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NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. Tradução: Sérgio Tellaroli.

São Paulo :
Companhia das Letras, 1995.

O livro, escrito em 1995, apresenta a visão de Nicholas Negroponte, pesquisador do


MIT, sobre as perspectivas de futuro no que se refere ao desenvolvimento da tecnologia
digital, apontando, não apenas a tecnologia em si, mas também prevendo modificações
nos hábitos pessoais e sociais decorrentes da apropriação desses recursos pela
humanidade. Dessas, observamos que muitas podem ser evidenciadas atualmente,
algumas se encontram ainda em fase embrionária, enquanto outras foram superadas.

O livro foi organizado em três partes. A primeira apresenta algumas questões


conceituais de tecnologia, destacando as diferenças entre organizar, distribuir e lidar
com a informação em formato de átomos e em formato de bits. A segunda parte é
dedicada para a interface. O autor discute questões como a representação do mundo na
forma de bits, a persona gráfica, a preocupação de tornar a interface mais amigável ao
ser humano e propõe uma mudança no foco das pesquisas: em vez de tornar a interface
mais amigável, investir no desenvolvimento de interfaces e agentes inteligentes, que
conseguem comunicar-se entre si, de reconhecer o usuário humano e com ele
estabelecer uma forma de interação mais personalizada. E a terceira parte enfoca a vida
digital, refletindo sobre as mudanças nos modos de viver e de compreender a sociedade.
A passagem de uma lógica de pensamento analógica para uma lógica de pensar digital.

Ao longo de todo o livro, Negroponte aponta que, apesar de vivermos em um mundo


repleto de bits, ainda vivemos e pensamos de acordo com uma lógica de átomos. Um
dos exemplos para argumentar sua tese é a lógica dos meios de comunicação, discutida
nos últimos capítulos. O autor afirma que os meios de comunicação ainda buscam
aprofundar a tecnologia tendo em vista a qualidade da imagem, pouco investindo na
ampliação da interatividade possibilitada pelos bits. Em decorrência, ainda prevalece a
transmissão de informações a partir da premissa das mídias de massa. Encaminhar uma
mesma informação de forma massificada, para que atinja o maior número possível de
usuários ao mesmo tempo. Propõe que, em vez disso, a lógica dos bits enfatiza a
possibilidade de personalização da informação, de acordo com os interesses de cada ser
humano.

Outro aspecto destacado pelo autor diz respeito à lógica de pensar do modelo
econômico capitalista, que tem impedido, em alguns aspectos, o avanço da tecnologia.

Ainda na última parte, Negroponte dedica um capítulo para discutir a educação, que,
segundo a mesma lógica analógica, aposta num formato em que todos precisam
aprender as mesmas coisas. Discorrendo rapidamente sobre a proposta de Papert, aponta
que a nova lógica de pensamento que se apresenta requer que a educação se volte mais
para a valorização das diferenças, da criatividade, e do desenvolvimento da autonomia
frente a construção do conhecimento.

Seguem algumas ideias do livro em forma de fichamento.

A vida digital
Introdução
Ao longo da introdução o autor apresenta dados sobre a expansão dos computadores e
demais suportes eletrônicos que permitem a digitalização das informações, sendo que a
primeira versão da obra data do ano de 1995. Aponta, também, um cenário para o início
do “novo milênio”, no que tange as formas de armazenamento e transmissão de
informação e de relacionamento social, provocando a leitura da obra.

“A informática não tem mais nada a ver com computadores. Tem a ver com a vida das
pessoas.” (Negroponte, 2002, p. 12)

“A multimídia interativa deixa muito pouco espaço para a imaginação. Tal e qual um
filme de Hollywood, a narrativa multimídia inclui representações tão específicas que
deixa cada vez menos espaço para a fantasia. A palavra escrita, ao contrário, estimula a
formação de imagens e evoca metáforas cujo significado depende sobretudo do leitor.
Quando lemos um romance, muito da cor, do som e do movimento provém de nós
mesmos. Eu acredito que esse mesmo tipo de expansão pessoal faz-se necessário para
sentir e compreender o significado da “vida digital” para cada um de nós”. (Negroponte,
2002, p. 13)

1° capítulo: O DNA da informação

Vida “atual” Vida digital


A maioria da informação A maioria da informação
chega em “átomos” chega em formato de “bits”
(revista, jornal, livros,...) (internet)

Os “bits” tem valor muito superior aos “átomos” que os armazenam.


O que é um bit, afinal

Definição de bit para Negroponte:

BIT

Transportados Menor parte possível


a velocidade da para compor uma
luz. informação.

