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20
18
Aumento de produção com redução
dos custos de pintura – Novo
sistema de pintura de eixos
Identificação Experimental do
20 modelo matemático da Cinética
de remoção de resíduos
39 Protetor de Transientes
em redes PROFIBUS
48 42
Diretrizes para Projeto e Instalação
de Redes PROFIBUS DP
Editorial 03
Eventos 06
Notícias 08
eventos
Junho
FISPAL - Feira Internacional de Curso - Método dos Elementos Curso - Desenvolvimento de
Embalagens, Processos e Logística Finitos Aplicado na Indústria produtos utilizando lean
para as Indústrias de Alimentos e Automotiva Organizador: SAE BRASIL
Bebidas Organizador: SAE BRASIL Data: 16
Organizador: Brazil Trade Show Data: 23 a 24 Local: Av. Paulista, 2073 – Edifício Horsa II
Data: 8 a 11 Local: Av. Paulista, 2073 – Edifício Horsa II – Cj. 1003 – 10º andar- São Paulo - SP
Local: Anhembi - Av. Olavo Fontoura, – Cj. 1003 – 10º andar- São Paulo - SP www.saebrasil.org.br
1209, Santana – São Paulo www.saebrasil.org.br
www.fispal.com ISA Expo Campinas 2010
Curso – Configuração PRM Organizador: ISA Campinas Section
Curso - Manutenção CS3000 Organizador:Yokogawa América do Sul Data: 13 a 14
Organizador:Yokogawa América do Sul Data: 29 a 30 Local: Ginásio Poliesportivo UNISAL-
Data: 14 a 18 Local: Yokogawa América do Sul Ltda Campinas - SP
Local: Yokogawa América do Sul Ltda Avenida Ceci, 1500 - CEP 06460-120 www.isacampinas.org.br/site/
Avenida Ceci, 1500 - CEP 06460-120 Tamboré - Barueri - SP isaexpocampinas
Tamboré - Barueri - SP www.yokogawa.com.br/
www.yokogawa.com.br/ treinamento Protection Offshore - Fórum
treinamento Internacional de Saúde, Meio
Ambiente, Segurança e
Feira Internacional dos Julho Responsabilidade Social
Fornecedores da Indústria Química Curso - Sistema de Suspensão Organizador: Alcantara Machado / Reed
e Petroquímica Organizador: SAE BRASIL Exhibitions
Organizador: Petrobras Data: 3 a 17 Data: 20 a 22
Data: 21 a 24 Local: Av. Paulista, 2073 – Edifício Horsa II Local: Cidade Universitária de Macaé
Local: Anhembi - Av. Olavo Fontoura, – Cj. 1003 – 10º andar- São Paulo - SP - Rio de Janeiro - RJ
1209, Santana – São Paulo www.saebrasil.org.br www.protectionoffshore.com.br
www.quimica-petroquimica.com.br
Festo/Divulgação
Será um dos maiores parques fabris
da Festo fora da Alemanha.
Produtos
Curtas
Curso de CCE
A ABEE/SP (Associação Brasileira de Engenheiros Eletricis- de comando e diagnóstico de defeitos, além de auxiliar os
tas de São Paulo), realizou nos dias 10, 11 e 12 de maio o estudantes a elaborar inúmeros tipos de circuitos a partir de
curso CCE Projetos de Circuitos de Comandos Elétricos, esquemas tradicionais.
voltado para engenheiros, tecnólogos, técnicos, projetistas O workshop apresentou os princípios de funcionamento e as
que desejam aprimorar seus conhecimentos na área. principais características dos diversos componentes usados
O curso teve o objetivo de desenvolver um encadea- em comandos elétricos incluindo CLP (controlador lógico
mento lógico, associando a lógica operacional com à de programável) e dispositivos discretos.
circuitos elétricos, facilitando a interpretação de esquemas
Produtos
Festo/Divulgação
Fabricantes e as novidades
na Feira da Mecânica
Bastante movimentado, o primeiro dia da 28ª Feira da
Mecânica, reuniu desde estudantes do Senai ou outras escolas
técnicas até empresários do setor em busca de soluções para
as suas empresas.
As empresas para não passarem despercebidas, trouxeram o
que têm de mais recente em seu portfólio. Como a Festo Auto-
mação que apresentou pela primeira vez no Brasil o AquaJelly,
um robô que tem aparência e comportamento de uma água-
viva. A Abimaq lançou, também na feira, o seu catálogo, que
reúne informações sobre o setor de máquinas e equipamentos,
praticamente um guia das empresas associadas.
Para profissionais que necessitam de precisão geométrica,
a Instrutherm apresentou o microscópio MDV-200 com visor
LCD de 8” e resolução de 800 x 600 pixels. A empresa Wika,
trouxe o seu mais novo transmissor da família C-2 para medição
de pressão em compressores tipo parafuso, pistão e turbo. A
Yaskawa pensou nas aplicações que necessitam do controle de
apenas um eixo de servomotor, ou ainda o controle individual
e modular, então desenvolveu o mais novo controlador de má-
quinas, o MP2600iec com funções ponto-a-ponto, e controle
de velocidade, entre outros.
O AquaJelly é um
dos destaques
da área Bionic
Learning da Festo.
Produtos
Rápido e fácil
Pegar e posicionar
micropeças com o VisionPro®
Quer se trate de fornecer componentes para a indústria auto-
motiva ou fabricar produtos médicos, o sucesso das soluções
de automação depende de três critérios: velocidade, precisão
e facilidade de uso. Os engenheiros da iTECH Engineering
AG, em Bettlach, Suíça, criaram um sistema ultracompacto e
extremamente eficiente para identificação de peças e inspeção
opcional. O iPLACE 300, associado ao software VisionPro®, da
Cognex, agilizará a manipulação de pequenas peças — uma
solução precisa!
O
s modernos sistemas pick-and-place (pegar e Velocidade e concentração
posicionar) registram peças com tecnologia de extremas
visão confiável, assegurando um tempo curto As peças são alimentadas no iPLACE 300
de transição graças à operabilidade direta. A através de um vasto magazine com um grande
solução estado-da-arte da iTECH Enginee- depósito. O equipamento periférico flexível
ring para manipulação precisa de micropeças proporciona fornecimento alternativo de
acelera os processos de produção ao combinar peças por meio de uma esteira transportadora
software/hardware inteligente à simplicidade servoacionada. O iPLACE 300 transfere as
de manipulação. Associado ao VisionPro, o pequenas peças para a área de trabalho via
sistema piloto, que carrega o nome promissor indução de vibração. Fabricada em plástico
de iPLACE 300, será posto em prática em transparente resistente a arranhões, também
breve por um conhecido fabricante suíço de funciona como área de imagem para o siste-
instrumentos odontológicos. ma de visão, desenvolvido com o software
Extremamente compacta e, ainda assim, VisionPro. A iluminação traseira variável
muito robusta, esta solução autônoma é projeta a disposição visivelmente contrastante
concebida para apanhar peças de precisão e das peças verticalmente para cima, sobre um
F1. O iPLACE 300 identifica peças pequenas utilizando o software de F2. Uma estrutura sólida aliada a uma tecnologia impressionante.
visão inteligente VisionPro, pega-as com o novo robô de quatro eixos e Com peso total de 500 Kg, o iPLACE 300 é uma solução robusta com
as deposita com precisão, todo o processo leva apenas um segundo. um design compacto.
