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UNITAU Sistemas Mecânicos I Prof.

Luiz Antonio Bovo

2. CAPITULO 2 – RESISTÊNCIA DE ELEMENTOS MECÂNICOS

2.1. Ductilidade
É a propriedade que permite ao material sofrer
deformações antes de se romper por tração. Mede-se a
ductilidade pelo alongamento percentual que ocorre no material
por ocasião da fratura. A ductilidade é o oposto da fragilidade e a
linha divisória entre ambos é o alongamento de 5%.
MATERIAL DUCTIL = Alongamento maior que 5%
MATERIAL FRÁGIL = Alongamento menor que 5%
A característica da ductilidade é permitir a absorção de grandes sobrecargas, e
também porque é uma medida da propriedade que indica a capacidade do material ser
trabalhado a frio: dobramento, estampagem, etc.

2.2. Dureza
É a medida de sua resistência a penetrações. Quando se
deve selecionar um material para resistir ao uso, ao desgaste ou à
deformação, a dureza é geralmente, a propriedade mais
importante. Os quatro tipos de dureza mais utilizados são:
BRINELL, ROCKWELL, VICKERS e SHORE sendo Brinell a mais
utilizada para aços e Shore para borrachas.
A dureza Brinell (HB) pode ser relacionada aproximadamente com a Tensão
Limite de Ruptura através das expressões:

Para aços carbonos


kgf
σ R = 0,36 ⋅ HB (2.1)
mm 2

Para aços inoxidáveis


kgf
σ R = 0,34 ⋅ HB (2.2)
mm 2

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2.3. Propriedades Mecânicas


As tabelas (2.3) à (2.7), págs. 79 à 82, apresentam uma grande variedade de
materiais produzidos pelo parque industrial brasileiro e utilizados na fabricação de
equipamentos. Elas consistem uma fonte de informações úteis para a resolução de
exercícios.
Na tabela de aços carbono utiliza-se o sistema de numeração unificado pelo SAE
(Society of Automotive Engineers) e pelo AISI (American Iron and Steel Institute).
Nesse sistema a primeira letra usada como prefixo designa o processo de obtenção do
aço:
A= Indica um aço liga obtido em alto forno
B= Indica um aço carbono de forno ácido
C= Indica um aço carbono de forno básico
D= Indica um aço carbono de conversor Bessemer ácido
E= Indica um aço de forno elétrico
BOF = Indica um aço de forno básico de oxigênio

Os dois primeiros números após o prefixo indicam a composição química do aço:


10 – Aço Carbono 46 – Níquel-Molibdênio
11 – Aço carbono de corte fácil 48 – Níquel-Molibdênio
(com mais enxofre ou fósforo) 50 – Cromo
13 – Manganês 51 – Cromo
23 – Níquel 52 – Cromo
25 – Níquel 61 – Cromo-Vanádio
31 – Níquel-Cromo 86 – Cromo-Níquel-Molibdênio
33 – Níquel-Cromo 87 – Cromo-Níquel-Molibdênio
40 – Molibdênio 92 – Manganês-Silício
41 – Cromo-Molibdênio 94 – Níquel-Cromo-Molibdênio
43 – Níquel-Cromo-Molibdênio

Os dois últimos números após o prefixo (3 para os aços de alto carbono grupo 51
e 52) referem-se ao teor aproximado de carbono.
Exemplos: SAE C1020 - Aço carbono de forno básico com teor de carbono
entre 0,18% à 0,23%
SAE C4340 - Aço Níquel-Cromo-Molibdênio de forno básico com
teor de carbono entre 0,38% à 0,43%

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2.4. Tensão Limite de Fadiga


Para determinarmos a Tensão Limite de Fadiga σ ' LIM
FAD ( )
executa-se um ensaio com corpos-de-prova sujeitos à forças
repetidas e variadas enquanto são contados as inversões de
ciclos ou tensões até a destruição desses corpos-de-prova.
Com os resultados dos testes (Exemplo: Para diversas tensões solicitantes acha-
se o número de ciclos em que o corpo-de-prova se rompe) plota-se um diagrama tensão-
ciclos em papel log-log.

σ (kgf cm 2 )

Figura (2.1) – Diagrama tensão-ciclos para aços SAE1040 L

No caso de aços, aparece uma inflexão no gráfico e abaixo deste ponto, não
ocorrerá mais ruptura, não importando o número de ciclos. A resistência obtida neste
ponto de inflexão chama-se TENSÃO LIMITE DE FADIGA ( σ ' LIM
FAD ).

É importante salientar que o gráfico acima para metais não ferrosos e suas ligas
(Ex.: Bronze, Latão, Alumínio, etc.) nunca se torna horizontal e portanto estes materiais
não possuem limite à fadiga.
Chama-se RESISTÊNCIA A FADIGA ( σ FAD
'
) a ordenada do diagrama tensão-
ciclos; deve-se sempre especificar o número de ciclos n ao qual ela corresponde.
Os pesquisadores observaram que para o aço há uma relação entre a TENSÃO

FAD ) e a TENSÃO LIMITE DE RUPTURA ( σ R ) obtido através dos


LIMITE DE FADIGA ( σ ' LIM
testes de tração (Diagrama Tensão-Deformação), esta relação é:

σ ' LIM
FAD = 0,5 ⋅ σ R [kgf cm 2 ] para aços com σ R ≤ 14.000 kgf cm 2 (2.3)

σ ' LIM
FAD = 7.000 kgf cm
2
para aços com σ R > 14.000 kgf cm 2 (2.4)

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Para o ferro fundido, esta relação é:

σ ' LIM
FAD = 0, 4 ⋅ σ R
[kgf cm 2 ] (2.5)

Obs.: “ ‘ ” = indicação de CDP (corpo-de-prova)

Os fabricantes de alumínio publicam tabelas muito completas das propriedades


desse material, inclusive a resistência à fadiga, estas geralmente vão de 30 a 40% da
Tensão Limite de Ruptura. O alumínio não possui Tensão Limite de Fadiga e a Tensão à
Fadiga é geralmente tomada em 108 ou 5x108 ciclos.

2.5. Tensão à Fadiga para Vida Finita


Antigamente muitos engenheiros descuidadamente projetavam peças para uma
vida infinita, isto é oneroso, pois pode ocorrer que a peça a ser projetada nunca seja
submetida a tantos ciclos.
O gráfico da figura (2.2) mostra os resultados de um grande número de testes à
fadiga. A abscissa é o logaritmo do número de ciclos e a ordenada é a razão entre a
Tensão à Fadiga e a Tensão Limite de Ruptura.
Para efeito de cálculo qualquer peça que tiver uma vida de 1000 ciclos ou menos,
será considerada como uma peça estática porque a tensão limite de fadiga é
praticamente igual à Tensão Limite de Ruptura do material.
Para efeito de cálculo da Tensão à Fadiga para uma Vida Finita, devemos nos
basear na reta de Tensão Mínima que pode ser lida diretamente no gráfico da figura
abaixo:

Figura (2.2) – Determinação da Tensão à Fadiga para uma Vida Finita

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Para evitar erros na leitura, os valores podem ser calculados. Escreve-se a


equação geral da reta σ - n (Tensão – Ciclos).
log σ ' FAD = −m ⋅ log n + b [kgf cm 2 ] (2.6)

Substituindo as coordenadas dos pontos abaixo, na equação (2.6) tem-se:


Ponto A (n = 10 3
; σ ' FAD = 0,9 ⋅ σ R )
log 0,9 ⋅ σ R = − m ⋅ log 10 3 + b

b = log 0,9 ⋅ σ R + m ⋅ log 10 3 mas log 10 3 = 3


b = log 0,9 ⋅ σ R + 3 ⋅ m (a)

Ponto B (n = 10 6
; σ ' FAD = σ ' LIM
FAD )
log σ ' LIM
FAD = − m ⋅ log 10 + b
6

b = log σ ' LIM


FAD + m ⋅ log 10
6
mas log 10 6 = 6

b = log σ ' LIM


FAD + 6 ⋅ m (b)

Igualando as equações (a) e (b), tem-se:


log 0,9 ⋅ σ R + 3 ⋅ m = log σ ' LIM
FAD + 6 ⋅ m

log 0,9 ⋅ σ R − log σ ' LIM


FAD = 3 ⋅ m

0,9 ⋅ σ R
log = 3⋅ m
σ ' LIM
FAD

1 0,9 ⋅ σ R
m= ⋅ log (sem unidade) (2.7)
3 σ ' LIM
FAD

Substituindo a equação (2.7) na equação (a) tem-se:

