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2017
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof. Daniel Rodrigo Strelow
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
Profª. Tatiane Thaís Lasta
330
S914e Strelow; Daniel Rodrigo
Economia / Daniel Rodrigo Strelow; José Alfredo Pareja Gomez
de La Torre; Tatiane Thaís Lasta: UNIASSELVI, 2017.
269 p. : il
ISBN 978-85-515-0049-1
1. Economia.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico! Seja bem-vindo ao caderno de estudos de eco-
nomia! Estamos iniciando uma nova disciplina neste curso, e nesta nova eta-
pa vamos nos dedicar ao estudo da disciplina Economia. Nos dias de hoje,
entender de economia tornou-se imprescindível para o profissional de qual-
quer área do conhecimento. Na atualidade, o conhecimento sobre os fenô-
menos econômicos se faz cada dia mais necessário, inclusive para a tomada
de decisões, não apenas por questões profissionais, mas também para a vida
pessoal de cada indivíduo. Compreender os grandes problemas econômi-
cos, fazer análises e leituras cada vez mais precisas da realidade, compreen-
der as grandes diferenças sociais talvez seja o desafio de bons profissionais
de qualquer área do conhecimento. Afinal, economia está presente no nosso
dia a dia e em quase tudo o que fazemos, mas será que todas as pessoas têm
esta clareza? Ou mesmo sabem interpretar as notícias relacionadas às ques-
tões econômicas e como elas afetam a nossa vida? Por exemplo, diariamente
assistimos aos noticiários e lemos nos jornais questões simples que envol-
vem a economia que nos afetam diretamente. Algumas dessas notícias são
sobre o aumento dos preços, a inflação, o aumento de impostos por parte
do governo, o aumento do desemprego, aumento do dólar, crise econômica,
ajuste fiscal, entre outras. Você sabe interpretar estas notícias e como cada
uma delas interfere na economia? E a consequência delas em nossas vidas?
Por isso, este caderno, dedicado à disciplina Economia, tem a finalidade de
auxiliá-lo no entendimento dessas questões, didaticamente o caderno está
dividido em três unidades.
Para lhe ajudar a se organizar nos seus estudos esta unidade divide-se
em quatro grandes tópicos, sendo estes: tópico 1 – a lei da procura e da oferta,
tópico 2 – o preço ideal e o comportamento da procura e oferta, tópico 3 – a
teoria marginal e o comportamento do produtor, tópico 4 – a receita marginal
e estrutura de mercado. Todos esses conceitos microeconômicos são impor-
tantes para que você possa ter maiores fundamentos e assim compreender
melhor a unidade 3, na qual você irá estudar conceitos Macroeconômicos de
uma economia de mercado.
V
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
UNI
VI
VII
VIII
Sumário
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À ECONOMIA ................................................................................ 1
IX
TÓPICO 4 - FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO ................................ 49
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 49
2 O FLUXO REAL DA ECONOMIA .................................................................................................... 49
3 O FLUXO MONETÁRIO ..................................................................................................................... 50
4 FLUXO CIRCULAR DA RENDA ....................................................................................................... 52
4.1 FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA FECHADA SEM GOVERNO ........... 52
4.2 FLUXO CIRCULAR DA ATIVIDADE ECONÔMICA DE UMA
ECONOMIA ABERTA . ................................................................................................................... 54
5 VAZAMENTOS E INJEÇÕES NO FLUXO DE RENDA ............................................................... 56
5.1 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – A POUPANÇA . ............................ 56
5.1.1 As injeções no fluxo circular da renda provenientes da poupança ................................. 57
5.2 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – OS TRIBUTOS . ............................. 57
5.2.1 As injeções no fluxo circular da renda provenientes dos impostos ................................. 58
5.3 VAZAMENTOS NO FLUXO CIRCULAR DA RENDA – AS IMPORTAÇÕES ..................... 58
5.3.1 As injeções no fluxo circular da renda proveniente – caso das importações ................. 58
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 62
X
TÓPICO 2 - O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA ............ 113
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 113
2 O PREÇO DE EQUILÍBRIO ................................................................................................................ 113
2.1 A INTERAÇÃO DA PROCURA E DA OFERTA ........................................................................ 113
2.2. O PREÇO DE EQUILÍBRIO . ......................................................................................................... 115
3 DESLOCAMENTOS DA CURVA DA PROCURA E/OU OFERTA ............................................ 118
3.1 ALTERAÇÃO NA ESTRUTURA DA OFERTA . ......................................................................... 119
3.2 ALTERAÇÃO NA ESTRUTURA DA DEMANDA . ................................................................... 121
4 FUNDAMENTOS DA ELASTICIDADE DA PROCURA E DA OFERTA ................................ 122
4.1 A ELASTICIDADE DA PROCURA .............................................................................................. 123
4.1.1 Fatores que influenciam na elasticidade preço da procura . ............................................. 123
4.1.2 Cálculo da elasticidade-preço da procura ........................................................................... 125
5 FUNDAMENTOS DA ELASTICIDADE DA OFERTA ................................................................. 128
5.1 FATORES QUE INFLUENCIAM A ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA ......................... 129
5.2 COEFICIENTE DA ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA . ................................................... 130
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 133
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 134
XI
UNIDADE 3 - MACROECONOMIA ................................................................................................... 175
XII
TÓPICO 4 - ECONOMIA INTERNACIONAL: O SETOR EXTERNO ......................................... 233
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 233
2 O COMÉRCIO INTERNACIONAL – ALGUMAS DEFINIÇÕES INICIAIS ........................... 234
2.1 INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL –
AS MEDIDAS PROTECIONISTAS . .............................................................................................. 234
2.2 INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL –
RESTRIÇÕES E INCENTIVOS AO LIVRE-COMÉRCIO ........................................................... 235
3 O BALANÇO DE PAGAMENTOS .................................................................................................... 236
4 TAXAS DE CÂMBIO ........................................................................................................................... 239
4.1 OS REGIMES CAMBIAIS ............................................................................................................... 240
4.2 A DESVALORIZAÇÃO E A VALORIZAÇÃO CAMBIAL ........................................................ 243
5 ALGUNS DETERMINANTES DAS IMPORTAÇÕES E DAS EXPORTAÇÕES ..................... 244
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 246
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 247
XIII
XIV
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em cinco tópicos. Ao final de cada tópico você
encontrará atividades que lhe darão uma maior compreensão dos temas
abordados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
1 INTRODUÇÃO
Ao longo dos estudos, vamos fazer você perceber como a economia está
presente no nosso dia a dia, em praticamente tudo o que fazemos. Embora todas
as pessoas, diariamente, lidam com atividades de natureza econômica, poucas
delas têm essa lucidez. Todos os dias, em telejornais, em periódicos, ou mesmo
na internet, nos deparamos com diferentes questões econômicas que passam
despercebidas. Alguns exemplos que podemos adiantar são os aumentos dos
preços, cortes de gastos em períodos de crises e recessão econômica, ou ainda, de
crescimento econômico em épocas prósperas. Poderíamos citar também as altas
taxas de desemprego, taxas de câmbio, taxas de juros, alta nos impostos e tarifas
públicas, a distribuição da renda e do produto, a inflação, entre outros. Exemplos
mais simples, como a nossa diária relação de trabalho em troca de um salário no
final do mês é uma relação econômica e política, o valor da passagem de ônibus, o
valor dos alimentos, o valor da mensalidade da faculdade etc. É só começar a prestar
atenção a nossa volta, e veremos que tudo o que nós compramos ou consumimos
na forma de bens ou de serviços estão envoltas em várias relações econômicas
e políticas. Esses são alguns temas centrais no estudo da ciência econômica, que
aliás, é só ler um jornal para ver cada um desses termos, não é mesmo? O que todos
esses termos econômicos e esses indicadores tem a ver com o nosso cotidiano?
3
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
2 O QUE É ECONOMIA?
Para começarmos nossa disciplina, é importante buscar saber o que
significa economia e qual a origem deste conceito. Em termos etimológicos, a
palavra “economia” tem origem grega, sua divisão se dá por duas palavras:
oikos, que significa casa; e nomos, que significa norma, lei. Assim, com a junção
das duas palavras, temos oikonomia, que significa “administração da casa” ou
“administração da coisa pública”. O senso comum costuma relacionar uma pessoa
como sendo econômica, o que significa dizer que ela é cuidadosa com o gasto de
dinheiro, ou cautelosa na administração de recursos que ela dispõe, geralmente a
sua renda (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
4
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
E
IMPORTANT
NOTA
5
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
6
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Assim, precisamos ter cuidado para que a escassez não seja confundida com
pobreza. A pobreza, em termos simplistas, significa ter poucos e poder adquirir
também poucos bens. Enquanto a escassez, significa que se tem mais desejos do
que bens para satisfazê-los, ainda que hajam muitos bens. A questão da escassez
está presente em todas as sociedades, seja rica ou seja pobre. Todavia, o problema
difere se compararmos, por exemplo, países de terceiro mundo com países
desenvolvidos. É claro que se experimenta uma escassez de maior quantidade de
bens nos países em desenvolvimento. Já nos países desenvolvidos, como na Europa
e Estados Unidos, estes podem ofertar uma quantidade maior de bem e serviços,
por consequência, a escassez de bens é menor (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
Necessidades Recursos
Humanas Produtivos
Ilimitadas Limitados
Escassez
FONTE: Os autores
7
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
O que e
quanto
Como produzir? Para quem
produzir? produzir?
Problemas
econômicos
básicos
FONTE: Os autores
8
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Como produzir?
Este problema se refere aos recursos que utilizará para produzir bens e
serviços. Em geral, os produtores tendem a escolher aqueles que tiverem um baixo
custo para produzir bens e serviços.
• Os bens livres são os que existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos
com pouco ou nenhum esforço humano. Exemplos: a luz solar e o ar que
respiramos, estes são considerados bens, pois de certa forma eles atendem às
necessidades humanas. São bens livres, pois não possuem preço ou pelo menos
ainda não pagamos por isso!
• Bens econômicos são caracterizados pelo esforço humano para obtenção desse
bem. E além disso, estes bens têm como característica básica um preço, além de
serem escassos.
9
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
FONTE: Os autores
10
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
4 OS RECURSOS PRODUTIVOS
Você aprendeu até aqui que os recursos para a produção de bens e serviços
são limitados e que as necessidades das pessoas são ilimitadas. Estudamos que
as necessidades são satisfeitas por meio de mercadorias, serviços e bens. Para
produzir os bens que vimos acima, com exceção daqueles com preço zero, são
necessários os recursos produtivos.
• Terra (ou recursos naturais): como o próprio nome já deixa claro são os recursos
naturais, as florestas, a energia solar, os recursos minerais, o solo, as águas etc. Boa
parte destes recursos naturais são utilizados diariamente na produção dos bens
econômicos. Todavia, o que algumas correntes de economistas e ambientalistas
costuman alertar é que os recursos naturais também são limitados, ou seja,
possuem um fim se não forem utilizados com a devida precaução.
