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Diaconia é uma palavra grega utilizada cerca de cem vezes no Novo Testamento. É
uma expressão que aparece como substantivo diakonos (alguém que
serve), diakonia (serviço) e como verbo diakoneo (servir). O termo é utilizado tanto
para referir-se ao serviço mútuo entre as pessoas, quanto para o ministério de Jesus no
mundo “Pois o próprio Filho do homem não veio para ser diaconado, mas
para diaconar e dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mc 10.45).
Diaconia compreende o estilo de vida que Jesus escolhe e recomenda para os seus
seguidores. A diaconia pode ser definida como o Evangelho em ação, expresso através
do amor ao próximo, da comunhão inclusiva, da preservação da criação de Deus e da
luta pela justiça.
À luz da Tradição e da Sagrada Escritura, nosso olhar se volta, agora, para o ser
diácono no século XXI, tempo de grandes e profundas mudanças de época. Inusitados
desafios e novas exigências de nosso tempo pedem também ao diácono a renovação, a
liderança criativa, o avanço para adentrar nas novas periferias existenciais, a coragem
para repropor-se em novas linguagens e métodos, a compreensão e a presença nos novos
areópagos pós-modernos.
A Diaconia é Cristocêntrica
A diaconia é centrada em Cristo: na sua vida, exemplo, morte e ressurreição. Em Cristo,
Deus mostra o Seu grande amor pela humanidade e por toda a criação, tornando-se um
de nós (Jo 1.14), esvaziando-se e assumindo a forma de servo (Fp 2.6-8). A diaconia
tem em Jesus o seu modelo e exemplo. Ele cuidou das pessoas, curou os enfermos,
ministrou aos pobres, tocou nos impuros, libertou os oprimidos, abraçou os
marginalizados e confrontou a injustiça. Após a sua ressurreição, ele apareceu aos
discípulos e disse-lhes “Assim como o Pai me enviou, também eu os envio.” (Jo 20.21).
Portanto, o exemplo que devemos tomar para o nosso estilo de vida Como servos,
chamados como prestadores de serviço para o reino de Deus, deve ser igual ao de Jesus
Cristo: vivermos uma vida de serviço. A conversão implica não vivermos mais para nós
mesmos, nem para satisfazermos as nossas próprias necessidades, mas vivermos para
aquele que por nós morreu e ressuscitou (2Co 5.15).
Diaconia é mais que ação social e mais que projetos
A diaconia bíblica se distingue de qualquer outra ação pública ou humanitária porque
ela inclui a partilha da fé e o convite para uma vida nova, a vida plena que só Cristo
pode oferecer – vida que abrange a reconciliação com Deus, com o próximo e com a
criação. A diaconia é uma atitude, é o estilo de vida exigido para os discípulos de Jesus.
Ser um seguidor de Jesus é seguir o seu exemplo, fazer o que ele fez ir onde ele foi e
cuidar daquilo que ele cuidou. Isso vai muito além de uma atividade, de um título, de
uma posição ou um projeto.
A diaconia não deve estacionar no nível da caridade, ela precisa sempre avançar na
direção da justiça, já que existe, claramente, uma relação direta entre conhecer a Deus e
praticar a justiça. É o que diz o Senhor por meio do profeta Jeremias ao ganancioso rei
Jeoaquim, contrastando o seu reinado com o de seu pai, Josias: “Teu pai (…) agiu com
justiça e retidão, por isso as coisas iam bem para ele. Julgou a causa do necessitado e do
pobre; e as coisas iam bem. Por acaso não é isso o que significa conhecer-me? Diz o
SENHOR.” (Jr 22.15, 16).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ENGEN, Charles van. Povo missionário, povo de Deus. São Paulo: Vida Nova, 1996.
NORDSTOKKE, Kjell. Diaconia. In: SCHNEIDER-HARPPRECHT, Christoph (Org.).
Teologia
Prática no contexto da América Latina. São Leopoldo: Sinodal/ASTE, 1998. P. 268-
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