1 0,9 ⋅ σ R
b = log 0,9 ⋅ σ R + 3 ⋅ ⋅ log
3 σ ' LIM
FAD

b = log 0,9 ⋅ σ R + log 0,9 ⋅ σ R − log σ ' LIM


FAD

b = 2 ⋅ log 0,9 ⋅ σ R − log σ ' LIM


FAD

b = log(0,9 ⋅ σ R ) − log σ ' LIM


2
FAD

(0,9 ⋅ σ R )2
b = log (sem unidade) (2.8)
σ ' LIM
FAD

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Da equação (2.6), tem-se:


log σ ' FAD = − m ⋅ log n + b

log σ ' FAD = log n − m + log 10 b onde log 10 b = b

(
log σ ' FAD = log n − m ⋅ 10 b )
σ ' FAD =
10 b [kgf cm 2 ] (2.9)
nm
Da equação (2.9), tem-se:
10 b
σ ' FAD =
nm
10 b
n =
m

σ ' FAD
b

n=
10 m
[ciclos] (2.10)
1
σ ' FAD m

2.6. Fatores Modificadores da Tensão Limite de Fadiga


A Tensão Limite de fadiga (σ )
LIM
FAD de um elemento de máquina pode ser

consideravelmente menor do que a Tensão Limite de fadiga σ ' LIM


FAD de um corpo-de-prova ( )
de teste de flexão rotativa, o mesmo se aplica à Tensão à Fadiga para Vida Finita (σ FAD ) .

σ FAD
LIM
= ka ⋅ kb ⋅ kc ⋅ kd ⋅ ke ⋅ kf ⋅ σ ' LIM
FAD [kgf cm 2 ] (2.11)

σ FAD = ka ⋅ kb ⋅ kc ⋅ kd ⋅ ke ⋅ kf ⋅ σ ' FAD [kgf cm 2 ] (2.12)


Onde:
σ FAD
LIM
=> Tensão Limite de Fadiga da peça.

σ ' LIM
FAD => Tensão Limite de Fadiga do corpo-de-prova do teste de flexão rotativa.

σ FAD => Tensão à Fadiga para Vida Finita da peça.


σ ' FAD => Tensão à Fadiga para Vida Finita do corpo-de-prova do teste de flexão rotativa
ka => Fator de superfície
kb => Fator de tamanho
kc => Fator de confiabilidade
kd => Fator de temperatura
ke => Fator modificador para concentração de tensões
kf => Fator de efeitos diversos

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2.6.1. Fator de Superfície “ka”


Os corpos-de-prova de teste de flexão rotativa são polidos na direção axial para
evitar arranhões circunferenciais, como a maioria das peças de máquinas não possuem o
mesmo tipo de acabamento superficial, há necessidade de se efetuar a correção.
O gráfico da figura (2.3) é válido para aço, aço fundido e os melhores tipos de ferro
fundido.
Para os materiais não ferrosos (ex. alumínio) ka=1, porque a Tensão Limite de
Fadiga tabelados para esses materiais incluem o efeito de acabamento superficial.

Figura (2.3) – Fator de Superfície

Fatores de conversão
kgf cm 2 x 0,000.098.1 para ter GPa

kgf cm 2 x 0,0981 para ter MPa

kgf cm 2 x 0,01422 para ter kPSI


kPSI x 6,8987 para se ter Mpa
Kilo K = 1.000
Mega M = 1.000.000
Giga G = 1.000.000.000

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2.6.2. Fator de Tamanho “kb”


Os corpos-de-prova do teste de flexão rotativa possuem diâmetro de 7,62mm.
Para diâmetros diferentes há necessidade de se efetuar a correção. Para seções
circulares “d” corresponde ao diâmetro. Para seções não-circulares “d” corresponde a
menor dimensão da seção reta.

kb Dimensões

1 d ≤ 7,6 mm

0,85 7,6 < d ≤ 50 mm

0,75 d > 50 mm
Tabela (2.1) – Fator de Tamanho

2.6.3. Fator de Confiabilidade “kc”


Há um processo analítico que possibilita projetar um elemento de máquina sujeito
a cargas de fadiga de modo tal que dure por qualquer vida desejada com o grau de
confiabilidade desejada.
Utilizando-se a teoria da combinação de população e calculando a área sob a
curva de distribuição normal correspondente a população combinada, obtem-se a
confiabilidade (R).

Confiabilidade (R) Fator de Confiabilidade (kc)

0,50 (50,00%) 1,000

0,90 (90,00%) 0,897

0,95 (95,00%) 0,868

0,99 (99,00%) 0,814

0,999 (99,90%) 0,753

0,9999 (99,99%) 0,702

0,99999 (99,999%) 0,659


Tabela (2.2) – Fator de Confiabilidade

Quando nada for citado a respeito da confiabilidade adota-se R=50% (0,50) e fator
de confiabilidade kc=1,0.
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2.6.4. Fator de Temperatura “kd”


Quando se exige operações a altas temperaturas, deve-se obter o fator de
temperatura kd, se possível a partir de testes reais. Na maioria dos casos a resistência
estática também é reduzida por influência de altas temperaturas.
344,4
kd = para T > 71°C (2.13)
273,3 + T

kd = 1 para T ≤ 70°C

2.6.5. Fator Modificador para Concentração de Tensões “ke”


Sempre que uma peça possui irregularidades, tais como furos, entalhes, ranhuras,
ressaltos ou qualquer outro tipo de descontinuidade, ocorre aumentos localizados de
tensão e as regiões onde elas ocorrem chamam-se áreas de concentração de tensões.
Há dois tipos de fatores de concentração de tensões:
kt – Fator de concentração de Tensão Teórico usado para tensões normais (σ t e σ f )
kts – Fator de concentração de Tensão Geométrico usado para tensões cisalhantes (τ t )

Os fatores de concentração de tensões “kt” e “kts” são calculados


experimentalmente admitindo que os materiais sejam perfeitamente elásticos,
homogêneos e isotrópicos, e é empregado sempre no uso de materiais frágeis.
Esses fatores foram exaustivamente estudados por R. E. Peterson, em seu livro
Design Factor for Stress Concentration – Machine Design.

Barra submetida a tração ou compressão simples, com furo transversal Barra retangular com furo transversal, submetida a flexão

Figura (2.4 A) Figura (2.4 B)

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Barra retangular com entalhes, submetida a tração ou a compressão simples Barra retangular com entalhes, submetida a flaxão

Figura (2.4 C) Figura (2.4 D)

Barra retangular com adelgaçamento, submetida a tração ou compressão simples Barra retangular com adelgaçamento, submetida a flexão

Figura (2.4 E) Figura (2.4 F)

Eixo ou árvore com adoçamento, submetido a tração Eixo ou árvore com adoçamento, submetido a torção

Figura (2.4 G) Figura (2.4 H)

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Eixo ou árvore com adoçamento, submetido a flexão Eixo ou árvore com furo transversal (diametral), submetido a torção

Figura (2.4 I) Figura (2.4 J)

Eixo ou árvore com furo transversal (diametral), submetido a flexão Placa submetida a tração por um pino que passa por um furo

Figura (2.4 K) Figura (2.4 L)

Barra redonda com entalhe, submetida a tração Barra redonda com entalhe, submetida a flexão

Figura (2.4 M) Figura (2.4 N)

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Barra redonda com entalhe, submetida a torção

Figura (2.4 O)

Para utilização em materiais dúcteis ou em materiais frágeis sob cargas estáticas,


não devem ser usados os valores integrais dos fatores teóricos de concentração de
tensões. É conveniente usar um valor reduzido de “kt” e “kts”, ou seja “kh”, que é
conhecido como fator prático de concentração de tensões.
A relação entre “kt” ou “kts” e “kh” é feita através da Sensibilidade ao Entalhe ou
Índice de Sensibilidade “q" que caracteriza a maior ou menor tendência de um material
qualquer ser atingido pela concentração de tensões.
Define-se a Sensibilidade ao Entalhe “q" pela equação:

kh − 1 kh − 1
q= (2.14) q= (2.15)
kt − 1 kts − 1

Que também pode ser escrita como:


kh = 1 + q ⋅ (kt − 1) (2.16) kh = 1 + q ⋅ (kts − 1) (2.17)

