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Inicialmente será deduzida uma equação geral válida para qualquer tipo de reservatório de
óleo, submetido aos mais diversos mecanismos de produção. Nas seções seguintes serão considera-
dos casos particulares, a depender do(s) mecanismo(s) de produção mais atuante(s) no reservatório.
Além dos símbolos já definidos em capítulos anteriores, a seguinte simbologia específica
será utilizada na dedução da equação de balanço de materiais (EBM) para reservatórios de óleo:
Bg Fator volume-formação do gás proveniente da zona de óleo (volume nas condições
de reservatório por volume nas condições-padrão)
8-1
8-2
Balanço de Materiais em Reservatórios de Óleo
Água conata
Água conata
Água conata
Figura 8.1 − Distribuição de fluidos em um reservatório - (a) Condições iniciais; (b) Condições após a
produção de volumes Np de óleo, Gp de gás e Wp de água.
Considera-se que, após um certo período de tempo, tenham sido produzidos os volumes Np
de óleo, Gp de gás e Wp de água, além de terem sido injetados os volumes Ginj de gás e Winj de água,
com a finalidade de retardar o decréscimo de pressão no reservatório. Admite-se também que tenha
ocorrido um influxo acumulado de água proveniente do aqüífero igual a We e que a pressão média
do reservatório tenha declinado de pi até p. O volume de poros reduziu-se, devido à compressibili-
dade da rocha, em função da queda de pressão ocorrida.
A EBM é obtida baseando-se no seguinte princípio: a expansão total dos fluidos existentes
no reservatório, somada à contração do volume poroso, é igual à produção total de fluidos. Em
condições de reservatório, essa igualdade poderia ser expressa como:
Deve-se mencionar que as variações de volumes de fluidos que compõem a Eq. (8.1) cor-
respondem às diferenças entre os volumes desses fluidos na pressão atual p e na pressão original pi,
sendo portanto valores positivos. A contração do volume de poros também deve ser tomada como
sendo um número positivo, equivalendo portanto ao valor absoluto (módulo) da variação de volume
poroso ocorrida entre as pressões original e atual.
O detalhamento da dedução de cada uma das parcelas que compõem a Eq. (8.1) pode ser
encontrado no Apêndice J. A substituição das expressões matemáticas representativas dos termos da
Eq. (8.1) resulta em:
mNBti NBti S wio Btw − Btwi
N (Bt − Bti ) +
Bgic
(
Bgc − Bgic + )
1 − S wio Btwi
+
[ ] ( )
= N p Bt − (Rsi − Rs )Bg + N p R p − Rs Bg + W p Bw ,
onde ∆p = p i − p . Explicitando o valor do volume original de óleo tem-se:
8-4
Balanço de Materiais em Reservatórios de Óleo
N=
[ ( ) ]
N p Bt + R p − R si B g + W p Bw − We − Winj Bwinj − Ginj B ginj . (8.3)
mBti B S mBti S wig Btw − Btwi Bti mBti
Bt − Bti + (
B gc − B gic ) + ti wio +
1 − S wio
Btwi
+ + c f ∆p
B gic 1 − S wig 1 − S wio 1 − S wig
A Eq. (8.3) permite estimar o volume de óleo original N quando são disponíveis dados geo-
lógicos, de produção e de laboratório. Mais especificamente, dados de geologia e/ou perfilagem são
necessários para a estimativa dos tamanhos relativos da capa de gás e da zona de óleo, de modo que
possa ser estimado o valor de m. Dados de produção e de injeção de fluidos, incluindo produções
acumuladas de óleo, água e gás, e injeções acumuladas de gás e/ou de água, bem como um histórico
de pressão ao longo do tempo, são também necessários. Finalmente, é fundamental o conhecimento
das saturações iniciais dos fluidos no reservatório, bem como das propriedades físicas dos fluidos e
da rocha, tais como: fator volume-formação, razão gás/óleo de solução e compressibilidade da
formação. O valor do influxo acumulado We não necessariamente precisa ser conhecido, já que,
conforme será discutido em seções posteriores, é possível a determinação simultânea de dois
parâmetros da EBM, que podem ser N e We ou mesmo N e m, desde que se conheça o valor de We.
Na prática, muitas vezes é empregada uma versão simplificada da Eq. (8.3). Admitindo-se,
por exemplo, que Bgc = Bg, Btw = Bw e Swio = Swig = Swi, e dado que:
B − Bwi
cw = w , (8.4)
Bwi ∆p
a Eq. (8.3) reduz-se a:
N=
[ ( ) ]
N p Bt + R p − Rsi Bg + W p Bw − We − Winj Bwinj − Ginj Bginj
. (8.5)
Bg cw S wi + c f
Bt − Bti + mBti − 1 + (1 + m )Bti ∆p
Bgi 1 − S wi
A Eq. (8.5) pode também ser escrita em termos do fator volume-formação do óleo (Bo):
N=
[ ( ) ]
N p Bo + R p − R s B g + W p Bw − We − Winj Bwinj − Ginj B ginj
. (8.6)
Bg c w S wi + c f
Bo − Boi + (R si − Rs )B g + mBoi − 1 + (1 + m )Boi ∆p
B gi
1 − S wi
Como se pode observar, a equação de balanço de materiais apresenta forte dependência dos
chamados parâmetros PVT (fator volume-formação, razão de solubilidade, pressão de bolha ou de
saturação). Nas várias técnicas utilizadas na manipulação dessa equação, conforme foi visto no
Capítulo 7 para o caso de reservatórios de gás e será discutido nas próximas seções para o caso de
reservatórios de óleo, muitas vezes aparecem divisões por números muito pequenos, que podem
conduzir a erros significativos nos cálculos de balanço de materiais se houver erros significativos
nos dados de parâmetros PVT. Além de eventuais erros experimentais na determinação desses
parâmetros, muitas vezes as amostras dos fluidos do reservatório são obtidas em condições inade-
quadas, resultando em valores completamente incorretos para a pressão de bolha, razão de solubili-
dade, etc. Assim, é sempre importante aplicar um teste de consistência aos dados PVT que estiverem
sendo utilizados em um estudo de balanço de materiais.
