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Microeconomia
Curso Cecı́lia Menon
1 Introdução
1.1 Apresentação e Programa do Curso
1.1.1 Contato
Emails: jglresende@gmail.com
Telefone: 3107-6603
Contato por email mais seguro.
Questões, dúvidas sobre exercı́cios, etc - enviar com antecedência de dois dias antes da aula,
preferivelmente.
Programa da Anpec:
I. Demanda do Consumidor
1
III. Mercados
1. Troca Pura;
2. Troca Com produção;
3. Caixa de Edgeworth;
4. Bens Públicos;
5. Externalidades.
V. Economia da Informação
1. Seleção adversa;
2. Perigo Moral;
3. Modelo de Sinalização;
4. Modelo de Principal Agente.
1. Equilı́brio de Nash;
2. Equilı́brio de Nash em Estratégias Mistas;
3. Jogo Repetido;
4. Equilı́brio Perfeito em Subjogos.
2
1.1.3 Bibliografia
Principal (recomendado pela ANPEC como leitura básica):
• Varian, Hal. Microeconomica - Princı́pios Básicos - Uma abordagem Moderna (7o edição).
Editora Campus.
1. Pindyck, Robert e Rubenfeld, D. Microeconomia, 6a ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2006. (recomendado pela ANPEC como leitura básica)
2. Gibbons, R. Game Theory for applied economists. Princeton University Press, 1992 (caps 1
e 2) (recomendado pela ANPEC como leitura complementar)
3
1.1.5 Calendário de Aulas (“Tentativo”)
• Consumidores
• Firmas
• Governo
4
1.2.3 Consumidores e Firmas
• Consumidores
– Manifestam suas ações na economia por intermédio de suas demandas.
– Buscam o máximo de satisfação a partir de sua riqueza e dos preços dos bens e serviços
disponı́veis para consumo.
• Firmas
– Manifestam suas ações na economia por intermédio de sua demanda por insumos ou
fatores de produção e por sua oferta de bens e serviços produzidos.
– Procuram maximizar seu lucro a partir da tecnologia de que dispõem para produzir o
bem ofertado e dos preços dos insumos que compõem o bem ofertado.
5
1.2.7 Critério de Eficiência de Pareto
Falhas de Mercado: impedem que o mercado seja eficiente (no sentido de Pareto).
Eficiência de Pareto: Uma alocação satisfaz o critério de eficiência de Pareto se não existe como
melhorar a situação de algum agente sem piorar a de outro agente.
Observação: o critério de eficiência de Pareto não diz nada sobre desigualdade. Ele é apenas um
critério mı́nimo de eficiência, que exclui desperdı́cios na sociedade.
• Externalidades;
• Poder de mercado;
• Informação Imperfeita;
• Bens Públicos.
Se alguma dessas falhas de mercado estiver presente, não podemos afirmar que a alocação de
recursos e bens alcançada por essa sociedade satisfaz o critério de eficiência de Pareto.
1.2.10 Postulados
Algumas idéias são primordiais no raciocı́nio econômico:
• Escassez
• Escolha (tradeoffs)
6
• Comportamento Individual Maximizador
• Substituição
– Agentes estão dispostos a fazer as escolhas que a escassez de recursos exige;
– Entre quaisquer dois bens A e B que desejamos, estamos dispostos a abrir mão de um
pouco de A para receber um pouco de B;
– Essa substituição normalmente envolve pequenos incrementos dos bens (incrementos
marginais);
∗ Firma: produz até o ponto em que o acréscimo de receita pela venda do último
bem produzido (benefı́cio para a firma) for igual ao custo marginal de produzi-lo
(perda para a firma).
7
Propriedades de X O conjunto X satisfaz as seguintes propriedades:
6 X ⊂ Rn+ ;
1. ∅ =
2. 0 ∈ X;
3. X é fechado;
4. X é convexo.
8
2 A Restrição Orçamentária
2.1 Definições Básicas
2.1.1 Restrição Orçamentária
A restrição orçamentária representa a escassez no problema do consumidor. Cada consumidor
possui uma quantidade de dinheiro para gastar em um determinado perı́odo de tempo, digamos
um mês.