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Onde os valores de “q" são obtidos através dos ábacos abaixo:

Figura (2.5 A) Figura (2.5 B)


Para os casos de Cargas Normais (σ t e σ f ) Para os casos de Cargas de Torção (τ t )

Para todos os tipos de ferro fundido q=0,20

Para que o fator “kh”, que é um fator que aumenta a tensão seja utilizado na equação
(2.11) e (2.11A), para diminuir a resistência, escreve-se a relação abaixo:

1
ke = (sem unidade) (2.18)
kh
onde:
ke => Fator modificador para Concentração de Tensões
O procedimento mais comum para o cálculo do ke é:
a) Através das figuras (2.4) calcular kt ou kts
b) Através das figuras (2.5) calcular q
c) Com kt ou kts e q na equação (2.16) ou (2.17) calcula-se kh
d) Com kh na equação (2.18) calcula-se ke

Observação: A utilização de gráficos e ábacos é muitas vezes inconveniente,


principalmente quando se dispõe de calculadoras programáveis. Através de técnicas
empíricas de ajuste de curvas, determinou-se a equação a seguir, para se obter a maioria
dos fatores de concentração de tensão da figura (2.4 I), da pág. 68.

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2
d r d r d
kt = 1,68 + 1,24 ⋅ cos − ⋅ 2,82 + 11,6 ⋅ arccos + ⋅ 5,71 + 29,6 ⋅ arccos (2.19)
D d D d D

Esta equação é válida de 0,04 ≤ r d ≤ 0,20

1,1 ≤ D d ≤ 3
Sendo que os ângulos são dados em radianos.

2.6.6. Fator de Efeitos Diversos “kf”


Este fator representa uma redução na Tensão Limite de Fadiga, porém não se
dispõe de valores de kf. O uso deste fator depende do bom senso do engenheiro e estão
relacionados com:

kf = kf 1 ⋅ kf 2 ⋅ kf 3 ⋅ kf 4... (sem unidade) (2.20)

Tensões Residuais (kf1): Este tipo de tensão pode afetar ou melhorar a Tensão Limite de
Fadiga. Exemplos: tratamentos com martelamento, laminação
a frio induzem tensões compressivas na superfície e melhoram
a Tensão Limite de Fadiga.

Características Direcionais de Operação (kf2): peças laminadas ou estampadas tem uma


redução na Tensão Limite de Fadiga na
direção transversal à laminação de 10 à
20%.

Corrosão (kf3): Peças que operam em ambientes corrosivos tem a resistência à


fadiga diminuída. Isto é muito importante, a ponto de a própria norma
FEM e ABNT P-NB-283 (normas de cálculo para aparelhos de
levantamento) apresentarem um coeficiente levando em conta este
aspecto.

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A figura (2.6) nos dá o valor desse coeficiente:

Curva I – Superfície corroída pela água doce

Curva II - Superfície corroída pela água salgada

1
kf 3 = (2.21)
k

Figura (2.6)

Revestimentos Metálicos (kf4): Revestimentos metálicos como cromagem, niquelagem ou


revestimento de cádmio, reduzem a Tensão Limite de
Fadiga em até 35%, em alguns casos a redução é tão
severa que se é necessário eliminar o processo de
revestimento superficial da peça.

2.7. Tensões Flutuantes


Muitas vezes tem-se que calcular peças submetidas à tensões variáveis, porém
não completamente alternadas.
Os componentes das tensões mais usuais são:
σ MIN = Tensão mínima σ m = Tensão média
σ MAX = Tensão máxima σ fa = Faixa de tensão

σ a = Amplitude da tensão σ S = Tensão estática

A tensão estática σ S é a tensão que ocorre devido à aplicação de uma carga

estática ou fixa previamente aplicado à peça, e normalmente independente da parte


variável da carga.
Os índices de tensões indicadas anteriormente podem ser aplicados às tensões de
torção.

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A figura (2.7) mostra algumas relações Tensão x Tempo:

(a) Tensão variada (intermitente + estática)


ex: parafusos pré-tensionados, molas com carga de montagem.

(b) Tensão intermitente


ex: dentes de engrenagens

(c) Tensão alternada


ex: eixos rotativos
Figura (2.7) – Tipos de tensão de fadiga

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Pelas figuras observa-se que:

σ MAX + σ MIN
σm =
2
[kgf cm 2 ] (2.22)

σ MAX − σ MIN
σA =
2
[kgf cm 2 ] (2.23)

2.8. Resistência à fadiga sob tensões variáveis


Há vários métodos para se traçar o diagrama da fadiga, os mais usados são:

2.8.1. Diagrama de Goodman


Para se construir o diagrama de Goodman, traça-se um sistema de eixos
cartesiano sendo que no eixo das abscissas marca-se a tensão média (σ m ) e no eixo das

ordenadas marca-se a tensão limite de ruptura (σ R ) (Ponto A), a tensão limite de


escoamento (σ E ) (Ponto B), e qualquer umas das tensões a seguir, conforme o método

em que se está dimensionando: Tensão Limite de Fadiga σ FAD


LIM
( ) ou Tensão de Fadiga
(
para uma vida finita σ FAD .)
Traça-se a linha de tensão média, que está inclinada 45° partindo da origem e indo
para o ponto A.

Figura (2.8) – Diagrama de Goodman


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Na verdade, o Diagrama de Goodman apresentado não é o diagrama original, o


qual não é empregado há muitos anos, e sim uma versão usada atualmente.

Quando a tensão média é de tração, define-se a falha pela linha de tensão máxima
ou pelo limite de escoamento indicado pela linha horizontal correspondente à ordenada
σ E ; se a tensão média for de compressão, pelas linhas paralelas inferiores.
Este diagrama é particularmente útil para análise, quando se conhecem todas as
dimensões da peça e portanto se conhecem todas as tensões (σ MAX e σ MIN ) , mas é um

pouco difícil usá-lo para projeto quando as dimensões são desconhecidas.

2.8.2. Diagrama Modificado de Goodman


Traça-se um sistema de eixos cartesianos, sendo que no eixo das abscissas
marca-se a tensão média (σ m ) tração à direita, compressão à esquerda, Tensão Limite de

Ruptura (σ R ) e Tensão Limite de Escoamento (σ E ) e no eixo das ordenadas marca-se a


Tensão Limite de Escoamento (σ E ) , a amplitude da tensão (σ a ) e qualquer uma das

tensões a seguir, conforme método em que se está dimensionando: Tensão Limite de


(
Fadiga σ FAD
LIM
)
ou Tensão à Fadiga para uma Vida Finita (σ FAD ) .

Figura (2.9) – Diagrama Modificado de Goodman

Este diagrama é particularmente útil para projeto porque mesmo que não se
conheçam as dimensões da peça, pode-se determinar a amplitude e a força média, ou a
amplitude do momento fletor e o momento fletor médio.

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σ a Fa M fa
Então sabemos que = = , portanto conhecendo-se esta relação pode-
σ m Fm M fm
se traçar uma reta partindo da origem e passando pelo ponto A e determinar os valores
limites de σ a e σ m .

σa
α = arctg [grau ] (2.24)
σm

Nota-se que σ FAD


LIM
(ou σ FAD ) já foi corrigida em relação aos fatores indicados na
equação (2.11) e (2.12) superfície, tamanho, confiabilidade, temperatura, modificador de
concentração de tensões e efeitos diversos.
A linha que une a tensão limite de escoamento (σ E ) à tensão limite de fadiga

(σ )
LIM
FAD ou tensão à fadiga para uma vida finita (σ FAD ) é conhecida como Linha de
Soderberg e também foi proposta como um critério para projeto, porque usa também a
Tensão Limite de Escoamento para definir uma falha, entretanto, nota-se claramente que
este critério é mais conservativo e a maior parte dos calculistas projetam as peças pela
Linha Modificada de Goodman.

