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ISSN 1980-6930
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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo investigar a importância do plano de negócios para o desenvolvimento de um
empreendimento turístico, tendo como objeto de estudo a microempresa “AJL”, contribuindo para a formação de
gestores e planejadores. Os procedimentos adotados para a verificação da hipótese formulada foram: pesquisa
bibliográfica, exploratória e qualitativa sobre o tema, documental, contribuindo para a formação dos resultados
que mostrou a viabilidade econômica do artesanato, bem como da utilização do plano de negócios para uma boa
gestão e melhores resultados de um empreendimento turístico.
ABSTRACT
This paper aims to point the importance of business plan for the development of a tourist, having as object of
study microenterprise "AJL", contributing to the training of managers and planners. The procedures adopted for
checking the hypothesis were: literature, exploratory and qualitative research on the subject, documentary,
contributing to the formation of the results showed that the economic viability of craft as well as the use of the
business plan for the proper management and best results of a tourist.
1 INTRODUÇÃO
1
Especialista em Turismo e Desenvolvimento Local da Universidade do Estado do Amazonas. E-mail: verinha-
t@hotmail.com
2
Doutoranda do Curso de Geografia Humana – DINTER/UA/USP. Mestre em Ciências Florestais e
Ambientais – PPGCIFA/UFAM, professora do Curso de Pós-graduação em Turismo – ESAT/UEA, E-mail:
sdcarvalho@uea.edu.br
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Para que o tema deste trabalho fosse proposto, levou-se em consideração o fato de que,
o turismo é composto pelo elemento empreendedor, que capitaliza uma idéia e assume riscos
calculados no uso de ferramentas administrativas, como o plano de negócios, verificou-se que
são poucos os trabalhos que contribuem para a compreensão, de „pensar‟ empreendimentos
turísticos de forma planejada.
Desse modo, para realizar esse artigo foi considerada a observação de três referências
de Planos de Negócios, dentre os modelos de planos sugeridos por Salim et al (2005), Pavani
et al (2000) e Dornelas (2001), onde este último foi escolhido como sugestão para uma
possível aplicabilidade no objeto de estudo, denominado empreendimento turístico “AJL”, no
qual, partiu-se para um diálogo e observação com o representante da mesma.
Avaliando a necessidade de mostrar à comunidade acadêmica a relevância do estudo a
respeito de formas de gestão do objeto de pesquisa, este trabalho teve como objetivo geral
investigar a importância da ferramenta plano de negócios para o desenvolvimento de um
empreendimento turístico, contribuindo para a formação de gestores e planejadores.
Para que o objetivo geral pudesse ser alcançado, os seguintes objetivos específicos
foram formulados, demonstrar por meio da literatura a importância do plano de negócios para
um empreendimento que comercializa artesanato regional, estudar a relação entre
empreendedorismo e o turismo, sugerir, a estrutura do plano de negócios para a microempresa
“AJL”, conforme literatura pesquisada, trazendo melhorias de gestão para a microempresa.
Os procedimentos metodológicos utilizados foram por meio da pesquisa, bibliográfica,
exploratória, de natureza descritiva e qualitativa. Foram analisados os documentos da
microempresa “AJL”, sobre o seu gerenciamento.
A realização da pesquisa utilizando a técnica de coleta de dados ocorreram nos dias 5
e 6 de Abril de 2010 nos períodos de 14h às 15h, foi feita a entrevista semi-estruturada com o
proprietário da microempresa, contendo oito perguntas de natureza aberta para obter
informações a respeito do empreendimento e para a sugestão de uma estrutura de plano de
negócios. Quanto ao universo da pesquisa sobre o estudo, constituiu-se dados referentes à
microempresa “AJL”.
Também foram realizadas ainda visitas técnicas à microempresa para reconhecimento
do objeto de estudo e observação assistemática dos fatos ocorridos durante o período da
pesquisa. A tabulação dos dados em forma de relatório e elaboração do plano de negócios,
contendo uma análise interpretativa dos dados obtidos através da elaboração da entrevista.
