Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Faculdade de Letras
Seminário de Leitura: Literatura Clássica
Professor: Olimar Flores Junior
Belo Horizonte
2020
Breve análise sobre as convergências e discordâncias entre as apologias de
Sócrates escritas por Platão e por Xenofontes
Que se passa? Agora é que vos dá para chorar? Por acaso não sabiam há
muito tempo que, desde o dia em que nasci, estava sentenciado, pela
natureza, à morte? Claro que, se estivesse a morrer novo, enquanto podia
gozar ainda de muitos bens, é óbvio que teríamos de nos lamentar, tanto eu
como os que me fossem próximos; mas, pelo contrário, se, tendo atingido a
idade limite, liberto a minha vida das dificuldades que me esperam, julgo
que todos devem ficar felizes por eu ter esta boa oportunidade.”
Já em Platão, Sócrates não menciona o fato de já ter atingido a idade limite e
por isso prefere a morte, mas defende a necessidade de se fazerem cumpridas as
leis e ainda argumenta sobre sua condição financeira, que não permite o pagamento
de qualquer multa que seja. Esta ideia evidencia-se em: “E, por outro lado, não
estou habituado a acreditar-me digno de nenhum mal. De fato, se tivesse dinheiro,
me multaria em uma soma que pudesse pagar, porque não teria prejuízo algum;
mas o fato é que não tenho” (Lacerda, p 24).
Analisando as apologias de Sócrates segundo Platão e Xenofonte, pode-se
inferir que é impossível garantir o retrato fiel de Sócrates, em seu julgamento no
tribunal ateniense. Entretanto, é inegável a importância histórica e bibliográfica de
ambas as obras, ainda que estas apresentem pontos discordantes entre si.
Bibliografia: