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RESUMO – A vinhaça constitui um problema para as indústrias uma vez que ela não
pode ser descartada indiscriminadamente no meio ambiente devido ao seu baixo pH e
alta concentração de sólidos – orgânicos e inorgânicos. A vinhaça deixa a coluna de
destilação a uma temperatura em torno de 105 °C e, portanto, possui potencial energético
que pode ser reintegrado ao processo. Esse trabalho teve como objetivo avaliar o
potencial térmico da vinhaça, visando a otimização da planta de produção de bioetanol.
Foi sugerido a implementação de um sistema de troca térmica para reaproveitamento do
calor da vinhaça no preaquecimento do vinho delevedurado. Esse sistema foi modelado e
utilizou-se o software Excel 2010® para simular o processo. Observou-se que o novo
sistema de recuperação de calor contribui para economia de significativa quantidade de
energia, que pode ser comercializada, constituindo fonte alternativa de receita para a
indústria sucroalcooleira.
1. INTRODUÇÃO
O etanol vem sendo apontado como um dos biocombustíveis mais promissores. O etanol
brasileiro, produzido a partir da cana-de-açúcar, é o biocombustível mais produtivo do mundo hoje,
com 6.000 litros/hectares-ano, a um custo de US$ 0,22 por litro (anidro). Esta produtividade pode
crescer até 14.000 litros/hectares-ano, com o desenvolvimento de novas tecnologias (Linardi, 2010).
A fertirrigação com vinhaça é largamente utilizada nos plantios de cana no Brasil. A vinhaça é
rica em nutrientes minerais e apresenta elevado teor de matéria orgânica, o que justifica sua intensa
utilização na fertirrigação de áreas cultivadas com cana (Szymanski et al., 2010). No entanto, essa
prática deve ser muito bem planejada, uma vez que pode causar salinização dos solos e contaminação
dos lençóis freáticos (Silva et al., 2007).
Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade da recuperação do calor da
vinhaça por meio de um sistema de reaproveitamento energético integrado à planta de produção do
bioetanol para preaquecimento do vinho delevedurado.
2. METODOLOGIA
Um diagrama do sistema de reaproveitamento energético da vinhaça, sugerido neste estudo, é
apresentado na Figura 01.
Figura 01 – Diagrama de processo do sistema de aproveitamento energético da vinhaça.
Foram utilizados os softwares Microsft Excel 2010, para dimensionamento dos equipamentos e
cálculos da análise econômica, e o Edraw Max (versão livre), para desenho do diagrama de processo.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As Tabelas 02 e 03 apresentam os resultados de dimensionamento dos equipamentos bem
como da análise de viabilidade econômica do projeto, respectivamente.
Trocador de calor
Área (m2): 97
Bombas
1 60,77 11,56
2 29,17 2,43
Custos Fixos
Total: R$ 32.200,00
Custos variáveis
4. CONCLUSÕES
De acordo com os resultados da análise econômica, a implantação desse projeto implicará na
arrecadação de lucros consideráveis para uma usina sucroalcooleira de pequeno a médio porte. A
venda de energia elétrica para a rede poderá afetar positivamente a distribuição de energia para
residências e indústrias. Estima-se que a venda de eletricidade pelas usinas no ano de 2014 tenha
economizado cerca de 14% da água dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Portanto, a
implantação do sistema proposto nesse trabalho poderá elevar esses números, somando esforços no
combate à crise hídrica no Brasil.
5. REFERÊNCIAS
Christofoletti, C. A; Escher, J. P.; Correia, J. E.; Marinho, J. F. U.; Fontanetti, C. S. Sugarcane
vinasse: Environmental implications of its use. Waste management, v. 33, n. 12, p. 2752-2761, 2013.
EPE. Empresa De Pesquisa Energética. 2014. Balanço Energético Nacional 2014: Ano base 2013.
Disponível em: https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2014.pdf. Acesso em: 05 de
abril de 2015.
Farrell, A. E. Plevin, R. J.; Turner, B. T.; Jones, A. D.; O'hare, M.; Kammen, D. M. Ethanol can
contribute to energy and environmental goals. Science, v. 311, n. 5760, p. 506-508, 2006.
Linardi, M. Introdução à ciência e tecnologia de células a combustível. Art Lieber Editora, São Paulo,
SP. 2010.
Silva, M. A. S. da; Griebeler, N.P.; Borges, L.C. Uso de vinhaça e impactos nas propriedades do solo
e lençol freático. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 11, n. 1, p. 108-114,
2007.