Diferentemente das preferências, a restrição orçamentária é, a princı́pio, observável. Se uma
mudança de comportamento é causada por uma variação no conjunto de possibilidade de consumo,
obtemos uma explicação direta e objetiva para o fenômeno observado.
2.1.2 Notação
• x1 , . . . , xn : quantidade dos bens 1, . . . , n;
• m: renda do consumidor.
• Hipótese 1: Preços dos bens são fixos (consumidor tomador de preços - mercado competitivo),
p 1 x1 + p 2 x2 ≤ m
Ou seja, o que o consumidor gasta não pode ultrapassar a quantidade de dinheiro de que dispõe.
A reta orçamentária é o conjunto de cestas de bens que custam exatamente m (ou seja, cestas de
bens que exaurem toda a renda do consumidor):
p 1 x1 + p 2 x2 = m
B = {(x1 , x2 ) ∈ R2+ ; p1 x1 + p2 x2 ≤ m}
9
2.1.4 Representação Gráfica para o Caso de Dois Bens
Vamos ilustrar a restrição e a reta orçamentárias em um gráfico onde os eixos representam a
quantidade dos bens.
Observe que:
• Se o consumidor gastar todo o seu dinheiro no bem 1, ele pode comprar no máximo m/p1
unidades desse bem.
• Se ele gastar todo o seu dinheiro no bem 2, ele pode comprar no máximo m/p2 unidades
desse bem.
• A reta orçamentária possui inclinação −p1 /p2 . A inclinação da reta orçamentária informa
o valor de troca de mercado entre os dois bens: para se obter uma unidade do bem 1, o
consumidor tem que abrir mão de −p1 /p2 unidades do bem 2.
x2
6
m
p2
@
@
@
@ Reta Orçamentária
@ (Inclinação: −p /p )
1 2
@
@
@
@
Restrição @
Orçamentária @
@
@
@
@
@
@ -
m x1
p1
10
2.1.6 Interpretações Alternativas
1) Escolha de trabalho. x1 tempo, x2 bem composto, m renda endógena, depende do tempo
trabalhado.
2) Escolha intertemporal. x1 consumo no perı́odo 1, x2 consumo no perı́odo 2 (bens com-
postos homogêneos), p1 normalizado para 1, p2 preço do consumo no perı́odo 2 em termos
do preço do consumo no perı́odo 1 (dado pela taxa de juros, usualmente).
x2
6
Mudança na RO causada
m̄
p2 por um aumento na renda m
@
@ (renda aumenta de m para m̄)
@
@
m @
p2 @
@ @
@ @
@ @
@ @
@ @
@
@
@ @
@ @
@ @
@ @
@ @
@ @ -
m m̄ x1
p1 p1
11
x2
6
Mudanca na RO causada
m
p2 Q por um aumento no preço p1
SQ
S Q (aumenta de p1 para p̄1 )
S QQ
S Q
S Q
Q
S Q
S Q
Q
S Q
S Q
Q
S Q
S Q
Q
S QQ
S Q
S
+
Q
S Q
Q
S Q
SS Q
Q -
m m x1
p̄1 p1
p1 x1 + p2 x2 ≤ m.
2.2.4 Numerário
Portanto:
Podemos então transformar um dos preços em numerário, o que significa torná-lo igual a 1.
Por exemplo, preço do bem 1 como o numerário da economia: a restrição orçamentária se torna
12
2.2.5 Questão 4 - Exame 1993
x2 6
(0) A expressão algébrica da linha de
orçamento (AB) é dada por: x1 + 2x2 = 10.
H B
HH
é compatı́vel com a função de
-
utilidade descrita em (3).
5 10 x1
• x1 = x1 (p1 , p2 , m): demanda do bem 1 (é a escolha ótima de consumo do bem 1 pelo
indivı́duo), escrita como função do preço do próprio bem 1, dos preços dos outros bens (no
caso, do bem 2), e da renda do consumidor;
• x2 = x2 (p1 , p2 , m): demanda do bem 2 (é a escolha ótima de consumo do bem 2 pelo
indivı́duo), escrita como função do preço do próprio bem 2, dos preços dos outros bens (no
caso, do bem 2), e da renda do consumidor.
p1 x1 (p1 , p2 , m) + p2 x2 (p1 , p2 , m) = m.
xi (tp1 , tp2 , tm) = xi (p1 , p2 , m), para todo bem i, para todo t > 0.
