relacionam, mas uma verdadeira integração delas,
que convergem para as tecnologias de multimídia e o computador”. Além disso,
podemos destacar que essa geração disponibilizou vários recursos na própria
residência do aluno, também chamado de aluno virtual.

Vale ressaltar que uma geração não excluiu a outra, mas complementou,
tanto pela experiência e estudo que promoveu, como pelo aperfeiçoamento dos
materiais que foram desenvolvidos. Neste sentido, você pode observar que cada
instituição apresenta cursos na modalidade de EAD em formatos diferentes. Isto
se dá pela forma como cada instituição combina os recursos e estratégias. Por
isso, vemos cursos on-line, cursos por correspondência, cursos semipresenciais,
cursos totalmente a distância, cursos mistos etc.

Maia e Mattar (2007, p. 53) nos sustentam em nossa constatação ao afirmarem


que “A dose de multimídia é um dos fatores determinantes na diferenciação entre
os modelos de EaD” e que, “De um lado, é possível conduzir um curso a distância
utilizando apenas material impresso, inclusive sem computador”. Como exemplo
desse modelo, temos os cursos ofertados pelo Instituto Monitor.

Atividade de Estudo

Neste contexto, você deve estar se perguntando: Qual o modelo


utilizado pelo programa de pós-graduação a distância da UNIASSELVI?
A seguir, vamos saber um pouco mais. Entretanto, antes disso, que tal
fazermos um exercício? Analise as afirmações da coluna à esquerda e
associe-as à coluna à direita:

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Capítulo 1 EAD: Aspectos Históricos e Sociais

Passou a contar com atividades síncronas.


• Primeira Geração
Material instrutivo era enviado por correspondência.

A televisão possibilitou um novo recurso de comunicação.


• Segunda Geração
Foram inaugurados os recursos virtuais.

As atividades de estudo eram essencialmente individualizadas.


• Terceira Geração
Surgiram os recursos de interação on-line.

A Proposta Uniasselvi Para a Pós


EAD
A proposta da UNIASSELVI, para o programa de pós-graduação na
modalidade a distância, contempla diferentes características da EAD que
potencializam o processo de ensino e de aprendizagem. São características
que combinam as estratégias que deram bons resultados nas três gerações que
acabamos de ver. Por isso, conta com a seguinte estrutura:

• material autoinstrutivo;
• tutoria;
• plataforma virtual de aprendizagem;
• videoaula;
• 08006425000.

Esta estrutura, combinada com algumas estratégias, contribui para a


formação de um programa que pretende trazer bons resultados aos estudantes.
Dentre as estratégias adotadas, podemos pontuar:

• escrita do material em estilo dialógico e conteúdo autoinstrutivo (o capítulo 3


descreve como você poderá aproveitar todas as vantagens deste material);
• desenvolvimento de momentos presenciais;
• mediação on-line pró-ativa, desenvolvida por tutores com formação na área
do curso, para estudo e troca de ideias;
• recursos virtuais de interação e aprendizagem colaborativa;
• central de atendimento (0800-6425000) para ampliar e agilizar o contato do
estudante com a tutoria e outros setores da instiruição;
• videoaula para enriquecimento dos conteúdos.
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Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Observe que o papel do tutor é uma das variáveis que, combinada


“A mediação com os recursos multimídia, define a identidade dos cursos de pós-
tecnológica não
graduação da UNIASSELVI. Mas, na verdade, o mais importante não é
pode eliminar
ou querer se o conteúdo do curso ou a tecnologia empregada. O fundamental ocorre
colocar no lugar no processo de construção do conhecimento pela interação de uma
da mediação comunidade de aprendizagem. É importante lembrar que “A mediação
humana.” tecnológica não pode eliminar ou querer se colocar no lugar da mediação
(PRETTI, 2005, humana”. (PRETTI, 2005, p. 25). Por isso, todos os participantes deste
p. 25).
projeto (cursistas, coordenadores, professores-autores, tutores...) são
convocados à implementação e à melhoria contínua de recursos de participação,
interação e diálogo. Veja, a seguir, nosso modelo de mediação pedagógica:

Videoaula Central de Atendi-


mento

Professor- Autor Material Cursista


Autoinstrutivo

Plataforma
Tutor Virtual de
Aprendizagem

No capítulo 4, você terá maiores esclarecimentos sobre o


programa de pós EAD da UNIASSELVI. Neste momento, observe as
relações existentes entre as diferentes gerações de EAD e o modelo
utilizado pela UNIASSELVI.

O que fica visível aqui é que esse formato de mediação não está sustentado
no individualismo e na formação solitária do cursista. Você pode notar que
o programa de pós-graduação da UNIASSELVI conta com uma estrutura
de interações que é otimizada com a tutoria e com a Central de Atendimento,
que promovem o sentimento de estar junto, de coletividade, de sociedade e
de coleguismo, indispensáveis para o processo de aprender e de ensinar. São
aspectos sociais do processo educativo que sempre foram e sempre serão

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Capítulo 1 EAD: Aspectos Históricos e Sociais

fundamentais. Por isso, na sequência, vamos discutir um pouco mais como isto se
caracteriza na educação a distância.

Aspectos Sociais da Educação a


Distância
Sob o aspecto social, podemos afirmar que a EAD causou grandes impactos.
Novos conceitos, papéis e oportunidades se estabeleceram e influenciam nossa
organização social, econômica e política. Que tal alguns exemplos sobre estas
afirmações? Veja as manchetes que são cada vez mais comuns:

• cursos da rede EAD chegam até os alunos soldados da PM


• educação a distância mais próxima da população
• telecentros auxiliam os profissionais da segurança em capacitação ...
• qualificação a distância para o desenvolvimento do turismo ...
• desenvolvimento agrário lança inclusão digital no meio rural

Atividade de Estudo

Você se lembrou de alguma notícia relacionada à EAD? Anote aqui:


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Veja que a EAD tem auxiliado no desenvolvimento de pessoas e


organizações que atuam nas mais diferentes áreas. Da PM ao meio rural, vemos
a presença da EAD e logo percebemos que esta modalidade não se restringe
à formação direcionada à graduação ou pós-graduação. O mundo corporativo
também se beneficia desta modalidade. Se você gosta de estatísticas, observe o

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Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

levantamento feito pela AbraEAD:

Os métodos de Ensino a Distância são um fenômeno crescente


na educação corporativa brasileira, e os números referentes
aos investimentos no ano de 2007 mostram que, embora
sejam majoritariamente presenciais, os projetos de educação
“As 41 empresas de funcionários, colaboradores e prestadores de serviços
ouvidas na abrem cada vez mais espaço para a EaD. As 41 empresas
pesquisa da ouvidas na pesquisa da edição 2008 do AbraEAD indicam
edição 2008 do que um quarto (25,6%) de seus investimentos em educação
AbraEAD indicam corporativa foi aplicado no uso do conjunto de metodologias a
que um quarto distância. Nos dois anos anteriores, esse porcentual não havia
(25,6%) de seus chegado nem a um terço disso. (SANCHEZ, 2008, p. 99).
investimentos
em educação Esta pesquisa, somada às manchetes que vimos antes, é apenas
corporativa foi um indício de que nosso modelo de educação está em transição, da
aplicado no uso
mesma forma que as diversas instituições sociais. Estas mudanças
do conjunto de
metodologias a estão intimamente ligadas à aplicação de novas tecnologias,
distância.” principalmente da internet. Neste sentido, não é só na educação que
(SANCHEZ, 2008, ocorrem mudanças e oportunidades, mas em todas as áreas.
p. 99)

Mudanças e Oportunidades na Era


da Informática
Como você reage diante do “novo”? Você fica ansioso diante das mudanças?
É comum encontrarmos pessoas que compartilham a ideia de que o novo desperta
ansiedade, gera tensão e preocupação. Por trás disto estão a incerteza e a
insegurança causadas pelo novo. Contudo, neste novo residem as oportunidades.
Você concorda?

Para avançar neste raciocínio, convidamos você a analisar um exemplo


de mudança e oportunidade que as novas tecnologias estão trazendo para
profissionais da área de comunicação. Para tal, enviamos um roteiro de questões
para a jornalista Angèle Murad.

Angèle Murad é jornalista, professora do Centro Universitário


de Vila Velha-ES (UVV), mestre em Comunicação e Imagem
pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em
Comunicação Organizacional pela Universidade Federal do Espírito
Santo. Analista de comunicação da Prefeitura Municipal de Vitória (ES).

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Capítulo 1 EAD: Aspectos Históricos e Sociais

Veja como chegamos a ela: primeiro buscamos na internet um exemplo


utilizando as seguintes palavras: mudança na era da informática. Dentre
os conteúdos, encontramos um artigo que falava do “complexo mundo da
comunicação”. Veja um trecho:

A difusão das tecnologias digitais e a consequente


convergência das áreas de comunicação, informática e
telecomunicações está transformando a atividade jornalística.
As mudanças atingem a pesquisa, a produção e a difusão da
informação. Possibilitam outras formas de relacionamento
entre leitor e jornalista, exigindo a redefinição de técnicas.
O novo quadro demanda, assim, alteração no perfil do
profissional de informação. (MURAD, 2008).

A partir disto, entramos em contato, via e-mail, com a jornalista e realizamos
a seguinte entrevista:

Que novas oportunidades a internet criou para sua profissão?

Para os jornalistas, a internet possibilitou novas formas de obter


informação (ex.: consulta à página pessoal das fontes envolvidas;
entrevista por e-mail); novas formas de “tratar” a informação (ex.:
construção de texto, integrando-o a áudio e vídeo); novas formas de
difundir a informação (ex.: entrevistas on-line; “debates” virtuais).

Que novos modelos de comunicação jornalística se


inauguram com a internet?

Atribui-se à internet a implementação do modelo todos-todos,


no qual potencialmente todos são emissores e receptores. Uma
das experiências que melhor traduz esse conceito é o jornalismo
colaborativo, no qual o cidadão constrói a notícia, e ela é publicada.
Os blogs também expressam essa relação dialógica. Podemos dizer
também que a internet também tem espaço para fomentar os modelos
um-um (e-mail, por exemplo, trocado entre jornalista e um internauta
leitor) e um-todos (listas de discussão sobre assuntos pautados pelo
veículo jornalístico).

Quais os principais “medos” dos profissionais do jornalismo


neste contexto da informatização?

O novo assusta, mas é extremamente sedutor e desafiador.


Veja, por exemplo, o caso das “novas formas de ler”. Pesquisas
indicam que o internauta lê o texto como imagem, o que requer de
19
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

nós, jornalistas, feeling para escrever de forma atrativa, utilizando


recursos para “prender” o internauta no texto o maior tempo possível.
Dizem que, no ambiente da internet, é preciso escrever textos curtos.
Mas acho que não podemos nos esquecer da missão do jornalista
e da sua responsabilidade social de contribuir para que as pessoas
compreendam o mundo em que vivem. Este deveria ser o principal
temor do profissional: escrever, escrever e sua fala não ajudar o outro
a apreender o mundo.

Quais as novas formas de relacionamento entre leitor e


jornalista, inauguradas pela internet?

Já falei de algumas iniciativas, como o jornalismo colaborativo e


o blog. No primeiro, quase sempre há a mediação do jornalista. Já no
segundo, é o cidadão escrevendo e postando suas ideias e notícias.
Isso retira do jornalista a segurança de que ele é o único mediador
social possível entre fatos e leitores. No mínimo, inquietante para
uma profissão cujo pólo ideológico se constrói a partir de eixos, como
verdade, isenção e a missão de ser “o relator” do real.

Em um de seus artigos, você afirma que o novo quadro


demanda alterações no perfil do profissional de informação. Que
alterações são estas?

Uma das principais exigências, creio, é quanto à nova linguagem.


O jornalista precisa (re)aprender a escrever. Isso implica, de um lado,
apropriar-se dos recursos multimídia. De outro, estabelecer uma nova
“escrita”, hipertextual, na qual as informações são organizadas em
camadas, visando a atender a receptores com diferentes graus de
interesse.

De fato, o jornalismo conta com novos recursos, o que gerou novas


oportunidades de comunicação. Isto nos leva a considerar oportuno falar da
mudança de paradigma pela qual as profissões e instituições estão passando.

Paradigma é o modelo predominante entre as pessoas.


“[...] os indivíduos pensam e agem, em conformidade com os
paradigmas neles inscritos culturalmente. O paradigma instaura
relações primordiais que constituem axiomas, determinam conceitos,

20
Capítulo 1 EAD: Aspectos Históricos e Sociais

comandam discursos e/ou teorias.” (MORIN apud NEDER, 2005, p.


49).

Segundo Neder (2005, p. 49), “o novo paradigma, que se estrutura em


nosso contexto, enfatiza a totalidade indivisa e compreende que o todo só pode
ser compreendido se relacionado às suas partes, às suas conexões”. Em outras
palavras, a compreensão da realidade não é completa no fragmento isolado, mas
na teia de sua organização. Neste sentido, na extensão desta reflexão, vamos
falar dos dois principais modelos educativos. Porém, antes, que tal você responder
à entrevista do nosso amigo Leo!?

Atividade de Estudo

Vimos, nesta seção, que as novas tecnologias, em especial a


informática, favoreceram mudanças e oportunidades para as diferentes
profissões e para a educação. Neste sentido, gostaríamos de saber
sua opinião sobre as seguintes questões:

Qual sua profissão e quais as principais mudanças que ela vem


passando diante das novas tecnologias?
________________________________________________________
______________________________________________________

Quais as novas oportunidades que a internet criou para sua profissão?


________________________________________________________
______________________________________________________

Como os modelos de educação poderiam ser mais úteis para o novo


contexto da sua profissão?
________________________________________________________
______________________________________________________

Modelos Educativos
Ao estudar a terceira geração da EAD, você percebeu que a internet surgiu e
se tornou uma excelente ferramenta para desenvolver a educação on-line. Por sua
21
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

A internet surgiu vez, passamos a experimentar redes de aprendizagem e aprendizagens


e se tornou colaborativas, contexto que se transformou em palco de intensos
uma excelente debates: de um lado, os instrucionistas e, do outro, os construcionistas.
ferramenta para
desenvolver a
Para os instrucionistas, manteve-se a ideia de que a aprendizagem
educação on-line.
era um processo de transmissão da informação. Para estes, bastava que
o material didático fosse autoinstrucional. Do outro lado dos debates, os
construcionistas, para quem a aprendizagem se desenvolve a partir de trocas,
de interação e colaboração entre pessoas que utilizam redes de comunicação
mediada por computador para aprender juntas.

Será que as duas vertentes se excluem? Poderíamos considerá-las


complementares? De forma geral, vemos que se instalou um debate extremista
sobre as duas visões. De um lado, o discurso é entusiasmado e positivo sobre as
novas tecnologias, com comentários hostis em relação aos recursos chamados
de tradicionais; do outro, o discurso de que as novas tecnologias e a EAD não
são suficientes para garantir os mesmos resultados da educação presencial. Que
tal ponderarmos sobre isto e identificarmos os pontos positivos que poderiam
ser somados para a elaboração de um programa misto? Para ajudar na nossa
investigação, veja o quadro a seguir. Nele, podemos visualizar os itens de cada
vertente.

Instrucionista Construcionista

Material didático Material didático


autoinstrutivo e impresso. autoinstrutivo on-line.

Linguagem dialógica. Linguagem interativa.

Fácil de transportar e de Permite trocar ideias com outras


ler em qualquer lugar. pessoas (colegas de turma).

Permite acesso, de forma


acadêmica, a conteúdos Permite interagir com pessoas e
clássicos, atuais e conhecimentos do mundo inteiro.
universais com registro de
procedência confiável.

Permite escolher o melhor Permite escolher o melhor


horário para estudo. horário para estudo e interação.

Apresenta as informações Permite buscar informações


fundamentais. complementares.

Permite atividade assíncrona. Permite atividades


síncronas e assíncronas.
Quadro 01 – Comparativo entre instrucionismo e construcionismo
Fonte: Os autores (2008).
22
Capítulo 1 EAD: Aspectos Históricos e Sociais

Atividade de Estudos:

Dentre as características e recursos para EAD apresentados a seguir,


assinale 5 que você considera mais favoráveis para o seu estilo de
estudo e aprendizagem:

( ) Material didático autoinstrutivo e impresso.


( ) Material didático autoinstrutivo on-line.
( ) Material impresso com linguagem dialógica.
( ) Material virtual com linguagem interativa.
( ) Videoaula.
( ) Atividades assíncronas (atividades que independem da presença
simultânea de colegas ou tutores. Ex.: fórum, enquete etc.).
( ) Atividades síncronas (encontros virtuais com a presença
simultânea dos colegas e tutores. Ex.: chat).
( ) Atividades on-line que permitem trocar ideias com outras pessoas
(colegas de curso).
( ) Interação com pessoas e conhecimentos do mundo inteiro via
internet.
( ) Estudos individualizados a partir do material autoinstrutivo.
Outro: __________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
____________________________________________________

Algumas Considerações
Neste primeiro capítulo, estudamos um pouco da história da EAD e
identificamos que ela é costumeiramente dividida em três gerações: a primeira
geração que é identificada pelos cursos por correspondência; a segunda geração
que aproveitou as novas mídias; e a terceira geração que passou a explorar os
recursos da internet. Neste contexto, consideramos que o modelo de mediação
pedagógica dos cursos de pós-graduação da UNIASSELVI reúne qualidades das
diferentes gerações.

