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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

AVALIAÇÃO CRÍTICA E ESTUDOS DE CASO QUANTO A REMOÇÃO DE


NUTRIENTES NO TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS

Aluna: Yasmin Marcos


Período: Noturno
Disciplina: Química Ambiental
Profª. Dra. Lúcia Helena Gomes Coelho

SANTO ANDRÉ
2017
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3

2 NUTRIENTES EM ESGOTO SANITÁRIO................................................................ 5

2.1 Nitrogênio no esgoto sanitário ............................................................................... 5

2.2 Fósforo no esgoto sanitário ................................................................................... 6

2.3 Concentrações usuais de nutrientes no esgoto doméstico ................................... 7

2.4 Eutrofização dos corpos d’água superficiais ......................................................... 8

2.5 Contaminação de águas subterrâneas por nitrato ............................................... 11

3 ESTUDOS DE CASO ............................................................................................. 12

3.1 Remoção de nitrogênio e fósforo do esgoto sanitário em um sistema de alagados

construídos utilizando o capim vetiver (UCKER et al., 2012) .................................... 12

3.2 Remoção biológica de fósforo em reatores em bateladas sequenciais com

diferentes tempos de retenção de sólidos (HENRIQUE et al., 2010) ........................ 15

4 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 19


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1 INTRODUÇÃO
É evidente que a demanda na necessidade da qualidade das águas é um
desafio urgente a ser vencido devido à emissão exacerbada de poluentes no meio
ambiente. Tal fato é justificado pela redução da disponibilidade de recursos hídricos
com características apropriadas para consumo humano, além da preocupação com
a qualidade do meio ambiente.

Desta forma, o reuso de água proveniente do tratamento de efluentes seria


uma das soluções para atender a demanda crescente por recursos hídricos capazes
de atender ao abastecimento público. O tratamento de águas residuárias ainda é um
desafio, pois ainda há um longo percurso a ser percorrido em pesquisas
relacionadas a tecnologias de tratamento que garanta a qualidade dos efluentes
para que sejam utilizados para diversos fins, desde reuso ou atender os padrões de
lançamento em corpos d’água estipulados pelo CONAMA (PROSAB, 2009).

Dentro do escopo de tratamento de efluentes encontra-se um assunto que é


de extrema importância e que se apresenta como um problema que não possui uma
solução simples, pois é preciso atender às exigências do CONAMA quanto à
qualidade das águas: a remoção de nutrientes (nitrogênio e fósforo) no esgoto
sanitário. No entanto, os nutrientes podem ser vistos como uma vantagem para
reuso de água, principalmente em piscicultura e irrigação, pois são substanciais no
cultivo de plantas e animais aquáticos (PROSAB, 2009).

Contudo, o lançamento de esgotos nos corpos d’água acarreta em diversas


adversidades, pois ocasionam a poluição destes (PROSAB, 2009). E sabendo que
apenas metade da população brasileira possui seu esgoto coletado (BRASIL, 2017),
é possível afirmar que este é um cenário preocupante. Uma das complicações
resultantes do lançamento de esgotos sanitários sem tratamento é a eutrofização
(PROSAB, 2009).
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Figura 1: Processo de eutrofização em um corpo d’água.

Fonte: panoramadaaquicultura.com.br

O processo de eutrofização pode causar danos aos corpos receptores de


diversas maneiras, sendo possível enumerar: condições anaeróbias ao fundo do
corpo hídrico, toxicidade das algas, eventual mortandade dos peixes, entre outros
(PROSAB, 2009). Ainda, é importante destacar que quanto a águas subterrâneas,
há a preocupação referente à contaminação por nitratos, que pode acarretar em
adversidades de saúde pública, relacionadas metemoglobinemia (PROSAB, 2009).

O tratamento convencional biológico de águas residuárias é projetado com o


objetivo principal de remover a matéria orgânica, o efluente final contém teores de
nitrogênio e fósforo muito semelhantes ao do esgoto bruto, complicando a
necessidade de atendimento das exigências previstas em lei (PROSAB, 2009).
Portanto, são necessárias alternativas de tratamento de efluentes que possuam
eficiência maior na remoção de nutrientes para complementar o sistema
convencional já existente (PROSAB, 2009).

Sendo assim, neste trabalho serão realizados dois estudos de casos de


artigos que possuíram como tema principal a remoção de nutrientes de efluentes
através de diferentes metodologias.
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2 NUTRIENTES EM ESGOTO SANITÁRIO


Os efluentes são compostos, de forma geral, de 99,9% de água e 0,1% de
sólidos, mínima porcentagem que representa a parcela a ser removida no
tratamento.

