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Líquido

Penetrante
Apostila 02
Sumário
05 - Histórico
05 - Considerações geras
08 - Terminlogia
12 - Liquído penetrante
17 - Revelador
19 - Procedimento
26 - Aparência das indicações
27 - Interpretação e avaliação das indicações
30 - Ilmnação
31 - Contaminação
33 - Controle da qualidade do líquido penetrante
35 - Técnicas especiais
1. HISTÓRICO
O método dos líquidos penetrantes usado para inspeções de metais é hoje, um dos
mais simples e importantes métodos de ensaios não destrutivos. Chega mesmo, a se
tornar indispensável, sem substitutos, quando olhado de ponto de vista da produção em
massa.
O método dos líquidos penetrantes esta atualmente em terceiro lugar no que tange ao
volume de aplicação na indústria, perdendo apenas para radiografia e partículas
magnéticas.
Apesar da grande eficácia do método magnético, ele se restringe apenas a metais
magnéticos, com isso, surgiu à necessidade de desenvolver outra técnica de inspeção
superficial. Desde então grande esforço esta sendo gasto para aperfeiçoar a técnica e
também os matérias utilizados.
2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
O que é o método de ensaio por líquido penetrante?
É um método de ensaio não destrutivo (END) para a detecção de descontinuidades
abertas na superfície de materiais sólidos e não porosos.
Este método emprega um líquido penetrante o qual é aplicado na superfície, penetrando
nas descontinuidades.
Após um determinado tempo de penetração, o excesso é removido, aplica-se um
revelador e é feita a observação das descontinuidades através do vazamento do líquido
penetrante.
Como ele funciona?
Existem 5 etapas essenciais no emprego deste método de ensaio:
1) Preparação da superfície;
2) Aplicação do líquido penetrante;
3) Remoção do excesso de penetrante;
4) Aplicação do revelador;
5) Inspeção
Preparação da superfície
Na preparação da superfície antes da aplicação do líquido penetrante é necessário
remover: água, óleo, graxa, tinta, carepa solta, ferrugem e todo e qualquer material
estranho que possa interferir ou mascarar o ensaio.
Como remover? Através de escovas de aço, manuais ou rotativas, solventes,
desengraxantes, ou outros meios apropriados e adequados. Nesta etapa é conveniente
atentar-se para os seguintes detalhes:
a) o uso de escovas de aço carbono ou lixadeira, que tenha sido utilizada em aço
carbono, em aço inoxidável austenítico provoca a contaminação deste último;
b) a limpeza por jateamento abrasivo pode obstruir as descontinuidades; se o
jateamento for imperativo, recomenda-se um esmerilhamento antes da aplicação do
penetrante.
Se a preparação for mecânica, é sempre recomendável complementar a limpeza com
algum solvente, não só para a remoção de traços de óleo ou graxa, como também da
poeira. Neste caso, recomenda-se um tempo de secagem do solvente.
Aplicação do penetrante
O penetrante pode ser aplicado por: imersão, pincelamento, derramamento ou por
aspersão, em toda a superfície de interesse.
O penetrante deverá permanecer em contato com a superfície pelo menos durante o
tempo mínimo de penetração.
Remoção do excesso de penetrante
Decorrido o tempo mínimo de penetração, o excesso deve ser removido de forma
cuidadosa.
A maneira de se executar a remoção dependerá do tipo do penetrante.
Aplicação do revelador
O revelador pode ser aplicado por pincelamento ou aspersão, sendo esta última a forma
mais recomendável pois ela minimiza os escorrimentos e mascaramentos.
Inspeção
Esta é a etapa onde se procuram as indicações das descontinuidades que podem variar
em função do tipo de penetrante utilizado.
Como o revelador atua como um mata-borrão, as indicações serão sempre maiores do
que o tamanho real das descontinuidades. Quanto maior a descontinuidade, mais
penetrante dentro da mesma e maior o tamanho da indicação. Pelo mesmo motivo, as
descontinuidades pequenas, fechadas ou rasas, apresentam uma indicação bastante
suave, muitas vezes de coloração rosa (no casa de penetrante vermelhor).

FIGURA 1: Aplicação do penetrante


FIGURA 2: Remoção do excesso

FIGURA 3: Aplicação do revelador


FIGURA 4: Absorção do líquido pelo revelador
3. TERMINOLOGIA
3.01 Absorção
A ação do revelador em absorver o penetrante da descontinuidade, de modo a causar a
máxima sangria para aumento do contraste e da sensibilidade.
3.02 Auto-emulsificável
Propriedade de um líquido penetrante combinar-se satisfatoriamente com água, em
solução ou emulsão, facilitando sua remoção por lavagem com água. O mesmo que
lavável com água.
3.03 Banho
Imersão da peça durante o processo, com líquido apropriado.
3.04 Bloco comparador
Bloco metálico intencionalmente trincado com duas áreas adjacentes porém distintas,
destinado à comparação direta de penetrantes diferentes.
3.05 Capilaridade
Fenômeno físico caracterizado pela tendência de certos líquidos em penetrar em
pequenas aberturas, tais como trincas ou fissuras.
3.06 Coloração ou fluorescência de fundo
Coloração ou fluorescência não desejada, que permanece na peça após a remoção
incompleta de penetrante.
3.07 Contraste
Diferença em visibilidade ou coloração entre o componente ensaiado e as indicações de
descontinuidade reveladas pelo ensaio por liquido penetrante.
3.08 Defeito
Descontinuidade que, por sua natureza, dimensões, localização ou efeito acumulado
torna a peça imprópria para uso por não satisfazer os requisitos mínimos de aceitação
da especificação aplicável.
3.09 Descontinuidade
Interferência na estrutura normal de uma peça, que se refere à homogeneidade de
características físicas, mecânicas ou metalúrgicas.
3.10 Emulsão
Mistura estável de água e óleo produzida pela adição do emulsificador.
3.11 Emulsificador *t
Agente normalmente líquido, o qual, quando combinado com um líquido penetrante
insolúvel em água, comporta-se tal qual um penetrante solúvel, portanto facilitando sua
remoção por água.
3.12 Estanqueidade
Ensaio por líquido penetrante onde o penetrante é aplicado em um dos lados do
material e a observação é feita no lado oposto para verificar a presença de
descontinuidade, passantes na seção do material.
3.13 Família
Materiais compatíveis e de mesma marca.
3.14 Filtro de luz negra
Filtro que suprime a luz visível e permite a passagem de luz negra.
3.15 Fluído desengraxante
Agente empregado para remover óleo e graxa da superfície da peça antes da aplicação
do líquido penetrante.
3.16 Fluorescência
Propriedade de uma substância em emitir luz durante o processo de absorção de
radiação de alguma outra fonte de energia, de menor comprimento de onda.
3.17 Indicação
Evidência que requer interpretação para se determinar o seu significado.
3.18 Indicação não relevante
Indicação deixada pelo penetrante, porém não associada a uma descontinuidade. Indica
usualmente procedimento impróprio.
3.19 Interpretação
Avaliação da indicação.
3.20 Lavagem
Processo de remoção do líquido penetrante por um outro liquido, usualmente água.
3.21 Limpeza inicial
Limpeza da parte da peça a ser inspecionada antes do ensaio, de modo que esteja livre
de sujeira e material graxo ou estranho.