Outro ponto que destacamos foi a repercussão social da EAD. Neste ponto,

23
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

verificamos que proporcionou algumas facilidades ao processo de formação


de diferentes pessoas e instituições. Vimos, também, que a EAD caminha em
paralelo ao desenvolvimento das novas tecnologias da comunicação que, por
sua vez, igualmente criaram oportunidades e desafios às diferentes profissões do
nosso tempo.

A EAD é vista por muitos teóricos como uma forma de democratização


do ensino. Entretanto, só se efetivará se for capaz de incorporar referências
que superem os modelos arbitrários de transmissão de informações. Por isso,
estimamos que você consiga fazer uso dos diferentes recursos disponíveis para
seu curso e que, assim, consiga desenvolver um estilo de autoaprendizagem.

Para tanto, é interessante estudarmos as diferentes metodologias de


autoaprendizagem, pois cada um de nós tem um ritmo e um tempo diferentes
para aprender, tem mais habilidade para calcular ou comunicar, enfim, tem
uma habilidade mais saliente. O próximo capítulo ajuda a entender como esses
aspectos agem sobre nosso aprendizado, especialmente na EAD.

Referências
MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.

MURAD, Angèle. Oportunidades e desafios para o jornalismo na internet.


Disponível em: <http://www.uff.br/mestcii/angele1.htm>. Acesso em: 1º out. 2008.

PRETTI, Oreste (Org.). Educação a distância: sobre discursos e práticas.


Brasília: Líber Livro, 2005.

SANCHEZ, Fábio (Coord.). Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta


e a Distância. 4. ed. São Paulo: Instituto Monitor, 2008.

24
C APÍTULO 2
Métodos de Autoaprendizagem
na EAD

A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

� Conhecer o que é autoaprendizagem e relacioná-la com a EAD.

Caracterizar, brevemente, as Inteligências Múltiplas: linguística, lógico-



matemática, espacial, corporal-cinestésica, musical, intrapessoal, interpessoal
e naturalista.

� Avaliar o seu potencial nas diferentes áreas das Inteligências Múltiplas.

� Organizar estratégias de estudos na modalidade a distância.


Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

26
Capítulo 2 Métodos de Autoaprendizagem na EAD

Contextualização
O momento do nascimento marca o começo da nossa relação com o mundo
externo. Inicialmente, tudo nos parece estranho, desconhecido, mas, aos poucos,
ao entrarmos em contato com esta nova realidade, vamos nos apropriando das
coisas e passamos a dar sentido a tudo o que está ao nosso redor. Desde os
primeiros dias de vida, passamos a imaginar, a conhecer e a criar novas situações
e novas realidades.

Diante destas primeiras considerações, estudos têm demonstrado que


cada pessoa tem um ritmo de aprendizagem diferente. Uns aprendem mais
rapidamente, enquanto outros encontram mais dificuldades.

A partir do ritmo de aprendizagem e da experiência de vida de cada


um, é possível estabelecer alguns métodos que auxiliam nos estudos e na
compreensão das questões teóricas e práticas do nosso curso. Neste sentido,
este capítulo apresenta algumas orientações diretamente relacionadas ao estudo
na modalidade EAD para possibilitar o aprofundamento dos seus conhecimentos
e a maior otimização do tempo de estudo.

Portanto, neste capítulo, o foco principal do nosso estudo é a


autoaprendizagem que é uma das características principais de quem estuda na
modalidade EAD.

O que é o Método de
Autoaprendizagem? Autoaprendizagem
é entendida como
um processo que
De maneira geral, a autoaprendizagem é entendida como um leva o estudante,
processo que leva o estudante, por meio de textos didaticamente por meio de textos
preparados, à aquisição de certo conhecimento e à satisfação de certa didaticamente
necessidade de aprendizagem, de forma autônoma, sem necessitar da preparados, à
intervenção direta de um professor ou participar de um curso presencial. aquisição de certo
conhecimento e à
A expressão “auto” tem inúmeros significados e se relaciona com o
satisfação de certa
perfil de quem estuda na modalidade EAD. A expressão “auto” deriva do necessidade de
grego autós que significa “por si próprio”, de si mesmo. aprendizagem.

O prefixo “auto” está vinculado diretamente a nossa modalidade de estudos,


pois haverá momentos em que você terá que ser um autodidata, pesquisar nos
materiais e resolver as atividades de estudos que estão programadas. Esta
atitude leva as pessoas a desenvolverem o seu nível de conhecimento, sabedoria
e consciência. Mas, para estudar nesta modalidade, é necessária toda uma
preparação de textos e materiais que o auxiliarão neste processo de aquisição do
conhecimento.
27
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Neste curso que você está iniciando, a UNIASSELVI


disponibiliza, na sua plataforma virtual de aprendizagem, um conjunto
de materiais que auxiliarão nos seus estudos.

Neste sentido, a autoaprendizagem está associada à ideia de que as pessoas


são os protagonistas de sua aprendizagem e de seu processo de formação. De
maneira geral, são feitas duas distinções de autoaprendizagem: a autônoma e a
dirigida.

a) Autoaprendizagem autônoma

É um tipo de aprendizagem em que o estudante exerce pleno controle


sobre seu processo de conhecimento. Neste processo, o estudante seleciona os
materiais, estuda, faz suas pesquisas sem necessitar do apoio de pessoas, ou
seja, por conta própria. Quem segue este tipo de aprendizagem é um autodidata.

Dentre os autodidatas famosos, podemos citar: Bill Gates (fundador


da Microsoft), Henry Ford (fundador da Ford), Alexander Graham Bell
(cineasta e inventor), Walt Disney (produtor, animador e cineasta), Albert
Einstein (físico), José Saramago (escritor) e Machado de Assis (escritor).

A este tipo de aprendizagem podemos relacionar os estudantes que buscam


cursos a distância e que têm as seguintes atitudes:

[...] reconhecem suas necessidades de estudo, formulam


objetivos para o estudo, selecionam conteúdos, projetam
estratégias de estudo, arranjam materiais e meios didáticos,
identificam fontes humanas e materiais adicionais e fazem uso
delas, bem como quando eles próprios organizam, dirigem,
controlam e avaliam o processo de aprendizagem. (PETERS,
2001, p. 95).

Estas são atitudes que caracterizam uma aprendizagem autônoma, pois


tais estudantes buscam informações que complementem o seu trabalho ou
sua formação. A preocupação principal não é simplesmente obter um título ou um
diploma, mas ser conhecedor de determinado assunto e aberto para o futuro.

28
Capítulo 2 Métodos de Autoaprendizagem na EAD

b) Autoaprendizagem dirigida

Ao contrário da aprendizagem autônoma, a aprendizagem dirigida ou guiada


é organizada e sistemática. Geralmente, este tipo de aprendizagem é organizado
por uma instituição de ensino que prepara os materiais de estudos para serem
seguidos pelos seus alunos e tem um objetivo a ser alcançado, que é fazer um
determinado curso com formação específica ou seguir um programa de ensino.
Além do mais, a instituição organiza determinado curso com antecedência e
prepara todas as suas etapas para que seja realizado num tempo predeterminado.

Para este tipo de aprendizagem, é necessária uma equipe Este é um método


multidisciplinar que pense e organize todo o processo, produzindo de aprendizagem
materiais de estudos especialmente para este fim, com conteúdos cuja preocupação
específicos a cada curso e atividades que facilitem a autoaprendizagem, não está centrada
no professor, mas
além de guias que orientem o estudante em todas as etapas de estudos.
no estudante, que
Enfim, este é um método de aprendizagem cuja preocupação não está é o foco de todo
centrada no professor, mas no estudante, que é o foco de todo este este processo.
processo.

A respeito da questão da aprendizagem em EAD, Maia e Mattar (2007, p. 83-


84) apresentam duas ideias sobre as quais é importante refletirmos:

Em primeiro lugar, em EAD, o centro do processo de ensino


e aprendizagem não é mais o interesse do professor na
disciplina, mas sim o que o aluno precisa aprender. O aprendiz,
portanto, deve ser levado em conta na fase do planejamento e
da implementação da experiência de aprendizado a distância,
e não apenas no final, quando o conteúdo de um curso a
distância já estiver pronto.

Em segundo lugar, esse aprendiz não precisa mais estar


fisicamente presente em um ambiente para aprender:
ele o faz em qualquer lugar. Além disso, seu aprendizado
é também contínuo e permanente: o estudo não é mais
encarado, em nossa sociedade, como algo que deva
ocorrer somente em determinado momento da vida, mas
sim algo que deve nos acompanhar por toda a vida, isto é,
tempo e espaço não são mais limites para as ambições de
conhecimento do aprendiz virtual.

Em suma, a preocupação principal das instituições que oferecem EAD é


com o aprendizado do estudante. Além do mais, o estudante pode aproveitar
todos os momentos de que dispõe para dedicar-se aos seus estudos, já que a
aprendizagem é entendida como algo contínuo e permanente. A EAD exige
“um aprendiz autônomo e independente, mais responsável pelo processo de
aprendizagem e disposto à autoaprendizagem” (MAIA; MATTAR, 2007, p. 85).

29
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Atividade de Estudos:

1) O que é autoaprendizagem e como está relacionada à EAD?


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_________________________________________________________
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_________________________________________________________
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2) Apresente as principais diferenças entre a autoaprendizagem


autônoma e dirigida.
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_________________________________________________________

A Aprendizagem e a Teoria das


Inteligências Múltiplas
Assim como o professor tem seu próprio jeito de ensinar, o estudante
também tem seu próprio jeito de aprender: enquanto uns ouvem atentamente,
outros falam, gesticulam, discutem ou fazem “mil coisas” ao mesmo tempo.

Tente se lembrar de momentos de sua vida, do tempo em que


frequentava a educação básica. Como era o comportamento de seus
colegas? Todos tinham a mesma forma de aprender?

30
Capítulo 2 Métodos de Autoaprendizagem na EAD

Todos nós desenvolvemos maneiras diferentes de estudar e de nos


concentrarmos. Ao longo dos anos, vamos criando estratégias para memorizar ou
aprender os assuntos arquivados em nossa mente, seja lendo em voz alta, com
música, estudando em grupos, tendo explicações diretamente com o professor,
pesquisando em livros e em materiais audiovisuais.

Tendo em vista que cada indivíduo possui um jeito próprio de aprender e


de desenvolver seus esquemas de autoaprendizagem, apresentamos aqui
uma abordagem sobre a teoria das Inteligências Múltiplas, que o ajudarão a
compreender como você aprende, pensa ou age.

A teoria das Inteligências Múltiplas é uma das formas de


explicação de como o ser humano compreende as coisas. Não
existe um consenso entre os pesquisadores sobre todos os pontos
apresentados, mas serve de parâmetro para entendermos um pouco
quem é o ser humano.

A teoria das Inteligências Múltiplas foi criada pelo psicólogo norte-americano


Howard Gardner, na década de 1980. Para entender a teoria das Inteligências
Múltiplas, é necessário ter em mente o conceito de educação tradicional, o
qual separava, pelos famosos testes de QI (Quociente de Inteligência), os
inteligentes dos não tão inteligentes. A teoria de Gardner veio em contrapartida
descaracterizando os testes de QI e introduzindo outras maneiras de avaliar as
inteligências das pessoas.

Segundo Gardner (1995), é necessário que sejam revistas as Todos nós somos
competências e as habilidades dos seres humanos (desconsideradas diferentes na
pelo conhecimento científico), que deixemos de supervalorizar os maneira de agir,
aspectos linguísticos e lógico-matemáticos e que vejamos o ser sentir e pensar.
humano como um todo. Partindo do princípio de que todos nós somos
diferentes na maneira de agir, sentir e pensar, deveriam, então, ser consideradas
as “habilidades” ou “dons” de cada um como inteligências, além das capacidades
linguísticas e lógico-matemáticas.

As inteligências são “linguagens que todas as pessoas falam e são, em


parte, influenciadas pela cultura em que a pessoa nasceu. São ferramentas
para aprendizagem, resolução de problemas e criatividade que todos os seres
humanos podem usar”. (CAMPBELL, 2000, p. 22). A seguir, você conhecerá as
principais características de cada uma dessas inteligências.

31
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

a) Inteligência linguística: É a habilidade de articular bem as palavras, tanto


na linguagem escrita quanto na falada. Esta é a inteligência em que a pessoa
facilmente memoriza nomes, demonstra maior gosto pela leitura. Geralmente
crianças das séries iniciais que demonstram esta inteligência têm um vocabulário
maior e conseguem pronunciar com mais facilidade as palavras do que os demais
colegas de classe. Podemos destacar os profissionais das áreas do humor,
escritores e poetas que têm esta inteligência.

b) Inteligência lógico-matemática: É a habilidade de entender facilmente


cálculos, questões aritméticas e gráficos, bem como de fazer prognósticos e lidar
com máquinas. Destacam-se nesta inteligência os contadores, programadores,
matemáticos e cientistas.

c) Inteligência espacial: É a capacidade de perceber facilmente as


formas dos objetos e descrevê-las, localizar-se em locais desconhecidos,
interpretar mapas e diagramas; é a habilidade de desenhar e pintar. Estas
características são encontradas nos profissionais de arquitetura, pintura,
desenho, escultura etc.

d) Inteligência corporal-cinestésica: É a capacidade de usar o corpo para


expressar e demonstrar sentimentos e emoções, ao invés de usar palavras. Por
exemplo, uma pessoa pode representar muito bem a arte da mímica e não ter
talento algum para o esporte ou trabalhos manuais. Pode ser encontrada nos
mímicos, dançarinos e atletas.

e) Inteligência musical: A pessoa com essa inteligência tem a sensibilidade


de identificar sons, melodias e volume; tem voz agradável e facilidade de tocar
instrumentos musicais. São encontradas estas características em músicos,
compositores e bailarinos.

f) Inteligência intrapessoal: É a capacidade de se autoconhecer. A pessoa


com esta inteligência reconhece facilmente seus sentimentos, motivações,
fraquezas, desejos e intenções. Geralmente essas pessoas têm uma elevada
autoestima e preferem trabalhar e estudar sozinhas a fazê-lo em grupos.
Expressam facilmente como se sentem. São características encontradas em
filósofos, conselheiros e terapeutas.

g) Inteligência interpessoal: É a habilidade de conhecer e compreender


os sentimentos, motivações e intenções das outras pessoas. Pessoas com esta
inteligência são líderes natos, têm facilidade para dar conselhos, fazer amizades,
trabalhar em grupos; gostam de frequentar clubes e outras organizações. Líderes
comunitários ou religiosos, professores, políticos e terapeutas destacam-se nesta
inteligência.

32
Capítulo 2 Métodos de Autoaprendizagem na EAD

h) Inteligência naturalista: É a habilidade de reconhecer e classificar


animais, minerais e plantas. Estas características são encontradas em pessoas
que têm preocupação voltada à conservação das espécies e do planeta, que
participam de ONGs em favor da preservação da natureza e que manifestam
preocupação com o aquecimento global.

Na figura 01, você pode observar a representação das Inteligências Múltiplas.

Figura 01 - Representação das Inteligências Múltiplas


Fonte: Extraído e adaptado de Campbell (2000, p. 23).

De acordo com a teoria das Inteligências Múltiplas, cada um possui as


inteligências apresentadas na Figura 01 em maior ou menor grau. Todas são
igualmente importantes, mas a escola geralmente prioriza a inteligência lógico-
matemática e a linguística em detrimento das demais. Sabendo que cada um tem um
tipo de inteligência, é inconcebível pensar que todos aprendem da mesma maneira.
A mesma disciplina pode ser compreendida de formas muito diferentes e permite aos
estudantes partir de suas capacidades e de seus pontos fortes.

Estas são as habilidades apresentadas por Gardner e que podem ajudar a


compreender ou descobrir como pensamos ou agimos em nosso meio.

Se você quiser conhecer mais sobre as Múltiplas Inteligências,


existem bons livros sobre este assunto:

GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática.


Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

33
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

CAMPBELL, Linda. Ensino e aprendizagem por meio das Inteligências


Múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

Atividade de Estudos:

TESTE DE INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

Diante da teoria das Inteligências Múltiplas, em qual delas você


se encaixa? Na sequência, apresentamos um teste que ajuda você a
descobrir habilidades e deficiências de seu comportamento.

Instruções de preenchimento do teste - Leia atentamente cada


uma das afirmações e responda:

- Se você acha que a afirmação reflete uma característica sua,


marque V (verdadeiro).

- Se você acha que a afirmação não reflete uma característica


sua, marque F (falso).

- Se você está em dúvida, pois às vezes parece ser verdadeiro e


às vezes parece ser falso, deixe em branco.

1. ( ) Prefiro fazer um mapa a explicar a alguém como chegar a um


determinado lugar.
2. ( ) Gosto de trabalhar independentemente.
3. ( ) Sei tocar um instrumento musical.
4. ( ) Reconheço e discuto diferentes estilos e gêneros musicais.
5. ( ) Demonstro habilidade na resolução de problemas lógicos.
6. ( ) Tenho facilidade em ajudar os outros a controlar seus
sentimentos, porque tenho facilidade em entendê-los.
7. ( ) Procuro aprender sobre os ciclos de vida da flora e da fauna
ou sobre a produção de objetos feitos pelo homem.
8. ( ) Aprendo rapidamente a dançar uma nova música.
9. ( ) Imito os sons, a linguagem, a leitura e a escrita dos outros.
10. ( ) Aprendo facilmente por meio da escuta, leitura, escrita e
discussão.
11. ( ) Aprendo mais facilmente por meio da visão e da observação.
Reconheço fisionomias, objetos, formas, cores, detalhes e
cenas.
34
Capítulo 2 Métodos de Autoaprendizagem na EAD

12. ( ) Tenho facilidade em relacionar-me com as pessoas.