Adalberto J. Rosa, Renato de S. Carvalho e José A. Daniel Xavier 8-5
[ ( ) ]
F = N p Bt + R p − Rsi B g + W p Bw − Winj Bwinj − Ginj B ginj . (8.7)
o termo que representa a expansão do gás da capa pode ser denominado como:
B
(
E g = ti B gc − B gic
B gic
) (8.9)
e os efeitos devidos à expansão da água conata e à redução do volume poroso podem ser agrupados
em:
B S mBti S wig Btw − Btwi Bti mBti
E f ,w = ti wio + + + c ∆p . (8.10)
1 − S wio 1 − S wig Btwi 1 − S wio 1 − S wig f
Empregando-se as Eqs. (8.7), (8.8), (8.9) e (8.10), a Eq. (8.3) pode ser escrita como:
( )
F = N E o + mE g + E f ,w + We . (8.11)
Em muitos casos a Eq. (8.11) se transforma em uma função linear. Por exemplo, para um
reservatório sem capa de gás inicial (m = 0), sem influxo de água (We = 0) e compressibilidades da
água conata e da rocha desprezíveis (Ef,w ≅ 0), a Eq. (8.11) reduz-se a:
F = NE o . (8.12)
Os valores de F são calculados a partir de dados de produção e de injeção de fluidos e os de Eo a
partir de análises dos fluidos em célula PVT, por exemplo. Portanto, as varáveis F e Eo podem ser
colocadas em um gráfico com coordenadas cartesianas, resultando em uma linha reta cujo coeficien-
te angular vale N. Caso não se obtenha uma linha reta, será uma indicação de que o mecanismo de
produção é outro.
Mesmo no caso em que houvesse a presença de influxo de água para o interior do reserva-
tório, a Eq. (8.11) poderia ser expressa como uma função linear:
F W
=N+ e . (8.13)
Eo Eo
Um gráfico de F / Eo contra We / Eo resultaria em uma linha reta, cujo coeficiente linear seria N.
Para que seja possível a determinação do volume de óleo original N e do influxo acumula-
do We, os valores de F e de Eo devem ser avaliados em vários instantes da vida produtiva do
reservatório. A determinação do influxo acumulado significa definir o modelo que representa o
comportamento do sistema reservatório-aqüífero, permitindo previsões futuras.
Os reservatórios de óleo em geral produzem sujeitos a um ou mais dos seguintes mecanis-
mos de produção: gás em solução, capa de gás e influxo natural de água. Nas próximas seções serão
estudados detalhadamente os casos particulares, onde há predominância de um ou mais mecanismos
de produção. Serão objetos de discussão os seguintes tópicos:
8-6
Balanço de Materiais em Reservatórios de Óleo
• Redução da EBM para uma forma compacta, visando quantificar a performance do reservatório;
(a) (b)
Figura 8.2 − Reservatório de óleo com mecanismo de gás em solução - (a) Acima da pressão de bolha:
somente óleo; (b) Abaixo da pressão de bolha: óleo e gás liberado de solução (Dake, 1978).
se ainda que não há produção de água nem injeção de água ou de gás, a EBM, Eq. (8.3), pode ser
simplificada para:
N p Bo
N= . (8.14)
Boi S wio Bw − B wi Boi
Bo − Boi + + c ∆ p
1 − S wio B wi 1 − S wio
f
N p Bo
N= . (8.23)
co S oi + c w S wio + c f
Boi ∆p
1 − S wio
Definindo-se compressibilidade efetiva da zona de óleo como sendo:
co S oi + c w S wio + c f
ceo = , (8.24)
1 − S wio
obtém-se finalmente a EBM para um reservatório produzindo acima da pressão de bolha:
N p Bo
N= . (8.25)
Boi ceo ∆p
A Eq. (8.25) pode ainda ser escrita como:
N p Bo = NBoi c eo ∆p (8.26)
ou
N p Bo
ceo = . (8.27)
NBoi ∆p
Observa-se então que a EBM pode ser reduzida a uma simples equação de compressibili-
dade, da forma:
∆V
c= , (8.28)
V∆p
onde ∆V = Np Bo é a produção acumulada de fluidos, medida em condições de reservatório, e
V = NBoi é o volume poroso ocupado por hidrocarbonetos inicialmente. Esse fato mostra que, acima
da pressão de bolha, a produção é devida simplesmente à compressibilidade efetiva, traduzida em
termos de expansão dos líquidos e de redução do volume poroso.
