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Relatório de Prestação de Serviços de Consultoria

Cliente: Cana do Brasil S.A.

Projeto: Avaliação técnico-econômica de propostas de


melhoria em usina de cana-de-açúcar e proposição de
alternativas.

Consultores Responsáveis: Bruno Armenio M. Ferreira


Guilherme Tavares de Melo
Lucas Giuliano M. de Moraes
Matheus de Almeida Santos
Mayra Martinelli Costa
Raul Soares Aguiar

Conclusão do Relatório: 19/03/2018

Fly Consultoria Ltda.

Rua Edwiges Potter, 922 – Vila das Corujas, Corujópolis, São Paulo.

Fone: (10) 164-1922


Relatório de Prestação de Serviços de Consultoria – Versão 1.0 (19/03/2018)

1. PROPOSIÇÃO DO PROBLEMA
A empresa cliente, pertencente ao setor sucroenergético, propôs três modificações para seu sistema de
cogeração de energia elétrica e solicitou a avaliação dos respectivos cenários para que seja capaz de escolher a
alternativa mais vantajosa do ponto de vista técnico-econômico. O sistema de cogeração da empresa consiste de
duas caldeiras, uma de 22,5 bar e outra de 43 bar, de um turbogerador e de uma moenda mecânica (a vapor). As
modificações avaliadas foram a substituição de uma caldeira ou de ambas por uma de maior capacidade e pressão
(68 bar), a instalação de uma turbina de condensação e a troca da moenda mecânica por uma elétrica.

2. ABORDAGEM PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA


A abordagem utilizada para determinar as melhores configurações para o processo da empresa cliente
baseou-se na estimativa de custos de capital fixo e de operação, com determinação das variáveis econômicas
relevantes para a tomada de decisão. Além disso, para a escolha dos melhores cenários, foram realizadas análises
de sensibilidade e de risco, de forma a garantir a viabilidade econômica das propostas mesmo em contextos
adversos. Além da avaliação das propostas individuais indicadas pelo cliente, também foram realizadas
avaliações adicionais considerando cenários que reunissem mais de uma proposta ao mesmo tempo. Os
parâmetros avaliados foram o Valor Presente Líquido (VPL), o Tempo de Retorno de Investimento (TRI) e a
Taxa Interna de Retorno (TIR). Para tal, foi utilizada uma planilha no software Microsoft Excel®. Considerando
o tempo de vida elevado de empresas do setor sucroenergético, fez-se uma análise com tempo de vida de 20
anos. O custo fixo do investimento (CAPEX) foi determinado pela multiplicação do custo total dos
equipamentos novos que teriam de ser adquiridos por um Fator de Lang igual a 3. Como trata-se um projeto
retrofit (melhoria de uma planta já existente), considerou-se que os custos de operação (OPEX) só seriam
compostos pelos custos de insumos que em algumas situações deveriam ser adquiridos. Os demais custos
operacionais, como custo de operadores, por serem provavelmente próximos aos custos já existentes, foram
desconsiderados.

3. AVALIAÇÃO DE CENÁRIOS
Inicialmente, foram avaliadas separadamente as propostas de mudança do cliente, em comparação com o
cenário atual. Em cada cenário avaliado, foi realizado o balanço de massa (Anexo II), o cálculo da potência das
turbinas e dos indicadores econômicos da alternativa. Posteriormente, foram propostos dois cenários que,
segundo as análises desta consultoria, são os melhores do ponto de vista econômico. Os cenários recomendados
pela consultoria foram submetidos a análises de sensibilidade e de risco. Os indicadores econômicos para os
cenários gerados a partir das propostas da empresa encontram-se na Tabela 3.1, ao final da seção 3.1, onde esses
cenários são descritos. Da mesma forma, os indicadores econômicos para os cenários gerados a partir das novas
propostas encontram-se na Tabela 3.2, ao final da seção 3.2, onde esses cenários são descritos.

3.1. Avaliação das propostas da empresa cliente


3.1.1. Configuração atual
A configuração atual consiste em duas caldeiras (43 e 22,5 bar), uma moenda de acionamento mecânico
e uma turbina de contrapressão 43-2,5 bar. Nesta configuração, a caldeira de 22,5 bar supre a demanda de vapor
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da moenda mecânica, enquanto o vapor gerado pelo bagaço que é queimado na caldeira de 43 bar passa pela
turbina 43-2,5 bar para gerar energia elétrica (Figura 3.1). A potência da turbina de contrapressão 43-2,5 bar é
de 23,72 MW, dentre os quais 11,72 MW são vendidos para a rede elétrica (grid). São vendidas 7,35 toneladas
de bagaço. Esse cenário é a referência em relação ao qual os demais cenários serão comparados. Valores de
VPL superiores ao do cenário original indicam, a princípio, um investimento viável.

Figura 3.1 – Configuração atual do sistema de cogeração da empresa cliente.

3.1.2. Cenário 1 – Substituição da caldeira de 22,5 bar por uma de 68 bar

Nesse cenário, a caldeira de 43 bar é substituída por uma caldeira de 68 bar, mantendo-se a caldeira de
22,5 bar e a moenda mecânica. Para isso, a turbina de contrapressão que operava a 43-2,5 bar é realocada para
operar entre 68-2,5 bar. Assim como na configuração atual, a caldeira de 22,5 bar supre a demanda de vapor da
moenda mecânica, enquanto o bagaço que é queimado na caldeira de 68 bar passa pela turbina 68-2,5 bar para
gerar energia elétrica (Figura 3.2). Para esta configuração, a potência gerada pela turbina 68-2,5 bar é de 25,22
MW (inferior à capacidade máxima de 30 kW), dentre os quais 13,22 MW são vendidos para o grid. São
vendidas 13,83 toneladas de bagaço. A diferença entre a VPL desse cenário e a do atual é negativa e igual a -
R$12,307 milhões, indicando que a mudança não é viável. O aumento da energia vendida para o grid não é
suficiente para compensar o custo da nova caldeira de 68 bar.

3.1.3. Cenário 2 – Troca da turbina de contrapressão por uma turbina de condensação

Nesse cenário, a turbina de contrapressão 43-2,5 bar é substituída por uma turbina de condensação
operando entre 43 bar e 2,5 bar, mantendo-se as caldeiras de 43 e 22,5 bem como a moenda mecânica. A caldeira
de 22,5 supre a demanda de vapor da moenda mecânica, enquanto o bagaço que é queimado na caldeira de 43
bar passa pela turbina de condensação para gerar condensado e energia elétrica. A turbina de condensação
produz o vapor a 2,5 bar necessário para completar a demanda de vapor da usina 1G e o resto é convertido em
água (Figura 3.3). Para esta configuração, a potência produzida pela turbina de condensação é de 32,48 MW,
dentre os quais 20,48 MW são vendidos para o grid. Não há venda de bagaço. A diferença entre a VPL desse
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cenário e a do original é negativa e igual a -R$18,241 milhões, indicando que a mudança não é viável. O
aumento da energia vendida para o grid mais uma vez não é suficiente para superar o custo da nova turbina de
condensação.

Figura 3.2 – Configuração do sistema de cogeração da empresa cliente, de acordo com o Cenário 1.

Figura 3.3 – Configuração do sistema de cogeração da empresa cliente, de acordo com o Cenário 2.

3.1.4. Cenário 3 – Uso concomitante das turbinas de contrapressão e condensação

Nesse cenário, a turbina de contrapressão já existente, operando entre 43-2,5 bar, e uma nova turbina de
condensação operando entre 43-2,5 bar são usadas concomitantemente, sendo mantida a moenda mecânica e as
caldeiras de 43 e 22,5 bar. Mais uma vez, a caldeira de 22,5 supre a demanda de vapor da moenda mecânica. O
vapor gerado na caldeira de 43 bar é distribuído entre as turbinas de contrapressão e condensação. Buscou-se
atingir uma produção significativa de água (para maximizar a potência gerada pela turbina de condensação) e
ao mesmo tempo maximizar a passagem de vapor pela turbina de contrapressão, minimizando a capacidade da

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nova turbina de condensação e consequentemente seu preço. Para isso, 168,5 t/h do vapor gerado na caldeira de
43 bar foram direcionados à turbina de contrapressão e 23 t/h à turbina de condensação (Figura 3.4). Para esta
configuração, a potência da turbina de condensação é de 9,90 MW e a da turbina de contrapressão é de 22,58
MW, com 20,48 MW vendidos para o grid. Não há venda de bagaço. A diferença entre a VPL desse cenário e
a do original é positiva e igual a +R$26,490 milhões, indicando a possibilidade de lucro com relação ao cenário
atual.
Figura 3.4 – Configuração do sistema de cogeração da empresa cliente, de acordo com o Cenário 3.