3.22 Limpeza final
Remoção do revelador ou outro material usado no ensaio.
3.23 Limpo
Razoavelmente isento de contaminação sólida ou líquida.
3.24 Líquido penetrante fluorescente
Líquidp penetrante que emite luz visível quando exposto à luz negra.
3.25 Líquido penetrante visível
líquido penetrante intensamente colorido, que propicia grande contraste com o
revelador.
3.26 Luz negra
Radiação com comprimento de onda na faixa ultravioleta de menor energia (3200 a
4000 A).
3.27 Penetrante
Líquido de alta capacidade de penetração em pequenas aberturas, características que
faz com que seja utilizado na detecção de descontinuidades.
3.28 Penetrante lavável com água
O mesmo que penetrante auto-emulsificável.
3.29 Perda de fluorescência
Diminuição da fluorescência por causas outras que não a remoção da radiação
excitante. Por exemplo, a ação de agentes oxidantes fortes, ácidos fortes ou álcalis.
3.30 Ponto de fulgor
A mais baixa temperatura na qual uma substância se decompões em uma mistura
gasosa inflamável.
3.31 Removedor
Solvente empregado na remoção do excesso de penetrante.
3.32 Revelador
Substância com a propriedade de acentuar o processo de sangria, intensificando as
indicações e formando um fundo de contraste. É aplicado após a remoção do excesso
de penetrante.
3.33 Revelador úmido não aquoso
Revelador em forma de pó suspenso em líquido não aquoso.
3.34 Revelador seco
Revelador em forma de pó fino e seco.
3.35 Revelador úmido aquoso
Revelador em forma de pó solúvel em água.
3.36 Sangria
Saida de penetrante do interior da descontinuidade para a superficie do material.
3.37 Tempo de escamento
Tempo necessario para o excesso de penetrante escoar da peça, após a retirada do
banho.
3.38 Tempo de penetração
Tempo mínimo em que o penetrante deve permanecer em contato com a peça. O tempo
de escoamento é considerado como parte do tempo de penetração.
3.39 Tempo de revelação
Tempo mínimo para o revelador absorver o penetrante das descontinuidades.
4. O LÍQUIDO PENETRANTE
O que é líquido penetrante?
O líquido penetrante é composto por vário elementos devidamente balanceados e que
deve ter a capacidade de penetrar em aberturas muito pequenas, tais como nas trincas.
Esta capacidade independe a ação gravitacional e, felizmente, da mesma forma como
ele penetra, ele deve sair, acusando a presença da descontinuidade.
Dentre as características idéias de um penetrante, encontram-se:
a) ter a capacidade de penetrar em pequenas aberturas;
b) ter a capacidade de manter-se em aberturas relativamente grandes;
c) não evaporar ou secar rapidamente;
d) ser facilmente removível da superfície na qual está sendo aplicado;
e) não ser removível de dentro das aberturas, durante a remoção do excesso;
f) ter a capacidade de sair facilmente das aberturas;
g) ter a capacidade de espelhar-se em um filme fino;
h) ter um brilho intenso ou fluorescência, mesmo em uma camada fina;
i) não perder a coloração, ou fluorescência, mesmo quando exposto ao calor, luz visível
ou fluorescente;
j) ser inerte tanto aos materiais onde estiver aplicado quanto às embalagens; I) não ter
odor;
m) ser estável tanto estocado quanto em uso; n) não ser tóxico; o) ser de baixo custo; p)
não ser inflamável.
Algumas das características acima podem ser resumidas nas propriedades físicas
listadas abaixo. Entretanto convém lembrar que nenhuma dessas propriedades, por si
só, determina a qualidade de um penetrante, ou seja, a qualidade dependerá da
combinação de tais propriedades.
Propriedades físicas:
- Viscosidade
- Tensão superficial
- Poder de emuctação
- Desnsidade
- Volatilidade
- Ponto de fulgor
- Inércia química
- Solubilidade
- Toxicidade
Viscosidade
A viscosidade influi diretamente na velocidade com que um penetrante entra ou sai de
uma descontinuidade. Quanto maior a viscosidade, menor é a velocidade de
penetração, talvez nem chegue a penetrar. Por outro lado, se a viscosidade for muito
baixa, o penetrante estará sujeito à remoção.
Portanto, um líquido penetrante deverá ter uma viscosidade média, a qual será
resultado da adição de vários ingredientes.
Tensão Superficial
Tensão Superficial é o resultado das forças de atração entre moléculas de um líquido,
como no caso de uma gota de água que tem a tendência de se contrair na forma
esférica. Conseqüentemente, a tensão superficial exerce um papel importante uma vez
que ela determina a capacidade de penetração. Genericamente, é desejável que um
líquido penetrante tenha uma tensão superficial relativamente alta.
Poder de Umectação
O poder de umectação é determinado através do ângulo de contato. O ângulo de
contato é medido entre o líquido e a superfície, no ponto de contato. Quanto menor o
ângulo, maior é o poder de umectação.
Densidade
A densidade não te uma influência direta na quantidade do líquido penetrante.
Normalmente, a maioria dos líquidos penetrantes apresenta uma densidade menor que
1. Uma vantagem decorrente deste fato é que a água irá depositar-se no fundo do
recipiente, minimizando o problema da contaminação.
Volatilidade
De uma maneira geral, o líquido penetrante não deve ser volátil, o que implica em dizer
que ele deve ter uma baixa pressão de vapor e temperatura de ebulição alta.
A alta volatilidade apresenta alguns inconvenientes tais como, secagem de penetrante
aplicado na superfície, ou no tanque, bem como daquele que penetrou na
descontinuidade.
Ponto de Fulgor
O ponto de fulgor é definido como sendo a menor temperatura na qual o vapor de um
líquido se inflama na presença de uma chama, sob determinadas condições.
Conseqüentemente, é desejável que o líquido penetrante tenha o maior ponto de fulgor
possível.
Inércia Química
É bastante óbvio que um líquido penetrante seja bastante inerte e não corrosivo quando
possível, tanto em relação ao material que estiver sendo inspecionado quanto para os
recipientes.
Entretanto, existem alguns casos para os quais devemos estar atentos:
a) os penetrantes laváveis a água ou pós-emulsificantes tornam-se bastante alcalinos e
podem provocar a corrosão no alumínio. Felizmente, os tempos de penetração são
relativamente curtos, diminuindo a possibilidade de danos. Contudo, os resíduos do
ensaio devem ser completamente removidos;
b) as ligas de níquel podem sofrer danos em contato com certos elementos, a altas
temperaturas. Portanto, os resíduos do ensaio devem ser completamente removidos,
bem como ter teores desses elementos muito bem controlados;
c) sistemas que trabalham com oxigênio líquido devem ser ensaiados com líquido
penetrante inerte ao mesmo;
d) borrachas e plásticos podem ser atacados por líquidos penetrantes.
Solubilidade
O líquido penetrante deve ser facilmente removível da superfície na qual estiver
aplicado, através de solventes. A solubilidade é desejável também nas operações de
limpeza dos tanques e demais equipamentos utilizados tanto na fabricação do
produto quanto no uso.
Toxicidade
Tanto quanto possível, o líquido penetrante deve apresentar baixo índice de toxidez,
tanto para a pele quanto para as vias respiratórias.
Tipos de líquidos penetrantes Classificação ,
Os líquidos penetrante são classificados quanto a visibilidade e quanto ao tipo de
remoção do excesso.
