1) Platão via a democracia como uma degeneração dos regimes políticos, onde a razão é substituída por vícios como a licenciosidade e a busca do prazer.
2) Ele acreditava que a democracia não é realmente o governo do povo, mas sim um regime sem líder claro e sem ordem, próximo da anarquia.
3) De acordo com Platão, a democracia degenera em tirania, o pior dos regimes, caracterizado pela vaidade e pelo crime.
1) Platão via a democracia como uma degeneração dos regimes políticos, onde a razão é substituída por vícios como a licenciosidade e a busca do prazer.
2) Ele acreditava que a democracia não é realmente o governo do povo, mas sim um regime sem líder claro e sem ordem, próximo da anarquia.
3) De acordo com Platão, a democracia degenera em tirania, o pior dos regimes, caracterizado pela vaidade e pelo crime.
1) Platão via a democracia como uma degeneração dos regimes políticos, onde a razão é substituída por vícios como a licenciosidade e a busca do prazer.
2) Ele acreditava que a democracia não é realmente o governo do povo, mas sim um regime sem líder claro e sem ordem, próximo da anarquia.
3) De acordo com Platão, a democracia degenera em tirania, o pior dos regimes, caracterizado pela vaidade e pelo crime.
muito dificilmente e muito recentemente. Certamente, durante a antiguidade grega, a palavra se tornou corrente e importante mas desapareceu em seguida. Não ressurgiu senão no curso do século XX e se fez objeto de um consenso universal somente depois de 1945. A formação da palavra "demokratia" é original. Frequentemente, os gregos designavam um regime político em especificando o número daqueles que exerciam o poder. Assim, criaram a palavra "monarquia" que significa um só (mon) à cabeça (arche). Do mesmo modo, a "oligarquia" significa alguns (olig) à cabeça (arche). Logicamente, se os gregos quisessem evocar a ideia de que todos governam, ou "o povo exerce o poder", teriam falado de "demarquia". Não foi, no entanto, a palavra que escolheram e isso não poderia ser um acidente. É preciso portanto se questionar sobre as razões desta associação original entre povo (demos) e poder (kratein). De pronto, a democracia não é o equivalente da "demarquia" o que significa que, na democracia, o povo não é necessariamente governante. Em outros termos, a democracia, não é o governo do povo posto que ele não está à cabeça. Por conseguinte, os críticos da democracia, entre os quais a escola de Platão, sublinharam constantemente a ausência real de governante neste regime. Para eles, a democracia deixa planar uma incerteza sobre "quem governa"; ela não designa ninguém claramente como sendo o governante (à cabeça); ela é portanto denunciada como um regime que não tem cabeça, ordem, quer dizer como uma anarquia. Em seguida, se a democracia não é poder do povo, ela pode em revanche designar o poder pelo povo e mesmo o poder para o povo. Em outros termos, o povo é a noção ou a instância que pode legitimar a ação do poder. Dois casos de figura se apresentam a nós: a ação do poder é legítima porque ela visa o interesse de todos, quer dizer o interesse coletivo da cidade; aqui, o povo é a finalidade ou; a ação do poder é legítima porque o povo participa sob uma forma ou outra no processo de decisão. Em resumo, o povo é a condição do poder ou a finalidade, mas em nenhum dos casos, o poder propriamente dito. No "Livro VIII", de A República, Platão expõe sua teoria da degenerescência dos regimes políticos. Se a cidade perfeita é aquela onde a razão governa o homem e o Estado, as cidades imperfeitas são aquelas onde a razão é suplantada por um vício. Na hierarquia da corrupção dos regimes, a timocracia ocupa o lugar mais invejável pois ela não é senão o governo da honra. A regressão prossegue com a oligarquia, cidade do dinheiro e da busca descabida da riqueza. A avareza aí é a paixão dominante conduzindo à concentração da riqueza e ao empobrecimento de uma parte dos cidadãos. Não é senão neste momento que aparece a democracia sob o golpe de uma revolução conduzida pelos decepcionados, estes "marimbondos" cujo rancor os armou de um dardo e que reagrupam a oligarquia empobrecida, o político que busca fortuna pela política, o demagogo e o filho do oligarca emancipado da tutela de seu pai. "Considero [...]", escreve Platão, "que a democracia aparece quando os pobres, tendo obtido a vitória sobre os ricos, massacram uns, e banem os outros e partilham igualmente com aqueles que sobram, o governo e os cargos públicos" (557b). Em outros termos, a democracia se caracteriza a princípio por um gosto excessivo pela liberdade que se encontra convertida em licenciosidade. Esta última engendra um sucumbir do reino das leis sob os golpes de uma tolerância excessiva generalizada. Ainda pior, ela conduz a uma reviravolta da ordem moral: à busca da virtude se substitui uma demanda insaciável do prazer. Daí resulta uma espécie de inversão da ordem social: os mestres temem os alunos, que os gozam; os velhos querem agradar aos jovens e mesmo os animais, como os asnos, tomam a liberdade de ferir os transeuntes nas ruas. Eis porque Platão conclui que a democracia é "um governo agradável, variegado e desordenado, que provê uma espécie de igualdade tanto ao que é desigual quanto ao que é igual" (558b). Ela é o fruto da demagogia, que é seu vício primeiro. Daí decorre sua propensão à anarquia que a faz desembocar na tirania, governo da vaidade e do crime.