F3. Compacta, veloz, precisa. A próxima versão do iPLACE 300 será F4. Graças ao VisionPro, o iPLACE 300 pega e transfere até peças
móvel para tornar seu uso flexível em diferentes estações de trabalho. minúsculas como este pino utilizado em instrumentos odontológicos.
transmissão extremamente veloz de valores estampadas - recurso que é especialmente inteligente, o iPLACE 300 também é capaz
de imagem. Aqui, o VisionPro se concentra importante para o projeto- piloto quando de avaliar a qualidade de peças pequenas
totalmente nas características críticas para a peças em miniatura estão sendo produzidas empregando uma estação opcional de con-
aceitação das pequenas peças. O software de para instrumentos odontológicos. O tempo trole de peças. O VisionPro pode oferecer
visão inteligente ignora quaisquer variações de ciclo de identificar, pegar e posicionar as a experiência conquistada através dos mais
na aparência que não sejam críticas. Não peças é de apenas um segundo, número que de 500 mil sistemas instalados em todas
há necessidade de pré-processar os dados impressiona. as partes do mundo. Sua ampla biblioteca
da imagem, procedimento que costuma de ferramentas garante a otimização das
ser exaustivo. O resultado é a manipulação Dados poderosos para imagens antes da inspeção. A tecnologia
extremamente rápida de peças e o desenvol- um desempenho ídem PatMax ®, por exemplo, pode ser usada
vimento fácil de aplicações de acordo com Embora o iPLACE 300 seja totalmente para correspondência precisa de padrões,
as especificações de novos produtos. autônomo em termos de operação, também enquanto que o algoritmo IDMax® é capaz
Depois que o sistema de visão Cognex pode ser incorporado a um sistema de pro- de identificar até códigos Data Matrix mal
identifica as posições das peças, um robô dução de nível mais alto. Isso é garantido marcados. Outras ferramentas abrangentes
cartesiano com 4 eixos, desenvolvido recen- pelo PC integrado, que utiliza o VisionPro de cor, medição e processamento de imagem
temente pela iTECH Engineering, se desloca para analisar dados de imagem confiavel- asseguram otimização e processamento
sobre a área de trabalho e pega a pequena peça mente em frações de segundo. Dependendo velozes e precisos.
utilizando garras a vácuo ou um sistema de dos requisitos da aplicação, o banco de O iPLACE 300, com seu design modular
garra tátil. Em seguida, ajusta o posiciona- dados embutido contém qualquer número inteligente, pode ser combinado à flexibilidade
mento exigido para posterior processamento de sequências de manipulação livremente oferecida pela tecnologia de visão Cognex
– por exemplo, paletização no alimentador programáveis. Do lado do hardware, a velo- para reduzir os tempos de entrega e, conse-
de bandeja, packing no alimentador de fitas cidade de transição é aumentada via travas quentemente, os custos. À prova de falhas,
ou posicionamento vertical e inserção de magnéticas precisas projetadas para a fixação graças ao hardware e ao software de máxima
pequenos eixos em suportes de precisão. As das diferentes ferramentas-garra. qualidade, a solução garante tranquilidade
garras de alta precisão podem até mesmo virar Quando utilizado com o VisionPro para o trabalho de produção e o posterior
ao contrário, com rapidez e facilidade, peças como um “acelerador de dados de imagem” processamento de micropeças. MA
A
nova instalação de pintura da Dürr é utilizada Na cabine de pintura dois robôs da
principalmente para a pintura de eixos de Dürr do tipo EcoRP 6F, equipados com o
veículos de transporte de 3,5 t e 5 t. A Dürr pulverizador EcoGun2 de alto rendimento,
forneceu uma instalação de pintura de alta aplicam um verniz de proteção. O EcoRP
qualidade que opera com uma velocidade 6F possui seis eixos de livre programação
máxima de tempo de ciclo de 60 segundos e são caracterizados pela alta qualidade e
em funcionamento contínuo. eficiência de aplicação, alta disponibilidade
Quando os eixos chegam da montadora, eles e pouca manutenção. O verniz de proteção
são levados por uma esteira transportadora é aquecido a uma temperatura de 60°C para
para a instalação de pintura, separados em a aplicação.
tipos e na ordem da técnica de transporte que A cabine de pintura, que funciona com
os leva ao processo de pintura. Em duas áreas circulação de ar, tem ainda mais uma carac-
de trabalho, cada uma equipada com um terística especial: por exemplo para poder
guindaste, os eixos são pendurados em ciclo reagir rapidamente, em caso de manutenção,
de 60 segundos nos carros de transporte do ela pode em um curto espaço de tempo
‘Transportador Power&Free’. Eixos especiais ser arejada. Com isso, a concentração de
s
Identificação
Experimental
do modelo matemático da
Cinética de remoção de resíduos
Com o objetivo de identificar experimentalmente as funções de
transferência que representam os comportamentos dinâmicos
das variáveis de processo que interferem no funcionamento de
um sistema de limpeza CIP. A meta a ser alcançada consiste em
definir uma função-objetivo que permita otimizar o processo.
Ederson C. L. de Oliveira dos Santos
Fabrizio Eduardo Centineo As funções de transferência obtidas serão empregadas em um
Giancarlo Rodrigues Puga algoritmo computacional que permitirá a previsão do valor de
Marcio Chiarlitti uma variável do processo usada como figura de mérito para a
Omar Gonzalo Oseguera Perez
Rubens Gedraite análise da otimização alcançada
O
Leo Kunigk
contato dos alimentos com superfícies mal do estabelecimento das cinéticas de remoção
higienizadas pode aumentar a incidência de resíduos de cada etapa do processo.
de micro-organismos prejudicando sua O estabelecimento do tempo adequado
qualidade. A presença de resíduos tam- ao processo de higienização é fundamental
bém ocasiona problemas operacionais nos para a eficiência do processo. Deve ser
equipamentos, pois acarreta queda dos suficientemente longo para que as reações
rendimentos nas trocas térmicas e aumento químicas e as interações físicas ocorram a
cesso. O enxágue também se caracteriza Em um processo CIP, o tempo de es- na água empregada nesta fase; e no enxágue,
pela passagem de água no equipamento, coamento das soluções, em cada etapa do através da análise da variação da alcalinidade,
porém com função precípua de remoção processo de higienização, é o parâmetro de ao longo do tempo, da água empregada para
do detergente químico utilizado. maior facilidade de manipulação e, por isso, remoção do detergente alcalino.
Dois parâmetros envolvidos nestes o fator preferido de redução. Porém, se for
processos foram objetos de análise neste alterado de forma não criteriosa, poderá O Processo de Sanitização
trabalho: vazão de escoamento e tempe- ocasionar a não efetividade do processo. de Instalações Industriais
ratura. O primeiro está relacionado com A prática de higienização de equipamen- Alimentícias
a ação cisalhante proporcionada pela água tos pela indústria de alimentos baseia-se em Desde os primórdios da civilização
sobre a superfície, enquanto o segundo experiências empíricas, deixando o setor humana, a conservação dos alimentos foi
permite melhor solubilização dos resíduos, à mercê de informações provenientes dos uma das necessidades do ser humano. Esta
facilitando sua remoção. fornecedores de detergentes e sanitizantes. atividade era essencial para garantir a qua-
O equipamento empregado neste tra- Parâmetros semi-empíricos são adotados a lidade dos alimentos durante o período de
balho foi um trocador de calor de placas, partir de resultados finais de higienização inverno ou durante deslocamentos.
muito utilizado na indústria de derivados considerados satisfatórios. A complexidade Vários tipos de sistemas de conservação
de leite, porém de difícil higienização, pois dos fenômenos existentes nas reações de dos alimentos foram desenvolvidos ao longo
as temperaturas envolvidas durante seu remoção requer o aumento de trabalhos dos séculos: salgar e defumar carnes e pei-
funcionamento acarretam, entre outros, científicos que possam contribuir com os xes, secar ao sol carnes e frutas, etc. Mais
desnaturação protéica que dificulta a reti- procedimentos adotados industrialmente. recentemente, após os trabalhos de Louis
rada dos resíduos, obrigando a realização Melhorar os resultados de um processo re- Pasteur, passou-se a utilizar a técnica de
de paradas mais frequentes. quer a otimização de cada etapa individualmente. ferver os alimentos e mantê-los hermeti-
O sistema de higienização adotado Portanto, este trabalho procurará determinar a camente selados para evitar a entrada de
mais comumente em um trocador de calor cinética de remoção de resíduos em duas etapas ar e de microrganismos.
de placas é o CIP (Clean in Place). Este do processo de higienização de um trocador de Com o advento da era industrial os ali-
método propicia maior rapidez ao processo calor de placas usado na pasteurização de leite: mentos passaram a ser processados e várias
por não haver necessidade de realização de pré-enxague através da avaliação da variação tecnologias foram criadas para sua elaboração,
desmonte do equipamento. da concentração de cálcio, ao longo do tempo, manuseio, conservação e transporte. O pro-
Materiais e Métodos
No intuito de se alcançar o objetivo
proposto neste trabalho, foi eleito o
trocador de calor existente na instalação
piloto do bloco I para servir de protótipo
de planta industrial a ser submetida ao
processo de limpeza CIP. Foi escolhido
o leite como matéria- prima alimentar a
ser estudada, por se tratar de alimento
F4. Esterilização do sistema em estudo com água quente. tipicamente consumido em larga escala
no mercado brasileiro e cujo processa-
processo é descartada. A figura 1 mostra A terceira etapa consiste no enxágue mento industrial usa em larga escala os
esta etapa do processo. intermediário com água tratada prove- sistemas de limpeza CIP.