Quanto à visibilidade, ou seja, fluorescente ou visível colorido, são, respectivamente,
denominados de método “A” e método “B”.
Já quanto ao tipo de remoção, existem penetrantes removíveis:
1- com água
2- com água após emulsificação
3- com solvente
Essas informações podem ser tabeladas da seguinte maneira:
Líquido penetrante visível colorido
O penetrante é, geralmente, de cor vermelha, para que as indicações produzam um
contraste acentuado com o fundo branco do revelador, sendo perfeitamente
perceptível com luz visível.
Líquido penetrante fluorescente
São constituídos de substâncias naturalmente fluorescentes, ativados e
processados para apresentarem alta fluorescência quando excitados por raios
ultravioletas.
Tipos de remoção
a) Laváveis em água - Os líquidos penetrantes deste tipo são formulados de tal
maneira que o excesso pode ser removido diretamente da superfície da peça, por
uma simples lavagem em água. A operação de enxaguamento deve ser cuidadosa,
uma vez que, demorada ou vigorosa, o penetrante pode ser removido do interior
das descontinuidades;
b) Pós-emulsificável - Neste tipo de remoção, os líquidos penetrantes são
fabricados de modo a serem insolúveis em água, não podendo ser removidos
somente por enxaguamento. A remoção do excesso é facilitada pela adição de um
emulsificador aplicado em separado. O emulsificador combina com o excesso de
penetrante formando uma mistura lavável em água.
c) Removível por^solvente - Os líquidos penetrantes são formulados de modo que o
excesso possa ser removido esfregando-se a superfície com materiais limpos, que não
soltem fiapos, e em sucessivas operações, até que a maioria dos resíduos de
penetrante tenham sido removidos. Os resíduos remanescentes devem ser removidos
com materiais de limpeza levemente umedecidos com o solvente removedor.
O emulsificador
O emulsificador é um composto químico complexo que, uma vez misturado com o
líquido penetrante a base de óleo, faz com que o penetrante seja lavável a água. Ele é
aplicado na fase de remoção do excesso de líquido penetrante e pode ser de dois tipos:
lipofílico ou hidrofílico.
Emulsificador lipofílico
O emulsificador lipofílico tem a sua forma de atuação baseada na difusão e solubilidade
nos penetrantes oleosos e deve ter três propriedades básicas: atividade, viscosidade e
tolerância à água.
a) Atividade: O emulsificador lipofílico deve interagir suficientemente com o líquido
penetrante para toma-lo lavável a água, ou seja, quanto menos solúvel em água for o
penetrante, mais ativo deverá ser o emulsificante.
b) Viscosidade: Esta propriedade está intimamente relacionada com a atividade, de tal
maneira que quanto maior a viscosidade, maior é o tempo de difusão no penetrante.
c) tolerância à água: A adição de água reduz a atividade. Entretanto, a água também
reduz a viscosidade do emulsificante com um conseqüente aumento da atividade.
Portanto, a adição de água deve ser muito bem balanceada.
O emulsificador lipofílico pode ser aplicado por derramamento, imersão, aerosol, pistola
eletrostática ou pistola de ar comprimido.
O tempo de emulsificação é de vital importância podendo variar de 30s a 5min,
dependendo dos materiais penetrantes e da rugosidade da superfície ensaiada. Para
cada aplicação este tempo deverá ser determinado experimentalmente. A regra básica é
utilizar o mínimo tempo de emulsificação que possibilita uma total remoção do excesso
de penetrante.
Emulsificador Hidrofílico
A forma de atuação do emulsificador hidrofílico é diferente do lípofílico. O hidrofílico é
constituído basicamente de tensoativos, ou detergentes, que ajudam a descolar o
penetrante da superfície e evitando a sua redeposição na etapa de remoção do excesso
por lavagem a água.
Normalmente este tipo de emulsificante é fornecido em forma de um concentrado que é
misturado com água até uma desejada concentração. Por conseguinte, o tempo de
emulsificação está diretamente relacionado com a concentração podendo variar de 5 a
20min. Ainda assim, o tempo de emulsificação deverá ser determinado
experimentalmente. Da mesma maneira que o emulsificador lípofílico, o ideal é utilizar o
mínimo tempo de emulsificação que possibilite uma total remoção de penetrante. Tal
qual o lípofílico, o emulsificador hidrofílico pode ser aplicado por derramamento,
imersão, aerosol, pistola de ar comprimido ou pistola eletrostática.
Poder de umectação avaliado pelo ângulo de contato, e, entre a gota de um líquido e
uma superfície sólida.
Efeito do ângulo de contato num tubo capilar:
(a) 6 < 90°: boa umectação
(b) e = 90° e (c) 6 > 90°: má umectação
5. O REVELADOR
O que é um revelador?
É um produto composto por vários componentes devidamente balanceados que são
utilizados após a remoção do excesso de líquido penetrante.
Como ele atua?
Aplicado na superfície, após a remoção do excesso de líquido penetrante, ele:
a) age como um mata-borrão, absorvendo o líquido penetrante contido na
descontinuidade;
b) proporciona um fundo de contraste contra o qual as manchas do líquido penetrante
poderão ser detectadas.
Propriedades de um revelador
a) deve ser constituído de material absorvente para aumentar a ação de mata-borrão;
b) deve ser de granulação fina;
c) deve ser capaz de encobrir a coloração da superfície proporcionando um fundo de
contraste de cor uniforme;
d) deve ser de fácil aplicação em uma camada fina e uniforme;
e) deve ser facilmente umedecível pelo líquido penetrante;
f) ser de fácil remoção para a limpeza final;
g) não deve conter substâncias danosas tanto para as peças quanto aos usuários;
h) deve ter a habilidade em aderir à superfície.
Função Básica do Revelador
A função básica mais importante de um revelador é extrair o penetrante retido na
descontinuidade e transferir parte dele até a superfície para que possa ser vista. Ale
das propriedades acima, os reveladores ainda controlam duas características das
indicações dos líquido penetrantes: sensibilidade e resolução, ou seja, capacidade de
formar uma indicação a partir de um pequeno volume de penetrante retido na
descontinuidade, e habilidade de mostrar separadamente duas ou mais indicações
próximas, respectivamente.
Reveladores
Podem ser:
a) de pó seco;
b) aquosos (pó em suspensão ou solução em água);
c) não aquoso (pó em suspensão em solvente volátil);
d) revelador de filme plástico.
a) Revelador de pó seco
O revelador de pó seco é, basicamente, uma mistura fofa de sílica e talco ou outros pós,
que deverá ser mantida seca. Em alguns casos é necessária uma secagem periódica
em fornos.
Este tipo de revelador é bastante indicado para sistemas estacionários ou automáticos
onde as peças são imersas em um tanque contendo a mistura, podendo, inclusive, ser
aplicado através de pistolas eletrostáticas.
O revelador de pó seco proporciona uma camada fina e não um filme contínuo como é o
caso do revelador em suspensão aquosa. Sendo assim, ocorre um acúmulo de
revelador ao redor da indicação o que limita o sangramento lateral do penetrante dando
uma melhor resolução do que no revelador em suspensão aquosa.
Além disso, a camada fina não absorve grandes quantidades de líquido penetrante o
que reduz o tamanho das indicações quando houver a presença de muitos poros, por
exemplo.
