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1. Caindo na rede
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Professora Adjunto do Departamento de Comunicação Social da UFPE, doutora em
Lingüística pelo Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP.
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Para Catherine F. Smith (1994:267) “o hipertexto, incluindo a hipermídia, é uma tecnologia
para definir unidades de informação significativas (nós) e produzir interconexões significativas
entre elas. Nós e links são as competências definidoras do hipertexto.” Para a autora, são
justamente as possibilidades de interconectar porções textuais (os nós) mediante seleções
feitas com interconectores (links) que dão ao hipertexto sua especificidade. Tanto assim, que
isto o torna diverso de um processador de texto, por exemplo, ou de um programa de busca e
de um banco de dados. Pois não se deve confundir um hipertexto com um banco de
informações virtualmente acessáveis.
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Conhecido pesquisador da área de Tecnologia da Informação, fundador e diretor do CAiiA-
STAR (Centro Avançado para Pesquisa em Artes Interativas, da Universaidade de Wales.
4
Lévy (1999: 17) conceitua cibercultura como “o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais),
de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem
juntamente com o crescimento do ciberespaço”.
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Ciberespaço é para Levy o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial
dos computadores. Segundo ele, “o termo especifica não apenas a infra-estrutura material da
comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ele abriga, assim
como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo” (Lévy, 1999:17) .
global qualquer, e por isto ele o chama de “universal sem totalidade”. Ainda
nas palavras dele,
Exemplo 1:
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55 rue Victor Hugo, 78800 Houilles, France
Telefone: +33 1 30 86 00 33 - Fax: +33 1 30 86 00 10
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Apresentação
A Associação de Ambientalistas a favor da Energia Nuclear (AAEN) é uma
organização ambiental sem fins lucrativos, cujo objetivo é informar, de maneira
completa e correta, sobre as questões energéticas, divulgar as vantagens ambientais
da energia nuclear e reunir as pessoas favoráveis a uma utilização inteligente e com
fins pacíficos da energia nuclear, respeitando o meio ambiente.
Exemplo 2:
“o leitor do hipertexto, tal qual emerge dos textos que tratam dele,
lembra menos o leitor de textos e mais o cidadão que está
bisbilhotando numa livraria, que analisa livros, que se encanta aqui
com uma figura na capa e ali com o acabamento do livro, depois vai à
estante de sua preferência e começa a ler orelhas e a verificar preços
para, em seguida, lamentar seus baixos rendimentos e o pouco tempo
de que dispõe.”
5. Balanço da rede
6. Referências Bibliográficas:
AUTHIER-RÉVUZ, Jaqueline. (1982) “Heterogeneidade(s) enunciativa(s)”. In:
Cadernos de Estudos Lingüísticos, 19. Campinas: IEL/UNICAMP. pp. 25-42.
FOUCAULT, Michel. (1970) A ordem do discurso. (3ª. ed). São Paulo: Edições
Loyola.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. (1999). (2ª. ed). São Paulo: Ed. 34.
MAINGUENEAU, Dominique. (1984). Genèses du discours. Bruxelles: Pierre
Mardaga, Editeur.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. (1999). O Hipertexto como um novo espaço de
escrita em sala de aula. (mimeo).
POSSENTI, Sírio. (2002). Os limites do discurso. Curitiba: Criar Edições Ltda.
O pensamento de Pierre Levy na berlinda
Trecho (02)
“O desenvolvimento do digital é, portanto, sistematizante e universalizante não
apenas em si mesmo, mas também, em segundo plano, a serviço de outros
fenômenos tecno-sociais que tendem à integração mundial: finanças,
comércio, pesquisa científica, mídias, transportes, produção industrial etc. (...)
a mensagem dessa mídia é o universal, ou a sistematicidade transparente e
ilimitada. Acrescentemos que esse traço corresponde efetivamente aos
projetos de seus criadores e às expectativas de seus usuários”. (Levy, 1999:
113)
Críticas:
O ciberespaço se constitui num paradoxo: almeja atingir a universalidade, no
sentido de uniformidade de sistemas, e ao mesmo tempo pretende abrigar a
todos.
Trecho (03)
“A interconexão generalizada, utopia mínima e motor primário do crescimento
da Internet, emerge como uma nova forma de universal. Atenção! O processo
em andamento de interconexão mundial atinge de fato uma forma de universal,
mas não é o mesmo da escrita estática. Aqui, o universal não se articula mais
sobre o fechamento semântico exigido pela descontextualização, muito pelo
contrário. Esse universal não totaliza mais pelo sentido, ele conecta pelo
contato, pela interação geral”. (Levy, 1999:119)
Críticas:
Se lermos outros trechos do livro Cibercultura, veremos que Levy tem uma
visão ingênua do que é a escrita (algo estático, descontextualizado etc). Outro
ponto de discussão é a ênfase que se dá ao aspecto da interação geral. Ora,
NINGUÉM CONSEGUE TER ACESSO A TUDO O QUE ESTÁ NA REDE. Isso
é humanamente impossível. Essa integração geral, universal, só existe do
ponto de vista técnico, virtual, mas não do ponto de vista de práticas-sociais.
Dessa forma, as trocas no ciberespaço funcionam como quaisquer outras. Ou
seja, estão vinculadas as condições de produção do discurso (conhecimento,
acesso, etc).
Trecho (04)
“O que nos revela a reivindicação do “acesso para todos”? Mostra que a
participação nesse espaço que liga qualquer ser humano a qualquer outro, que
permite a comunicação das comunidades entre si e consigo mesmas, que
suprime os monopólios de difusão e permite que cada um emita para quem
estiver envolvido ou interessado, essa reivindicação nos mostra, a meu ver,
que a participação nesse espaço assinala um direito, e que sua construção se
parece como uma espécie de imperativo moral”. (Levy, 1999: 119)
Questionamento:
Que importância tem a Internet para a democracia social e cultural?
Trecho (05)
“O que é o universal? É a presença (virtual) da humanidade em si mesma.
Quanto à totalidade, podemos defini-la como a conjunção estabilizada do
sentido de uma pluralidade. (...) a totalidade ainda permanece no horizonte do
mesmo. A cibercultura, por outro lado, mostra precisamente que existe uma
outra forma de instaurar a presença virtual da humanidade em si mesma ( o
universal) que não seja por meio da identidade do sentido (a totalidade)”. (Levy,
1999: 121)
Questionamento:
Qual a diferença que se estabelece entre “universal sem totalidade” e “pós-
modernidade”? (v. pág. 120/1 de Cibercultura)