• Trabalho: trata-se do valor humano necessário para a produção de determinado
bem. O trabalho que consiste em esforço por parte de um ser humano, pode ser
braçal, de força física ou mental despendida. Assim, o trabalho num sentido
econômico, é um serviço prestado por determinada pessoa na sua área de
atuação, podendo ser um médico, um agricultor, um pedreiro. Contudo, a força
de trabalho e sua qualidade também são limitadas.
• Capital (ou bens de capital): é definido por um conjunto de bens utilizados
no processo de produção de outros bens e não essencialmente para atender às
necessidades das pessoas. Exemplos de capital são máquinas e equipamentos,
estoques, instalações, edifícios, usinas, estradas de ferro etc. Quando se fala
em capital é muito comum que nossa mente associe a ações ou ao dinheiro,
porém, isso deve ser associado como capital financeiro. Poderíamos pensar em
exemplos do nosso cotidiano para bens de capital:
Qual o capital de um taxista? Seu táxi e seu sistema de comunicação;
Qual o capital de um pescador? Sua rede e bote para pescar.
E de um médico? Seu conhecimento, ou seja, seu investimento educacional
na faculdade de medicina. Se tiver consultório médico, seu investimento em
equipamento e local para atender seus pacientes.
• Tecnologia: na atualidade, a tecnologia tem papel fundamental na atividade
econômica. As inovações tecnológicas têm papel fundamental na economia como
um todo, por meio de inovações é possível alcançar um nível de crescimento e
aumento de produtividade. Exemplos são os computadores, os smathphones etc,
11
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
12
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
5 OS AGENTES ECONÔMICOS
Você já parou para pensar que nós participamos de transações comerciais
quase que diariamente? E as realizamos com diferentes agentes econômicos? Isso
mesmo, ir ao supermercado, ir a um restaurante, comprar uma água, abastecer
o seu automóvel, todas essas e outras mais, são transações que proveem de
necessidades que temos de consumir determinado serviço ou produto, seja para
a nossa sobrevivência, seja por lazer, ou mesmo pelo conforto. Tudo o que nós
consumimos nos é oferecido por um prestador de serviços. Aí entra o que se
conhece em economia como os agentes econômicos, que são todas as pessoas,
as empresas, o governo todos estes agentes transacionam entre si dentro de um
mesmo mercado. É muito simples, todos nós efetuamos transações (de compra
e venda) com os diferentes agentes, é só observar o seu dia a dia. Vamos ver
mais adiante cada um dos agentes especificamente, e ficará mais claro para você
compreender como se dão as transações entre os agentes no mercado.
5.1 AS FAMÍLIAS
Na economia, quando se fala em famílias, refere-se a todos os indivíduos
que exercem o papel de consumidores de bens e serviços, com a finalidade de
atender as suas necessidades. O ato de comprar determinada mercadoria funciona
como um voto a favor da escolha de produção dessa mercadoria, que depende
do empresário para ser produzida. Caso as famílias reduzam o consumo e
comprem menos mercadorias, o empresário deverá interpretar esta ação, por
parte o consumidor, como um descontentamento e possivelmente por conta disso
tentará alterar a qualidade da mercadoria oferecida, de modo a se ajustar às novas
necessidades dos compradores e consumidores. Além do papel de consumidores,
as famílias oferecem ao mercado os fatores de produção que são: terra, trabalho,
capital, entre outros, que os oferece às empresas.
13
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
5.2 AS EMPRESAS
A empresa, no âmbito da ciência econômica, é o termo utilizado para
designar uma unidade produtiva que é responsável pela produção e comercialização
de bens e serviços. A produção acontece por meio da aquisição dos fatores de
produção das famílias (terra, trabalho) e das empresas, é da onde sai a maior parte
das mercadorias na forma de bens e serviços, os quais servem para atender às
necessidades das pessoas. Além disso, os empresários são aqueles que realizam
os investimentos produtivos para ampliar a sua capacidade de produção, ou seja,
para aumentá-la, utilizarão os investimentos para contratar e treinar trabalhadores
e investir em novas máquinas e equipamentos.
5.3 GOVERNO
O Governo, ou Estado, desempenha um papel fundamental na economia
de qualquer nação. Em sociedades capitalistas, como é o caso na maior parte do
mundo, o Estado emerge justamente para corrigir as falhas do mercado, com a
finalidade de interferir nas relações de mercado entre empresários e consumidores.
14
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
5.5 MERCADO
O mercado não se trata especificamente de um agente econômico, mas
é no mercado que a relação entre as famílias (consumidores) e as empresas
(unidades produtivas) acontece. O mercado é um local físico ou não físico, onde se
encontram compradores e vendedores para realizarem as trocas de bens e serviços.
Concretamente são as feiras, lojas, bolsa de valores etc. No mercado, os compradores
e vendedores confrontam os preços e as quantidades de um determinado bem que
desejam trocar. Na definição de Sandroni (1999, p. 378), o termo mercado:
15
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
UNI
16
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
UNI
Comportamento dos
Comportamento da
Objetivo de estudos indivíduos, das famílias, das
economia como um todo.
empresas e do mercado.
TURO S
ESTUDOS FU
17
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Um exemplo clássico para os tempos atuais que cabe bem nesta reflexão
é o telefone celular. Parece que minuto a minuto a indústria lança um aparelho
novo. Cria situações hilariantes, como a de nem mesmo quando se acaba de pagar
o celular atual, surge um novo modelo e torna-o obsoleto.
18
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
19
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
20
AUTOATIVIDADE
a) Trabalho ( ) Juros
b) Terra (recursos produtivos) ( ) Aluguéis
c) Capital ( ) Royalties
d) Tecnologia ( ) Lucros
e) Capacidade empresarial ( ) Salários
SISTEMAS ECONÔMICOS
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, no Tópico 1 iniciamos os estudos da disciplina de
economia. Estudamos o que é economia, o problema da escassez, os problemas
econômicos fundamentais, os recursos produtivos, os agentes econômicos,
estudamos a grande divisão da teoria econômica, a microeconomia e a
macroeconomia. Agora que você já domina as conceituações mais básicas da
economia, podemos avançar nos estudos. O segundo tópico desta unidade tem
por finalidade estudar os sistemas econômicos. Agora veremos como se dá a
organização social das sociedades.
23
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
E
IMPORTANT
O que é um sistema econômico? Este pode ser definido como a forma na qual
determinada sociedade se organiza nos termos econômicos e sociais para desenvolver
determinadas atividades econômicas e produtivas, com a finalidade de efetuar as trocas de
bens e serviços para atender às necessidades ilimitadas das pessoas.
24
TÓPICO 2 | SISTEMAS ECONÔMICOS
25
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
NOTA
NOTA
27
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
5 ECONOMIAS MISTAS
Outro modelo é o sistema chamado de economia mista. Neste sistema,
umas parcelas dos meios de produção são pertencentes ao Estado, por meio das
chamadas firmas públicas, e outra parcela pertence ao setor privado, são as firmas
privadas. A solução dos problemas econômicos fundamentais, o que e quanto
produzir, como e para quem nestas economias mistas, se dá na relação conjunta
entre mercado e Estado. Com relação ao que e quanto produzir, o Estado, por meio
de isenção ou redução de tributos e incentivos fiscais, pode indicar o que deve ser
produzido naquela economia. Outro instrumento que o Estado utiliza é por meio
do controle de crédito, por exemplo, naquelas atividades em que o Estado deseja
fomentar haverá um maior incentivo ao crédito. Outra forma ainda do Estado
intervir é por meio de suas empresas públicas, que são destinadas a garantir a
produção dos bens e dos serviços que são fundamentais para o bem-estar coletivo,
como saneamento básico, transporte, energia, entre outros. O Estado também
executa grandes obras, como estradas e pontes, neste caso, o Estado necessita
indiretamente do setor privado na produção dos insumos para estas grandes
obras, como o cimento, o aço etc. Todavia, nas economias mistas o problema “o
que e quanto produzir” se orienta pelo sistema de preços.
28
TÓPICO 2 | SISTEMAS ECONÔMICOS
NOTA
Nas economias mistas prevalecem as “leis de mercado”, mas com forte atuação
do Estado na economia.
DICAS
29
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Sistema econômico nada mais é do que a forma como cada sociedade organiza
a sua produção. Sistemas podem ser economia de mercado ou capitalista,
economias planificadas ou socialistas, ou ainda, economias mistas.
• Nas economias mistas uma parcela dos meios de produção são pertencentes ao
Estado por meio das chamadas firmas públicas, e outra parcela pertence ao setor
privado, as firmas privadas. A solução dos problemas econômicos fundamentais,
o que e quanto produzir, como e para quem, nestas economias mistas se dá na
relação conjunta entre mercado e Estado.
30
AUTOATIVIDADE
31
4 Sabendo que o funcionamento das economias ditas socialistas,
nas quais o Estado aparece como o protagonista, explique o
funcionamento de uma economia socialista e descreva as suas
principais características.
32
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, vamos dar início ao terceiro tópico desta unidade.
Nela, vamos estudar a curva de possibilidade de produção. Esta curva representa
graficamente o problema da escolha e da escassez de uma determinada empresa
ou de uma determinada sociedade.
33
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
34
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
35
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
36
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
DICAS
37
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
NOTA
38
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
Vamos imaginar que essa sociedade tenha disponível uma quantidade fixa
de fatores de produção, uma quantidade fixa de trabalhadores e uma quantidade
fixa de empresas e instrumentos necessários à produção (terra, trabalho, capital
etc.). Quanto ao grau de conhecimento e à tecnologia, este permanecerá constante,
sendo imutável durante nossa análise. Vamos supor também que a mão de obra
empregada e os demais fatores produtivos podem ser empregados na produção
de alimentos e na produção de automóveis em diferentes combinações de ambos
(PASSOS; NOGAMI, 2012).
40
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
41
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
42
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
43
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
44
TÓPICO 3 | CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
46
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
47
AUTOATIVIDADE
48
UNIDADE 1
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, bem-vindo ao Tópico 4! Neste tópico, nosso objetivo será
conhecer o funcionamento de uma economia de mercado. Como acontece a inter-relação
entre os agentes econômicos? Como se dá a remuneração dos fatores de produção? Qual
sua relação com o mercado? De que forma interferem na economia como um todo?
49
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
3 O FLUXO MONETÁRIO
O fluxo monetário são todas as transações financeiras que acontecem entre
os agentes econômicos. Toda vez que um serviço, um bem ou uma mercadoria é
passada de um agente para outro, é efetuado o pagamento por meio de moeda que
media as trocas. É só pensar nas nossas transações diárias, por exemplo, você trabalha
para determinada empresa, que no final de cada período tem o compromisso de
pagar seu salário, que vem a ser a sua remuneração que lhe permite ir ao mercado
e comprar os bens, mercadorias e serviços dos quais necessita (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2004).
50
TÓPICO 4 | FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
51
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
52
TÓPICO 4 | FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
53
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
serviços que uma família pode comprar depende muito de sua renda. Assim,
quanto maior for a renda da família, mais bens, produtos e serviços ela poderá
comprar. Já as empresas têm como finalidade maximizar os seus lucros, fazem
isso colocando bens, produtos e serviços no mercado para que as famílias possam
adquirir.