Entretanto, devido á falta de confiabilidade nos casos mais delicados, este tipo de
revelador vem caindo em desuso.
b) Revelador Aquoso
b.1) Revelador em suspensão aquosa
é constituído de um pó seco para ser misturado em água ou pode ser adquirido já
misturado. Em qualquer caso ele contém tensoativos, inibidor de corrosão, dispersantes
para evitar concentrações e também gel que ajuda a manter as partículas em
suspensão.
A forma de aplicação pode ser por imersão, derramamento ou aspersão. Este tipo de
revelador tem muitas potencialidades que devem ser balanceadas com algumas
desvantagens.
Características Positivas
1. É possível determinar, visual e prontamente, se toda a área de interesse foi coberta.
2. A espessura da camada pode ser controlada pela concentração de pó na água.
3. Uma camada contínua sobre a superfície ensaiada proporciona uma fonte contínua
de cavidades para a ação capilar do penetrante.
Características Negativas
1. Após alguns dias, a decantação das partículas dificulta a mistura em forma de
suspensão.
2. O revelador deverá ser mantido em constante suspensão visto que uma camada de
água, no topo do recipiente, pode remover parte da camada no momento da retirada da
peça do tanque.
3. As peças devem ser apropriadamente drenadas para que não ocorram
empoçamentos.
4. Verificação diária da concentração.
5. Dificuldade da revelação após a secagem, principalmente nos furos e rasgos.
b.2) Revelador úmido aquoso solúvel em água.
Normalmente são fornecidos na forma de um pó cristalino que, misturado com água
numa determinada concentração, proporciona uma solução clara. Uma vez aplicado, e
após a evaporação da água através de um sistema forçado, essas substâncias se
recristalizam proporcionando a ação capilar entre os órgãos dos cristais.
Neste tipo de revelador as partículas não ficam em suspensão.
este revelador é aplicado após a remoção do excesso de líquido penetrante, porém,
antes da secagem da superfície.
c) Revelador Úmido Não Aquoso
A finalidade principal deste tipo de revelador é proporcionar um fundo de contraste
branco para os penetrantes visíveis, resultando em uma alta sensibilidade. A razão
dessa alta sensibilidade é devido à dupla ação do revelador. O solvente reage com o
penetrante retido na descontinuidade, por diluição, reduzindo a viscosidade e
expandindo o volume.
Como resultado, o líquido penetrante é forçado para a camada do revelador e se
expande pela ação capilar entre os grãos do revelador. Uma vez iniciado o processo,
ocorre o prosseguimento da ação capilar dando origem a uma indicação.
Os solventes podem ser nafta, álcool ou à base de cloro, sendo este último utilizado nos
não inflamáveis.
Devido a praticidade e razões econômicas, as melhores maneiras de aplicação são:
aerosol, por pistola de ar comprimido, ou por sistemas eletrostáticos, em superfícies
secas. A aplicação por aerosol exige um certo grau de habilidade para se conseguir uma
camada uniforme, espessa o suficiente para se conseguir um fundo contrastante, mas
não espessa em demasia que possa mascarar as indicações.
d) Revelador de Filme Plástico
Este tipo de revelador é constituído de uma laca clara ou uma dispersão de resina
coloidal no qual são adicionadas partículas de revelador.
O penetrante retido na descontinuidade é dissolvido, nafilme plástic», pela ação de um
solvente altamente volátil. O filme plástico não proporciona uma ação capilar lateral,
limitando-se, essencialmente, em fixar a indicação na forma de uma linha fina. A única
forma possível de aplicação é por aerosol.
O revelador de filme plástico tem as vantagens de possibilitar a manutenção de um
registro permanete e de ter altíssimas sensibilidade e resolução. As desvantagens deste
tipo de revelador são a necessidade de muita habilidade para a sua aplicação e alto
custo.
6. PROCEDIMENTO
Independente da técnica, ou método, a preparação da superfície a ser inspecionada é
de grande importância uma vez que o liquido penetrante deverá entrar pela abertura
superficial da descontinuidade.
As condições que podem interferir ou afetar a entrada do liquido penetrante nas
descontinuidades podem ser classificadas conforme abaixo:
1) Contaminantes na superfície
2) Irregularidades e variações o acabamento superficial tais como: rugosidade,
jateamento ou usinagem.
Como pode ser constatado na tabela 1, não se pode esperar um resultado confiável se
a preparação superficial não for devida e adequadamente realizada.
Fase de limpesa Aplicaçao de enetrante

Remoção do penetrante Aplicação revelador


Limpeza com detergente
Pode ser utilizada em quase todas as peças, desde que ele não seja corrosivo. Esta
forma de limpeza será mais efetiva quando utilizada com máquinas industriais de
lavagem. Após a limpeza, a peça deverá ser cuidadosamente seca.
Vapor desengraxante
Este processo de limpeza apresenta ainda a vantagem de aquecer a peça, o que
minimiza a umidade retida na descontinuidade. É o método mais indicado para a
remoção de óleo e graxa, bastando tomar o cuidado de se utilizar desengraxante que
não seja corrosivo.
Limpeza ultra-sônica
é o método mais indicado para a limpeza de peças pequenas e seriadas. Deve ser
utilizado em combinação com um solvente, se os contaminantes forem orgânicos, ou
com água e detergente se forem inorgânicos. Após a limpeza é necessária uma
operação de secagem.
Remoção de ferrugem
Podem ser utilizados removedores de ferrugem (soluções alcalinas ou ácidas), soluções
decapantes (ácida), bem como escovamento manual ou rotativo. Se o escovamento for
rotativo, recomenda-se aplicar pouca pressão, principalmente em alumínio, magnésio e
titânio, para que as descontinuidades não sejam fechadas, e remoção da poeira
resultante.
Aplicação do líquido penetrante
O penetrante pode ser aplicado por aspersão, pincelamento ou imersão.
A forma de aplicação dependerá basicamente da disponibilidade do equipamento, da
área a ser ensaiada e da quantidade de peças.
Aspersão
O método usual é por aerosol, mas pistolas de ar comprimido também podem ser
utilizadas.
Pincelamento
Se o equipamento de aspersão não estiver disponível, o líquido penetrante pode ser
aplicado por pincel.
Imersão
Neste método a peça é imersa em um tanque ou recipiente contendo líquido penetrante.
Portanto, é mais indicado para peças pequenas e seriadas onde as peças são
colocadas numa cesta de arame e esta é imersa no tanque.
Independente da forma de aplicação, ela deverá assegurar uma cobertura completa da
área a ser inspecionada.
Tempo de penetração
O período de tempo em que o penetrante permanece em contato com a superfície é de
vital importância para o resultado do ensaio.
O tempo de penetração é em função da temperatura ambiente e do tamanho ou tipo de
descontinuidadé”esperada. Quanto menor a temperatura ou quanto mais fechada for a
descontinuidade, maior deverá ser o tempo de penetração.
Independentemente do tempo de penetração, o líquido deverá permanecer úmido.
Se, devido às condições de temperatura ou umidade, o penetrante apresentar uma
tendência para a secagem, a superfície deverá ser reumedecida com uma nova
aplicação de penetrante. Se, porventura, a camada de líquido penetrante secar, será
necessário reiniciar o processo a partir da preparação superficial.
Os fabricantes sugerem os tempos de penetração baseados nos seus produtos. Em
qualquer caso, esses tempos são mínimos e deverão ser qualificados para o produto
e/ou aplicação.