2.8.3. Tensão Limite de Fadiga à Torção


No item (1.1.3) do Capítulo I, vimos que existe uma relação entre as tensões
normais e transversais, então analogamente podemos escrever:
σE
τE =
3 [kgf cm 2 ] (2.25)
onde:
τE => Tensão Limite de Escoamento por Torção

σR
τR =
3 [kgf cm 2 ] (2.26)
onde:
τ R => Tensão Limite de Ruptura por Torção

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Através de experiências com corpos-de-prova observou-se que a mesma relação


apresentada acima, também ocorre na Tensão Limite de Fadiga à Torção τ FAD
LIM
( ) ou na
Tensão à Fadiga de Torção para Vida Finita τ FAD : ( )
σ FAD
LIM
τ FAD
LIM
=
3 [kgf cm 2 ] (2.27)
σ FAD
τ FAD =
3 [kgf cm 2 ] (2.28)

então, o Diagrama Modificado de Goodman para a Torção seria:

Figura (2.10)

Mas, através de experiências com corpos-de-prova observou-se também que a


Tensão de Torção Média não influi na Tensão Limite de Fadiga à Torção τ FAD
LIM
( ) ou na
( )
Tensão à Fadiga de Torção para uma Vida Finita τ FAD , então finalmente o Diagrama
anterior passa a ser:

Figura (2.11)

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Portanto, não é necessário traçar o Diagrama de Fadiga para Torção, basta que se
verifiquem as duas condições abaixo:

1ª Condição: Falha por Fadiga

τa ≤
τ FAD
LIM
[kgf cm 2 ] (2.29)
S

τa ≤
τ FAD [kgf cm 2 ] (2.30)
S

onde:
τa => Amplitude da Tensão de Torção

τ FAD
LIM
=> Tensão Limite de Fadiga à Torção

τ FAD => Tensão à Fadiga de Torção para uma Vida Finita


S => Coeficiente de Segurança

2ª Condição: Falha Estática


τE
τ MAX = τ m + τ a ≤ =τ
S [kgf cm 2 ] (2.31)

τR
τ MAX = τ m + τ a ≤ =τ
S [kgf cm 2 ] (2.32)

onde:
τ MAX => Máxima Tensão de Torção
τm => Tensão Média de Torção

τa => Amplitude da Tensão de Torção

2.8.4. Falha por Fadiga devido à Tensão Composta ou Equivalente

Adaptando-se a equação (1.36) do Capítulo I, tem-se:

σ COMP = σ M 2 + 3 ⋅ τ M 2
M
(2.33)

σ COMP = σ A 2 + 3 ⋅ τ A 2
A
(2.34)

O traçado do Diagrama Modificado de Goodman é idêntico ao descrito no item (2.8.2).

- 78 -
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2.9. Tabelas
Tabela (2.3) – Propriedades Mecânicas dos Aços Carbono
TENSÃO TENSÃO
TEMPERATURA ESTRICÇÃO RESILIÊNCIA
TIPO
DE
DE φ LIMITE DE
ESCOAMENTO
LIMITE DE
RUPTURA
ALONGAMENTO
% δ
DUREZA
BRINELL
KCU
TRATAMENTO 2
TRATAMENTO
°C
mm
kgf mm
2
kgf mm
2 CP = 2” % BHN daJ cm

L - - 18 – 22 31 – 33 28 50 95 – 120 -
SAE1010

T - - 31 – 38 37 – 42 20 40 110 – 130 -

N 900 - 18 – 20 30 – 32 29 50 95 – 110 -

L - - 21 – 26 39 – 45 25 50 110 – 150 -

T - - 36 – 40 43 – 49 15 40 120 – 160 -
SAE1020

N 925 - > 25 > 42 26 50 100 – 130 > 10

R 845 - > 24 > 40 30 50 100 – 130 10

TT 860 − 880 16 – 40 > 31 > 56 > 20 - > 160 8


B =
TR 600 40 – 100 > 29 > 50 > 20 - > 160 8

L - - 26 – 31 48 – 51 20 40 137 – 150 -

T - - 45 – 53 53 – 59 12 35 140 – 170 -

N 925 - 25 45 20 50 130 – 140 >7


SAE1030

R 845 - 23 42 25 55 120 – 130 7

16 – 40 > 40 > 60 > 18 - > 170 6


TT 870
B = 40 – 100 > 37 > 55 > 19 - > 167 6
TR 600
100 – 160 > 32 > 52 > 20 - > 160 6

L - - 30 – 37 53 – 58 18 40 150 – 160 -

T - - 50 – 65 60 – 70 12 35 170 – 190 -

N 900 - > 28 > 54 > 18 40 140 – 150 -


SAE1040

R 790 - > 26 > 52 > 20 45 120 – 150 -

16 – 40 > 44 > 68 16 - > 185 4

TT 840 40 – 100 > 39 > 64 > 17 - > 175 4


B =
TR 600 100 – 160 > 35 > 60 > 18 - > 170 4

160 – 250 > 33 > 58 > 19 - > 165 4

L - - 35 – 47 63 – 74 15 35 180 – 230 -

T - - 59 – 73 70 – 80 10 30 200 – 240 -

N 900 - > 30 > 60 > 16 40 180 – 200 >4


SAE1050

R 800 - > 30 60 > 17 40 180 – 190 4

16 – 40 > 52 > 80 15 - > 240 3

TT 830 − 840 40 – 100 > 45 > 78 16 - > 235 3


B =
TR 600 100 – 160 > 40 > 75 17 - > 230 3

160 – 250 > 37 > 70 18 - > 225 3

L - - 38 – 49 69 – 80 12 30 200 – 240 -

T/R - - > 49 > 63 10 40 180 – 200 -

N 900 - > 35 > 65 > 12 30 190 – 240 >4


SAE1060

R 790 - > 34 > 60 14 35 160 – 190 4

16 – 40 > 55 > 90 14 - > 255 -

TT 840 40 – 100 > 50 > 85 15 - > 248 -


B =
TR 600 100 – 160 > 40 > 82 16 - > 240 -

160 – 250 > 38 > 80 17 - > 235 -

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Tabela (2.4) – Propriedades Mecânicas dos Aços Liga


TENSÃO TENSÃO
TEMPERATURA ESTRICÇÃO RESILIÊNCIA
SIMILAR DE φ LIMITE DE
ESCOAMENTO
LIMITE DE
RUPTURA
ALONGAMENTO
δ
DUREZA
BRINELL
KCU
VILLARES TRATAMENTO % 2