13. ( ) Minha coleção musical é uma das coisas mais preciosas para
mim.
14. ( ) Gosto de rabiscar, desenhar, pintar, esculpir ou reproduzir
qualquer outro objeto em forma visível.
15. ( ) Tenho facilidade para resolver quebra-cabeças.
Invento novas abordagens para as habilidades físicas ou crio
novas formas na dança, no esporte ou em outras atividades
físicas.
16. ( ) Tenho facilidade para ler eficientemente, compreender,
resumir, interpretar, explicar ou recordar o que foi lido.
17. ( ) Procuro saber como é o relacionamento entre as espécies e a
interdependência do sistema natural.
18. ( ) Tenho interesse em estudar assuntos relacionados à área da
biologia, ecologia, zoologia ou botânica.
19. ( ) Gosto de operações complexas, como cálculo, física,
programação de computador ou métodos de pesquisa.
20. ( ) Demonstro equilíbrio, graça, destreza e precisão nas tarefas
físicas.
21. ( ) Escrevo com facilidade: compreendo e aplico as regras de
gramática, ortografia e pontuação.
22. ( ) Vejo as coisas de maneira diferente ou a partir de novas
perspectivas, como o espaço negativo em torno de uma
forma, assim como a própria forma, ou detecto uma forma
“oculta” em outra.
23. ( ) Com frequência estabeleço uma relação entre uma música
com algo que tem acontecido em minha vida.
24. ( ) Expresso interesse por carreiras como contabilidade,
tecnologia de computação, direito, engenharia e química.
25, ( ) Gosto de refletir sobre os sentimentos mais íntimos.
26. ( ) Percebo tanto padrões óbvios quanto padrões sutis.
28. ( ) Aprecio improvisar e brincar com os sons e, quando ouço
um segmento musical, passo a completar a frase musical de
modo que faz sentido.
29. ( ) Demonstro interesse por profissões como: dançarino,
cirurgião, escultor ou construtor.
30. ( ) Tenho habilidade para aprender outros idiomas.
31. ( ) Percebo facilmente os sentimentos ou as emoções no rosto
das pessoas.
32. ( ) Percebo os sentimentos, os pensamentos, as motivações, os
comportamentos e os estilos de vida das outras pessoas.
33. ( ) Procuro uma aprendizagem e um desenvolvimento pessoal
contínuo e luto pela minha realização.

35
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

34. ( ) Adapto o comportamento a diferentes ambientes ou grupos a


partir de informações de outras pessoas.
35. ( ) Expresso interesse por profissões voltadas para as
relações interpessoais, como o ensino, o trabalho social, o
aconselhamento, o gerenciamento ou a política.
36. ( ) Tenho interesse em observar, identificar, interagir ou cuidar
de plantas e animais.
37. ( ) Gosto de trabalhar com calculadora e computadores.
38. ( ) Convenço facilmente as outras pessoas a seguirem meus
planos e ideias.
39. ( ) Tenho um bom equilíbrio e coordenação motora.
40. ( ) Procuro entender o meio natural e identificar como as coisas
acontecem, por exemplo, como as plantas crescem e se
desenvolvem.

Depois de ler e responder cada uma das questões, é hora de passar


para o quadro de apurações. Circule em cada um dos itens somente as
respostas verdadeiras (V). Ao terminar de fazer esta etapa, a categoria
que você pontuou mais indica como você pensa e representa seu estilo
de compreensão do mundo. Caso você se encaixe em mais de uma,
não se surpreenda, pois pode acontecer, em muitos casos, pessoas que
manifestam mais de um tipo de inteligência.

QUADRO DE APURAÇÕES

A B C D E F G H
9 5 1 8 3 2 12 7
10 15 11 16 4 6 32 18
17 20 14 21 13 26 34 19
22 25 23 29 24 31 35 36
30 37 27 39 28 33 38 40

Oriente-se pela legenda a seguir:

A - Inteligência linguística E - Inteligência musical


B - Inteligência lógico-matemática F - Inteligência intrapessoal
C - Inteligência espacial G - Inteligência interpessoal
D - Inteligência corpo-cinestéstica H - Inteligência Naturalista

Você pode adotar este mesmo procedimento com as respostas


falsas (F). Neste caso, está indicando os tipos de inteligência que
menos se manifestam em você. Talvez você esteja em vários tipos
de inteligência ou se concentrou mais em uma. O importante é
36
Capítulo 2 Métodos de Autoaprendizagem na EAD

identificar o tipo de inteligência que melhor caracteriza você. Pense


neste teste como um passo para você começar seu processo de
autoconhecimento de suas diferentes inteligências.

(Este teste foi elaborado a partir das qualidades de cada uma


das Inteligências presentes no livro de: CAMPBELL, Linda. Ensino e
aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2000).

Aprender a Aprender
Após ter feito o teste para identificar qual o tipo de inteligência que predomina
em você, provavelmente compreenderá melhor por que tem facilidade em algumas
áreas do conhecimento e, em outras, maiores dificuldades. As pessoas não têm
as mesmas inteligências; consequentemente, nem todos aprendem da mesma
forma.
Desenvolver
Ao estudar na modalidade a distância, os recursos da informática diferentes
e os autoestudos podem potencializar o desenvolvimento dessas abordagens para
competências, dependendo de sua motivação. O desafio é “[...] o seu aprendizado
– de maneira que
desenvolver diferentes abordagens para o seu aprendizado – de maneira
ele se torne capaz
que ele se torne capaz de ‘aprender a aprender’ com as diferentes de ‘aprender a
situações que enfrentará na vida, não apenas em uma instituição de aprender’ com
ensino formal”. (MOORE; KEARSLEY, 2008, p. 84). O ato de aprender é as diferentes
um processo que está vinculado ao tipo de inteligência, à dedicação aos situações que
estudos e à atividade profissional. enfrentará na vida.

Vivemos em uma sociedade em que a aprendizagem é um dos principais


requisitos. Não se trata apenas de aprender coisas que dizem respeito ao nosso
interesse, mas de saber relacionar os conhecimentos que temos com a realidade
que está em constante processo de transformação. Em virtude da diversidade e
da necessidade de informações, faz-se necessário estar sempre aprendendo.

O capítulo 3 explora como você pode usar seu conhecimento de


mundo para facilitar sua aprendizagem.

37
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Em suma, podemos afirmar que “aprender a aprender” é mobilizar seus


conhecimentos numa atitude pró-ativa, cooperativa e aberta para as diferentes
situações da vida. Segundo Duarte (2004, p. 30), “[...] o lema ‘aprender a aprender’
é apresentado como uma palavra de ordem que caracteriza uma educação
democrática”.

Como Estudar na Modalidade a


Distância?
Responsabilidade, perseverança e dedicação são as características de um
bom estudante. Se você tem estas características, possui todos os ingredientes
para o êxito nos estudos na modalidade a distância. Além destas características,
aproveitar o tempo de estudos também ajuda. Na sequência, apresentamos
alguns passos que servem de guia para os seus estudos.

a) Gerencie seu Tempo de Estudo

A vida do ser humano gira em torno do tempo. É um recurso com o qual


todos contam com a mesma quantidade: 24 horas diárias. Muitos filósofos
contemporâneos entendem o tempo como “‘experiência vivida’, como ‘duração
para’, como manifestação de uma ‘temporalidade.’” (MORA, 1998, p. 682). Apesar
de cada um interpretar o tempo de uma maneira diferente, temos a mesma
quantidade de tempo.

Quando estamos realizando uma atividade que nos agrada, parece que o
tempo passa rápido demais; ao contrário, quando uma atividade é cansativa ou
não nos agrada, o tempo parece que não passa. A partir desta sensação de que
o tempo tem ritmos diferentes para cada um, podemos concluir que “O tempo não
é um dado da natureza, mas sim uma criação cultural que faz parte do sistema
de crenças dos homens”. (PETTA; OJETA, 2001, p. 4). Ou seja, ele não pode ser
conhecido verdadeiramente.

Geralmente, quando dizemos que não temos tempo, na realidade, não temos
controle do tempo e não sabemos aproveitá-lo em nossas atividades. Por isso,
uma das formas de aproveitá-lo é organizar-se para aproveitar todos os momentos
de nossa vida. Isto significa dizer que o estudante precisa organizar o seu tempo
para dedicar-se aos estudos, à família e às atividades religiosas e profissionais.
Ao organizarmos o tempo de estudo, estabelecemos metas claras e sabemos o que
queremos alcançar em nossos estudos. Além de todas estas questões apresentadas,
queremos destacar que a organização do tempo está diretamente relacionada à
qualidade das informações, e não à sua quantidade. Por isso, não confunda longas
38
Capítulo 2 Métodos de Autoaprendizagem na EAD

horas de estudos com produtividade.

Com relação ao tempo de estudos, Maia e Mattar (2007, p. 88) fazem a


seguinte afirmação:

É essencial planejar o tempo de estudo necessário, indicando


em cada dia da semana o que se estudará. Ao contrário do
que muitas pessoas pensam, o estudo a distância toma mais
tempo do que cursos presenciais. Sendo assim, o aluno
precisa desenvolver habilidades para gerenciar seu tempo de
estudo.

O planejamento do tempo de estudo diz respeito ao tempo


disponível às atividades diárias para a leitura do caderno de estudos, à Uma das
resolução das atividades, à realização dos trabalhos ou aos estudos das melhores formas
avaliações. Uma das melhores formas de aproveitar o tempo de estudos de aproveitar o
é criar rotinas e estabelecer metas diárias a serem alcançadas. Além tempo de estudos
é criar rotinas e
disso, é necessário organizar seu tempo para interagir com o tutor, e com
estabelecer metas
os seus colegas por intermédio da plataforma virtual de aprendizagem. diárias a serem
Estas situações apresentadas requerem um planejamento e uma alcançadas.
organização para que sejam realizadas em tempo hábil e da melhor
forma possível.

Além das questões já apresentadas quanto à organização do autoestudo,


Maia e Mattar (2007, p. 89) afirmam que é importante “aprender a gerenciar
prioridades. O que é mais importante? O que é urgente?”.

b) Crie Hábitos de Estudos A exemplo de


um jogador de
Muitos têm dificuldades de concentração nas atividades que estão futebol que se
dedica horas e
desenvolvendo e acabam atrapalhando o seu aprendizado, pois iniciam
horas treinando
um estudo e não dão continuidade. A falta de concentração faz com para ter um bom
que o estudante se desligue do seu objeto de estudo e ocupe a mente desempenho nas
com outras coisas. A concentração deve ser treinada. O estudante competições, o
deve disciplinar sua atenção. A exemplo de um jogador de futebol que estudante precisa
se dedica horas e horas treinando para ter um bom desempenho nas exercitar sua
concentração.
competições, o estudante precisa exercitar sua concentração.

Por isso, é necessário estabelecer uma lista de prioridades que institui ordem.
Esta atitude ajuda a combater o hábito de adiar as tarefas. Se um atleta não
estabelece uma rotina de treinamentos ou não treina todos os dias, provavelmente
não obterá bons resultados em suas competições. Da mesma forma que o atleta
procura disciplinar suas ações, o estudante precisa estabelecer uma rotina de
estudos. É exatamente assim que funciona.

39
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Para que você possa ter êxito em seus estudos, é fundamental organizar-
se. Verifique as atividades que você terá que desenvolver em cada uma das
disciplinas. Reserve, todos os dias, um tempo para os estudos. Caso contrário,
criará uma série de dificuldades que o levarão a perder o foco de sua atenção.

c) Estabeleça um Local de Estudo

Destine um Destine um local para seus estudos onde não seja perturbado.
cômodo ou um Desta forma, você pode aumentar sua concentração. Em sua casa,
espaço que seja por mais simples que possa parecer, destine um cômodo ou um
bem ventilado e espaço que seja bem ventilado e iluminado para montar seu local
iluminado para
de estudos ou seu escritório. Este lugar deve estar arrumado de
montar seu local
de estudos ou seu tal forma que a atividade de estudo se transforme em um ritual e
escritório. em um momento especial. Neste local, vá construindo um acervo
bibliográfico para consultas ou tenha sempre à vista os livros que você possui
e que são importantes para seus estudos. Não aconselhamos comer, ver
televisão, ouvir música ou receber chamadas telefônicas em seu local de
estudo.

Além da sua casa, você pode aproveitar o seu local de trabalho, caso isto
seja possível. Para muitos, sempre é possível aproveitar o tempo entre uma
atividade e outra para fazer uma leitura ou resolver uma atividade. Entretanto,
provavelmente você será interrompido a qualquer momento. Mesmo que você
estude em seu local de trabalho, destine, em sua casa, um espaço para seus
estudos.

Procure adquirir d) Organize seu Material de Estudo


um bom dicionário
de língua Deixe seu material de estudo sempre num mesmo lugar. Assim,
portuguesa ou você não perderá seu tempo procurando-o antes de iniciar seus
um dicionário
estudos. Além disso, procure adquirir um bom dicionário de língua
específico da área
de seu curso. portuguesa ou um dicionário específico da área de seu curso para
que, quando surgirem dúvidas e dificuldades de compreensão sobre
um determinado assunto, uma palavra cujo significado não recorda ou um termo
técnico que não conhece, você possa esclarecer naquele exato momento.
Estas são atitudes que ajudarão em seus estudos e, consequentemente, farão
com que seu tempo seja mais bem aproveitado.

e) Forme Grupo de Estudos

Uma maneira eficaz de aprendizagem é formar grupos de estudo. Geralmente,


nos cursos de pós-graduação ou mesmo na graduação, muitos estudantes se
reúnem para estudar uma determinada disciplina ou assunto em que a dificuldade
é comum. Um grupo de estudo não deve ter um número de pessoas superior
40
Capítulo 2 Métodos de Autoaprendizagem na EAD

a 6, pois quando começam a surgir dificuldades, muitas podem não participar


ativamente da discussão. Já em pequenos grupos, cada membro participará mais
ativamente e assumirá mais responsabilidade. Para que o grupo de estudo tenha
êxito, cada um deve respeitar as opiniões dos outros, ter uma participação ativa,
estar de acordo com os propósitos a que se propõe e comprometer-se com as
atividades.

Um bom grupo de estudo deve ter: Quando você dá


uma explicação a
alguém, por mais
• um cronograma com os dias de estudo;
simples que ela
• hora para começar e terminar;
seja, ajuda a fixar
• todos os membros do grupo com o mesmo objetivo;
os conhecimentos
• o assunto a ser estudado definido;
adquiridos.
• um integrante do grupo responsável pela coordenação dos
encontros.

Fazer revisões da matéria em grupo pode ser uma boa metodologia de


estudo, pois quando você dá uma explicação a alguém, por mais simples que ela
seja, ajuda a fixar os conhecimentos adquiridos.

f) Acesse Regularmente a Plataforma Virtual de Aprendizagem

Um dos mecanismos excelentes de interação e colaboração entre estudantes


e professores é a plataforma virtual de aprendizagem. Nesta plataforma, você
encontra vários recursos que o auxiliarão em seus estudos. Entre elas, podemos
citar:
Procure acessar
• espaços para discussão e diálogo entre todas as pessoas envolvidas frequentemente
no curso: estudantes, tutor on-line e outros; a plataforma
• local em que estão disponíveis todas as orientações com relação ao virtual de
curso, às disciplinas, aos conteúdos programáticos e às notícias de aprendizagem e,
toda a Instituição; assim, usufruir as
• espaço virtual de pesquisa para seus trabalhos e atividades de informações nela
estudos; disponíveis para o
• campo de acesso aos vídeos, às animações e aos links relacionados desenvolvimento
à atividade de estudos. do seu curso.

Estes são alguns dos recursos disponíveis para seus estudos e que serão
detalhados no capítulo 4. Neste sentido, procure acessar frequentemente a
plataforma virtual de aprendizagem e, assim, usufruir das informações nela
disponíveis para o desenvolvimento do seu curso.

41
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Atividade de Estudos:

Até aqui apresentamos alguns passos que servem de orientação para


seus estudos. Neste sentido, o desafio que propomos é organizar o
seu tempo durante uma semana. Para isso, elabore um quadro geral
de horários de todas as suas atividades e sua duração:

• período de trabalho para cada um dos dias da semana;


• tempo dedicado ao lazer ou atividade esportiva;
• as horas de autoestudo para cada um dos dias da semana;
• estudo em grupo;
• tempo para atividades sociais (amizades, cinema, teatro...);
• tempo para a família e atividades religiosas (igreja, serviços
comunitários...), geralmente estas últimas atividades se realizam nos
finais de semana;
• outras atividades que você realiza.

Este quadro de horários é uma forma de organizar seu tempo e visualizar


todos os seus compromissos. Ao estudar na modalidade a distância, é necessário
organizar seu tempo para seus estudos. Desta forma, você continuará a fazer
todas as atividades que realizava e conseguirá aproveitar o máximo possível
seu curso seguindo um planejamento. Com base neste planejamento semanal,
sugerimos que também tenha uma agenda pessoal para anotar as atividades, em
ordem de prioridades, a serem realizadas nos dias seguintes ou no mês.

42
Capítulo 2 Métodos de Autoaprendizagem na EAD

Horário Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado

6:00

7:00

8:00

9:00

10:00

11:00

12:00

13:00

14:00

15:00

16:00

17:00

18:00

19:00

20:00

21:00

22:00

23:00

43
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Algumas Considerações
Neste capítulo, procuramos caracterizar a autoaprendizagem autônoma e a
dirigida, bem como a teoria das Inteligências Múltiplas, desenvolvida por Howard
Gardner. Além disto, apresentamos algumas orientações de estudos na modalidade
a distância.

