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1. INTRODUÇÃO
Dentro do sistema hídrico, a descarga de esgotos não tratados é uma das maiores
contribuições para o impacto desses ambientes, sendo uma prática comum em diversas regiões do
planeta e de alto risco, uma vez que pouco é conhecido sobre o destino químico dentro das
condições de descarga direta (WHELAN et al., 2007).
solares, produtos de higiene pessoal como fragrâncias contendo grupos nitro e ftalatos, inseticidas
repelentes, bem como os surfactantes amplamente utilizados no consumo doméstico (LUO et al.,
2014).
Ainda que o LAS figure como um tensoativo biodegradável, a sua intensa atividade de
superfície favorece a sua sorção em material particulado, como consequência, tem-se a
diminuição da eficiência de biodegradação no meio ambiente (BOLUDA-BOTELLA et al.,
2010). Apesar de sua fácil assimilação em meio aeróbio, sob condições anaeróbias, possui vias
metabólicas restritas e consequentemente pode ser bioacumulado, podendo ser tóxico para o
ambiente aquático (SCOTT et al., 2000).
Esse efeito pôde ser observado em estudos toxicológicos em peixes, os quais podem sentir
a presença de surfactantes em concentrações muito baixas – 0,001 mg/L (BAKIREL et al., 2005).
Um dos efeitos tóxicos notados foi a alteração patológica nas brânquias, diminuição do
crescimento e atividade de natação prejudicada (HOFER et al., 1995).
2. OBJETIVO
O Objetivo desse trabalho foi avaliar a biodegradação dos surfactantes dodecilbenzeno
sulfonato de sódio utilizando Penicillum crustosum, Penicillium chrysogenum e Aspergillus
aculeatus.
3. METODOLOGIA
Inicialmente os fungos foram isolados do efluente de uma indústria têxtil e em seguida
foram identificados, conforme SILVA (2013), sendo então mantidos em óleo mineral. Os micro-
organismos foram reativados em meio de cultura batata dextrose ágar (39 g/L) e os esporos
colhidos e mantidos por meio de uma solução salina 0,85% (m/v).
Fonte de
LAS1
Experimentos Nor.* Nor.* Nitrogênio2
(g/L)
(g/L)
1 -1 0,006 -1 1,6
2 -1 0,006 +1 4,4
3 +1 0,018 -1 1,6
4 +1 0,018 +1 4,4
5 0,004 0 3,0
6 0,020 0 3,0
7 0 0,012 1,0
8 0 0,012 5,0
9 0 0,012 0 3,0
10 0 0,012 0 3,0
11 0 0,012 0 3,0
12 0 0,012 0 3,0
1
* Dados normalizados; Linear alquilbenzeno sulfonato de sódio (LAS); 2Sal utilizando como
fonte de nitrogênio:(NH4)2SO4.
Na análise de surfactantes totais, conhecido como método MBAS, o efluente é analisado através
de um sistema aquoso de duas fases. Para isso, uma curva de calibração foi previamente preparada.
Todo procedimento para a realização das análises foi retirado do “Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater” (SMEWW, 1998), com algumas modificações.
Além do planejamento fatorial, o crescimento fúngico foi avaliado através da secagem da massa
produzida diariamente. Sendo realizada em duas etapas, uma em meio MML sem a presença do
detergente e a outra em presença do detergente a uma concentração de 6 mg/L conforme trabalhos
anteriores (COSTA, 2014; SILVA, 2014). Os filtros utilizados foram previamente secos e pesados; a
quantidade de massa seca produzida foi colhida por filtração à vácuo e em seguida seca em estufa (80
ºC) por aproximadamente 2 horas. Na cinética de crescimento em presença do detergente, parte da
amostra líquida foi direcionada para análise MBAS, a fim de avaliar a biodegradação diária e uma
outra parte seguiu para análise de consumo de açúcares, em acordo com a metodologia proposta por
NOELTING & BERNFELD (1948) com algumas modificações.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
momento, em presença de glicose (5 g.L-1) e LAS (6,8mg.L-1), estando esse último disponível
como fonte alternativa para crescimento e a permanência das atividades celulares (Figura 6).
(a) (b)
(c)
Figura 1: Crescimento fúngico em meio contendo somente glicose (azul) e glicose + LAS (preto)
para (a) A. aculeatus (b) P. chrysogenum (c) P. crustosum
Conforme pode ser visto na Figura 1, o crescimento fúngico na presença do LAS a uma
concentração de 6,8 mg/L foi menor para os três micro-organismos estudados. Sendo que, o P.
chrysogenum (Figura 1b) apresentou a menor produção de massa tanto na presença, quanto na
ausência do LAS.
A maior produção mássica foi observada para o P. crustosum (Figura 1c) em ambas as
condições. Além disso, a fase de morte celular (ou declínio) apresentada pelo P. crustosum é
menos aparente em relação aos outros, que em presença de LAS, não ocorreu dentro dos cinco
dias do experimento.
(c)
5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS
Standard Methods for the examination of water and wastewater. American Public Health
Association, American Water Works Association, Water Environmental Federation, 20th ed.
Washington. 1998.
BAKIREL, T.; KELEŞ, O.; KARATAŞ, S.; ÖZCAN, M.; TÜRKMEN, G.; CANDAN, A. Effect
of linear alkylbenzenesulphonate (LAS) on non-specific defence mechanisms in rainbow trout
(Oncorhynchusmykiss). Aquatic Toxicology, vol. 71, p. 175-181. 2005.
BOLUDA-BOTELLA, N.; LEÓN, V. M.; CASES, V.; GOMIS, V.; PRATS, D. Fate of linear
alkylbenzenesulfonate in agricultural soil columns during inflow of surfactant pulses.Journal of
Hydrology, vol. 395, p. 141-152. 2010.
HOFER, R.; JENEY, Z.; BUCHER, F. Chronic effects of linear alkylbenzenesulfonate (LAS)
and ammonia on rainbow trout (Oncorhynchusmykiss) fry at water criteria limits. Water
Research, vol. 29, p. 2725-2729. 1995.
LUO, Y.; GUO, W.; NGO, H. H.; NGHIEM, L. D.; HAI, F. I.; ZHANG, J.; LIANG, S.; WANG,
X. C. A review on the occurrence of micropollutants in the aquatic environment and their fate
and removal during wastewater treatment.Science of the Total Environment, vols. 473-474, p.
619-641. 2014.
WHELAN, M. J.; VAN EGMOND, R.; GUYMER, I.; LACOURSIÈRE, J. O.; VOUGHT, L. M.
B.; FINNEGAN, C.; FOX, K. K.; SPARHAM, C.; O’CONNOR, S.; VAUGHAN, M.;
PEARSON, J. M. The behavior of linear alkyl benzene sulphonate under direct discharge
conditions in Vientiane, Lao PDR.Water Research, vol. 41, p. 4730-4740. 2007.