3.1.5. Cenário 4 – Substituição da moenda mecânica pela moenda elétrica

Nesse cenário, a moenda de acionamento mecânico é substituída por uma moenda equivalente, porém de
acionamento elétrico. São mantidas as caldeiras de 43 e 22,5 bar e a turbina de contrapressão, atuando no
intervalo de pressão 43-2,5 bar. A produção da caldeira de 43 bar é aumentada até o limite, direcionando-se 200
t/h do vapor gerado à turbina de contrapressão. Para gerar os 340 t/h de vapor 2,5 bar necessários à planta 1G,
utiliza-se a caldeira de 22,5 bar para gerar vapor a esta pressão, que então passa por uma estação redutora de
pressão contendo uma válvula e um dessuperaquecedor, para atingir as condições requeridas (Figura 3.5). Para
esta configuração, a potência da turbina de contrapressão é de 26,80 MW, com 3,04 MW vendidos para o grid.
São vendidas 16,87 toneladas de bagaço. A diferença entre a VPL desse cenário e a do original é negativa e
igual a -R$ 94,201 milhões, indicando que a mudança não é viável. A necessidade de consumo de eletricidade
pela moenda elétrica limita a venda de energia para o grid, diminuindo as receitas. Dentre todos os cenários
avaliados, apenas dois cenários contendo a moenda elétrica apresentaram lucro com relação ao atual, ainda que
apresentem prejuízo quando utilizados em cenários equivalentes com moenda mecânica. Dentre os melhores
cenários obtidos, que serão posteriormente discutidos, todos apresentam moendas de acionamento mecânico.

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Figura 3.5 – Configuração do sistema de cogeração da empresa cliente, de acordo com o Cenário 4.

Tabela 3.1 – Indicadores econômicos dos cenários desenvolvidos com base nas propostas do cliente
Indicadores Atual Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4
CAPEX
- 32,794 92,614 40,312 32,010
(milhões de reais)
OPEX
- - - - 1,405
(milhões de reais)
Fluxo de Caixa
Livre 10,978 13,385 19,714 18,825 3,673
(milhões de reais)
VPL
93,467 81,160 75,226 119,958 -0,739
(milhões de reais)
TIR (% a.a) - 40,8% 20,8% 46,7% 13,2%
Payback
0,00 2,95 6,67 2,54 12,50
descontado (anos)

3.2. Avaliação das alternativas propostas pela consultoria


Nesses dois cenários, analisou-se a viabilidade considerando também a queima de 40% da palha presente
no campo, conforme indicado pelo cliente. Foi feita uma aproximação para o consumo específico de palha nas
caldeiras para 4,4 t vapor/t palha. A partir desse valor, encontrou-se a quantidade de “bagaço equivalente”, que
foi somada à vazão mássica atual de bagaço na planta. Nota-se que a queima da palha aumenta a vazão de vapor
gerado nas caldeiras, permitindo o aproveitamento máximo das mesmas e assim maximizando a produção de
energia e o lucro.

3.2.1. Cenário 5 – Primeiro cenário recomendado pela consultoria

Nesse cenário, são utilizadas duas caldeiras (43 e 68 bar), a moenda mecânica, uma turbina de
contrapressão (43/2,5 bar) e uma turbina de condensação (68/22,5 bar). O vapor necessário para o
funcionamento da moenda é proveniente da caldeira de 68 bar e passa pela turbina de condensação. O restante
do vapor a 2,5 bar necessário para o processo é produzido pela passagem de vapor a 43 bar proveniente da

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caldeira de 43 bar pela turbina de contrapressão (Figura 3.6). Para esta configuração, a potência gerada pela
turbina de condensação é de 175,45 MW e a gerada pela turbina de contrapressão é de 23,24 MW, com 189,18
MW vendidos para o grid. Não há venda de bagaço.

Figura 3.6 – Configuração do sistema de cogeração da empresa cliente, de acordo com o Cenário 5.

3.2.2. Cenário 6 – Segundo cenário recomendado pela consultoria

Nesse cenário, utiliza-se apenas a caldeira de 68 bar. A turbina de contrapressão opera na faixa 68-2,5 bar
e gera vapor a 2,5 bar para o processo. O vapor a 22,5 bar necessário para suprir a demanda da moenda mecânica
é gerado pela turbina de condensação (Figura 3.7). Para esta configuração, a potência da turbina de condensação
é de 175,87 MW e a da turbina de contrapressão é de 25,22 MW, com 189,09 MW vendidos para o grid. Não
há venda de bagaço.

