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02. As manifestações clínicas da hemocromatose primária são causadas pelo efeito tóxico do excesso de ferro
acumulado em diversos órgãos após anos de absorção aumentada. Indivíduos afetados são homozigotos para um
gene que facilita essa absorção. Esse estado homozigótico é comum e afeta ~1/600 a 1/1000 indivíduos nos Estados
Unidos e na Europa Ocidental, indicando que ~7% da população são de heterozigotos. O desabrochar das condições
clínicas – danos ao fígado e coração, artrite, diabetes e descoloração da pele – só ocorre após anos de absorção
aumentada de ferro e é mais comum nos homens, já que as mulheres podem eliminar algum excesso de ferro na
menstruação. Freqüentes sintomas não específicos sempre se manifestam por fraqueza e fadiga. O tratamento
(remoção do excesso de ferro) é relativamente simples. Como a condição é herdada como um traço recessivo, 25% da
irmandade de um afetado também serão homozigotos e poderão estar num estágio precoce da doença.
Já que a deficiência de ferro é comum na população como um todo, suplementação de farinhas com ferro tem sido
recomendada e é praticada na Suécia. O início das manifestações clínicas de hemocromatose em homozigotos poderia
então ser precipitado. No entanto, já que o número de pessoas homozigotas é, se tanto, 1/500, alguns observadores
entendem que os possíveis méritos da suplementação de ferro beneficia uma fração muito grande da população e sobrepuja
os efeitos danosos do ferro para os homozigotos. Um ponto crucial diz respeito à absorção de ferro nos heterozigotos (1 em
cada 10 pessoas). Embora o acúmulo de ferro no fígado esteja algo aumentado em homens heterozigotos quando atingem a
idade avançada, não há evidências de que eles estejam em risco das manifestações clínicas.
Então, para uma política de suplementação alimentar, deve-se balancear os danos para os ocasionais homozigotos
para a hemocromatose com os benefícios da redução da freqüência de deficiente de ferro, que é comum
particularmente na camada da população com baixas condições socioeconômicas e que tem efeitos deletérios na
saúde. De qualquer forma, esse tipo de cálculo é um bom exemplo do tipo de problema que a variação genética
relacionada à nutrição faz emergir.
03) O polimorfismo C677T do gene Metilenotetrahidrofolato Redutase (MTHFR) resulta na diminuição de sua atividade
enzimática. Em um estudo desenvolvido no Laboratório Sabin de Análises Clínicas (Brasília, DF), foram recuperados os
exames de 70 indivíduos que realizaram a detecção da mutação MTHFR C677T. As frequências genotípicas foram
CC 0,30, CT 0,52 e TT 0,17. Essas frequências são consistentes com uma população em equilíbrio? Demonstre.
B) Na Suécia 99% da população digere a lactose na idade adulta. Na China, por outro lado, apenas 1% da população
digere a lactose na idade adulta. Considerando as populações em equilíbrio, quais as freqüências genotípicas?
C) A intolerância à lactose é parte da vida de aproximadamente 64% dos brasileiros, mas a maioria nem sabe disso. É
o que diz o gastropediatra Mauro de Morais, da Universidade Federal de São Paulo. Já em uma região do norte da
Europa, aproximadamente 4% da população é intolerante. No entanto, em ambos os países, a freqüência de indivíduos
heterozigotos é a mesma. Explique (demonstre) a razão?
E ) Suponha uma hipotética população inicial (não em equilíbrio) constituída de 20% de indivíduos que não digerem a
lactose e 80% de indivíduos que digerem a lactose (hetozigotos). Quando essa população entrar em equilíbrio, qual
será a frequência genotípica? Quais as condições e qual o tempo necessário para a população entrar em equilíbrio?
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