A segunda etapa consiste na limpeza do niente da rede de utilidades. Tipicamente,
equipamento do processo com uma solução esta água de enxágue intermediário é Materiais Utilizados
de soda cáustica proveniente do tanque de pré-aquecida a 50 ºC com o objetivo de A figura 6 representa o sistema utili-
soda quente. Nesta etapa, uma solução de manter aquecido todo o circuito a ser zado para obtenção dos dados necessários
soda cáustica (detergente) previamente limpo. A etapa de enxágue intermedi- ao modelamento matemático da cinética
preparada é encaminhada ao equipamento ário visa remover o detergente (solução de remoção dos resíduos das paredes do
de processo para a limpeza do mesmo. Esta de soda cáustica) do sistema. A água de trocador de calor.
solução é aquecida até a temperatura ade- enxágue ef luente do equipamento de O funcionamento do sistema estudado
quada de trabalho (85 ºC) e é feita escoar processo é feita retornar ao tanque de água é definido pela circulação do produto
através do processo em circuito fechado, recuperada, sendo a duração desta etapa pelos tubos, promovido por uma bomba
retornando ao tanque de soda quente. A definida pela condutividade elétrica da de deslocamento positivo (1), fazendo
figura 2 ilustra esta etapa do processo. água efluente. A operação é interrompida com que o fluido do processo no estado
F7. Placa de aquisição de dados usada no trabalho. F8. Régua de bornes usada no trabalho.
alcançado colocando-se o controlador em Para o procedimento de sujar o trocador foi feito circular pelo trocador de calor na
modo automático e injetando-se vapor de de calor estudado visando a sua posterior temperatura de 85 °C por aproximadamente
água saturado a 1,5 kgf ∕cm2 na entrada limpeza, foi utilizado leite em pó integral uma hora.
do casco. Este vapor de água é misturado instantâneo como agente incrustante do O procedimento de limpeza do trocador
com a água no estado líquido proveniente sistema estudado. Vale ressaltar que na de calor foi iniciado logo após o sistema ter
de um reservatório cilíndrico vertical. Este etapa inicial dos trabalhos foram realizados sido submetido ao processo de incrustação
reservatório desempenha o papel de um testes com bicarbonato de cálcio, soro e pelos resíduos do leite, conforme descrito
sistema de acúmulo de energia. maizena. Contudo, os resultados não fo- na sequência:
Foram realizados seis experimentos man- ram satisfatórios. Para cada ensaio, foram • Foi executada a retirada manual de
tendo duas variáveis constantes e aplicando um dissolvidos 5 kg de leite em 40l de água. todo leite que se encontrava no interior
degrau na terceira variável considerada. Na sequência, o leite em pó reconstituído dos tubos do trocador de calor;
Resultados Obtidos
Os resultados experimentais obtidos com
F14. Gráfico representando o comportamento da vazão durante processo a bancada experimental empregada neste
de limpeza do trocador de calor, no experimento 2. trabalho são apresentados neste capítulo.
F20. Evolução temporal do pH na água de enxágue efluente dos tubos do trocador de calor para a degrau na temperatura de 6,3 °C.
Aplicação de Lean
s Manufacturing
em metalúrgica de médio porte
Este artigoapresenta uma aplicação das ferramentas de Lean Manufacturing em um fluxo produtivo
de uma empresa metalúrgica de médio porte. Utilizou-se como metodologia o estudo de caso, e como
técnicas de coleta de dados a observação e entrevista para elaborar o mapeamento do fluxo de valor do
clavete de ½ , produto de maior demanda da Rudloff Industrial Ltda. O mapeamento de fluxo de valor
proporcionou visualizar os desperdícios do processo, o que direcionou o estudo à aplicação de ferramentas
que buscam eliminá-los. Identificou-se também que os desperdícios existentes no processo de produção
do clavete de ½” resultavam em um lead time elevado. Uma das principais ferramentas utilizadas para a
eliminação de desperdícios foi o Kanban, que permitiu um controle visual e uma produção conforme a
demanda. Os resultados obtidos com a aplicação de ferramentas de Lean Manufacturing apresentaram
níveis satisfatórios quanto à redução do lead time (redução de 78%) e minimização de desperdícios, o
que proporcionou uma redução no tempo de processamento de 11,5%
C
Elison Fukabori
Fernanda Terzini Soares
om o aumento da concorrência devido ao
excesso de capacidade fabril e à globaliza-
ção, as empresas sentiram a necessidade
de se adaptarem de forma a prosperarem.
Assim, as organizações, para garantirem
uma posição sólida no seu mercado, vêm
gastando consideráveis esforços e recursos
no sentido de promover a melhoria contínua
do processo de manufatura eliminando os
Observaram-se em uma empresa me-
talúrgica de médio porte, deficiências no
processo produtivo do produto de maior
demanda demonstradas por diversos
fatores, dentre eles:
• Alto nível de estoque em processo;
• Longas distâncias percorridas pelo
produto dentro da fábrica sem agre-
gação de valor;
Luiza Bacchi Curotto desperdícios. Para isso, segundo Corrêa e • Capacidade produtiva limitada por
Marcos Vinicius Liberato Gianesi (1996), grande parte das empresas uma operação “gargalo”;
tem se empenhado na implementação de • Operações desnecessárias que não
processos de transformação de acordo com agregam valor e geram custos;
de fluxo de valores, Kanban, baseadas no final; e trabalha com um relacionamento ou etiqueta de pedido de trabalho, sujeito à
Sistema Toyota de Produção, a empresa de parceria intensiva desde o primeiro circulação repetitiva na área. Diferente das
aumentaria sua capacidade produtiva da fornecedor até o cliente final. ordens convencionais de trabalho, o Kanban
operação gargalo, diminuiria seus desper- sempre acompanha as peças ou materiais,
dícios e reduziria seu lead time. Sistema Just-In-Time facilitando, desta forma, o controle de
Assim, o objetivo deste artigo consistiu Gaither e Frazier (2002) definem just-in- estoque local (Mouta, 1999).
na aplicação das ferramentas de Lean Ma- time como sendo uma filosofia de manufatura Segundo Gaither e Frazier (2002),
nufacturing na empresa Rudloff Industrial que se baseia na eliminação planejada de Kanban é o meio de sinalizar para a esta-
Ltda., com o propósito de identificar as todo desperdício e na melhoria contínua ção de trabalho antecedente que a estação
fontes de desperdícios, e dessa forma, propor da produtividade. Esta filosofia envolve a de trabalho seguinte está preparada para
melhorias para o processo produtivo do execução bem-sucedida de todas as atividades que a estação anterior produza outro lote
produto de maior demanda, de modo a: de manufatura necessárias para produzir um de peças.
• Reduzir os desperdícios; produto final, da engenharia de projetos à Pela sua característica de puxar a produ-
• Aumentar a capacidade produtiva entrega e inclusão de todos os estados de ção, Moura (1999), resume em seis pontos
da operação gargalo identificada transformação da matéria-prima. Os elementos a função do Kanban:
no mapeamento do fluxo de valor principais do just-in-time são: a manutenção • O Kanban estimula a iniciativa por
do estado atual; somente dos estoques necessários quando parte dos empregados da área.