Figura 3.7 – Configuração do sistema de cogeração da empresa cliente, de acordo com o Cenário 6.

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Tabela 3.1 – Indicadores econômicos dos cenários desenvolvidos com base nas propostas do cliente
Indicadores Atual Cenário 5 Cenário 6
CAPEX (milhões de reais) - 294,986 320,612
OPEX (milhões de reais) - 3,83 -
Fluxo de Caixa Livre (milhões de reais) 10,978 172,621 172,970
VPL (milhões de reais) 93,467 1.174,636 1.151,982
TIR (% a.a) - 58,5% 53,9%
Payback descontado (anos) 0,00 1,97 2,16

3.3. Análise de sensibilidade dos cenários propostos pela consultoria

As Figuras 3.8 e 3.9 trazem a análise de sensibilidade dos cenários 5 e 6, sob a forma de diagramas tornado.
Os resultados mostram que todas as análises apresentam alta sensibilidade a mudanças no preço de energia
elétrica, sendo que este deve ser um parâmetro bem avaliado na análise de engenharia de detalhamento do
processo. O cenário 6 também mostrou alta sensibilidade à disponibilidade do bagaço, portanto para este cenário
também é preciso cuidado com este parâmetro em etapas posteriores de análise.

Figura 3.8 – Análise de sensibilidade para o cenário 5.

Figura 3.9 – Análise de sensibilidade para o cenário 6.

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3.4. Análise de risco (Monte Carlo) dos cenários propostos pela consultoria

As Figuras 3.10 e 3.11 trazem os gráficos relativos às análises de risco dos cenários 5 e 6 para a TIR. No
cenário 5, tem-se 80% de probabilidade da TIR ser maior que 50% e mais de 88% de probabilidade do TRI ser
menor que 2,5 anos. No cenário 6, tem-se 85% de probabilidade da TIR ser maior que 45% e 95,5% de
probabilidade do TRI ser menor que 3 anos. Desta forma, conclui-se que o investimento que apresenta menor
risco é o cenário 5, porém ambos apresentam boa confiabilidade.

Figura 3.10 – Análises de risco para o cenário 5.

Figura 3.11 – Análises de risco para o cenário 6.

4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS

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A avaliação dos cenários estudados permite concluir que, individualmente, as propostas do cliente não
conduzem a investimentos interessantes do ponto de vista técnico-econômico. Porém, quando combinadas, elas
podem resultar em investimentos rentáveis e de baixo risco. O cenário 5 foi o que apresentou maior VPL e
menor tempo de retorno do investimento e por isso foi considerado o melhor cenário dentre as opções avaliadas.
Em relação à sensibilidade às variáveis do mercado e ao risco, mostrou-se que ele é favorável. Além disso, por
ser constituído por tecnologia já bem consolidada (caldeiras e turbinas), apresenta baixo risco tecnológico.
Sendo assim, recomenda-se o investimento no cenário 5.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TURTON, R. et al. Analysis, Synthesis and Design of Chemical Processes, 4. ed., Prentice Hall, New Jersey,
2012.
EFE, Ç.; STRAATHOF, A.J.J.; VAN DER WIELEN, L.A.M. Technical and Economical Feasibility of
Production of Ethanol from Sugar Cane and Sugar Cane Bagasse, B-Basic Internal Report, Delft University
of Technology, The Netherlands, 2007.
COUPER, J.R. Process Engineering Economics, 1 ed., Marcel Dekker, New York, 2003.
TOWLER, G.; SINNOTT, R. Chemical Engineering Design Principles, Practice and Economics
of Plant and Process Design, 2 ed., Eselvier, Oxford, 2013.
ECONOMIC Indicators, Chemical Engineering, Chemgonline, New York, June/2017.
ECONOMIC Indicators, Chemical Engineering, Chemgonline, New York, November/2011.
AES ELETROPAULO. Tarifa de Energia Elétrica. Disponível em: <
https://www.aeseletropaulo.com.br/poder-publico/prazos-e-tarifas/paginas/tarifa-de-energia-eletrica.aspx>.
Acesso em 09/03/2018.
STUCCHI, A. A experiência da Raízen com o etanol de segunda geração, NovaCana, Disponível em:
<https://www.novacana.com/n/eventos/a-experiencia-da-raizen-com-o-etanol-de-segunda-geracao-130616/?t
mpl=component&print=1>. Acesso em 17/03/2018.
ANDERSON, J. Determining Manufacturing Costs, CEP Magazine, New York, Jan/2009.
E4TECH. From the Sugar Platform to biofuels and biochemical, Final report for the European Commission
Directorate-General Energy, v. 1.4, 2015.
ALVES, M. Estudo de sistemas de cogeração em usinas de açúcar e álcool, com utilização do bagaço e
palha da cana, 2011, 114 p., Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) - Universidade Estadual de
Campinas, 2011.
ULRICH, G.D.; VASUDEVAN, P.T. How to Estimate Utility Costs, Chemical Engineering, p. 66-69, 2006.