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2 EMPREENDEDORISMO E O TURISMO
mercado, gerando emprego e renda, mercado que ainda está em crescimento, em detrimento
de outras grandes empresas, por terem uma gama de variáveis a serem controladas passam por
dificuldades, na qual as microempresas por serem de pequeno porte têm facilidade em lidar
com o ambiente em constante mudança. Para Dornelas (2001, p. 15):
4 PLANO DE NEGÓCIOS
Desta forma, o autor apresenta o instrumento como um estudo do mercado em que está
inserido, analisando e descobrindo o público-alvo, diagnosticando a rentabilidade que o
negócio proporciona ao escolher o produto e a necessidade de renovação das empresas em
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Portanto, para Pavani et al (2000) o Business Plan não é estático, sendo passível de
mudanças na estrutura, quando no início do empreendimento é viável errar no papel do que
errar em somas de investimento que pode não dar certo, daí a importância de planejar. Permite
ainda, delinear qual o produto a ser trabalhado, vale lembrar que o ser humano é o ponto
principal, pois é dele que parte as idéias e as projeções das oportunidades.
Para tanto, deve-se definir quem são os principais responsáveis que conduzirão a
elaboração do documento, estes devem estar de acordo com os caminhos que a organização
tomará, bem como o conteúdo deve ser claro aos possíveis leitores do plano. Segundo Pavani
et al. (2000, p. 13) o documento se destina a: sócios potenciais – para estabelecer acordos e
direção, gente talentosa – que você deseja contratar, a própria empresa – para comunicação
interna com os empregados, clientes potenciais – para vender o produto/serviço.
Deve ser ainda, um objeto da utilização de todos na empresa no uso interno e externo.
É uma importante ferramenta quando detectada uma oportunidade de negócio, tratará
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resultados satisfatório ou não, além de mostrar a viabilidade do investimento, ele deve ser
utilizado sempre, com intuito de ser modificado, conforme mudanças do ambiente.
Segundo Pavani et al (2000), o roteiro de um plano de negócio descreve e abrange
todos os aspectos relevantes para o planejamento do empreendimento, como o ramo de
atuação, o histórico, produtos e/ou serviços oferecidos, o sumário executivo que é uma síntese
das principais informações que constam no plano, deve ser objetivo e conciso, apresenta
também, a missão, os objetivos (o que se pretende alcançar), a situação na qual se encontra, a
análise interna, externa e, por fim, o plano operacional que norteará as ações da empresa (ação
de planejar, definição do público-alvo, observância e capacitações dos recursos humanos).
Diante desse conteúdo, verifica-se que, o planejamento e o desenvolvimento de planos
de negócios para empresas que comercializam artesanatos e souvernir, por exemplo, é uma
importante ferramenta para manter o padrão de qualidade na gestão, no atendimento e
serviços gerais oferecidos por determinada microempresa.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista com o empreendedor na “AJL”.
Resultou nas seguintes abordagens, segundo o proprietário Sr. A, sendo o único a ser
entrevistado, foi questionado sobre a existência de uma ferramenta administrativa de gestão
da sua microempresa, no qual respondeu a inexistência de qualquer estudo ou tipo de
ferramenta, no que tange a administração do empreendimento, no entanto quando questionado
sobre a experiência gestora, o Sr. A, mencionou ter adquirido por meio de outras gerências,
especificamente, a partir da Gerência de Departamento da Fundação Nacional do Índio
(FUNAI).
Desse modo, foi constatada, uma gestão tendo como base, a prática adquirida ao longo
do tempo e da experiência e, como aborda Dornelas (2001, p. 37), “[...] o empreendedor é
aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo
riscos calculados”.
Para melhor conhecimento da empresa, foi realizado durante a pesquisa, o
levantamento de informações sobre o histórico da “AJL”, descrito da seguinte forma: o nome
fantasia da microempresa “SAA”, a localização (Rua dos B, 46, box 40/41 Mercado
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Municipal Adolpho Lisboa (MMAL), Centro, Manaus/AM), ressalta-se ainda que, o MMAL
encontra-se no processo de revitalização.
Segundo, o entrevistado, a microempresa “AJL” iniciou suas atividades no ano de
1986, comercializando produtos artesanais. Disse também que, a microempresa começou com
a sua chegada a Manaus, após ter trabalhado na função de gerente por 19 anos na FUNAI,
onde obteve conhecimento sobre o artesanato, bem como dos povos indígenas, desse modo,
após desligar-se da Fundação exercitou a idéia de comercializar produtos regionais, cujo
diferencial da comercialização tradicional é que, no processo de compra e venda, o
empreendedor relata fatos históricos, a origem das etnias e detalhes sobre a matéria-prima em
relação ao produto a ser comercializado. Observa-se, portanto, o que afirma Dornelas (2001),
quando cita, que o empreendedor deve ser inovador.
