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SIGLAS E ABREVIATURAS
E. = Eutanásia
ABREVIATURAS DIVERSAS
art. artigo
cap. capitulo
nº número
Dominicanos
séc. século
SP São Paulo
vol. volume
APRESENTAÇÃO
Eclesiastes ( 3, 1-3 )
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
agonia; morrer serenamente; morte à antiga; morte ideal, etc»1. Todas estas
expressões se resumem à já referida Ortotanásia.
A expressão «direito a morrer» aparece pela primeira vez na
«Declaração dos direitos do enfermo», editado em 1973 pela Associação dos
Hospitais Americanos (A.H.A).
Contudo, esta expressão não deve ser entendida como um direito da
eutanásia, mas entendê-la de um modo mais racional, é o que se pretende.
Agora que, de um modo geral, definimos a palavraOrtotanásia, vamo-
2
nos debruçar, ainda que de maneira reduzida, sobre as exigências e
argumentos 3 que nos são dados, do direito a morrer com dignadade.
As exigências, são feitas acima de tudo, pela sociedade,que
resumidamente apontamos:
1
- VIDAL, Marciano - “Bioética: Estudios de Bioética racional”. Tecnos, cap. IV, p. 76.
2
- Nota: Resumo das exigências, por palavras minhas, cf. VIDAL - “Bioética :…”, p. 77.
3
- Nota: Sintese de alguns argumentos, que têm para nós um relevo especial, cf. Fr.
BERNARDO, O.P - “Bioética e Saúde”. Porto: [s.n], 1992. pp. 366-368.
Mais exigências se poderiam apontar, mas julgo que estas serão as mais
decisivas, de mais importância e que merecem um maior relevo da nossa
parte.
Até aqui falamos das exigências da Ortotanásia, agora vamos referir-
nos um pouco aos argumentos que estão a favor e que a fundamentam:
isso, há que ter em conta certos códigos éticos, que servem de setas
orientadoras:
«O médico deve recordar-se sempre da obrigação de preservar
a vida humana desde o momento da concepção» 4.
«O doente tem direito de aceitar ou recusar determinado
tratamento após ter recebido informação adequada»
«O doente tem direito a morrer com dignidade» 5.
IV. Quando um doente se confia a uma Equipa de Saúde, ou outra
identidade médica, faz como que um acordo, da qual constam entre outros, os
seguintes aspectos:
Tem o direito e o dever de exigir que o tratem com todo o
respeito, dignidade, dedicação, além de o manterem informado dos
diagnósticos e prognósticos.
Em casos de mais urgência, o doente ou a pessoa responsável
por ele, deve ser informada de possíveis recursos urgentes e suas
consequências.
A partir do momento em que o doente fica ao cuidado de uma
Equipa Médica, esta tem a obrigação de zelar pela cura e recuperação do
mesmo, o mais rápido possivel. Contudo, pode e deve aliviar a dor, mas
sempre tendo em grau superior a vontade do doente, sabendo este o que se
passa.
Todos os meios possiveis deverão ser utilizados enquanto se
pensar que é possivel a recuperação da integridade da pessoa, da sua
4
- Nº 7 do Código Internacional de Ética Médica - Sidney – 1968, in Fr. BERNARDO, O.P -
“Bioética e Saúde”. Porto: [s.n], 1992. p. 367.
5
- Alínea c) e e) da Declaração dos Direitos do Doente – 1981, in Fr. BERNARDO - “Bioética
…”, p. 367.
5
consciência e liberdade, e que isso irá prolongar a sua vida e dar-lhe o devido
valor.
6
- AA. VV. - “Ética e Vida: Desafios actuales” , Ediciones Paulinas, nº 1, cap. XI, p. 223; Fr.
BERNARDO, O.P. - “Bioética e Saúde”, Porto: [s.n.],1992. P. 373; BLÁSQUEZ, N. - “Bioética
Fundamental”, BAC. Cap. XI, p. 516.
Por seu lado o cardeal Villot, secretário do Estado, numa carta que
escreveu em nome do Papa e que dirigiu ao secretário geral da F.I.A.M.C. em
1970 diz:
«Em muitos casos, não seria uma tortura inútil impôr a reanimação
vegetativa na última fase de uma doença incurável? O dever do
médico consiste mais em fazer o possível por abrandar a dor em vez
de alargar o maior tempo possível, com qualquer meio e em qualquer
condição, uma vida que já não é de todo humana e que se dirige
naturalmente para o seu fim».
