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UNITAU Sistemas Mecânicos I Prof.

Luiz Antonio Bovo

3. CAPITULO 3 – EIXOS, ÁRVORES E CHAVETAS


3.1. Considerações de projeto
Eixo é um elemento rotativo ou estacionário não sujeito a tensão de torção, sujeito
somente a tensões de tração, compressão, flexão ou cisalhamento atuando isoladamente
ou de maneira combinada.
Árvore é um elemento rotativo ou estacionário que pode ser submetido a qualquer
tipo de tensão: torção, cisalhamento, tração, compressão ou flexão atuando isoladamente
ou de maneira combinada. Sobre as árvores são montadas engrenagens, polias,
manivelas, pinhões, volantes, etc.
Um eixo ou árvore pode ser dimensionado pelos seguintes critérios em função do
carregamento e aplicação:
a) Critério das Tensões Estáticas: estudado no Capítulo 1, itens (1.7) à (1.11) e
compilado no item (3.3) a seguir;
b) Critério das Tensões de Fadiga: estudado no Capítulo 2, itens (2.4) à (2.8) e
compilado no item (3.4) a seguir;
c) Critério da Deflexão: estudado no Capítulo 1, item (1.9);
d) Critério do Ângulo de Torção: estudado no Capítulo 1, item (1.11);
e) Critério da Velocidade Crítica (vibração): a ser estudado no item (3.5) a seguir;
f) Critério do Espaçamento Máximo entre Mancais: a ser estudado no item (3.6) a
seguir.

3.2. Materiais para Eixos e Árvores


Todos os tipos de materiais poder ser usados para eixos e árvores, a maior parte
deles são de aço-carbono laminado a frio, com o teor de carbono entre 0,20% e 0,40%.
São eles: SAE1020, SAE1030, SAE1040, SAE4340, SAE4140 e SAE4130. Quando
houver problemas de corrosão, utiliza-se normalmente aço inoxidável nas qualidades
AISI 410 e AISI 420.
Para eixos com diâmetro maior que 5” (127mm) utiliza-se normalmente materiais
forjados que posteriormente são tratados termicamente).

3.3. Projeto de Árvores com Tensões Estáticas


O caso mais comum de dimensionamento da seção transversal circular de uma
árvore é quando ela está submetida a esforços combinados de flexão e torção, o que é
comumente chamado de flexo-torção.

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3.3.1. Tensão Normal de Flexão


Substituindo-se a expressão da tabela (1.4), pág. 21, (módulo de resistência à
π ⋅d3 Mf
flexão para a seção transversal circular) W f = , na equação (1.18) σ f = , tem-se:
32 Wf

32 ⋅ Mf
σf =
π ⋅d3
[kgf cm 2 ] (3.1)

3.3.2. Tensão Transversal de Torção


Substituindo-se a expressão da tabela (1.5), pág. 23, - módulo de resistência à
π ⋅d3 Mt
torção para a seção transversal circular Wt = , na equação (1.25) τ t = , tem-se:
16 Wt

τt =
16 ⋅ Mt
π ⋅d3
[kgf cm 2 ] (3.2)

3.3.3. Tensão Composta de Flexo-Torção


No capítulo (1.12.2) estudamos que, quando se tem uma tensão normal interagindo
com uma tensão transversal, é necessário calcular a tensão composta ou equivalente e
que este cálculo pode ser executado pela equação de Von-Mises.

Substituindo as equações (3.1) e (3.2) na equação (1.36) σ comp = σ f + 3 ⋅ τ t ,


2 2

tem-se:
2 2
32 ⋅ Mf 16 ⋅ Mt
σ comp = + 3⋅
π ⋅d3 π ⋅d3

Esta equação simplificada pode ser escrita como:


1
σ comp = 1024 ⋅ Mf 2 + 768 ⋅ Mt 2
π ⋅d 3

Estudamos que, para que esta árvore trabalhe com segurança, a tensão σ comp deve

ser menor ou igual à tensão admissível composta.