Canal de
transmissão.

Largura de
banda

Quantidade de
BITS
transmitidos
por segundo.

Quando todos os meios de comunicação forem bits.

Sinal com Informação


correção de digital
dados

Maior Compressão
qualidade de dados
final

4 sinais
digitais x 1
sinal
analógico

Multimídia = mistura de áudio, vídeo e dados.


Bits cabeçalhos = contêm informações sobre os bits que os sucedem. Espécie de índice
ou descrição de dados. Permitem transitar mais facilmente pela informação.
Multimídia e “bits cabeçalhos” permitiram a emergência do conceito de vídeo-on-
demand.

Onde mora a inteligência

TV = “inteligência” no ponto de origem (transmissor).


Jornal = produzido tendo a “inteligência” no transmissor, contudo a manipulação do
jornal varia conforme o receptor.
Comunicação digital = possibilita “inteligência” do lado do receptor.
Futuro = ambas as coisas

2º capítulo: Desmascarando a largura de banda

Do pingo à chuvarada
“Largura de banda é a capacidade de enviar informação por um determinado canal.”
(Negroponte, 2002, p. 27)

Condutores de bits

Fio telefônico de cobre = baixa largura de banda.


Modem = modulador – demodulador » bits para ondas e vice-versa
Fibra ótica
Ondas de rádio

O autor defende que, na medida do possível se use mais a transmissão de informação


por fibra ótica do que por ondas de rádio.

Fibra: o caminho da natureza


Critica a ansiedade provocada pelas propostas capitalistas de tornar obsoleto o que ainda
nem foi aproveitado de forma adequada.

Mais é menos

Transformando 100 mil bits em 1 bit


“A transmissão da maior parte dos bits nada terá a ver com a taxa com que nós, como
seres humanos, os consumimos.” (Negroponte, 2002, p. 41)

3º Capítulo: Transmitindo Bits


1972 – início das pesquisas para uma HDTV analógica.
O autor inicia o capítulo criticando a busca por uma melhor qualidade da imagem
analógica em vez da preocupação em desenvolver tecnologia para atender melhor o
público no que se refere a programação.
1991 – proposição da TV digital – General Instrument Corporation

Vai procurando demonstrar, ao longo de seu discurso, como os interesses econômicos e


políticos interferem no desenvolvimento tecnológico.

A tecnologia certa para os problemas errados

4º Capítulo: A polícia dos bits


O autor critica a utilização da lógica da comunicação analógica para regulamentar a
comunicação na era digital como as concessões de direitos de transmissão de
informação, do direito autoral. Este último permanece totalmente defasado e com
discussão ainda embrionária atualmente.

5º Capítulo: os bits misturados


Discute a multimídia e suas tendências.

6º Capítulo: o negócio dos bits


Destaca a velocidade das mudanças e considera mais impactantes as que se referem à
computação móvel e à rede.

“Hoje, as grandes mudanças nos computadores e nas telecomunicações emanam dos


aplicativos, das necessidades humanas básicas, muito mais do que das ciências materiais
básicas.” (Negroponte, 2002, p. 77)

Transportando bits

Propõe que se repense a forma de cobrar pelo “transporte de bits”. Em vez de pagar pela
banda, que no posicionamento do autor, deveria ser gratuito, pagar-se-ia pelo tipo de
conteúdo da transmissão. Ex.: filme, monitoramento médico. Pelo valor dos dados
transmitidos.

Parte 2 – Interface

7º Capítulo: onde as pessoas e os bits se encontram


Neste capítulo o autor trata do desenvolvimento/ evolução da interface na perspectiva de
facilitar a comunicação homem-máquina.
1971 – surgimento da interface gráfica, para computadores macintosh.

“É nisso que reside o segredo do projeto de uma interface: faze-la desaparecer.”


(Negroponte, 2002, p. 93)

1960 – início do desenho de interfaces para computadores.


Raster scan – monitores de varredura por rastreamento. Substituíram os monitores que
trabalhavam por meio de linhas.

Time-sharing – possibilidade de dividir o processamento em atividades paralelas (tempo


compartilhado).
Processamento stand-alone – processamento autônomo.