8
- Conselho Permanente da Conferência Episcopal Alemã (1974), Ecclesia, 25 (1975), pp. 1239-
1240, in VIDAL, M. - “Bioética …”, pp. 81-82.
CAPÍTULO II
Na Antiguidade …
9
- Cf. LOGOS - Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, Verbo, p. 7.
10
- AA. VV. - “Eutanásia“ , C.E.E.C.E.D.A . Lisboa: Ed. S. Paulo, 1994. nº 17. p. 7/11-12; AA.
VV. - “Ética y Vida: Desafios Actuales” , Ed. Paulinas. nº 1. cap. XI. p. 223; PINTO, J. R. da
Costa, S. J. - “Questões Actuais e Ética Médica” , Braga: Editorial A.G., 3ª Ed. p. 283;
BLÁSQUEZ, N. - “Bioética Funadamental” , BAC. cap. XI. pp. 515-516/519; BLÁSQUEZ, F.
Javier; RUÍZ - “Perfiles ético-políticos de la sociedade Actual” , Editorial Verbo Divino, 1992.
cap. VI. p. 127-129; ALBURQUERQUE, E . - “Bioética: una opuesta por la vida” , Madrid:
Editorial CCS, 1997. cap. XIII. pp. 188-192; VIDAL, M. - “Bioética: Estudios de Bioética
racional” , Tecnos. cap. V. pp. 62-71.
sociedade, ele diz, que como é legítimo cortar uma perna doente, também um
corpo doente se torna inútil e por isso se deve pôr fim.
2º No que aqui diz respeito, podemos começar por dizer que, Deus é
Deus da vida e da morte, logo, o cristianismo ao ter contacto com povos da
antiguidade, transmitía-lhes a sua cultura e religião, estes ensinamentos,
trocavam-lhe completamente o sentido que eles tinham da vida e da morte.
Nos povos judeus e Islâmicos, domina o lema : ‘ A vida é de Deus, quem
intentar contra ela, desobedece à ordem de existência, que nos foi dada por
Ele ‘.
Só pelo que dissemos é possivel compreender porque no mundo
cristianizado, durante alguns séculos não se ouviu falar de Eutanásia.
Para eles a agonia e o sofrimento do paciente, são uma imitação de
Cristo, que unido a Ele se purifica para a outra vida. Por isso não é permitido
por nenhuma razão, quer ela seja directa ou indirecta, mudar o rumo e a vida
do doente.
Assim sendo, a E. (ou morrer bem, sem dor) é uma entrega sem
condições, uma aceitação e um oferecimento, à semelhança de Cristo na cruz.
3º É no periodo do renascimento que nós iremos encontrar as figuras,
talvez mais decisivas da história da E.; que esta irá ter um uso e uma prática
nova. Ela será, como que o último recurso da saúde e da vida do homem.
Sendo a morte o último passo da vida, merece o respeito de todos e ajuda com
os meios possiveis.
À medida que vai evoluindo o conceito de E., terá que se advertir na
sua elaboração, humanistas, médicos e físicos, que nos sécs. XVI-XVII,
andavam preocupados com o novo tipo de ciência e um novo conceito do
homem.
Podemos perceber por aqui que, primeiro, neste periodo não é tanto a
palavra como o conceito que estão em causa e segundo, usam-se aqui sentidos
e práticas distintas, não só na palavra, como no conceito. Isso o veremos a
seguir.
Neste periodo aparecem 3 figuras que deram um importante contributo
ao termo E..
O primeiro deles é Ambroise Paré (1509-1590), que admite um limite
para a intervenção do médico. «Nós tratamos das curas, mas só Deus é dono
da vida e da morte, da cura e da agonia, da angústia e da serenidade».
Outro é Francis Bacon, que avançou um pouco mais, ele que é
considerado o pai da ciência experimental. Nas suas obras “Novum Organum
” e “Nueva Atlantis ”, dá-nos distintas aproximações do conceito de E..
«Compete ao médico proporcionar a saúde e suavizar as penas e as dores,
não somente quando esse suavizamento pode levar à cura, mas também
quando pode servir para procurar uma morte tranquila e fácil». Houve quem
dissesse que ele seria o criador da palavra em sentido médico moderno, o que
não é verdade, pois esta palavra não aparece no texto latino.