N=
[ (
N p Bt + R p − Rsi B g ) ] . (8.29)
B S Btw − Btwi Bti
Bt − Bti + ti wio + c f ∆p
1 − S wio Btwi 1 − S wio
Com a hipótese adicional de que Btw = Bw (i.e., desprezando-se a quantidade de gás dissol-
vida na água), a Eq. (8.29) pode ser escrita como:
N=
[ (
N p Bt + R p − Rsi B g ) ] , (8.30)
Bt − Bti (1 − cewf ∆p )
ou, em termos de Bo,
Adalberto J. Rosa, Renato de S. Carvalho e José A. Daniel Xavier 8-9
[ ( ) ]
N p Bo + R p − R s B g
,
N= (8.31)
(Rsi − R s )B g + Bo − Boi (1 − c ewf ∆p )
onde:
c w S wio + c f
cewf = (8.32)
1 − S wio
é denominada compressibilidade efetiva do sistema água-formação.
Ao atingir uma pressão abaixo do ponto de bolha certa quantidade de gás terá sido liberada
do óleo saturado e uma saturação de gás terá aparecido no reservatório. Como uma primeira
aproximação, admitindo que o gás tenha comportamento de gás ideal, pode-se calcular a sua
compressibilidade através da expressão c = 1/p. O valor mínimo dessa compressibilidade ocorre na
pressão de bolha. Admitindo-se, por exemplo, uma pressão de bolha de 200 kgf/cm2, a compressibi-
lidade do gás é de cg = 1/pb = 5.000×10−6 (kgf/cm2)−1, muito maior, portanto, que os valores usuais
das compressibilidades da água e da formação. Por isso, quando se aplica a EBM abaixo da pressão
de bolha, geralmente desprezam-se a expansão da água conata e a contração do volume poroso, não
só por causa das suas pequenas compressibilidades mas também devido à pequena participação da
água na saturação do meio poroso.
Portanto, desprezando-se os efeitos das compressibilidades da água e da formação, e em-
pregando-se a Eq. (8.30) a partir do ponto de bolha, pode-se escrever que:
Nb =
[ (
N ps Bt + R ps − R sb B g ) ] , (8.33)
Bt − Btb
onde Nb é o volume de óleo existente no reservatório (mas medido em condições-padrão) no ponto
de bolha, Rsb e Btb são propriedades dos fluidos na pressão de bolha, e Nps e Rps são respectivamente
a produção acumulada de óleo e a razão gás/óleo acumulada desde a pressão de bolha até a pressão
considerada. A razão gás/óleo acumulada desde a pressão de bolha é calculada por:
G ps
R ps = , (8.34)
N ps
onde Gps é a produção acumulada de gás desde a pressão de bolha até a pressão considerada.
Utilizando-se novamente a equação mais geral, ou seja, a Eq. (8.30), a fração recuperada
(fR = Np / N) pode ser calculada por:
Bt − Bti (1 − cewf ∆p )
fR = . (8.35)
Bt + ( R p − R si ) B g
A Eq. (8.35) demonstra existir uma relação inversa entre a fração recuperada e a razão de
produção acumulada de gás Rp. Portanto, para se obter uma alta recuperação primária, o máximo de
gás possível deve ser mantido no reservatório, o que requer que a razão gás/óleo acumulada seja
mantida no menor nível possível. Mantendo-se o gás no interior do reservatório, a compressibilidade
total do sistema será sensivelmente aumentada, e o valor da expressão:
∆V = cV∆p , (8.36)
que é, simplificadamente, a produção, será maior para uma determinada queda de pressão ∆p. Na
prática, no entanto, não é tão fácil impedir ou mesmo reduzir a produção de gás. Uma vez que a
8-10
Balanço de Materiais em Reservatórios de Óleo
saturação de gás livre na zona de óleo tenha excedido a saturação crítica, o gás começará a ser
produzido em quantidades desproporcionais ao óleo, devido à sua facilidade de fluir.
Uma produção de gás relativamente baixa muitas vezes pode ser conseguida naturalmente,
quando existe segregação gravitacional fazendo com que o gás dirija-se para as partes mais altas da
estrutura, ao invés de fluir para o poço. Essa situação, porém, depende de inclinações de camadas e de
permeabilidades verticais relativamente favoráveis, além das vazões de produção.
Reduzindo-se a vazão de óleo ou fechando-se temporariamente o poço pode-se obter uma
pequena redução na razão gás/óleo de produção, pois nesses casos uma certa quantidade de gás livre
volta a entrar em solução no óleo devido ao aumento de pressão nas imediações do poço, ou ocorre
uma separação gás-óleo no interior do reservatório.
Um histórico de produção primária típico de um reservatório de óleo com mecanismo de
gás em solução pode ser visto na Figura 8.3. A razão gás/óleo instantânea de produção (R) excede
em muito a razão de solubilidade inicial (Rsi) para pressões menores que a de bolha. O mesmo
ocorre com o valor de Rp. O declínio de pressão é mais rápido acima da pressão de bolha por causa
da baixa compressibilidade total do sistema, ao passo que abaixo desta pressão, devido à presença
de gás livre, que aumenta a compressibilidade do sistema, o declínio se torna menos acentuado. O
fator de recuperação primária de reservatórios desse tipo é muito baixo e raramente ultrapassa os
20% do volume de óleo original.
pi
Pressão, Razão Gás/Óleo ou
R - Razão gás/óleo
Corte (“Cut”) de Água
de produção
pb
p- Pressão
Rsi
0
Tempo
Figura 8.3 − Histórico de produção em reservatório de óleo com mecanismo de gás em solução.
