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PROJETOS DA INDÚSTRIA QUÍMICA I

2a Lista de Exercícios

1) Um investidor possui R$ 25.000.000,00 investido, com rendimento líquido (já


debitados os impostos e taxas) de 12% ao ano. Recebeu uma oferta para investir
esse valor na aquisição do controle de uma usina produtora de etanol, que deverá
produzir 100.000 l/dia de etanol hidratado. Do total o capital depreciável é de
R$12.000.000,00 e o capital de giro faz parte do total investido. O negócio deverá
ter duração de 10 anos. As despesas totais com a operação e manutenção da
fábrica estão estimadas em R$ 15.100.723,00 ao ano.
Considerando que o investidor somente receberá os dividendos do negócio
ao final de cada ano, e que aplicará todo o valor recebido a 12% a.a. (já debitadas
as taxas), calcule qual o valor que o investidor terá ao cabo de 10 anos nas
configurações abaixo:
a) se mantiver a aplicação atual (R: R$ 77.646.205,00)
b) se adquirir a fábrica, considerando que a venda do etanol, em termos médios ao
longo do ano, resultará em R$ 0,91/l, já debitadas todas as taxas, considerando
que a fábrica opera por 232 dias/ano, em razão da entressafra. (R: R$
95.253.422,00).
c) Qual a taxa de retorno do investimento? (16% ao ano)
c) Qual será o preço mínimo por litro de etanol (já descontadas todas as taxas) que
ainda viabiliza o negócio? (R: R$ 0,82)

2) Um segundo empresário, face à mesma oferta do exemplo 1, interessou-se pelo


negócio. Porém, tendo no momento todo seu capital imobilizado, consultou seu
banco para verificar a possibilidade de entrar no negócio via um empréstimo
bancário. Foi informado que poderia obter o capital a uma taxa de juros de 1,5% ao
mês. Se usar todo o retorno financeiro que o negócio permite, em quantos meses
poderá saldar completamente a dívida? (R: nunca).

3) A Indústria de Colas Tatu planeja instalar uma nova unidade investindo um total
depreciável de R$ 18.700.000,00. O total da folha de pagamento de salários a
serem pagos está estimado em R$ 180.000,00/mês, já computadas todas as taxas
inerentes à mão de obra. Considerando que:
- Produção da unidade: 60.000 kg/dia de cola
- Custo da matéria prima: R$ 1,8/kg de cola produzido, em valor total incluído
os impostos incidentes (ICMS = R$ 0,23/kg produzido)
- Consumo de vapor: 3,2 kg/kg de cola produzida
- Eletricidade: 480 kW independente da produção (custo: R$ 180/MWh)
- Não há custo para pesquisa, ou outras taxas, envolvido no processo
- Preço da cola no mercado: R$ 3,46/kg, considerando nesse valor todos os
impostos (IPI = 6%).

a) Calcule qual a taxa de retorno anual. (R: 26%)


b) Calcule o tempo de retorno do capital. (R:2,3 anos)
c) Calcule a produção diária mínima que ainda permite a operação da unidade
sem prejuízos. ( 12.310 kg/dia)
d) Considerando que o preço atual seja de R$ 2,62/kg de cola sem os impostos
(17% de ICMS, 9% PIS-COFINS e 6% de IPI), se houver uma redução de
20% no preço de mercado (para R$ 2,10/kg de cola), de quanto será o lucro
da unidade? (R: dá prejuízo: valor mínimo: R$ 2,22 ou R$ 2,93/kg incluindo
os impostos)
e) Considerando o preço da matéria prima como R$ 1,57/kg de cola, já
descontando o ICMS creditado, os administradores de empresa tem uma
regra básica que afirma: uma unidade para ser considerada lucrativa deve
vender o produto por um preço de esteja em torno de 3x o custo da matéria
prima. Considerando os cálculos que você fez acima, a regra tem
fundamento prático?

4) Óxido de etileno é produzido industrialmente pela oxidação de etileno,


catalisada por AgO depositado em pastilhas de alumina, a 20 bar e a 2400C,
segundo a reação:
C2H4 + 0,5O2 → C2H4O
Como fonte de oxigênio, tanto pode-se empregar o ar atmosférico como
oxigênio técnico.