• Reduzir o Lead Time de produção. preciso; a melhoria da qualidade até atingir • O Kanban é um meio de controle de
um nível zero de defeitos; a redução do lead informações. Ele separa as informa-
Sistema Toyota de Produção time ao reduzir os tempos de preparação, ções necessárias das desnecessárias,
O Sistema Toyota de Produção (STP), comprimentos de fila e tamanhos de lote; alcançando, desta forma, resultados
também chamado de Produção Enxuta ou a revisão incrementalmente das próprias máximos com um mínimo de in-
Lean Manufacturing, surgiu no Japão, na operações; e a realização dessas atividades formações.
fábrica de automóveis Toyota, logo após a a um custo mínimo. Num sentido amplo, • O Kanban controla o estoque. É
Segunda Guerra Mundial. A criação do aplica-se a todas as formas de manufatura, possível fazer um controle direto do
sistema se deve a Eiji Toyoda e Taiichi Ohno, job shops e processos, bem como à manu- estoque na área, visto que o Kanban
da Toyota, e tem como objetivo aumentar fatura repetitiva. sempre acompanha as peças ou os
a eficiência da produção pela eliminação De acordo com Corrêa e Gianesi (1996), materiais.
contínua de desperdícios. o just-in-time (JIT) proporciona a redução • O Kanban ressalta o senso de pro-
A base do Sistema Toyota de Produção de custos pela eliminação de estoques. Em priedade entre os empregados. É
é a absoluta eliminação do desperdício, relação à qualidade, aumenta a flexibilidade estabelecida uma meta visível de
tendo como seus dois principais pilares de de resposta e a velocidade do fluxo de produ- desempenho no trabalho para uma
sustentação o just-in-time (recebimento e ção. Por fim, a confiabilidade das entregas estação de trabalho e os empregados
disposição de produtos e materiais apenas também é aumentada através da ênfase na que fazem parte dela se empenham
na hora e na quantidade necessárias) e manutenção preventiva e da flexibilidade para atingir a meta através de meios
o jidoka (automação com toque huma- dos trabalhadores. inovadores.
no, ou seja, máquinas com dispositivos Por outro lado, as principais limitações • O Kanban simplifica os mecanis-
que impedem a fabricação de produtos do just-in-time referem-se à necessidade de mos de administração do trabalho,
defeituosos no caso de anormalidades) que a demanda seja razoavelmente estável, através do controle de informações
(OHNO, 1997). para que se consiga balancear os recursos, e estoque, renovando a organização
Womack et al. (1990) definem a pro- e à complexidade dos roteiros de produção, da empresa.
dução enxuta como sendo um sistema caso haja grande variedade de produtos. • O controle de informações e estoque
produtivo integrado, com enfoque no fluxo Além disso, aumenta o risco de interrupção também permite a administração
de produção, produção em pequenos lotes da produção em função de problemas com a visual do trabalho na área. Os empre-
segundo a filosofia just-in-time e um nível mão-de-obra (greves, por exemplo) ou com gados podem confirmar visualmente
reduzido de estoques. Segundo os mesmos os equipamentos, tanto na empresa quanto o estoque de vez em quando, ao ob-
autores, a produção enxuta também envolve nos fornecedores. servarem o número de contenedores
ações de prevenção de defeitos em vez da Três razões-chaves definem o coração da com peças. Isto estimula sugestões
correção; trabalha com produção puxada filosofia JIT: a eliminação de desperdício, o para reduzir mais o estoque.
em vez da produção empurrada baseada envolvimento dos funcionários na produção
em previsões de demanda; é flexível, sendo e esforço de aprimoramento contínuo. Mapeamento do Fluxo de Valor
organizada através de times de trabalho Para Rother e Shook (1999), o Mapea-
formados por mão-de-obra polivalente; Controle de Produção Kanban mento do Fluxo de Valor é uma ferramenta
pratica um envolvimento ativo na solução O Kanban é um dos instrumentos es- essencial, pois: ajuda a visualizar mais do
das causas de problemas com vistas à maxi- senciais para a implantação do sistema de que simplesmente os processos individu-
mização da agregação de valor ao produto produção just-in-time. Trata-se de um cartão ais. É possível enxergar o fluxo; ajuda a
identificar mais do que os desperdícios. de valor; portanto, sempre deverá Processo produtivo
Mapear ajuda a identificar as fontes do haver um mapa do estado futuro em Em visita à empresa com o engenheiro-
desperdício; fornece uma linguagem comum implementação; afinal, um mapa do contato da empresa, foi possível verificar
para tratar dos processos de manufatura; estado atual e todo o esforço para deficiências no processo produtivo da
torna as decisões sobre o fluxo visíveis, desenhá-lo são puro desperdício, a Rudloff, tais como:
de modo que se possa discuti-las; junta menos que se utilize esse mapa para • Alto nível de estoque intermediário, o
conceitos e técnicas enxutas, que ajudam rapidamente criar e implementar que resulta em custos desnecessários
a evitar a implementação de algumas um mapa do estado futuro que no processo produtivo;
técnicas isoladamente; forma a base para elimine as fontes de desperdícios e • Alto índice de ociosidade de algumas
um plano de implementação; e mostra a agregue valor ao cliente. (Rother e operações e sobrecarga em outras,
relação entre o fluxo de informação e o Shook, 1999). ocasionando um desequilíbrio nos
fluxo de material. tempos de operação;
Ainda de acordo com Rother e Shook Análise da Empresa • Operações que não agregam valor ao
(1999), a aplicação prática do mapea- A empresa estudada é a Rudloff Industrial produto e que, no entanto, impactam
mento do fluxo de valor deve obedecer Ltda. situada na região sul de São Paulo seu custo;
às seguintes etapas: que atua como fabricante de componentes • Capacidade produtiva limitada por
• Primeira etapa: selecionar uma fa- mecânicos para a construção civil, com uma operação gargalo;
mília de produtos, composta por um especialização em concreto protendido. • Ausência de controle visual de pro-
grupo de produtos que passaram por dução.
etapas semelhantes de processamento Produtos Tais problemas tornaram-se o foco do
e utilizam equipamentos similares A empresa possui um grande portfólio trabalho, cujo objetivo foi estudá-los e saná-
em seus processos; de produtos, com peças para concreto los com o melhor desempenho possível.
• Segunda etapa: desenhar o estado protendido, usinagem mecânica, emendas
atual e o estado futuro, o que é feito para barras de aço e aparelhos de apoio Mapeamento do Fluxo de
a partir da coleta de informações no elastoméricos. O trabalho tem como foco o Valor do Estado Atual
chão de fábrica; as setas entre esses dois clavete de ½” também chamado de cunha, Com o intuito de identificar as fontes
estados têm duplo sentido, indicando utilizado para ancoragem de cabos de aço das principais deficiências na fábrica da
que o desenvolvimento de ambos são em concreto protendido. Rudloff, foi utilizada a ferramenta de
esforços superpostos; as ideias sobre o
estado futuro virão à tona enquanto
se estiver mapeando o estado atual,
assim como desenhar o estado futuro
mostrará importantes informações
sobre o estado atual que passaram
despercebidas anteriormente;
• Etapa final: preparar um plano de
implantação que descreva, em uma
página, como se planeja a transição
do estado atual para o estado futuro;
e tão breve quanto possível, colo-
cá-lo em prática; então, assim que
esse estado futuro tornar-se uma
realidade, um novo mapa deverá ser
desenhado, que nada mais é que a
melhoria contínua no nível do fluxo F1. Quantidade relativa média de Clavetes vendidos (Set/08 – Set/09).