Por meio desta relação entre a oferta e a procura, tem-se a formação dos preços
em economias de mercado (lembra-se do Tópico 2?). É por meio das quantidades
demandadas de determinado produto que o empresário vai saber se deve produzir
mais ou menos de um determinado bem. É a solução do problema econômico: “o
que produzir”! Assim, cria-se um fluxo real (no esquema, observe a flecha vermelha)
de bens, produtos e serviços das empresas para as famílias. E de outro lado, cria-se
um fluxo monetário (no esquema, a flecha azul) das famílias para as empresas como
pagamentos pelos produtos comprados (PASSOS; NOGAMI, 2012).
Neste ponto do fluxo se dará a formação dos preços que vai assinalar aos
produtores a outra questão econômica fundamental a ser solucionada: “como
produzir”. Tem-se um fluxo real de recursos das famílias para as empresas. As
empresas, ao comprarem os recursos produtivos, vão pagar as famílias em
unidades monetárias na forma de salários, aluguéis, juros e lucros, o que resulta
num fluxo monetário das empresas para as famílias (PASSOS; NOGAMI, 2012;
VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
DICAS
54
TÓPICO 4 | FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
55
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
TURO S
ESTUDOS FU
56
TÓPICO 4 | FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
57
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
58
TÓPICO 4 | FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO
Todavia, você sabe que parte do seu salário será retido em forma de
impostos (pagamento de imposto de renda e contribuição previdenciária, por
exemplo). Suponhamos que o valor gasto com isso seja de R$ 200,00. Assim, seu
salário real será de R$ 2.800,00, que foi o que sobrou após ter pago os tributos.
59
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Além disso, você pode optar por guardar parte do seu salário na poupança.
Suponhamos então, que você guarde mais R$ 200,00 mensais, pois deseja comprar
um automóvel no futuro. Tomando esta decisão, você estará optando por não
consumir ou não gastar parte da sua renda. Seu salário, que era de R$ 3.000,00,
agora é de R$ 3.000,00 – 200,00 – 200,00.
No final das contas, do seu salário inicial sobrou R$ 2.400,00 para gastar
com bens e serviços na economia de seu país. O restante (impostos + poupança +
importação) corresponde a vazamentos no fluxo de renda.
Imagine que muitas pessoas fizeram transações parecidas com a sua. Então,
teremos um valor bem maior de vazamento no fluxo de renda. Se não for feito
nada para corrigi-los, a economia nacional poderá enfrentar alguns problemas
relacionados à desaceleração: muitas empresas encontrarão problemas para
vender seus bens e serviços, e possivelmente terão de reduzir a produção. Isso
poderá ocasionar desemprego.
Para que isso não aconteça, o governo cria mecanismos ou gastos que
compensem cada um dos vazamentos. Isso denomina-se injeções na economia.
Conforme a ilustração acima, pode-se observar que as injeções são constituídas
por investimentos (I) que visam compensar a poupança, os gastos do governo (G)
que compensam a arrecadação de impostos (T) e as exportações (X) que têm a
finalidade de se igualar às importações (M). Tudo isto para que a economia se
mantenha equilibrada.
60
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• O fluxo real da economia é o mais simples dos fluxos e é composto por famílias
e empresas, qual as famílias ofertam os fatores de produção no mercado e as
empresas demandam.
• O fluxo circular da renda surge da interligação dos fluxos reais e dos fluxos monetários
de uma economia e busca demonstrar a forma como ela se movimenta e como os agentes
transacionam entre si.
61
AUTOATIVIDADE
62
UNIDADE 1
TÓPICO 5
A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste Tópico 5 vamos estudar a evolução do
pensamento econômico, estudaremos desde a pré-história, antiguidade clássica e
Idade Média, passando pelas ideias mercantilistas e fisiocratas, posteriormente à
escola clássica, marxismo, keynesianismo e os economistas pós-keynesianos. Bons
estudos!
NOTA
63
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
3 IDADE MÉDIA
Ainda na Idade Média, principalmente entre os séculos XI ao XIV, a
atividade econômica, as trocas regionais e inter-regionais foram ganhando cada
vez mais força. As trocas se generalizaram, surgiram as corporações de ofício, a
divisão entre campo e cidade se acentuou, entre outras características.
4 MERCANTILISMO
O mercantilismo foi uma doutrina econômica que surgiu entre o fim da
Idade Média e a época de triunfo do laissez-faire, portanto, entre 1500 e 1770, época
de expansão comercial e marítima de nações europeias. Podemos apresentar como
seus representantes, Jean-Baptiste Colbert (1619-1683) e Sir William Petty (1623-
1687). A grande preocupação destes pensadores era entender como tornar uma
nação mais rica.
64
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
E
IMPORTANT
65
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
FONTE: Os autores
5 FISIOCRACIA
A Fisiocracia foi uma doutrina econômica liberal que teve seu auge no
século XVIII. Formulou, pela primeira vez, de maneira sistemática e lógica, uma
teoria do liberalismo econômico. Mais precisamente, apareceu na França no final
da época mercantilista, tendo seu início determinado em 1756. A escola fisiocrata
durou pouco e já em 1776 havia perdido muita força, principalmente com o advento
das ideias que viriam a ser a base do pensamento econômico clássico.
66
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
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UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Os ideais fisiocratas ganharam força neste contexto, sendo base tanto para
as reivindicações da nova classe emergente, a burguesia, quanto para a ascensão
do pensamento econômico liberal.
FONTE: Os autores
6 A ESCOLA CLÁSSICA
Podemos datar o início da Escola Clássica em 1776, e seu marco foi a
publicação da obra “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, neste mesmo ano.
Este pensador é considerado uma espécie de “pai” da ciência econômica. É a
partir dos estudos feitos por Adam Smith que se tem um pensamento econômico
mais elaborado. Com base nisso, outros economistas irão explicar a realidade de
várias formas, como mostraremos neste tópico. Dessa maneira, diferentemente do
mercantilismo e da fisiocracia, podemos dizer que as premissas da Escola Clássica
são precursoras da teoria econômica moderna.
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TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
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IMPORTANT
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TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
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UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
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TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
• Teoria da renda da terra: com esta teoria, Ricardo considerava duas hipóteses:
primeiro, que a terra tinha diferenças quanto a sua fertilidade. Dessa maneira,
existiam espaços mais férteis e outros menos férteis. Portanto, o uso das terras
poderia se ordenar a partir da terra mais fértil para a menos fértil. A segunda
hipótese é que a concorrência sempre igualaria a taxa de lucro dos fazendeiros
capitalistas, que arrendavam as terras dos proprietários (HUNT, 2005).
E
IMPORTANT
Prezado acadêmico, (assista ao vídeo e saiba um pouco mais sobre a teoria das
vantagens comparativas de David Ricardo, disponível no link: <https://www.youtube.com/
watch?v=tHifBMcozR0&t=7s>.
73
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
E
IMPORTANT
Caro acadêmico, o preceito principal da Lei de Say é que toda oferta cria sua
própria demanda. Assim, de acordo com estes pressupostos, nunca poderia existir uma
demanda insuficiente ou um excesso de mercadorias na economia. De forma isolada, caso
algum ramo da indústria fosse acometido por superprodução (erros de cálculo etc.), haveria
outros setores com escassez. A queda nos preços num setor e aumento em outros levariam
as firmas a realocar a produção, levando ao equilíbrio.
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TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
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UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
7 MARXISMO
O contexto que se seguiu à Revolução Industrial e à consolidação do modo
capitalista de produção foi marcado por inúmeros problemas socioeconômicos.
Por um lado, se havia superado por completo os resquícios do feudalismo. A
consolidação do novo modo de produção, com base na indústria, acarretou
inúmeros problemas, entre eles: pobreza das massas, desemprego, super
exploração, inchaço das cidades, poluição, desigualdades, entre muitos outros
(OSER; BLANCHFIELD, 1987).
Neste contexto, Karl Marx, com auxílio de Friedrich Engels, formulou uma
crítica à economia política clássica como forma de entender a realidade, e mais do
que isso, engajar-se em transformá-la.
Filho mais jovem de uma família judaica, Karl Marx (1818 - 1883) nasceu
em Trier. Sua formação inicial foi em Filosofia, cujo título obteve em 1841. Em
parceira com seu amigo Engels publicou diversas obras, entre elas: “A Sagrada
Família”, “O Manifesto Comunista” e “A Ideologia Alemã”.
76
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
A grande crítica de Marx aos autores da Escola Clássica é que lhes faltava
a perspectiva histórica (embora essa crítica não se dirigisse propriamente a Adam
Smith). Na opinião de Marx, se tivessem estudado história com mais cuidado,
teriam descoberto que “a produção é uma atividade social” e que esta, por isso,
assume diferentes formas e modos, dependendo da organização social (HUNT,
2005, p. 297). Por isso, podemos dizer que uma das características deste pensador
era justamente não conceber os fenômenos socioeconômicos através de leis naturais
e eternas. Isto é, estes fenômenos são produtos das ações humanas, e, portanto, não
se repetem em todos os momentos históricos. E isso é diferente do pensamento
clássico, que muitas vezes procurava dar um sentido de naturalidade ao modo de
produção capitalista.
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UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
• O capital como relação social: Marx não concebia o capital apenas como um
conjunto de máquinas, equipamentos, estradas etc. Para ele, o capital era uma
relação social, uma relação de produção que surgiu com o aparecimento de
duas classes sociais distintas: uma que se apropria dos meios de produção, ou
seja, a burguesia, e outra que tinha apenas a sua força de trabalho para vender,
isto é, os trabalhadores.
• Mercadoria como valor de uso e valor de troca: para este pensador, o preço
das mercadorias era definido pelo tempo de trabalho socialmente necessário
a sua produção. As mercadorias tinham valor de uso (que corresponde à
utilidade dela, para que ela serve) e valor de troca (isto é, a possibilidade de ser
trocada/vendida por outra). Vale dizer ainda que Marx também considera como
mercadorias a força de trabalho e o dinheiro (OSER; BLANCHFIELD, 1987).
• O conceito de mais-valia: este corresponde ao trabalho excedente e não pago,
que é apropriado pelo dono dos meios de produção. A mais-valia é produzida
no processo de produção e finalizada na circulação, isto é, quando a mercadoria
é vendida. Por exemplo, imagine uma facção, com cinco trabalhadores, cuja
produção mensal é de 100.000 camisetas, em 20 dias trabalhados. Para cobrir
os custos de salário destes cinco trabalhadores, é necessária a produção de
25.000 camisetas, que são produzidas com cinco dias de trabalho. Portanto, em
cinco dias de trabalho, os trabalhadores já produziram o suficiente para sua
subsistência. O restante da produção, ou seja, o valor das 75.000 camisetas
restantes (e os 15 dias de trabalho restantes) ficam com o patrão. Em três dias,
eles produzem um número de camisetas que Marx fazia distinção, ainda entre a
mais-valia relativa e a mais-valia absoluta. Esta última está ligada à exploração
do trabalhador através de métodos intensivos para aumentar o volume da
produção. Entre eles: superjornada de trabalho (muito além das oito horas),
ritmo acelerado da produção, vigilância do processo produtivo. E é claro, sem
pagar a mais por isso. Já a mais-valia relativa tem ligação com o uso da tecnologia
no processo produtivo. A produção não se eleva devido ao aumento da jornada
de trabalho, maior produtividade individual, mas sim, aumento devido às
melhorias tecnológicas, que aceleram o processo de produção. Porém, mesmo
com mais mercadorias produzidas por trabalhador, não se repassa aumento em
seus rendimentos (MARX, 1987).