Dentro desta pequena porcentagem encontram-se, principalmente, a matéria


orgânica, os sólidos, os organismos patogênicos e o escopo principal a ser tratado
neste trabalho: os nutrientes, nitrogênio e fósforo.

2.1 Nitrogênio no esgoto sanitário


Em seu ciclo na biosfera, o nitrogênio está presente de diversas formas e
estados de oxidações, como forma resultante de processos bioquímicos (PROSAB,
2009).

Segundo o Programa de Pesquisa em Saneamento Básico (2009), as


formas predominantes do nitrogênio no esgoto doméstico bruto são o nitrogênio
orgânico e a amônia. Estas duas formas, juntas, são denominadas Nitrogênio Total
Kjeldahl (NTK). A distribuição desse composto no esgoto doméstico bruto pode ser
observada na Figura 2.

Figura 2: Distribuição das formas de nitrogênio no esgoto doméstico bruto.

Fonte: Von Sperlling, 2005.

Ainda, este é um componente de grande importância na geração de poluição


das águas bem como o controle desta. Quanto a poluição, é possível destacar que o
nitrogênio é um elemento importante no crescimento das algas, podendo ocasionar
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o processo de eutrofização, ele implica no consumo de oxigênio dissolvido no


processo de nitrificação, em sua forma de amônia livre é tóxico aos peixes e em sua
forma de nitrato está associado à problemas de saúde pública, como a doença
metemoglobinemia (PROSAB, 2009).

E dependendo da forma em que o nitrogênio se encontra em um


determinado curso d’água, é possível diagnosticar o estágio de poluição que este
corpo se encontra caso ocorra despejo de efluentes a montante, desde que haja
oxigênio dissolvido suficiente para permitir a nitrificação deste componente
(PROSAB, 2009)

2.2 Fósforo no esgoto sanitário


O fósforo está presente no esgoto sanitário como fosfato e apresenta-se na
forma orgânica, de origem fisiológica, e inorgânica, proveniente de detergentes e
outros produtos químicos domésticos, sendo que esta última parcela pode
representar até 50% do fósforo presente no esgoto bruto (PROSAB, 2009).

Também é possível classificar o fósforo presente no esgoto sanitário bruto


como solúvel, caracterizado predominantemente inorgânico, e fósforo particulado,
relacionado à matéria orgânica particulada presente no efluente (PROSAB, 2009). A
Figura 3 representa a distribuição das formas de fósforo encontradas no esgoto
bruto.
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Figura 2: Distribuição das formas de fósforo no esgoto doméstico bruto.

Fonte: PROSAB, 2009 – adaptado de IAWQ (1995).

O fósforo é importante em aspectos como a essencialidade no crescimento


de microorganismos responsáveis pela remoção da matéria orgânica,
essencialidade para o crescimento das algas, podendo ser responsável pelo
processo de eutrofização de corpos d’água em determinadas ocasiões, e não
apresenta complicações sanitárias na qualidade da água (PROSAB, 2009).

2.3 Concentrações usuais de nutrientes no esgoto doméstico


A concentração e carga per capita de nutrientes, nitrogênio e fósforo, no
esgoto doméstico são variáveis de acordo com o local, mas é possível afirmar que
se encontram dentro das faixas apresentadas na Tabela 1.
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Tabela 1: Concentrações e contribuições per capita de nitrogênio e fósforo em esgoto sanitário.

Fonte: PROSAB (adaptado de Von Sperling, 2005), 2009.

2.4 Eutrofização dos corpos d’água superficiais


O fenômeno da eutrofização é caracterizado pelo nível excessivo de
nutrientes, nitrogênio e fósforo, no corpo d’água, ocasionando o crescimento
exorbitante de organismos e plantas aquáticas bem como a proliferação de
macrófitas em alguns casos (VON SPERLING, 2005).

A eutrofização ocorre, de maneira predominante, em ambientes aquáticos de


condições lênticas, sendo estes artificiais ou naturais. Apesar de menos provável
devido às características de ambiente lótico serem desfavoráveis ao crescimento de
algas, também é possível ocorrer este processo em rios (VON SPERLING, 2005).

As principais fontes de nutrientes nos corpos d’água são associadas à


drenagem pluvial urbana e, principalmente, ao lançamento de efluentes. A Figura 3
ilustra uma associação do uso e ocupação do solo com a eutrofização.
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Figura 3: Associação do uso e ocupação do solo com o fenômeno de eutrofização.