Nos anos seguintes, com a finalidade de expandir seu negócio adquiriu mais dois boxs,
expressou também, que seus clientes foram conquistados ao longo dos anos, cuja fidelização
deve-se ao fato do acolhimento dos vendedores na microempresa, o que torna uma marca
registrada da “AJL”, no MMAL, contribuição relevante no planejamento de uma empresa,
conforme Dias e Aguiar (2002).
Profundo conhecedor do artesanato Amazônico, o proprietário participou de várias
feiras e exposições nacionais, representando a marca Amazônia, o que contribuiu para ser
convidado a fazer parte da coordenação da feirinha montada no Festival de Parintins de
propriedade da Coca-Cola no ano de 1992. As informações elencadas a respeito de outros
canais de distribuição do artesanato foram maneiras pelas quais, o empreendedor observou
como uma nova oportunidade de negócio, que de acordo com Chagas (2004) são fontes de
idéias para o empreendedor verificar as inovações e formas de organização.
O Sr. A, disse que, o empreendimento constitui-se em uma empresa familiar, portanto,
seu quadro de funcionários é composto por uma pessoa que faz parte da família do
proprietário, e de mais um funcionário que esporadicamente compõe esse quadro, o tipo de
negócio é caracterizado pela venda no atacado e varejo.
Comercializam produtos das etnias indígenas: Sateré-Mawé, Waimiri - Atroari, Sateré,
Way-Way, Tikuna, Baniwa, Dessana Tucano, Yanomami, Scariana, Macuxi, Gavião,
Guajajara, Apurinã, Tapajonas, Matis, Marubo, Maiuruna, Apalay, Kaipo, Karajá, Marajoara
e outros que são produzidos por caboclos moradores das comunidades ribeirinhas da região
Amazônica.
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Possui uma variedade de produtos com possibilidade de exportar para outros Estados e
países, dentre eles destacam-se: sementes de açaí (açaizeiro, euterpe oleracea), jarina, tento,
jupati, morototó, cerâmicas, cestos, balaios, xotós, cesto ui, vestimentas indígenas, pulseiras,
brincos, colares, máscaras, canoas, cuias, guaraná em bastão, porta-jóias, quadros e esculturas
em madeiras, animais feitos com sementes, cartão-postal, tangas, fitas de buriti, palha da
costa, fio de tucum, tururi, panela de barro, chocalhos, maracás, jogo americano (palha),
pentes, apitos, essências, perfumes, barcos, canoas, peneiras, tipiti, balatas, bolsas, cintos,
imãs, canecas, bonecas, chaveiros.
Possui status de microempresa, o que possibilita ao empresário a diminuição de
burocracias relacionadas à gestão, tem-se como princípio estar em conformidade com as
normatizações vigentes, onde possui o registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), para comercialização de produtos da fauna
como é o caso da escama seca do pirarucu (Arapaima gigas), proveniente da Reserva de
Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá/AM.
Conforme o entrevistado, a microempresa é um empreendimento em funcionamento
no mercado que se destina a públicos locais e a visitantes, no entanto, a falta de um
gerenciamento ao longo de sua existência trouxe consequências que ocasionam perda de
lucratividade.
Diante desse contexto, a sugestão para o empreendedor de uma estrutura plano de
negócios visa estruturar a empresa estrategicamente no mercado, uma vez que existe um
público que absorve o produto artesanato, foi mencionado por Chagas (2004) que o
planejamento é uma maneira de pensar o futuro de forma planejada verificando as mudanças
no ambiente como e aonde a empresa pretende ir, que mercados alcançar, as projeções de
lucros e investimentos, chegando ao resultado final, bem como diminuir erros e incertezas.
Ressalta-se, que diante do objeto apresentado, bem como análise referencial dos
modelos de planos de negócios, sugeridos por Salim et al (2005), Pavani et al (2000) e
Dornelas (2001), neste artigo, foi escolhido o modelo de Dornelas por apresentar uma
estrutura específica para pequenas empresas em geral, o que resultou na seguinte estrutura
sugerida de Plano de Negócios para a microempresa “AJL”, sintetizada neste estudo.
1. Capa;
2. Sumário;
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CHAGAS, Fernando Celso Dolabela. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura Editores
Associados, 2004.
PAVANI, Cláudia (et al). Plano de negócios: planejando o sucesso de seu empreendimento.
Rio de Janeiro: Minion, 2000.
SALIM, César Simões (et al). Construindo planos de negócios. 3. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2005.