13
2.3.3 Conclusão
Observações:
Então para inferirmos mais restrições sobre as demandas, precisamos modelar as preferências dos
consumidores.
14
3 Preferências e Função Utilidade
3.1 Preferências
3.1.1 Conjunto de Escolha do Consumidor
Denotamos por X (contido em Rn+ , no caso geral, ou em R2+ , no caso de dois bens) o conjunto que
representa as cestas de bens disponı́veis para o consumidor.
Um elemento do conjunto X ⊂ R2+ é um vetor x = (x1 , x2 ), onde xi é a quantidade do bem i,
i = 1, 2, na cesta x.
O conjunto de escolha do consumidor pode ser bem geral, e incluir quantidades de bens impossı́veis
de serem fabricados. Esse conjunto enumera apenas possibilidades que o consumidor gostaria de
consumir, e não o que é realmente possı́vel de ser consumido (lembre-se que esse é o papel da
restrição orçamentária!).
3.1.2 Preferências
Vamos supor que cada consumidor é capaz de ordenar as várias cestas de consumo disponı́veis
em ordem de preferência. Para quaisquer duas cestas x e y diferentes, o consumidor é capaz de
comparar essas cestas: ou x é melhor que y ou y é melhor que x.
Chamamos essa relação de preferência, e a representamos por “”. Escrever x y significa “x é
preferı́vel (fracamente) a y.”
Definição: A relação binária (comparação de uma cesta com outra) representada por x y
significa dizer que x é (fracamente) preferı́vel a y.
x y se e somente se x y e y x
x ∼ y se e somente se x y e y x
• x ∼ y: x e y são indiferentes.
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3.1.4 O que são os Axiomas?
Cada axioma tem um significado preciso e supõe algo sobre o comportamento do consumidor.
Exemplo: Axioma de monotonicidade: prefere mais do que menos.
Axiomas sobre preferências são portanto hipóteses sobre o comportamento dos consumidores.
Essas hipóteses podem ser testadas.
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• Axioma de Convexidade Estrita. Se x e y são duas cestas de bens distintas tais que
x ∼ y, então tx + (1 − t)y x, para todo t ∈ (0, 1).
O axioma de não-saciação global diz que, para qualquer cesta considerada, sempre existe uma
outra cesta que provê maior satisfação. O axioma de não-saciação local vai além: diz que para
toda cesta, existe uma outra cesta bem próxima a ela que provê maior satisfação ao consumidor.
O axioma da monotonicidade diz que mais é melhor : se acrescentamos mais bens à cesta do
consumidor, sua satisfação aumenta.
O axioma de convexidade diz que médias são melhores do que extremos: uma combinação de
duas cestas indiferentes entre si é sempre tão boa quanto qualquer uma das cestas que forma a
combinação. Uma versão mais forte desse axioma é o da convexidade estrita, que diz que a cesta
média é estritamente melhor do que as cestas que a formam.
O axioma da continuidade é de caráter técnico, necessário para o resultado principal da próxima
seção, de representação de uma preferência por uma função de utilidade.
17
3.2 Função de Utilidade
3.2.1 Função de Utilidade
Do ponto de vista prático, preferências nem sempre são fáceis de se manusear e de se obter
inferências econômicas.
Definição: Uma função de utilidade assinala para cada cesta x ∈ X um valor u(x) ∈ R.
Uma função de utilidade nada mais é do que uma representação numérica das cestas disponı́veis
para o consumidor.
Se para as cestas x e y temos que u(x) > u(y), então dizemos que a cesta x provê mais utilidade
(ou satisfação, ou bem-estar) para o consumidor.
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3.2.5 Consequências do Teorema da Representação
O importante em uma função utilidade é o modo em que ela ordena as cestas de bens, e não o
número especı́fico associado a cada cesta.
Suponha que u representa , ou seja,
x y ⇔ u(x) ≥ u(y)
Se f é uma função crescente em todo o seu domı́nio (ou seja, uma transformação monotônica
positiva), então temos que:
Logo, f (u(.)) também representa o mesmo sistema de preferências que u representa, no sentido
de que preserva a ordenação das cestas de bens determinada por .