• Exército industrial de reserva: corresponde ao contingente de trabalhadores
sem emprego. Para Marx, um contingente de desempregados era uma
característica do modo de produção capitalista, e, portanto, muito importante
para a continuidade do processo de acumulação de capital. O exército industrial
de reserva era produto do capitalismo e agia como um regulador dos salários.
Além disso, era necessário à medida que deixava à disposição mão de obra
complementar (MARX, 1987).
• Acumulação de capital: este processo é a força motriz do modo de produção
capitalista. É o processo de valorização do valor. No processo de produção,
o dinheiro inicialmente investido na produção de mercadorias, ao final do
processo, retornava com acréscimo (por exemplo, pensemos em um capitalista
que tenha investimento de R$ 1.000,00 na produção de 10.000 lápis. Após a
produção e venda, teve um retorno de R$ 2.500,00. Logo, aos R$ 1.000,00 iniciais
foram acrescidos outros R$ 1.500,00). No processo de acumulação, parcela do
excedente criado (para Marx, através da mais-valia) era reinvestida no processo
produtivo novamente.
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TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
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UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
FONTE: Os autores
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TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
9 KEYNESIANISMO
John Maynard Keynes (1883 - 1946) foi um dos mais notáveis economistas
da primeira metade do século XX. É considerado o pioneiro da macroeconomia.
Discípulo do economista marginalista Alfred Marshal, estudou e lecionou em
Cambridge. Tinha grandes preocupações com as implicações práticas das teorias
econômicas. Não foi por acaso que se tornou crítico dos conceitos da ortodoxia
marginalista, portanto, de seu próprio mestre (Marshal).
81
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Seria John Maynard Keynes quem explicaria a crise dos anos 1930 e
demonstraria que os neoclássicos falharam ao ignorarem a necessidade de uma
“regulação macroeconômica” do Estado. A contribuição de J. M. Keynes foi
imortalizada na publicação de uma das obras mais influentes do século XX: a
“Teoria geral do emprego, do juro e da moeda” (1936). Nestas páginas, descreveu
o princípio da demanda efetiva.
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IMPORTANT
NOTA
82
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
Algumas ideias:
E
IMPORTANT
83
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
NOTA
84
TÓPICO 5 | A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO
NOTA
Uma corrente que ganhou evidência foi o monetarismo, que tem como
importante pensador Milton Friedman. O pensamento monetarista é tido como
uma espécie de antítese do pensamento keynesiano. Para eles, era preciso deixar
a preocupação com a demanda e enfatizar a oferta. O Estado deveria se afastar
da economia e deixar as forças de mercado funcionar. Teria que haver inversão
de ênfase entre aspectos estruturais e conjunturais (PINHO; VASCONCELLOS;
GREMAUD, 2003; OSER; BLANCHFIELD, 1987).
85
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Outra escola que ganhou evidência entre os anos de 1970 e 1980 foi a das
expectativas racionais, conhecida também como os novos clássicos. Os principais
postulados dessa escola eram parecidos com a dos monetaristas: a) defendiam que
a economia se autorregulava; b) que o Estado não deveria interferir no mercado; c)
deveria haver controle da oferta de moeda; d) sustentavam a ideia das expectativas
racionais, ou seja, de que os agentes econômicos fundamentavam suas expectativas
futuras de forma racional.
E
IMPORTANT
86
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os fisiocratas queriam entender como uma nação poderia tornar-se rica. Para
eles, a fonte das riquezas de um país estava na terra.
• Podemos datar o início da Escola Clássica em 1776, e seu marco foi a publicação
da obra “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, neste mesmo ano. Aliás, este
pensador é considerado uma espécie de “pai” da ciência econômica.
• Lei de Say é a que toda oferta cria sua própria demanda. Assim, de acordo com
estes pressupostos, nunca poderia existir uma demanda insuficiente ou um
excesso de mercadorias na economia.
• Karl Marx fez duras críticas à Escola Clássica, a grande crítica de Marx aos
autores da Escola Clássica é que lhes faltava a perspectiva histórica.
• John Maynard Keynes foi um dos mais notáveis economistas da primeira metade
do século XX. É considerado o pioneiro da macroeconomia.
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AUTOATIVIDADE
Prezado acadêmico, estamos chegamos ao final do quinto tópico
que corresponde aos estudos sobre evolução do pensamento econômico.
É importante fixar alguns conceitos e teorias que estudamos e que vão ser
importantes ao longo desta disciplina. Por isso, elaboramos algumas atividades
para você testar seus conhecimentos. Desejamos bons estudos!
88
3 Ao longo dos séculos, os economistas criaram muitas teorias
sobre os fenômenos socioeconômicos. Mesmo apresentando
diferenças entre elas, todas contribuíram e continuam
contribuindo para o entendimento da realidade, que é complexa.
Com base nos estudos acerca dos principais pensadores econômicos, analise
as afirmativas a seguir:
89
90
UNIDADE 2
MICROECONOMIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. Ao final de cada tópico você
encontrará atividades que lhe darão uma maior compreensão dos temas
abordados.
91
92
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 1, estudamos sobre os fundamentos da ciência econômica,
quais são os agentes econômicos, o fluxo real e econômico da economia, fatos
relevantes de história econômica, entre outros conceitos importantes para seu
entendimento da ciência econômica. Agora, nesta unidade, iremos nos focar na
microeconomia, parte de ciência econômica que estuda sobre o comportamento
tanto do consumidor como da empresa, conforme as leis naturais do mercado,
mas antes disso, vamos rever brevemente sobre os três questionamentos básicos de
análise das prioridades econômicas de qualquer sistema econômico, isto é:
2 CONCEITO DE MICROECONOMIA
A microeconomia analisa o comportamento tanto do consumidor como da
empresa, ela faz todo um estudo analítico das atividades econômicas dos agentes
econômicos que interagem no mercado para satisfazer suas necessidades, sejam
de consumo, no caso das famílias, sejam de produção, no caso das empresas. Em
uma economia de mercado, essas atividades econômicas acontecem na dinâmica
da troca comercial por meio da precificação de todos os bens e serviços a serem
procurados pelos agentes no mercado.
Deve ser observado que a Microeconomia não tem seu foco específico
na empresa (não deve ser confundida com Administração de
Empresas), mas no mercado no qual as empresas e consumidores
interagem, analisando os fatores econômicos que determinam tanto o
comportamento do consumidor quanto o comportamento da empresa.
94
TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
Vamos supor que após um longo dia de serviço, voltando para casa, você
deseja comprar cinco pães de queijo na padaria de seu bairro, e por questões
específicas, o pão de queijo apresenta um desconto promocional de 25%. Será que
você levará somente cinco pães ou levará mais dois? Se sua vontade e fome forem
grandes, provavelmente levará sete pães. Concorda?
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TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
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UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
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TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
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UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
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TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
Devemos observar que nesses níveis de consumo expostos acima existe toda
uma estrutura comportamental da procura do “pão de queijo”, na qual os hábitos
e renda disponível do consumidor possuem um peso alto. Será que um francês
está disposto a consumir a mesma quantidade de pão de queijo, com certeza não,
pois ele possui outros hábitos de consumo diferentes ao do brasileiro, ele possui o
hábito de consumir o famoso “croissant francês”.
101
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
102
TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
FONTE: O autor
103
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
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TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
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UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
∆qis
Tendência da curva da Lei da Oferta >0
∆Pi
s
Desta função, temos que ∆qi é a variação da quantidade ofertada no mercado
que fica em função de ∆Pi , ou seja, as variações das quantidades ofertadas vão se
determinando em função da variação do preço de produto no mercado. Em outras
palavras, o motivador da oferta diz que quanto maior o preço, maior será a oferta;
e quanto menor o preço, menor será ela. Deste modo, se o preço de um produto
aumentar no mercado, estimula as empresas a produzirem maiores quantidades,
pois haverá maior receita (venda), tendo maior potencial de gerar lucro.
106
TÓPICO 1 | A LEI DA PROCURA E DA OFERTA
Talvez você esteja se perguntando, o que quer dizer isso, “maior que zero”
(> 0)? O maior que ZERO quer dizer que se a variação das quantidades, em função
da oscilação do preço, for menor que ZERO, logo a empresa não estará incentivada
em mudar as quantidades ofertadas, pois o nível de preço no mercado está baixo
demais. Qual o motivo disso?
107
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
FONTE: O autor
109
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
110
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
111
AUTOATIVIDADE
112
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No primeiro tópico, estudamos sobre a lei da procura e da oferta e sobre
os fundamentos comportamentais, tanto da curva da procura como da oferta. No
entanto, faltou observar como é que os interesses dos consumidores e dos produtores
representados por meio da curva da procura e da oferta vão se encontrar, e assim,
determinar o preço ideal ou de equilíbrio no mercado.
2 O PREÇO DE EQUILÍBRIO
Devemos observar que na dinâmica do mercado, os consumidores e os
produtores reagem diferentemente às variações dos preços, ou seja, eles possuem
interesses conflitantes ou contrapostos. Isso ocorre porque os consumidores
procuram o preço mais baixo possível para suprir suas necessidades, maximizando
sua utilidade ou satisfação. Outro motivo é porque os produtores buscam um
preço alto para a venda de seus produtos, dentro de suas possibilidades de ofertar.
Assim, eles conseguem maximizar a geração de lucro.
113
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
Observe que quando o preço está abaixo do preço ideal, apresenta-se uma
situação de excesso de procura (ou demanda), logo, haverá desabastecimento do
produto no mercado. Quando o preço está acima do preço ideal, apresenta uma
situação de excesso de oferta, logo, haverá acumulação de estoques por parte das
empresas. Ambas situações podemos observar no seguinte gráfico:
114
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
115
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
FONTE: O autor
116
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
FONTE: O autor
• Nos preços mais baixos, abaixo de R$ 3,50, embora seja estimulante para os
consumidores, não incentiva os produtores, pois venderão gerando menor lucro.
• Nos preços mais altos, acima de R$ 3,50, embora seja lucrativo para as empresas,
inibe as quantidades efetivamente procuradas.