Fonte: Von Sperling, 2005.

Dentre os principais impactos deste fenômeno nos corpos d’água, é


importante destacar (PROSAB, 2009; VON SPERLING, 2005):

• Adversidades estéticas e recreacionais provocadas por


crescimento excessivo de vegetação, eventuais maus odores e
morte de peixes, entre outros;
• Condições anaeróbias no fundo do corpo d’água e
eventualmente no ambiente aquático como um todo;
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• Eventuais mortandades de peixes ocasionadas por toxicidade


por amônia ou condições anaeróbias;
• Aumento na dificuldade e custos de tratamento de água;
• Problemas de abastecimento industrial;
• Toxicidade das algas;
• Modificações qualitativas e quantitativas de peixes de valor
comercial;
• Redução de navegabilidade e capacidade transporte;
• Desaparecimento gradual do corpo d’água como um todo.

Ainda, é possível classificar o estágio de eutrofização em que o corpo d’água


se encontra para que as medidas corretivas e/ou preventivas possam ser tomadas
da melhor maneira. Os níveis de trofia usuais são: oligotrófico, mesotrófico e
eutrófico (VON SPERLING, 2005).

O controle deste processo pode ser realizado, de forma geral, através de


duas medidas: preventivas, a partir do controle de fontes externas na bacia
hidrográfica como um todo, e corretivas, atuando sobre o corpo d’água diretamente
(PROSAB, 2009). As medidas preventivas podem incluir ações de controle de
efluentes e drenagem pluvial. Na Figura 4, é possível observar algumas das
medidas preventivas que podem ser adotadas.

Figura 4: Estratégias de controle de esgoto.

Fonte: Von Sperling, 2005.


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2.5 Contaminação de águas subterrâneas por nitrato


Além do fenômeno de eutrofização, o nitrogênio pode ser responsável pela
contaminação de águas subterrâneas quando disponível na forma de nitrato.
Geralmente, esta contaminação ocorre através de sistemas descentralizados de
tratamento de esgoto, tais como tanques sépticos, e que dispõem o efluente no solo.
Ocorre a infiltração do esgoto doméstico, que contém teor de nitrogênio, no solo e
este é convertido em nitrato. Dessa forma, as águas subterrâneas sob essas fossas
podem ser poluídas por este elemento (PROSAB, 2009).

Se a quantidade de tanques sépticos for demasiada, as concentrações de


nitrato do solo podem atingir níveis muito acima do permitido pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) e do recomendado pelo Ministério da Saúde. Se as
concentrações de nitrato extrapolarem o limite de 10 mg N-NO3-/L, este excesso
pode ocasionar a metemoglobinemia, que transforma a hemoglobina em
metemoglobina e esta, por sua vez, não transporta o oxigênio de forma eficiente e
provoca asfixia (PROSAB, 2009).
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3 ESTUDOS DE CASO
Neste tópico serão discutidos dois artigos relacionados ao tema de remoção
de nutrientes de efluentes e realizado um comparativo de eficiência, se possível, em
cada uma das metodologias utilizadas.

3.1 Remoção de nitrogênio e fósforo do esgoto sanitário em um sistema de


alagados construídos utilizando o capim vetiver (UCKER et al., 2012)

O objetivo do experimento de Ucker et al. (2012) consistiu em avaliar a


eficiência da espécie Vetiveria zizanioides L. Nash (capim vetiver) na remoção dos
nutrientes, nitrogênio e fósforo, em um sistema de wetlands construídos. O
experimento foi realizado na Estação de Pesquisas em Tratamento de Esgotos por
Plantas (EPTEP) na Universidade Federal de Goiás (UFG).

Na figura 5 é possível observar a representação esquemática de um módulo


da unidade experimental, que era constituída de doze módulos acoplados
linearmente. Em cada módulo, havia uma entrada de efluentes diretamente da parte
inicial da lagoa facultativa da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Samambaia.
Ucker et al. (2012) elucida que não houve nenhum tratamento prévio no efluente
antes de sua aplicação nos módulos.

Figura 5: Representação esquemática de um módulo da unidade experimental, apresentando o


detalhe das camadas sobrepostas e o sistema hidráulico.

Fonte: Ucker et al., 2012.


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Após a passagem pelos módulos, o efluente que passa pela mangueira é


conduzido a um novo reservatório e então bombeado novamente para a lagoa
facultativa.