Mapeamento de Fluxo de Valor. Assim, Além disso, também foram inseridas no Dados do Mapeamento do
o primeiro passo foi descobrir qual é o mapa as informações referentes ao trata- Fluxo de Valor Atual
produto de maior representatividade para mento térmico, realizado em uma empresa Para o mapeamento do fluxo de valor
a empresa. terceirizada que recebeu o grupo apenas foram considerados os seguintes dados
Como é de conhecimento da empresa, para uma visita. diários:
os diversos modelos de clavetes representam Após o mapeamento dos processos e • 1 turno de produção: das 8 h às 17 h;
os produtos de maior demanda. Com base dos dados, analisou-se como são gerados • Horário de almoço: 12 h às 13 h;
nessas informações, foi elaborado um levan- os pedidos de matéria-prima (MP) aos • 2 intervalos de 15 minutos cada
tamento da demanda de todos os modelos fornecedores e como é feito o planeja- (pausa para café);
de clavetes entre os meses de setembro de mento da produção. Quando o estoque • Tempo de parada por quebra de
2008 e setembro de 2009, conforme mostra de produtos acabados atinge o valor máquinas de 30 minutos.
a figura 1, e deste modo determinou-se o mínimo de 10.000 unidades de clavete Além desses, foram coletados também
produto de maior representatividade para de ½“ na expedição, o departamento de os dados apresentados na tabela 1 referentes
a empresa: o Clavete de ½’’. Administração da Produção emite as ao tempo de ciclo, tempo de setup, tamanho
Conhecido o produto de maior de- Ordens de Compra (OC) de MP equi- do lote, disponibilidade e tempo útil da
manda, iniciou-se o mapeamento do valente a 50.000 peças. Ao mapear o máquina e a taxa de refugo.
fluxo do Clavete de ½”. Acompanhou-se processo pôde-se perceber que o fluxo é Nota-se que alguns dados referentes ao
a produção a partir do primeiro processo empurrado e que há um planejamento de tratamento térmico não são conhecidos.
produtivo (usinagem no torno TB60), produção ineficaz. Quando a MP chega Isto porque esta operação é realizada em
até a chegada do produto acabado na à fábrica, os clavetes são produzidos sem empresa terceirizada que não permitiu a
expedição. Foi escolhida essa sequência, nenhum tipo de controle em relação à coleta dos mesmos. Porém, esses dados
pois desta maneira foi possível visualizar quantidade que deveria ser produzida, desconhecidos não inf luenciaram no
como o material chegava a cada processo e gerando, consequentemente, enormes desenvolvimento do trabalho, uma vez
também qual era a próxima operação. Neste estoques intermediários. O único con- que a aplicação das ferramentas de Lean
ponto do desenvolvimento do trabalho, trole de produção que a empresa possui Manufacturing foi na Rudloff.
foi encontrada uma grande quantidade é uma ficha de produção em que consta a A partir desses dados foi possível de-
de estoque intermediário de clavete de ½ quantidade produzida em cada máquina, senhar o fluxo de valor do estado atual,
entre a usinagem e a lavagem das peças. preenchida pelos próprios operários. apresentado na figura 2.
Mapeamento do Fluxo de Valor Além dos fatores específicos de des- fosse economicamente viável. As bandejas
do Estado Futuro Proposto perdício, foi encontrada uma proposta também foram pintadas e dimensionadas
Ao fazer o mapeamento do fluxo de de melhoria no procedimento de cortar de acordo com as cores kanban: verde,
valor atual encontraram-se os desperdícios, os clavetes. Ao invés de serrar um clavete amarelo e vermelho.
sendo o principal deles o grande volume de por vez, como mostra a figura 6, a serra Já o carrinho foi projetado para suportar
peças em estoque intermediário, que fazia vertical passaria a serrar dois clavetes por 5 bandejas cheias de clavetes, como também,
com que o clavete de ½” ficasse aproxi- corte (figura 7), sendo que esta proposta foi adaptado para as condições de trabalho
madamente 56 dias na linha de produção. já foi implantada pela empresa. dos operadores, levando-se em consideração
Além desse desperdício, identificaram-se Para um controle eficaz da produção e questões ergonômicas, como pega das ban-
duas atividades de lavagem de peças que para controlar o estoque, implementou-se dejas, altura adequada da empunhadura do
não agregavam valor e aumentavam o tem- o Kanban no mapa do estado proposto. O carrinho e peso máximo permitido limitando
po de processamento do produto, que até tipo de Kanban utilizado foi o de bandejas a quantidade de clavetes por bandeja.
então era de 116,4 segundos. Outro fator e carrinhos, apresentados na figura 8. Ao se analisar as duas operações de la-
observado foi a ausência de planejamento Projetaram-se as bandejas considerando vagem que não criavam valor, percebeu-se
e de controle eficaz de produção. um lote que permitisse um fluxo real e mais que elas existiam apenas para a retirada do
Um dos fatores responsáveis pelo es- rápido do que o estado atual. Assim, ficou óleo lubrificante existente em cada processo.
toque em processo era a operação gargalo estabelecido um fluxo de 100 peças por Diante disso, a implementação proposta
(Serra de fita Vertical (SV), identificada bandeja. Além disso, as bandejas foram consistiu em utilizar as bandejas de forma
ao desenhar o mapa de fluxo de valor. Na projetadas para atender toda família de com que o óleo escorresse nelas e que fosse
SV, havia desperdício de tempo durante a clavete, permitindo que a implementação coletado em um recipiente no carrinho.
produção por alguns fatores de operação,
tais como:
• Contagem de peças serradas realizada
pelo operadores;
• Vida útil da fita de serra de três dias;
• Os cavacos que ficavam na mesa de
operação eram retirados pelo operador
com o uso de um pincel.
Além disso, a operação gargalo limitava
a produção e fazia com que a empresa não
atendesse sua demanda, gerando insatis- F3. Contador de cortes F4. Sistema de Lubrificação na SV
na Serra Vertical. (Reservatório e acionador).
fação dos clientes. Com os desperdícios
encontrados, iniciou-se a definição das
ações a serem tomadas para o mapeamento
do estado proposto.
Para a SV, foram propostas soluções es-
pecíficas para cada fator de desperdício:
• Foi colocado em cada SV um conta-
dor, assim o operador não utilizava
mais nenhum tempo separando
determinadas quantidades de peças
para posteriormente marcar em
seu cartão de marcação, conforme F5. Sistema de Lubrificação na SV F6. Corte na serra vertical,
(mangueira aplicadora). um clavete por corte.
ilustra a figura 3;
• A solução para aumentar a vida útil
da fita de serra foi a adequação de um
sistema de lubrificação, que alterou
de três para cinco dias de vida útil,
conforme exibem as figuras 4 e 5;
• Os cavacos passaram a ser aspirados
pela sucção de um aspirador, no mo-
mento em que o corte era feito, e não
mais, com uso de pincel. Porém, por
não haver uma sucção plena e gerar
alto índice de ruído, essa proposta F7. Corte na serra vertical, F8. Bandejas e
dois clavetes por corte. Carrinho Kanban.
não foi implementada.
Dimensionamento do Kanban mapeamento do fluxo de valor para o estado processamento igual a 54 segundos. Porém, a
Realizaram-se todos os cálculos necessários futuro proposto, vistos na tabela 3. capacidade produtiva para o processo produtivo
para o dimensionamento do Kanban, obtendo- Nota-se que alguns dados referentes ao do clavete de ½ “ no estado proposto é maior
se o resultado apresentado na tabela 2. tratamento térmico não são conhecidos. do que a demanda mensal da empresa.
O número ideal de bandejas encontrado é Isto porque esta operação é realizada em
de: uma verde, duas amarelas e duas vermelhas. empresa terceirizada que não permitiu a Resultados
Porém, com o conceito de melhoria contínua e coleta dos mesmos. Com a implementação do contador, do
do fluxo unitário de peças existente no Lean A partir da tabela 3 foi possível finalizar sistema de lubrificação e do corte de dois
Manufacturing, como proposta de próximos o mapa de fluxo de valor do estado proposto, clavetes por vez na serra vertical, conseguiu-se
passos, o ideal é alterar o número de bandejas figura 9, e calcular o novo Lead Time e o
para uma verde, duas amarelas e uma vermelha. novo tempo de processamento.