Mais ainda, se u e v são duas funções de utilidade que representam o mesmo sistema de preferências,
então existe uma função f : R → R crescente tal que v(.) = f (u(.))
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x2
6
Curvas de indiferença
“bem-comportadas”
ū1
-
x1
@
@
@
@ @
@ @
@ @
@ @ @
@ @ @
@ @ @
@
@ @@ @ @ -
x1
semi-reta x2 = x1
-
x1
20
3.3.2 Relações
Uma preferência bem-comportada será representada por uma utilidade bem comportada. Os
axiomas de uma preferência se refletem na utilidade que a representa. Se a preferência é monótona,
a utilidade que a representa é crescente. Observe que o significado de utilidade crescente é o mesmo
de preferência monótona, o consumidor prefere mais a menos.
Se a preferência for convexa, a utilidade que a representa será quasecôncava, ou seja, para duas
cestas x e y quaisquer, então a cesta definida como uma combinação linear dessas duas cestas,
zt = tx + (1 − t)y, para todo t tal que 0 ≤ t ≤ 1, é fracamente preferı́vel à cesta menos preferida
entre x e y. Formalmente,
para todo t ∈ [0, 1]1 . A intuição dessa propriedade para a utilidade é a mesma intuição da
propriedade de convexidade da preferência, já que as duas representam a mesma ideia para o
comportamento do consumidor, de que ele prefere médias a extremos. Nesse caso, a curva de
indiferença terá um formato convexo com relação à origem.
Finalmente, se a preferência for estritamente convexa, a utilidade que a representa será estrita-
mente quasecôncava, ou seja, para duas cestas x e y distintas (x 6= y) quaisquer, então a cesta
definida como uma combinação estrita dessas duas cestas, zt = tx + (1 − t)y, para todo t tal que
0 < t < 1 (se t = 0, obtemos que zt = y, se t = 1, obtemos que zt = x), é estritamente melhor do
que cesta menos preferida entre x e y. Formalmente, temos que:
para todo t ∈ (0, 1). A intuição dessa propriedade para a utilidade é a mesma intuição da
propriedade de convexidade estrita da preferência, já que as duas representam a mesma ideia para
o comportamento do consumidor, de que ele prefere estritamente médias a extremos. A figura
abaixo ilustra esse caso.
x2
6
x q
@
@
@
@ q xt = tx + (1 − t)x̂
@
@
@
@
@q
@
x̂
-
x1
1
um modo equivalente de definir quaseconcavidade é dizer que todo o conjunto de contorno superior da função,
C(ū) = {x ∈ X; u(x) > ū}, é um conjunto convexo: se x e y pertencem a C(ū), então tx + (1 − t)y pertence a
C(ū), para todo t ∈ [0, 1].
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Para as curvas de diferença, temos que valem as seguintes relações:
• O axioma de transitividade implica que duas curvas de indiferença distintas não podem se
cruzar.
• O axioma de monotonicidade implica que não existem “males”: mais de cada bem é mel-
hor. Monotonicidade implica que as curvas de indiferença tenham inclinação negativa. Pre-
ferências monotônicas também são chamadas preferências crescentes.
• O axioma de convexidade implica que a curva de indiferença seja convexa em relação à
origem (ver figura acima - ilustra a curva de indiferença de uma preferência estritamente
convexa).
A TMS entre dois bens mede a taxa pela qual o consumidor está disposto a trocar um bem por
outro: a TMS do bem 1 pelo bem 2 é o valor que o consumidor atribui ao bem 1 em termos do
bem 2.
A TMS é um número negativo: se o consumidor abre mão de um pouco de um bem, ele precisa
receber um pouco do outro bem para manter-se na mesma curva de indiferença (consequência do
axioma de preferências crescentes).
Porém, alguns livros definem a TMS como o valor absoluto da inclinação da curva de indiferença.
Isso é uma fonte enorme de confusão em algumas questões da ANPEC, nas quais não é possı́vel
inferir qual definição o examinador utilizou na questão.
3.3.4 Exemplo
∂u ∂u
Exemplo: Suponha que ∂x 1
= 12 e ∂x 2
= 4. Então na margem (para pequenas mudanças ou
trocas entre os bens), uma unidade do bem 1 vale três vezes mais para o consumidor do que uma
unidade do bem 2. Logo, a taxa marginal de substituição entre os bem 1 e 2 é −3.