117
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
FONTE: O autor
118
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
π
Vamos supor que m (fatores da produção) mudaram e os custos de produção
ficaram mais caros, pois houve aumento dos insumos importados que fazem
parte do processo produtivo, em função de uma alta da taxa de câmbio do dólar
americano (US$). O resultado desta situação será uma condição menos favorável
da oferta e de um deslocamento da curva da oferta à esquerda, portanto, um
preço de equilíbrio maior.
UNI
Lembra quando o dólar (US$) estava barato? No ano 2011 o dólar estava em uma
média de R$ 1,70, com isso a importação de insumos estava bem mais barata. Disponível em:
<http://www.idealsoftwares.com.br/indices/dolar2011.html>. Acesso em: 8 dez. 2016.
119
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
FONTE: O autor
FONTE: O autor
120
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
121
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
a procura por celulares comuns cairá, ou seja, mudança nos hábitos de consumo
resultarão num deslocamento da curva da procura à esquerda, portanto, um
preço de equilíbrio menor, pois haverá menores quantidades procuradas para
cada um dos possíveis preços da curva da demanda.
FONTE: O autor
122
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
Nesse sentido, devemos nos perguntar: quão sensível pode ser a procura e a oferta
de um produto ou serviço em função do nível de preço?
123
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
queijo e do sal expostos acima? A resposta está lá, mas vamos dar uma aprofundada
nisso, analisando todos os fatores que fazem com que uma procura seja elástica ou
inelástica.
Produtos que têm substitutos: estes tipos de produtos podem ser supridos
por outros que tenham características similares, com a capacidade de suprir a
necessidade ou desejo procurado. Portanto, podem apresentar uma demanda
tipicamente elástica, como decidir entre o consumo entre manteiga e margarina. Se
o preço da manteiga aumentar demais, a necessidade de consumir será trocada pela
margarina. Em épocas de crise, e hoje por questões ambientais, a carne está ficando
cara demais, mudar para uma dieta com maior peso de proteína vegetal seria a
solução. Nestes exemplos existem diversas alternativas diante da perspectiva do
poder de escolha do consumidor.
peso no orçamento básico das famílias. Assim, se ficarem muito caros haverá um
menor número de pessoas com disponibilidade em comprar. A exemplo disso,
temos as viagens turísticas, ou uma garrafa de vinho. Portanto, são produtos
considerados altamente elásticos ou sensíveis ao preço.
125
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
126
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
128
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
129
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
130
TÓPICO 2 | O PREÇO IDEAL E O COMPORTAMENTO DA PROCURA E OFERTA
131
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
Observe como a curva da oferta tende a ser mais horizontal à medida que
apresenta uma condição de maior elasticidade. Quanto menor for a elasticidade,
mais vertical será a curva da oferta, exemplo extremo: a oferta de energia elétrica
leva alguns anos para aumentar a oferta desse serviço em função do alto grau
de investimento e demora em poder aumentar as quantidades de kWh ofertadas.
Quanto maior for a elasticisade, mais horizontal será a curva da oferta, exemplo
extremo disso: a oferta de pastéis em uma lanchonete, pois leva só algumas horas
para aumentar a oferta deste produto.
132
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você estudou que:
• Os fatores que fazem com que uma procura seja elástica ou inelástica são a
existência ou não de substitutos para o produto; produtos que têm substitutos;
a importância do produto no orçamento familiar; a essencialidade do produto;
e horizonte de consumo.
• Os fatores que fazem com que uma determinada oferta seja elástica ou inelástica
são as condições dos “fatores da produção”, sendo resumido em dois grandes
grupos: o fator tempo – para aumentar a produção –; e o fator disponibilidade
de recursos produtivos.
133
AUTOATIVIDADE
135
136
UNIDADE 2
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Na dinâmica microeconômica existem dois principais agentes (além do
Estado), isto é, as famílias, consumidores; e as empresas, centros produtivos e de
comercialização. Nos tópicos anteriores estudamos sobre a lei da procura e da
oferta e do comportamento da estrutura dessas duas curvas com sua respectiva
elasticidade (sensibilidade relativa) conforme as oscilações dos preços. Em
termos de análise do comportamento, tanto do consumidor como da empresa, a
microeconomia analisa tanto o incentivo ao consumo quanto a produção de um
determinado produto. Esta análise de mensurar o comportamento dos agentes é
feita por meio da teoria marginalista da utilidade marginal, tanto do consumidor
quanto da empresa.
137
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
a) O preço: serve como obstáculo à compra, ou seja, como limite ao nível de gasto,
visando satisfazer uma necessidade específica, tal como o almoço durante os
dias de serviço. O consumidor de classe média, no horário de almoço, poderá
escolher um restaurante de preço relativamente baixo: R$ 14,00 pelo buffet livre.
O consumidor de classe média alta, no horário de almoço, poderá escolher um
restaurante de preço médio alto: R$ 20,00 ou mais.
b) O efeito substituição: o fator substituição serve como escolha para satisfazer
uma necessidade específica, por exemplo, termos vontade de assistir a um
filme, logo: podemos ir ao cinema, alugar um filme, procurar filmes disponíveis
na TV ou assistir na internet. A escolha dependerá muito do preço e da renda
disponível do consumidor para cada uma das opções, mas observe que todas
satisfazem a vontade de assistir a um filme.
c) A utilidade marginal: o fator saciedade varia conforme se consomem unidades
adicionais de um produto. Assim, à medida que se consomem unidades
adicionais, o fator satisfação (utilidade) da última unidade irá diminuir também.
Isso é conhecido como “utilidade marginal”, ou seja, a análise da utilidade no
acréscimo de mais uma unidade. Por exemplo, se estamos com vontade de
comer pipoca durante o filme, podemos comer uma porção, logo mais uma,
e mais uma... Até simplesmente não termos mais vontade, ficamos saciados e
paramos de consumir.
138
TÓPICO 3 | A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
Segundo o exposto pelos autores, fica claro que à medida que o consumo
de sorvete é maior, nossa satisfação total aumenta também, mas a utilidade de
cada pequena unidade adicional vai diminuindo, até que tenhamos que escolher se
adicionamos mais uma unidade ou não, em função de sua percepção de satisfação
total. Este raciocínio nos leva ao conceito da utilidade marginal decrescente, que
diz:
[...] à medida que uma pessoa consome cada vez mais de um bem, a
utilidade adicional, ou marginal, diminui. Para compreender essa lei,
recorde, primeiro, que a utilidade tende a aumentar quando se consome
mais de um bem. Contudo, ao consumir cada vez mais, a utilidade total
crescerá a uma taxa cada vez menor. Isso é o mesmo que dizer que a
sua utilidade marginal (a utilidade adicional acrescentada pela última
unidade consumida do bem) diminui com o aumento do consumo de
um bem (SAMUELSON; NORDHAUS; TAYLOR, 2012).
a) A utilidade de um produto pode ser percebida: isto quer dizer que a satisfação
pode ser mensurada em termos relativos para cada consumidor. Apesar de que
cada consumidor possui gostos e preferências específicas, ele percebe um grau
subjetivo de utilidade em cada um dos produtos e serviços a serem consumidos.
Grau de utilidade que pode ser comparado e medido como o grau de utilidade
atribuído para outros produtos semelhantes. Por exemplo, um consumidor
pode ter preferência pelas frutas, mas destas, poderia preferir a maçã. Portanto,
poderia dar um grau de utilidade maior ao consumir maçã, em detrimento
(perda) das outras frutas. Esse fato das preferências do consumidor é refletido
na disponibilidade em pagar mais um pouco pelo quilo de maçãs.
b) A utilidade total de um produto/serviço é acumulativa: ela é acumulativa até
o ponto de saturação. Isso significa que todo produto/serviço, por melhor que
esse seja, há um limite. No momento de consumir unidades adicionais, o grau
de satisfação total vai acumulando até chegar à saturação. Porém, o grau de
utilidade marginal em cada unidade adicional consumida vai diminuindo. Por
exemplo, pela manhã uma pessoa pode gostar muito de seu cafezinho, então a
primeira xícara será muito boa, se atribuirmos um grau de satisfação subjetiva
a “5”. A segunda xícara será boa, se atribuirmos um grau de satisfação de “3”,
acumulando um grau total de “8” 5 +3. Já a terceira xícara dá para tomar, mas
talvez seja a última, se atribuirmos um grau de satisfação de “2”, acumulando
um grau total de “10”. Se o consumidor não deseja consumir mais café, esse
será o nível de utilidade (maximização) desse produto. Assim, a escolha será
de parar de consumir na xícara nº 3, para outro consumidor será na nº 2, e para
outro poderia ser na nº 4, ou seja, é uma percepção de satisfação individual.
139
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
Qual delas ele poderá escolher? Depende, se ele é brasileiro, com certeza
a opção 1 poderá lhe trazer um maior grau de satisfação, se ele é britânico,
provavelmente o chá com torrada será a escolha.
Vamos supor acompanhar um feijão com mandioca e não com batata. Qual
140
TÓPICO 3 | A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
141
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
ATENCAO
• Uma família de classe média poderá satisfazer sua necessidade de café da manhã
do dia das mães com café, pães de queijo, ovos, frutas e diversos tipos de pães
no lar.
• Uma família de classe média alta poderá satisfazer esse mesmo café da manhã
do dia das mães indo para um restaurante especial, no qual a família será bem
servida. No entanto, haverá um preço maior para o consumo desse café da
manhã “especial”.
• Produto Y: 12 saídas de lazer ao ano para almoçar fora de casa nos domingos em
família. Aliás, produto mais caro que X.
• Produto X: 20 saídas de lazer para passear e tomar café/sorvete nas tardes em
família. Aliás, produto mais barato que Y.
143
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
uma combinação de menos duas unidades de Y com mais dez unidades de X, dado
que o consumidor precisará compensar essa perda com maiores volumes de X,
pois ele possui uma utilidade relativa menor e assim é necessário maior volume de
consumo para compensar a perda de consumo de Y (produto mais caro).
A análise que acabamos de estudar pode ser explicada por meio da teoria
da escassez relativa de um produto mais caro em função de outro mais barato que
cause satisfação (utilidade) semelhante.
144
TÓPICO 3 | A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
Unidade
de Y
Unidades de X
145
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
FONTE: O autor
146
TÓPICO 3 | A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
Para exemplificar, vamos supor uma cesta nº 1 (X1) e cesta nº 2 (X2). Nesse
sentido, considerando as necessidades humanas como ilimitadas, a preferência de
consumo – curva da indiferença – visa melhorar o grau de satisfação, mas limitado
pela renda disponível – reta da restrição orçamentária. Este princípio é, aliás, a
base do marketing, isto é, análise de mercado dos produtos a serem oferecidos ao
consumidor, levando em consideração suas preferências.
Assim, quando o consumidor tem uma melhora na sua renda, ele muda
as combinações possíveis dos produtos a serem comparados, puxando logo para
acima e para a direita a curva de indiferença, em função de seu novo limite de
renda disponível representado pela reta da restrição orçamentária.
