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Passos da Lectio Divina

1.Leitura (Lectio):A leitura é um exercício externo, e o grau dos principiantes. Tenhamos,


portanto, a humildade de ler a Sagrada Escritura, mesmo se, às vezes, nós temos a pretensão
de já conhecê-la. A leitura deve ser desinteressada, gratuita, amorosa e na fé, e requer
dedicação de tempo para não ser realizada de maneira superficial. Para uma boa leitura, é
necessário primeiro lançar sobre o texto bíblico um olhar impessoal, analisando a cena
descrita, a linguagem utilizada e o contexto histórico e sociocultural. A partir disso podemos
inferir o sentido literal da Palavra. Mas a riqueza dos textos bíblicos, no Antigo e no Novo
Testamento, de forma implícita ou explícita, sempre nos permitem um encontro com Jesus, o
Verbo do Pai. É o que tradicionalmente se conhece por sentido alegórico (ou cristológico) da
Escritura. A Palavra de Deus carrega sempre ainda um sentido moral (ou antropológico), uma
lição prática que nos podem conduzir a um comportamento justo. Por fim, toda a Escritura faz-
nos entrar, já aqui na terra, na visão do Céu e do Eterno. Podemos assim ler a Palavra de Deus
em seu sentido escatológico.

2.Meditação:É o ato da inteligência que nos coloca acima dos sentidos. É o grau daqueles que
progridem e o dos que já podem meditar a Palavra de Deus. Para que a Palavra possa penetrar
e produzir os seus efeitos em nós, é necessário constância e perseverança no exercício de
meditação. É importante ressaltar que a meditação do texto bíblico não se deve limitar ao
tempo do exercício da Lectio Divina, mas somos chamados a continuar a meditar a Palavra
durante o nosso dia, e mesmo no decorrer de nossos trabalhos e atividades, permitindo à
Escritura de realizar um trabalho de frutificação interior em nossa alma.

3.Oração (Oratio): Prece, oração, que faz entrar no mistério. É o grau dos fervorosos. A oração
é a minha resposta pessoal à leitura da Boa Nova. Depois de ter lido, penetrado, meditado o
texto, podemos sentir o desejo de fechar a nossa Bíblia para louvar o Senhor. Agora, a fim de
não mais escutar o que o Senhor me diz, mas simplesmente amá -Lo, contemplá –Lo e
responder -Lhe. A partir da Palavra viva, nossa oração pode tomar múltiplos aspectos, como o
louvor, a ação de graças e o reconhecimento, mas também a contrição do coração, o pedido, a
intercessão e a súplica.

4. Contemplação (Contemplatio): Oração de quietude. É o grau dos bem aventurados, que


corresponde à vida mística. A Contemplação é o que fica nos olhos e no coração, quando
acabou a Oração. É fundamentalmente, a concentração da minha atenção, não em
sentimentos ou em orações, mas em Jesus Cristo e na minha relação pessoal com Ele. É
importante durante a etapa da Contemplação guardar um pequeno trecho da Escritura (um
versículo) que mais lhe tenha falado ao coração, para ser levado durante todo o dia.

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