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Universidade Federal de Campina Grande

Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar


Disciplina: Química Orgânica

“Reações Orgânicas”

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Introdução:
Inorgânicas Reações rápidas, por serem Iônicas. Nas
reações iônicas, os seus íons já estão prontos para
reagir, principalmente, quando forem realizada
Reações em solução aquosa.
Químicas
HCl  NaOH  NaCl  H 2O

Orgânicas Reações lentas, por serem compostos orgânicos


moleculares (ocorre entre moléculas).
Estas reações só ocorrem por ruptura de algumas
ligações das moléculas iniciais, e a formação de
novas ligações, constituindo as moléculas finais.

CH 4  Cl2  CH 3Cl  HCl


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Como as reações orgânicas ocorrem?
Ruptura (ou cisão) da Ligação
• Tipos de Ruptura: Cisão Homolítica e Cisão Heterolítica
1. Cisão Homolítica: É a ruptura da ligação covalente comum de
forma homogênea, isto é, cada átomo permanece com 1 elétron
da ligação. Ocorre a produção de radicais.

A  B  A  B 
Esquema geral, 

Este tipo de ruptura


dará origem a reagentes
que chamamos de
radicais livres.

Metil
(radical livre)
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2. Cisão Heterolítica: É a ruptura da ligação covalente comum de
forma heterogênea. Ou seja, um dos átomos permanece com o
par de elétron da ligação. Ocorre a produção de íons (reação
iônica).
Esquema geral,

Este tipo de ruptura dará origem a dois reagentes distintos que


são:
• A1- (reagente nucleófilo): Philo: amigo; núcleo: carga positiva.
Irá sempre atacar a parte positiva de uma molécula. São as bases
de Lewis, que doa um par de elétrons. Ex:

Z: átomo qualquer

Carbânion (nucleófilo)
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• B1+ (reagente eletrófilo): Philo: amigo; elétron: carga negativa. Irá
sempre atacar a parte negativa de uma molécula. São os ácidos de
Lewis, que recebe um par de elétrons. Ex:

Z: átomo qualquer

Carbocátion (eletrófilo)

Tipos de Reações Orgânicas


• Reação de Substituição;
• Reação de Adição;
• Reação de Eliminação;
• Reações de Rearranjos.

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I. Reações de Substituição
• Consiste na substituição de um átomo (ou grupo de átomos)
por outro átomo (ou grupo de átomos).
Reação Geral:
R  H  AB  R  B  HA
Tipos de reações substituição:

Classificação das
principais reações de
substituição são:
• Halogenação;
• Nitração;
• Sulfonação;
• Alquilação;
• Acilação.
Mecanismos de Substituição via Radicais Livres

• Regra geral:

As reações mais comuns que ocorrem nos alcanos, são:


a) Halogenação: É a substituição de um ou mais átomos de hidrogênio de
um alcano por átomos de Halogênios (F2, Cl2, Br2 e I2), produzindo
haletos de alquila. As reações mais comuns são: cloração e bromação
(efetuadas na presença de luz solar, ultravioleta ou forte temperatura
de aquecimento (300°C)). As reações com Flúor, devido seu caráter
bastante reativo, são explosivas, enquanto as do Iodo, são bastante
lentas.

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Atenção: Tendo ocorrido a 1ª Sim, dependendo da proporção
substituição, poderá haver existente do gás cloro, poderá
outras na mesma cadeia? formar vários produtos.

Exemplo: Monocloração do metano

Os reagentes que fazem substituição em alcanos são os radicais livres,


pois, sendo estes compostos totalmente apolares, eles sofrem ruptura
de ligação homolítica e necessitarão de um radical livre para completar
a ligação rompida.

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Mecanismo de Radicais Livres

Cisão
Homolítica

Ocorrência deste mecanismo: Reações químicas (indústria


petroquímicas tal como plásticos, combustíveis, e outras), e
bioquímica (Processo de envelhecimento). 9
• Halogenação de alcanos maiores:

* Esta reação
é mais obtida!

O hidrogênio mais facilmente substituído é o do carbono menos


hidrogenado, por causa do efeito indutivo positivo dos grupos alquilas.
Seguindo a ordem:
b) Nitração: É a substituição de um ou mais átomos de hidrogênio de
um alcano por grupo nitro, (-NO2). Esta reação é realizada na presença
de ácido nítrico, HNO3, a quente, e forma nitro-alcanos.

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c) Sulfonação: É a substituição de um ou mais átomos de hidrogênio de
um alcano por grupos sulfônicos, (-SO3H). Esta reação é realizada na
presença de ácido sulfúrico, H2SO4, a quente, e forma ácidos sulfônicos.

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Reações de Substituição nos Alcanos

Importante: Todas estas reações de substituição dos


alcanos são muito lentas, devido os alcanos serem pouco
reativos, isto é, são parafínicos (pouca afinidade eletrônica)
– são apolares.
As reações são aceleradas por agentes externos: luz
ultravioleta (hv) e calor.

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Reações de Substituição nos Hidrocarbonetos
Aromáticos
• Regra geral:

• Principais reações de substituições nos Hidrocarbonetos


Aromáticas, são:
a) Halogenação: Essas reações ocorrem por intermedeio de um
catalisador adequado,tal como: Fe metálico ou AlCl3. E na presença
do catalisador, obtém-se a substituição de um átomo de
hidrogênio do anel aromático por um átomo de cloro ou bromo.
Formando os derivados halogenados aromáticos.