A injeção de água visa manter a pressão no reservatório acima de um valor para o qual o
gás começa a ser móvel, e também proporcionar o deslocamento do óleo em direção aos poços
produtores. O gás injetado, devido à sua expansão, também auxilia na produção do óleo. A viabili-
dade econômica desse tipo de projeto deve ser estudada, tendo em vista a recuperação adicional a
ser obtida e os investimentos necessários. Muitas vezes, para pequenos reservatórios cujo mecanis-
mo natural é o de gás em solução, projetos dessa natureza são inviáveis, preferindo-se produzir
somente com os recursos naturais, apesar da baixa recuperação final.
No caso de haver injeção de gás e/ou de água, bem como produção de água, a EBM deve
incluir os termos correspondentes, conforme a Eq. (8.3).
___________________________
Exemplo 8.1 − Os resultados da análise PVT de uma amostra de óleo de um reservatório estão
apresentados na Tabela 8.1. A pressão de bolha do sistema é de 234,18 kgf/cm2. Os dados da Tabela
8.1 referem-se à produção através de um único separador operando a uma pressão absoluta de 10,5
kgf/cm2 e a uma temperatura de 82 oC. Outros dados são: cf = 122,3×10−6 (kgf/cm2)−1; cw = 42,7×10−6
(kgf/cm2)−1 e Swi = 0,20.
p Bo Rs Bg
(kgf/cm2) (m3/m3 std) (m3/m3 std) (m3/m3 std)
(a) Determine a fração recuperada (fR) de óleo até a pressão de bolha, admitindo comportamento de
reservatório volumétrico.
ou
N pb Bt − Btb Bt − Btb
∆f R = 1 −
= (1 − f R b ) .
N Bt + ( R ps − Rsb ) Bg Bt + ( R ps − Rsb ) B g
A fração recuperada total será f R = f R b + ∆f R , ou seja:
Bt − Btb
f R = f R b + (1 − f R b ) ,
Bt + ( R ps − Rsb ) Bg
ou, em termos de Bo,
Bo + ( Rsi − Rs ) Bg − Bob
f R = f R b + (1 − f R b ) .
Bo + ( R ps − Rs ) Bg
Substituindo-se os valores numéricos:
1,0940 + (90,83 − 21,73) × 0,01903 − 1,2511
f R = 0,0152 + (1 − 0,0152)
1,0940 + ( R ps − 21,73) × 0,01903
1,1403 1,1403
f R = 0,0152 + = 0,0152 + .
1,0940 + ( R ps − 21,73) × 0,01903 0,6805 + 0,01903R ps
Parte (c):
A saturação de gás no reservatório em um determinado instante da vida produtiva pode ser
determinada a partir da definição de saturação de fluidos. Após a produção de um volume Np, a
saturação de óleo no reservatório é dada por:
Vo (
N − N p Bo
.
)
So = =
Vp Vp
O volume poroso pode ser calculado em função da saturação inicial de óleo, isto é:
Voi NBoi NBoi NBoi
S oi = = ⇒ Vp = = .
Vp Vp S oi 1 − S wi
Substituindo esta expressão para Vp na equação de So obtém-se:
So =
(N − N p ) Bo = (N − N p ) Bo (1 − S wi ) = 1 − N p Bo (1 − S ) .
N B
wi
V p NB oi oi
Tem-se ainda que:
S g = 1 − So − S w .
Admitindo-se que a saturação de água seja aproximadamente igual à inicial Swi, a saturação de gás é
dada por:
N p Bo
S g = 1 − S o − S wi = 1 − 1 − (1 − S wi ) − S wi .
N Boi
Para uma recuperação de 12% do volume original (Np / N = 0,12) e uma pressão de abandono de
63,3 kgf/cm2, quando Bo = 1,0940 m3/m3 std, tem-se:
1,0940
S g = 1 − (1 − 0,12) (1 − 0,20) − 0,20 = 0,18 (18 %) .
1,2417
8-14
Balanço de Materiais em Reservatórios de Óleo
___________________________
Nas condições iniciais, o óleo no contato gás/óleo deve estar saturado. À medida que a pro-
fundidade aumenta, a partir desse contato, o óleo encontra-se progressivamente menos saturado,
devido ao aumento de pressão. Este efeito geralmente é pequeno e o reservatório pode ser estudado
admitindo-se que os valores das propriedades dos fluidos sejam independentes da profundidade.
Existem casos raros, no entanto, em que as propriedades dos fluidos variam consideravelmente ao
longo da profundidade, e isto pode ser atribuído à segregação gravitacional dos componentes mais
leves do óleo.
