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Lichinga
2017
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Universidade Pedagógica
Lichinga
2017
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Índice
Introdução...................................................................................................................................2
5. Sociologia do Conhecimento..................................................................................................6
Conclusão..................................................................................................................................10
Bibliografia...............................................................................................................................11
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Introdução
Portanto, neste trabalho serão engendrados pressupostos que lidam com as divergências das
ciências sociais que tem seu início nos finais do século XIX onde muitos mentores
começaram discordando aspectos universalmente definidos e de forma dedutiva. Para tal,
esses mentores tiveram como o aparato de definição de um fenómeno através da explicação,
compreensão, observação e comparação.
Durante a efectivação deste trabalho, recorreu-se a consulta de manuais, artigos, livros que
constituíram ferramenta de grande vulto para a realização desta tarefa. Não obstante da
caracterização física do trabalho, este encontra-se estruturado em introdução,
desenvolvimento, conclusão e a respectiva bibliografia.
Contudo, o trabalho não constitui um dogma, pois está aberto para que o leitor faça a sua
apreciação expondo, criticas e sugestões de modo a sua melhoria.
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No final do século XIX, com a crescente consolidação das Ciências Sociais, iniciaram as
polémicas divergências a cerca da aplicabilidade dos métodos e procedimentos desenvolvidos
pelas ciências naturais e também pelas ciências sociais.
Wilhelm Dilthey (1833-1911), filósofo alemão estabeleceu uma distinção clara que se tornou
um marco notável nessas discussões. Ele diferenciou:
a) Explicação – compreendeu que era a operação básica existente nas ciências naturais
que estabelece as causas e efeitos dos fenómenos observados;
b) Compreensão – é um procedimento típico das Ciências Sociais nas quais, as causas
dos fenómenos dificilmente seriam explicadas.
A partir desta distinção de Wilhelm, o sociólogo alemão Marx Weber (1864-1920) propôs
um novo método científico para as Ciências Sociais – o Método Compreensivo. Este método
consistia em entender o sentido que as acções humanas possuem, em vez de focalizar
meramente os aspectos exteriores dessa mesma acção.
Se, por exemplo, uma pessoa dá a outra um pedaço de papel, esse facto, em si mesmo, é
irrelevante para o cientista social. Somente quando se sabe que a primeira pessoa deu o papel
para a outra como forma de saldar uma dívida (o pedaço de papel é um cheque) é que se está
diante de um fato propriamente humano, ou seja, de uma acção carregada de sentido. O fato
em questão não se esgota em si mesmo e aponta para todo um complexo de significações
sociais, na medida em que as duas pessoas envolvidas atribuem ao pedaço de papel a função
do servir como meio de troca ou pagamento; além disso, essa função é reconhecida por uma
comunidade maior de pessoas (ARON, 1999:58).
Para WEBER (1992) apud ARON (1999:59), “a captação desses sentidos contidos nas acções
humanas não poderia ser realizada por meio, exclusivamente, dos procedimentos
metodológicos das ciências naturais, embora a rigorosa observação dos fatos (como nas
ciências naturais) seja essencial para o cientista social”.
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Contudo, Weber não pretende cavar um abismo entre os dois grupos de ciências. Segundo ele,
a consideração de que os fenómenos obedecem a uma regularidade causal envolve referência
a um mesmo esquema lógico de prova, tanto nas ciências naturais quanto nas humanas.
Entretanto, se a lógica da explicação causal é idêntica, o mesmo não se poderia dizer dos tipos
de leis gerais a serem formulados para cada um dos dois grupos de disciplinas.
A distinção entre compreensão e explicação é, no plano das ciências humanas, retomada, com
maiores ou menores modificações, por aqueles que sustentam não serem as “explicações
objectivas” suficientes, como nas ciências da natureza, para darem conta do seu objecto. Na
base desta tese está a premissa segundo a qual os fenómenos sociais apresentam um aspecto
essencialmente “subjectivo” impregnado de “significações” e “valorações” que escapariam à
análise meramente objectiva (FREITAG, 1990).