E em uma terceira etapa, um Kanban com um A redução no tempo de processamento
número de bandejas equivalente a uma verde, da serra vertical, operação gargalo no estado
uma amarela e uma vermelha, tornando a atual, de 33 segundos para 22 segundos, au-
produção de clavetes mais flexível. mentou a capacidade produtiva da operação.
Considerando a quantidade de cada tipo de
Dados do Mapeamento do Fluxo de máquina utilizada no processo produtivo
Valor do Estado Futuro Proposto do clavete de ½”, apresentada na tabela 4, a
Com as propostas de melhorias apre- operação gargalo do estado proposto torna- T2. Quantidade total de
sentadas, foram calculados os dados do se a operação no TB60 com um tempo de Bandejas por Carrinho.
Medição de Níveis
em Evaporadores
com Radares de
Onda Guiada
Este artigo mostra a melhor maneira para medir o nível de Marcus Vinicius M. e Silva
evaporadores, processo cuja densidade varia, há presença de Gerente de Produto
mv@smar.com.br
espuma e vapores - o que impossibilita o uso de tecnologias
convencionais. Davi Somaggio
Engenheiro de Suporte
somaggio@smar.com.br
A
tecnologia de medição de nível por pressão Entretanto, outros instrumentos de
hidrostática ainda é a mais utilizada no campo para medição de nível como me-
mundo. Mas, como se sabe, ela depende didores tipo ultrassom, ou até radares de
exclusivamente de um parâmetro que pode ondas livres (radares sem contato) não são
mudar de herói para vilão em questão de indicados para esses casos. A presença cons-
segundos, conforme o nível de interesse tante de vapores não o permite. No que se
em exatidão e repetibilidade desejados: a refere aos evaporadores, ainda há diversos
densidade. Se há mudança de temperatura obstáculos internos ao tanque, e tudo isso
ou composição do produto, o famoso trio pode gerar falsos ecos na medição. Existe
saiba mais
esforço na criação de regras que, quando e com o número máximo de dispositivos
seguidas, facilitam este trabalho. Este ar- permitidos (32 estações).
tigo procura basicamente apresentar estas Segundo a norma CENELEC EN
CASSIOLATO, César; TORRES, Leandro
orientações, entretanto, focando a versão 50170, um máximo de 4 Repetidores são
H.B.; CAMARGO, Paulo R. PROFIBUS
– Descrição Técnica. Associação PRO- DP da família de redes PROFIBUS permitidos entre duas estações quaisquer.
FIBUS Brasil, São Paulo, 2006. [CAS06] A Tabela 1 contém algumas informações Entretanto, dependendo do fabricante e
básicas para o dimensionamento de uma ins- das características técnicas do Repetidor,
MITCHELL, Ronald W. PROFIBUS – A talação utilizando o padrão PROFIBUS. a utilização de uma quantidade maior de
Pocket Guide. Research Triangle Park:
O padrão elétrico de transmissão RS- Repetidores é possível. Existem casos em
ISA – The Instrumentation, Systems and
Automation Society, 2004. [MIT04] 485 é o mais aplicado em instalações que até 9 Repetidores são usados [MIT04].
utilizando PROFIBUS DP. Neste padrão, Não se recomenda a utilização de um
PROFIBUS User Organization – PNO. cada segmento de rede pode conter até número maior de Repetidores devido aos
PROFIBUS – Technical Guideline 32 dispositivos ativos. Portanto, quando atrasos que são embutidos na rede e o com-
– Installation Guideline for PROFI-
existe a necessidade de conexão de um prometimento do Slot Time, que consiste
BUS DP/FMS. Karlsruhe: PROFIBUS
Nutzerorganisation e.V., 1998. [PRO98] grande número de estações DP (acima no tempo máximo que o Mestre irá esperar
de 32 estações) faz-se necessário dividir a uma resposta do Escravo.
PROFIBUS International – PI. PROFIBUS
– Installation Guideline for Cabling Número máximo de estações participando FMS: 127 estações (endereços de 0 a 126) DP:
and Assembly. Karlsruhe: PROFIBUS na rede PROFIBUS 126 estações (endereços de 0 a 125)
Nutzerorganisation e.V., 2006. [PRO06]
Número máximo de estações por segmento
32 estações
(incluindo Repetidores)
SILVA, Wladimir. Métodos para Diag-
nóstico de Falhas e Avaliação de De- 9,6 / 19,2 / 45,45 / 93,75 / 187,5 / 500 /
Velocidades de transmissão [kbit/s]
sempenho em Redes PROFIBUS DP. 1.500 / 3.000 / 6.000 / 12.000
Monografia (Especialização em Automação Conforme norma EN 50170, é permitido um número
Industrial) – Escola de Engenharia, UFMG, máximo de 4 Repetidores, totalizando 5 segmentos
Belo Horizonte, 2008. [SIL08] em série. Dependendo do tipo e fabricante, mais de
Número máximo de segmentos em série
4 repetidores podem ser utilizados. Nestes casos,
WEIGMANN, Josef; KILIAN, Gerhard. é necessário consultar a documentação técnica do
Decentralization with PROFIBUS fabricante.
DP/DPV1 – Architecture and Fun- T1. Informações gerais para dimensionamento de redes PROFIBUS [PRO98]
damentals, Configuration and Use
with SIMATIC S7. Erlangen: Publicis
Corporate Publishing, 2003. [WEI03]
A figura 1 mostra um exemplo de seg- Por segurança, recomenda-se a utili- ção de cabo padrão PROFIBUS tipo A,
mentação da rede PROFIBUS DP através zação dos valores da Tabela 2. Na prática, cujas características são apresentadas na
da utilização de Repetidores. Nota-se a permite-se uma margem de até 5% em Tabela 3, a seguir.
existência de 3 segmentos de rede PRO- relação aos comprimentos máximos presen- Na prática, são utilizados ainda os
FIBUS interligados por 2 Repetidores. É tes na Tabela 2, não havendo necessidade OLMs (Módulos de Link Ótico), para
importante observar a existência de uma da compra de um Repetidor, quando a aplicações em ambientes com alta interfe-
terminação nas extremidades de cada distância máxima estimada permanecer rência eletromagnética (EMI), fornecendo
segmento de rede. dentro destes limites [MIT04]. isolação galvânica entre as estações ou entre
É importante salientar que as distâncias os segmentos de rede em RS-485 através
Tamanho da Rede apresentadas acima consideram a utiliza- do uso de fibra ótica. A utilização de fibra
O comprimento máximo do cabeamento
RS-485 em um segmento de rede PROFI-
BUS depende da velocidade de transmissão.
Em altas velocidades de transmissão, o
sinal é atenuado mais rapidamente do que
em velocidades mais baixas implicando,
portanto, em um comprimento máximo
menor para os segmentos de rede com velo-
cidades maiores. Os Repetidores podem ser
também utilizados nestes casos, permitindo
ao projetista manter velocidades mais altas,
mesmo em redes fisicamente maiores, através
da segmentação da mesma.
A tabela 2 fornece as distâncias máxi-
mas para um segmento de rede e para uma
rede contendo 9 Repetidores, em diferentes
velocidades de transmissão.