Para reservatórios cujo mecanismo de produção predominante é a expansão da capa de gás,
admite-se que o influxo natural de água seja desprezível (We = 0) e que, em virtude da alta compres-
sibilidade do gás, os efeitos das compressibilidades da água conata e dos poros sejam negligencia-
dos. Sob essas circunstâncias, a equação geral do balanço de materiais, Eq. (8.3), pode ser simplifi-
cada para:
[ (
N p Bt + R p − Rsi B g ) ] ,
N= (8.37)
mBti
Bt − Bti +
B gic
(
B gc − B gic )
onde se admite também que não há produção de água nem injeção de água ou de gás.
O denominador da Eq. (8.37) engloba as expansões dos fluidos existentes na zona de óleo
e na capa de gás, principais responsáveis pela produção do óleo. Para um melhor entendimento
dessa equação pode-se escrevê-la na forma:
(
F = N Eo + mE g ) , (8.38)
conhecido com menos certeza é freqüentemente m, ou seja, a razão entre os volumes da capa de gás
e da zona de óleo. Se o valor de N for conhecido com certa precisão (por exemplo, através do
método volumétrico), uma das maneiras de se utilizar a Eq. (8.38) é colocar em um gráfico de
coordenadas cartesianas os valores de F como uma função de (Eo + mEg), admitindo-se diferentes
valores para m. Quando o valor correto de m tiver sido escolhido, o gráfico resultará em uma linha
reta passando pela origem e com inclinação N, como ilustrado na Figura 8.6. Se o valor de m
selecionado for maior ou menor que o verdadeiro, a curva desviar-se-á da reta de inclinação N.
m < mcorreto
mcorreto
F tg α = N
α
m > mcorreto
0
0 Eo + mEg
Figura 8.6 − Reservatório de óleo com mecanismo de capa de gás -
Determinação do volume da capa (Havlena & Odeh, 1963).
Para se construir o gráfico da Figura 8.6, o valor de F deve ser calculado em vários instan-
tes da vida produtiva do reservatório, em função dos dados de produção (Np e Rp) e dos parâmetros
PVT (Bo, Bg e Rs) para a pressão média do reservatório nesses instantes. Os valores de Eo e Eg são
também obtidos a partir dos dados de PVT. Alternativamente, se N for desconhecido mas m puder
ser estimado com razoável grau de certeza, o método poderá ser utilizado para se obter N, através da
inclinação da reta da Figura 8.6.
Uma vantagem do caso particular estudado nesta seção é que a linha reta deve obrigatoria-
mente passar pela origem, ponto este que age como ponto de controle, conforme pode ser visualiza-
do na Figura 8.6.
Se existe incerteza tanto a respeito de m como de N, a Eq. (8.38) deve ser transformada em:
F Eg
= N + mN . (8.39)
Eo Eo
8-16
Balanço de Materiais em Reservatórios de Óleo
Neste caso, um gráfico de F / Eo contra Eg / Eo produz uma linha reta cujos coeficientes angular e
linear são respectivamente mN e N. Portanto, quando Eg / Eo = 0 obtém-se F / Eo = N. Determinado o
valor de N, pode-se facilmente calcular m, já que a inclinação da reta é igual a mN. Esse procedi-
mento encontra-se ilustrado na Figura 8.7.
β
F / Eo
tg β = mN
0 Eg / Eo
Figura 8.7 − Reservatório de óleo com mecanismo de capa de gás -
Determinação de m e N.
Deve-se ressaltar que em reservatórios onde o volume da capa de gás é muito grande em relação
à zona de óleo, a aplicação da EBM conforme ilustrada na Figura 8.6 e na Figura 8.7 pode produzir
diferentes valores de m que resultam em linhas retas. Isso se deve ao fato de que a pressão do reservatório,
nesse caso, é controlada basicamente pela capa de gás, e não pela zona de óleo, ou seja, a pressão medida
na zona de óleo não é representativa do sistema como um todo.
Um histórico de pressão e de produção para um reservatório com mecanismo de capa de gás é
apresentado na Figura 8.8. Devido à expansão da capa de gás, o declínio de pressão é menos acentuado do
que para um reservatório de gás em solução e conseqüentemente a recuperação de óleo é maior, variando
entre 20 e 30% do volume original, dependendo do volume da capa de gás.
pi
Pressão, Razão Gás/Óleo ou
p - Pressão
Corte (“Cut”) de Água
R - Razão gás/óleo
de produção
Rsi
0
Tempo
Figura 8.8 − Históricos de produção e de pressão em reservatório de óleo com
mecanismo de capa de gás (Dake, 1978).
Adalberto J. Rosa, Renato de S. Carvalho e José A. Daniel Xavier 8-17
Os picos observados na curva de razão gás/óleo da Figura 8.8 são devidos ao controle e-
xercido na operação dos poços: à medida que a capa se expande, poços completados nas partes mais
altas da estrutura começam a produzir gás da capa (a altura do contato gás/óleo diminui) e são
fechados, reduzindo instantaneamente a razão gás/óleo de produção.
Quando há viabilidade econômica, projetos de injeção de gás na capa e/ou água na zona de
água podem ser implementados, visando aumentar a recuperação final de óleo.
___________________________
p Np Rp Bo Rs Bg
(kgf/cm2) 6 3
(10 m std) 3
(m std/m std) 3
(m /m3 std)
3
(m std/m3 std)
3
(m /m3 std)
3
A pressão de bolha do óleo é de 234,18 kgf/cm2 e não há produção ou influxo de água. Com o
auxílio da equação de balanço de materiais, pede-se determinar:
(a) O volume original de óleo.