Remoção do Excesso
Após um tempo de penetração adequado ou suficiente, deve-se remover o excesso
de penetrante da superfície. O ideal seria remover todo o excesso, inclusive aquele
dos cantos e reentrâncias, sem remover o penetrante que estiver dentro das
descontinuidades, pois é este que originará as indicações das descontinuidades
superficiais.
Se a remoção do excesso for bem feita, as indicações aparecerão nítidas, bem
coloridas (ou fluorescentes) e com bom contraste, sendo facilmente visíveis. Se a
remoção for inadequada, a coloração ou fluorescência de fundo reduzirá o colorido e
o contraste, aumentando o grau de dificuldade para o inspetor.
Métodos de remoção do excesso
Existem três métodos para a remoção do excesso:
1) Pós-emulsificável e lavagem com água
2) Auto-emulsificável e lavagem com água
3) Remoção manual com solvente
A escolha do método é determinada pelo tipo de líquido penetrante, pelo
procedimento adotado, bem como da disponibilidade de água, tamanho da peça,
tipo de descontinuidade que se procura, tempo disponível e o custo do ensaio.
Pós-emulsificável e lavagem com água
Antes, é necessário entender o mecanismo da emulsificação.
O emulsificante é aplicado sobre o excesso de penetrante dando início aos
processo de mistura e difusão. A difusão ocorre em ambas as direções, ou seja,
tanto o emulsificante se difunde na camada do penetrante quanto o penetrante se
difunde para o emulsificante. Essa difusão é um fenômeno dinâmico e a
concentração é variável até que uma camada de penetrante emulsificável tenha a
mesma composição em toda a parte, inclusive naquela que estiver contida na
descontinuidade.
Conseqüentemente, é necessário que o emulsificável funcione seletivamente, ou
seja, a difusão deve ser interrompida assim que somente o excesso de
penetrante tenha se tornado emulsificável. Naturalmente, essa interrupção ocorre
por ocasião da lavagem com água do excesso de penetrante emulsificado. É
evidente que, neste instante, o emulsificador também difundiu parte do
penetrante retido na descontinuidade.
O controle do tempo de emulsificação é crucial. Quanto menor for o tempo de
emulsificação, maior será o resíduo do excesso de penetrante. Por outro lado, se o
tempo de emulsificação for muito longo haverá uma diminuição do contraste e uma
conseqüente diminuição da visibilidade das indicações.
O tempo de emulsificação deve ser selecionado considerando-se os seguintes
fatores:
a) tipo de penetrante e de emulsificador;
b) condição superficial;
c) performance desejada;
d) tipo de lavagem.
Adicionalmente, a compatibilidade entre o penetrante e o emulsificador, o tempo, a
pressão e a temperatura da água também são fatores importantes que podem
influenciar o processo.
Como foi visto anteriormente, a difusão do emulsificador no excesso de penetrante,
resulta numa mistura lavável a água que possibilita a remoção do excesso. A lavagem
deverá ser interrompida quando não houver mais fluorescência de fundo, ou traços
de penetrante visível. Se a lavagem for em demasia, corre-se o risco de remoção do
penetrante da descontinuidade devido à ação mecânica da água.
Auto-emulsificável e lavagem com água
Este é o método mais comum, de menor tempo gasto e menor custo. O liquido
penetrante já contém o emulsificante como parte integrante de sua formulação. Logo
após o tempo de penetração, basta lavar o excesso. Entretanto, o tempo de lavagem, a
pressão e a temperatura da água devem ser controlados, visto que, tanto o excesso
quanto o penetrante retido na descontinuidade já são emulsificáveis.
Remoção manual com solvente
Os removedores são utilizados para a remoção do excesso de penetrante. Uma vez que
eles atuam como solvente, o seu uso excessivo pode acarretar uma remoção em
excesso com conseqüente perda de sensibilidade.
As etapas de remoção devem ser na seguinte seqüência:
1) Drenagem de parte do excesso;
2) Esfregando-se trapos (sem fiapos), estopa ou papel, todos limpos e secos;
3) Remoção do restante com os mesmos materiais mencionados em 2, porém
ligeiramente umedecidos com solvente.
Entretanto, se a superfície for lisa tal como a resultante de um polimento ou retifica, a
terceira etapa mencionada não é, normalmente, necessária.
Este método apresenta resultados insatisfatórios em superfícies rugosas ou naquelas
que apresentam recessos, tais como, em roscas.
Por último, o trapo, estopa ou papel, nunca deve ser imerso em solvente, ou saturado,
uma vez que o solvente pode se difundir no penetrante retido na descontinuidade,
provocando a remoção parcial, ou até mesmo completa, do penetrante.
Aplicação do revelador de pó seco
Normalmente o revelador seco é soprado sobre a superfície ensaiada, após a remoção
do excesso de penetrante e secagem. Essa aplicação pode ser feita através de
aplicadores apropriados ou pistolas eletrostáticas.
Outra forma de aplicação é a formação de uma nuvem de pó através da agitação do pó
de um tanque com um sopro de ar, ou a inserção da peça no mesmo tanque. Nestes
dois casos, ocorre um excesso de revelador que deve ser removido pela agitação da
peça ou com um sopro de ar.
VANTAGENS
A maior vantagem é a simplicidade no manuseio. É de fácil aplicação, não sendo
corrosivo e não emitindo vapores perigosos.
DESVANTAGENS
Uma desvantagem óbvia é a formação de poeira, o que requer um sistema de exaustão
e/ou respiradores. O revelador de pó seco proporciona uma camada muito fina,
dificultando enormemente a determinação da cobertura completa da superfície.
Outra desvantagem de enorme importância é que a superfície deve estar bem seca,
antes da aplicação do revelador de pó seco, por motivos óbvios.
úmido aquoso
O método preferível para a aplicação deste tipo de revelador é por aspersão direta
sobre a superfície, apesar de que na prática o método mais usado é por imersão, este
tipo de revelador contém, necessariamente, um agente umectante, o qual atua como
removedor hidrofílico.
Devido ao fato deste tipo de revelador estar em uma suspensão aquosa, ou em
solução, é possível aplica-lo na superfície de onde o excesso foi removido por lavagem
com água, sem a necessidade de uma operação de secagem, necessariamente.
Após a aplicação do revelador, as peças devem ser secadas com secador de cabelo, ou
em fornos de secagem, em ambos os casos com temperaturas adequadas somente
para a evaporação da água, proporcionando uma uniforme camada de revelador seco.
É necessário um cuidado extra para não se aplicar uma quantidade excessiva de
revelador, visto que a camada em demasia tenderá a mascarar as indicações. Este
risco é menor se o revelador estiver em uma solução, uma vez que existe um limite de
revelador que pode ser dissolvido na água.
VANTAGENS
Os reveladores aquosos não emitem vapores inflamáveis ou poeira, portanto, não
exigem equipamentos de segurança. O uso da água torna o seu custo mais baixo. Em
comparação com o revelador de pó seco, este apresenta uma camada bem visível,
possibilitando o retoque em áreas não adequadamente cobertas.
