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DIREITO DO TRABALHO

NR 3
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NR 3

O estudo da NR 3 é essencial, sobretudo para aqueles que pensam em fazer o concurso


para auditor fiscal, pois ela trata do embargo e da interdição.
A NR 3 fez parte das reformas das normas regulamentadoras, e, para ela, foi trazida objeti-
vidade. O texto da NR 3 visa trazer parâmetros concretos para que possa ser realizado tanto o
embargo de uma obra, por exemplo, quanto a interdição de uma máquina ou de um setor de serviço.
Ela traz conceitos importantes, como o de risco grave e iminente, além de variáveis,
como consequência e probabilidade, para que o responsável pela fiscalização possa mensu-
rar objetivamente o risco apresentado ao trabalhador.

Convenção 81 da OIT

Art. 13. 1. Os inspetores de trabalho serão autorizados a providenciar medidas destina-


das a eliminar defeitos encontrados em uma instalação, uma organização ou em métodos
de trabalho que eles tenham motivos razoáveis para considerar como ameaça à saúde ou à
segurança dos trabalhadores.
Obs.: a OIT ratificou essa convenção, que estabelece uma diretriz muito clara sobre a
possibilidade de interdição do setor de serviço de embargo de obra, por exemplo. Essa pre-
visão é regulamentada pela NR 3.
2. A fim de estarem aptos a provocar essas medidas, os inspetores terão o direito, ressal-
vado qualquer recurso judiciário ou administrativo que possa prever a legislação nacional, de
ordenar ou de fazer ordenar:
a) que sejam feitas nas instalações, dentro de um prazo fixo, as modificações necessá-
rias a assegurar a aplicação estrita das disposições legais concernentes à saúde e à segu-
rança dos trabalhadores;
b) que sejam tomadas imediatamente medidas executivas no caso de perigo iminente
para a saúde e a segurança dos trabalhadores.
Obs.: é preciso ter em mente a expressão “perigo iminente”, cujo conceito será
visto em breve.
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CLT
Art. 161. O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço compe-
tente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabeleci-
mento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão,
tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas
para prevenção de infortúnios de trabalho.
Obs.: a CLT também faz essa determinação e traz a autorização para que sejam interdi-
tados os setores de serviço, estabelecimento, máquina ou equipamento e para que sejam
embargadas as obras.
Só é possível embargar a obra. Quando tratamos de setores, serviços, máquinas, equi-
pamentos ou estabelecimentos, trata-se de interditar. Essa distinção pode ser útil em ques-
tões objetivas.
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Em relação aos conceitos, a interdição e o embargo são medidas administrativas preven-
tivas extremas (cautelares) que devem ser adotadas pela autoridade competente em matéria
de Segurança no Trabalho quando da constatação de risco grave e iminente à integridade
física e à saúde do trabalhador.
O risco grave e iminente, por sua vez, é toda situação ou condição de trabalho que possa
causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do
trabalhador.

Partindo para a NR 3, logo no início de seu texto, está o objetivo:


3.1 Objetivo 3.1.1 Esta norma estabelece as diretrizes para caracterização do grave e
iminente risco e os requisitos técnicos objetivos de embargo e interdição.
Obs.: toda a sistemática da NR 3 gira em torno do conceito de grave e iminente risco. Ela
auxilia a identificar o que é o grave e iminente risco e regula o embargo e a interdição.
3.1.1.1 A adoção dos referidos requisitos técnicos visa à formação de decisões consisten-
tes, proporcionais e transparentes.
Obs.: a ideia da NR 3 foi trazer objetividade às decisões dos auditores fiscais do trabalho
e tirar um pouco da discricionariedade do inspetor ou do fiscal em relação à interdição ou
ao embargo.
O próximo item trata das definições e tem muitas chances de ser cobrado na prova:
3.2 Definições
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3.2.1 Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que
possa causar acidente ou doença com lesão grave ao trabalhador.
3.2.2 Embargo e interdição são medidas de urgência adotadas a partir da constatação
de condição ou situação de trabalho que caracterize grave e iminente risco ao trabalhador.
Obs.: o embargo e a interdição ocorrem quando há uma situação em que o trabalhador
está exposto a um grave e iminente risco. Os conceitos estão intimamente relacionados.
A vantagem da NR 3 é que ela permite trazer esses conceitos para o dia a dia do trabalho.
Nos princípios da segurança do trabalho, foi visto que o trabalhador pode se recusar ao
trabalho, sem prejuízo do salário, quando estiver diante de um iminente e grave risco no meio
ambiente laboral.
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3.2.2.1 O embargo implica a paralisação parcial ou total da obra.
3.2.2.2 A interdição implica a paralisação parcial ou total da atividade, da máquina ou
equipamento, do setor de serviço ou do estabelecimento.
3.2.2.3 O embargo e a interdição podem estar associados a uma ou mais das hipóteses
referidas nos itens 3.2.2.1 e 3.2.2.2.
3.2.2.3.1 O Auditor Fiscal do Trabalho deve adotar o embargo ou a interdição na menor
unidade onde for constatada situação de grave e iminente risco.
Obs.: quando o auditor fiscal do trabalho fiscaliza um estabelecimento e percebe que
o grave e iminente risco está restrito a uma máquina, ele não interdita o estabelecimento
inteiro, mas a menor unidade possível, para garantir a continuidade da atividade econômica.
3.3 Caracterização do Grave e Iminente Risco
3.3.1 A caracterização do grave e iminente risco deve considerar:
a) a consequência, como o resultado ou resultado potencial esperado de um evento, con-
forme Tabela 3.1 (Retificação no DOU de 23/01/2020 – seção 1 – pág. 57); e
b) a probabilidade, como a chance de o resultado ocorrer ou estar ocorrendo, conforme
Tabela 3.2 (Retificação no DOU de 23/01/2020 – seção 1 – pág. 57).
Obs.: existe uma série de regras em relação à máquina. Se uma máquina estiver desre-
gulada, em relação à consequência, o resultado potencial esperado desse defeito é a perda
do membro do trabalhador.
Aquilo que pode acontecer em decorrência de um defeito é chamado de consequência.
A chance de esse evento acontecer, considerando-se o defeito da máquina, é chamada de
probabilidade.
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O auditor fiscal do trabalho, ao fazer uma análise, necessariamente deve levar em consi-
deração a consequência e a probabilidade.
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3.3.2 Para fins de aplicação desta norma, o risco é expresso em termos de uma combi-
nação das consequências de um evento e a probabilidade de sua ocorrência.
Isso pode ser observado melhor na tabela a seguir:

Obs.: os eventos analisados devem ser enquadrados conforme a sua consequência e a