Um levantamento dos custos de produção do óxido de etileno, empregando


ar como fonte de oxigênio para a oxidação do etileno, ou então empregando
oxigênio técnico (99,5%), considera que no emprego do ar deve-se adquirir um
compressor e operá-lo com alto custo de energia, para elevar a pessão do ar
até 20 bar. No caso do uso de oxigênio técnico, instala-se uma unidade de
recuperação de etileno para reciclo ao reator. A unidade operada com O2 técnico
oferece uma eficiência levemente superior àquela com ar, em termos de
conversão. Veja abaixo os valores (atualizados) obtidos por Kigushi e
Kumazawa (Hidrocarbon Processing, março de 1976), convertido para uma
unidade que deverá produzir 5.000 kg/h de óxido de etileno:

a) Capital Fixo
Ar Oxigênio
Unidade de Processo instalada R$ 52.640.000 42.680.000
Utilidades + tancágem R$ 11.920.000 11.360.000
Serviços (Adm. + Refeitório, etc) R$ 9.100.000 9.100.000

b) Custos de Produção
Eletricidade 4.862 kW 4.250 kW
Vapor 3.400 kg/h 680 kg/h
Água de torre 2.280 m3/h 1.900 m3/h
Etileno 3.370 kg/h 3.090 kg/h

Considerando que o custo do etileno hoje é de R$ 2,8/kg e o oxigênio custará


R$ 0,14/kg, e que a incidência de mão de obra é igual para ambos os processos,
decida qual deverá ser o agente oxidante a ser empregado e verifique qual o item,
dentre os custos, é o que oferece o maior impacto no custo de produção. Considere
o preço da eletricidade como R$ 0,30/ kWh, o vapor a R$ 0,06/kg e água de
resfriamento R$ 0,08/m3.

5) O reator que será empregado na produção de óxido de etileno, pela oxidação do


etileno, será do tipo feixe tubular (tubos de 3/4"), arranjado como um trocador de
calor, com os tubos preenchidos pelo catalisador (óxido de prata depositado em
pastilhas de alumina). Como as reações que ocorrem são fortemente exotérmicas,
se faz necessário um sistema eficiente de resfriamento. Planeja-se resfriar o reator
com auxílio de uma corrente de óleo térmico, que circula pela carcaça do reator e
troca calor com água no exterior, de modo a aproveitar a energia para gerar vapor
(veja figura abaixo). Determine o cada tonelada (1.000 kg) de vapor produzido no
sistema, considerando os dados abaixo, para uma produção de 4.400 kg/h de óxido
de etileno, com seletividade de 94% na reação principal, com os reagente entrando
no reator e os produtos saindo a 2400C.

Dados:
- reações no reator:
C2H4 + 0,5O2 → C2H4O ∆HR = - 28.860 kcal/kmol
C2H4 + 3O2 → 2CO2 + 2H2O ∆HR = - 320.000 kcal/kmol
- Vapor gerado: saturado a 8 bar manométrica, com o desaerador operando a 1,5
bar manométrica.
- Área de troca térmica do gerador de vapor tipo ketlle: 220 m2.
- Estimar o custo do desaerador considerando-o um vaso cilíndrico horizontal, de
volume total 5 m3, isolado.
- Bomba de circulação do óleo: BHP (potência no eixo) = 2.5 kW
- Bomba de alimentação de água: a potência deve ser calculada, considerando uma
eficiência para a bomba de 50%, e desprezando as perdas de carga na linha.

Produtos da reação
Vapor condensado

óleo térmico
Desaerador

Bomba Bomba
B - 01 B - 02
Reagentes

6) Uma nova unidade para a alquilação de isobutano está sendo projetada pela
YAMA Projetos. Calcule o custo (sem a instalação) do reator sabendo que o mesmo
será um vaso vertical cilíndrico, com 2,0m de diâmetro e 8,0m de altura, para
operar a 8,0 bar abs. e 600C, em aço AISI 304, munido de um agitador com
potência instalada de 10 kW. (R: U$ 688.000,00, para CE= 556,2)