Como estudante na modalidade a distância, a melhor estratégia de


autoaprendizagem é você organizar o seu tempo de estudo. Um dos piores inimigos
de quem estuda nesta modalidade é o hábito de deixar para outro dia as leituras, as
atividades de estudos e os trabalhos e só procurar ajuda quando os prazos estão se
esgotando. Estes são problemas gerados pela falta de planejamento e de organização
das atividades. Outro aspecto relevante é você conhecer as suas características
individuais de aprendizagem, pois, assim, poderá estabelecer uma metodologia de
estudos que seja mais produtiva e significativa. Explore todas as possibilidades de
estudo.

No próximo capítulo, abordaremos o texto como elemento de autoaprendizagem


na EAD. É fundamental, a partir de agora, você reconhecer a importância que a leitura
e a forma como a realizamos ajuda no autoaprendizado. Vale dizer que, se você não
organizar seu tempo ou se não escolher um local adequado para realizá-lo, certamente
muitas oportunidades para interagir com o texto serão minimizadas ou excluídas.

Referências
DUARTE, Newton. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações
neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. Campinas,
SP: Autores Associados, 2004.

GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1995.

CAMPBELL, Linda. Ensino e aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas.


Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EAD: a educação a distância hoje. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a distância: uma visão integrada. São
Paulo: Cengage Learning, 2008.

MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

PETERS, Otto. Didática do ensino a distância. São Leopoldo: Unisinos, 2001.

PETTA, Nicolina Luiza de; OJETA, Eduardo Aparício Baez. História: uma abordagem
integrada. São Paulo: Moderna, 2001.
44
C APÍTULO 3
O Texto Como Elemento de
Autoaprendizagem na EAD

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

� Compreender como os elementos linguísticos, o conhecimento de mundo, o


conhecimento compartilhado, as inferências e os fatores de contextualização
interferem na compreensão de um texto e, consequentemente, no seu
aprendizado.

� Adotar técnicas de leitura, de resumo e de mapa conceitual, visando à


assimilação e ampliação do seu conhecimento a partir de textos.
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

46
Capítulo 3 O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na
EAD

Contextualização
Nos capítulos anteriores, você compreendeu o desenvolvimento histórico da
educação a distância e percebeu os avanços nesta modalidade de aprendizagem
com o auxílio da informática. Além disso, conheceu alguns métodos de
autoaprendizagem na EAD. Agora, neste capítulo, o foco continua sendo os
métodos de autoaprendizagem, mas na perspectiva do texto, para fazer a
mediação entre os conteúdos do caderno, o professor-autor e você.

O contato com textos faz parte de nossa vida diária, independentemente da


extensão, e, ainda que você não perceba, os textos estão presentes, das mais
diversas formas, em casa, na escola, na empresa (paramos aqui, pois faltaria
espaço para elencarmos todas as possibilidades). Não há como escapar da
influência que exercem em nossas vidas. Ou será que você não fica tentado a
comprar um produto quando vê uma propaganda bem elaborada? Não fica irritado
quando lê o que algum repórter ou colunista disse sobre o seu partido ou time de
futebol do coração? E já que os textos estão sempre por perto, compreendê-los é
tarefa fundamental, para que possamos dialogar com eles, rejeitá-los, criticá-los,
compará-los, enfim, usá-los para nosso crescimento pessoal ou profissional.

Delimitando nossa conversa, já que estamos num curso de pós-graduação


na modalidade a distância, o texto cumpre uma missão especial: levar até você os
conteúdos na forma de cadernos de estudos. Afinal, não foi a partir de textos que
você estudou ao longo da graduação? Agora, eles ocupam posição de destaque,
já que, além do conteúdo, devem permitir e instigar a sua participação como leitor
ativo, capaz de explorá-los e manipulá-los visando à autoaprendizagem.

Para tanto, organizamos este capítulo da seguinte forma: inicialmente,


descrevemos as características do leitor na educação a distância. Traçamos esse
perfil de público-leitor para sensibilizá-lo e conscientizá-lo do quão importante é
o seu envolvimento e a responsabilidade nesta modalidade de ensino. A seguir,
apresentamos os fatores que podem interferir na compreensão do texto e, assim,
minimizar ou maximizar sua aprendizagem (preparar-se para o que vai ler, criar
expectativas, de que forma relacionar seu conhecimento armazenado na memória
com os conteúdos). Na última parte, apresentamos as técnicas de leitura e as
etapas para resumir ou elaborar mapas conceituais como possibilidades para
você interagir com o conteúdo e dialogar com as novidades que o caderno traz.

Características do Leitor na EAD


Ao optar por fazer um curso de pós-graduação a distância, você está
sugerindo que tem autonomia suficiente para continuar seus estudos a partir
da sua própria organização e disciplina em relação a tempos e a locais. Os
47
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

cadernos de estudos planejados na modalidade EAD partem do pressuposto


de que a responsabilidade pelo grau de aprendizado a ser alcançado envolve,
entre outros fatores, principalmente uma postura ativa, e não contemplativa: “Os
alunos frequentemente não compreendem que precisam assumir uma grande
responsabilidade por seu aprendizado em um curso de educação a distância e
não esperar que o instrutor ou o orientador os conduza.” (MOORE; KEARSLEY,
2008, p. 190).

Neste sentido, será necessário que você encontre um espaço em suas


prioridades, como trabalho, família e vida social, para realizar as leituras
e atividades de estudos sugeridas nos cadernos. A ideia de que na EAD
o aprendizado requer menos envolvimento não passa de mito. Tanto para
Um leitor que estudantes quanto para professores, o grau de atividades aumenta
explora o texto, consideravelmente, em especial para você. É exclusivamente sua a
constrói suas decisão de ler o material no horário do almoço, no fim do dia, no final de
hipóteses, semana, no seio da família ou com os amigos ou, ainda, isoladamente.
articula seus Daí a necessidade de autonomia e disciplina para conduzir bem sua
conhecimentos
aprendizagem. Conforme Moore e Kearsley (2008, p. 246), precisamos
com o que
está sendo da “[...] capacidade do aluno para construir significado e a disposição
apresentado; necessária para iniciar e persistir em uma iniciativa de aprendizagem”.
enfim, que
participa A abordagem adotada nos cadernos pretende ser bidirecional, ou
ativamente na seja, envolve não um emissor que impõe (é autoritário) sua mensagem ao
construção do
leitor, e sim prevê um leitor que explora o texto, constrói suas hipóteses,
sentido do texto,
que dialoga com o articula seus conhecimentos com o que está sendo apresentado; enfim,
que está que participa ativamente na construção do sentido do texto, que dialoga
sendo dito. com o que está sendo dito. “O aprendizado será socialmente válido
e significativo se os alunos conseguem criar significado a partir do
conteúdo, assimilando ou incluindo novas ideias e conceitos em suas estruturas
de conhecimento existentes.” (MOORE; KEARSLEY, 2008, p. 246, grifo nosso).

Até aqui, esperamos ter evidenciado que sua autonomia e iniciativa são
essenciais para a construção do seu conhecimento. Nesta perspectiva, contamos
com um leitor ávido, capaz de compreender e analisar criticamente a realidade
social, para que dela possa participar. Por isso dissemos anteriormente que o texto
é bidirecional. Até porque o caderno não esgota todo o conhecimento disponível.
O conteúdo apresentado é um recorte das áreas do conhecimento, feito a partir
das experiências e dos conhecimentos do professor-autor. Contudo, esse mesmo
conteúdo não é estático, “[...] o conhecimento evolui de forma incontrolável”.
(NEDER, 2005, p. 183).

Desejamos encontrar e estimular em você esse perfil ativo, autônomo,


disciplinado e responsável. Estas características são essenciais também a um
bom leitor. Isto mesmo. Ainda que você não tenha se conscientizado, na EAD,
48
Capítulo 3 O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na
EAD

esta é uma das habilidades mais importantes dos estudantes. Contudo, para que
realmente você possa ampliar seus conhecimentos, sua leitura não pode ser feita
de qualquer jeito. Deve ser uma atividade calculada, ou seja, a leitura, na EAD,
é conduzida por algum objetivo. Num determinado estágio, você pode até decidir
ler por ler, mas aí temos um estágio mais avançado de leitura. Entretanto, neste
momento inicial, queremos que você reconheça o quão importante é a forma
como abordamos um texto.

Para tanto, se você ainda possui dificuldades em manipular textos, material


essencial na EAD, já que é a partir deles que você terá acesso aos conteúdos,
vamos auxiliá-lo nesta tarefa para que possa controlar e guiar sua leitura nos
próximos cadernos de estudos. A seguir, discutimos alguns aspectos envolvidos
na compreensão do texto.

O Aprendizado na EAD Via Textos


Quando lemos um texto, precisamos ter em mente com que objetivo estamos
fazendo essa atividade. Sim, porque não lemos à toa. Pense bem: você não lê uma
bula de remédio a toda hora; apenas quando precisa saber se algum componente
da fórmula do remédio pode causar efeito colateral (alergias, dores de cabeça,
náuseas etc.); não compra revista para ler anúncios, e sim as matérias; enfim, a
lista aqui aumenta à medida que somos leitores competentes. O perfil de um leitor
competente envolve as seguintes características: “é autônomo na busca de novos
conhecimentos, no estudo; tem interesse em aprender e tem prazer em estudar”,
segundo Medeiros (2007, p. 85).

O leitor competente não vê o texto como objeto sagrado, dono da verdade.


Ele o questiona; o percorre procurando saber quem o escreveu, pistas que
confirmem sua interpretação; percebe implícitas ironias, mas, sobretudo, porque
tem um objetivo. Quando temos um objetivo, a leitura torna-se mais agradável
e útil acima de tudo, principalmente quando relacionada à autoaprendizagem na
EAD.

Pense em como a leitura está presente nas situações mais corriqueiras: para
viajar, você consulta um mapa a fim de não perder tempo dando voltas e gastando
combustível; para decidir se vai investir na bolsa ou fazer um investimento mais
conservador, você acompanha os jornais; para saber como lidar com diferentes
personalidades, você precisa estudar os diferentes perfis e comportamentos.
Enfim, cada ação anteriormente descrita exige leituras.

Então, ao ler os cadernos de estudos, fique atento aos objetivos propostos,


pois eles devem guiar sua leitura. Aliás, cada capítulo foi escrito e organizado
a partir desses objetivos, para que você possa avaliar sua autoaprendizagem.
49
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Ao ler os cader- Esta é a primeira atitude que você deve ter ao manusear cada caderno:
nos de estudos, verificar os objetivos propostos para a sua aprendizagem, os quais
fique atento foram construídos a partir da perspectiva do saber fazer.
aos objetivos
propostos, pois
Ao prosseguir na leitura do caderno, você encontrará a
eles devem guiar
sua leitura. Aliás, contextualização de cada capítulo. Essa parte do texto é fundamental.
cada capítulo foi Aqui o professor-autor procura aproximar o conteúdo do caderno do
escrito e orga- conhecimento de mundo que você já tem sobre o assunto. É o primeiro
nizado a partir passo para facilitar sua compreensão do assunto. Para tanto, vamos
desses objetivos, conversar sobre outros conhecimentos necessários para uma leitura
para que você
que conta com a participação de um sujeito como leitor ativo.
possa avaliar sua
autoaprendiza-
gem.
Fatores Intervenientes na
Compreensão Textual
Nas linhas a seguir, comentaremos brevemente como você pode se preparar
para manipular um texto. Compreender o que está envolvido no ato de leitura
ajuda-nos a perceber por que às vezes encontramos dificuldades e, principalmente,
que não somos os únicos a tê-las. Veja como os elementos linguísticos, o
conhecimento de mundo, o conhecimento compartilhado, as inferências e os
fatores de contextualização atuam na construção de sentidos do texto.

a) Elementos Linguísticos

Os elementos linguísticos (linguagem verbal) e não-linguísticos (linguagem


não-verbal) formam o que denominamos texto.

Para sermos mais específicos, os elementos linguísticos correspondem
ao que conhecemos por advérbios, conjunções, numerais, pronomes e outros
elementos. É a partir destes elementos que formamos os textos. Portanto, se a
organização destes elementos na superfície textual não for adequada, certamente
o leitor terá dificuldades em compreender o texto.

Os elementos linguísticos funcionam como pistas para a ativação dos


conhecimentos armazenados em nossa memória. Além disso, sua relação no
interior do texto veicula sentidos, pois alguns deles retomam ideias (coisas já
ditas) e outros apontam para elementos que ainda serão apresentados para o
leitor, ou seja, esses elementos participam da coesão textual. São fundamentais,
portanto, para construir a coerência do texto (KOCH, 2006).

Coerência e coesão são fenômenos distintos. De forma breve, podemos dizer


que a coesão (uso dos elementos linguísticos para articular as ideias no interior
do texto) auxilia no estabelecimento da coerência.
50
Capítulo 3 O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na
EAD

Por coerência, devemos entender um texto que produz sentido, para


determinados interlocutores, numa determinada situação de interlocução humana
(VAL, 2004). Além da coesão, outros fatores ajudam a promover a coerência de
um texto. Por exemplo, o uso de determinadas palavras ou expressões também
afeta a coerência, pois essas palavras criam relações de sentido que contribuem
ou prejudicam a compreensão textual. Mas aqui o terreno já é da semântica, e
não faz parte dos objetivos deste caderno entrar nesta área.

Você sabe o que é semântica? É o estudo do significado, dos


problemas que o significado pode causar.

Portanto, ao identificar palavras desconhecidas, observe o contexto em que


ela está inserida, sirva-se do dicionário ou fique atento ao LEO. Ele estará presente
nesse momento para explicar o que pode causar dificuldade à sua compreensão
e, consequentemente, à percepção do texto como coerente e à aprendizagem
do conteúdo. Cada área do conhecimento conta com uma terminologia própria.
Portanto, é provável que, às vezes, os professores-autores tenham que usá-las.

b) Conhecimento de mundo

Para ampliar ou melhorar sua aprendizagem, use os conhecimentos que você


acumulou ao longo de sua vida para tentar compreender o conteúdo apresentado.

[...] conhecimento implica informação interiorizada e


adequadamente integrada nas estruturas cognitivas de
um sujeito. É algo pessoal e intransferível: não podemos
transmitir conhecimentos, só informação, que pode (ou não)
ser convertida em conhecimento pelo receptor, em função
dos diversos fatores (os conhecimentos prévios do sujeito, a
adequação da informação, sua estruturação etc.). (ADELL,
1997 apud FIORENTINI, 2003, p. 17).

É comum termos dificuldades ao lermos um assunto completamente novo


para o qual não encontramos nenhum “gancho” em nossa experiência. Esses
“ganchos” fazem relação com o conhecimento que temos arquivado em nossa
memória. Se você ativá-los, isto é, se estiver fazendo uma leitura engajada,
ou seja, consciente dos objetivos que deve alcançar e atento às tentativas de
aproximação do conteúdo com o seu dia-a-dia, é bem provável que o grau de
dificuldade para dialogar com o texto diminua.

51
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Conforme Koch (2006), nosso conhecimento de mundo é armazenado


em blocos, chamados de modelos cognitivos, muito úteis se forem utilizados
no momento da leitura. Assim entendemos por que às vezes consideramos
determinadas explicações óbvias ou desnecessárias. Vejamos quais são esses
modelos cognitivos:

• frames: conhecimentos armazenados sob “rótulos”. Exemplo: férias, Natal,


Carnaval. Para estes termos, não são necessárias muitas explicações;
mentalmente já fazemos uma série de associações;

• esquemas: conhecimentos armazenados em sequência temporal ou causal.


Exemplo: como dirigir um automóvel. Depois de aprendermos, essa ação é
automática;

• planos: conjunto de conhecimentos sobre como agir para conseguir objetivos.


Exemplo: para comprar um apartamento no litoral, você precisa planejar suas
finanças, estabelecer prioridades a fim de economizar a quantia necessária;

• scripts: conjunto de conhecimentos sobre modos de agir altamente


estereotipados em dada cultura. Exemplo: ninguém precisa nos dizer como
agir num funeral...

• superestruturas ou esquemas textuais: conjunto de conhecimentos que temos


sobre os vários tipos de textos. Quanto mais lidarmos com textos diferentes,
e-mails, notícias, artigos, resenhas, contos, crônicas, piadas, charges, maior
é nosso conhecimento sobre sua função na sociedade, sobre como lê-los e
como explorá-los.

O conhecimento c) Conhecimento Compartilhado


compartilhado faz
parte do planeja-
Além do conhecimento de mundo, o conhecimento compartilhado
mento de quem
escreve um texto, nos auxilia ao longo da leitura. Sim, porque é pouco provável que você
pois, assim, não conheça alguém que tenha exatamente o mesmo conhecimento de mundo
é necessário que o seu. O conhecimento compartilhado faz parte do planejamento
colocar tudo no de quem escreve um texto, pois, assim, não é necessário colocar tudo
papel. no papel. Algumas coisas ficam subentendidas no texto, porque quem
escreve acredita que o leitor (público-alvo) deva ter um certo conhecimento do
assunto e que conseguirá preencher as lacunas que o texto vai deixando.