sua probabilidade.
3.3.3 Ao avaliar os riscos, o Auditor-Fiscal do Trabalho deve considerar a consequência
e a probabilidade separadamente.
3.3.4 A classificação da consequência e da probabilidade será efetuada de forma funda-
mentada pelo Auditor-Fiscal do Trabalho.
3.3.5 A classificação das consequências deve ser efetuada de acordo com o previsto na
Tabela 3.1 e a classificação das probabilidades de acordo com o previsto na Tabela 3.2.
Em relação às consequências, elas podem ser classificadas das seguintes maneiras:
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O exemplo dado anteriormente, da perda de um membro em uma máquina com defeito, pode
ser classificado como uma consequência severa, pois trata-se de uma sequela permanente.
O prazo igual ou inferior a quinze dias é o prazo necessário para que o empregado
receba o auxílio por incapacidade temporária ou o auxílio-doença. Nesse caso, seriam bene-
fícios acidentários.
Quando o afastamento se dá por quinze dias, quem paga o tempo de trabalho que não
foi prestado é o próprio empregador.
A partir do décimo sexto dia, o empregado é encaminhado para a Previdência Social e
passa a receber o benefício previdenciário. Caso se trate de um acidente de trabalho, ele
deve receber o benefício previdenciário acidentário.
O parâmetro de quinze dias é utilizado em vários momentos, inclusive para gerar o direito
de estabilidade provisória.
Para que seja concedida a estabilidade provisória decorrente do acidente de trabalho, o
trabalhador precisa necessariamente estar afastado por mais de quinze dias.
Esse é o mesmo parâmetro utilizado para a interrupção ou para a suspensão do contrato
de trabalho.
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Também existe uma tabela que indica as classificações da probabilidade:
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Obs.: quando uma máquina está sem cadência e sem sensor, é provável que o trabalha-
dor tenha a sua mão esmagada.
3.3.6 Na caracterização de grave e iminente risco ao trabalhador, o Auditor-Fiscal do
Trabalho deverá estabelecer o excesso de risco por meio da comparação entre o risco atual
(situação encontrada) e o risco de referência (situação objetivo).
Obs.: o auditor fiscal sempre deve analisar qual é o risco de referência, ou seja, qual é o
objetivo ou o ideal. O esperado da máquina defeituosa mencionada anteriormente é que hou-
vesse cadência e sensor, para reduzir a probabilidade de uma consequência.
Esse risco de referência deve ser subtraído do risco atual, que é a situação encontrada.
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Essa subtração define qual é o excesso de risco, isto é, se o risco é muito baixo ou muito
alto, além daquele que é esperado.
3.3.7 O excesso de risco representa o quanto o risco atual (situação encontrada) está distante
do risco de referência esperado após a adoção de medidas de prevenção (situação objetivo).
3.3.8 A Tabela 3.3 deve ser utilizada pelo Auditor-Fiscal do Trabalho em caso de exposi-
ção individual ou de reduzido número de potenciais vítimas expostas ao risco avaliado
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Obs.: o exemplo trabalhado é um risco individual, porque a consequência gerada pelo des-
nível da máquina prejudica somente um trabalhador. Contudo, é possível que um risco atinja
o meio ambiente de trabalho como um todo, como uma prevenção de incêndio estragada.
3.3.9 A Tabela 3.4 deve ser utilizada para a avaliação de situação onde a exposição ao
risco pode resultar em lesão ou adoecimento de diversas vítimas simultaneamente.
Obs.: a primeira tabela apresentada diz respeito às consequências individualizadas ou de
pequeno número de pessoas.
3.3.10 Os descritores do excesso de risco são: E – extremo, S – substancial, M – mode-
rado, P – pequeno ou N – nenhum.
Obs.: o excesso de risco analisado a partir da subtração é o que se chama de descritor do
excesso de risco. Ele pode ser extremo, substancial, moderado, pequeno ou nenhum.
As etapas do estabelecimento do excesso de risco também podem ser cobradas na prova:
3.3.11 Para estabelecer o excesso de risco, o Auditor-Fiscal do Trabalho deve seguir as
seguintes etapas:
a) primeira etapa: avaliar o risco atual (situação encontrada) decorrente das circunstân-
cias encontradas, levando em consideração as medidas de controle existentes, ou seja, o
nível total de risco que se observa ou se considera existir na atividade, utilizando a classifica-
ção indicada nas colunas do lado esquerdo das Tabelas 3.3 ou 3.4 (Retificação no DOU de
23/01/2020 – seção 1 – pág. 57);
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b) segunda etapa: estabelecer o risco de referência (situação objetivo), ou seja, o nível
de risco remanescente quando da implementação das medidas de prevenção necessárias,
utilizando a classificação nas linhas da parte inferior das Tabelas 3.3 ou 3.4 (Retificação no
DOU de 23/01/2020 – seção 1 – pág. 57);
c) terceira etapa: determinar o excesso de risco por comparação entre o risco atual e o
risco de referência, localizando a interseção entre os dois riscos na tabela 3.3 ou 3.4 (Retifi-
cação no DOU de 23/01/2020 – seção 1 – pág. 57).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pela professora Fernanda da Rocha Teixeira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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