Pela Tabela 2, segundo [CAS07] e
[MIT04], a expansão máxima da rede
PROFIBUS utilizando 9 Repetidores nas
velocidades de 9,6 / 19,2 / 93,75, seria de
10 km. Entretanto, segundo [PRO98] e
mesmo [CAS07], o cálculo para deter-
minação da máxima distância entre duas F1. Exemplo de segmentação de uma rede PROFIBUS DP.
estações em uma rede PROFIBUS é dada
pela equação abaixo: Velocidade de Transmissão Tamanho Máximo de Expansão Máxima da Rede
[kbit/s] um Segmento [m] (9 Repetidores) [m]
ótica também possibilita a construção de tância, ou particularmente o final do condutor, de sinal RxD/TxD-POS e RxD/TxD-NEG
topologias de redes mais complexas e permite pode causar a ocorrência de reflexões. Este sinal no estado inativo, quando nenhum trans-
um comprimento máximo do barramento refletido pode ser percebido em alguns casos missor está ativo na linha. No PROFIBUS,
com taxas de transmissão elevadas. Os como uma pequena ondulação sobre o sinal um dos resistores de polarização é conectado
OLMs são similares aos Repetidores usados principal, mas muitas vezes pode corromper entre a linha de sinal RxD/TxD-POS e a
em RS-485 e normalmente possuem dois ou distorcer completamente o sinal original, tensão +5Vcc (VP), enquanto que o outro
canais para RS-485 e um ou dois canais para perdendo-se a informação, especialmente resistor é conectado entre a linha de sinal
fibra ótica. Os OLMs podem ser conectados em altas velocidades de comunicação. Em RxD/TxD-NEG e o terra (DGND). Manter
entre si através dos canais óticos, sendo os dispositivos certificados, o nível de reflexão as linhas de sinal no estado inativo impede
canais RS-485 empregados para conexão é garantido para que não ultrapasse 500 mV a recepção de falsos Start Bits pelos recep-
com estações individuais ou segmentos de pico a pico [MIT04]. tores, evitando deste modo, a recepção de
rede PROFIBUS. Para evitar as reflexões de sinal, devem falsas mensagens. Estes resistores possuem
ser utilizados resistores de terminação. Es- o valor de 390 ohms.
Ramais ou Conexões T tes resistores são adicionados em paralelo O diagrama de conexão dos resistores
A norma PROFIBUS permite a utili- entre as linhas de sinal RxD/TxD-POS de terminação e de polarização pode ser
zação de ramais ou conexões T (ver figura e RxD/TxD-NEG, nas extremidades de visualizado na figura 3, a seguir.
2) em um barramento principal em alguns cada segmento de rede. Os resistores de Dependendo do fabricante, alguns
casos. É importante salientar que este tipo terminação em uma rede RS-485 buscam modelos de conectores de rede PROFIBUS
de conexão não é aconselhável, pois em casar a impedância característica do cabo, já contêm os resistores de terminação e de
determinadas condições é uma das causas que é dependente do seu diâmetro, distância polarização. Estes resistores são habilitados
de reflexão do sinal, prejudicando a trans- entre os condutores, tipo de isolação, etc. através de chave seletora existente no próprio
missão de dados no segmento PROFIBUS. Estes resistores ajudam absorver a energia conector. A figura 4 ilustra uma terminação
A recomendação é que se utilizem sempre do sinal e deste modo impedem a reflexão em um conector PROFIBUS padrão.
Repetidores, quando existir a necessidade do mesmo no barramento. Eles possuem É importante ressaltar que as terminações
de derivações na linha principal. o valor de 220 ohms. devem estar habilitadas nas extremidades
A Tabela 4 dá os comprimentos máxi- Existem também os resistores de polariza- do segmento e devem ser apenas duas. Caso
mos para a linha principal e para os ramais ção que são utilizados para manter as linhas sejam adicionados mais do que dois resistores
em função da velocidade de transmissão.
Como pode ser observado nesta tabela, o Velocidade de Transmissão Tamanho Máximo Linha Tamanho Máximo
uso de ramais pode ser tolerado em baixas [kbit/s] Principal [m] Ramais [m]
velocidades de transmissão, mas devem ser 9,6 500 500
evitados completamente em velocidades 19,2 500 500
acima de 500 kbit/s. 93,75 900 100
187,5 967 33
Reflexão de Sinal, 500 380 20
Terminação e Conectores 1500 193,4 6,6
Quando um sinal elétrico atravessa um 3000 100 0
condutor, cujo comprimento é da ordem de 6000 100 0
grandeza do comprimento de onda do sinal, 12000 100 0
qualquer descontinuidade elétrica como, por T4. Comprimento máximo da linha principal e ramais em
redes PROFIBUS utilizando RS-485 [MIT04].
exemplo, uma mudança de resistência, capaci-
A Tabela 6 mostra a definição do es- deve ser conectada ao terra funcional do ou 12) que interligará os dois pontos de
paçamento mínimo entre cabos, conforme sistema e deve permitir uma ampla área aterramento e minimizará a passagem de
norma CENELEC EN 50174. de conexão com a superfície condutiva corrente através da blindagem. A própria
As seguintes recomendações também aterrada. Entretanto, o modo como este canaleta metálica responsável pelo trajeto
devem ser observadas na definição da dis- aterramento é realizado depende de alguns do cabo PROFIBUS pode ser usado como
posição dos cabos em redes PROFIBUS fatores, sendo que existe ainda muita um pseudocondutor de equalização (ou
[MIT04, PRO06]: controvérsia sobre este tema. linha de equipotencial), sendo interligada
• Deve-se evitar o cruzamento de A recomendação básica é que a blindagem aos pontos de aterramento [MIT04]. A
cabos. Caso seja necessário, fazê-lo do cabo seja aterrada em ambas extremida- figura 5 exibe um exemplo de conexão
perpendicularmente (ângulo de des do segmento de rede, para permitir um de uma linha de equipotencial [PRO98,
90º entre os cabos que cruzam) caminho de baixa impedância para os sinais PRO06].
para diminuir a possibilidade de de alta frequência, bem como fornecer uma Uma outra possibilidade de aterramento
acoplamento indutivo; referência de terra para fonte de alimentação leva em consideração que o conector PRO-
• Se o espaço é insuficiente para manter +5Vcc do padrão RS-485. FIBUS possui em sua carcaça uma parte
o espaçamento requerido conforme Entretanto, na configuração proposta metálica para contato com a blindagem
Tabela 5, então os cabos devem ser acima, pode ocorrer a passagem de cor- do cabo. A carcaça do conector, por sua
encaminhados em canaletas metálicas rente pela blindagem (loop de corrente), vez, também faz contato com a carcaça do
separadas. Cada canaleta metálica caso haja uma significativa diferença de dispositivo PROFIBUS, que está aterrado
deverá conter apenas cabos da mesma potencial entre os dois pontos de aterra- na estrutura do painel elétrico, fechando
categoria (mesmo nível de tensão); mento, localizados nas extremidades do o circuito. Nestes casos, é aconselhável
• Para instalações externas, é reco- segmento de rede. Neste exemplo, reco- verificar na documentação técnica do
mendável a utilização de cabos de menda-se a utilização de um condutor para dispositivo PROFIBUS, a melhor opção
fibra ótica, pois possibilitam maior equalização do potencial (cabo AWG 10 para o seu aterramento.
imunidade às interferências eletro-
magnéticas (EMI), isolação elétrica
e maiores distâncias;
• Conforme já mencionado anteriormen-
te, as linhas de dados do PROFIBUS
são designadas A e B. Apesar de não
existir nenhuma obrigatoriedade,
na prática tem-se adotado utilizar o
condutor verde para linha de dados A
e o condutor vermelho para linha de
dados B. E para facilitar a manutenção
do sistema, é conveniente que se use
as linhas A e B de forma continuada
ao longo de toda rede PROFIBUS,
evitando-se inversões;
• Caso sejam utilizados dispositivos F5. Exemplo de linha de equipotencial.