147
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
Escolha ótima
Curvas de
Indiferença
Isso quer dizer que à medida que vem aumentando a renda, as preferências
de consumo do brasileiro vêm mudando e aumentando também. Exemplificando:
entre dois produtos de escolha que servem para um mesmo objetivo, o de se
mobilizar, como moto e carro, o que vem acontecendo? Com maior renda, houve
uma mudança na decisão de comprar mais carros versus motos. Maior renda
representada por um deslocamento da reta da restrição orçamentária entre
148
TÓPICO 3 | A TEORIA MARGINAL E O COMPORTAMENTO DO PRODUTOR
Devemos considerar, claro, que com a forte crise econômica do ano 2015
e 2016, houve uma queda na renda disponível da família brasileira. O resultado
disso, em termos microeconômicos, é um deslocamento temporal à esquerda da
reta da restrição orçamentária e mudanças na curva de indiferença também para a
esquerda, refletindo o novo comportamento do consumidor (durante o tempo da
crise), com menor renda disponível no momento de fazer sua escolha de comprar,
como exemplo, a escolha de comprar moto versus carro.
149
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você estudou que:
150
AUTOATIVIDADE
151
152
UNIDADE 2 TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Assim como o consumidor, o produtor também procura maximizar
seus interesses, mas qual seria esse interesse? O lucro, isto é, as empresas estão
constantemente procurando potencializar a sua rentabilidade. Lucros que o produtor
procura manter e maximizar ao longo do tempo. Esse interesse de maximizar a
rentabilidade é feito por meio de um processo contínuo de aprimoramento das
vendas, dos custos, ampliação de mercado, qualidade, inovação, entre outros. E
em termos econômicos e no contexto da teoria marginalista, o produtor, assim
como o consumidor, também reage racionalmente na procura constante de seu
interesse, no caso das empresas, de maximizar seus lucros. Esta análise é feita por
meio da teoria marginal das receitas e economia de escala, conforme veremos a
seguir.
2 A RECEITA MARGINAL
O que representa a receita marginal em termos da teoria marginalista?
Representa o que irá acontecer com as receitas totais se vendermos mais uma
unidade. É obvio que se vendermos mais uma unidade, as receitas (vendas) totais
irão aumentar também, mas como podemos fazer para conseguir vender mais
uma unidade? A resposta é direta e simples: será reduzindo o preço de venda.
Assim, sob perspectiva da teoria marginalista, na empresa existem duas análises
de vendas: a Receita Total e a Receita Marginal.
153
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
154
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
155
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
é sinônimo de “lucro”, para apurar o lucro devemos saber quais são os custos para
gerar essas vendas.
156
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
a) Custos fixos: definidos como aqueles que não aumentam em função do aumento
da produção, sempre dentro de um potencial produtivo, ou seja, em função da
capacidade instalada. Isso quer dizer que se a empresa estiver produzindo uma
só unidade ou 1000 unidades, esses custos deverão ser pagos periodicamente,
não estão ligados diretamente ao produto produzido. Assim, não vão mudar,
pois são FIXOS, e os custos fixos são necessários para manter o potencial
produtivo pronto para ser usado. Exemplo de custos fixos: aluguel, amortização
do equipamento, folha de pagamento, gastos administrativos, entre outros.
b) Custos variáveis: definidos como aqueles que vão se acrescentando à medida
que vão aumentando as unidades produzidas, eles fazem parte direta dos
materiais incorporados no produto. Desse modo, quanto maior forem as
unidades produzidas, maiores serão os custos variáveis.
157
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
Produzidas
158
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
FONTE: O autor
159
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
E
IMPORTANT
160
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
161
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
Sabe-se que os custos variáveis neste nível são de R$ 8,50 e que o custo fixo
é de R$ 2.000,00, portanto, o Custo Variável Total representa o custo dos insumos
incorporados em cada unidade vezes o volume produzido, isto é: R$ 5.100,00 =
600 x R$ 8,50. O Custo Total representa a somatória do custo fixo + custo variável
total, isto é: R$ 7.100 = R$ 2.000,00 + R$ 5.100,00. O custo unitário neste nível de
produção, de 600 unidades, será de quanto? Simples, devemos dividir o custo total
pelo número de unidades, isto é: R$ 11,83 = R$ 7.100,00 / 600 unidades.
162
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
800,00, portanto, o custo marginal deverá ser dividido por essas mais 100 unidades
produzidas, isto é: R$ 8,00 = R$ 800 / 100. Podemos concluir que o custo marginal
representa o acréscimo marginal no custo em vistas de produzir mais uma escala
de produção.
Nas 400 unidades podemos observar que o custo unitário marginal será
o menor possível de todas as escalas de produção analisadas. Isso quer dizer
que os custos marginais serão otimizados quando o acréscimo marginal parar de
diminuir e em seguida começar a aumentar a partir do seguinte aumento na escala
de produção. Coincidentemente, isso acontece exatamente nas 400 unidades! Ou
seja, os custos serão maximizados nesse nível de produção, nem antes nem depois.
A explicação para isso está nas 400 unidades, pois a empresa terá maior
custo marginal. A partir desse nível terá que pagar uma maior proporção de custos
variáveis por unidade produzida, como horas extras, maior gasto em manutenção
de equipamento, entre outros. Assim como o impacto de diluir os custos fixos em
um maior volume de produção é cada vez menor a partir das 400 unidades. Esse
aumento dos custos é um sintoma de “começar” a atingir o potencial de produção,
ou seja, a empresa a partir das 400 unidades estará ampliando sua capacidade
produtiva sem necessariamente gerar menores custos médios (por unidade),
refletindo isso em um aumento no custo marginal.
164
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
4 ESTRUTURA DE MERCADO
Até agora, estudamos tanto o comportamento do consumidor quanto do
produtor em função do encontro desses agentes econômicos no mercado, mas
como podemos analisar o mercado diante de uma perspectiva econômica? Em uma
análise ideal, a relação comercial entre os principais agentes econômicos deveria
acontecer em condições “perfeitas”. Isso significa perfeita harmonia entre famílias
(consumidores) e empresas, mas isso não acontece sempre, devido aos seguintes
fatores: número de empresas e consumidores atuantes; tipos de mercadorias a
serem oferecidas; produtos gerais e/ou diferenciados; e barreiras de acesso para
novas empresas ao mercado. Esses fatores podem influenciar tanto o consumidor
quanto o produtor, levando à análise dos diferentes modelos de mercado presentes
hoje, formando a concorrência perfeita e a concorrência imperfeita, visto que esta
última se desdobra em concorrência monopolística, oligopólio e monopólio.
165
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
166
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
Podemos observar que essa diferenciação não leva para preços muito
elevados entre bens e serviços semelhantes ofertados pelas empresas. Nesse
sentido, os produtos oferecidos pelas empresas poderiam ser substituídos
facilmente, caso o preço cobrado fosse considerado, pelo consumidor, acima de
sua utilidade (satisfação) marginal e do padrão marca/qualidade desse produto.
Exemplos disso: pão de forma ofertado com marcas e diferenciações de qualidade,
integral, 7 grãos, fofinho etc. Outro exemplo pode ser a oferta de camisetas de
marcas diferenciadas.
4.3 OLIGOPÓLIO
Nesse tipo de mercado existe um grande número de consumidores, mas a
oferta do produto é feita por um número reduzido de grandes empresas. Podemos
dizer que o grande setor industrial brasileiro, em sua grande maioria, possui
sintomas de mercados oligopolistas. Podemos citar vários exemplos, um deles é o
setor bancário brasileiro, no qual existem poucos e grandes bancos comerciais que
controlam mais do 80% do mercado; existindo diversas instituições financeiras
de pequeno porte ofertando serviços bancários no nível regional, mas que não
possuem condições para atingir os grandes mercados nacionais.
• Homogêneos, tais como cerveja, alumínio, suco etc. Aqui podemos citar
inclusive grandes produtores de commodities a nível global, assim como os países
produtores de petróleo da década de 1970.
• Diferenciados, tais como automóveis, aparelhos celulares, grandes empresas de
comunicação, geladeiras, serviços bancários, entre outros.
167
UNIDADE 2 | MICROECONOMIA
4.4 MONOPÓLIO
Nos monopólios, o produtor retém o poder de negociação frente a milhares
de consumidores, isto é, uma única empresa possui as condições de produzir e
ofertar um determinado bem ou serviço à sociedade. A empresa monopólica
determina o preço em função de seu interesse de gerar o maior lucro possível.
Nesta estrutura de mercado, não há escolha para o consumidor, mas de consumir
e comprar os bens e serviços de uma única empresa. É quase impossível para
empresas novas iniciarem atividades nos mercados de monopólio, as portas
de entrada nesses setores estão praticamente fechadas. Segundo Samuelson,
Nordhaus e Taylor (2012, p. 151), hoje:
168
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
LEITURA COMPLEMENTAR
170
TÓPICO 4 | A RECEITA MARGINAL E ESTRUTURA DE MERCADO
FONTE: SAMUELSON, Paul Anthony; NORDHAUS, William D.; TAYLOR, Robert Brian (Tradutor).
Economia. 22. ed. Rio de Janeiro, McGraw-Hill, 2012.
171
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você estudou que:
• Os custos fixos estão ligados aos gastos que não mudam, como o aluguel,
depreciação; e os variáveis estão ligados diretamente aos materiais incorporados
ao produto.
• Os custos variáveis são aqueles que vão se acrescentando à medida que vão
aumentando as unidades produzidas, eles fazem parte direta dos materiais
incorporados no produto.
172
AUTOATIVIDADE
173
7 Qual a diferença entre custo médio por unidade produzida e
custo marginal?
Comportamento
174
UNIDADE 3
MACROECONOMIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em cinco tópicos. Ao final de cada tópico você
encontrará atividades que lhe darão uma maior compreensão dos temas
abordados.
TÓPICO 5 – INFLAÇÃO
175
176
UNIDADE 3
TÓPICO 1
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
1 INTRODUÇÃO
177
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
E
IMPORTANT
NOTA
A crise econômica que seguiu nos anos 1930 causou uma série de problemas
socioeconômicos, dentre eles, elevados índices de desemprego. Até este período,
a preocupação dos economistas em estudar os problemas “macro” da economia
não tinha muita notoriedade, particularmente, a questão do nível de emprego. Isso
porque a corrente hegemônica de economistas tinha como base os pressupostos
clássicos, baseados na Lei de Say. Isto é, sustentavam que a oferta guiava a
demanda e que o mercado se autorregulava, encontrando assim, o equilíbrio de
forma natural.
178
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
A crise que se seguiu nos anos 1930 mostrou as limitações dessa teoria,
que presumia o equilíbrio automático da economia. Keynes, a partir de estudos
sobre o emprego e os ciclos econômicos, superou tais conceitos e sugeriu formas
para atenuar a crise. Ele apontou justamente o contrário do que preconizavam
os economistas clássicos: evidenciou que a demanda era responsável por guiar a
oferta (pois, para Keynes, as necessidades dos indivíduos é que influenciariam na
oferta) e comprovou que o nível de emprego de uma economia estava ligado a sua
demanda efetiva, que corresponde àquela proporção da renda direcionada a gastos
com o consumo e com o investimento (PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD,
2004; NOGAMI; PASSOS, 2012).