Ou seja, se aumentarmos o consumo do bem 1 por uma unidade e diminuimos o consumo do bem
2 por 3 unidades, então o consumidor continua com o mesmo nı́vel de satisfação (na mesma curva
de indiferença).
3.3.5 Fórmula
A utilidade marginal do bem xi mede o acréscimo na utilidade devido a um aumento no consumo
do bem i:
∂u(x)
U M gxi (x) =
∂xi
O valor da utilidade marginal não possui nenhum conteúdo econômico, pois apenas a ordenação das
cestas importa. Se usarmos uma outra utilidade para representarmos as preferências, a utilidade
marginal mudará.
A única informação relevante que podemos obter da utilidade marginal é do seu sinal: se a
utilidade marginal de um bem é positiva, então quantidades maiores desse bem aumentam o nı́vel
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de bem-estar do consumidor (observe que essa propriedade será válida também para qualquer
outra utilidade representando essa preferência).
Podemos derivar a TMS usando a utilidade marginal de um bem. A fórmula da TMS entre dois
bens (1 e 2) :
∂u(x1 ,x2 )
dx2 ∂x1 U M gx1 (x1 , x2 )
T M S1,2 (x1 , x2 ) = = − ∂u(x ,x )
=−
dx1 du=0
1 2 U M gx2 (x1 , x2 )
∂x2
3.3.6 Observações
1. A TMS não depende da função de utilidade que usamos para representar as preferências.
2. A TMS pode ser medida na prática, se certas condições forem satisfeitas (preferências bem
comportadas).
U M gx1 (x1 , x2 ) α x2
T M S1,2 (x1 , x2 ) = − =−
U M gx2 (x1 , x2 ) β x1
2. Utilidade Linear: u(x1 , x2 ) = ax1 + bx2 . Nesse caso, a TMS entre os dois bens é igual a
−a/b, qualquer que seja a cesta de bens considerada.
3. Utilidade com um Bem Neutro: u(x1 , x2 ) = x1 . Nesse caso, a TMS entre os bens é
infinita.
4. Utilidade de Leontieff: u(x1 , x2 ) = min{ax1 , bx2 }. Nesse caso, a TMS é zero, infinita, ou
não está definida, dependendo da cesta considerada. Mais especificamente, temos que:
23
3.3.8 Preferências e Utilidades Homotéticas
A preferência de um consumidor é chamada homotética se satisfaz a definição abaixo. A utilidade
do consumidor é chamada homotética caso represente preferências homotéticas (todas as funções
de utilidade vistas até agora - com exceção da utilidade quase-linear - são homotéticas).
Definição: Preferências homotéticas. As preferências são homotéticas se todas as curvas
de indiferença são relacionadas por expansões proporcionais ao longo de raios:
se x ∼ y, então αx ∼ αy, ∀α ≥ 0,
onde x e y são cestas de bens.
Para qualquer linha reta saindo da origem em direção ao quadrante positivo, todos os pontos de
curvas de indiferença distintas que essa linha cruza possuem a mesma TMS.
Portanto, se conhecemos uma única curva de indiferença gerada por uma preferência homotética,
somos capazes de descrever todas as curvas de indiferença geradas por essa preferência, pois todas
as curvas de indiferença são versões aumentadas ou diminuı́das umas das outras. Ou seja, podemos
descrever completamente o sistema de preferências que gerou essa curva. Esse fato tem implicações
importantes, principalmente na análise empı́rica da teoria do consumidor.
x2
6
Preferências Homotéticas
B s
Pontos A e B (e C e D)
têm a mesma inclinação
A s
D
s
C
s
u1
u0
-
x1
24
3.3.9 Questões da ANPEC
RESOLVER: QUESTÃO 6, EXAME 2011; QUESTÃO 1, EXAME 2010; QUESTÃO 2, EX-
AME 2009; QUESTÃO 1, EXAME 2007; QUESTÃO 1, EXAME 2006; QUESTÃO 1, EXAME
2004; QUESTÃO 1, EXAME 2002; QUESTÃO 1, EXAME 2001; QUESTÃO 1, EXAME 2000;
QUESTÕES 1, 2 e 4, EXAME 1999; QUESTÕES 1 e 2, EXAME 1998.
25