PROFIBUS não certificados, é acon-
selhável deixar pelo menos um metro Espaçamento [mm]
de cabo entre os dispositivos. Quando Cabo PROFIBUS e Sem separação ou
Separação metálica Separação metálica
cabo para... com separação
o dispositivo não é certificado, pode de alumínio de aço
não-metálica
gerar um nível de reflexão acima
do permitido e o cabo maior ajuda ...transmissão de sinais
na atenuação desta reflexão. Ainda Redes de comunicação
segundo [MIT04], é recomendável Dados digitais para
a utilização de pelo menos um metro computadores,
0 0 0
impressoras, etc.
de cabo entre dispositivos PROFI-
BUS, em qualquer caso, se a rede for Blindado para entradas e
funcionar em 12 Mbit/s. saídas analógicas
... fonte de alimentação
Blindagem e Aterramento Não blindado 200 100 50
O cabo PROFIBUS possui uma blin- Blindado 0 0 0
dagem constituída por uma malha e por T6. Espaçamento mínimo para cabos,
conforme EN 50174 [PRO06].
uma lâmina de alumínio. Esta blindagem
Pode-se adotar ainda uma opção híbrida ckbone) para interconectar vários grupos • Respeitar o comprimento máximo do
para o aterramento, ou seja, a combina- de dispositivos conectados em RS-485, segmento de rede em função da velo-
ção de múltiplos pontos de aterramento através do emprego de OLMs. A figura 6 cidade de transmissão escolhida;
para as estações que estão relativamente mostra um exemplo de configuração em • Garantir que existirão somente duas
próximas e o uso de condutores para anel utilizando OLMs para a interconexão terminações habilitadas no segmento
equalização de potencial para os pontos de estações individuais ou segmentos de de rede, uma em cada extremidade,
de aterramento que apresentam diferença rede PROFIBUS. e que estas terminações estarão
de potencial significativa. sempre energizadas;
Quando nenhuma das opções anterior- Conclusões: Diretrizes • Evitar ramais ou conexões T. Quando
mente recomendadas pode ser utilizada, Gerais para Instalação necessário utilizar Repetidores;
então o aterramento em apenas uma das Em função do que foi apresentado nos • Adotar a linha de dados A como con-
extremidades do segmento de rede deve itens anteriores deste trabalho, pode-se dutor verde e a linha B como condutor
ser implementado. A blindagem do lado então destacar as seguintes diretrizes vermelho. Evitar a inversão destes con-
do segmento de rede que não foi ater- gerais para instalação de uma rede PRO- dutores em todo trajeto da rede PRO-
rada deve ser protegida contra contatos FIBUS DP: FIBUS, mantendo esta nomenclatura
acidentais, pois apresenta risco potencial • Utilizar sempre cabos e conectores ao longo de todo cabeamento;
de choque [MIT04]. PROFIBUS; • Separar o cabo PROFIBUS das fontes
Entretanto, a melhor opção para • Não exceder 32 dispositivos por de ruídos, respeitando a distância
evitar as consequências da existência de segmento de rede, incluindo Repe- mínima recomendável, ou através
diferença de potencial entre os pontos tidores, OLMs e Acopladores; da utilização de canaletas metálicas
de aterramento é a utilização de cabos • Não ultrapassar a quantidade máxi- separadas;
de fibra ótica. Na prática, usa-se a fibra ma de Repetidores permitidos pelo • Evitar o cruzamento de cabos. Caso
ótica como um barramento principal (ba- fabricante (de 4 a 9 Repetidores); seja necessário, fazê-lo perpendicular-
mente para diminuir a possibilidade
de acoplamento indutivo;
• Para os casos onde existam problemas
com distâncias, ou aterramento,
ou alta susceptibilidade a ruídos, é
recomendável a utilização de cabos
de fibra ótica;
• Verificar sempre na documentação
técnica do dispositivo PROFIBUS a
ser utilizado, a melhor opção para o
seu aterramento;
• Dedicar especial atenção aos dispo-
sitivos PROFIBUS não certificados
e aos conectores PROFIBUS no caso
de velocidades de transmissão acima
de 1500 kbit/s;
• Manter sempre atualizado nos dese-
nhos de projeto, o comprimento real
dos segmentos da rede PROFIBUS,
evitando problemas em futuras
expansões. MA
Dados do Autor
Possui graduação em Engenharia
Elétrica pela Universidade Federal de
Minas Gerais, especialização em Au-
tomação Industrial pela Universidade
Federal de Minas Gerais e as certifi-
cações internacionais para PROFIBUS
Installer e PROFIBUS DP/PA Engineer.
Atualmente é Gerente de Sistemas da
WTech Automação Ltda.
E-mail: wladimir@wtech.ind.br
F6. Exemplo de configuração em anel utilizando OLMs.
Protetor de
Transientes em
redes Profibus
Este artigo mostra alguns conceitos e técnicas de proteção O que é um protetor
de equipamentos de campo Profibus DP e Profibus PA em de transientes?
O protetor de transientes é um dispositivo
termos de sinais de alta tensão e correntes induzidas por raios de proteção, um hardware, que adequa-
ou outras fontes damente posicionado (veremos a seguir) e
instalado pode proteger os equipamentos,
César Cassiolato, Diretor de limitando os níveis de transientes que
Marketing, Qualidade e Assistência possam atingir os mesmos. Atua quase que
Técnica da Smar Equipamentos instantaneamente, “desviando” o transiente
Industriais Ltda. para o terra e controlando a tensão em um
nível que não danifica o equipamento a ele
conectado. Quando a corrente chega em
É
um nível aceitável, a operação normal é
automaticamente restabelecida.
No mercado existe uma variação muito
de conhecimento dos técnicos que as ins- grande de modelos. Estes dispositivos de
talações dos sistemas de controle podem proteção são baseados em uma combinação
ser constituídas pela distribuição aérea de componentes como os tubos de descarga
ou subterrânea de cabos, bandejamentos, de gás (GDTs, surge arresters), diodos de
cabos próximos a cabos de alta tensão e corte (Clamping Voltage) e varistores de
que podem estar suscetíveis à exposição de óxido-metal (MOVs) que se caracterizam
raios, descargas eletrostáticas e interferência pela operação rápida, controle de tensão
eletromagnética (EMI). Esta última pode ser preciso e retorno automático uma vez que
radiada (via ar), conduzida (via condutores), a sobretensão cesse. Veja a figura 1.
induzida (normalmente acima de 30 MHz)
ou uma combinação das mesmas. Para termos Protegendo as redes e
uma ideia da tensão gerada pela descarga equipamentos Profibus PA
eletrostática, se considerarmos um condutor Em instalações Profibus PA, as tensões
com 50 nH de indutância podemos falar que ultrapassam as condições normais de
F2. Cabo de par trançado Profibus PA. F3. Distâncias mínimas recomendadas no cabeamento Profibus PA.
Protegendo as redes e
equipamentos Profibus DP F5. Exemplo de protetor de transiente para a rede Profibus PA.
As regras de distância efetiva também
são aplicadas à rede e equipamentos Pro-
fibus DP.
De acordo com a figura 6, haverá proteção
se houver uma queda de tensão ou quando
houver um surge que exceda a tensão de
breakdown ou mesmo qualquer diferencial.
De acordo com a figura 7, esta proteção é
indicada quando não é possível o aterramento
e assim sendo, qualquer surge diferencial será
convertido em modo comum.
Na prática, o usuário deve buscar dispositi-
vos que atendam a IEC 61643-21 e ofereçam
correntes de surge da ordem de 700 A.
Conclusão
Vimos neste breve artigo alguns concei- F6. Proteção com isolação para o terra.
tos e técnicas de proteção de equipamentos
de campo Profibus DP e Profibus PA em
termos de sinais de alta tensão e correntes
induzidas por raios ou outras fontes.
Sempre que possível, consulte as nor-
mas EN50170 e a IEC60079-14 para as
regulamentações físicas, assim como para
as práticas de segurança em instalações
elétricas em atmosferas explosivas.
É necessário agir com segurança nas
medições, evitando contatos com terminais e
fiação, pois a alta tensão pode estar presente
e causar choque elétrico. Lembre-se que cada
planta e cada sistema têm seus detalhes de
segurança. Informar-se deles antes de iniciar
o trabalho é muito importante.
Para minimizar o risco de problemas F7. Proteção com isolação em modo comum.
potenciais relacionados à segurança, é preciso
seguir as normas de segurança e de áreas seguidas em suas aplicações e garantir que mance de um sistema e consequentemente
classificadas locais aplicáveis que regulam a a instalação de cada equipamento esteja de a do processo, além de representar uma
instalação e operação dos equipamentos. Estas acordo com as mesmas. fonte de perigo e acidentes. Devido a isto,
normas variam de área para área e estão em Uma instalação inadequada ou o uso recomenda-se utilizar somente profissionais
constante atualização. É responsabilidade do de um equipamento em aplicações não treinados e qualificados para instalação,
usuário determinar quais normas devem ser recomendadas podem prejudicar a perfor- operação e manutenção. MA