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Mecanismo de Substituição Eletrófila (SE) nos
Aromáticos

FeCl3

1ª etapa: reação do Cl2 com o


catalisador FeCl3.
2ª etapa: Ataque eletrofílico pelo
Cl1+ formando um íon carbocátion.

3ª etapa: O íon FeCl-4 retira o H


do íon carbocátion, regenerando a
ligação dupla.
4ª etapa: A decomposição do
HFeCl4, regenerando o catalisador.
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b) Nitração: É a substituição de um átomo de hidrogênio do anel
aromático por um grupo nitro, -NO2, através de uma mistura de
HNO3 e H2SO4 concentrados e a quente. O HNO3 é o agente
nitrante, e o H2SO4 é o agente desidratante. Formam-se os
nitrocompostos aromáticos.

Aplicação dos Nitrocompostos:

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c) Sulfonação: É a substituição de um átomo de hidrogênio do
anel aromático por um grupo sulfônico, -SO3H, na presença de
H2SO4 fumegante, ou seja, com gás SO3 dissolvido e ligeiro
aquecimento. Formam-se os ácidos sulfônicos aromáticos.

Aplicação dos Ácidos Sulfônicos:

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d) Alquilação – Reação de Friedel-Crafts: É a substituição
de pelo menos átomo de hidrogênio do anel aromático por um
grupo alquila, R-X. Ocorre na presença de um haleto de alquila e
de catalisadores como o AlCl3 anidro. Formam-se
hidrocarbonetos aromáticos homólogos do benzeno.

Produto c/
maior %

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e) Acilação – Reação de Friedel-Crafts: É a
substituição de um átomo de hidrogênio do anel aromático
por um grupo acila.

Ocorre na presença de um haleto de ácido, normalmente um


cloreto de ácido, e de catalisadores como AlCl3. Formam-se
cetonas aromáticos.

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Dirigência nos Aromáticos -Influência de um Grupo
já Presente no Anel Aromático
Ao existir um grupo (G) ligado ao anel benzênico, este irá
influenciar na próxima posição de substituição aromática
seguinte. Esse fenômeno recebe o nome de dirigência, e ocorre
em duas situações:
• Orto-para-dirigentes ou Ativadores e
• Meta-dirigentes ou Desativadores

Orto (o) Orto (o)


Meta (m) Meta (m)

Para (p)

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a) Orto – para dirigentes ou Ativadores: Este grupo facilita a
reação e orienta a segunda substituição para as posições orto e
para, originando dois produtos principais.
Geralmente apresentam um átomo ou grupo de átomos unidos
somente por ligações simples.
Exemplo, monobromação do fenol

Principais grupos Ativantes:

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b) Meta-dirigentes ou Desativadores: Este grupo Dificulta a
reação e orienta a segunda substituição para a posição meta,
originando um produto principal.
Os meta dirigentes apresentam, em sua estrutura, pelo menos
uma ligação dupla, tripla ou dativa.

Exemplo, monocloração do ácido benzóico

Principais grupos Desativantes:

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Reações de Substituição Aromática com no Máximo 3
Substituintes.

o, o, p – trinitrotolueno ou
2, 4, 6 – trinitrotolueno

m, m – dinitrobenzóico ou
Ácido 3, 5 – dinitrobenzóico 23
Efeitos Eletrônicos no Anel Benzênico

Os efeitos eletrônicos exercidos pelo grupo (G) sobre o anel,


influem na reatividade do anel e na direção da reação de
substituição. Esses efeitos são classificados como:
a) Efeito Indutivo: É a atração ou repulsão de pares eletrônicos
formadores de ligações simples (σ), e está relacionado à diferença
de eletronegatividade entre os átomos envolvidos. Há dois casos:
G

Grupo de elétron-doadores, fenilamina


agem como ativante ou atacante
eletrofílico.
G
Grupo de elétron-receptores,
puxam o par eletrônico para si,
e agem como desativante.

nitrobenzeno 24
b) Efeito Ressonante: É a atração ou repulsão dos elétrons em
ligações simples π das ligações duplas ou triplas, quando eles
entram em ressonância com o próprio anel benzênico.
Ativadores do anel

G → C (M+): Aumenta a densidade eletrônica do carbono.


(menos eletronegativo).

Desativadores do anel

G → C (M-): Diminui a densidade eletrônica do carbono.


(mais eletronegativo). 25
Reações fora do Anel Benzênico

Quando o anel benzênico for precedido do grupo G, e alterando as


condições da reação (presença ou não de luz, calor ou catalisador),
ocorrerá alteração no produto formado.

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Reações em Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleares

Há dois tipos de hidrogênios nos hidrocarbonetos polinucleares,


que são: α (alfa) e β (beta).

Ex: Naftaleno As posições β são as mais estáveis

Ácido α-naftaleno-sulfônico

Ácido β-naftaleno-sulfônico
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Reações de Substituição nos Haletos Orgânicos
Os haletos alifáticos são extremamente reativos, e em
reações de substituição os produtos formados possuem altos
rendimentos, além de serem compostos inorgânicos estáveis.
Principais reações:

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Importante: Nas reações de substituição dos haletos orgânicos, a
ordem de reatividade na família dos halogênios, diminui de baixo
para cima na tabela periódica (I>Br>Cl>F), devido ao aumento da
energia de ligação C-X do iodo para o flúor;
A ordem de reatividade dos haletos também diminui: haletos
3º>haletos 2º>haletos 1º> metila.

Mecanismo de Reação Nucleófila (SN)


Os reagentes que fazem substituição em haletos orgânicos são os
nucleófilos, por causa do efeito indutivo dos halogêneos.
Por exemplo, considere a reação de um haleto terciário com cianeto
de sódio:

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