E
IMPORTANT
NOTA
179
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
Porém, a partir dos anos 1970, tornou-se recorrente entre muitos países a
ocorrência do fenômeno da estagflação, que nada mais é do que uma situação de
estagnação econômica, com baixos ou mesmos índices negativos de crescimento,
combinado com altos níveis de inflação e desemprego. Neste período, a corrente
keynesiana de explicação dos problemas macroeconômicos perdeu espaço.
Ganhou força, então, o chamado monetarismo (cujo importante pensador é Milton
Friedmann), rotulado como uma espécie de antítese do pensamento keynesiano.
180
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Também nos anos 1970 e 1980 ganhou força a escola das expectativas
racionais, conhecida como os novos clássicos. Analogamente aos monetaristas,
defendiam que a economia se autorregulava e, portanto, políticas de intervenção
por parte do Estado acabavam sendo ineficazes. Sustentavam o controle da oferta
de moeda, bem como a ideia das expectativas racionais, isto é, de que os agentes
econômicos fundamentam suas expectativas futuras de forma racional.
181
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
TURO S
ESTUDOS FU
182
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Como o governo atinge tais objetivos, na prática? Para dar conta destes
objetivos, o governo faz uso dos instrumentos de política macroeconômica.
Dentre eles, destacam-se: a Política Fiscal, a Política Monetária, a Política Cambial
e Comercial e a Política de Rendas. É através destes instrumentos que o governo
intervém na economia, com o objetivo de atingir as metas macroeconômicas
(controle da inflação, fomento ao emprego, distribuição de renda, crescimento
econômico) (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
183
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
FIGURA 20 – TRIBUTOS
184
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
185
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
UNI
TURO S
ESTUDOS FU
Caro acadêmico, no último tópico desta unidade iremos estudar mais sobre os
regimes de taxas cambiais.
186
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
POLÍTICA OBJETIVO
187
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
188
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
189
RESUMO DO TÓPICO 1
190
AUTOATIVIDADE
192
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
2 A CONTABILIDADE SOCIAL
A contabilidade social (ou contabilidade nacional) refere-se ao registro
contábil da atividade econômica de um país, em um determinado período de
tempo, geralmente um ano. É um conjunto de técnicas que permite a “medição”
do desempenho econômico de um país, melhor dizendo, dos principais agregados
macroeconômicos: produto interno bruto, poupança agregada, investimento
agregado, importações, exportações, consumo agregado, entre outros.
193
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
o nome de matriz insumo – produto ou matriz de Leontief). Vale dizer que estes
sistemas de medição se desenvolveram no pós-segunda guerra (VASCONCELLOS;
GARCIA, 2004).
Quanto ao sistema de contas nacionais, ele foi criado pelo economista inglês
Richard Stone e considera, na análise, apenas as transações de bens finais de uma
economia. Os bens intermediários não entram na quantificação. O método contábil
utilizado é o das partidas dobradas, descriminando, por meio de contas específicas,
as transações macroeconômicas das famílias, das empresas, do governo e do
setor externo (PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD, 2004; VASCONCELLOS;
GARCIA, 2004).
NOTA
Caro acadêmico, entendemos por bens finais aqueles que são vendidos para o
consumo final. Por exemplo: o pão, vendido na padaria, é um produto final. Já os produtos
intermediários são aqueles utilizados durante o processo produtivo para a produção do
produto final. Eles são transformados ou consumidos durante o processo produtivo. Utilizando
o mesmo exemplo do pão como bem final, podemos citar como bens intermediários o
trigo e o fermento. Ficou curioso? Adiante iremos abordar um caso bem didático sobre este
assunto.
194
TÓPICO 2 | NOÇÕES DE CONTABILIDADE SOCIAL
195
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
DICAS
196
TÓPICO 2 | NOÇÕES DE CONTABILIDADE SOCIAL
197
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
Como a despesa nacional (DN) corresponde aos gastos das famílias, o seu
valor é idêntico ao valor do produto nacional (PN). A única mudança é a ótica de
análise: como vimos, a DN baseia-se pelo lado de quem compra (DN = C [consumo]),
enquanto que o PN se baseia pelo lado da produção, isto é, de quem produz e vende
(PINHO; VASCONCELLOS; GREMAUD, 2004; VASCONCELLOS; GARCIA,
2004). Considerando o exemplo anterior, o consumo (C) total da economia foi de
R$ 247.250,00.
E
IMPORTANT
198
TÓPICO 2 | NOÇÕES DE CONTABILIDADE SOCIAL
Isto é:
D-
5.500,00 2.000,00 3.000,00 3.250,00 13.750,00 25,00 550 13.750,00
Camisetas
247.250,00 247.250,00
TOTAL 115.000,00 30.200,00 42.100,00 59.950,00 - -
(RN) (PN)
199
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
Por isso, estas três óticas de medição do resultado de uma economia nos
revelam uma identidade muito importante nas contas nacionais:
NOTA
200
TÓPICO 2 | NOÇÕES DE CONTABILIDADE SOCIAL
Por fim, a padaria vende aos consumidores toda a produção de pães por R$
5.600,00 (este é o valor do produto final). Nesta terceira etapa, o valor adicionado
foi de R$ 1.600,00 (R$ 5.600,00 - R$ 2.000,00). A soma dos valores adicionados em
cada etapa totaliza então R$ 5.600,00 (última coluna), igual ao produto final desta
economia.
201
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
De toda a renda recebida pelas famílias, a parcela que não for gasta com
consumo (C) será denominada poupança agregada (S):
NOTA
202
TÓPICO 2 | NOÇÕES DE CONTABILIDADE SOCIAL
FIGURA 23 – A DEPRECIAÇÃO
203
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
NOTA
Os gastos do governo são as despesas que ele tem, seja com atividades-fim
(como educação, saúde etc.) ou com e atividades-meio (como pessoal, material de
consumo etc.).
204
TÓPICO 2 | NOÇÕES DE CONTABILIDADE SOCIAL
Existem outros casos em que o preço que pagamos por uma mercadoria é
inferior ao seu custo de produção. Nesta situação, o governo concedeu subsídios
a esta produção. Um exemplo: imaginemos um produto essencial para as pessoas,
como um alimento: o feijão. Neste caso, o governo poderia subsidiar os produtores
de feijão para que possam vendê-lo com um preço abaixo do custo de produção
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
205
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
ATENCAO
206
TÓPICO 2 | NOÇÕES DE CONTABILIDADE SOCIAL
207
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
Dessa maneira, a grande diferença entre estes dois agregados pode ser
resumida: na conta do PNB entram as contas da renda líquida dos fatores externos
(rendas recebidas do exterior subtraídas das rendas enviadas ao exterior). Já na
conta do PIB não entram estas contas, ou seja: PNB = PIB + RLFE. Dessa maneira,
caso as rendas recebidas do exterior forem maiores que as enviadas, o PNB será
maior que o PIB. Do contrário, se as rendas recebidas forem menores que as rendas
enviadas, o PNB será menor que o PIB (NOGAMI; PASSOS, 2012).
208
TÓPICO 2 | NOÇÕES DE CONTABILIDADE SOCIAL
DICAS
Para isso, usa-se como parâmetro um índice de preço (ou deflator), que
representa o crescimento da inflação no período. A fórmula é a seguinte:
PIB nomial
PIB real = x 100
Índice geral de preços
209
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
1.097.392,00
PIB real = x 100
117,3
PIB real = 935.543,05
Como você observou, dividimos o PIB nominal de 2011 pelo índice geral
de preços (117,3) e multiplicamos o resultado por 100. O PIB real de 2011, medido
a preços do ano-base de 2010 foi de R$ 935.543,05.
PIB. Agora, em termos reais, isto é, descontando a inflação do período, o PIB real da
R$ 935.543,05
economia Verde cresceu 13,31%: ( R$ 825.629,20 -1) x 100. Este é o crescimento real
do PIB. Assim, a evolução do PIB real de nossa economia não é 32,92%, mas sim,
13,31%.
210
RESUMO DO TÓPICO 2
• A poupança agregada (S) corresponde à parcela da renda nacional (RN) que não
é consumida no período. O investimento agregado (I) é o gasto com todos os
bens produzidos e não consumidos no período, que irão aumentar a capacidade
produtiva da economia.
211
• O PIB nominal mede o valor da produção aos preços prevalecentes no período
em que o bem é produzido. Já o PNB real mede o valor da produção em qualquer
período aos preços de um ano-base. É o PIB descontado da inflação ocorrida no
período.
212
AUTOATIVIDADE
a) ( ) R$ 18.000,00
b) ( ) R$ 16.250,55
c) ( ) R$ 15.652,17
d) ( ) R$ 17.550,21
213
4 Alguns problemas podem surgir na medição do produto da
economia, como por exemplo, o problema da dupla contagem,
ou seja, pode não ser descontado o valor dos bens intermediários
no cálculo do produto final. Para corrigir esse problema, utiliza-
se o conceito de valor adicionado. Disserte sobre este conceito.
(a) Depreciação
(b) Déficit público
(c) Renda pessoal disponível
(d) Investimento agregado
(e) Renda líquida dos fatores externos
214
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Bons estudos!
215
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
poderia operar abaixo do pleno emprego. Nesse caso, uma parcela das empresas
estaria operando abaixo da capacidade máxima e um contingente de trabalhadores
estaria desempregado (NOGAMI; PASSOS, 2012; VASCONCELLOS; GARCIA,
2004). Devemos observar que com a grande depressão, a maioria das empresas
da época passou a operar bem abaixo de seu real potencial. Algumas, inclusive,
abaixo de 40% de sua capacidade de produção. Nesse contexto, um incentivo do
lado da demanda agregada foi muito bem-vindo.
IV. Oferta agregada potencial fixada a curto prazo: a oferta agregada (OA) é relativa
à produção de bens e serviços finais de uma economia, colocados à disposição
da população em um determinado período de tempo. A oferta agregada varia
em função de ter fatores de produção disponíveis, como mão de obra, estoque
de capital e nível tecnológico. Faz-se necessário diferenciar a oferta agregada
potencial e a oferta agregada efetiva. A oferta agregada potencial diz respeito
à produção máxima da economia, quando todos os fatores de produção estão
operando em pleno emprego. Neste caso, toda a população estaria empregada
(não havendo nenhuma capacidade ociosa) e a tecnologia disponível estaria
totalmente empregada. A oferta agregada efetiva significa que toda produção
está sendo colocada no mercado. Neste caso, a produção atende a demanda que
o mercado deseja, mesmo apresentando capacidade ociosa (NOGAMI; PASSOS,
2012; VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
216
TÓPICO 3 | A DETERMINAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO NACIONAL: O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS E O MERCADO MONETÁRIO
NOTA
UNI
217
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
Em que:
C= consumo agregado;
RND = renda nacional disponível.
218
TÓPICO 3 | A DETERMINAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO NACIONAL: O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS E O MERCADO MONETÁRIO
Em que:
S= poupança agregada;
RND= renda nacional disponível.
