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(1571-1635)
Em nossa aula anterior afirmamos que Wolfgang Ratke (1571–1635) escreveu
sua Nova Arte de Ensinar no mesmo período em que a Ciência Moderna
estava se constituindo, iniciando a sua separação da Filosofia, para instituir-se
como um corpo organizado, coerente e sistemático de conhecimento que
procura explicar os fenômenos de uma determinada parte da realidade.
Naquele momento histórico, os fenômenos que interessavam aos estudiosos
da época eram os fenômenos da natureza, pois até então não era possível
estudar os fenômenos naturais a partir da experimentação. Lembre-se de que a
Igreja Católica afirmava que o conhecimento dependia da fé e proibia a
experimentação.
A partir dessa citação podemos concluir que as bases do currículo escolar que
adotamos até hoje estão expressas nessa primeira afirmação de Ratke: ler,
escrever e contar. Há outra expressão nessa citação para a qual queremos
chamar a sua atenção, por isso grifamos a citação anterior. A expressão é:
“vida prática”. Ratke propõe o estudo de conteúdos que tenham utilidade para a
prática, para aqueles que trabalham e não só para aqueles que, na época
estudavam por sua condição aristocrática. Você consegue imaginar, supor, a
mudança que significava, naquela época, formar os trabalhadores e não
somente os filhos das famílias abastadas? Você consegue imaginar, supor a
resistência que se organizou a essas ideias?
A partir dos princípios indicados acima, chama a nossa atenção o fato de Ratke
propor o ensino na língua materna. Lembre-se de que nos tempos em que a
Igreja Católica foi a instituição responsável por conservar, organizar, produzir e
difundir o Conhecimento da época, o latim era a língua em que se difundia o
Conhecimento. Desse modo, Ratke se opunha à doutrina católica apostólica e
sua língua latina, como também contra o ensino coercitivo, e o ensino baseado
na relação pessoal aluno/preceptor.