DESVANTAGENS
A ação umectante funciona como um removedor de penetrante quando aplicado por
imersão ou derramamento, devendo ser aplicado com o devido cuidado para evitar não
só a perda, quanto a contaminação. Sendo líquido, o revelador escorre antes que seja
fixado pela secagem, podendo encher os recessos com grande quantidade de
revelador. Outra desvantagem dos reveladores aquosos, que contém partículas
insolúveis em suspensão as quais dificultam ou até impossibilitam a remoção do
revelador, podendo influenciar nas etapas subseqüentes da fabricação. Este tipo de
revelador, tal qual o pó seco, não apresenta a ação de solvente que auxilia na formação
da indicação, tornando-o menos sensível.
úmido não aquoso
A superfície deverá estar completamente seca, antes da aplicação deste tipo de
revelador, sendo desejável uma camada bem fina para se atingir a maior sensibilidade.
Pistolas de pintura, pistolas eletroestáticas ou latas em aerosol são utilizadas para se
conseguir o tipo de camada desejada.
Tal como na aplicação do revelador úmido aquoso em suspensão é necessária uma boa
agitação antes do uso para se garantir a total suspensão das partículas que têm a
tendência de sedimentarem.
Os reveladores não aquosos proporcionam indicações de alta visibilidade e uma
confiável detecção de pequenas descontinuidades.
Como o próprio nome induz, este tipo de revelador forma uma película plástica à
medida que ocorre a secagem. Normalmente é aplicado por aspersão e contém um
veículo solvente que age trazendo o penetrante, retido na descontinuidade, para esta
película reveladora. À medida que a película fica seca, formam-se as indicações de
descontinuidades.
Esta película apresenta a vantagem de fornecer um registro permanente que pode ser
destacado da superfície e arquivado. Apresenta um elevado grau de resolução,
entretanto, fica restrito a determinadas aplicações especiais em virtude do trabalho
envolvido no seu destacamento.
7. APARÊNCIA DAS INDICAÇÕES
Se o penetrante for fluorescente e o ensaio estiver sendo conduzido em um ambiente
escurecido e com luz negra, as indicações apresentarão uma coloração amarelo-
esverdeada sob um fundo de contraste entre o violeta e azul. A intensidade da
fluorescência está associada com o volume de penetrante e a concentração de corantes
fluorescentes do penetrante que estiver contido na descontinuidade.
Se o penetrante for visível colorido, o ensaio é conduzido sob iluminação normal, ou
artificial. O revelador proporcionará um fundo branco de contraste e as indicações serão
visíveis pela coloração, normalmente, vermelha, a intensidade da coloração está
nitidamente relacionada com o volume de penetrante e a concentração de corantes
visíveis do penetrante.
Linha contínua
Normalmente a linha contínua é indicativa de trinca, gota fria ou costura.
A largura e a intensidade da fluorescência ou cor dependem do volume da
descontinuidade, e da concentração de corantes do penetrante.
Se a linha for razoavelmente reta ou sinuosa, provavelmente será uma trinca. Já a gota
fria apresentará uma linha mais estreita e de contornos mais lisos.
Linha intermitente
Linha intermitente
É normalmente causada por dobras de forjados parcialmente fundidos ou uma trinca
subsuperficial que às vezes atinge a superfície ao longo do seu comprimento.
Indicações arredondadas
As indicações arredondadas denotam, geralmente, a presença de poros. O formato
dessas indicações também é devido ao volume do penetrante retido.
8. INTERPRETAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS INDICAÇÕES
Assim como os outros métodos de END, o líquido penetrante proporciona uma
indicação direta na peça, e não oferece as dimensões exatas da descontinuidade.
Conseqüentemente, as indicações deverão ser corretamente interpretadas para se
obter uma informação utilizável quanto à reais condições existentes no material.
Interpretação
É o ato de se decidir quanto às condições que causaram a indicação. A indicação
poderá ser relevante se for causada por uma trinca, poro, etc, ou não relevante se for
causada por um fiapo ou interface entre dois meios, por exemplo.
Avaliação
Se a indicação for relevante, o inspetor deverá consultar o critério de aceitação para
determinar a aceitação, baseado na identificação da descontinuidade, tamanho,
concentração, etc.
O critério de aceitação e normalmente dado pela norma de projeto, ou é estabelecido
um critério de classificação ficando o critério de aceitação a ser acordado entre as
partes interessadas.
Para efeito de avaliação, as normas dividem as indicações nos seguintes tipos:
a) indicações arredondadas - aquelas que o comprimento não exceda três vezes a
largura. Exemplo: poro, inclusão, etc.
b) indicações lineares - aquelas onde o comprimento é maior que três vezes a largura.
Exemplo: trinca, dobra, falta de fusão, etc.
Características
Indicações difusas
Algumas vezes podemos ter grandes áreas apresentando indicações difusas. Se o
penetrante for fluorescente, a superfície toda apresentará um certo brilho; se o
penetrante for visível colorido, a superfície toda estará rosada em lugar de branca.
Estas condições podem ser causadas por uma limpeza prévia deficiente, remoção
incompleta do excesso de penetrante, por uma camada muito espessa de revelador ou
ainda por uma superfície porosa.
Por se tratar de uma situação no mínimo suspeita e para se eliminar qualquer indicação
falsa, recomenda-se repetir o processo todo com uma particular atenção nas falhas
técnicas mencionadas no parágrafo anterior.
Bordas das indicações
A nitidez das indicações é afetada pelo volume de liquido penetrante contido nas
descontinuidades, das condições do ensaio tais como tempo de penetração, revelação
e temperatura, bem como do tipo de penetrante utilizado.
Geralmente as indicações mais nítidas são causadas por descontinuidades lineares e
de pouca abertura. ~.
9. ILUMINAÇÃO Importância
Normalmente o ensaio por líquido penetrante depende do inspetor conseguir ver as
indicações, conseqüentemente, as condições de iluminação são extremamente
importantes.
A iluminação afeta não só a sensibilidade do ensaio como também é um importante
fator na redução da fadiga visual do inspetor.
Iluminação para a técnica visível colorido
Apesar dos procedimentos e normas determinarem a intensidade mínima de iluminação,
a intensidade apropriada deve ser determinada pela natureza e condições de realização
do ensaio.
550 lux, medida na superfície ensaiada, é satisfatória.
Outros tipos de ensaios, ou ainda em condições especiais, poderá ser necessária uma
intensidade da ordem de 10000 lux.
Iuminação para a técnica fluorescente
O ensaio com a técnica fluorescente deve ser conduzido em uma área escurecida.
Quanto mais escuro, maior é o brilho das indicações.
É altamente desejável que a área do ensaio, as mãos do operador, avental, etc. estejam
isentos de penetrante fluorescente que fatalmente distrairão a atenção do inspetor.
A intensidade da luz negra, medida na superfície ensaiada, deverá estar na ordem de
800 uW/cm2. Entretanto, a intensidade poderá ser aumentada ou diminuída, em função
da distância da lâmpada, e dos requisitos da norma.
Outra peculiaridade desta técnica de ensaio é o ajuste do olho a escuridão. O olho
humano normalmente se encarrega destes ajustes através da variação do tamanho da
pupila. Quanto mais idosa for a pessoa, maior será o tempo necessário para adaptação.
De qualquer maneira, deve-se aguardar alguns minutos para a ocorrência desta
adaptação, antes de iniciar o processo de inspeção.