°C
mm
kgf mm
2
kgf mm
2
% BHN daJ cm

25 – 50 > 97 > 115 > 16 > 48 > 350 6

50 – 75 > 95 > 112 > 19 > 43 > 350 6


SAE 4340

TT 840 75 – 100 > 92 > 108 > 18 > 41 > 330 6


VM – 40 =
TR 540
100 – 125 > 88 > 104 > 15 > 40 > 330 6

125 – 150 > 84 > 98 > 13 > 40 > 320 6

150 – 250 > 65 > 80 >6 > 40 > 300 6

25 – 50 > 87 > 100 > 17 > 56 > 250 6

50 – 75 > 82 > 95 > 19 > 60 > 270 6


SAE 4140

TT 800 75 – 100 > 77 > 90 > 18 > 60 > 260 6


VL – 40 =
TR 540 100 – 125 > 72 > 87 > 15 > 58 > 250 6

125 – 150 > 70 > 85 > 12 > 57 > 250 6

150 – 250 > 65 > 80 >6 > 50 > 220 6

25 – 50 > 62 > 82 > 21 > 66 > 220 6

50 – 75 > 57 > 75 > 22 > 70 > 200 6


SAE 4130

TT 860 75 – 100 > 54 > 70 > 23 > 70 > 190 6


VL – 30 =
TR 590 100 – 125 > 52 > 69 > 24 > 71 > 190 6

125 – 150 > 50 > 70 > 26 > 71 > 190 6

150 – 175 > 45 > 60 > 26 > 70 > 190 6

25 – 50 > 103 > 115 > 13 > 48 > 330 6

50 – 75 > 97 > 107 > 17 > 51 > 300 6


SAE 8650

TT 840 75 – 100 > 90 > 100 > 20 > 53 > 280 6


VB – 50 =
TR 540 100 – 125 > 85 > 97 > 20 > 56 > 270 6

125 – 150 > 80 > 97 > 20 > 56 > 260 6

150 – 250 > 70 > 90 > 15 > 50 > 240 6

25 – 50 > 93 > 105 > 15 > 42 > 310 6

50 – 75 > 85 > 96 > 20 > 45 > 280 6


SAE 8640

TT 840 75 – 100 > 77 > 90 > 23 > 45 > 270 6


VB – 40 =
TR 540 100 – 125 > 73 > 88 > 23 > 44 > 260 6

125 – 150 > 71 > 87 > 20 > 41 > 250 6

150 – 250 > 60 > 80 > 10 > 30 > 200 6

25 – 50 > 63 > 79 > 18 > 56 > 220 -

50 – 75 > 57 > 73 > 23 > 63 > 200 -


SAE 8630

TT 840 75 – 100 > 50 > 70 > 26 > 65 > 180 -


VB – 50 =
TR 590 100 – 125 > 48 > 68 > 27 > 65 > 170 -

125 – 150 > 48 > 68 > 27 > 64 > 170 -

150 – 250 > 40 > 60 > 20 > 50 > 170 -

25 – 50 - > 100 > 15 > 45 > 150 -

50 – 75 - > 94 - - - -
SAE 5160

TT 840 75 – 100 - > 92 - - - -


VR – 60 =
TR 550 100 – 125 - - - - - -

125 – 150 - - - - - -

150 – 250 - - - - - -

- 80 -
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continuação...
TENSÃO TENSÃO
TEMPERATURA ESTRICÇÃO RESILIÊNCIA
SIMILAR DE φ LIMITE DE
ESCOAMENTO
LIMITE DE
RUPTURA
ALONGAMENTO
δ
DUREZA
BRINELL
KCU
VILLARES TRATAMENTO % 2

°C
mm
kgf mm
2
kgf mm
2
% BHN daJ cm

25 – 50 > 70 > 90 > 16 > 50 > 270 6

50 – 75 > 61 > 86 > 16 > 50 > 250 6


SAE 5150

TT 840 75 – 100 > 56 > 83 > 16 > 50 > 240 6


VR – 50 =
TR 550
100 – 125 - - - - - -

125 – 150 - - - - - -

150 – 250 - - - - - -

25 – 50 > 72 > 89 > 18 > 56 > 270 4–6

50 – 75 > 64 > 88 > 20 > 58 > 250 4–6


SAE 5140

TT 840 75 – 100 > 57 > 88 > 20 > 59 > 240 4–6


VR – 40 =
TR 540 100 – 125 > 52 > 87 > 21 > 59 > 220 -

125 – 150 > 52 > 86 > 21 > 57 > 220 -

150 – 250 > 45 > 80 > 17 > 50 > 200 -

25 – 50 > 105 > 115 > 15 > 45 > 330 5

50 – 75 > 95 > 110 > 15 > 46 > 320 5


SAE 6150

TT 840 75 – 100 > 90 > 105 > 15 > 48 > 310 5


VN – 50 =
TR 540 100 – 125 > 86 > 102 > 15 > 50 > 300 5

125 – 150 > 83 > 99 > 17 > 49 > 300 5

150 – 250 > 74 > 80 > 17 > 45 > 280 5

25 – 50 > 85 > 110 > 10 > 30 > 300 > 3,5

50 – 75 > 70 > 105 > 10 - > 300 > 3,5


SAE 9260

TT 870 75 – 100 > 65 > 100 > 10 - > 300 > 3,5
VS – 60 =
TR 550 100 – 125 > 50 > 80 > 11 - > 280 > 3,5

125 – 150 > 50 > 80 > 11 - > 280 > 3,5

150 – 250 > 40 > 70 > 10 - > 280 > 3,5

25 – 50 > 60 > 85 > 14 > 45 > 250 7

50 – 75 > 47 > 75 > 15 > 50 - 7


SAE 5135

TT 870 75 – 100 > 47 > 70 > 15 > 50 - 7


VR – 35 =
TR 550 100 – 125 - - - - - -

125 – 150 - - - - - -

150 – 175 - - - - - -

Tabela (2.5) – Propriedades Mecânicas dos Aços Fundidos


TENSÃO LIMITE TENSÃO LIMITE ALONGAMENTO ESTRICÇÃO
GRAU DE RUPTURA ESCOAMENTO % MIN % MIN
δ
2 2
kgf mm kgf mm CP = 2”

80 – 40 56,2 28,1 18 30
ASTM A 148 – 73

80 – 50 56,2 35,2 22 35
90 – 60 63,3 42,2 20 40
105 – 85 73,8 59,8 17 35
120 – 95 84,1 66,8 14 30
150 – 125 105,5 87,9 9 22
175 – 145 123,0 101,9 6 12

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Tabela (2.6) – Propriedades Mecânicas dos Aços Inoxidáveis


TENSÃO TENSÃO
TEMPERATURA RESILIÊNCIA
TIPO LIMITE DE LIMITE DE DUREZA
ESPEC. DE ALONGAMENTO ESTRICÇÃO KCU
CLASSE DE ESCOAMENTO RUPTURA BRINELL
AISI TRATAMENTO % % 2
TRATAMENTO
°C kgf mm
2
kgf mm
2 BHN daJ cm

R 840 – 900 > 30 50 – 65 ≥ 20 ≥ 60 140 – 180 -


410 (M)
TT 950
B = > 60 80 ≥ 18 45 225 8 – 10
TR 650
R 840 – 900 > 35 65 – 80 ≥ 18 ≥ 55 200 -
420 (M) TT 950
B = ≥ 70 85 – 100 ≥ 16 ≥ 40 260 – 275 4–6
TR 650
R 840 – 900 > 30 50 – 65 ≥ 20 ≥ 60 140 – 180 -
416 (M) TT 950
B = ≥ 60 75 – 80 ≥ 18 ≥ 50 225 -
TR 650
302 (A) S 1050 – 1100 > 22 50 – 70 ≥ 50 ≥ 50 130 – 180 > 10
303 (A) S 1050 – 1100 > 22 50 – 70 ≥ 50 ≥ 60 130 – 180 > 10
304 (A) S 1050 – 1100 ≥ 20 50 – 70 ≥ 50 ≥ 60 130 – 180 > 10
304L (A) S 1050 – 1100 ≥ 18 50 – 70 ≥ 50 ≥ 60 130 – 180 ≥ 10
310 (A) S 1050 – 1100 > 30 60 – 75 > 40 55 145 – 190 ≥ 10
316 (A) S 1050 – 1100 > 20 50 – 60 > 45 > 60 130 – 180 ≥ 10
316L (A) S 1050 – 1100 > 18 45 – 70 > 45 > 60 130 – 180 ≥ 10

Tabela (2.7) – Propriedades Mecânicas das Chapas

CHAPAS –
e ( mm )
σE σR
ESPECIFICAÇÃO ESTADO
APLICAÇÃO 2 2

mín máx
kgf mm kgf mm

USO GERAL E
ASTM A–283C SA 4,57 76,2 21,09 38,87
ESTRUTURAL
SA 4,57 38,1 25,31 40,78
USO
ASTM A–36
ESTRUTURAL
A > 38,1 76,2 25,31 40,78

NTU–SAR 50A A acima de 30,0 33,0 50,0

USO
NTU–SAR 50B A 5,0 30,0 33,0 50,0
ESTRUTURAL
DE ALTA
RESISTÊNCIA NTU–SAR 55 A 3,0 30,0 36,0 50,0

NTU–SAR 36B SA 5,0 32,0 36,0 50,0

ASTM A–285C A 6,0 50,8 21,10 38,70


USO PARA
VASOS DE ASTM A–515 A 6,0 50,8 máx 26,72 máx 48,22
PRESSÃO
ASTM A–516 A 6,0 38,1 máx 26,72 máx 48,22

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2.10. Roteiro para dimensionamento de Peças Dinâmicas – Capítulo 2

a) Definição das Resistências Estáticas

b) Tensão Limite de Fadiga do corpo-de-prova: σ ' LIM


FAD = 0,5 ⋅ σ R

vida finita => (c) vida infinita => (f)

1 0,9 ⋅ σ R
c) m= ⋅ log
3 σ ' LIM
FAD

(0,9 ⋅ σ R )2
d) b = log
σ ' LIM
FAD

10 b
e) Tensão à Fadiga para Vida Finita do corpo-de-prova: σ ' FAD = m
n

f) Fator de superfície: ka figura (2.3)

g) Fator de tamanho: kb tabela (2.1)

h) Fator de confiabilidade: kc tabela (2.2)

344,4
i) Fator de temperatura: kd = 1 para T ≤ 70°C ou kd = para T > 71°C
273,3 + T

j) Fator de concentração de tensão teórico: kt ou kts figura (2.4)

k) Sensibilidade ao entalhe: q figura (2.5)

l) Fator prático de concentração de tensões: kh = 1 + q ⋅ (kt − 1) ou kh = 1 + q ⋅ (kts − 1)