219
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
UNI
220
TÓPICO 3 | A DETERMINAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO NACIONAL: O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS E O MERCADO MONETÁRIO
e capitalistas dos setores que receberam os gastos dos agentes da construção civil
também gastarão com renda recebida. Ao final do processo, vai resultar em um
aumento da renda e do produto nacional superior ao gasto inicial do governo, que
foi de R$ 100 milhões.
UNI
221
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
UNI
222
TÓPICO 3 | A DETERMINAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO NACIONAL: O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS E O MERCADO MONETÁRIO
UNI
Caro acadêmico, quando se fala em liquidez imediata da moeda, quer dizer que
ela pode ser utilizada de maneira imediata para efetuar transações. A liquidez da moeda é
a sua capacidade de ser um ativo disponível e aceito para as mais variadas transações, de
forma imediata (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
223
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
224
TÓPICO 3 | A DETERMINAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO NACIONAL: O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS E O MERCADO MONETÁRIO
E
IMPORTANT
225
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
UNI
226
TÓPICO 3 | A DETERMINAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO NACIONAL: O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS E O MERCADO MONETÁRIO
vista nos bancos comerciais. Este dinheiro está “parado”, isto é, não está rendendo
juros (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).
De uma forma geral, podemos apontar três grandes razões pelas quais
demanda-se moeda em uma economia:
227
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
Podemos apontar ainda uma relação da taxa de juros com o setor externo.
Os movimentos dos capitais financeiros estão condicionados às diferentes taxas de
juros dos diversos países, buscando sempre as melhores opções.
a) aumentar as emissões de moeda (na medida exata das necessidade dos agentes
econômicos, senão, ocasionará inflação);
b) diminuir a taxa do compulsório;
c) operar no mercado aberto recomprando títulos (isso eleva a quantidade de
moeda na economia);
d) diminuir as regulações quanto ao mercado de crédito, como exemplo,
aumentando os prazos de empréstimo ou aumentando o montande de crédito
disponível aos consumidores.
228
TÓPICO 3 | A DETERMINAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO NACIONAL: O MERCADO DE BENS E SERVIÇOS E O MERCADO MONETÁRIO
229
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A moeda tem três funções básicas: ser meio de troca, unidade de conta e reserva
de valor.
230
• Vimos que as pessoas, de modo geral, demandam moedas e basicamente os
motivos são três: demanda-se para transações, por precaução e para especulação.
231
AUTOATIVIDADE
232
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
233
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
Bons estudos!
234
TÓPICO 4 | ECONOMIA INTERNACIONAL: O SETOR EXTERNO
3 O BALANÇO DE PAGAMENTOS
Quando nos referimos às relações econômicas internacionais, precisamos
atentar ao fato que isso não se restringe apenas ao fluxo de comércio de produtos,
serviços e de rendas. Existem muitas outras transações que ocorrem entre os
países, desde empréstimos, doações (dinheiro ou mercadorias), financiamentos,
investimentos, entre muitos outros. Nesse sentido, é necessário um mecanismo
para retratar todas estas transações. Este mecanismo é o balanço de pagamentos
(BP).
E
IMPORTANT
A – BALANÇA COMERCIAL
• Importação (débito);
• Exportação (crédito).
B – (balança) SERVIÇOS E RENDAS
• Viagens internacionais;
• Transportes (fretes);
• Seguros;
• Serviços diversos (royalties, assistência técnica);
• Serviços governamentais (embaixadas);
• Rendas de capitais (juros, lucros, remuneração de trabalho, renda de investimento,
outros).
F – ERROS E OMISSÕES
237
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
UNI
ATENCAO
DICAS
4 TAXAS DE CÂMBIO
Tendo visto todos estes conceitos anteriores, passemos agora a analisar as
características de uma variável muito importante na economia: a taxa de câmbio.
Basicamente, a taxa de câmbio é o preço, em moeda nacional, de uma unidade
de moeda estrangeira. É o preço de uma moeda em termos de outra (NOGAMI;
PASSOS, 2012).
DICAS
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UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
E
IMPORTANT
241
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
242
TÓPICO 4 | ECONOMIA INTERNACIONAL: O SETOR EXTERNO
DICAS
Caro acadêmico, está curioso para saber como a taxa de câmbio influencia no
seu cotidiano? Que tal assistir a um vídeo que trata deste tema? É muito fácil, basta você
procurar pelo vídeo “Webdocumentário – Alô, Câmbio!” Aproveite!
em que a taxa de câmbio entre o real e o dólar seja de R$ 4,00. Caso você queira
comprar um notebook dos Estados Unidos, cujo preço seja de US$ 500,00, será preciso
desembolsar R$ 2.000,00 (porque para comprar US$ 1,00 são necessários R$ 4,00.
Logo, para comprar US$ 500,00 são necessários R$ 2.000,00). Agora, imaginemos
uma situação de valorização cambial, em que o real passa a valer mais em termos
de dólar: uma taxa de câmbio de R$ 2,00. Neste caso, para você comprar este
mesmo notebook, terá que desembolsar bem menos que antes, ou seja, R$ 1.000,00
(para comprar US$ 1,00 são necessários R$ 2,00. Logo para comprar US$ 500,00
são necessários R$ 1.000,00). Como se percebe, a valorização do câmbio torna a
moeda nacional mais forte e as mercadorias estrangeiras, por consequência, mais
“baratas”. O conjunto das importações tende a ser estimulado.
244
TÓPICO 4 | ECONOMIA INTERNACIONAL: O SETOR EXTERNO
245
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Por regime cambial entende-se o modelo de taxa de câmbio que o país adota.
Podemos classificá-los, de um modo geral, em dois grandes grupos: o regime de
taxas fixas e o regime de taxas flutuantes de câmbio.
246
AUTOATIVIDADE
248
UNIDADE 3
TÓPICO 5
INFLAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Você sabe interpretar os motivos da uma alta na inflação? Por que ela
ocorre em uma economia? Quais os efeitos na renda das pessoas? O que fazer para
combatê-la? Estudar economia pode ajudar a responder a estes questionamentos.
Tanto é verdade, que neste tópico estudaremos as principais características de um
processo inflacionário. Veremos o conceito, os efeitos na economia, os tipos de
inflação e também alguns mecanismos utilizados pelo governo para combatê-la.
Bons estudos!
2 O QUE É INFLAÇÃO?
A inflação é um fenômeno macroeconômico e pode ser definido como
o aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços de uma economia.
Este processo generalizado de elevação dos preços resultará na perda de poder
aquisitivo da população.
249
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
UNI
250
TÓPICO 5 | INFLAÇÃO
NOTA
251
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
E
IMPORTANT
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TÓPICO 5 | INFLAÇÃO
NOTA
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TÓPICO 5 | INFLAÇÃO
UNI
256
TÓPICO 5 | INFLAÇÃO
Existem alguns índices para medir a inflação no Brasil: IPC – FIPE, IGPM
– FGV, ICV – DIEESE, INPC, IPCA. Porém, o índice oficial adotado pelo governo
brasileiro é o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE.
UNI
257
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
UNI
258
TÓPICO 5 | INFLAÇÃO
2011 6,5
2012 5,84
2013 5,91
2014 6,41
2015 10,67
FONTE: Adaptado de <http://www.ipeadata.gov.br/Default.aspx>. Acesso
em: 10 jan. 2017.
LEITURA COMPLEMENTAR
A máquina da desigualdade
Tânia Bacelar
259
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
Esse mercado, no entanto, parece estar sendo descoberto nos anos recentes.
Vários fatores vêm-se associando para isso. A inflação sob controle, mantendo o
poder de compra dos consumidores, a ampliação significativa de programas de
transferência de renda para as camadas mais pobres da sociedade, a adoção de
uma política de recuperação do valor real do salário-mínimo, ao lado da forte
expansão do crédito ao consumidor, são elementos que explicariam a ampliação
do consumo da grande massa de brasileiros que vive da renda do trabalho.
Por sua vez, Sergei Soares e outros, também do Ipea, no Texto para discussão
número 1293, publicado em 2007, mostram com clareza o peso dos programas de
transferência de renda na redução da concentração da renda do trabalho nos anos
recentes, indicando que o impacto sobre a desigualdade equivale a 21% da queda
de 2,7 pontos do índice de Gini calculado para a renda do trabalho gerada no país.
260
TÓPICO 5 | INFLAÇÃO
261
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
Em pleno século XXI, a revolução educacional ainda está por ser feita no
Brasil. As elites nacionais não têm essa sensibilidade e o Estado sempre se negou a
assumir a tarefa. Ele fez estradas, produziu energia, concedeu subsídios, financiou
investimentos, mas não fez a revolução educacional que o Estado capitalista
japonês promoveu.
262
TÓPICO 5 | INFLAÇÃO
Em crise financeira agônica, desde o “choque dos juros”, dado pelos Estados
Unidos no final dos anos 70, o Estado brasileiro se tornou deficitário e, endividado,
ficou refém de seus credores. Passou, assim, a atuar como agente da concentração
da renda nacional, na medida em que serve uma dívida interna que não para de
crescer (embora sua relação com o PIB tenha diminuído nos anos recentes) e cuja
rolagem só favorece os rentistas, credores dos títulos que o governo tem de emitir
permanentemente.
Esta não é a visão das elites de todos os países capitalistas. Em muitos deles,
se consegue ver o trabalhador como alguém que vai produzir e consumir. Percebe-
se que é bom para o dinamismo econômico se o trabalhador tiver renda para
consumir, porque isso amplia a economia de mercado. No Brasil, não. Dificilmente
existirá no mundo outro país com margens de lucro tão fantásticas e padrões de
remuneração do trabalho tão modestos. Por que a economia do Brasil cresceu tanto
ao longo de várias décadas no século XX? Em parte, porque as margens de lucro
eram elevadíssimas aqui.
263
UNIDADE 3 | CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
A razão deve estar associada à mentalidade dos mais ricos, que é assimilada
pela classe média e penetra fundo na sociedade. Essa visão está impregnada no
tecido social e é muito difícil mudá-la.
264
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
265
AUTOATIVIDADE
a) Quais medidas de política fiscal devem ser tomadas para controlar a inflação
de demanda?
b) Quais medidas de política monetária devem ser tomadas para controlar a
inflação de demanda?
266
(a) Inflação inercial
(b) Inflação de custos
(c) Inflação de demanda
( ) Uma das explicações para sua ocorrência associa-se aos choques de oferta.
( ) Refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à produção
disponível.
( ) A taxa de inflação é incorporada ao comportamento dos agentes econômicos.
( ) Para combatê-la é necessário diminuir os gastos do governo e aumentar a
carga tributária.
267
REFERÊNCIAS
BACEN – BANCO CENTRAL DO BRASIL. Histórico de metas para a
inflação no Brasil. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/Pec/metas/
TabelaMetaseResultados.pdf>. Acesso em: 10 out. 2016.
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas
causas. Tradução de Luiz João Barauna. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
268
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; GARCIA, Manuel
Enriquez. Fundamentos de economia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
269