(b) O volume original de gás na capa.
Solução:
Parte (a):
Na presença de capa de gás os efeitos de contração do volume poroso e expansão da água
conata podem ser desprezados e o balanço de materiais é representado pela Eq. (8.39). Os valores
calculados para os termos dessa equação estão apresentados na Tabela 8.3.
Tabela 8.3 – Valores das variáveis dependente e independente da Eq. (8.39) - Exemplo 8.2
p F Eo Eg F / Eo E g / Eo
(kgf/cm2) (106 m3) (m /m3 std)
3
(m /m3 std)
3
(106 m3 std) (adimensional)
221,47 0,92358 0,01460 0,07435 63,26 5,09
210,92 1,69659 0,02872 0,13075 59,07 4,55
200,37 2,75063 0,04694 0,20253 58,60 4,31
189,83 3,83120 0,06781 0,28970 56,50 4,27
179,28 5,06986 0,09358 0,37430 54,18 4,00
168,74 6,54032 0,12083 0,47685 54,13 3,95
8-18
Balanço de Materiais em Reservatórios de Óleo
64
62
61
F/Eo (106 m3 std)
60
59
58
57
56
55
54
3.8 4.0 4.2 4.4 4.6 4.8 5.0 5.2
Eg /Eo
Figura 8.9 – Gráfico F / Eo versus Eg / Eo para os dados do Exemplo 8.2.
Parte (b):
A inclinação da reta do gráfico da Figura 8.9 é igual a 8,109 × 10 6 m 3 std . Como o coefici-
ente angular da Eq. (8.39) é mN, tem-se que mN = 8,109 × 10 6 m 3 std . Mas,
GB gi mNBoi 8,109 × 10 6 × 1,2511
m= ⇒ G= = = 2,079 × 10 9 m 3 std .
NBoi B gi 0,00488
Neste caso, o valor de m é calculado como:
mN 8,109 × 10 6
m= = = 0,364 .
N 22,255 × 10 6
Verificação: se os resultados estão corretos, um gráfico de F versus Eo + mEg (com o valor de
m = 0,364) deve apresentar uma linha reta com inclinação aproximadamente igual ao valor de N
obtido anteriormente. A Figura 8.10 mostra a existência dessa linha reta com coeficiente angular
N = 22,189 × 10 6 m 3 std , o que confirma o resultado anterior.
Adalberto J. Rosa, Renato de S. Carvalho e José A. Daniel Xavier 8-19
5
F (106 m 3 std )
0
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30
Eo + mEg (m 3/ m 3 std )
Figura 8.10 – Gráfico F versus (Eo + mEg) com m = 0,364 - Exemplo 8.2.
___________________________
instantaneamente através do aqüífero, como admite aquela equação. A hipótese na qual se baseia a
Eq. (8.41) somente é válida quando o tamanho do aqüífero é próximo ao do reservatório.
Para um aqüífero relativamente grande há um intervalo de tempo entre a queda de pressão
no reservatório e a resposta do aqüífero. Conclui-se então que a eficiência do mecanismo de influxo
de água depende da velocidade com que o reservatório é produzido. Se o reservatório é produzido
rapidamente, com altas vazões, o aqüífero pode não chegar a atuar em termos de manutenção de
pressão.
O cálculo rigoroso do influxo de água exige o emprego dos modelos e equações apresen-
tados no Capítulo 6. Por simplicidade, porém, será utilizada a Eq. (8.41) como ilustração do efeito
do influxo de água no balanço de materiais.
Admitindo-se que não haja capa de gás e desprezando-se o termo referente ao efeito das
compressibilidades da rocha e da água conata (Ef,w), dado pela Eq. (8.10), não só por causa das
pequenas compressibilidades, mas também porque o influxo ajuda a manter a pressão no reservató-
rio, decorrendo daí um pequeno ∆p, a Eq. (8.11) reduz-se a:
F = NE o + We . (8.42)
We < We correto
We correto
F / Eo
We > We correto
γ
N tg γ = 1
0 We / Eo
Figura 8.11 − Determinação do modelo de aqüífero em reservatório com influxo de água (Havlena & Odeh,
1963).
Uma vez determinado o modelo de aqüífero pelo ajustamento dos dados, o mesmo pode ser
usado na previsão do comportamento futuro do reservatório. Porém, como existem muitas incertezas
envolvidas e como geralmente a solução de problemas inversos desse tipo não é única, a sua
validade deve ser continuamente verificada em função de novos dados de produção e de pressão
disponíveis.
Alguns dos modelos mais sofisticados de cálculo do influxo do aqüífero (apresentados no
Capítulo 6) levam em conta o comportamento do reservatório através da queda de pressão ∆p no
limite original reservatório-aqüífero (contato óleo/água inicial). Na impossibilidade de se determinar
a queda de pressão na posição original do contato, o valor de ∆p é tomado como sendo a queda da
pressão média do reservatório, devida à produção de fluidos.
Caso o reservatório possua capa de gás inicial, a Eq. (8.11) passa a ser:
( )
F = N Eo + mE g + We , (8.45)
pi
p - Pressão
Pressão, Razão Gás/Óleo
ou Corte (“Cut”) de Água
0
Tempo
Figura 8.12 − Históricos de pressão e de produção em reservatório com influxo de água (Dake, 1978).