Fontes de luz negra
As lâmpadas de vapor de mercúrio (tipo bulbo ou tubulares), utilizadas nos ensaios
por liquido penetrante fluorescente, apresentam um espectro de emissão (após
filtragem) na faixa de aproximadamente 320 a 400nm, com um pico de emissão de
365nm.
As fontes de luz negra podem ser:
a) lâmpada tipo bulbo, a base de vapor de mercúrio;
b) lâmpada tipo tubular;
c) lâmpada incandescente;
d) lâmpada metálica ou com arco de carbono.
Lâmpada de vapor de Mercúrio
As lâmpadas de vapor de mercúrio são dispositivos de descarga gasosa, onde ocorre
um arco elétrico numa atmosfera controlada emitindo uma luz de característica
dependentes da atmosfera.
Ao se ligar a lâmpada, o mercúrio contido no cartucho encontra-se na forma
condensada de gotículas, o que dificulta e impossibilita o início de um arco. Para se
conseguir este intento, o cartucho ainda contém uma pequena quantidade de gás néon
e existe um eletrodo auxiliar selado em uma das extremidades do cartucho.
Ao se aplicar a voltagem ocorre uma descarga do eletrodo através do néon, com uma
pequena carga controlada pela resistência, porém suficiente para vaporizar e ionizar o
mercúrio.
Este processo de aquecimento leva aproximadamente 5 minutos. Se, após o aquecimento
a lâmpada for desligada, ela devera levar cerca de 5 a 10 minutos para restabelecer o seu
funcionamento normal.
Este tipo de lâmpada apresenta características de resistividade negativa que rapidamente
destruiria a lâmpada, razão pela qual a corrente deve ser alimentada e controlada por um
transformador.
Cuidados com a lâmpada de vapor de mercúrio
A intensidade de luz negra é dependente de fatores tais como: limpeza do filtro (se usado
voltagem e idade da lâmpada, portanto, esses itens devem ser objetos de atenção.
A vida útil esperada, determinada pelos fabricantes em condições bem próximas do ideal
é de 10OOhs. É evidente que na grande maioria dos ensaios realizados, as condições
estão muito aquém das ideais, conseqüentemente, a vida útil é bem menor.
Outro dado importante a ser levado em consideração e que a intensidade de luz negra
decai para aproximadamente 25% da original, quando a lâmpada tiver atingido o final da
vida útil.
Efeitos fisiológicos da luz negra
Já está largamente demonstrado que a luz negra utilizada nos ensaios não destrutivos
com um comprimento de onda de 365nm não é danosa.
Ela o seria se o comprimento de onda fosse na faixa de 200 a 300nm, que poderia
causar danos aos olhos, queimaduras e destruição de tecidos do corpo, assim como
eventuais riscos de câncer na pele.
Se a luz atingir os olhos, pessoa sentirá um embaraçamento na medida que o olho
fluoresce. Isto não causará nenhum dano aos olhos, mas será extremamente danoso
para o ensaio.
9. ILUMINAÇÃO
Na técnica visível colorido, na maioria dos casos, a intensidade de iluminação na
superfície ensaiada deve estar entre 300 e 550 lux (consultar a norma aplicável ou o
procedimento qualificado).
Na técnica fluorescente, a luz negra deverá cumprir o seguinte:
• Intensidade mínima de 800 uW/cm2, na superfície ensaiada.
• A lâmpada deverá ser aquecida por 5 minutos, no mínimo, e deve permanecer ligada e
limpa
10. CONTAMINAÇÃO
Neste capítulo, o problema da contaminação será visto de três maneiras distintas:
dos materiais penetrantes ou do ensaio em si, das peças e do meio ambiente.
Contaminação dos materiais penetrantes
Água nos penetrantes laváveis a água
Provavelmente a presença de umidade no penetrante é a causa mais comum dos
insucessos, notadamente nos penetrantes laváveis a água, os quais contém
emulsificadores.
Os penetrantes laváveis a água tem um limite bem definido de tolerância a água,
além do qual eles não atuam adequadamente, prejudicando a habilidade de
penetração e a lavabilidade.
O primeiro sintoma de um penetrante contaminado com água é o aparecimento de
um ligeiro embaçamento, cuja tendência é aumentar com o início da lavagem,
aumentando também a viscosidade. Aumentando-se a quantidade de água, o líquido
começará a apresentar estrias e, eventualmente, poderá separar-se em duas fases
distintas.
Contaminação orgânica
Os contaminantes orgânicos podem ser graxa, óleo, tinta e demais resíduos
provenientes das etapas anteriores de fabricação.
Normalmente, eles são todos solúveis no penetrante e aumentam a sua concentração
com o passar do tempo. Os efeitos indesejáveis no ensaio são:
a) diluição do corante do penetrante;
b) aumento da viscosidade;
c) desbalanceamento nos sistemas emulsificadores;
d) deterioração dos penetrantes e materiais de processamento.
Portanto, aquiestá mais uma razão para a execução de uma boa limpeza prévia,
notadamente nos sistemas automatizados.
Ácidos, cáusticos e cromatos
São contaminantes quimicamente ativos que provocam a perda de fluorescência. Os
cromatos, por exemplo, os quais são utilizados em operações de limpeza por ataque
químico, têm uma altíssima capacidade de absorção de luz ultravioleta.
Se o penetrante for lavável a água, os efeitos serão imperceptíveis uma vez que eles
não são solúveis nos mesmos.
Contaminação das peças
O ensaio com líquido penetrante encontra grandes aplicações em materiais metálicos
tais como alumínio, magnésio, titânio, aço inoxidável e níquel.
Os aços inoxidáveis austeníticos e o titânio são bastante sujeitos à corrosão e
fragilização em virtude do contato com cloro na forma de íons de cloreto.
Já o níquel e suas ligas têm o mesmo problema em contato com o enxofre na forma de
íons de sulfeto, em temperaturas elevadas.
A conseqüência, em ambos os casos, é a trinca de corrosão sob tensão nos
componentes quando estes são postos em serviço, principalmente causados pelos
resíduos retidos em áreas pouco acessíveis.
FONTES: existem inúmeras fontes causadoras da presença de enxofre e halogênios
(flúor, cloro, bromo, iodo e astato), inclusive de alguns propelentes utilizados nas
embalagens.
Abaixo estão alistadas outras fontes, as quais poderão ter algum grau de influência:
a) solventes clorados utilizados no desengraxamento a vapor;
b) fluidos de corte e óleo para as operações de repuxo e estampagem;
c) águas industriais;
d) poluição em áreas industriais;
e) derivados de petróleo.
Contaminação do meio ambiente
Quais são os poluentes?
Os materiais penetrantes, além dos corantes, possuem uma elevada carga de agentes
químicos que, na quase totalidade, não são biodegradáveis e que apresentam um certo
grau de toxidez nos casos de ingestão.
Nos mananciais, esses produtos espumam e aderem às substâncias, plantas, peixes,
etc.
Do ponto de vista do usuário, a melhor maneira de se diminuir a contaminação é a
minimização da quantidade de penetrante aplicado. Já do ponto de vista do fabricante,
seria desejável que todos os materiais penetrantes fossem biodegradáveis.
Entretanto, existem alguns processos especiais para o tratamento dos efluentes. Esses
processos deverão ser estudados e projetados caso a caso uma vez que são
dependentes de inúmeros fatores, portanto, o auxílio de um consultor especializado é
altamente recomendado.