ANEXO I – DETALHAMENTO DAS ANÁLISES DE SENSIBILIDADE E DE RISCO


Análise de sensibilidade

Esse tipo de análise baseia-se na mudança das principais variáveis que afetam o sistema, com o objetivo
de determinar o impacto que essas variações têm sobre parâmetros financeiros. Neste trabalho, considerou-se o
Valor Presente Líquido (VPL) e o Tempo de Retorno de Investimento (TRI) como principais parâmetros a serem
analisados, através da modificação de seis variáveis: preço do dólar, preço da energia elétrica, custo dos
equipamentos, imposto de renda, custo de venda do bagaço de cana e disponibilidade de bagaço de cana. Essas
variáveis foram selecionadas pois são valores que podem mudar rapidamente (como preço do dólar e

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disponibilidade de bagaço de cana, que depende fortemente da safra) ou que têm grande incerteza associada
(como o preço dos equipamentos). Para realização da análise, os parâmetros acima foram alterados
individualmente para valores 10% acima e abaixo do valor nominal. É importante ressaltar que cada número foi
modificado mantendo-se todos os outros dados em seu valor nominal.

Análise de risco

A análise de risco do sistema foi feita a partir de uma simulação com o método de Monte Carlo baseando-
se numa distribuição normal de probabilidades. Foram utilizadas as mesmas variáveis de entrada que na análise
de sensibilidade (preço do dólar, preço da energia elétrica, custo dos equipamentos, imposto de renda, custo de
venda do bagaço e disponibilidade do bagaço) e os parâmetros analisados foram a Taxa Interna de Retorno
(TIR) e o Tempo de Retorno de Investimento (TRI). Para a simulação do cenário, definiu-se que as variáveis de
entrada podem assumir valores aleatórios baseados numa distribuição normal dos dados, com média igual ao
valor nominal da variável e desvio padrão igual a 10% do valor nominal. O método de Monte Carlo utilizado se
baseia na simulação de 10000 cenários diferentes, com a variação aleatória das seis variáveis de entrada e, para
cada cenário analisado, foi obtido o valor da TIR e do TRI. Com os cenários aleatórios, foi possível construir
um gráfico de frequência, a partir do qual é possível calcular a probabilidade de um evento ocorrer.

ANEXO II – TABELA DE BALANÇO DE MASSA

Correntes (t/h) Atual Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6


11 0,0 177,1 0,0 0,0 0,0 428,6 603,1
12 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
13 0,0 177,1 0,0 0,0 0,0 0,0 177,1
14 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 428,6 426,0
15 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
16 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
21 177,1 0,0 191,4 191,4 200,0 177,1 0,0
22 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
23 177,1 0,0 0,0 177,1 200,0 177,1 0,0
24 0,0 0,0 191,4 14,3 0,0 0,0 0,0
25 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
26 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
31 160,0 160,0 160,0 160,0 121,7 0,0 0,0
32 160,0 160,0 160,0 160,0 0,0 160,0 160,0
33 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
34 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
35 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
36 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
37 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 160,0 160,0
38 0,0 0,0 0,0 0,0 121,7 0,0 0,0
39 0,0 0,0 0,0 0,0 18,3 0,0 0,0
41 2,9 2,9 2,9 2,9 0,0 2,9 2,9
42 162,9 162,9 162,9 162,9 0,0 162,9 162,9
43 0,0 177,1 0,0 0,0 0,0 0,0 177,1
44 177,1 0,0 0,0 177,1 200,0 177,1 0,0
45 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
46 0,0 0,0 177,1 0,0 0,0 0,0 0,0
47 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
48 340,0 340,0 340,0 340,0 340,0 340,0 340,0

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