A interface multimodo

“A redundância é em geral considerada um mau sintoma, implicando verborragia


desnecessária ou repetição descuidada. Nos primórdios do projeto de interfaces
humanas, as pessoas estudavam técnicas de interação e tentavam selecionar
cuidadosamente uma ferramenta ou outra, para este ou aquele conjunto de
circunstâncias. Uma caneta óptica era melhor do que a mesa digitalizadora? Essa
mentalidade “ou uma ou outra” era determinada pela falsa crença de que havia uma
solução “melhor” e universal para um dada situação qualquer; ela é falsa porque as
pessoas são diferentes, as situações mudam e as circunstâncias de uma interação
específica podem muito bem variar de acordo com o canal disponível. Não há solução
“melhor” no desenho de interfaces.” (Negroponte, 2002, p. 96 e 97)

“A ‘facilidade de uso’ tem constituído uma meta tão obrigatória que, às vezes, nos
esquecemos de que muitas pessoas simplesmente não querem usar a máquina: querem
que ela desempenhe uma tarefa.” (Negroponte, 2002, p. 100)

8º capítulo: Persona Gráfica


Pixel Picture
Elemento “molecular” dos
Element gráficos.

“Impressiona-me sempre a maneira inteligente pela qual o nome dado a um produto é


capaz de conquistar o mercado, deixando o consumidor com impressões bastante falsas.
Quando a IBM decidiu chamar seu computador pessoal de PC, foi uma tacada de gênio.
A despeito de a Apple ter chegado ao mercado mais de quatro anos antes, o nome PC
tornou-se sinônimo de computador pessoal. Do mesmo modo, quando a Microsoft optou
por dar a seu sistema operacional de segunda geração o nome Windows, o produto
brilhantemente apoderou-se do termo para sempre, a despeito de a Apple ter começado
a utilizar janelas (melhores) mais de cinco anos antes e de vários fabricantes de estações
de trabalho já as terem utilizado amplamente.” (Negroponte, 2002, p. 109)

9º Capítulo: Oxímoro ou Pleonasma


“A realidade virtual pode tornar o artificial tão realista quanto o real, ou mais ainda.”
(Negroponte, 2002, p. 114)

Como isso impacta sobre a vida das pessoas?


“No simulador, um piloto pode ser submetido a todo tipo de situações raras, o que seria
impossível no mundo real, pois poderia demandar mais do que o susto de uma quase
colisão ou partir ao meio um avião de verdade.” (Negroponte, 2002, p. 114)

“A idéia da realidade virtual é proporcional a sensação do “estar lá” e, mais importante


do que isso, fazendo com que a imagem mude instantaneamente de acordo com o ponto
de vista. Nossa percepção da realidade espacial é determinada por várias informações
visuais tais como o tamanho relativo, o brilho e o movimento angular. Uma das mais
importantes é a perspectiva, poderosa sobretudo por sua forma binocular, em que cada
olho vê uma imagem diferente. A fusão dessas imagens numa outra, em três dimensões,
é a base da estereovisão.” (Negroponte, 2002, p. 115)

1968 – início da realidade virtual - Ivan Sutherland – sistema de visores.

1948 – holografia – Dennis Gabor

10º Capítulo: Vendo e sentindo


O autor inicia o capítulo propondo que se estude maneiras de prover os computadores
de sensores que os permitam perceber seus interlocutores – sejam humanos ou não.

1964 – Douglas Englebart – criou o mouse.


1950 – Ivan Sutherland – caneta ótica

- Computação pelo toque

O autor considera que a tela sensível ao toque pode e deve ser estudada enquanto uma
forma de comunicação com a máquina.

11º Capítulo: Podemos falar sobre isso?


Negroponte argumenta que a fala ainda é um campo pouco explorado na comunicação
homem-máquina, sendo que as pesquisas pouco avançaram em relação a questões como
o reconhecimento do tom de voz.

- Elementos paraverbais

Um dos problemas do reconhecimento por voz está nos elementos paraverbais, próprios
de cada ser humano.

“O uso de canais paralelos (gesto, olhar e fala) constitui a essência da comunicação


humana. Os homens gravitam com naturalidade por meios concomitantes de expressão.
Se você tem um conhecimento modesto de italiano, você terá muita dificuldade em falar
com italianos ao telefone. Mas quando chegar a um hotel na Itália e descobrir que não
tem sabonete no quarto, você não vai usar o telefone: vai descer até a portaria e usar seu
melhor italiano da Berlitz para pedir sabonete. E pode até fazer alguns gestos de quem
está tomando banho.” (Negroponte, 2002, p. 139)
“O que vai fazer com que essa ubiqüidade da fala ande mais rápido hoje do que
antigamente é a miniaturização. Os computadores estão se tornando cada vez menores.
É de esperar que você venha a carregar no pulso amanhã aquilo que hoje você tem em
cima da mesa e que, ainda ontem, ocupava uma sala inteira.” (Negroponte, 2002, p.
141)

O autor afirma que um dos limites para a miniaturização dos recursos tecnológicos é a
capacidade humana em lidar com os mesmos. Acredita também que no futuro a
interface gráfica será dispensável.