Cada aluno precisa elaborar seu próprio conhecimento por


meio de um processo de inserção pessoal das informações
em estruturas cognitivas previamente existentes. É a interação
com o conteúdo que resulta nas alterações da compreensão.
Na educação a distância, o conteúdo necessário para esse
processo é criado e apresentado pelos profissionais que
elaboram o curso e ajudam cada aluno à medida que ele
interage com o conteúdo e o transforma em conhecimento
pessoal. (MOORE; KEARSLEY, 2008, p. 152).
52
Capítulo 3 O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na
EAD

Portanto, é importante você parar para refletir quando forem sugeridas as


atividades de estudo. Dessa forma, você ganha tempo para fazer associações
com suas experiências acadêmicas, profissionais ou particulares e compreender
melhor o texto. Contudo, um texto não pode apresentar apenas informação já
conhecida (velha), o que nos leva ao tédio e ao afastamento da leitura; por isso, a
estratégia de escrita usada nos cadernos primeiro explora o que você já conhece
para, só depois, avançar no aprofundamento dos conteúdos.

d) Inferências

São processos pelos quais usamos nosso conhecimento de mundo São processos
para estabelecer uma relação não-explícita entre frases ou trechos nos pelos quais
textos, ou seja, é a nossa capacidade de ler as entrelinhas, de atingir os usamos nosso
diversos níveis de implicitude para melhor interpretar um texto. Nem tudo conhecimento
é explicitado nos textos por diversas razões. Uma delas você já conhece: de mundo para
estabelecer uma
o autor julga que o leitor será capaz de usar o seu conhecimento de
relação não-
mundo para interpretar. A outra pode ser porque o autor não quer explícita entre
mesmo explicitar sua intenção. Fazemos, automaticamente, inferências frases ou trechos
a todo momento. Se você acha que não, então veja como o fragmento a nos textos.
seguir ilustra como as inferências acontecem:

Em encontro com jornalistas em Berlim, o chanceler alemão e


o presidente do Brasil, Luis Inácio da Silva, foram perguntados
sobre como reagiriam se houvesse uma resolução da ONU a
favor de uma ação militar para desarmar o Iraque.
Lula preferiu responder à pergunta sobre um apoio do Brasil à
guerra, com uma brincadeira:
‘No Brasil, há um ditado que diz que um bom político pensa
e depois responde. Hoje eu digo, um político melhor ainda
pensa e não responde.’ (JORNAL NACIONAL, TV Globo, 27
abr. 2003; JORNAL DO BRASIL, 28 jan. 2003 apud CALDAS-
COUTHARD; SCLIAR-CABRAL, 2008, p. 209).

Nesta situação, conforme Caldas-Couthard e Scliar-Cabral (2008, p. 210-


211), Lula não respondeu o que lhe foi perguntado de maneira explícita, pois
anteriormente havia sido alvo de críticas por ter explicitado seu posicionamento
sobre o assunto. Assim, deu opções de interpretação para o seu comportamento
e evitou potenciais conflitos (nacionais e internacionais). E você também foi capaz
de entender a resposta de Lula porque compartilha princípios comunicativos,
sociais e culturalmente estabelecidos, que “não só nos ajudam a comunicar mais
do que aquilo que dizemos, como também a tomar decisões sobre comportamento
considerado apropriado às posições dos participantes e à situação que se
encontram” (CALDAS-COUTHARD; SCLIAR-CABRAL, 2008, p. 210-211).

É útil, então, que você, ao ler o caderno, também fique atento, visto que
possivelmente o conteúdo poderá ser afetado pela experiência do autor e sua

53
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

linha de atuação. “Nesse sentido, ao leitor não é mais pedido que ele faça somente
inferências para decifrar as associações feitas pelo autor do texto, mas também é
solicitado que ele mesmo faça as associações e produza as inferências que suas
associações provocam.” (CORREIA; ANTHONY, 2003, p. 67).

Os fatores de e) Fatores de Contextualização


contextualização

ancoram o texto
numa situação Os fatores de contextualização ancoram o texto numa situação
comunicativa e, comunicativa e, assim, facilitam a compreensão do texto na
assim, facilitam autoaprendizagem. Portanto, é bom você ficar atento aos elementos a
a compreensão seguir. Eles ajudam a entender por que determinados textos dizem o
do texto na auto- que dizem.
aprendizagem.
Podemos classificar esses fatores em dois grupos: os contextualizadores
propriamente ditos e os perspectivos.

Os contextualizadores propriamente ditos auxiliam a percepção do texto na


situação comunicativa. Os dados que ajudam você a realizar essa tarefa são:

• localização – local, cidade, país em que a obra foi publicada;

• data – mês e ano em que foi publicada a obra;

• assinatura – quem escreve o texto;

• elementos gráficos – disposição na página, ilustrações, localização do texto


na obra (caderno, seção, página).

Os perspectivos cumprem o papel de avançar numa perspectiva de


interpretação possível, contextualizam o texto para o leitor, gerando expectativas.
Os fatores perspectivos são:

• título – sugere a intenção do autor e orienta a leitura, pois antecipa o conteúdo


do texto e já recorta as possibilidades de expectativas possíveis. Para tanto,
você deve ficar atento aos títulos do caderno. Eles foram planejados para que,
ao encontrá-los, seja possível prever, de certa forma, o que você encontrará
naquela seção;

• autor – quando conhecemos o autor (veja o minicurrículo do professor-autor),


já podemos fazer algumas suposições e ativar nossas expectativas em
relação ao tratamento que o conteúdo do texto terá;

• início do texto – cumpre funções bem marcadas em relação ao que será dito
a seguir: se o texto inicia com a expressão “por exemplo” ou “era uma vez”, já
é possível orientarmos nossa leitura. São várias as formas de iniciar um texto.
Tudo depende da intenção de quem escreve.
54
Capítulo 3 O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na
EAD

Atividade de Estudos:

Leia o texto “Qual será o próximo salto?” e avalie como a observação


dos contextualizadores afeta a compreensão do mesmo.
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________

Qual será o próximo salto?

Vejo os acontecimentos dos últimos tempos como uma espécie


de salto triplo da evolução humana. O primeiro salto foi dado pela
liberalização dos costumes no período pós-guerra; o segundo, pelos
avanços da tecnologia; e o terceiro, que ainda precisa ser dado, terá
de ser o da aprendizagem real, aquela que não se limita ao acúmulo
do conhecimento, mas estimula o pensamento.

No início da sociedade ocidental, a educação dos jovens


começava por um ciclo chamado trivium, palavra latina que
significa “três caminhos”. Nele, o estudante desenvolvia as bases do
aprendizado e era introduzido ao mundo real. Para isso, os educadores
da época selecionavam três disciplinas essenciais: a gramática, a lógica
e a retórica.

A gramática permitia que o estudante compreendesse seu


idioma e se inteirasse de sua cultura. A lógica dava-lhe condições de
controlar seu pensamento. E a retórica o capacitava a comunicar-se.
Hoje, não conseguimos mais imaginar o mundo sem o computador, a
internet e o celular. Mas, pensando bem, para que servem mesmo
essas modernidades? Elas servem para potencializar nosso acesso
à informação e ao aprendizado e para aumentar nossa capacidade
de comunicação. Em outras palavras, a tecnologia está a serviço das

55
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

potencialidades humanas.
Diploma de curso Superior hoje já não é um diferencial.

Começou a surgir uma nova dimensão nas relações do ser


humano, especialmente no trabalho, que está longe de acabar.
Há poucos anos, os anúncios de emprego traziam “domínio de
informática” como um diferencial. Até hoje, vejo currículos em que o
candidato coloca sua proficiência nos aplicativos do Office, como se
ainda fosse uma vantagem competitiva. Não é mais. Falar inglês e
ter um diploma Superior virou commodity profissional.

A vantagem real, especialmente para as carreiras corporativas,


nas quais trabalhar em equipe e liderar pessoas são condições
essenciais, está na relação com as pessoas, começando consigo
mesmo. A leitura, a comunicação eficaz e o pensamento lógico estão
na ordem do dia. É incrível, mas o trivium é o terceiro salto.

Fonte: MUSSAK, Eugênio. Qual será o próximo salto? Você SA,


n.123, 09 set. 2008. Disponível em: <http://sapiensapiens.com.br/index.
asp?id=4&em=3&emsub=7&art=194>. Acesso em: 29 nov. 2008.

“O trivium tinha por objetivo ensinar a própria mente, isto é, as


leis às quais obedece ao pensar e expressar seu pensamento, e,
reciprocamente, as regras às quais deve sujeitar-se para pensar e
expressar-se corretamente.” (DURKHEIM,1995, p. 52).

Commodity corresponde à coisa de utilidade, geralmente


um bem primário (artigos comerciáveis, como, por exemplo, ferro,
soja, café), que apresenta características físicas homogêneas,
passíveis de padronização, produzido em larga escala mundial e
geralmente com baixo valor agregado, cujo preço é determinado
pela oferta e procura internacional.

Você sabe quem é Eugênio Mussak? Ele é presidente da


consultoria Sapiens Sapiens Desenvolvimento Integral, situada
em São Paulo, professor do MBA da FIA-USP. Autor dos livros
“Metacompetência” e “Uma coisa de cada vez”, da Editora Gente, é
colunista das Revistas Você SA (Papo de Líder) e Vida Simples (Pensando

56
Capítulo 3 O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na
EAD

bem), ambas da editora Abril. Atua como consultor nos campos da


Liderança, Desenvolvimento Humano e Profissional, é um dos grandes
palestrantes corporativos, citado pelas revistas Veja, Exame e Treinamento
& Desenvolvimento.

Além dos fatores contextualizadores, a intencionalidade, a informatividade,


a aceitabilidade, e a intertextualidade ajudam-nos a compreender a função
que cada texto cumpre como entidade concreta e situacional (BEAUGRANDE;
DRESSLER, 1981 apud KOCH, 2006). Vamos comentar rapidamente como esses
fatores agem em conjunto, ok?

Para iniciar, vamos apresentar o conceito de texto sugerido por Val (2004):
texto é qualquer produção linguística, falada ou escrita, de qualquer tamanho, que
possa fazer sentido numa situação de comunicação humana.

Este conceito nos remete à ideia de que quem escreve precisa planejar sua
produção linguística conforme:
O professor-autor
• A intencionalidade: o que pretende dizer, quais são seus objetivos
tem como objetivo
ao escrever? Neste caso, o professor-autor tem como objetivo
apresentar os
apresentar os conteúdos de modo a contribuir com o seu processo
conteúdos de
de aprendizagem. Para tanto, os conteúdos são organizados
modo a contribuir
para que você possa atingir os objetivos de cada capítulo.
com o seu
processo de
• A informatividade: o professor-autor está escrevendo para aprendizagem.
estudantes da pós-graduação, na modalidade a distância. Portanto,
parte do pressuposto de que você tem o perfil já comentado
anteriormente: seja um leitor diário, autônomo e responsável. A informatividade
Esses dados ajudam o professor a dosar o nível de informatividade tem a ver com a
necessário ao texto, ou seja, quanta informação nova ele pode previsibilidade
apresentar no caderno. A informatividade tem a ver com a da informação
previsibilidade da informação contida no texto. Se o texto só trouxer contida
informação redundante (ou velha), você tende a considerar o grau no texto.
de informatividade baixo. Agora, se apresentar apenas informação
nova, inesperada ou imprevisível, você pode considerar o texto incoerente.
Portanto, o desafio do professor reside em encontrar um equilíbrio entre: o
pressuposto do que você já conhece sobre o assunto (por isso falamos em
conhecimento de mundo e conhecimento partilhado) e o que desconhece.

• A intertextualidade: já salientamos que, para você atribuir sentido a um texto,


considerá-lo coerente, você deve recorrer a seus conhecimentos de mundo,
porque parte desse conhecimento está relacionada ao seu contato com outros
textos. Esse contato anterior permite identificar as relações que os textos
podem estabelecer entre si, como outros textos estão presentes no texto que

57
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

você tem em suas mãos (isto é, o texto “considerado”, como sugere Barthes).

[...] O texto redistribui a língua. Uma das vias dessa


reconstrução é a de permutar textos, fragmentos de textos,
que existiram ou existem ao redor do texto considerado e,
por fim, dentro dele mesmo; todo texto é um intertexto;
outros textos estão presentes nele, em níveis variáveis, sob
formas mais ou menos reconhecíveis (BARTHES, 1974 apud
KOCH, 2003, p. 59, grifo nosso).

Além disso, quando Val (2004) aponta que cada texto retoma textos
anteriores, reafirmando uns e contestando outros, podemos pensar numa espécie
de “diálogo” entre os textos que circulam em nossa sociedade.

Cada texto retoma textos anteriores, reafirmando uns


e contestando outros, utilizando sua ‘matéria-prima’, se
inclui nessa ‘cadeia verbal’, pedindo resposta e se propondo
como ‘matéria-prima’ para outros textos futuros [...] Pode
ser que o próprio locutor não se dê conta de ‘com quantos
textos se faz o seu texto’; pode ser que o alocutário não
(re)conheça todos os textos envolvidos na construção dos
textos que ouve ou lê. Mesmo assim, sem ‘enxergar’ todo o
processo, estão lidando com a intertextualidade (VAL, 2004,
p. 6, grifo nosso).

Desta forma, fica evidente que a intertextualidade não pode ser desprezada
ao atribuirmos sentido para um texto. É somente a partir da intertextualidade que
percebemos as “farpas” trocadas entre interlocutores, a alusão a fatos que já
ocorreram, a teorias já aceitas no meio científico. Enfim, dependendo de como
o texto se organiza, da intenção do autor, da situação para a qual o texto se
destina e para qual leitor, a inserção de outros textos é um recurso indispensável
e poderoso.

Você já deve ter notado que os textos “dialogam”. Se recorremos


É somente a
partir da inter- constantemente aos “já ditos” para formar o nosso texto, então este
textualidade que caderno também o faz, às vezes de forma explícita (quando usamos
percebemos as as citações ou paráfrases). As citações, neste caderno, têm a função
“farpas” trocadas de indicar que algumas ideias já foram elaboradas anteriormente,
entre interlocu- por outros autores (veja que, quando as ideias não são nossas,
tores, a alusão
empregamos as aspas, isto é, há marcas linguísticas explícitas de que
a fatos que já
ocorreram, a teo- o texto é de outrem).
rias já aceitas no
meio científico. Em se tratando de material direcionado a um público de pós-
graduação, a intertextualidade é indispensável, pois os professores-
autores estão fazendo uso de teorias produzidas por outros pesquisadores. Além
disso, como são teorias confiáveis e de pesquisadores reconhecidos na área, elas
dão suporte para prosseguirmos nossos estudos.

58
Capítulo 3 O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na
EAD

A aceitabilidade
• A aceitabilidade: este fator está ligado à informatividade e à
está relacionada
intertextualidade. Você, participa do processo de leitura tentando
à forma como
atribuir a este texto algum sentido, certo? O professor-autor
reagimos, como
participa tentando fazer um caderno que aprimore, amplie seus
dialogamos com
conhecimentos. Assim, vocês empreendem todos os esforços
o que lemos,
tentando interagir por meio do texto. Mas, a aceitabilidade pode ser
usando nosso
ampliada ou reduzida conforme o professor apresenta os conteúdos.
conhecimento de
A aceitabilidade está relacionada à forma como reagimos, como
mundo, nosso
dialogamos com o que lemos, usando nosso conhecimento de
conhecimento
mundo, nosso conhecimento compartilhado, nossa percepção de
compartilhado,
outros textos que estão presentes no caderno. “Cada leitura realiza
nossa percepção
um texto inédito, único, individual, mas também cada leitura realiza
de outros textos
um texto coletivo, na medida em que o leitor traz consigo outros
que estão
textos anteriores que dialogam e constroem o novo texto [...],”
presentes
segundo Correia e Antony (2003, p. 58).
implicitamente no
caderno.
Se não conseguimos usar nosso conhecimento armazenado na
memória, é bem provável que rejeitemos o texto. Por isso, o professor-autor
procura explorar o que você já sabe sobre o assunto para, depois, apresentar
o conteúdo novo, pois assim é que ocorre o aprendizado: modificamos o que já
sabemos no contato com o mundo que nos cerca.

Portanto, se você não conseguir acompanhar esse processo, já sabe por


quê. O caminho, para um estudante na EAD, é buscar outras leituras (às vezes
até sugeridas no caderno) para melhorar sua base e depois voltar a explorar
o caderno. Somente essa atitude ativa é que promoverá a compreensão e o
aprendizado.

Nos processos de interlocução a distância, os efeitos de


sentido, significação, que são atribuídos aos textos (verbais ou
não-verbais), devem ser preocupação fundamental. É o leitor/
aluno que, com sua história de vida e de leituras, atribuirá
sentidos aos textos selecionados e/ou produzidos pelo
professor. (NEDER, 2005, p. 190).

Atividade de Estudos:

Releia o artigo “Qual será o próximo salto”. Explique e justifique o


posicionamento do autor em relação ao assunto apresentado no
texto. Procure fazer sua análise considerando a intencionalidade, a
informatividade, a intertextualidade e a aceitabilidade.
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59
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

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Interação Conteúdo/Estudante
Queremos começar esta parte final do capítulo com a leitura do fragmento a
seguir:

[...] pensar a aprendizagem como processo social, em que


os níveis de entendimento a que se chega dependem
do compartilhar e do negociar faz com que sujeitos e
comunidades construam conhecimentos, habilidades,
conceitos que, por sua vez, constituam-se em poder para
reformular, reordenar e transformar o mundo em que
vivem, a partir de um contínuo refletir sobre a ação, durante
a ação (SCHÖN, 1983, p. 42 apud FIORENTINI, 2003, p. 19,
grifos nossos).

Como deve ter ficado claro anteriormente, sua aprendizagem depende
significativamente da forma como você associa (compartilha/negocia) seus
conhecimentos ao conteúdo do caderno. Para tanto, o exercício de algumas
habilidades pode ajudá-lo a interagir com maior proficiência com os conteúdos,
a ampliar seu entendimento sobre o texto (reformular, reordenar e transformar) e
maximizar sua aprendizagem.