Da equação (1.4) tem-se:


σ comp = 1,25 ⋅ σ

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Substituindo-se (1.1) ou (1.2) na expressão (1.4) e sabendo-se que para se ter


diâmetro mínimo:
σ comp = σ comp

Ordenando as equações, tem-se:


a) Pelo Critério da Tensão Limite de Ruptura:
1
[cm]
3
S
d= 1024 ⋅ Mf 2 + 768 ⋅ Mt 2 (3.3)
1,25 ⋅ π ⋅ σ r

b) Pelo Critério da Tensão Limite de Escoamento:


1
[cm]
3
S
d= 1024 ⋅ Mf 2 + 768 ⋅ Mt 2 (3.4)
1,25 ⋅ π ⋅ σ e

3.4. Projeto de Árvores com Tensões de Fadiga


Qualquer árvore submetida a momentos fletores e torçores constantes, sofrerá a
ação de tensões alternadas devidas ao momento fletor, causadas pelo giro da árvore,
porém as tensões devidas ao momento torçor permanecerão constantes.
Esta condição é provavelmente a que com maior freqüência ocorre. George Sines,
em seu livro “Metal Fatigue” escreve que através de experiências, observou-se que a
Tensão à Fadiga devido à flexão não é afetada pela existência da tensão média à torção,
até que se exceda a Tensão Limite de Escoamento por torção em aproximadamente 50%.
Esta descoberta de Sines indica-nos um caminho bastante simples para
dimensionamento de árvores rotativas submetidas a flexo-torção, que serão calculadas a
fadiga, somente devida Tensão de Flexão.
Estudamos que, para que a árvore trabalhe com segurança, a Tensão Normal de
Flexão σ f deve ser menor ou igual à Tensão Admissível à Fadiga.

Vida Infinita

σ FAD
LIM
=
σ FAD
LIM
[kgf cm 2 ] (3.5)
S

Vida Finita

σ FAD =
σ FAD [kgf cm 2 ] (3.6)
S

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Para se ter diâmetro mínimo:


Vida Infinita
σ f = σ FAD
LIM

Vida Finita
σ f = σ FAD

Ordenando as equações, tem-se:


Vida Infinita
1
32 ⋅ Mf ⋅ S [cm]
3
d= (3.7)
π ⋅ σ FAD
LIM

Vida Finita
1
32 ⋅ Mf ⋅ S [cm]
3
d= (3.8)
π ⋅ σ FAD

Como o momento torçor não foi utilizado nas expressões acima, por não afetar a
tensão à fadiga, torna-se necessário fazer uma verificação dos diâmetros obtidos nas
equações (3.7) e (3.8), para confirmar se a árvore trabalhará com segurança contra falha
estática, usando o método descrito no início do item (3.3.3).
Há outros métodos mais conservativos para resolver este tipo de problema e um
deles é através do diagrama de Soderberg, que leva em consideração a flexão e a torção.
Apresentamos a seguir a expressão para o dimensionamento através do diagrama de
Soderberg; esta expressão foi obtida determinando-se a equação analítica da elipse
tocando a linha de segurança traçada paralela à linha de Soderberg e tangente à elipse.
Vida Infinita
1
1 3
2 2 2
32 ⋅ S Mt Mf
d= + [cm] (3.9)
π σ LIM
FAD σe

Vida Finita
1
1 3
2 2 2

d=
32 ⋅ S Mt
+
Mf [cm] (3.10)
π σ FAD σe

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3.5. Velocidade Crítica das Árvores


O centro de gravidade de uma árvore simétrica que gira, não coincide com seu
centro de rotação ou eixo geométrico, que é a linha de centro que passa pelo centro dos
mancais; isto acontece principalmente porque o eixo em torno do qual o corpo gira sofre
deflexões devido ao seu peso próprio e dos elementos nele montados e também devido
às cargas externas.
A rotação pode começar em torno do eixo-geométrico, porém em uma certa
velocidade a força centrífuga do centro de massa deslocado, igualar-se-á às forças de
deflexão da árvore e neste instante a árvore vibrará violentamente, uma vez que a força
centrífuga muda de direção a cada vez que a árvore gira.
A velocidade a que este fenômeno ocorre é chamada de Velocidade Crítica.
A velocidade crítica é calculada pela fórmula:

ncrit = 300 ⋅
1 [rpm] (3.11)
y máx

onde:
y máx => deflexão máxima [cm] (ver tabela (1.6), pág. 24 à 29)

n ≤ ncrit [rpm] (3.11A)

onde:
n => rotação real da árvore [rpm]

3.6. Espaçamento máximo entre mancais


A norma americana de cálculo de equipamentos de levantamento CMAA,
determina qual deverá ser o espaçamento máximo entre mancais.