Para a pesquisa, foram consideradas a altura do esgoto em duas posições


H1 e H2 que correspondem, respectivamente, a 0,05 m abaixo da superfície do
substrato e 0,25 m abaixo da superfície.

Os tratamentos foram realizados com a presença ou ausência do capim


vetiver para cada um dos dois níveis de manutenção do esgoto, totalizando quatro
tratamentos diferentes, conforme ilustra a tabela 2.

Tabela 2: Tratamentos aplicados para avaliar a eficiência do capim vetiver na remoção de nutrientes
do efluente de estudo.

Fonte: Ucker et al., 2012.

A aplicação do efluente nos módulos foi realizada três vezes ao dia, em


bateladas, por períodos de 14 minutos. O TDH foi calculado e o esgoto permaneceu
nos módulos de nível H1 por 3,4 dias e nos módulos de nível H2 por 1,9 dias. As
coletas de amostragem e suas análises ocorreram entre o início de julho de 2011 e
meados de dezembro do mesmo ano.

Foram feitas amostragens nos registros dos módulos de tratamento,


representando o esgoto tratado, e na tubulação de alimentação de esgoto da lagoa
facultativa, representando o esgoto bruto. Ao todo, foram treze pontos de coleta. Os
teores de nitrogênio amoniacal e fósforo foram medidos a partir dos métodos
padronizados da Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater.

Também foram realizadas medições das taxas de evapotranspirações nas


wetlands após o início da aplicação do efluente, mensalmente e em períodos de
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cinco dias consecutivos. Essas medidas foram realizadas para que fossem utilizadas
no cálculo de eficiência do sistema. Os resultados das eficiências de remoção do
nitrogênio e do fósforo foram submetidos a testes estatísticos, utilizando a
ferramenta Statistical Analysis System (SAS). Os resultados das análises realizadas
nas condições de amostragem relatadas anteriormente podem ser observadas nas
tabelas 3 e 4.

Tabela 3: Valores médios de concentração total de fósforo no afluente e efluente bem como a
porcentagem de evapotranspiração e sua eficiência percentual de remoção em wetlands.

Fonte: Ucker et al., 2012.

Tabela 4: Valores médios de concentração total de nitrogênio no afluente e efluente bem como a
porcentagem de evapotranspiração e sua eficiência percentual de remoção em wetlands.

Fonte: Ucker et al., 2012.

Para ambos os casos de nutrientes, os tratamentos com maior nível de


esgoto e com a presença do capim vetiver obtiverem resultados superiores aos
demais. E também a presença das plantas e a liberação de oxigênio por suas raízes
pode ter influenciado em uma maior capacidade de adsorção do fósforo no substrato
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e este mesmo oxigênio foi utilizado pelas bactérias nitrificantes para oxidar a amônia
durante o processo de nitrificação.

De forma geral, foi possível concluir que o sistema de wetlands construídos


com capim vetiver foi eficiente na remoção de nitrogênio e fósforo. Os módulos em
que havia a presença da planta e com níveis de esgoto em H 1 se mostraram mais
eficientes na remoção dos nutrientes (remoção de 90,5% para fósforo total e 93,9%
de nitrogênio amoniacal).

3.2 Remoção biológica de fósforo em reatores em bateladas sequenciais com


diferentes tempos de retenção de sólidos (HENRIQUE et al., 2010)

O objetivo da pesquisa de Henrique et al. (2010) consistiu em verificar a


eficiência de remoção do fósforo utilizando efluentes sintético e esgoto bruto
doméstico em sistemas de lodo ativado por meio de reatores em bateladas
sequenciais (RBS) com monitoramento de diferentes tempos de retenção celular
(20, 5 e 3 dias), tratando diferentes volumes de esgoto e intercalando fases aeróbias
e anaeróbias com baixa concentração de oxigênio dissolvido. O experimento foi
realizado na Estação Experimental de Tratamento Biológico de Esgotos Sanitários
(EXTRABES) em Campina Grande.

Figura 6: Representação esquemática dos três reatores em bateladas sequenciais.

Fonte: Henrique et al., 2010.

Foram realizados dois testes: 1. Utilizando o esgoto bruto doméstico como


fonte de carbono e; 2. Teste de bancada com respirometria e utilizando acetato
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como substrato orgânico, com adição de fósforo em solução. O respirômetro realizou


a leitura dos valores de oxigênio dissolvido, temperatura e taxa de consumo de
oxigênio. E as análises físicas e químicas das variáveis monitoradas (pH, DQO,
sólidos suspensos totais e suas frações, fósforo total, ortofosfato e nitrato) foram
realizadas seguindo às recomendações do Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater. O monitoramento do experimento foi realizado da maneira
que segue:

1. Reator 1: operado com duas fases aeróbias intercaladas a uma fase


anaeróbia com duração de 15 minutos de alimentação na 1ª e 2ª
fase. Os tempos foram distribuídos de tal forma que a nitrificação
fosse favorecida na fase 1, a desnitrificação e liberação de fósforo
na fase 2 e assimilação do fósforo na fase 3 (figura 7).