“O canal de voz carrega não apenas o sinal, mas também todas as características que o
acompanham, conferindo-lhe os traços da compreensão, da intencionalidade, da
compaixão ou do perdão. Dizemos que alguém ‘soa’ honesto, que um argumento ‘soa’
suspeito ou que algo não ‘soa’ próprio de fulano de tal. Embutido no som, encontram-se
informações acerta dos sentimentos.” (Negroponte, 2002, p. 143)

12º Capítulo: Menos é mais


“Se você tem alguém que lhe conhece bem e compartilha da maioria das informações de
que você dispõe, essa pessoa pode agir em seu nome com bastante eficiência. Se sua
secretária adoece, não faria a menor diferença a agência de empregos mandar Albert
Einstein para substituí-la. O que importa aqui não é o QI, mas o conhecimento
compartilhado e a prática de utiliza-lo de acordo com seu interesse.” (Negroponte, 2002,
p. 145)

O autor propõe que é possível desenvolver computadores ou agentes de interface


“inteligentes”, capazes de compartilhar informações e reconhecer/conhecer o ser
humano com quem interage.

“Os agentes de interface precisam aprender a evoluir ao longo do tempo, como nossos
amigos e assistentes humanos.” (Negroponte, 2002, p. 149)

Terceira parte: A vida digital

13º Capítulo: A Era da Pós-modernidade


“A era industrial, fundamentalmente uma era dos átomos, deu-nos o conceito de
produção em massa e, com ele, economias que empregam operários uniformizados e
métodos repetitivos na fabricação de um produto num determinado espaço ou tempo. A
era da informação e dos computadores mostrou-nos as mesmas economias de escala,
mas menos preocupada com o espaço e o tempo. A confecção de bits poderia se dar em
qualquer lugar e a qualquer tempo, movendo-se por exemplo, entre as bolsas de valores
de Nova York, Londres e Tóquio, como se tais mercados fossem três máquinas-
ferramentas adjacentes. (...) Na era da pós-informação, o público que se tem é, com
frequencia, composto de uma única pessoa. Tudo é feito por encomenda, e a informação
é extremamente personalizada.” (Negroponte, 2002, p. 157 e 158)
“Do mesmo modo, como o hipertexto remove as barreiras da página impressa, a era da
pós-informação vai remover as barreiras da geografia. A vida digital exigirá cada vez
menos que você esteja num determinado lugar em determinada hora, e a transmissão do
próprio lugar é que vai começar a se tornar realidade.” (Negroponte, 2002, p. 159)

Negrfoponte afirma que a transmissão em tempo real não será a tônica da vida digital,
possibilitando maior personalização do acesso à informação e ao entretenimento.

Broadcatching – termo cunhado por Stewart Brant – 1987 – “irradiação de séries de


bits, muito provavelmente uma série contendo uma vasta quantidade de informação,
pelo éter ou por fibra; na ponta receptora, um computador acompanha [catch] os bits, os
examina e os descarta em sua maior parte, retendo apenas aqueles poucos que ele julga
que você desejará consumir mais tarde.” (Negroponte, 2002, p. 163)

O autor acredita que o modelo econômico de comunicação das “mídias de massa”


mudará na medida em que o usuário optar por pagar por uma informação mais
personalizada e com dispensa de publicidade. Um modelo baseado na encomenda da
informação.

14º Capítulo: Horário nobre é o meu


“Alguns dos mais altos executivos de empresas telefônicas recitam o jingle “qualquer
coisa, a qualquer hora, em qualquer lugar” como se fosse um poema à mobilidade
moderna. Minha meta, porém (e suspeito que a sua também), é não ter “nada, nunca e
em lugar nenhum”, a não ser que se trate de algo oportuno, importante, divertido,
relevante ou capaz de cativar minha imaginação.” (Negroponte, 2002, p. 166 – 167)

Destaca a possibilidade de a internet abrir espaço para as pequenas produções de


informação ao lado das mega produções de empresas especializadas. Afirma outrossim,
que esta lógica da TV vai ser superada e que agentes inteligentes poderão selecionar
informações de acordo com as orientações do usuário, disponibilizando apenas aquelas
que por este forem consideradas relevantes, no horário mais conveniente.