As técnicas de As técnicas de leitura são essenciais e fazem parte da rotina


leitura são es- do leitor competente, pois ele sabe que a leitura é o caminho para o
senciais e fazem conhecimento. Para tanto, apresentamos a seguir algumas dicas para
parte da rotina do
você realizar suas leituras de maneira mais produtiva, além de explorar
leitor competen-
te, pois ele sabe as habilidades de resumir e elaborar mapas conceituais. Vamos abordar
que a leitura é o detalhadamente como você pode fazê-los.
caminho para o
conhecimento.
Técnicas de Leitura

Medeiros (2007) sugere os seguintes passos para fazer uma leitura mais
eficaz:

• Determinar um objetivo a alcançar: na abertura de cada capítulo, o


professor-autor determina os objetivos de aprendizagem. Portanto, ao iniciar a
leitura, memorize esses objetivos ou anote-os em algum lugar.

60
Capítulo 3 O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na
EAD

• Fazer uma leitura de contato: nesta leitura, você deve percorrer o texto
observando sua estrutura, subdivisões, grifos, tamanho e estilo dos caracteres
e a presença do LEO. Esta leitura permite que você tenha uma primeira noção
do assunto tratado e da organização das ideias apresentadas.

• Esclarecer as dúvidas de vocabulário: você não deve se sentir confortável


quando há uma palavra desconhecida, certo? Então, por que continuar
uma leitura com dúvidas? Consulte um dicionário. Além de melhorar sua
compreensão, amplia seu vocabulário. Nesses momentos, é possível que o
LEO apareça esclarecendo o conceito.
Veja se o texto (ou
• Identificar as ideias principais: apreenda as principais proposições porções menores,
do autor em cada parágrafo. Para tanto, observe as ações e as como parágrafos)
conjunções empregadas pelo autor. apresenta,
descreve,
compara ou
Direcione sua atenção para as ações (verbos implícitos ou
critica ideias.
explícitos) do autor. Veja se o texto (ou porções menores, como Observe, também,
parágrafos) apresenta, descreve, compara ou critica ideias. Observe, as informações
também, as informações contidas nas ilustrações (figuras, quadros, contidas nas
gráficos e tabelas). ilustrações
(figuras, quadros,
gráficos e tabelas).
Além disso, observe que o tipo de conjunção empregado também
auxilia a compreensão do texto: se o autor está usando conectores como “e, além
disso, mais, bem como” etc., há soma de ideias, como no exemplo a seguir.

“Outro exemplo seria a leitura superficial, ultrarrápida. Evidentemente, a


velocidade de leitura depende de cada um, bem como do gênero de texto que se
está lendo.” (MEDEIROS, 2007, p. 87).

O exemplo explica os fatores que interferem na velocidade de leitura: a


velocidade e o gênero do texto. Esses fatores são somados a partir do conector
“bem como” que estabelece entre ambos uma ideia de acréscimo.

Vamos a outro tipo de relação que pode ser estabelecida a partir das
conjunções:

“A leitura eficaz diz respeito à qualidade, enquanto a leitura eficiente se


relaciona com a quantidade.” (MEDEIROS, 2007, p. 87).

Neste exemplo, o conector “enquanto” estabelece a ideia de comparação


entre leitura eficaz e leitura eficiente.

“Leitor que aceita indicações de leitura, mas não se fixa nelas, é capaz de
escolher, de buscar novos materiais de leitura [...]” (MEDEIROS, 2007, p. 77).

61
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Veja, neste último caso, a oposição estabelecida entre “aceitar indicações de


leitura” e “não se fixar nessas indicações”. A partir do conector mas, o autor revela
um perfil de leitor capaz de fazer suas escolhas.

A última etapa da leitura relaciona-se à elaboração de esquemas das ideias


principais e de resumos. Vamos discutir a produção de resumos como estratégia
de estudo a seguir.

Resumo
Para entender em que medida o hábito de sintetizar nos ajuda a compreender
o texto, é necessário verificarmos como elaborar um resumo e como isto se
relaciona à aprendizagem. Vamos começar a entender a importância desta prática
para a sua aprendizagem. A seguir, tratamos das etapas para resumir um texto.

A sugestão que propomos é que você, ao longo da leitura do caderno,


habitue-se a identificar palavras ou ideias-chave a fim de elaborar uma síntese
própria de cada capítulo. Essa habilidade contribui para que você avalie até
que ponto realmente foi capaz de dialogar com os conteúdos. Ao ler, sublinhar e
sintetizar, temos que parafrasear o que foi dito e só conseguimos parafrasear o
que entendemos. Conforme Fiorentini (2003, p. 43, grifos nossos), “habilidades
e destrezas cognitivas complexas como planejar, avaliar, analisar e sintetizar”
valorizam e aproveitam nossa memória, sem privilegiar a simples memorização.

[...] o texto está no leitor. É ele quem capta, possui, maneja,


assimila a escrita alheia. O processo de assimilação consiste,
precisamente, nessa tensão em criar nosso texto. [...] A
consciência do leitor se transforma, assim, em autor que
escreve para si mesmo com a experiência do outro. (LLÉDÓ,
1999 apud FIORENTINI, 2003, p. 21).
Num curso reali-
zado a distância,
o resumo é uma Um bom resumo não deturpa o que lemos. Pelo contrário,
forma de avaliar exige nossa total compreensão e, por isso, é uma estratégia valiosa
o que você já para interagirmos com os conteúdos. “O resumo permite melhor
assimilou e o que compreensão das ideias expostas, uma vez que para realizá-lo é
ainda precisa ser necessário apreender a estrutura do parágrafo”, conforme Medeiros
explorado, pois
(2007, p. 141). Além disso, num curso realizado a distância, o resumo é
somente quem
compreende bem uma forma de avaliar o que você já assimilou e o que ainda precisa ser
um texto é capaz explorado, pois somente quem compreende bem um texto é capaz de
de sintetizá-lo. sintetizá-lo.

O resumo é a redução do texto original, mantendo apenas as ideias principais,


tanto na progressão quanto na concatenação em que aparecem no texto. É
condensar as informações essenciais de um texto, mas de maneira coerente, sem
destruir o conteúdo original.
62
Capítulo 3 O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na
EAD

O passo a passo para elaborar um resumo você encontra a seguir. Todavia,


alertamos que elaborar um resumo não é fazer cópia de fragmentos do texto
original. É produzir um novo texto, com as nossas palavras, mantendo os pontos
mais importantes do texto original.

Veja as etapas para fazer um bom resumo:

• 1ª leitura: ler completamente o texto, tentando identificar seu objetivo;


• 2ª leitura: ler o texto procurando palavras, expressões ou conceitos novos;
• 3ª leitura: ler o texto identificando as palavras-chave ou ideias-chave;
• 4ª leitura: ler o texto grifando as palavras-chave ou ideias-chave.

Palavras-chave são as palavras mais importantes de um


parágrafo, a partir das quais as demais se organizam e criam um
intercâmbio de significação para produzir sentido. Já as ideias-chave
ajudam se a leitura for muito extensa, como um livro, pois identificar
as palavras-chave parágrafo por parágrafo, neste caso, exigiria
muito tempo. Até porque determinadas porções de texto apenas
parafraseiam, justificam, explicam ou exemplificam a ideia central
abordada.

As três primeiras etapas apresentadas – 1ª, 2ª e 3ª leituras – constituem o


planejamento do resumo e, como você já deve ter percebido, estão profundamente
relacionadas à leitura. A quarta etapa – 4ª leitura –, consequentemente, só trará
resultado se você identificou com precisão o que realmente pode constituir o
resumo de um texto. Do contrário, sua impressão será a de que tudo no texto
é importante, pois terá grifado tudo na página, o que indica que a leitura não foi
realizada de acordo com as técnicas aqui sugeridas.

Agora, se, após a etapa de grifar, você identificou o fio que conduz o texto em
cada parágrafo, ou seja, encontrou as palavras ou ideias-chave que permitem sua
progressão, já pode executar o resumo. Observe os critérios a seguir, sugeridos
por Machado, Lousada e Abreu-Tardelli (2004). Eles funcionam como uma
espécie de check-list para verificar se a sua síntese atende as exigências de um
bom resumo. Estas mesmas orientações são válidas se o resumo for submetido à
avaliação da disciplina.

O resumo deve:

• apresentar correção gramatical e léxico adequado;


63
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

• contemplar as informações consideradas como as mais importantes no texto


original;
• indicar, no mínimo, autor e título da obra, capítulo ou artigo;
• corresponder à compreensão global do original, observando as ideias de cada
parágrafo e a articulação entre elas;
• trazer diferentes menções do autor do texto original em diferentes partes do
resumo. Exemplo: Stephen Kanitz, Kanitz, o administrador, o colunista de
Veja, ou Lya Luft, a professora, a colunista de Veja, Luft;
• indicar diferentes ações do autor do texto original (o autor sugere, compara,
descreve, apresenta etc.).

O resumo não deve apresentar exemplos nem a sua opinião


sobre o texto. A resenha é o gênero que permite conciliar resumo e
opinião.

Os critérios apresentados permitem avaliar até que ponto sua compreensão


acerca do texto está adequada. Também ajudam a perceber se os objetivos de
aprendizagem propostos foram alcançados. Veja que, para atingi-los, você teve
que usar seus conhecimentos de mundo, suas inferências, já que resumir não é
uma tarefa tão simples assim, pois, para reescrever o texto apenas mantendo o
essencial, de forma coesa e coerente, e sem fazer cópia, muito esforço cognitivo
foi empregado. Além disso, cumpridas essas etapas, é muito mais fácil você
aceitar, discordar ou criticar o que o autor apresentou. Conforme Molina (1992, p.
56 apud MEDEIROS, 2007, p. 85), “Se o leitor entendeu realmente o livro, nada
impede que ele concorde ou discorde do autor [...] concordar sem entender é
inépcia. Discordar sem entender é impertinência”. O autor alerta que é necessário
diferenciarmos conhecimento de mera opinião e sermos cuidadosos com a
avaliação, o que demonstra raciocínio crítico.

Atividade de Estudos:

A fim de verificar sua compreensão a respeito da leitura, elabore um


resumo sobre o artigo “Qual será o próximo salto” (p. 57 e p. 58). Após
finalizá-lo, confronte-o com os critérios sugeridos para elaboração de
resumos.
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Capítulo 3 O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na
EAD

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Mapa Conceitual O mapa conceitual


pode ser
entendido como
O mapa conceitual pode ser entendido como uma ferramenta uma ferramenta
gráfica, muito útil na organização de conceitos de um corpo (ou parte gráfica, muito útil
dele) de conhecimentos. Portanto, configura-se como mais uma na organização
alternativa para você estudar na modalidade a distância. A disposição de conceitos de
um corpo (ou
dos conceitos em formato gráfico (diagramas) pode servir como ponte de
parte dele) de
entrada ou de saída entre um assunto e outro. Além disso, a disposição conhecimentos.
gráfica permite a consulta rápida dos conteúdos, a partir de qualquer Portanto,
ponto do mapa (SARTORI; ROESTER, 2005). configura-se
como mais uma
Contudo, para fazer um mapa conceitual, uma boa leitura e síntese alternativa para
você estudar na
da obra ou capítulo são essenciais, já que você precisará dos conceitos
modalidade a
básicos para organizar os diagramas. distância.

Após detectados os conceitos básicos, é hora de verificar os graus de


hierarquia e as relações existentes entre eles. No diagrama, para marcar a
hierarquia entre os conceitos, você usará linhas horizontais e/ou verticais e setas
para indicar o sentido da leitura e, consequentemente, as relações entre os
conceitos.

Retome o mapa conceitual (apresentado no capítulo 1, na página 16), a partir


dele é possível identificarmos os conceitos envolvidos na mediação pedagógica
na educação a distância. Além disso, o diagrama mostra uma visão ampla das
relações estabelecidas entre os conceitos, o que facilita sua compreensão.
De forma bastante rápida, também temos a localização de algum dos atores
envolvidos na mediação.

A leitura do mapa que apresentamos pode ser feita de forma aleatória ou


organizada. Se quisermos fazer uma leitura organizada, podemos dizer que a
aprendizagem do cursista toma como base o material autoinstrutivo elaborado
pelo professor-autor, o qual produz também a videoaula e pode postar materiais
complementares na plataforma virtual de aprendizagem para o cursista. Este
conta com o apoio do tutor e da Central de Atendimento.

65
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Até aqui você já deve ter percebido que o mapa conceitual é uma estratégia
de estudo muito interessante, pois:

[...] pode gerar situações provocadoras de novas


aprendizagens e oportunidades para explicitar que a
reelaboração do conhecimento sofre influências da experiência
de cada um e do contexto no qual se encontram. Além disso,
permite explicitar que a estrutura de uma disciplina não é algo
rígido, inflexível e imutável, mas, ao contrário, é uma proposta
da qual se parte e para qual se espera a contribuição de cada
um. (SARTORI; ROESTER, 2005, p. 76).

Atividade de Estudos:

Releia o artigo “Qual será o próximo salto” (p. 57 e 58) e elabore um


mapa conceitual.
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Algumas Considerações
Aprender na EAD não ocorre por “osmose”. É um processo que depende
fundamentalmente da interação entre um leitor ativo, autônomo, que dialoga com
o que está sendo dito. Também prevê um leitor que reconhece que o conteúdo do
caderno é apenas parte de um conhecimento que está sempre sendo reconstruído.

Esse recorte será percebido frequentemente, pois os professores-autores


sugerirão outras leituras ao abordar certos assuntos. Tal postura explica-se pelo
seguinte: a previsão deles é de que o público-alvo seja constituído na sua maioria
por pessoas que estão buscando mais conhecimento na mesma área de atuação
66
Capítulo 3 O Texto Como Elemento de Autoaprendizagem na
EAD

da graduação. Entretanto, pode haver estudantes que buscam justamente uma


área carente na sua formação, ou seja, passaram a exercer novas funções
e precisam de um conhecimento diferente daquele abordado na graduação.
Portanto, para dar conta desses dois leitores, a saída será tratar conceitos básicos
de forma mais rápida (para satisfazer os leitores novos nesta área e não entediar
os mais experientes) e aprofundar outros (para os leitores mais experientes no
assunto). Para que os novatos não se sintam prejudicados, haverá a sugestão
de outras leituras, livros e artigos que tratem do assunto com a extensão e
profundidade necessária para o público iniciante.

No entanto, independentemente de você ser um leitor novato ou experiente


no assunto, sua receptividade aos textos é essencial na educação a distância,
como já salientamos em diversos momentos. Isto porque o texto só será percebido
como coerente e a leitura, como significativa, se houver interação entre os
conteúdos apresentados pelo professor-autor e o conhecimento que você já tem
sobre o assunto. É assim que você pode ampliar sua aprendizagem. Os métodos
as técnicas foram apresentados. Agora, torcemos para que a sua decisão de usá-
los ou de encontrar outras alternativas seja positiva.

Finalizamos este capítulo anunciando que o próximo trará a você orientações


sobre a estrutura de funcionamento dos cursos de pós-graduação EAD da
UNIASSELVI e sobre como realizar com segurança as atividades planejadas em
seu processo educativo.

Referências
CALDAS-COUTHARD, Carmen Rosa; SCLIAR-CABRAL, Leonor. Desvendando
discursos: conceitos básicos. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2008.

CORREIA, Ângela Álvares; ANTONY, Geórgia. Educação hipertextual:


diversidade e interação como materiais didáticos. In: FIORENTINI, Leda Maria
Rangearo; MORAES, Raquel de Almeida (Orgs.). Linguagens e interatividade
na EAD. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. p. 51-74.

DURKHEIM, Émile. A evolução pedagógica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

FIORENTINI, Leda Maria Rangearo. A perspectiva dialógica nos textos


educativos escritos. In: FIORENTINI, Leda Maria Rangearo; MORAES, Raquel
de Almeida (Orgs.). Linguagens e interatividade na EAD. Rio de Janeiro:
DP&A, 2003. p.15-50.

67
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

KOCH, Ingedore Villaça Grunfeld. O texto e a construção dos sentidos. 7. ed.


São Paulo: Contexto, 2003.

KOCH, Ingedore Villaça Grunfeld. Desvendando os segredos do texto. 5. ed.


São Paulo: Contexto, 2006.

MACHADO, Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU TARDELLI, Lília Santos.


Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

MEDEIROS, João Bosco. Redação científica. São Paulo: Atlas, 2007.

MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a distância: uma visão


integrada. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

NEDER, Maria Lúcia Cavalli. O processo de comunicação na educação a


distância: o texto como elemento de mediação entre os sujeitos da ação
educativa. In: PRETI, Oreste (Org.). et al. Educação a distância: ressignificando
práticas. Brasília: Líber Livro Editora, 2005. p. 181-205.

SARTORI, Ademilde Silveira; ROESTER, Jucimara. Educação superior a


distância: gestão da aprendizagem e da produção de materiais didáticos
impressos e on-line. Tubarão: UNISUL, 2005.

VAL, Maria da Graça Costa. Texto, textualidade e textualização. In: CECCANTINI,


J. L.T.; PEREIRA, R. F.; ZANCHETTA JÚNIOR, J. Pedagogia cidadã: cadernos
de formação: Língua Portuguesa. v.1. São Paulo: UNESP, Pró-Reitoria de
Graduação, 2004. p. 113-128.