1
m) Fator Modificador de concentração de tensões: ke =
kh

n) Fator de efeitos diversos: kf = 1


vida finita => (o) vida infinita => (p)

o) Tensão à fadiga para vida finita: σ FAD = ka ⋅ kb ⋅ kc ⋅ kd ⋅ ke ⋅ kf ⋅ σ ' FAD ir para (q)

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p) Tensão Limite de fadiga: σ FAD


LIM
= ka ⋅ kb ⋅ kc ⋅ kd ⋅ ke ⋅ kf ⋅ σ ' LIM
FAD

q) Idem itens (d) a (g) do roteiro de dimensionamento de Peças Estáticas do Capítulo 1

r) Tensões alternadas => vida finita => (x) vida infinita => (y)
tensões variadas ou intermitente => (s)

σ MAX + σ MIN
s) Tensão média: σ m =
2

σ MAX − σ MIN
t) Amplitude da tensão: σ A =
2

σa
u) Cálculo do Ângulo: α = arctg
σm

v) Diagrama Modificado de Goodman

σa σa σ MAX − σ MIN
w) Do diagrama σ a = , mas fazendo = obtém-se o “d” FIM
S S 2

σ FAD
x) σ FAD = => (z)
S

σ FAD
LIM
y) σ FAD
LIM
= => (za)
S

z) σ FAD = σ ATUANTE ∴cálculo do “d” FIM

za) σ FAD
LIM
= σ ATUANTE ∴cálculo do “d” FIM

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2.11. EXERCÍCIOS
2.11.1 A Tensão Limite de Fadiga de um corpo-de-prova rotativo em aço SAE 1020

FAD = 1.140 kgf cm . Qual será a Tensão à fadiga (σ FAD ) desse corpo-
laminado é σ ' LIM
2

de-prova para uma vida de n=70x103 ciclos?

a. Definição das Resistências Estáticas

Da tabela (2.3), pág. 79, obtemos para material SAE1020 L => σ R = 39 − 45 kgf
mm 2

adota-se σ R = 3900 kgf


cm 2
Vida finita => (c)

c. Cálculo do coeficiente m
1 0,9 ⋅ σ R 1 0,9 ⋅ 3900
Da equação (2.7): m= ⋅ log => m = ⋅ log = 0,163
3 σ ' FAD
LIM
3 1140

d. Cálculo do coeficiente b
(0,9 ⋅ σ R )2 (0,9 ⋅ 3900)2
Da equação (2.8): b = log => b = log = 4,034
σ ' LIM
FAD 1140

e. Cálculo da tensão à fadiga para uma vida finita


10 b 10 4,034
Da equação (2.9): σ ' FAD = => σ ' = = 1758 kgf cm
2

n m FAD
(
70 ⋅ 10 3
)
0 ,163

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2.11.2 Qual a tensão à fadiga de um corpo-de-prova rotativo de aço SAE 1030 laminado,
correspondente a uma vida de n=250.000 ciclos? Qual seria a vida desse corpo-de-
prova se a tensão alternada fosse de σ FAD
2
'
= 3.200 kgf cm ?

a. Definição das Resistências Estáticas

Da tabela (2.3), pág. 79, obtemos para material SAE1030 L => σ R = 48 − 51 kgf
mm 2

adota-se σ R = 4800 kgf


cm 2
b. Cálculo da tensão limite à fadiga do corpo-de-prova
Da equação (2.3): σ ' LIM
FAD = 0,5 ⋅ σ R => σ ' FAD = 0,5 ⋅ 4800 => σ ' FAD = 2400 kgf cm
LIM LIM 2

Vida finita => (c)

c. Cálculo do coeficiente angular da reta m


1 0,9 ⋅ σ R 1 0,9 ⋅ 4800
Da equação (2.7): m= ⋅ log => m = ⋅ log = 0,085
3 σ ' FAD
LIM
3 2400

d. Cálculo do coeficiente linear da reta b


(0,9 ⋅ σ R )2 (0,9 ⋅ 4800)2
Da equação (2.8): b = log => b = log = 3,891
σ ' LIM
FAD 2400

e. Cálculo da tensão à fadiga para uma vida finita


10 b 10 3,891
Da equação (2.9): σ ' FAD = => σ ' = = 2700 kgf cm
2

n m FAD
25 ⋅ 10 4
(
0 , 085
)

f. Cálculo da vida para σ FAD


2
'
= 3.200 kgf cm
b 3,891
0 , 085
10 m
10
Da equação (2.10): n = 1
=> n = 1
=> n=34017 => n= 34x103 ciclos
σ ' FAD m
3200 0 , 085

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2.11.3 Determinar a tensão limite de fadiga de uma barra de aço SAE1050 laminado de
D=35 mm de diâmetro externo que trabalha em flexão com:
- Vida infinita;
- Confiabilidade de 99%;
- Temperatura de trabalho T=80°C;
- A barra possui um entalhe de
r=5mm para alojar um anel;
- Superfície usinada.

a. Definição das Resistências Estáticas

Da tabela (2.3), pág. 79, obtemos para material SAE1050 L => σ R = 63 − 74 kgf
mm 2

adota-se σ R = 6300 kgf


cm 2
b. Cálculo da tensão limite de fadiga do corpo-de-prova
Da equação (2.3): σ ' LIM
FAD = 0,5 ⋅ σ R => σ ' FAD = 0,5 ⋅ 6300 => σ ' FAD = 3150 kgf cm
LIM LIM 2

Vida infinita => (f)

f. Cálculo do Fator de superfície


σ R = 6300 kgf x0,0000981 = 0,62GPa
cm 2
pela figura (2.3), pág. 64, na curva de superfície usinada tem-se => ka = 0,75

g. Cálculo do Fator de tamanho


pela tabela (2.1), pág. 65,
para diâmetro interno de d = 35 − 2 ⋅ 5 = 25mm tem-se 7,6 < d < 50 mm
então => kb = 0,85

h. Cálculo do Fator de confiabilidade


pela tabela (2.2), pág. 65, para confiabilidade C=99% = 0,99 => kc = 0,814

i. Cálculo do Fator de temperatura


Da equação (2.13):
344,4 344,4
kd = para T > 71°C , pois T=80°C => kd = => kd = 0,975
273,3 + T 273,3 + 80

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j. Cálculo do Fator de concentração de tensão teórico


pela figura (2.4 N), pág. 68, com
r 5mm D 35mm
= = 0,20 e = = 1,40 tem-se => kt = 1,58
d 25mm d 25mm

k. Cálculo da Sensibilidade ao entalhe


Para tensão de flexão, pela figura (2.5 A), pág. 70, r = 5mm (se r for maior que
4mm , usar r = 4mm e
σ R = 6300 kgf x0,0000981 = 0,62GPa , tem-se => q = 0,82
cm 2

l. Cálculo do Fator prático de concentração de tensões


Da equação (2.16): kh = 1 + q ⋅ (kt − 1) => kh = 1 + 0,82 ⋅ (1,58 − 1) => kh = 1,47

m. Cálculo do Fator Modificador de concentração de tensões


1 1
Da equação (2.18): ke = => ke = => ke = 0,68
kh 1,47

n. Cálculo do Fator de efeitos diversos


Como nada foi especificado quanto à tensões residuais, corrosão, revestimentos
metálicos, etc, adotaremos kf = 1
Vida infinita => (p)

p. Cálculo da tensão Limite à fadiga da peça


Da equação (2.11):
σ FAD
LIM
= ka ⋅ kb ⋅ kc ⋅ kd ⋅ ke ⋅ kf ⋅ σ ' LIM
FAD

σ FAD
LIM
= 0,75 ⋅ 0,85 ⋅ 0,814 ⋅ 0,975 ⋅ 0,68 ⋅ 1 ⋅ 3150 => σ FAD
LIM
= 1084 kgf cm
2

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2.11.4 Estimar a vida do eixo rotativo no caso de vida finita, ou seu coeficiente de
segurança no caso de vida infinita, da figura abaixo, que está apoiado sob rolamentos
autocompensadores de rolos e carregado pela força vertical estacionária F.
(Desprezar as tensões de cisalhamento).