___________________________
p Rs Bt Bg Bw
(atm abs) (m std/ m3 std)
3
(m /m3 std)
3
(m /m3 std)
3
(m /m3 std)
3
200
190
180
170
160
0 6 12 18 24 30 36 42 48 54 60
Tempo ( mes )
Figura 8.13 – Histórico de pressões no Exemplo 8.3.
onde J é denominada constante de influxo de água, também conhecida como índice de produtividade
do aqüífero, pi é a pressão inicial do sistema e p é a pressão no contato óleo/água, e admitindo
também que a pressão no contato possa ser aproximada pela pressão média do reservatório, calcular:
(a) A constante de influxo de água.
(b) O influxo acumulado de água durante os primeiros 36 meses de produção.
(c) Os volumes originais de óleo (N) e de gás na capa (G).
Solução:
Parte (a):
Durante o período em que a pressão do reservatório manteve-se constante pode-se escrever
que:
qinfluxo = qo + q g + q w , (8.48)
onde as vazões são dadas em condições de reservatório. A Eq. (8.48) traduz o fato de que o volume
de água fornecido pelo aqüífero foi equivalente ao volume de fluido retirado do reservatório, de
modo que a pressão manteve-se estabilizada.
Como as vazões são sempre medidas na superfície e referenciadas a uma condição-padrão,
a Eq. (8.48) também pode ser escrita como:
8-24
Balanço de Materiais em Reservatórios de Óleo
onde as vazões Q são usadas nas condições-padrão. A vazão de gás pode ser expressa como:
Qg = ( R − Rs )Qo . (8.50)
Portanto:
qinfluxo = Bo Qo + B g ( R − Rs )Qo + Bw Qw . (8.51)
Mas,
Bt = Bo + ( Rsi − Rs ) B g , (8.52)
ou seja,
Bo = Bt − ( Rsi − Rs ) B g . (8.53)
∫[ ( )]
t
We = J pi − 0,026543t 2 − 1,9t + 204 dt
0
ou
We = J ∫
0
36
[204 − (0,026543t 2
)]
− 1,9t + 204 dt ,
após a substituição dos valores numéricos da pressão inicial e do tempo no integrando. Resolvendo a
integral:
36
(
We = − J 0,008847t 3 − 0,95t 2 ) 0
m3 m3
We = J × 818,4 atm ⋅ mês = 75 × 818,4 atm ⋅ mês = 75 × 818,4 atm × 30 d
d ⋅ atm d ⋅ atm
We = 1.841.400 m 3 .
Parte (c):
O volume original de óleo pode ser calculado através da equação de balanço de materiais,
Eq. (8.5):
N=
[ ( ) ]
N p Bt + R p − Rsi B g + W p Bw − We − Winj Bwinj − Ginj B ginj
.
Bg c w S wi + c f
Bt − Bti + mBti − 1 + (1 + m )Bti ∆p
B gi
1 − S wi
Como não há injeção de água nem de gás, e na presença de capa de gás e de influxo de á-
gua os efeitos das compressibilidades da água conata e da formação podem ser desprezados, a EBM
reduz-se a:
N=
[ ( ) ]
N p Bt + R p − Rsi B g + W p Bw − We
.
Bg
Bt − Bti + mBti − 1
B gi
A razão gás óleo acumulada é de:
Rp = Gp / Np = (400×106) / (2×106) = 200 m3 std/ m3 std.
Substituindo os valores numéricos na EBM:
2 × 10 6 × [1,61 + (200 − 128) × 0,0049] + 500 × 1,0 − 1.841.400
N= = 7.323.302 m 3 std .
0,0049
1,61 − 1,42 + 0,05 × 1,42 × − 1
0,0021
O volume original de gás da capa é determinado a partir da definição de m:
GB gi G × 0,0021
m= ⇒ 0,05 = ⇒ G = 247.597.353 m 3 std .
NBoi 7.323.302 × 1,42
___________________________
8-26
Balanço de Materiais em Reservatórios de Óleo
8.6. Problemas
Problema 8.1 − Um reservatório com mecanismo de gás em solução teve uma queda de pressão de 80
kgf/cm2, após uma produção de óleo de 0,20×106 m3 std. Outros dados do reservatório são:
Porosidade .............................................................................. φ = 10%
Saturação inicial de água ......................................................... Swi = 20%
Salinidade da água conata ....................................................... 20.000 ppm
Temperatura do reservatório .................................................... T = 93 oC
Pressão inicial ......................................................................... pi = 260 kgf/cm2
Pressão de bolha ...................................................................... pb = 180 kgf/cm2
Dados de PVT ......................................................................... Tabela 8.5
Pressão Solubilidade Bo
(kgf/cm2) (m3 std/ m3 std) (m3/m3 std)
Pedem-se:
(a) Calcular o volume original de óleo nas condições-padrão.
(b) Supondo uma produção acumulada de água de 10.000 m3 std, calcular o volume de óleo original.
Respostas:
(a) 8,02×106 m3 std (b) 8,34×106 m3 std
Problema 8.2 − Utilizando os dados do Exemplo 8.1 e considerando os efeitos da expansão da água
conata e da contração do volume poroso tanto acima como abaixo da pressão de bolha, determine:
(a) Uma expressão para a fração recuperada (fR) no instante do abandono do reservatório como
função da razão gás/óleo acumulada Rp.