15 º Capítulo: Boas conexões


- Ser digital não é o bastante

Existem muitas formas de representar um dado no formato digital e encontrar a melhor


forma para cada tipo de dado deve ser um dos objetivos/focos constantes de pesquisa.
Para Negroponte (2002), nem sempre o investimento em pesquisas tem sido voltado
para o foco mais adequado, produzindo, às vezes, tecnologias que retardam o avanço da
própria tecnologia. Cita como exemplo, o fax.

“Hoje, no entanto, com a onipresença do computador, as vantagens do e-mail são


avassaladoras, conforme evidencia seu uso vertiginoso. Além dos benefícios digitais, o
correio eletrônico é um meio mais dialógico, Se não chega a ser um diálogo falado,
decerto está bem mais próximo da fala do que da escrita.” (Negroponte, 2002, p. 181)

“Esse novo veículo quase dialógico é, de fato, muito diferente de escrever cartas. É
muito mais que um correio rápido, Com o correr do tempo, as pessoas encontrarão
diferentes estilos na sua utilização.” (Negroponte, 2002, p. 082)

- Netiqueta

Discute o uso indevido das ferramentas de comunicação em virtude das inexperiências.


Exemplifica e-mails enviados para listas.

“O e-mail é um estilo de vida que causa grande impacto na maneira como trabalhamos e
pensamos. Uma consequência bastante específica disso é a mudança no ritmo do
trabalho e do lazer.”

16º Capítulo: Diversão da pesada


- Incapacidade para ensinar

Neste capítulo o autor tece uma crítica ao sistema formal de educação, que procura
unificar as aprendizagens de grupos de pessoas.

“Talvez nossa sociedade tenha muito menos crianças incapazes de aprender e muito
mais ambientes incapazes de ensinar do que hoje percebemos.” (Negroponte, 2002, p.
189)

O autor acredita que o computador pode contribuir para mudar esta realidade
educacional. Para tanto, destaca a proposta de Papert, na década de 1960).

“Na década de 1960, grande parte dos pioneiros no emprego dos computadores na
educação defendia o infeliz binômio exercício/prática, utilizando computadores para,
numa base de um para um e em seu próprio ritmo, ensinar com maior eficácia os
malditos fatos de sempre às crianças. Hoje, com a coqueluche da multimídia, temos
fanáticos do binômio exercício/prática que pensam que podem colonizar a energia de
um videogame para esguichar ainda mais informação na cabeça das crianças, com uma
maior – como dizem – produtividade.
Em 11 de abril de 1970, Papert comandou um simpósio no MIT intitulado “Ensinando
crianças a pensar”, na qual propunha a utilização dos computadores como mecanismos
que as crianças ensinariam e, ensinando, aprenderiam.” (Negroponte, 2002, p. 189)

- Moleques de rua da superestrada da informação

“Hoje, as crianças estão tendo a oportunidade de exercitar essa esperteza de rua na


internet, onde elas não são vistas, mas ouvidas. Por ironia, a leitura e a escrita vão se
beneficiar disso. Na internet elas vão ler e escrever para se comunicar, e não apenas
para completar algum exercício abstrato e artificial.” (Negroponte, 2002, p. 192)
17º Capítulo: Fábulas e Fraquezas digitais
De acordo com o autor “a vida digital muda a essência dos padrões no que se refere à
comunicação máquina-máquina.” (Negroponte, 2002, p. 196)

Mídias para vestir.

O autor aposta na miniaturização da tecnologia a ponto de podermos carregá-la como


acessórios da roupa, favorecendo a onipresença da computação.

“A onipresença do computador de cada um será determinada pelos vários processos


computacionais independentes presentes em nossa vida atual (o sistema de reserva de
passagens aéreas, os dados sobre locais de venda de produtos, a utilização de serviços
on-line, os medidores e os sistemas de mensagens). Estes irão interconectar-se cada vez
mais. Se eu vôo para Dallas que parte de manhã cedo estiver atrasado, seu despertador
poderá tocar um pouco mais tarde, e o serviço de táxi será notificado de acordo com as
condições de tráfego previstas.” (Negroponte, 2002, p. 202)

Destaca, enfim, que em um futuro próximo, os equipamentos eletrônicos estarão


conectados e poderão comunicar-se mutuamente agindo de forma inteligente e tomando,
inclusive, algumas decisões por seu dono.

18º capítulo: Os novos Ex-pressionistas


O autor discute neste capítulo que também a arte e as demais formas de expressão serão
reconfiguradas neste novo contexto social.

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