Figura 7: Ciclo experimental no reator 1.

Fonte: Henrique et al., 2010.

2. Reatores 2 e 3: realizadas quatro fases neste ciclo com duas


repetições das fases anaeróbias e aeróbias, sendo estas,
respectivamente, as fases 1, 2,,3 e 4 (figura 8). O objetivo era
promover a maior assimilação de fósforo possível. A coleta de
amostras também foi realizada em 4 fases:

a. Fase endógena: início de cada ciclo;

b. Fase de alimentação: duração de 45 minutos e coletas a cada


15 minutos;

c. Fase anaeróbia: período de 45 minutos da fase anterior,


acrescidos de 1 hora da fase de hidrólise, coletando amostras
a cada meia hora;
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d. Fase aeróbia: coletas realizadas em intervalos de meia hora e


uma após 45 minutos como último ponto amostral.

Figura 8: Ciclo experimental nos reatores 2 e 3.

Fonte: Henrique et al., 2010.

Apesar de a remoção de fósforo ser o escopo principal deste artigo, os


autores também analisaram a remoção de nitrogênio no experimento. Os resultados
obtidos estão dispostos na tabela 5.

Tabela 5: Valores médios das variáveis analisadas e eficiências médias obtidas, utilizando o esgoto
doméstico bruto.

Fonte: Henrique et al., 2010.

A partir dos resultados obtidos no experimento, foi possível concluir que a


remoção biológica de fósforo foi alcançada nos três experimentos. No entanto, o
sistema do reator 2 (R2) monitorado com TRC de 5 dias foi o que apresentou melhor
resultado de remoção de fósforo total e ortofosfato com 82% e 81%,
respectivamente.

Para a remoção de nitrogênio, o sistema R1 obteve resultados satisfatórios,


diminuindo a cada sistema seguinte.
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4 CONCLUSÕES

É evidente o desafio atual na remoção de nutrientes dos efluentes


domésticos e é por este motivo que a pesquisa por alternativas do tratamento
convencional de esgoto é tão importante. A presença desses componentes nos
corpos d’água podem gerar problemáticas que não possuem soluções simples.

Quanto aos artigos selecionados para realização dos estudos de caso, é


possível afirmar que a metodologia de utilização de alagados construídos do
primeiro trabalho (UCKER et al., 2012) obteve resultados muito mais satisfatórios
para a remoção destes nutrientes, principalmente quanto ao nitrogênio.

Sendo assim, fica ainda mais evidente a tamanha necessidade de maiores


pesquisas neste âmbito do tratamento de efluentes domésticos. E é importante
salientar que não foi tarefa fácil encontrar artigos e/ou dissertações relacionadas a
remoção de nutrientes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental –
SNSA. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento: Diagnóstico dos
Serviços de Água e Esgotos – 2015. Brasília: SNSA/MCIDADES, 2017. 212 p.: il.

HENRIQUE, I. N.; SOUSA, J. T.; CEBALLOS, B. S. O; BRASIL, D. P. . Remoção


biológica de fósforo em reatores em bateladas sequenciais com diferentes
tempos de retenção de sólidos. Engenharia Sanitária e Ambiental, v, 15, p. 197-
204, 2010.

PROSAB. Nutrientes de esgoto sanitário: utilização e remoção/Francisco


Suetônio Bastos Mota e Marcos von Sperling (coordenadores). Rio de Janeiro:
ABES, 2009. Disponível em: <https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-
financiamento/historico-de-programas/prosab/prosab5_tema_2.pdf>.

UCKER, Fernando Ernesto; ALMEIDA, Rogério de Araújo e KEMERICH, Pedro


Daniel da Cunha. Removal of nitrogen and phosphorus from wastewater in a
constructed wetland system using vetiver grass.Rev. Ambient. Água [online].
2012, vol.7, n.3, pp.87-98. ISSN 1980-993X. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.4136/ambi-agua.925>.

VON SPERLING, M. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias.


In: Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgoto. 3a ed. Minas
Gerais: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – UFMG, v.1, 452 p,
2005.

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