Dados:
Material: Aço SAE1050 Trefilado
F=600kgf
Superfície usinada
Temperatura de trabalho T=90°C

Observações Preliminares: Fazendo uma análise do projeto do eixo e do carregamento


nota-se que o maior momento fletor é no ponto D, porém neste ponto a seção resistente
também é maior e não ocorrerá concentração de tensões. O ponto C é mais crítico que o
ponto E, porque possui menor seção resistente e maior momento fletor, ficando evidente
que o ponto crítico é o ponto C.

a. Definição das Resistências Estáticas

Da tabela (2.3), pág. 79, obtemos para material SAE1050 T => σ R = 70 − 80 kgf
mm 2

adota-se σ R = 7000 kgf


cm 2
b. Cálculo da tensão limite à fadiga para o corpo-de-prova
Da equação (2.3):
σ ' LIM
FAD = 0,5 ⋅ σ R => σ ' FAD = 0,5 ⋅ 7000 => σ ' FAD = 3500 kgf cm
LIM LIM 2

Vida infinita => ( f ) adotado

f. Cálculo do Fator de superfície


σ R = 7000 kgf x0,0000981 = 0,69GPa
cm 2
Pela figura (2.3), pág. 64, na curva de superfície usinada tem-se => ka = 0,74

g. Cálculo do Fator de tamanho


Pela tabela (2.1), pág. 65, para diâmetro de 30mm tem-se 7,6 < d < 50 mm então
=> kb = 0,85

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h. Cálculo do Fator de confiabilidade


como nada foi mencionado, adota-se => kc = 1

i. Cálculo do Fator de temperatura


Da equação (2.13):
344,4 344,4
kd = para T > 71°C , pois T=90°C => kd = => kd = 0,95
273,3 + T 273,3 + 90

j. Cálculo do Fator de concentração de tensão teórico


r 5mm D 40mm
Pela figura (2.4 I), pág. 68, com = = 0,17 e = = 1,33 tem-se
d 30mm d 30mm
=> kt = 1,42

k. Cálculo da Sensibilidade ao entalhe


Para tensão de flexão, pela figura (2.5 A), pág. 70, r = 5mm (se r for maior que
4mm , usar r = 4mm ) e
σ R = 7000 kgf x0,0000981 = 0,69GPa , tem-se => q = 0,84
cm 2

l. Cálculo do Fator prático de concentração de tensões


Da equação (2.16):
kh = 1 + q ⋅ (kt − 1) => kh = 1 + 0,84 ⋅ (1,42 − 1) => kh = 1,35

m. Cálculo do Fator Modificador de concentração de tensões


Da equação (2.18):
1 1
ke = => ke = => ke = 0,74
kh 1,35

n. Cálculo do Fator de efeitos diversos


Como nada foi especificado quanto à tensões residuais, corrosão, revestimentos
metálicos, etc, adotaremos kf = 1
Vida infinita => ( p ) adotado

p. Cálculo da Tensão Limite à fadiga da peça


Da equação (2.11):
σ FAD
LIM
= ka ⋅ kb ⋅ kc ⋅ kd ⋅ ke ⋅ kf ⋅ σ ' LIM
FAD

σ FAD
LIM
= 0,74 ⋅ 0,85 ⋅ 1 ⋅ 0,95 ⋅ 0,74 ⋅ 1 ⋅ 3500 => σ FAD
LIM
= 1548 kgf cm
2

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q. Roteiro de Dimensionamento de Peças Estáticas - Capítulo 1 [ de (d) a (g) ]


q.d. Croqui de carregamento

q.e. Cálculo dos Esforços solicitantes


Da tabela (1.6), fig. 6, pág. 26:
F ⋅b ⋅ x 600 ⋅ 23 ⋅ 20
Mf = => Mf = => Mf = 5.520kgf ⋅ cm
l 50

q.f. Cálculo das características geométricas


Da tabela (1.4), pág. 21:
π ⋅d3 π ⋅ 33
Wf = => W f = = 2,65cm 3
32 32

q.g. Cálculo das tensões atuantes


Da equação (1.18):
Mf 5520
σf = = => σ f = 2082 kgf cm 2
Wf 2,65

σ FAD
LIM
Se σ f ≤ σ FAD
LIM
=> vida infinita e S =
σf
b
10 m
Se σ f > σ LIM
FAD => vida infinita e n = 1
σ FAD m

Como a tensão atuante é maior que a Tensão Limite à Fadiga, a peça terá somente uma
vida finita e para calcular a vida do eixo, faz-se σ f = σ FAD = 2.082 kgf cm 2 .

Retornaremos ao item (c) do Roteiro para calcular a vida finita “n“

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c. Cálculo do coeficiente m
Da equação (2.7):
1 0,9 ⋅ σ 1 0,9 ⋅ 7000
m = ⋅ log LIM R => m = ⋅ log = 0,20
3 σ FAD 3 1548

d. Cálculo do coeficiente b
Da equação (2.8):

b = log
(0,9 ⋅ σ R )2 => b = log
(0,9 ⋅ 7000 )2 = 4,41
σ FAD
LIM
1548

e. Cálculo da vida do eixo


Da equação (2.10):
b 4 , 41
0 , 20
10 m
10
n= 1
=> n = 1
=> n = 286.811 => n = 28 x10 4 ciclos
σ FAD m
2082 0 , 20

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2.11.5 Calcule o diâmetro do eixo estático da figura abaixo, para uma vida infinita que
recebe uma carga flutuante que varia 1000kgf a 3000kgf. Desprezar a tensão de
cisalhamento.
Dados:
P= 1000 a 3000kgf
L=60cm
Adotar coeficiente de segurança S=2,5
Material SAE1040 L
Superfície Laminada à Frio
Vida Infinita
d > 50mm

a. Definição das Resistências Estáticas


. Da tabela (2.3), pág. 79, obtemos para material SAE1040 L

σ R = 53 − 58 kgf adota-se σ R = 5300 kgf


mm 2 cm 2

σ E = 30 − 37 kgf 2 adota-se σ R = 3000 kgf


mm cm 2

b. Cálculo da Tensão Limite à Fadiga do corpo-de-prova


Da equação (2.3): σ ' LIM
FAD = 0,5 ⋅ σ R => σ ' FAD = 0,5 ⋅ 5300 => σ ' FAD = 2650 kgf cm
LIM LIM 2

Vida infinita => ( f )

f. Cálculo do Fator de superfície


σ R = 5300 kgf x0,0000981 = 0,52GPa
cm 2
pela figura (2.3), pág. 64, na curva de superfície laminada à frio tem-se => ka = 0,79

g. Cálculo do Fator de tamanho


pela tabela (2.1), pág. 65, para diâmetro maior de 50mm (adotado) tem-se
d > 50 mm então kb = 0,75

Como nada foi mencionado, adotaremos kc = kd = ke = kf = 1

Vida infinita => ( p )

- 94 -
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p. Cálculo da Tensão Limite à Fadiga da peça

Da equação (2.11): σ FAD


LIM
= ka ⋅ kb ⋅ kc ⋅ kd ⋅ ke ⋅ kf ⋅ σ ' LIM
FAD

σ FAD
LIM
= 0,79 ⋅ 0,75 ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ 2650 => σ FAD
LIM
= 1570 kgf cm
2

q. Roteiro de Dimensionamento de Peças Estáticas – Capítulo 1 [de (d) a (g)]


q.d. Croqui de carregamento

q.e. Cálculo dos Esforços solicitantes


P ⋅ x P ⋅l P ⋅l
Da tabela (1.6), fig. 5, pág. 26, tem-se Mf = = =
2 2⋅2 4
Então
PMÍN ⋅ l 1000 ⋅ 60
Mf MÍN = = => Mf MÍN = 15.000kgf ⋅ cm
4 4
PMÁX ⋅ l 3000 ⋅ 60
Mf MÁX = = => Mf MÍN = 45.000kgf ⋅ cm
4 4

q.f. Cálculo das Características Geométricas


π ⋅d3
Da tabela (1.4), pág. 21, para seção circular W f =
32

q.g. Cálculo das Tensões Atuantes


Mf
Da equação (1.18), σ f =
Wf
Então
Mf MÍN 15000 152.789
σf = = => σ f MÍN =
MÍN
Wf π ⋅d 3
d3
32
Mf MÁX 45000 458.366
σf = = => σ f MÍN =
MÁX
Wf π ⋅d 3
d3
32
- 95 -
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r. Tensões Intermitentes => (s)

s. Cálculo da Tensão Normal de Flexão Média


458366 152789
σ f MAX + σ f MIN +
3
d3 305578
Da equação (2.22): σ fm = = d => σ fm =
2 2 d3

t. Cálculo da Amplitude da Tensão Normal de Flexão


458366 152789
σ f MAX − σ f MIN −
d 3
d3 152788
Da equação (2.23): σ fa = = => σ fa =
2 2 d3

u. Cálculo do ângulo
152788
σ fa 3
Da equação (2.24): α = arctg => α = arctg d = arctg 0,5 => α = 26,56°
σ fm 305578
d3

v. Diagrama Modificado de Goodman


Conforme item (2.8.2):

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w. Cálculo do Diâmetro
Do diagrama obtemos: σ FAD = 960 kgf cm
2

σ fa 960 152788
Mas σ fa = = como σ fa = então tem-se:
S 2,5 d3

152788 960 152788 ⋅ 2,5


3
= => d = 3 => d = 7,4cm
d 2,5 960

Adotaremos eixo de 3” (76,2mm).

- 97 -
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2.11.6 Calcule o diâmetro de uma barra redonda de aço SAE1050 laminado da figura
abaixo, para suportar com segurança uma carga constante de 3600kgf e uma carga
flutuante de 0 a 7200kgf, sabendo-se que a barra deve ser dimensionada para uma vida
infinita.
Dados:
P1=3600kgf
P2=0 a 7200kgf
r=4mm
kt=2 (adotado)
Coeficiente de segurança S=2
Superfície usinada
Vida Infinita
Adotado 7,6 < d ≤ 50mm

a. Definição das Resistências Estáticas


. Da tabela (2.3), pág. 79, obtemos para material SAE1050 L

σ R = 63 − 74 kgf 2 adota-se σ R = 6300 kgf


mm cm 2

σ E = 35 − 47 kgf adota-se σ E = 3500 kgf


mm 2 cm 2

b. Cálculo da Tensão Limite à Fadiga do corpo-de-prova


Da equação (2.3): σ ' LIM
FAD = 0,5 ⋅ σ R => σ ' FAD = 0,5 ⋅ 6300 => σ ' FAD = 3150 kgf cm
LIM LIM 2

Vida infinita => ( f )

f. Cálculo do Fator de superfície


σ R = 6300 kgf x0,0000981 = 0,62GPa
cm 2
pela figura (2.3), pág. 64, na curva de superfície usinada tem-se => ka = 0,75

g. Cálculo do Fator de tamanho


pela tabela (2.1), pág. 65, para diâmetro entre 7,6 < d ≤ 50 mm tem-se => kb = 0,85

h. Cálculo do Fator de confiabilidade


como nada foi mencionado, adota-se => kc = 1

- 98 -
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i. Cálculo do Fator de temperatura


como nada foi mencionado, adota-se => kd = 1

j. Cálculo do Fator de concentração de tensão teórico


adotado kt = 2

k. Cálculo da Sensibilidade ao entalhe


pela figura (2.5 A), pág. 70, r = 4mm e
σ R = 6300 kgf x0,0000981 = 0,62GPa , tem-se => q = 0,83
cm 2

l. Cálculo do Fator prático de concentração de tensões


Da equação (2.16): kh = 1 + q ⋅ (kt − 1) => kh = 1 + 0,83 ⋅ (2 − 1) => kh = 1,83

m. Cálculo do Fator Modificador de concentração de tensões


1 1
Da equação (2.18): ke = => ke = => ke = 0,55
kh 1,83

n. Cálculo do Fator de efeitos diversos


Como nada foi especificado quanto à tensões residuais, corrosão, revestimentos
metálicos, etc, adotaremos kf = 1
Vida infinita => ( p )

p. Cálculo da Tensão Limite à Fadiga da peça

Da equação (2.11): σ FAD


LIM
= ka ⋅ kb ⋅ kc ⋅ kd ⋅ ke ⋅ kf ⋅ σ ' LIM
FAD

σ FAD
LIM
= 0,75 ⋅ 0,85 ⋅ 1 ⋅ 1 ⋅ 0,55 ⋅ 1 ⋅ 3150 => σ FAD
LIM
= 1104 kgf cm
2

q. Roteiro de Dimensionamento de Peças Estáticas - Capítulo 1 [ de (d) a (g) ]


q.d. Croqui de carregamento

- 99 -
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q.e. Cálculo dos Esforços solicitantes


N MIN = PMIN = 3600 + 0 => N MIN = 3600kgf

N MAX = PMIAX = 3600 + 7200 => N MAX = 10800kgf

q.f. Cálculo das características geométricas


π ⋅d2
A=
4

q.g. Cálculo das tensões atuantes


N MIN 3600 ⋅ 4 4548
Da equação (1.12): σt = = => σ tMIN = 2
MIN
A π ⋅d 2
d
N MAX 10800 ⋅ 4 13751
σt = = => σ tMAX =
MAX
A π ⋅d 2
d2
r. Tensão Intermitente => ( s )

s. Cálculo da Tensão Média de Tração


13571 4548
σt + σ t MIN + 2
2 9168
Da equação (2.22): σ tm = MAX
= d d => σ tm = 2
2 2 d

t. Cálculo da Amplitude da Tensão de Tração


13571 4548
σt − σ t MIN − 2
d 2
d 4583
Da equação (2.23): σ ta = MAX
= => σ ta = 2
2 2 d

u. Cálculo do ângulo
4584
σ 2
Da equação (2.24): α = arctg ta => α = arctg d = arctg 0,5 => α = 26,56°
σ tm 9168
d2

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v. Diagrama Modificado de Goodman


Conforme item (2.8.2)

w. Cálculo do Diâmetro
Do diagrama obtemos: σ ta = 800 kgf cm
2

σ ta 800 4583
Mas σ ta = = como σ ta = 2 então tem-se:
S 2 d
4583 800 4583 ⋅ 2
= => d = 2 => d = 3,39cm
d2 2 800

Adotamos então, eixo de 34mm.

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2.11.7 Calcular a espessura da chapa da figura abaixo, que é constituída de ASTM A-36 e
deve suportar com segurança uma força P=5000kgf e deve trabalhar com um
coeficiente de segurança S=1,5 em relação à Tensão Limite de Escoamento.
Dados:
P=5000kgf
W=10cm
d=4cm
Coeficiente de Segurança S=1,5 em relação a σ E

Roteiro de Dimensionamento de Peças Estáticas – Capítulo 1


a. Cálculo da Tensão Admissível Normal
. Da tabela (2.7), pág. 82, obtemos para material ASTM A-36

σ R = 4078 kgf e σ E = 2531kgf


cm 2 cm 2
σE 2531
. Da equação (1.2): σ = => σ = => σ = 1687 kgf cm
2

S 1,5

b. Roteiro de Dimensionamento de Peças Dinâmicas - Capítulo 2


b.j. Cálculo Fator de Concentração de Tensão Teórico
d 4
Pela figura (2.4 A), pág. 66, com = = 0,4 => kt = 2,27
w 10

b.k. Cálculo da Sensibilidade ao Entalhe


Pela figura (2.5 A), pág. 70, com r = 20mm (usar r = 4mm ) e
σ R = 4078 kgf cm 2 ⋅ 0,0000981 = 0,40GPa , tem-se q = 0,78

b.l. Cálculo do Fator Prático de Concentração de Tensões


Da equação (2.16) kh = 1 + q ⋅ (kt − 1) = 1 + 0,78 ⋅ (2,27 − 1) => kh = 2

b.m. Cálculo do Fator Modificador de Concentração de Tensões


1 1
Da equação (2.18) ke = = => ke = 0,5
kh 2

- 102 -
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c. Cálculo das Tensões Admissíveis Normal com Concentração de Tensões


σ CT = ke ⋅ σ => σ CT = 0,5 ⋅1687 => σ CT = 843 kgf cm 2

d. Cálculo do Esforço Solicitante


N = P = 5000kgf

e. Cálculo da Característica Geométrica

A = (W − d ) ⋅ e = (10 − 4) ⋅ e = 6 ⋅ e

f. Cálculo da Tensão Atuante


N 5000
Da equação (1.12): σt = => σ t = ≤ σ CT
A 6⋅e
Para emín => σ t = σ CT

5000
e= => e = 0,99cm => Adotaremos e = 12,7 mm
6 ⋅ 843

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