7) Uma unidade deverá produzir isooctano pela alquilação do isobutano com 1-


buteno. Deverá empregar, como matéria prima, uma corrente contendo 80% molar
em 1-buteno e 20% molar de n-butano. Em função do consumo do 1-buteno no
reator, a corrente que deixa o reator, depois de separada, apresenta apenas 20%
molar em 1-buteno e 80% em n-butano, a 5 bar e 400C, representando uma vazão
mássica de 600 kg/h. A YAMA Projetos está estudando duas diferentes destinações
para essa corrente:
a) Vender-la como GLP, a um preço de R$ 1,2/kg (fob)
b) Instalar uma destiladora para reconcentrar a corrente até 80% molar em 1-
buteno, para poder recicla-a para o reator, vendendo o produto de fundo como
GLP.
Uma avaliação preliminar da coluna a ser instalada, considerando 90% de
recuperação do 1-buteno, resultou em:
- número de estágios: 80
- tipo: pratos perfurados
- diâmetro da coluna: 0,45m
- razão de refluxo: 17
- Espaçamento entre pratos: 0,4m
- Temperatura no topo: 400C para pressão de operação de 4,5 bar
- Temperatura de fundo: 48,50C
- Material: aço carbono
- Coeficiente global U de troca térmica no refervedor: 900 W/m2.0C
- Coeficiente de troca U no condensador: 1.040 W/m2.0C

Algumas propriedades, para as condições da coluna:


Cp (kcal/kmol.0C) hfg (kcal/kmol)
n-butano: 31,84 5352
1-buteno: 30,42 5238
Considerando que o preço da corrente de 1-buteno a 80% é R$ 2,2/kg, verifique
qual das duas opções mostra-se mais econômica e deverá ser implantada.

8) A coluna da proposta de projeto descrita no item 4, poderia empregar, em lugar


de pratos perfurados, um tipo de recheio. Empregando-se recheio tipo Intalox em
cerâmica a coluna ficaria com diâmetro de 0,5m e altura de recheio de 39m. Qual
meio físico de contacto entre as fases você recomenda? (não esquecer que será
necessário instalar redistribuidores).

9) Você está encarregado pelo projeto de uma coluna de destilação, e obteve os


seguintes valores para o refervedor:

Tipo área de troca (m2) L tubo (m) D tubo (mm) % vaporizado


Ketlle 870 6,1 19 80
Termosifão vertical 360 4,9 21,2 25

O refervedor será em aço carbono e deverá operar com vapor a 10 bar e com o
fluido de processo a 1400C.
Qual o tipo você escolhe?

10) Considerando termosifão em aço carbono, desenhe um diagrama comparando o


custo de aquisição de um termosifão vertical e um ketlle, em função da área de
troca em m2.

11) Um reator tipo PFR está sendo projetado. O catalisador é constituído por Ni
depositado em partículas esféricas de alumina, com 5 mm de diâmetro. O volume
total de catalisador necessário para a conversão desejada é de 10 m3. O reator
deverá operar a 10 bar abs. Os reagentes percorrem o reator em fase gás, a uma
temperatura de 1400C e a reação é fracamente exotérmica, não necessitando de
resfriamento do reator para mantê-lo sob controle. Por isso, planeja-se o reator
como um vaso cilíndrico preenchido pelo catalisador, distribuído em camadas de, no
máximo, 1,0m de altura, para evitar empacotamento, como mostra a figura.

1,0 m

Otimize o diâmetro do reator para que seja o mais econômico e determine qual a
velocidade v do escoamento do gás no reator, considerando a seção transversal
vazia, como costuma-se fazer para reatores empacotados. Considere os dados
abaixo:
- vazão de gás no reator: 140 kmol/h (massa molecular média: 50)
- densidade nas condições do escoamento: 0,25 kmol/m3
- viscosidade nas condições do escoamento: 0,04 cP
- material do reator: AISI 304.
- Será usado um compressor centrífugo para movimentar os reagentes, e sua
potência poderá ser calculada pela relação:

 P  0,17 
BHP  1.190  2   1 (Potência de kW)
 P1  
 
onde P1 = pressão na entrada do compressor = 1,5 bar, e P2 é a pressão na
alimentação do leito catalítico. A pressão na descarga do reator será de 1,5 bar, e o
compressor deverá ser usado, portanto, para suprir apenas a perda de carga no
reator.

- perda de carga no leito catalítico: eq. de Ergun:

p f G2  1   
 k  
z Dp  F   3 
1   
fk  1,75  150 
 Dp G 
 
Onde G é vazão mássica kg/m2.s na seção vazia do leito e ε é a fração de vazios do
leito.

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