11. CONTROLE DA QUALIDADE DO LÍQUIDO PENETRANTE
Geral
O controle da qualidade dos materiais penetrantes deve abranger os seguintes aspectos
básicos:
• rastreabilidade
• análise química quanto aos contaminantes
• qualidade dcvproduto
• sensibilidade e desempenho do sistema
A rastreabilidade e a análise química dos contaminantes deve ser realizada pelo
fabricante do produto. Compete ao usuário verificar a adequacidade ou as evidências
objetivas através de um sistema da qualidade bem estruturado e implantado.
Este capítulo focaliza o controle da qualidade que pode ser exercido sobre o produto,
bem como a verificação da sensibilidade e performance do sistema, através do uso dos
blocos de teste, ou blocos de comparação.
Bloco de alumínio
De todos, este é o mais conhecido.
Este bloco é fabricado a partir de alumínio laminado, das especificações ASTM SB-211,
Tipo 2024, com 10 mm de espessura, 50 mm de largura e 80 mm de comprimento. A
área central, em ambas as faces, apresenta inúmeras trincas induzidas por
aquecimento e resfriamento. No sentido transversal e ao longo da linha de centro, cada
face é usinada com um entalhe com 1,6 mm de profundidade e 1,2 mm de largura, ou
qualquer outro meio que permita a comparação e evite a contaminação. Uma metade é
designada por “A” e outra de “B”.
Utilização
Suponhamos que se queira saber o desempenho do líquido penetrante de uma
determinada marca e a uma temperatura de 10°C.
Para tanto, todos os materiais penetrantes e os blocos deverão ser resfriados até 10°C
e numa das metades do bloco, digamos a parte “B”,deverá ser executado o ensaio
procurando-se manter a temperatura.
O mesmo procedimento deverá ser utilizado na parte “A” (temperatura normal) e “B”
(10°C).
Se as indicações obtidas forem essencialmente as mesmas, ou sem diferenças
significativas, a marca do líquido penetrante em questão deve ser considerada
qualificada para uso em temperaturas de até 10°C.
Evidentemente, o bloco poderá também ser utilizado para outros tipos de comparações
tais como, entre marcas diferentes, métodos, técnicas, etc. As indicações também
poderão ser comparadas através de registros fotográficos.
Limitações
As duas metades dificilmente apresentarão similaridade nas trincas. Em algumas
situações essa diferença poderá invalidar a comparação. O registro fotográfico poderá
ser bastante útil para a compensação.
A reutilização do bloco é uma outra limitação devido ao entupimento das trincas. Apesar
do bloco ser limpo com soluções alcalinas específicas para o alumínio, vapor
desengraxante ou até mesmo a queima, nenhum método será satisfatório.
Conseqüentemente, este problema tende a aumentar com o uso.
A outra parte é uma superfície jateada que é utilizada para monitoração da coloração ou
fluorescência de fundo, ou seja, serve para avaliar a remoção do excesso de
penetrante.
Bloco tipo Petrobràs
Este bloco é feito com uma chapa de aço AIS11020, ou similar, com 30 mm de largura
por 100 mm de comprimento, na qual é depositada eletronicamente uma camada de
cromo duro com 0,1 mm de espessura. Na parte do aço carbono são aplicadas três
cargas distintas que provocarão maiores ou menores, ou ainda, mais ou menos trincas
na superfície de cromo duro. Este bloco deve ser utilizado de forma comparativa.
Blocos JIS (Norma JIS Z 2343)
O material base deste bloco pode ser C2600P, C2680P, C2720P ou C2801P conforme a
norma JIS H 3100, de 70 mm de largura por 100 mm de comprimento, sobre o qual são
depositadas camadas de níquel e cromo com espessuras controladas e são provocadas
várias trincas paralelas entre s e transversais em relação ao bloco. Em seguida, o bloco
recebe sem corte longitudinal de forma a se obter duas metades.
As duas metades podem ser utilizadas para comparação de produtos de marcas
diferentes, ou produto da mesma marca em condições diferentes.
Bloco PRATT & WHITNEY
É feito de aço inoxidável com 2,3 mm de espessura, 100 mnrde largura e 150 mm de
comprimento. Numa faixa longitudinal é feito um depósito de cromo onde são
provocadas cinco trincas irradiantes de tamanhos crescentes. O restante do bloco
recebe um jateamento.
A faixa trincada serve para a avaliação ou verificação da sensibilidade ao passo que a
faixa jateada é utilizada para a verificação da adequacidade da remoção do excesso de
líquido penetrante ou qualquer tipo de contaminação nos sistemas automatizados.
Outros
Existem inúmeros tipos de blocos. As técnicas para a obtenção dos mesmos são as
mais variadas. Entretanto, todas tem, basicamente, as mesmas finalidades.
12. TÉCNICAS ESPECIAIS
Partículas filtradas
Campo de aplicação
O ensaio por líquido penetrante convencional não funciona em materiais porosos em
função do penetrante retido nos poros, provocando uma coloração ou fluorescência de
fundo e redução de contraste.
O método de ensaio por líquido penetrante com partículas filtradas, o qual foi
patenteado pelos americanos em 1946, permite a inspeção em materiais porosos,
tais como, materiais cerâmicos (peças sanitárias e isoladores para alta tensão),
carbono, certos metais em pó e concreto.
Princípios de operação
Este método baseia-se no movimento seletivo dos líquidos e sólidos. . O fluido de
inspeção é um veículo líquido (ou traçador se contiver corantes solúveis) que
carrega os traçadores que são partículas sólidas coloridas, em suspensão, é este
fluido, geralmente a base de óleo, que deve ser aspergido sobre a superfície. Onde
houver uma descontinuidade, haverá uma maior absorção do líquido, do que nas
demais áreas. As partículas suspensas são filtradas e depositadas na superfície de
ensaio, à medida que o liquido penetra na descontinuidade, formando a indicação.
A ação seletiva em materiais porosos
As descontinuidades absorvem mais fluido do que nas demais áreas dos materiais
porosos devido às paredes laterais das descontinuidades, também porosas, que
proporcionam uma área absorvente maior. Essa absorção é tão pronunciada que
provoca um acúmulo de partículas suspensas, na região da descontinuidade. O
tamanho das partículas, sendo maiores do que a abertura da descontinuidade,
sofrem uma filtragem formando a indicação.
Aspersão eletrostática
É o mesmo princípio que é utilizado em pintura industrial.
Nesta técnica as partículas do penetrante, emulsificante ou revelador recebem uma
carga elétrica no momento em que saem da pistola. Se o jato for dirigido para uma
superfície carregada com uma carga elétrica oposta, ocorre uma atração.
Obviamente, as vantagens desta técnica são economia, aumento de segurança
industrial e possibilidade de utilização em grandes áreas ou áreas com geometria
complexa.
Instalações automáticas ou equipamentos estacionários
São, essencialmente, uma linha de tanques e estações de drenagem.
As instalações mais modernas incluem até processadores automáticos com o objetivo
de melhorar a reprodutibilidade e a confiabilidade.
As pistolas eletrostáticas têm grandes aplicações nesses sistemas. Alguns sistemas
foram ainda projetados para se ensaiar peças compridas onde uma extremidade oposta
está recebendo aplicação do líquido penetrante e a outra o revelador.
Outros sistemas, totalmente automatizados, trabalham com esteiras onde o tempo de
espera já é controlado pela velocidade de avanço da própria esteira.

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