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01/09/2020 Medicina Chinesa - Dietética Chinesa

Dietética Chinesa
A cozinha chinesa e a Medicina Chinesa sempre
estiveram muito relacionadas através dos tempos.

Cor, aroma e sabor não são os únicos princípios a


serem seguidos na cozinha chinesa, os chineses têm
uma crença tradicional no valor medicinal dos
alimentos e que os alimentos e os remédios têm a
mesma origem.

O intelectual Yi Yin da dinastia Shang (sec. XVI ao


XI aC.) elaborou uma teoria a que chamou da
“harmonia dos alimentos” em que ele relacionou os
cinco sabores: doce, azedo, amargo, picante e
salgado ás necessidades nutricionais dos cinco principais sistemas de órgãos do corpo
(coração, fígado, Baço/Pâncreas, Pulmões e Rins) e enfatiza o seu papel na
manutenção da boa saúde. Na realidade, muitas plantas utilizadas na cozinha chinesa
tais como alho-pôrro, gengibre fresco, alho, botões secos de margaridas, cogumelos,
têm propriedades de prevenção e alívio de várias doenças.

Os alimentos, na concepção da MTC, constituem um dos factores mais importantes


na conservação e na manutenção da saúde, a filosofia chinesa, baseada nas leis do
Universo, da Natureza, das concepções da vida e da morte, da física, das ciências
puras e biológicas, levam-nos até um conhecimento maior.

A partir da teoria da dualidade dinâmica do Yin e do Yang, do principio dos cinco


movimentos, a Medicina Tradicional Chinesa reflecte a integração do ser humano no
meio ambiente e desta integração são os alimentos, tanto celestes (ar-oxigénio) quanto
terrestres (alimento), que sofrem intensas alterações sazonais, topográficas,
geográficas e climáticas. Estas duas formas de energia, a celeste e a terrestre,
inerentes ao alimento quando ingerido, vão fazer parte do nosso corpo nutrindo,
fortalecendo, reparando, harmonizando as nossas funções energéticas e fisiológicas,
ou mesmo podendo trazer alterações do funcionamento dos tecidos.

A Medicina Tradicional Chinesa concede uma importância relevante ao alimento na


constituição da forma física e do psíquico, a parte Yin á qual a energia Yang vai fixar-
se, para promover toda a nossa dinâmica da mente e do corpo.

Adequar a alimentação e saber dos seus efeitos sobre o nosso corpo, é saber a
maneira de se intervir nos casos do vazio ou plenitude dos órgãos e das vísceras,
através desse conhecimento a MTC elaborou todo um procedimento para repor os
gastos energéticos e da matéria, proporcionar a vitalidade e a longevidade celular,
evitar os processos degenerativos, o envelhecimento precoce e principalmente o
aparecimento de doenças graves.

Segundo a MTC alimentar-se bem não significa, necessariamente, comer do melhor,


do mais caro, do importado, mas sim alimentar-se com os produtos que contenham a
energia necessária para o corpo em determinado momento, energia essa que pode
estar na vagem do feijão verde, no fígado da vaca, na casca de um fruto, etc.

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De acordo com os dietistas chineses, a boa saúde depende da ingestão do Qi em


grãos que nutre o Qi do estômago. Comer e beber indiscriminadamente danificam o
baço e o estômago e altera o metabolismo predispondo a pessoa á doença. Por
exemplo: o consumo de alimentos gordurosos causa humidade-calor, lesão gástrica,
azia e acúmulo de flegma no peito, que por sua vez causa outras doenças tais como
carbúnculo e abcessos.

Um excesso de alimento picante estimula o acúmulo de calor no trato


gastrointestinal, causando perturbações estomacais e hemorróidas. O alimento
excessivamente azedo danifica o órgão que lhe é correspondente mas também o baço,
assim como o alimento excessivamente amargo, o fígado, e os alimentos
excessivamente salgados o coração.

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas danifica o Qi e o sangue, causa


alcoolismo, gangrena e doenças mental.

Segundo a dietética chinesa, os alimentos também possuem diferentes acções de


acordo com os seus sabores. Por exemplo: os alimentos de natureza fresca ou fria
incluem peras, laranjas, melancia, melão amargo, beringela, lentilhas verdes, coalho de
feijão e bambu.

Os alimentos de natureza húmida são repolho, alho-porro, abóbora, gengibre fresco,


vinagre e pimentão. Os alimentos suavemente mornos são a carne de frango e bovino,
enquanto os alimentos quentes incluem vinho, carne de carneiro e de cão. Incluídos
nos alimentos doces estão o milho, batatas-doces, ervilhas, jujuba, longana, trapa e
feijão-verde. Os alimentos picantes são aipo, cebola e alho. As azeitonas são
consideradas como azedas e as algas marinhas, salgadas. Sendo assim, para manter
a saúde de uma pessoa, devem-se escolher os alimentos apropriados baseado na
condição física individual.

A Medicina Chinesa ao ter entendido a interacção dos alimentos com o corpo e as


influências que as energias celeste e terrestre exercem sobre ele, elaborou os
procedimentos para as pessoas usufruírem da melhor maneira o que a natureza
oferece sem prejuízos para estas, e de maneira a que a natureza possa servir ao ser
humano eternamente.

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