68
C APÍTULO 4

Orientações ao Estudante do
Programa de Pós EAD

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes


objetivos de aprendizagem:

� Conhecer a estrutura de funcionamento do Programa de Pós-Graduação EAD


da Uniasselvi.

� Realizar com segurança as atividades planejadas para o processo educativo.


Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

70
Capítulo 4 Orientações ao Estudante do Programa de Pós EAD

Contextualização
Nos primeiros capítulos, tratamos do contexto e da história da educação a
distância, dos métodos de autoaprendizagem e da abordagem do texto para o
aprendizado na educação a distância. Agora, vamos tratar dos recursos que você
encontrará na proposta de pós-graduação a distância da UNIASSELVI. Para tanto,
vamos descrever a estrutura geral e os principais recursos que você encontrará
para auxiliá-lo nesta caminhada. Assim, poderá acompanhar todas as atividades
que estão programadas ao longo do seu curso de pós-graduação.

Aqui você encontra, de forma simples e prática, orientações sobre o


desenvolvimento geral de cada uma das disciplinas, as principais informações
sobre cada uma das etapas do curso e os recursos disponíveis.

Breve Histórico da Uniasselvi


Para início de conversa, é interessante conhecermos um pouco da história
da UNIASSELVI que, aliás, chamava-se ASSELVI. A Associação Educacional
Leonardo da Vinci (ASSELVI), por meio de suas faculdades, iniciou suas
atividades no dia 22 de fevereiro de 1999 com as aulas dos cursos de
graduação em Indaial, Santa Catarina. No projeto inicial, já estava prevista a
busca do status de Instituição Universitária, pela obtenção do título de Centro
Universitário. Com o objetivo de atender à demanda da região do Médio Vale
do Itajaí, o professor José Tafner, depois de dois anos e meio dedicados à
montagem do projeto da ASSELVI, protocolou o projeto da Instituição em
Brasília no dia 1º de julho de 1997. A tramitação em Brasília durou um ano e
meio.

Desde 1999 muita coisa mudou. Em 2001, as Faculdades da Associação


Educacional Leonardo da Vinci (Faculdade de Ciências da Educação;
Faculdade de Ciências e Tecnologia e Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas)
transformaram-se em Faculdades Integradas do Vale do Itajaí (FACIVI) e, no dia
2 de setembro de 2004, foram elevadas ao status de Instituição Universitária com
a transformação em CENTRO UNIVERSITÁRIO (Portaria Ministerial nº 2.686, de
02/09/2004, publicada no Diário Oficial da União, de 3 de setembro de 2004), fato
inédito no país para uma Instituição com apenas cinco anos de existência.

Em 24 de novembro de 2005, a UNIASSELVI também obteve a autorização


do MEC para ministrar cursos a distância em todo o país (Portaria Ministerial nº
4.17, de 22 de novembro de 2005, publicada no Diário Oficial da União, de 23 de
novembro de 2005). Atualmente, oferece cursos em vários estados da Federação,
do Amazonas até o Rio Grande do Sul.

71
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Em 2008, devido a sua expansão e projeção nacional, a UNIASSELVI se


transformou em Grupo UNIASSELVI, incorporando outras instituições de Ensino
Superior. Com a fusão, a organização passou a ser uma das maiores instituições
privadas de Ensino Superior do Brasil, com 55 cursos de graduação, 45 cursos
de pós-graduação e mais de 65 mil alunos matriculados (entre presenciais e a
distância).

Mediação Pedagógica
A UNIASSELVI conta com uma equipe de apoio que auxiliará você ao
longo desta etapa acadêmica. Cada elemento, disposto no organograma a
seguir, cumpre uma função bem definida no processo de mediação pedagógica.
Os profissionais que estarão envolvidos neste processo são: professor-autor,
professor-tutor (interno e externo), equipe multidisciplinar e toda uma equipe de
profissionais qualificados e preparados para atendê-lo. No fluxograma que segue
você pode observar os movimentos de interação.

Equipe
Professor- Autor Multidisciplinar

Pós-Graduando

Tutor Presen-
Tutor On-line
cial

Agora, acompanhe as atribuições de cada um destes atores no processo de


mediação pedagógica.

O professor-autor
é o responsável
a) Professor-autor
principal pela
estruturação do
conteúdo da dis- Ao produzir o material impresso, o professor-autor é o responsável
ciplina a partir da principal pela estruturação do conteúdo da disciplina a partir da matriz
matriz curricular curricular do curso. De maneira geral, sua função é:
do curso.
• elaborar o plano de desenvolvimento da disciplina;
• produzir o material autoinstrutivo (caderno de estudos), a videoaula e as
avaliações da disciplina, conforme os critérios da Uniasselvi;
• selecionar endereços eletrônicos, textos e material de apoio complementar ao
desenvolvimento de sua disciplina.
72
Capítulo 4 Orientações ao Estudante do Programa de Pós EAD

b) Equipe Multidisciplinar Atua no


processo de
É formada por profissionais capacitados para atuarem no processo interação de todos
de interação de todos os profissionais envolvidos (estudantes, os profissionais
professores e tutores), na relação com toda a estrutura do curso e para envolvidos.
estabelecerem momentos de interação. Em síntese, a função da equipe
multidisciplinar é:

• criar e fazer a manutenção do modelo de mediação pedagógica;


• construir os referenciais para a adequação do tratamento linguístico dos
materiais instrucionais;
• arquitetar e consolidar o desenho didático do caderno de estudos;
• criar recursos de aprendizagem. O tutor é o
profissional
que possui
c) Tutor Semipresencial conhecimento
de todas as
O tutor é o profissional que possui conhecimento de todas as etapas etapas do curso
do curso e o responsável em dinamizar a participação dos estudantes e o responsável
nas diferentes situações. Não podemos pensar que todos os estudantes em dinamizar
a participação
possuem a mesma capacidade de atuar independentemente. Muitos
dos estudantes
deles precisam de auxílio e estímulo para realizar suas atividades. nas diferentes
situações.

Se você estuda na modalidade on-line qualquer dúvida ou


dificuldade em relação ao conteúdo ou desenvolvimento do curso
você deve de entrar em contato com a UNISSELVI-PÓS através
dos meios de comunicação disponíveis. Mas, se você estuda na
modalidade semipresencial ou semipresencial-flex é o tutor presencial
(de sua turma) que irá esclarecer as dúvidas ou dificuldades em
relação ao desenvolvimento do curso, conforme descritos a seguir.

Neste sentido, as principais funções do tutor semipresencial são:

• conduzir os encontros presenciais nos dias determinados no cronograma de


cada turma;
• receber e distribuir o material do curso (caderno de estudo) aos estudantes.
• coletar e prestar informações sobre os estudantes;
• manter atualizado o diário de classe para controle de presença e realização
de atividades nos encontros presenciais;
• manter a lista de controle de entrega dos instrumentos de avaliação;
• informar os alunos sobre datas importantes do cronograma, regulamentos e
procedimentos do curso;

73
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

• auxiliar no processo de ensino e de aprendizagem, orientando os alunos no


planejamento de seus trabalhos;
• incentivar os alunos e esclarecer suas dúvidas em relação ao conteúdo das
disciplinas;
• reforçar a aprendizagem;
• acompanhar e orientar os estudantes e com eles discutir as atividades de
estudo propostas no caderno.
• ter uma atitude proativa diante das atividades e dos desafios de aprendizagem;
• organizar situações de estudo, tais como: realização de exercícios, revisões
e fórum sobre o conteúdo do caderno de estudos, atividades síncronas e
assíncronas;
• imprimir e aplicar as avaliações nos encontros presenciais.
• efetuar a correção das avaliações, conforme as orientações enviadas ao
professor-autor;
• lançar as notas das avaliações na plataforma virtual de aprendizagem.
• Incentivar os alunos para que façam as avaliações institucionais na plataforma
virtual de aprendizagem;
• orientar os alunos na realização do TCC (artigo científico);
• organizar o processo de apresentação do TCC;
• coordenar o processo de avaliação do TCC;
• preencher a ata de apresentação presencial e individual do TCC e encaminhá-
la ao Programa de Pós-Graduação EAD da Uniasselvi;
• prestar informação sobre todas as questões pedagógicas que estão
relacionadas a ausências, afastamentos e dificuldades, bem como sobre
outras questões que surjam durante o desenvolvimento do curso;
• realizar quaisquer outras atividades que se fizerem necessárias ao bom
andamento do curso.

O tutor on-line d) Tutor on-line


tem a responsa-
bilidade de orien-
O tutor on-line também tem a responsabilidade de orientar e
tar e acompanhar
os alunos, mas, acompanhar os alunos, mas, neste caso, sua função é exercida
sua função é a distância, através da plataforma virtual de aprendizagem ou por
exercida a distân- telefone. Se você estuda na modalidade on-line, todas as atividades serão
cia, através da acompanhadas pelo tutor on-line.
plataforma virtual
de aprendizagem
As principais funções do tutor on-line são:
ou por telefone.
• atuar diretamente na instituição que oferece o curso; ser a ponte de
comunicação entre o tutor presencial, o estudante e o professor-autor;
• ter uma atitude proativa diante das atividades e dos desafios de aprendizagem.
• encaminhar ao setor competente os pedidos, as solicitações de informação e
as dúvidas de estudantes e dos tutores presenciais;
• organizar situações de estudo, tais como: realização de exercícios, revisões
e fórum sobre o conteúdo do caderno de estudos, atividades síncronas e
assíncronas;
• coletar e prestar informações sobre os estudantes;
• informar os alunos sobre datas importantes do cronograma, regulamentos e

74
Capítulo 4 Orientações ao Estudante do Programa de Pós EAD

procedimentos do curso;
• solucionar dúvidas dos estudantes e dos tutores presenciais em relação ao
material do curso (caderno de estudos);
• auxiliar no processo de ensino e de aprendizagem, orientando os alunos no
planejamento de seus trabalhos;
• incentivar os alunos e esclarecer suas dúvidas em relação ao conteúdo das
disciplinas;
• reforçar a aprendizagem;
• acompanhar e motivar os alunos na realização das atividades propostas.
• efetuar a correção das avaliações, conforme as orientações do professor-autor;
• lançar as notas das avaliações na plataforma virtual de aprendizagem.
• incentivar os alunos para que façam as avaliações institucionais na plataforma
virtual de aprendizagem;
• orientar os alunos na realização do artigo científico;
• restar informação sobre todas as questões pedagógicas que estão
relacionadas a ausências, afastamentos e dificuldades, bem como sobre
outras questões que surjam durante o desenvolvimento do curso;
• realizar quaisquer outras atividades que se fizerem necessárias ao bom
andamento do curso.

Agora que você sabe como funciona o suporte pedagógico do Programa de


Pós-Graduação a Distância da Uniasselvi, trataremos do suporte tecnológico do
curso.

Suporte Tecnológico na Ead Dentre os


principais
recursos, estão:
Para viabilizar o processo de mediação tecnológica, a UNIASSELVI videoaula, material
desenvolveu um conjunto de recursos tecnológicos que darão o apoio autoinstrutivo
necessário para os seus estudos. Dentre os principais recursos, estão: (caderno de
estudos) e
videoaula, material autoinstrutivo (caderno de estudos) e plataforma
plataforma virtual
virtual de aprendizagem. de aprendizagem.

Plataforma
Virtual de
Aprendizagem

Pós-Graduando
Pós-Graduando

Material
Videoaula
Autoinstrutivo

75
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

a) Plataforma Virtual de Aprendizagem


Contempla situ-
ações de ensino
e aprendizagem Trata-se de um ambiente para suporte e acompanhamento das
que “se efetiva atividades pedagógicas na EAD. É um ambiente que integra diversas
na interação ferramentas de comunicação e que contempla situações de ensino
entre estudantes e aprendizagem que “se efetiva na interação entre estudantes e o
e o objeto de es-
objeto de estudo [conteúdos], expresso nos materiais didáticos
tudo [conteúdos],
expresso nos ma- impressos ou online” (CATAPAN; MALLMANN; RONCARELLI, 2006,
teriais didáticos p. 2). Inicialmente, apresentamos algumas ferramentas disponíveis
impressos ou on- na plataforma virtual de aprendizagem, como acessá-las e o que é
line” (CATAPAN; possível fazer.
MALLMANN;
RONCARELLI,
Na plataforma virtual de aprendizagem, você poderá:
2006, p. 2).

• conhecer toda a dinâmica do curso;


• realizar a avaliação institucional;
• interagir com o tutor;
• obter informações sobre seu curso e notícias da Instituição;
• realizar downloads de modelos e materiais de estudos;
• consultar leituras complementares sugeridas pelos professores-autores;
• acessar as ferramentas de interação (fóruns, chat);
• consultar suas notas;
• ver as perguntas mais frequentes;
• anter contato com a equipe pedagógica Uniasselvi.

A figura a seguir ilustra a estrutura da Plataforma, veja:

A Uniasselvi-Pós entende que a plataforma virtual de aprendizagem


possibilita um contato entre alunos, tutores e professores-autores, os quais,

76
Capítulo 4 Orientações ao Estudante do Programa de Pós EAD

mesmo separados geograficamente, podem interagir de maneira sincrônica


ou assincrônica, por meio das várias ferramentas disponíveis para atender as
necessidades de todos os envolvidos no processo.

A plataforma virtual de aprendizagem também está integrada com a secretaria


da Instituição, de forma a manter a transparência das informações para o pós-
graduando, equipe multidisciplinar e tutores.

Na plataforma, o cursista também pode realizar a Avaliação Institucional


(a seguir, você vai conhecê-la melhor), entrar em contato com a Tesouraria,
acompanhar suas mensalidades, fazer a impressão de boletos (2a via de boletos),
etc. Navegue por esse espaço para conhecer toda facilidade e praticidade que ela
propicia a você.

Videoaula tem
b) Videoaula a finalidade de
incentivar os
O vídeo é um dos meios que permite ao professor-autor apresentar estudantes para
aspectos que são relevantes para a disciplina em curso. No Programa o autoestudo,
de Pós-Graduação EAD da UNIASSELVI, a videoaula tem a finalidade de dar sentido
aos conteúdos
de incentivar os estudantes para o autoestudo, de dar sentido aos
presentes no
conteúdos presentes no respectivo caderno de estudos e de aproximar respectivo caderno
você do conhecimento científico e técnico. de estudos e de
aproximar você
Você pode assistir ao vídeo das disciplinas a partir da Plataforma do conhecimento
Virtual de Aprendizagem. Basta selecionar no menu a opção Estudo > científico e
técnico.
DVD da Disciplina. Veja:

77
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

A palavra impres- c) Material Autoinstrutivo (caderno de estudos)


sa continua a
ser o meio mais
utilizado para Apesar de o desenvolvimento tecnológico possibilitar uma
os estudos na comunicação mais rápida entre as pessoas, é a palavra impressa que
modalidade a continua a ser o meio mais utilizado para os estudos na modalidade a
distância, pois é distância, pois é de fácil acesso e manuseio.
de fácil acesso e
manuseio.

Veja que a atenção dada à forma como abordamos o texto, no


capítulo anterior, reforça a ideia de que os materiais impressos ainda
são bastante frequentes nos cursos na modalidade a distância.

O material autoinstrutivo também está disponível na plataforma virtual de


aprendizagem, o que lhe permite escolher o local e o horário mais adequado
para seu estudo, mesmo que você não tenha o caderno impresso em mãos. Os
capítulos dos cadernos de estudos de cada disciplina estão em arquivos .pdf.
Você pode lê-los a partir da plataforma virtual de aprendizagem. Basta selecionar
no menu a opção Estudo > Material de Apoio. Veja:

O material autoinstrutivo ou caderno de estudos possibilita “a ideia de criar


uma conexão e associação entre capítulos, assuntos, disciplinas, áreas do
conhecimento ou entre as atividades” (SARTORI; ROESLER, 2005, p. 86). Na
sequência, apresentamos os papéis e as características do caderno de estudos
da pós-graduação EAD da UNIASSELVI.
78
Capítulo 4 Orientações ao Estudante do Programa de Pós EAD

• O papel do caderno de estudos

Há vários atores e recursos para fazermos a mediação pedagógica


necessária ao seu aprendizado. Contudo, o caderno de estudos ocupa um papel
de destaque no Programa de Pós-Graduação da UNIASSELVI.

É a partir da leitura (exploratória, analítica) dos capítulos e da realização das


atividades de estudos propostas que você pode:

• avaliar como os conteúdos têm contribuído para seu crescimento pessoal/


profissional;
• decidir se precisa do auxílio do tutor ou apenas de outras fontes de leitura
(sugeridas no próprio caderno);
• controlar seu desempenho nas avaliações.

• Características do caderno de estudos


A elaboração
A elaboração do caderno de estudos da UNIASSELVI parte da do caderno
filosofia da Instituição que é: Não basta saber, é preciso saber fazer. de estudos da
É função dos professores-autores elaborar um material didático que UNIASSELVI parte
facilite a aprendizagem, utilizando-se de técnicas e meios que levem o da filosofia da
Instituição que é:
estudante a relacionar o conteúdo do caderno com a prática, por meio
Não basta saber, é
de exemplos, modelos, reflexões, problematização, exploração de preciso
outras fontes de informação e de sua experiência de vida. As principais saber fazer.
características do material autoinstrutivo (caderno de estudos) são:

• é produzido por professores com vasta experiência em sua área de atuação;


• apresenta conteúdo atualizado;
• está dividido em capítulos, com os conteúdos organizados de maneira gradual,
permitindo que você os leia quando e onde quiser. Assim, você consegue
iniciar e concluir um capítulo, obtendo a sensação de finalização e progresso;
• está escrito em linguagem acessível, explora conceitos difíceis ou termos
técnicos para facilitar sua compreensão;
• explora relatos ou exemplos pessoais para aproximar ou aplicar determinadas
teorias no dia a dia;
• faz indicações de leituras e filmes para aprofundamento dos conteúdos;
• apresenta atividades de estudo: cada uma delas, a seu modo, tem como
objetivo estimular a síntese e a conclusão quanto ao assunto de cada capítulo.
As atividades aparecem a qualquer momento, e não apenas ao término do
capítulo, para você identificar com precisão em que ponto não houve conexão
entre o que você leu e o que foi proposto no caderno.