Lmáx =
10.000.000 ⋅ d 2
[cm] (3.12)
n
onde:
Lmáx
=> máximo espaçamento entre mancais
d => diâmetro do eixo [cm]
n => rotação real da árvore [rpm]
Mesmo obedecendo este espaçamento, é necessário calcular a deflexão máxima e
a velocidade crítica.

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L ≤ LMAX [cm] (3.12A)


onde:
L => espaçamento real entre mancais [cm]

3.7. Chavetas
3.7.1. Introdução
Engrenagens e polias podem ser fixadas às árvores através de chavetas ou
cavilhas, de modo que se possa transferir torques entre eles. Os tipos mais usuais de
chavetas são: paralelas, inclinadas, com ou sem cabeça e meia cana.

3.7.2. Projeto de Chavetas Paralelas e Inclinadas


As chavetas inclinadas são mais facilmente removíveis e as com cabeça são mais
usadas quando as ranhuras não são passantes.
As dimensões da seção transversal resistente das chavetas são padronizadas em
função do diâmetro da árvore; tem-se, portanto que calcular o seu comprimento mínimo.
Para as chavetas paralelas ou inclinadas, normalmente este comprimento é igual à
largura do cubo da engrenagem ou polia, então tem-se que verificar se para o material
que estamos projetando a chaveta, o comprimento mínimo é suficiente. Caso não seja, é
necessária a utilização de duas ou mais chavetas.
As tabelas em anexo fornecem as dimensões básicas das chavetas usuais, elas
são fornecidas pelas normas DIN e ABNT.

3.7.3. Cálculo do Comprimento das Chavetas

Figura 3.1 – Croqui típico de uma montagem árvore-chaveta

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Na realidade, a altura h da chaveta, não está dividida igualmente entre a parte


embutida no cubo e a parte embutida na árvore, mas para efeito de cálculo, esta pequena
variação pode ser desprezada. Então:

T=
Mt [kgf ] (3.13)
r
a) Tensão Transversal de Cisalhamento na Chaveta
Q
Da equação (1.17), τ =
A
onde:
Q =T
A=b⋅L
Substituindo, tem-se:
T
τ= (3.14)
b⋅L
vimos que para que esta chaveta trabalhe com segurança, a Tensão Transversal de
Cisalhamento deve ser menor ou igual a Tensão Admissível Transversal.
Das equações (1.1) e (1.2) tem-se, respectivamente
σR σE
σ = σ =
S S

Da equação (1.3)
σ
τ =
3

Substituindo (1.1) e (1.2) em (1.3) respectivamente, tem-se:


σR σE
τ = [kgf cm 2 ] (3.15) τ = [kgf cm 2 ] (3.16)
3⋅S 3⋅S

Para se ter comprimento mínimo τ = τ , então ordenando-se as equações


respectivamente, tem-se:

3 ⋅T ⋅ S 3 ⋅T ⋅ S
L= [cm] (3.17) L= [cm] (3.18)
σR ⋅b σE ⋅b

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b) Tensão Normal de Compressão


N
Da equação (1.13), σ C = −
A
onde:
N =T
h
A= ⋅L
2
Substituindo, tem-se:

σC = −
2 ⋅T
h⋅L
[kgf cm 2 ] (3.19)

para que a chaveta trabalhe com segurança, a tensão de compressão deve ser menor ou
igual a tensão admissível normal.
Substituindo (1.1) e (1.2) em (3.19), para se ter comprimento mínimo σ C = σ , e

ordenando a equação, respectivamente tem-se:


2 ⋅T ⋅ S 2 ⋅T ⋅ S
L= [cm] (3.20) L= [cm] (3.21)
σR ⋅h σE ⋅h

c) Tensão Composta

Da equação (1.36) σ comp = σ c + 3 ⋅ τ 2


2

onde:
2 ⋅T
σC = − (3.19)
h⋅L
T
τ= (3.14)
b⋅L

Substituindo-se (3.19) e (3.14) em (1.36) e ordenando-se, tem-se:

σ comp =
T

L h
4
2
3
+ 2
b
[kgf cm 2 ] (3.22)

Da equação (1.4) tem-se: σ comp = 1,25 ⋅ σ

Substituindo-se as equações (1.1) e (1.2) em (1.4) tem-se, respectivamente:


σR σE
σ comp = 1,25 ⋅
S
[kgf cm 2 ] (3.23) σ comp = 1,25 ⋅
S
[kgf cm 2 ] (3.24)

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Para se ter comprimento mínimo σ comp = σ comp , então, ordenando-se as equações,

tem-se respectivamente:

T ⋅S 4 3 T ⋅S 4 3
L= ⋅ + 2 [cm] (3.25) L= ⋅ + 2 [cm] (3.26)
1,25 ⋅ σ R h 2
b 1,25 ⋅ σ E h 2
b

Obs: Deve-se adotar o maior comprimento calculado pelas equações (3.17), (3.20), (3.25)
se for utilizado o critério da Tensão Limite de Ruptura ou pelas equações (3.18), (3.21),
(3.26) se for o critério da Tensão Limite de Escoamento.

3.7.4. Fatores de Concentração de Tensão Teóricos para Árvores com Rasgos de


Chaveta
Os rasgos de chavetas introduzem concentração de tensões nas árvores que
devem ser levados em consideração no dimensionamento. Os fatores de concentração
de tensões teóricos foram estudados por R. E. Peterson em seu livro Design Factor for
Stress Concentration – Machine Design e dependem do tipo de carregamento a que estão
submetidas as árvores.

3.7.4.1. Árvores Submetidas à Torção


Neste caso o fator depende do processo de fabricação do rasgo da chaveta.

Figura (3.2 A) Figura (3.2 B)


Rasgo de chaveta usinado por Rasgo de chaveta usinado por
fresa de topo kt=1,90 fresa de disco kt=1,38

3.7.4.2. Árvores Submetidas a Flexo-torção


Neste caso para qualquer tipo de processo de fabricação do rasgo da chaveta, o
fator de concentração de tensão é kt=3,0.

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3.8. Tabelas
Tabela (3.1) – Chavetas Paralelas

ÁRVORE CHAVETA

DIÂMETRO LARGURA ALTURA COMPRIMENTO

d L
b h
> ≤ MIN MAX
6 8 2 2 6 20
8 10 3 3 6 36
10 12 4 4 8 45
12 17 5 5 10 56
17 22 6 6 14 70
22 30 9 7 18 90
30 38 10 8 22 110
38 44 12 8 28 140
44 50 14 9 36 160
50 58 16 10 45 180
58 65 18 11 50 200
65 75 20 12 56 220
75 85 22 14 63 250
85 95 25 14 70 280
95 110 28 16 80 320
110 130 32 18 90 360
130 150 36 20 100 400
150 170 40 22 - -
170 200 45 25 - -
200 230 50 28 - -
230 260 56 32 - -
260 290 63 32 - -
290 330 70 36 - -
330 380 80 40 - -
380 440 90 45 - -
440 500 100 50 - -
DIMENSÕES DE CHAVETAS EM mm

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Tabela (3.2) – Chaveta Inclinada

ÁRVORE CHAVETA

0DIÂMETRO LARGURA ALTURA COMPRIMENTO CABEÇA

d L
b h h1
> ≤ MIN MAX
6 8 2 2 6 20 -
8 10 3 3 6 36 -
10 12 4 4 8 45 7
12 17 5 5 10 56 8
17 22 6 6 14 70 10
22 30 9 7 18 90 11
30 38 10 8 22 110 12
38 44 12 8 28 140 12
44 50 14 9 36 160 14
50 58 16 10 45 180 16
58 65 18 11 50 200 18
65 75 20 12 56 220 20
75 85 22 14 63 250 22
85 95 25 14 70 280 22
95 110 28 16 80 320 25
110 130 32 18 90 360 28
130 150 36 20 100 400 32
150 170 40 22 - - 36
170 200 45 25 - - 40
200 230 50 28 - - 45
230 260 56 32 - - 50
260 290 63 32 - - 50
290 330 70 36 - - 56
330 380 80 40 - - 63
380 440 90 45 - - 70
440 500 100 50 - - 80
DIMENSÕES DE CHAVETAS EM mm