O investigador deve, portanto, interpretar os materiais do seu estudo, identificando-se, pela sua
imaginação, com os actores dos processos sociais considerando as situações que os próprios
actores enfrentam e construindo "modelos de motivações" nos quais se atribuem a esses agentes
humanos certas raízes psicológicas da acção e certos compromissos entre valores.
Recusamos a teoria segundo a qual o movimento intelectual do século XVIII foi a única causa da
Revolução Francesa porque sabemos que neste tumulto participaram grandes massas de campo-
neses e operários, massas analfabetas que careciam de qualquer conhecimento das doutrinas filosó-
ficas ou políticas; e, por analogia com a nossa própria experiência pessoal, sustentamos que se fôs-
semos analfabetos e ignorantes e tivéssemos de nos rebelar contra a sociedade na qual vivemos, as
causas das nossas actividades revolucionárias deveriam ser imputadas, não a impulsos ideológicos,
mas sim a outras causas, por exemplo, aos nossos males económicos.
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Por outro lado, sustentamos que entre as causas da Revolução Francesa devem contar-se as
doutrinas filosóficas e políticas elaboradas em França no meio século anterior à Revolução, porque
temos observado que as classes cultas continuamente invocam tais doutrinas enquanto destroem
algum regime; e, novamente, a analogia com a nossa experiência pessoal nos conduz a pensar que
nenhum de nós professaria publicamente doutrinas filosóficas e políticas que não fizessem real-
mente parte das nossas crenças. Todos os raciocínios do historiador e do cientista social podem ser
reduzidos a este denominador comum da analogia com a nossa experiência interna, enquanto o
cientista das ciências naturais não tem a ajuda desta analogia.
A história da Escola de Frankfurt, que teve origem a partir de 1924 (ressalte-se que, em 1923,
uma autorização ministerial dava início à construção do edifício que abrigaria um instituto de
ciências sociais vinculado à Universidade de Frankfurt, o Instituto de Pesquisas Sociais.
5. Sociologia do Conhecimento
David Bloor, Barry, Barnes, David Edge, Steve Shapin, entre outros cientistas daquela
geração. Estes e tantos outros especialistas eram da Universidade de Edimburgo, tinham
abraçado a tese de Incomensurabilidade de Thomas Kuhen e inspiraram-se fortemente no
Anarquismo Metodológico de Paul Feyerabend (a cerca dos critérios de avaliação das teorias
científicas).
dos sociólogos frente às hard sciences. Até então, as investigações sociológicas centravam-se
na organização institucional dos cientistas e na história das inovações científicas. Avaliar ou
refletir sobre o conteúdo científico era tarefa da filosofia da ciência. Havia essa divisão de
trabalho.
Segundo DUARTE (2007:77), “seria de esperar que a tendência natural de uma disciplina
como a sociologia do conhecimento fosse a de expandir-se e generalizar-se: passar de estudos
sobre as cosmologias primitivas aos da nossa própria cultura. Esse é, precisamente, o passo
que os sociólogos têm se mostrado relutantes em dar”.
Ademais, a sociologia do conhecimento poderia ter insistido mais em fixar-se na área ocupada
hoje por filósofos, aos quais se admite tomarem para si a tarefa de definir a natureza do
conhecimento. Os sociólogos foram, na verdade muito ávidos em limitar suas preocupações
com a ciência ao quadro institucional e aos factores externos relacionados ao ritmo ou à
direcção de seu crescimento. Isso deixa intocada a natureza de um conhecimento assim
criado.
a) Ela deverá ser causal, ou seja, interessada nas condições que ocasionam as crenças ou
os estados de conhecimento. Naturalmente, haverá outros tipos de causas além das
sociais que contribuirão para a produção da crença.
b) Ela deverá ser imparcial com respeito à verdade e à falsidade, racionalidade e
irracionalidade, sucesso ou fracasso. Ambos os lados dessas dicotomias irão requerer
explicação.
c) Ela deverá ser simétrica em seu estilo de explicação. Os mesmos tipos de causa
deverão explicar, digamos, crenças verdadeiras e falsas.
d) Ela deverá ser reflexiva. Seus padrões de explicação terão que ser aplicáveis, a
princípio, à própria sociologia. Assim como condição a condição de simetria, essa é
uma resposta à necessidade da busca por explicações gerais. É uma óbvia condição de
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princípio, pois, de outro modo, a Sociologia seria uma constante refutação de suas
próprias teorias.