Por último aparece Tomás Moro, deste, parece aparecer na verdade o
termo E. em toda a sua extensão e implicações.
Na obra “Utopia de Moro ” e no livro “Diálogo do Consolo ”,
encontramos já o conceito médico e moral da E..
Este último que é tido como o primeiro documento que centra o tema
dentro dos limites da medicina, da moral e da pessoa humana.
E. Voluntária
E. Involuntária
Agónica
Perinatal
Psíquica
Social ou eugenésica
Lenitiva
E. Activa e Passiva
E. Negativa e Positiva
E. Directa e Indirecta
Ampliação, Reanimação, Distanásia, etc.
dar ou tirar a vida e ninguém tem o direito de se fazer passar por Deus e muito
menos de tirar a vida e dar a morte a quem quer que seja. Quem assim
proceder, terá que um dia prestar contas a Deus.
CAPÍTULO III
a faculdade de acabar com a vida de uma pessoa que sofre. Durante muito
tempo, a E. foi penalizada legalmente em todos os países do mundo.
No decorrer da história, houve alturas em que se propôs a aceitação
legal e social da E.. Esses intentos, agora são retomados em alguns países, a
fim de conseguir essa despenalização, e o facto é que já há uma certa
tolerância em alguns. Contudo, nenhuma dessas propostas de legalização, até
ao momento, passaram para um texto legal.
Na Holanda e de modo semelhante na Austrália (esta desde 1995), a E.
é tolerada quando o sofrimento é muito e o paciente deseja a morte.
Entre os países que pretendem a verdadeira legalização da E. estão 2
projectos apresentados ao Parlamento Britânico (1936 e 1939), e um texto
votado em referendo favorávelmente no cantão suiço de Zurique, em 1977;
também ao governo holandês foi apresentado um projecto semelhante a este,
que foi aprovado no ano corrente ( 2000 ).
São muitas as razões que estes grupos e movimentos a favor da
legalização apresentam, nós vamos reduzi-los a um: o direito de autonomia
da pessoa, ou seja, cada um é responsável pela sua vida e pela morte, já que o
homem é livre e tem um dignidade pessoal.
Vimos uma das razões mais fortes e invocadas para legalizar a E.,
agora veremos as razões que se apresentam a favor de não legalizar a E., e
não são assim tão poucas. A nós basta-nos referir duas ou três:
Deus é o Senhor da vida e da morte, como Dom de Deus, ela deve ser
cuidada e favorecida, e nunca ter o intento de a tirar;
Um mandamento que eu já referi atrás: “ não matarás ”;
“ Não Matarás “
( Ex. 20, 13; Mr. 5, 21; Lc. 18, 20; Rom. 13, 9)
propriamente um problema médico e nem tem que o ser, ainda que esta afecte
e muito o mundo da medicina.
A E. não é óbviamente uma forma de medicina, mas sim de homicídio,
no entanto, sendo ela praticada por um médico, então este está a negar os
princípios básicos da medicina.
A E. torna-se aqui a negação da Medicina, visto que esta tem o
compromisso de curar o doente ou acompanhá-lo, quando esta já não lhe dá
esperança, ora se em vez de zelar pela vida, dá-lhe a morte, vai contra os seus
princípios. Devemos lembrar que a E. não é um recurso à medicina, esta é
substítuida pela E., logo sendo esta uma negação da medicina, volta-se contra
o médico que a pratica.
Deste modo o médico nunca deve, de forma intencional e directa,
provocar a morte ou ajudar o doente a suicidar-se.
Pelo contrário a medicina ou os médicos devem sempre e acima de
tudo ter em conta os direitos que o doente tem e fazer por os cumprir. Eis
alguns desses direitos, que o médico deve ter em conta:
CONCLUSÃO
( Apreciação Crítica )
O AUTOR :
Ass. _________________
14
- 1ª alocução após a eleição papal, 17 de Outubro de 1978.
BIBLIOGRAFIA
2. Enciclopédias
3. Revistas
ÍNDICE
Pág.
SIGLAS DE COLECÇÕES, REVISTAS E DOCUMENTOS ------------------------------ 2
APRESENTAÇÃO ---------------------------------------------------------------------- 4
INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------- 5
CAPITULO I
CAPITULO II
CAPITULO III
BIBLIOGRAFIA ---------------------------------------------------------------------- 40
ÍNDICE ------------------------------------------------------------------------------- 42