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Tabela (3.3) – Chaveta Meia Cana

ÁRVORE CHAVETA

DIÂMETRO d LARG. ALT. DIÂM.


SÉRIE 1 SÉRIE 2
b h D
> ≤ > ≤
3 4 3 4 1,0 1,4 4,0
4 5 4 6 1,5 2,6 7,0
5 6 6 8 2,0 2,6 7,0
6 7 8 10 2,0 3,7 10,0
7 8 10 12 2,5 3,7 10,0
8 10 12 15 3,0 5,0 12,0
10 12 15 18 3,0 6,5 16,0
12 14 18 20 4,0 6,5 16,0
14 16 20 22 4,0 7,5 19,0
16 18 22 25 5,0 7,5 16,0
18 20 25 28 5,0 7,5 19,0
20 22 28 32 5,0 9,0 22,0
22 25 32 36 6,0 9,0 22,0
25 28 36 40 6,0 10,0 25,0
28 32 40 - 8,0 11,0 28,0
32 38 - - 10,0 11,0 32,0
DIMENSÕES DE CHAVETAS EM mm

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3.9. Roteiro para dimensionamento de Eixos e Árvores – Capítulo 3

a) Definição das Resistências Estáticas da árvore e da chaveta (tabelas (2.3) à (2.7))


b) Cálculo da tensão de fadiga σ FAD
LIM
vida infinita ou σ FAD vida finita (ver cap. 2)
c) Croqui de carregamento
d) Cálculo do Momento fletor (tabela (1.5))

e) Cálculo do Momento torçor { Mt = F ⋅ x sendo F (kgf ) x (cm)


Mt = 71.620 N
n
sendo N (CV ) / n (rpm)

f) Cálculo do Diâmetro (adotar o maior diâmetro “d”)


Estático
1 1
3 3
S S
d= ⋅ 1024 ⋅ Mf + 768 ⋅ Mt
2 2
ou d = ⋅ 1024 ⋅ Mf + 768 ⋅ Mt
2 2

1,25 ⋅ π ⋅ σ R 1,25 ⋅ π ⋅ σ e

Sines
1 1
32 ⋅ Mf ⋅ S 3
32 ⋅ Mf ⋅ S 3
Vida Infinita d = ou vida finita d =
π ⋅ σ FAD
LIM
π ⋅ σ FAD
Soderberg
1 1
1 3 1 3
2 2 2 2 2 2
32 ⋅ S Mt Mf 32 ⋅ S Mt Mf
Vida infinita d= + ou vida finita d= +
π σ LIM
FAD σE π σ FAD σE

g) Cálculo da Deflexão Máxima y máx (tabela (1.5))

L
h) Cálculo da Deflexão Admissível y = ( NR =número normalizado)
NR

i) Verificação da deflexão Se { y máx ≤ y OK


y máx > y reprojetar o " d "

Mt ⋅ L
j) Cálculo do ângulo de torção ϕ =
It ⋅ G
π ⋅L
k) Cálculo do ângulo de torção admissível ϕ =
720

l) Verificação do ângulo de torção Se {ϕϕ ≤ ϕ OK


> ϕ reprojetar o " d "

1
m) Cálculo da velocidade crítica ηcrít = 300 ⋅
y máx

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n) Verificação da velocidade crítica Se {ηη real

real
≤ ηcrít OK
> ηcrít reprojetar o " d "
1
10.000.000 ⋅ d 2
o) Cálculo do espaçamento máximo entre mancais Lmáx =
n

p) Verificação do espaçamento máximo entre mancais Se { Lreal ≤ Lmáx OK


Lreal > Lmáx reprojetar o " d "

Mt
q) Cálculo da força na chaveta T = Escolha do b e h da chaveta (tabela (3.1))
R
r) Cálculo do comprimento mínimo da chaveta
3 ⋅T ⋅ S 2 ⋅T ⋅ S T ⋅S 4 3
Cisalhamento L = Compressão L = Composta L = ⋅ + 2
σR ⋅b σR ⋅h 1,25 ⋅ σ R h 2
b
ou

3 ⋅T ⋅ S 2 ⋅T ⋅ S T ⋅S 4 3
Cisalhamento L = Compressão L = Composta L = ⋅ + 2
σE ⋅b σE ⋅h 1,25 ⋅ σ E h 2
b

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3.10. EXERCÍCIOS
3.10.1 Calcule o diâmetro da árvore da figura abaixo pelos critérios Estático, Sines e
Soderberg, e verifique a Deflexão, Ângulo de Torção, Velocidade Crítica e Espaçamento
Máximo entre Mancais e calcule a chaveta paralela para fixação da engrenagem na
mesma, sendo ambas em aço SAE1040 laminado. Sabe-se que o fator de segurança é
S=2,5 em relação à Tensão Limite de Escoamento, a força resultante na engrenagem é
F=500kgf e o ângulo de pressão da engrenagem é θ = 20º com a vertical, sabe-se
também que a Tensão Limite à Fadiga completamente corrigida é σ FAD
2
LIM
= 1200 kgf cm , o
diâmetro primitivo da engrenagem é Dp = 30cm , NR = 2000 e n = 1800rpm .

a. Definição das Resistências Estáticas (árvore e chaveta)


Da tabela (2.3), pág. 79, obtemos para material SAE1040 L

σ R = 53 − 58 kgf adota-se σ R = 5300 kgf


mm 2 cm 2

σ E = 30 − 37 kgf 2 adota-se σ E = 3000 kgf


mm cm 2
b. Cálculo da Tensão de Fadiga
Vida Infinita
σ FAD
LIM
= 1200 kgf cm
2

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c. Croqui de Carregamento

Fx = 500 ⋅ sen 20° => Fx = 171kgf


Fy = 500 ⋅ cos 20° => Fy = 470kgf

F = Fx 2 + Fy 2 = (171)2 + (470)2 => F = 500kgf

d. Cálculo do Momento Fletor


F ⋅ b ⋅ x 500.40.50
Pela tabela (1.6), pág. 26, figura 6 tem-se: Mf = =
l 90
=> Mf = 11.111kgf ⋅ cm

e. Cálculo do Momento Torçor


dp 30
Mt = Fy ⋅ = 470 ⋅ => 7.050kgf ⋅ cm
2 2

f. Cálculo do Diâmetro
Estático
1
3
S
De equação (3.4): d= ⋅ 1024 ⋅ Mf 2 + 768 ⋅ Mt 2
1,25 ⋅ π ⋅ σ e
1
2,5 3
⋅ 1024 ⋅ (11.111) + 768 ⋅ (7.050 )
2 2
d=
1,25 ⋅ π ⋅ 3000
d = 4,42cm

Sines
1 1
32 ⋅ Mf ⋅ S 3
32 ⋅ 11.111 ⋅ 2,5 3
Da equação (3.7): d= = => d = 6,18cm
π ⋅ σ FAD
LIM
π ⋅ 1.200

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Soderberg
Da equação (3.9):
1 1
1 3 1 3
2 2 2 2 2 2
32 ⋅ S Mt Mf 32 ⋅ 2,5 7.050 11.111
d= + = +
π σ FAD
LIM
σE π 1.200 3000

d = 5,61cm
Adotando o maior => d=6,2cm

g. Cálculo da Deflexão Máxima


Fr ⋅ b ⋅ x
Da tabela (1.6), fig. 6, pág. 26: y max =
6 ⋅ E ⋅ If ⋅ l
(
⋅ x2 + b2 − l 2 )
π ⋅d4 π ⋅ 6,2 4
Da tabela (1.4), pág. 21: If = = => If = 72,5cm 4
64 64
500 ⋅ 40 ⋅ 50
então: y max =
6 ⋅ 2.100.000 ⋅ 72,5 ⋅ 90
(
⋅ 50 2 + 40 2 − 90 2 )
y max = −0,048cm

h. Cálculo da Deflexão Admissível


L 90
Da equação (1.21): y= = => y = 0,045cm
NR 2.000

i. Verificação da Deflexão
Da equação (1.21A):
y max = 0,048cm > y = 0,045cm => reprojetar