(b) A saturação de gás livre no reservatório para uma recuperação final de 12% do volume de óleo
original.
Respostas:
1,2120
(a) f R = (b) Sg = 0,16 (16%)
0,6805 + 0,01903R p (m 3 std / m 3 std )
Adalberto J. Rosa, Renato de S. Carvalho e José A. Daniel Xavier 8-27
Problema 8.3 − O arenito portador dos fluidos cujas propriedades PVT estão apresentadas na
Tabela 8.6 é um reservatório de óleo volumétrico, cuja pressão de bolha é de 154,70 kgf/cm2.
Durante o período em que a pressão do reservatório reduziu-se da pressão inicial de 175,80 kgf/cm2
para a pressão média atual de 112,50 kgf/cm2 foram produzidos 4.133.670 m3 std de óleo. A razão
gás/óleo acumulada e a razão gás/óleo instantânea atual são, respectivamente, 170 e 401 m3 std/ m3
std. A porosidade média da rocha é de 18%, a saturação de água conata é de 18%, a temperatura do
reservatório é de 66 oC e não há produção de água.
p Rs Bo
Z
(kgf/cm2) (m std/m3std)
3
(m /m3std)
3
Calcular:
(a) O volume original de óleo.
(b) O volume de gás livre (em condições-padrão) remanescente no reservatório na pressão de 112,50
kgf/cm2.
(c) A saturação média de gás no reservatório a 112,50 kgf/cm2.
(d) O volume de óleo que teria sido produzido até a pressão de 112,50 kgf/cm2 se todo o gás
produzido tivesse sido reinjetado no reservatório.
(e) O fator volume-formação total (Bt) na pressão de 112,50 kgf/cm2.
(f) O volume de óleo que teria sido produzido até a pressão de 140,60 kgf/cm2 se nenhum gás livre
existente no reservatório tivesse sido produzido.
(g) O volume de gás livre existente no reservatório na pressão de 175,80 kgf/cm2.
Respostas:
(a) 37,876×106 m3 std (b) 862,446×106 m3 std (c) 13% (d) 14,346×106 m3 std
(e) 1,514 m3/ m3 std (f) 1,90×106 m3 std (g) zero
p Rs Bo Bg Bw
(kgf/cm2) (m std/ m3 std)
3
(m /m3 std)
3
(m /m3 std)
3
(m /m3 std)
3
Desprezando o volume de gás que saiu de solução do óleo existente na zona invadida e consideran-
do que não tenha havido produção de gás da capa, calcular:
(a) O volume poroso da zona invadida pelo gás da capa.
(b) A saturação média de gás na capa original.
(c) A saturação média de gás na capa atual (capa original + zona invadida).
Respostas:
(a) 40 × 106 m3 (b) 80% (c) 70%
• Dados de produção
Pressão ...................................................... p (kgf / cm 2 ) = 250 − 30 t (ano)
Vazão de produção de óleo ........................ Q (m3 std/ano) = 3,65 × 106 – 0,15Np (m3 std)
Vazão de produção de água ........................ nula
Produção acumulada de óleo ...................... 18 × 106 m3 std
Produção acumulada de gás ....................... Gp (m3 std) = [Np (m3 std)]1,358
Tempo de produção ................................... 9 anos
• Características do reservatório
Capa de gás ............................................... m = 0,50
Volume original de óleo ............................. 60×106 m3 std
Pedem-se:
(a) Calcular o volume original de óleo admitindo inexistência de influxo de água.
Adalberto J. Rosa, Renato de S. Carvalho e José A. Daniel Xavier 8-29
(b) Utilizando o valor do volume original de óleo dado no enunciado e admitindo que a lei que rege
o influxo de água do aqüífero para o reservatório seja representada pela expressão
t
We = J ∫ ( pi − p)dt , calcular o valor da constante de influxo de água J, também conhecida co-
0
mo índice de produtividade do aqüífero.
(c) Utilizando o valor do volume original de óleo dado no enunciado e admitindo que a lei de
influxo do item anterior seja válida com J = 9.000 m3/ano/( kgf/cm2), calcular o valor da produ-
ção diária atual de óleo que deve ser adotada para que se obtenha manutenção completa de pres-
são no reservatório.
Respostas:
(a) 66,722 × 106 m3 std (b) 7.609 m3/ano/(kgf/cm2) (c) 819 m3 std/d
Bibliografia
Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R. L.: Petroleum Reservoir Engineering. McGraw-Hill
Book Company, Inc., 1960.
Craft, B. C. & Hawkins, M. F.: Applied Petroleum Reservoir Engineering. Englewood Cliffs, NJ,
USA, Prentice-Hall, Inc., 1959.
Havlena, D. & Odeh, A. S.: The Material Balance as an Equation of a Straight Line. J. Pet. Tech.,
896-900, Aug. 1963.
Havlena, D. & Odeh, A. S.: The Material Balance as an Equation of a Straight Line − Part II, Field
Cases. J. Pet. Tech., 815-822, July 1964.
Schilthuis, R. J.: Active Oil and Reservoir Energy. Trans. AIME, 118: 31, 1936.