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Podcast
Disciplina: Proteção e controle de riscos em máquinas,
equipamentos e instalações II
Título do tema: Métodos de análise risco para atividades com
eletricidade
Autoria: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
Leitura crítica: Lucas dos Santos Araujo Claudino

Abertura:

Olá, caro aluno! Neste podcast vamos falar sobre a periculosidade e papel do
Engenheiro de Segurança do Trabalho frente as atividades perigosas.

O questionamento sobre o direito ou não do adicional de periculosidade é uma


das principais demandas que chegam ao judiciário brasileiro, envolvendo
geralmente, trabalhadores que interagem com eletricidade e a empresa
contratante. Muitos destes conflitos poderiam ser evitados se existisse uma
política clara para intervenções no sistema elétrico da empresa, passando por
definição mais claras na descrição de cargos dos profissionais de manutenção,
definição de quais funcionários ou cargos são autorizados a intervir em
instalações elétricas energizadas, elaboração de procedimentos técnicos e de
segurança específicos para intervenção no sistema elétrico e lógico garantindo
que as instalações elétricas da empresa estejam adequadas conforme as
normas técnicas vigentes.

Não há dúvidas sobre os riscos que os trabalhadores que interagem


eletricidade estão expostos, tornando a atividade perigosa, porém existem
meios através de proteções coletivas, medidas administrativas que podem
reduzir a exposição ao risco com eletricidade e inclusive descaracterizar o
direito do adicional.

Não há nenhuma vantagem em trabalhar em ambientes insalubres e perigosos,


por isso, faz parte da atribuição do Engenheiro de Segurança do Trabalho,
propor medidas para eliminar ou neutralizar os agentes e atividades
ocupacionais que tornam o ambiente insalubre ou perigoso. Normalmente,
estas ações estão relacionadas com proteções coletivas, que envolvem em
muitos casos, mudanças estruturais e alterações nos processos e
procedimentos. Um exemplo, imagine que determinados profissionais recebem
o adicional de insalubridade em função do ruído do ambiente estar acima do
nível de tolerância. A fonte deste ruído é um compressor de ar que fica anexo a
sala onde os profissionais exercem suas atividades.

O Engenheiro de Segurança pode propor várias ações simples de engenharia,


como solicitar que o compressor seja instalado em local mais distante, ou
propor um tratamento acústico no ambiente ou na carenagem do compressor,
entre outras medidas. Outro exemplo, muito comum inclusive: os profissionais
do setor de manutenção elétrica de uma determinada empresa recebem o
adicional de periculosidade, pois sempre que solicitado, eles adentram em uma
cabine de energia alimentada em alta tensão para realizar medições
preventivas. O profissional de segurança do trabalho, pode propor que a
empresa autorize a entrar na cabine primária apenas 2 funcionários por turno
de trabalho. Com isto diminui o número de funcionários que estão expostos ao
risco, descaracterizando o direito do adicional para os demais.

Infelizmente, os próprios funcionários, almejam o adicional de periculosidade


apenas pelo ponto de vista econômico, ou seja, um aumento de 30% no seu
salário, isto significa que, muitas das propostas para eliminar a insalubridade e
a periculosidade não são bem aceita por eles.

Existe uma dificuldade de entendimento, por parte dos funcionários, que


quando recebem a insalubridade, na verdade a empresa está pagando
adiantado pelos transtornos relacionados a sua saúde, visto que em médio e
longo prazo, ambientes insalubres podem ocasionar problemas crônicos e
irreversíveis. No caso de receberem o adicional de periculosidade, a empresa
está adiando o pagamento pelo risco de morte a qualquer momento, se algo
sair errado em uma determinada atividade, a probabilidade de morte é real.
Desta forma sentem a satisfação momentânea financeira dos 30% (no caso de
periculosidade), mas esquecem que futuramente os transtornos poderão ser
irreversíveis.

Independente da reação positiva ou negativa por parte dos trabalhadores, é


dever do Engenheiro de Segurança do Trabalho, propor ações e medidas para
descaracterizar a atividade perigosa ou o ambiente insalubre, pois o intuído é
preservar vidas e garantir o bem-estar do funcionário na sua atividade laboral,
para que ele possa desfrutar de saúde junto aos seus familiares, mesmo que
neste momento eles não consigam deslumbrar este futuro.

Fechamento:

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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