500 ⋅ 40 ⋅ 50
0,045 =
π ⋅d 4
(
⋅ 50 2 + 40 2 − 90 2 )
6 ⋅ 2.100.000 ⋅ ⋅ 90
64
d = 6,32cm

j. Cálculo do Ângulo de Torção


Mt ⋅ L
Da equação (1.30): ϕ=
It ⋅ G
π ⋅d4 π ⋅ 6,32 4
Da tabela (1.4), pág. 21: It = = => It = 156,6cm 4
32 32
7.050 ⋅ 90
ϕ= => ϕ = 0,0051rad
156,6 ⋅ 800.000
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k. Calculo do Ângulo de Torção Admissível


π ⋅L π ⋅ 0,9
Da equação (1.33): ϕ= = => ϕ = 0,0039rad
720 720

l. Verificação do Ângulo de Torção


Da equação (1.33A): ϕ = 0,0051rad > ϕ = 0,0039rad => reprojetar
7.050 ⋅ 90
0,0039 =
π ⋅d4
⋅ 800.000
32
d = 6,74cm

m. Cálculo da Velocidade Crítica

1
Da equação (3.11): ηcrít = 300 ⋅
y máx

Como a deflexão e o ângulo de torção foram recalculados, temos que recalcular a


deflexão:
500 ⋅ 40 ⋅ 50
Da tabela (1.6), fig. 6, pág. 26: y max = (
⋅ 50 2 + 40 2 − 90 2 )
π ⋅ 6,74 4
6 ⋅ 2.100.000 ⋅ ⋅ 90
64
y max = −0,035cm , então:

1
η crít = 300 ⋅ => η crít = 1603 rpm
0,035

n. Verificação da Velocidade Crítica


Da equação (3.11A): η = 1800rpm > η critico = 1603 rpm => reprojetar

1
1800 = 300 ⋅ => y max = −0,027cm
y máx

500 ⋅ 40 ⋅ 50
0,027 =
π ⋅d 4
(
⋅ 50 2 + 40 2 − 90 2 )
6 ⋅ 2.100.000 ⋅ ⋅ 90
64
d = 7,18cm

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o. Cálculo do Espaçamento Máximo entre Mancais


1
10.000.000 ⋅ d 2
Da equação (3.12): Lmáx =
n
1
10.000.000 ⋅ 7,18 2
Lmáx =
1.800
Lmáx = 200cm

p. Verificação do Espaçamento Máximo entre Mancais


Da equação (3.12A): L = 90cm ≤ Lmáx = 200cm => OK !

q. Cálculo da Força na Chaveta


Mt 7.050
Da equação (3.13): T= => T = => T = 1.964kgf
R 7,18
2
Escolhendo do b e h da chaveta, d=71,8mm, pela tabela (3.1), pág. 112, tem-se:
b = 2,0cm
h = 1,2cm

r. Cálculo do Comprimento Mínimo da Chaveta


Cisalhamento, da equação (3.18):

3 ⋅T ⋅ S 3 ⋅ 1.964 ⋅ 2,5
L= => L = => L = 1,42cm
σE ⋅b 3.000 ⋅ 2,0
Compressão, da equação (3.21):
2 ⋅T ⋅ S 2 ⋅ 1.964 ⋅ 2,5
L= => L = => L = 2,73cm
σE ⋅h 3.000 ⋅ 1,2
Composta, da equação (3.26):
T ⋅S 4 3 1.964 ⋅ 2,5 4 3
L= ⋅ + 2 => L = ⋅ + => L = 2,46cm
1,25 ⋅ σ E h 2
b 1,25 ⋅ 3.000 1,2 2
2,0 2

Adota-se o maior dos três valores encontrados=> L = 2,73cm

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