Ainda com este autor, esses quatro princípios (causalidade, imparcialidade, simetria e
reflexividade) definem o Programa Forte na sociologia do conhecimento e são um amálgama
de traços teóricos encontrados em Durkheim, Mannheim e Znaniecki.
A primeira afirmação diz respeito ao conhecimento dos contextos e das condições, das causas
sociais, que permitem o surgimento das crenças científicas ou os estados de conhecimento.
“Esse princípio se opõe frontalmente a explicações que accionem a racionalidade – seja ela
baseada em métodos ou princípios lógicos – como factor explicativo para as teorias científicas
bem-sucedidas, na medida em que pressupõe que são causas sociais e não princípios de
racionalidade que determinam a credibilidade das teorias.
Por fim, a reflexividade destaca que os modelos devem ser aplicados à sociologia. De acordo
com os princípios epistemológicos que presidem sua análise, suas conclusões também devem
ser submetidas ao mesmo escrutínio de suas ferramentas conceituais. Uma disciplina que
propõe a explicação do conhecimento por meio de suas variáveis sociais deve entender que
essas variáveis influenciam a própria produção sociológica.
descritiva, isto é, que se negue a formular qualquer prescrição sobre como deve ser realizada a
actividade científica. Nesse sentido, Bloor e seus companheiros de Edimburgo se opõem às
filosofias da ciência normativas na medida em que estas tentam legislar sobre a actividade
científica, ao invés de assumirem uma postura de neutralidade e tentarem descrevê-la em sua
dinâmica sócio-histórica. Dito de outro modo, enquanto que muitos filósofos da ciência
procuraram formular regras e princípios universais para a prática científica, ou seja, princípios
extra-sociais, Bloor acredita que não existam esses princípios. As teorias científicas não são
retidas por serem explicações da realidade mais fidedignas que as anteriores, mas devido a
causas sociais que lhes conferem credibilidade. Assim, para compreender a dinâmica
científica, deve-se tentar entender que causas são estas.
Ainda em 1960 surgiu uma outra vaga de pensadores reafirmando a necessidade de existência
de um método científico capaz de emancipar o ser humano submerso nas ideias capitalistas.
O seu principal mentor foi o filósofo alemão Jurgen Habermas. O principal pensamento deste
cientista, foi pela preservação das ciências naturais porque segundo ele, tinham uma lógica
objectiva enquanto que as ciências sociais e humanas, deviam seguir uma lógica interpretativa
porque a cultura e a sociedade encontram-se embaçadas de símbolos.
Para Habermas, o pensamento aplicado às ciências sociais era fundamental porque podia
proporcionar a separação da dicotomia “saber” e “fazer”, a “ciência” e “sociedade”.
Para ele, as ciências sociais deviam ter um carácter intervencionista, o cientista social deve ser
mais interventivo para garantir a transformação da sociedade através dos seus estudos,
realizados a base das suas constantes e permanentes constatações.
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Conclusão
Portanto, no que refere a rebelião das ciências sociais, dizer que no final do século XIX e no
início do século XX com a gradual estabilização das ciências sociais surgem diversificados
controvérsias divergentes sobre a aplicação das metodologias desenvolvidos pelas ciências
naturais pelas ciências sociais, foi daí que a comparação, enquanto momento da actividade
cognitiva, podia ser considera da como inerente a o processo de construção do conhecimento
na s ciências sociais.
Bibliografia
DUARTE, Tiago Ribeiro. O Programa Forte e a Busca de uma Explicação Sociológica das
Teorias Científicas: Constituição, Propostas e Impasses. Belo Horizonte. UFMG, 2007.
FREITAG, Bárbara. A Teoria Crítica Ontem e Hoje. São Paulo: Brasiliense, 1990.
WEBER, Marx. Metodologia das Ciências Sociais. São Paulo: Cortez Editora da
Universidade Estadual de Campinas, 1992.