Até aqui procuramos apresentar sinteticamente a função da plataforma virtual


de aprendizagem e do material autoinstrutivo (caderno de estudos e vídeoaula).
Na seção a seguir detalharemos a estrutura e as orientações de funcionamento
dos cursos do Programa de Pós-Graduação EAD da Uniasselvi.

79
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Programa de Pós-Graduação EAD



Nesta seção, você compreenderá a estrutura geral dos cursos do Programa
de Pós-Graduação a Distância da UNIASSELVI. Os cursos de pós-graduação
foram estruturados em dez disciplinas com carga horária total de 400h,
organizadas em dois módulos: fundamental e específico. O módulo fundamental,
composto por quatro disciplinas de pertinência geral para todos os cursos e o
módulo específico, composto por seis disciplinas relacionadas diretamente às
necessidades atuais de cada curso.

Os cursos de MBA têm 11 disciplinas, com carga horária total


de 440h, organizadas em dois módulos: quatro referentes ao módulo
fundamental e sete relativas ao módulo específico. A duração é de 13
meses, sendo 11 meses para estudos das disciplinas e 2 meses para
a elaboração e apresentação do TCC.

Os cursos de Pós-Graduação em nível de especialização serão desenvolvidos


em, aproximadamente, 12 meses: 10 meses para estudos das disciplinas e
realizar as avaliações de aprendizagem, distribuídos em 10 encontros presenciais,
e mais 2 meses de prazo para a apresentação e entrega do trabalho de conclusão
de curso.

A seguir, você conhecerá as modalidades dos cursos e suas respectivas


formas de avaliação.

a) Modalidades dos cursos

Com o objetivo de atender as diferentes demandas e perfis de alunos,


foram desenvolvidas três formas de organização e funcionamento dos cursos:
semipresencial, semipresencial-flex e on-line. Veja, a seguir, como cada uma
delas funciona:

• Modalidade Semipresencial

Os encontros presenciais são situações de estudo que ocorrem sob a


orientação do tutor presencial, o qual tem formação acadêmica na área do curso
e é responsável por mediar a aprendizagem.

80
Capítulo 4 Orientações ao Estudante do Programa de Pós EAD

–– Horários

Os encontros presenciais acontecem nos horários apresentados no quadro


a seguir:

Período Encontros Início Fim


Primeiro Horário 18h40min 20h20min
Noturno
Intervalo 20h20min 20h30min
2a a 6a
Segundo Horário 20h30min 22h
Primeiro Horário 8h 9h50min
Matutino
Intervalo 9h50min 10h
Sábado
Segundo Horário 10h 11h40min

–– Encontros presenciais

Estão previstos 12 encontros presenciais em seu curso. 10 encontros para


as disciplinas e avaliações e mais 2 encontros para apresentação e entrega do
TCC. Ou seja, nos encontros presenciais você irá realizar avaliações, discutir os
conteúdos e as atividades de estudo previstas no caderno de estudos e receber
orientações sobre o TCC. Acompanhe cada uma das atividades no quadro que
segue:

81
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

A avaliação do –– Avaliação de Aprendizagem


desempenho do
estudante dar-se-
-á no processo, O Decreto nº 5.622, de dezembro de 2005, que regulamenta o art.
mediante: 80 da Lei n º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, estabelece:
I - cumprimento
das atividades Art. 4º A avaliação do desempenho do estudante para fins de
programadas; e promoção, conclusão de estudos e obtenção de diplomas ou
II - realização de certificados dar-se-á no processo, mediante:
exames presen-
I - cumprimento das atividades programadas; e
ciais.
II - realização de exames presenciais.

A orientação do Decreto nº 5.622 é a mesma para todas as modalidades


(semipresencial, semipresencial-flex e on-line) do curso do Programa de Pós-
Graduação a Distância EAD da Uniasselvi.

Em conformidade com a legislação vigente, você será avaliado, em cada


disciplina, por meio de duas avaliações presenciais: a avaliação formativa 1 e a
avaliação formativa 2. Além disso, você fará a avaliação institucional. Vejamos um
pouco mais sobre cada avaliação.

A aprendizagem
–– Avaliação Formativa 1
cooperativa esti-
mula a interação
entre os alunos Realizada sob a forma de uma avaliação cooperativa por disciplina.
e desenvolve Estudar de forma cooperativa significa poder contar com a ajuda de
o espírito do outras pessoas na resolução de atividades ou tarefas.
trabalho
em equipe.
A aprendizagem cooperativa estimula a interação entre os alunos
e desenvolve o espírito do trabalho em equipe. Neste curso de pós-graduação,
serão desenvolvidas avaliações cooperativas e você deverá seguir as orientações
determinadas pelo professor-autor de cada disciplina e apresentadas pelo tutor
presencial. As características principais desta avaliação são:

• tem peso 4,0;


• é realizada no segundo encontro de cada disciplina, conforme o cronograma
da sua turma;
• é presencial, feita em duplas ou pequenos grupos;
• pode envolver a produção de textos, debates, mapas conceituais, etc.;
• a correção será feita pelo tutor presencial, conforme orientações do professor-
autor.

–– Avaliação Formativa 2

Ao final de cada um dos 2 módulos (fundamental e específico) de seu

82
Capítulo 4 Orientações ao Estudante do Programa de Pós EAD

curso, será realizada a avaliação formativa 2. As características principais desta


avaliação são:

• tem peso 6,0;


• é realizada, presencialmente, ao final do módulo, conforme o cronograma da
sua turma;
• esta avaliação é individual e sem consulta;
• compõe-se de 10 questões objetivas sobre os conteúdos do caderno de
estudos de cada disciplina do módulo fundamental e do módulo específico;
• a correção é feita pelo tutor presencial, conforme orientações do professor-
autor.

Avaliação Institucional

Para melhorar cada vez mais nossa qualidade, precisamos que


você participe da avaliação institucional. Ao término de cada módulo,
você avaliará as disciplinas cursadas e demais componentes do
processo de mediação pedagógica.

Faça esta avaliação com seriedade, a fim de que possamos


garantir um ensino de qualidade. Serão duas avaliações institucionais
programadas para o seu curso. Para realizar a avaliação institucional
é necessário acessar a plataforma virtual de aprendizagem com seu
login e senha. Participe!!!

• Modalidade Semipresencial-Flex Na modalidade


semipresencial-
flex a formação
Na modalidade semipresencial-flex a formação de turmas ocorre
de turmas ocorre
por demanda, podendo reunir estudantes de diferentes cursos numa por demanda,
mesma turma. Neste sentido, a forma de funcionamento segue, podendo reunir
basicamente, a mesma da modalidade semipresencial, com algumas estudantes de
adequações no desenvolvimento dos encontros presenciais. diferentes cursos
numa mesma
turma.
Na modalidade semipresencial-flex estão previstos 12 encontros
presenciais. 10 encontros para realizar as avaliações Formativa 1 e 2 e orientações
sobre o TCC. 2 encontros para a apresentação dos TCC. Acompanhe cada uma
das atividades no quadro que segue:

83
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

Nesta modalidade de estudos, a Avaliação Formativa 1 tem a finalidade de


avaliar a capacidade de interpretação, compreensão e domínio dos conteúdos
apresentados no caderno de estudos.

Na modalidade • Modalidade On-line


on-line o aluno
se inscreve na Nesta modalidade de ensino o aluno se inscreve na plataforma
plataforma virtual virtual de aprendizagem e realiza todos os seus estudos em casa. Para
de aprendizagem
cada uma das disciplinas o estudante recebe em casa o caderno de
e realiza todos os
seus estudos, CD com todos os arquivos e videoaulas das disciplinas, bem
estudos em casa. como orientações operacionais, preparados especialmente para o curso
em que está matriculado.

Os alunos que estudam na modalidade on-line realizam uma avaliação


presencial de todas as disciplinas estudadas durante o curso, o que atende
à exigência do MEC, de acordo com a resolução n. 1 de 8 de junho de 2007,
“Art. 6°- Os cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos a distância deverão
incluir, necessariamente, provas presenciais e defesa presencial individual de
monografia ou trabalho de conclusão de curso”. (BRASIL, 2007). Portanto, no final
do curso estão previstos 2 momentos presenciais para a avaliação final do curso
e apresentação do TCC. Acompanhe cada uma das atividades no quadro que
segue:

84
Capítulo 4 Orientações ao Estudante do Programa de Pós EAD

Nessa forma de organização, a função pedagógica está vinculada ao tutor


on-line que tem o objetivo de apoiar o estudante em alcançar determinadas
competências de aprendizagem relevantes para a disciplina, tais como:
informações, orientações, feedback e discussões para determinado foco de
interesse do estudante.

O tutor on-line atuará junto à Uniasselvi e estará em contato com o cursista


por meio dos encontros midiatizados (chat, fórum de discussões, e-mail, telefone,
fax) para dar apoio pedagógico e assumir a intermediação entre o professor-autor
e o cursista.

O sistema de avaliação da aprendizagem é desenvolvido em cada disciplina


na plataforma virtual de aprendizagem mensalmente, conforme o cronograma. Ou
seja, o aluno realiza a avaliação formativa 1, de caráter descritivo, que procura
avaliar a capacidade de interpretação, compreensão e domínio dos conteúdos
apresentados no caderno de estudos e a avaliação formativa 2, composta por 20
questões objetivas sobre os conteúdos do caderno de estudos.

b) Diretrizes sobre Avaliação e Aprovação no Curso

Diretrizes são leis que orientam determinada ação. No Programa de Pós-


Graduação EAD da UNIASSELVI, as instruções que orientam a avaliação e a
aprovação no curso são:

85
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

• Notas

As notas das avaliações serão registradas pelo tutor presencial,


numericamente, de ZERO a DEZ, admitindo-se frações de 0,5. A média será
formada pela soma do resultado da avaliação formativa 1 (peso 4) e da avaliação
formativa 2 (peso 6). A partir da média, o sistema transformará a nota em conceito,
conforme descrito no quadro a seguir:

Conceito Significado Similar


A Excelente 9,0 a 10,00
B Bom 8,0 a 8,9
C Satisfatório 7,0 a 7,9
D Reprovado Inferior a 6,9

Para que o aluno seja considerado aprovado na disciplina, será necessário


que possua conceito mínimo “C” como resultado final das avaliações (o resultado
final será calculado a partir da soma da avaliação formativa 1 e da avaliação
formativa 2).

Os alunos que receberem conceito “D” estarão reprovados na respectiva


disciplina e deverão refazê-la em outra turma.

Todas as disciplinas do curso seguem a mesma forma de avaliação.

A seguir, apresentamos uma simulação do processo avaliativo. Por


exemplo, se o aluno conseguiu as seguintes notas nas avaliações:

• Avaliação formativa 1 – nota 7,0 (nota x peso ÷ 10) 7,0 x 4 = 28 ÷ 10= 2,8
• Avaliação formativa 2 – nota 9,0 (nota x peso ÷ 10) 9 x 6 = 54 ÷ 10= 5,4

Posteriormente, somam-se as duas notas para obtenção do conceito


final da disciplina (2,8+5,4= 8,2). Neste exemplo, a nota final é 8,2, a qual
equivale ao conceito B, conforme quadro anterior.

Atenção: Para os alunos inscritos na modalidade on-line, conforme


resolução n. 1 de 8 de junho de 2007, haverá uma avaliação final. A avaliação final
é presencial e envolve todos os conteúdos dos cadernos de estudos de cada
uma das disciplinas estudadas no curso. A nota desta avaliação será registrada
na forma de conceitos: “A”, “B”, “C” e “D”, conforme descrito na tabela anterior. A
avaliação final do curso só poderá ser feita se o(a) estudante conseguir no mínimo

86
Capítulo 4 Orientações ao Estudante do Programa de Pós EAD

conceito C (correspondente a nota 7,0) em cada uma das disciplinas cursadas.


Os estudantes que receberem conceito “D” na avaliação final estão reprovados
no curso e deverão refazê-la. A data para realização da avaliação final do curso
poderá coincidir com a data da apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC).

• Divulgação do aproveitamento de cada disciplina

As principais orientações quanto à divulgação do aproveitamento de cada


disciplina são:

• a composição do conceito final de cada disciplina acontecerá no


final de cada disciplina para os estudantes da modalidade on-line O conceito estará
e, no final de cada módulo, para os estudantes da modalidade disponível na
semipresencial e semipresencial-flex; plataforma virtual
• o conceito estará disponível na plataforma virtual de aprendizagem de aprendizagem
da Instituição. Com seu login e senha você acessa o Menu. Ali, você da Instituição.
clica em Meu Curso > Aproveitamento;
• se algum conceito não for informado após o término da disciplina ou após a
avaliação do módulo, entre em contato com o seu tutor.

• Critérios de promoção

Os critérios
Os critérios de promoção envolvem simultaneamente a presença e
de promoção
o aproveitamento nas disciplinas, obedecendo aos seguintes itens: envolvem
simultaneamente
• ter presença superior a 75% nos encontros presenciais (para os a presença e o
alunos da modalidade semipresencial e semipresencial-flex); aproveitamento
• participar dos dois momentos presenciais: de avaliação e de nas disciplinas.
apresentação do TCC (para os alunos da modalidade on-line);
• alcançar média de aproveitamento igual ou superior a 7,0 (sete),
correspondente ao conceito C, em todas as disciplinas do curso;
• o aluno que obtiver média de aproveitamento inferior a 7,0 (sete) estará
reprovado na disciplina e deverá refazê-la;
• alcançar média de aproveitamento igual ou superior a 7,0 (sete),
correspondente ao conceito C, na avaliação final (para os alunos da
modalidade on-line);
• os estudantes que receberem conceito “D” na avaliação final estão reprovados no
curso e deverão refazê-la (para os alunos da modalidade on-line).

• Condições para obtenção do título

Para ser considerado aprovado no curso, fazendo jus ao certificado, o aluno


deverá ter:

• cursado todas as disciplinas da grade curricular, com frequência mínima


obrigatória das horas destinadas aos encontros presenciais (para os alunos

87
Educação a Distância e Métodos de Autoaprendizado

da modalidade semipresencial e semipresencial-flex);


• cursado todas as disciplinas da grade curricular, com frequência obrigatória
dos dois momentos presenciais (para os alunos da modalidade on-line);
• alcançado conceito A, B ou C em avaliação específica a cada disciplina;
• cursado a disciplina preparatória Metodologia do Trabalho Científico (MTC)
para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), período durante
o qual deverá apresentar anteprojeto ao tutor;
• elaborado e apresentado o TCC no formato de artigo científico ou relatório de
estágio (cursos de psicopedagogia), em um período máximo de até 3 meses
após a última disciplina do curso;
• obtido aprovação do TCC.
• quitado todas as pendências financeiras e estar em dia com a documentação
solicitada no ato da matrícula.

Atividade de Estudos:

Para entender melhor o funcionamento do programa de Pós-Graduação


EAD, elabore um esquema sobre a estrutura de funcionamento do seu
curso.
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Algumas Considerações
Neste último capítulo, procuramos relatar brevemente o histórico da
UNIASSELVI para que você conhecesse o perfil desta Instituição. Na sequência,
descrevemos os principais aspectos institucionais da estrutura do Programa de
Pós-Graduação EAD, o suporte pedagógico e tecnológico.

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Capítulo 4 Orientações ao Estudante do Programa de Pós EAD

Todos os aspectos apresentados denotam resumidamente o processo de


funcionamento do Programa de Pós-Graduação EAD em nível de especialização
da UNIASSELVI. Cabe destacar que é um trabalho de equipe com características
transdisciplinares entre os envolvidos no processo, pois acreditamos que o diálogo
e a cooperação são essenciais para o ótimo aproveitamento de seu curso.

Dessa forma, entendemos que você tem à disposição as informações


necessárias a sua caminhada no curso em que você está matriculado. Maiores
informações você encontra no site da instituição: www.uniasselvipos.com.br

Referências
BRASIL. Resolução n° 1, de 8 de junho de 2007. Estabelece normas
para o funcionamento de cursos de pós-graduação lato sensu, em nível de
especialização. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/
rces001_07.pdf>. Acesso em: 26 abr. 2010.

BRASIL. Decreto no 5.622 de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art.


80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm>. Acesso em: 26 abr. 2010.

CAMPOS, Fernanda C. A. et al. Cooperação e aprendizagem on-line. Rio de


Janeiro: DP&A, 2003.

CATAPAN, Araci Hack; MALLMANN, Helena Maria; RONCARELLI, Dóris.


Ambientes virtuais de ensino-aprendizagem: desafios na mediação pedagógica
em educação a distância. In: Congresso Nacional de Ambientes Hipermídia
para Aprendizagem (CONAHPA), 2006, Florianópolis. Anais... Florianópolis-SC,
UFSC, 2006. 1 CD-ROM.

SARTORI, Ademilde; ROESLER, Jucimara. Educação Superior a Distância:


gestão da aprendizagem e da produção de materiais didáticos impressões e on-
line. Tubarão: UNISUL, 2005.

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