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BRASÍLIA/VARGINHA
JANEIRO/2010
1. INTRODUÇÃO
Varginha, sul de Minas Gerais, região notória pela grande produção de café
(http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=7527), defrontamo-
nos com uma questão tormentosa, ocasionadora da quase totalidade das ações
de café.
sua melhor qualidade, a colheita do café tem que ser feita o mais rapidamente possível a
Agricultura (CONTAG) estima em até 500.000 (quinhentas mil) pessoas por ano
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por curtos períodos de tempo (dificilmente mais que dois meses em cada uma),
para obtenção do favor legal contido no artigo 143 da Lei 8.213/91 (BRASIL, XXX) –
carteira, mas pela mera comprovação (por início de prova material complementado por
conforme previsto no artigo 25, II da Lei 8.213/91 (BRASIL, XX). Instalam-se, então,
Região.
normalmente residirem nas zonas urbanas dos municípios das regiões em que atuam, o
que descaracterizaria sua condição de trabalhador rural; b) a curta duração dos vínculos
de trabalho rural alegados, muitos deles sem registro, a sugerir um trabalho eventual do
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Aquele “nascido e criado em uma única fazenda, como tantas vezes já escutamos em nossas audiências.
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requerente, o que lhe retiraria até mesmo a condição de empregado segundo o artigo 11,
I, “a” da Lei 8.213/91 (BRASIL, XX), para lhe atribuir a condição de contribuinte
individual, regulamentada pelo artigo 11, I, “g” da mesma Lei, responsável único pelo
recolhimento das próprias contribuições, caso queira contá-las como tempo de serviço,
da introdução deste estudo, que o trabalho em safra de café tem uma série de
trabalho intensivo (com elevado número de trabalhadores por área) e de curta duração,
empregados residentes no imóvel rural, porque estes geralmente são muito inferiores ao
número necessário, já que não há outra atividade durante o ano numa fazenda de café
de pessoas que será necessária para aquele trabalho específico de curta duração.
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Com estes pressupostos fáticos, deve ser relembrado que o trabalho em
ser desprezado qualquer outro, como o local de moradia do trabalhador, a que o INSS
assimila a expressão “eventual” contida no artigo 11, I, “a” da Lei 8.213/91 (BRASIL,
safrista.
a não permanência em uma organização com ânimo definitivo; b) não fixação jurídica
empreendimento.”
três primeiros elementos, não há como se dizer, em absoluto, que o trabalho de colheita
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seja episódico (único) em uma fazenda, ou que não esteja compreendido nos padrões
ao empregador rural que lhe remunera por salário, que fazem toda a diferença entre
dispositivo legal.
edição da Lei 11.718/08 (BRASIL, XXX), que, introduzindo na Lei 5.889/73 o artigo
no disposto no artigo 11, I, “a” da Lei 8.213/91, que trata dos segurados empregados. E,
com base em toda a evidência doutrinária colacionada, precisamos ainda dizer que a Lei
11.718/08 não constituiu uma nova categoria, mas simplesmente aclarou e interpretou
uma situação jurídica obscura por décadas, ante o laconismo do dispositivo legal que a
regulamentava.
4. Conclusão
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Categoria distinta de trabalhador temporário terceirizado, regulamentado pela Lei 6.019/74 (BRASIL,
xxx), contratado mediante intermediação de empresa de trabalho temporário, para fins distintos daquele
principal da organização contratante.
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Por estas razões, não temos receio de concluir que o safrista desde sempre
foi merecedor do favor legal previsto no artigo 143 da Lei 8213/914, combinado com
artigo 3º, I da Lei 11.718/08 (BRASIL, XXX), bastando para obtenção de sua
que participou de safras pelos últimos quinze anos anteriores ao pedido. A partir
tarifada que se estenderá até 2020, momento após o qual será instituída a necessidade de
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Norma esta que sempre reconheceu que a atividade rural é, por natureza, descontínua, característica
ainda mais marcada no trabalho do safrista.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://redir.stf.jus.br/estfvisualizadorpub/jsp/consultarprocessoeletronico/ConsultarP
rocessoEletronico.jsf?
tipoConsulta=PROC&numeroProcesso=4277&siglaClasse=ADI. Acesso em 12 de
agosto de 2009.
http://redir.stf.jus.br/estfvisualizadorpub/jsp/consultarprocessoeletronico/ConsultarP
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5. DIAS, Maria Berenice. União homossexual: o preconceito & a justiça. 3ª. ed. rev.
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8. GIRARDI, Viviane. Famílias contemporâneas, filiação e afeto: a possibilidade
10. MOTT, Luiz. Estratégias para a promoção dos direitos humanos dos homossexuais
http://www2.mre.gov.br/ipri/Papers/DireitosHumanos/Artigo34.doc).
11. RICHARDS, David A. J. Identity and the case for gay rights: race, gender, religion
13. SEVERO, Júlio. A agenda gay e a sabotagem dos direitos humanos. As implicações
http://www.cacp.org.br/homo-agenda%20gay-julio.htm.)