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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

FACULDADE DA AGRICULTURA
CURSO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA AGRÍCOLA E ÁGUA RURAL
4o ANO_ POSH

PORTFOLIO ACADEMICO

Nome: Código:

Euler Joao Pedro Marapusse 2017535

Docente:

Eng. Ézar Alfredo Nharreluga

Lionde, Setembro de 2020


POLITICAS E ORCAMENTACAO DE SISTEMAS HIDRAULICOS

INDICE
1 Introdução ............................................................................................................................. 3
1.1 Objectivos: ...................................................................................................................... 3
1.1.1 Geral: ....................................................................................................................... 3
1.1.2 Específicos: .............................................................................................................. 3
2 METODOLOGIA ................................................................................................................. 3
3 CAPITULO I: INTRODUÇÃO A POLITICAS E ORÇAMENTAÇÃO DE SISTEMAS
HIDRÁULICOS ............................................................................................................................ 4
3.1 Introdução A Politicas E Orçamentação De Sistemas Hidráulicos ........................... 4
3.2 Políticas e Orçamentação de Sistemas Hidráulicos em Moçambique ....................... 4
3.2.1 Organograma do Sector de Água .......................................................................... 5
4 CAPITULO II: LEI DE ÁGUAS EM MOÇAMBIQUE .................................................. 6
4.1 Introdução ....................................................................................................................... 6
4.1.1 Orientações da Política de Gestão de Água em Moçambique............................. 6
4.1.2 Objectivos: ............................................................................................................... 6
4.2 Lei de Águas no 16/91 de 3 de Agosto .......................................................................... 7
5 CAPITULO III: POLÍTICA DE ÁGUAS ........................................................................ 8
5.1 Introdução ....................................................................................................................... 8
5.1.1 Principais objectivos da política de águas ............................................................ 8
5.2 Política de Agua (PA) ..................................................................................................... 9
6 CAPITULO IV: ESTRATÉGIA NACIONAL DE GESTÃO DE RECURSOS
HÍDRICOS .................................................................................................................................. 10
6.1 Introdução ..................................................................................................................... 10
6.1.1 Objectivo da Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos ................. 10
6.2 ESTRATÉGIA NACIONAL DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS ............ 10
7 CAPITULO V: REGULAMENTO SOBRE A QUALIDADE DE ÁGUA PARA O
CONSUMO HUMANO .............................................................................................................. 12
7.1 Regulamento Sobre a Qualidade De Água Para O Consumo Humano .................. 12
7.1.1 Materiais e produtos químicos usados no Tratamento de água ....................... 12
7.1.2 Parâmetros de qualidade ...................................................................................... 13
8 CAPITULO VI: ESTUDO DE CASO DA AVARIA DO DESCARREGADOR DE
FUNDO DA BARRAGEM DE MASSINGIR .......................................................................... 15
8.1 Acidente da Barragem de Massingir .......................................................................... 15
9 Referências bibliográficas .................................................................................................. 16

EULER JOAO 2
POLITICAS E ORCAMENTACAO DE SISTEMAS HIDRAULICOS

1 Introdução
O presente portfólio é um documento que contém o resumo dos principais conteúdos abordados
nos manuais de apoio usados na cadeira de Políticas e Orçamentação de Sistemas Hidráulicos
(POSH), com o intuito de dotar-nos com conhecimentos de políticas, leis, estratégias,
regulamentos e orçamentação dos sistemas hidráulicos em Moçambique e na região.

Sendo assim este portfolio está dividido em seis capítulos: O primeiro corresponde a uma descrição
e/ou resumo da Introdução a POSH. O 2° diz respeito às Lei de Águas em Moçambique,
apresentando uma breve introdução sobre a Lei no 16/91 de 3 de Agosto, o 3° consiste na Política
de Águas e caracterização dos Principais objectivos da política de aguas. O 4° trata da Estratégia
Nacional de Gestão de Recursos Hídricos especificamente dos objectivo da Estratégia Nacional
de Gestão de Recursos Hídricos, o 5° fala de questões do Regulamento sobre a Qualidade de Água
para o Consumo Humano. O sexto e último capitulo representa uma proposta de Estudo de Caso
de um Projecto a minha escolha.

1.1 Objectivos:
1.1.1 Geral:
 Produzir um portfólio com o resumo dos principais conteúdos abordados nos manuais de
apoio usados na cadeira de Políticas e Orçamentação de Sistemas Hidráulicos (POSH).

1.1.2 Específicos:
 Apresentar um resumo da Introdução a Politicas e Orçamentação de Sistemas Hidráulicos;
 Falar da Lei de Aguas em Moçambique, especificamente da Lei no 16/91 de 3 de Agosto;
 Apresentar os principais objectivos da Política de Aguas de Moçambique;
 Falar da Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos e seu objectivo;
 Apresentar um resumo de Regulamento sobre a Qualidade de Agua para o Consumo
Humano e proceder com um estudo de caso.

2 METODOLOGIA
Para a realização do presente portfolio recorreu-se a revisão bibliográfica e pesquisa de materiais
e trabalhos relacionados aos conteúdos aqui abordados e resumo de temas abordados nos materiais
de apoio e aprendizado da cadeira de POSH partilhados e sustentados pelas respectivas citações
bibliográficas.

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3 CAPITULO I: INTRODUÇÃO A POLITICAS E ORÇAMENTAÇÃO DE SISTEMAS


HIDRÁULICOS
3.1 Introdução A Politicas E Orçamentação De Sistemas Hidráulicos
No acto de exercício de atividades de projectos que sejam de interesse público e do governo e/ou
sector privado numa dada região ou pais, são criadas e implementadas Políticas no intuito de
garantir um bom exercício desses projectos garantindo a ordem pública e preservando a integridade
dos recursos usados nas atividades desses projectos. O que leva a uma necessidade de ter a
conhecer a viabilidade econômica desses projectos, nesse caso o custo que as atividades ira possuir
ou tenha e, que é determinado através de um Orçamento fazendo-se uma Orçamentação do custo
das atividades do projecto ou obra.

A política é o acto de governar criando leis e normas que regem o exercício de atividades de um
projecto ou obra e o bem-estar público. O orçamento é a técnica de orçar o custo de um projecto
ou obras implementadas assim como proposta de projectos futuros, através da Orçamentação.

A orçamentação é a determinação do orçamento, ou seja, custo do projecto ou obra a ser


executada e de todas etapas de implementação desta. Embora o processo de orçamentação seja
para determinar o valor de construção de uma obra, não se veda o orçamentista (empreiteiro) de
estipular o seu lucro.

3.2 Políticas e Orçamentação de Sistemas Hidráulicos em Moçambique


Em Moçambique não é diferente, também são aplicadas políticas e orçamentação de projectos de
várias áreas assim como de Sistemas Hidráulicos. As políticas e orçamentação de sistemas
hidráulicos permitem aos profissionais da área e ao público em geral conhecer as políticas, leis,
estratégias, regulamentos, técnicas de orçamentação dos sistemas hidráulicos em Moçambique
e na região, e dota-os de ferramentas para orçar projectos hidráulicos para o exercício
profissional de atividades, conhecendo as políticas e leis que regem o uso de água sabendo integrar
as políticas e a orçamentação de sistemas hidráulicos de modo a garantir a sustentabilidade de
projectos, gerindo-os e avaliando os mesmos.

As legislações vigorantes e instituições responsáveis pela gestão de sistemas hidráulicos e gestão


de recursos naturais usados nas atividades de projectos de sistemas hidráulicas em Moçambique,
são a Lei de Aguas (Lei nº 16/91 de 3 de Agosto); Política de Aguas; A Política Tarifaria de Aguas

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(Resolução 60/98 de 23 de Setembro de 1998); O Regulamento dos Sistemas Públicos de


Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais (Decreto 30/03 de 01 de Julho de 2003);
A Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos; Conselho de Regulação de Águas (CRA);
Direcção Nacional de Águas (DNA); Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPH);
Direcção Provincial de Obras Públicas e Habitação(DPOPH); Fundo de Investimento e
Património do Abastecimento de Água (FIPAG); Serviços Distritais de Planificação e
Infraestruturas(SDPI); Sistema de Informação Nacional de Água e Saneamento (SINAS);
Laboratório Nacional de Higiene da Água e dos Alimentos (LNHAA), entre outras mais inclusive
organizações não governamentais (ONG’s).

3.2.1 Organograma do Sector de Água

Fonte: Unicef Informe Orçamental 2018: Água, Saneamento E Higiene.

3.2.1.1 Planificação e orçamentação no sector da água


Um dos instrumentos usados na planificação e orçamentação do sector de água ou em uso
sistemático neste sector são a Política da Águas (PA), Plano Estratégico do Sector de Águas –
Abastecimento de Água e Saneamento Rural (PESA – ASR), Programa Nacional de
Abastecimento de Água e Saneamento Rural (PRONASAR), Sistema Nacional de Informação de
Água e Saneamento e Planos Directores Provinciais.

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4 CAPITULO II: LEI DE ÁGUAS EM MOÇAMBIQUE


4.1 Introdução
A Lei de Águas surge como instrumento fundamental para a realização e satisfação de interesses
do povo moçambicano. Nestes termos, ao abrigo do disposto no nº. 1 do artigo 135 da Constituição
da República. A presente Lei de Aguas estabelece os recursos hídricos que pertencem ao domínio
público, os princípios de gestão de aguas, a necessidade de inventariação de todos os recursos
hídricos existentes no pais, o regime geral da sua utilização, as prioridades a ter em conta, os
direitos gerais dos utentes e as correspondentes obrigação, entre outros. O direito de, usa das aguas
do domínio público será reconhecido em regime de usa livre, em determinados casos por meio de
autorizações de uso ou de concessões de aproveitamento, em casos especialmente regulados. A
Lei de Águas em Moçambique basicamente consistem em especificar/esclarecer a quem pertence
o domínio das aguas, ou seja, as competências atribuídas ao Governo em relação ao domínio
público hídrico, atividades de proteção e conservação, inventários, uso e aproveitamentos, controlo
e fiscalização dos recursos hídricos.

4.1.1 Orientações da Política de Gestão de Água em Moçambique


As Orientações da Política de Gestão de Águas em Moçambique atribuem ao estado implementar
políticas de gestão de agua no país, progressivamente e nas regiões definidas como de intervenção
prioritária, conduzida pela realização dos objectivos da política de gestão de agua no país.

4.1.2 Objectivos:
Alguns dos principais objectivos da Política de Gestão de águas são:

 Melhor usa das águas disponíveis para todos os fins através da sua utilização racional e
planificada, com vista a satisfazer as necessidades das populações e do desenvolvimento
da economia nacional;
 Abastecimento contínuo e suficiente das populações em água potável. Para a satisfação das
necessidades domesticas e de higiene;
 Promoção e enquadramento e regulamentação da utilização da água para fins agrícolas,
industriais e hidroeléctricos;
 Assegurar o equilíbrio geral entre o conjunto dos recursos hídricos disponíveis e o consumo
global;
 Elaboração progressiva de legislação destinada a regulamentar a utilização, o
aproveitamento e a protecção dos recursos hídricos;
 Promoção das campanhas de formação, educação e divulgação, tanto junto das populações,
como dos agentes da administração, em relação aos principais problemas de gestão das
águas;

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 Melhoria da gestão das infra-estruturas hidráulicas;


 Melhoria do saneamento na luta contra poluição contra a deteriora, das águas pela intrusão
de salinidade;
 Prevenção e combate contra os efeitos nocivos das águas nomeadamente, nos sectores da
luta contra a erosão dos solos e o controlo das cheias;
 Procura de equilíbrios para o conjunto dos utentes nos casos de utilizações múltiplas e
conflituosas das águas do domínio público;
 Promoção segundo as necessidades e as prioridades da acção governamental, de acções de
investigação, de pesquisa e de captação destinadas a aumentar o volume global dos
recursos hídricos disponíveis; e
 Melhor aproveitamento das águas do domínio público, nomeadamente. Através da luta
contra os desperdícios, possibilidade de usar as águas para fins múltiplos através da sua
reciclagem e controlo das perdas para o mar, realização de obras e de equipamentos de
retenção armazenamento de águas e de regularização dos caudais.
4.2 Lei de Águas no 16/91 de 3 de Agosto
No que concerne a Lei de Águas de Moçambique (lei no 16/91 de 3 de Agosto), os principais
aspectos que são verificados basicamente a voltam-se sobre o encargo que o governo possui de ter
o domínio das águas interiores, as superficiais e os respectivos leitos, as subterrâneas, quer brotem
naturalmente ou não, as obras, equipamentos hidráulicos e suas dependências realizadas pelo
Estado ou por sua conta com o objectivo de utilidade pública, resultante das competências
atribuídas ao Governo em relação ao domínio público hídrico. Também são descritos o direito ao
uso e aproveitamento de modo a garantir a sua preservação e gestão em benefício do interesse
nacional, no capitulo 1 das disposições preliminares.

No capítulo 2 da política geral de gestão de aguas, na secção 1 são tratados princípios de gestão de
aguas, que constituem a acção do estado no sector de gestão das aguas que é realizada pelo
Ministério da Construção e Aguas com o recurso do Conselho Nacional de Aguas. Para os
capítulos 3 a 8 em suas secções e subsecções aspectos como a utilização das aguas em regime geral
para uso comuns e privativos, são questões tratadas bem como licenciamentos, concessões,
encargos financeiros como taxas e montante das taxas, assuntos referentes a regimes especiais
como por exemplo o Abastecimento de água potável, Irrigação, Pesca e piscicultura, Indústria
e energia, Obrigações do concessionário de produção de energia e Navegação e transporte.
Protecção qualitativa das águas na Prevenção e controlo da contaminação das águas, Efeitos
nocivos das águas, Águas subterrâneas na sua pesquisa, captação, aproveitamento, Infracções,
sanções e fiscalização e Disposições gerais, finais e transitórias.

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5 CAPITULO III: POLÍTICA DE ÁGUAS


5.1 Introdução
A Política Nacional de Águas foi aprovada por uma resolução do Governo em Agosto de 1995. A
Política de Águas surgiu na sequência da Lei de Águas de 1991. Esta lei visa a recuperação dos
serviços básicos de água, exclusivamente o abastecimento de águas as áreas urbanas, peri-urbanas
e rurais, com necessidade também de fazer novos parceiros particularmente operadores privados
para o sector de aguas desenvolvendo novas abordagens na provisão de serviços de agua.

A visão da política de aguas volta-se ao futuro desejado em relação à água. É aquele onde a água
esteja disponível em quantidade e qualidade adequadas para as gerações actuais e futuras, servindo
para o desenvolvimento sustentável, redução da pobreza e promoção do bem-estar e paz e onde se
minimizam os efeitos negativos das cheias e secas.

Este documento passados alguns anos foi revisado, aprovando-se a (PA) Política de Agua em 2007
(Resolução nº 46/2007, de 21 de Agosto) como o culminar do processo de revisão da antecessora
Política Nacional de Água, que também por sua vez culminou com a aprovação da política de
aguas (Resolução nº 42/2016, de 21 de Dezembro) em 2016, que representa uma adequação as
ODS’s.

5.1.1 Principais objectivos da política de águas


Os seus principais objectivos são a satisfação das necessidades básicas do consumo humano de
água na base dum abastecimento de água potável seguro e fiável, Melhoramento do saneamento
como ferramenta essencial para a prevenção de doenças de origem hídrica (malária, cólera,
diarreia), melhoria da qualidade de vida e conservação ambiental, Uso da água eficientemente
para o desenvolvimento económico, Utilização da água na conservação ambiental, Redução da
vulnerabilidade a cheias e secas através de melhor coordenação e planeamento, uso de medidas
estruturais e não-estruturais, auscultação e preparação de pessoas, comunidades e instituições em
áreas ciclicamente afectadas, Promoção da paz e integração regional e garantia de recursos hídricos
para o desenvolvimento de Moçambique. Objectivos que serão alcançados através de algumas
políticas principais da Política de Águas: Gestão integrada dos recursos hídricos; Satisfação das
necessidades básicas da população mais pobre; e outras.

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5.2 Política de Agua (PA)


Na política de aguas são apresentadas necessidades de agua para o abastecimento humano e
saneamento do meio nas zonas rurais, urbanas e peri-urbanas visando a satisfação das necessidades
básicas humanas em termos de abastecimento de água seguro e fiável e condições de saneamento
adequadas, é essencial na batalha contra a pobreza absoluta e pela promoção do desenvolvimento
social e econômico, que são inscritas nos planos de desenvolvimento dos recursos hídricos a nível
de bacia hidrográfica, regional e nacional, devendo ainda, integrar e promover outras actividades
económicas para o desenvolvimento local como Água Para Irrigação, Água Para Energia
Hidroeléctrica, Água Para A Indústria, Pescas, Turismo, Usos Agrários E Navegação.

São também avançadas questões de o uso e fornecimento de água para a preservação e manutenção
dos ecossistemas que é parte integral da gestão global dos recursos hídricos no contexto de Água
e o Ambiente, que engloba ainda Cheias e Secas. Na Informação sobre recursos hídricos e uso da
água, são levantados aspectos de Avaliação dos Recursos Hídricos permitindo estimar as
disponibilidades de água, Avaliação dos usos da água que são semelhantes aos da avaliação dos
recursos hídricos. Outro aspecto também tratado é o Planeamento e Desenvolvimento dos
Recursos Hídricos, explicado em tópicos: Planos das Bacias Hidrográficas; Bacias Hidrográficas
Partilhadas; e Infraestruturas Hidráulicas.

E por fim são colocados os Aspectos Financeiros, Participação do Sector Privado, Quadro
Institucional e Legal, e Capacitação Institucional e Educação Para a Água. Com os objectivos de
melhorar o fornecimento dos serviços de abastecimento de água e saneamento e a gestão integrada
dos recursos hídricos pela promoção do conceito de água como um bem económico em relação
aos aspectos económicos e financeiros, beneficiar do dinamismo do sector privado, alcançar uma
estrutura institucional e legal adequada para a gestão integrada dos recursos hídricos do País e para
a provisão dos serviços de abastecimento de água e saneamento no que se refere ao quadro
institucional e legal, Melhorar o conhecimento, práticas e tecnologias em uso no sector da água e
na indústria da água através de programas de investigação aplicada e disseminação dos seus
resultados e Promover uma gestão mais participativa e integrada envolvendo utentes e partes
interessadas pelo aumento da sensibilização pública em relação à importância dos recursos
hídricos para as gerações actuais e futuras.

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6 CAPITULO IV: ESTRATÉGIA NACIONAL DE GESTÃO DE RECURSOS


HÍDRICOS
6.1 Introdução
A Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos detalha as questões de operacionalização
de aspectos que a Política de água apresenta. A Estratégia Nacional de Gestão de Recursos
Hídricos realça a gestão como assunto que envolve transversalmente vários sectores e daí a
necessidade da coordenação intra e intersectorial na gestão integrada dos recursos naturais, como
o são os recursos hídricos. Destaca a localização de Moçambique, como país de jusante em relação
as bacias hidrográficas da região e que mais de 50% do escoamento superficial total são gerados
nos países vizinhos. De acordo com dados disponíveis, o escoamento superficial total é cerca de
216 km³/ano, dos quais cerca de 100 km³ (46%) são gerados no país. Os restantes 116 km³ são
gerados nos países vizinhos.

6.1.1 Objectivo da Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos


O objectivo da estratégia nacional de gestão de recursos hídricos é implementar efetivamente as
políticas de águas com a meta de satisfação das necessidades básicas de abastecimento de água
para o consumo humano, melhoramento do saneamento, utilização eficiente da água para o
desenvolvimento económico nos seguintes pontos:

 Água para conservação ambiental;


 Redução da vulnerabilidade às cheias e secas; e
 Promoção da paz e integração regional, bem como garantir os recursos hídricos para o
desenvolvimento de Moçambique.

6.2 ESTRATÉGIA NACIONAL DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS


A Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos em reconhecimento da abrangência e da
natureza multidisciplinar dos recursos hídricos e a forma como os impactos se estendem à
diferentes atividades de sectores de desenvolvimento, a formulação da estratégia foi dividida em
pacotes de estudos especializados por forma a lograr-se uma abordagem holística e integrada. Para
o efeito, foram adoptadas componentes, nomeadamente: Política e Legislação de Águas;

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POLITICAS E ORCAMENTACAO DE SISTEMAS HIDRAULICOS

Capacitação Institucional e Desenvolvimento de Recursos Humanos; Dados de Informação e


Conhecimento sobre a Água; Desenvolvimento dos Recursos Hídricos; Economia, Investimentos
e Finanças Nacionais; Água e Ambiente; Recursos Hídricos Internacionais; e Sensibilização
Pública e Envolvimento de partes interessadas.

A estratégia aborda todos aspectos naturais dos sistemas de recursos hídricos, compreendendo, as
águas superficial e subterrânea, qualidade de água, poluição e protecção dos ecossistemas, usos da
água em todos os sectores da economia nacional, quadro legal e institucional, capacitação
institucional e questões ligadas ao desenvolvimento nacional e integração regional.

De uma maneira geral o conjunto de estudos para o desenvolvimento da estratégia foi


implementado com objectivo de, subsequentemente, sintetizar e analisar as intervenções
estratégicas, as acções específicas e definir as actividades resultantes dos estudos de base.

O IIA é uma instituição tutelada pelo Ministro que superintende a área da Ciência e Tecnologia,
em articulação com o Ministério das Obras Pública e Habitação que apresenta as linhas de
orientação estratégica (Plano Estratégico – PE) do Instituto de Investigação em Águas (IIA), que
é uma instituição pública criada por decreto Ministerial (Decreto 41/2010) com o objectivo de
dotar o País da capacidade necessária para investigação e desenvolvimento tecnológico na área
dos recursos hídricos.

Segundo o (Banco Mundial, Agosto 2007) a Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídrico
de Moçambique faz um esforço continuo para sustentar o crescimento econômico e reduzir a
pobreza. Moçambique tem abundantes recursos naturais e hídricos que proporcionam grande
potencial para a produção de uma variedade de culturas, o desenvolvimento de pecuária, e o
crescimento industrial. Porém, a alta variabilidade do clima que resulta em secas e enchentes
frequentes e recorrentes, a disponibilidade limitada de recursos hídricos na parte austral e mais
desenvolvida do país, a alta dependência em recursos hídricos internacionais, e a infra-estrutura
muito limitada de gestão de água resultam na economia ser muito vulnerável a choques hídricos,
e a água representar um constrangimento ao crescimento e à redução da pobreza. Alta dependência
em recursos hídricos compartilhados, Moçambique é um estado ripário a jusante em todos os nove
rios principais, excepto o Rovuma, em que é um ripário paralelo.

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7 CAPITULO V: REGULAMENTO SOBRE A QUALIDADE DE ÁGUA PARA O


CONSUMO HUMANO
7.1 Regulamento Sobre a Qualidade De Água Para O Consumo Humano
O Regulamento sobre a Qualidade de Água para o Consumo Humano tem como objeto fixar os
parâmetros de qualidade da água destinada ao consumo humano e as modalidades de realização
do seu controlo, visando proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes de qualquer
contaminação que possa ocorrer nas diferentes etapas do sistema de abastecimento de água desde
a captação até a disponibilização ao consumidor. O Regulamento aplica-se aos sistemas de
abastecimento de água destinada ao consumo humano de agua que seja potável, que são:

 Aguas doces superficiais destinadas ao consumo direto ou a produção de água para o


consumo humano;
 Aguas doces subterrâneas destinadas ao consumo direto ou produção de água para o
consumo humano;
 Agua distribuída por outras fontes alternativas destinadas ao consumo humano direto;
 Agua distribuída para ser utilizada nas Industrias alimentares, no tratamento ou na
conservação de géneros alimentícios ou de substâncias destinadas a serem consumidas pelo
homem e que não podem afetar a salubridade dos géneros alimentares.

7.1.1 Materiais e produtos químicos usados no Tratamento de água


 Os materiais utilizados nos sistemas de tratamento e abastecimento de água para o consume
humane não podem provocar alterações na sua qualidade que impliquem redução do nível
de proteção de saúde humana, conforme previsto no Regulamento.
 As substâncias e os produtos químicos utilizados no tratamento de água para o consume
humano, não podem estar presentes na água distribuída em valores superiores aos
especificados na tabela, nem originar direta ou indiretamente, riscos para a saúde humana.
 Sem prejuízo do disposto em legislação especial, as condições citadas nas alíneas anteriores
abrangem também os trabalhadores do sistema de abastecimento de água.
 Os materiais e os produtos químicos utilizados no tratamento e nos sistemas de
abastecimento de agua para o consumo humano, carecem de uma apreciação da autoridade
competente.

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7.1.2 Parâmetros de qualidade


Para a água tratada destinada ao consumo humane fornecida por sistemas de abastecimento
público, redes de distribuição, camiões ou níveis cisternas, ou utilizada numa empresa da indústria
alimentar. Constituem parâmetros de qualidade aplicáveis obrigatoriamente a água destinada ao
consumo humano, os parâmetros microbiológicos: Coliformes totais, Coliformes fecais e Vibro
cholerae, com limite máximo admissível ausente, unidades ou quantidades admissíveis de
NMP*/100 ml N. º de colônias/100 ml para ambas as coliformes e 1000 ml para vibro cholerae,
riscos para a saúde pública de doenças gastrointestinais.

Os parâmetros físicos e organolépticos os seguintes: Cor com limite máximo admissível de 15


TCU e risco para a saúde pública de Aparência na agua; Cheiro com limite inodoro e com o risco
de conter sabor na agua; Condutividade com um limite de 50-2000𝜇ℎ𝑚𝑜/𝑐𝑚; pH com um limite
de 6.5-8.5 com risco no sabor, corrosão e irritação da pele; Sabor insipido; Sólidos totais com
limite de 1000 mg/l e com risco no sabor e corrosão; e Turvação com 5 NTU de limite admissível,
com risco de aparência e dificulta a desinfecção.

Os parâmetros químicos são: Alumínio com limite máximo admissível de 0.2 mg/l com o risco
de afectar o sistema locomotor e causa anemia; Bário com limite de 0.7 mg/l com risco de
vasoconstrição e doenças cardiovasculares; Boro com limite de 0.3 mg/l com riscos gastroenterites
e eritremas; Cálcio com um limite de 50 mg/l e apresenta risco de aumento da dureza de agua;
Cloretos 250 mg/l de limite máximo e com risco de sabor desagradável e corrosão; Cloro residual
total de 0.2-0.5 mg/l com risco de sabor e cheiro desagradável; Dureza total com 500 mg/l de
limite com risco de depósitos, corrosão e espumas; Fosforo com 0.1 mg/l de limite e com risco de
aumentar a proliferação dos microrganismos; Ferro total com 0.3 mg/l de limite e com risco de
necrose hemorrágica; Fluoreto com 1.5 mg/l de limite e com risco de afectar o tecido esquelético;
Matéria orgânica com 2.5 mg/l de limite e com risco de aumentar a proliferação dos micro-
organismos; Magnésio com 50 mg/l de limite e com risco de sabor desagradável; Manganês com
0.1 mg/l de limite e com risco de provocar anemia e afectar o sistema nervoso; Mercúrio com
0.001 mg/l de limite e com risco de distúrbios renais e neurológicos; Nitrito com 3 mg/l de limite
e com risco de reduzir o O2 no sangue; Nitrato com 50 mg/l de limite e com risco de reduzir o O2
no sangue; Sódio com 200 mg/l de limite e com risco de sabor desagradável; Sulfato com 250 mg/l
de limite e com risco de conter sabor e causar corrosão; entre outros parâmetros.

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POLITICAS E ORCAMENTACAO DE SISTEMAS HIDRAULICOS

7.1.2.1 O Regulamento sobre a Qualidade da Água para o Consumo Humano


Segundo o (Ministério da saúde), através do (Diploma Ministerial nº 180/2004 de 15 de Setembro)
este regulamento foi criado e aprovado no âmbito das políticas do Governo Moçambicano em
curso visando aumentar o abastecimento de agua nas zonas rurais e urbanas para a satisfação das
necessidades básicas da população, impôs-se a tomada de medidas para que a agua disponibilizada,
tenha uma qualidade aceitável para o consumo humano, o que contribui para a redução das doenças
associadas a qualidade de agua. A Lei nº 16/91, de 3 de Agosto, Lei de Aguas, atribui ao Ministro
da Saúde competências para estabelecer os parâmetros através dos quais se rege o controlo da
qualidade da agua para que seja considerada potável e própria para o consumo humano.

São definidas no regulamento definições como:

 Autoridade Competente - aquela que por lei tem a responsabilidade de velar pela
observância dos requisitos de qualidade de água que é abastecida ao público através das
inspecções sanitárias, diagnósticos laboratoriais e monitorização de riscos.
 Água destinada ao consumo humano:
1- Toda a água no seu estado original ou após tratamento, destinada a ser bebida, a cozinhar,
a preparar alimentos ou para outros fins domésticos, independentemente da sua origem e
de ser fornecida a partir de um sistema de abastecimento de água com ou sem fins
comerciais;
2- Toda a água utilizada numa empresa da indústria alimentar para o fabrico, transformação,
conservação ou comercialização de produtos destinados ao consume humane.
 Água potável - aquela que é própria para o consumo humano, pelas suas qualidades
organolépticas, físicas, químicas e biológicas.
 Controlo de Qualidade - conjunto de acções realizadas pela Autoridade Competente e
Entidade Gestora dos sistemas de abastecimento de agua com vista a manutenção
permanente da sua qualidade, em conformidade com as normas legalmente estabelecidas.
 Limite Máximo Admissível- valor máximo admissível para um determinado parâmetro
físico, organoléptico, químico ou microbiológico em agua destinada ao consume humane.
 Qualidade de Água para o Consumo Humano – é a característica dada pelo conjunto de
valores de parâmetros microbiológicos, organolépticos e físico-químicos fixados que
permitem avaliar se a agua e potável ou não.

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8 CAPITULO VI: ESTUDO DE CASO DA AVARIA DO DESCARREGADOR DE


FUNDO DA BARRAGEM DE MASSINGIR
8.1 Acidente da Barragem de Massingir
No dia 22 de Maio de 2008, 5ª feira, entre as 14h30 e as 15h, registou-se um grave acidente na
barragem de Massingir na zona das descargas de fundo. Esse acidente originou uma descarga não
controlada na ordem de mais de 1,000 m3/s que danificou seriamente a estrutura de betão armado
das descargas de fundo, provocou grandes erosões nos aterros circundantes e originou uma
pequena cheia a jusante (Comissão de Inquérito ao Acidente da Barragem de Massingir, 2008,
p.3). A cota da albufeira se encontrava a 122m, ou seja , 7 metros acima da soleira e com as duas
comportas radias de descarga de fundo completamente fechada, em resultado da pressão
hidrostática que se exercia permanentemente pela primeira vez desde a construção da barragem,
por volta das 14:00h, deu-se a ruptura das duas condutas de descraga de fundo, resultando daí
descargas descontroladas de água.

Desta forma investigações foram levadas a cabo e que consistiram na inspeção, teste dos materiais,
análise estrutural detalhada, revisão detalhada do projecto original e dos desenhos de projecto
tendo se chegado à conclusão que a qualidade dos materiais usados não teriam sido a causa do
acidente. Presumiu-se ter havido uma fraca ligação entre o betão e a armadura (malha de ferro),
tendo o primeiro sido removido pela força de pressão hidrostática, onde o ponto mais fraco foi o
betão no topo da conduta. Foi concluído que a causa do acidente foi o deficiente arranjo das
armaduras com o betão e tomada a decisão de encamisar as condutas por condutas metálicas com
6,4m de diâmetro.

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9 Referências bibliográficas

Lei de Aguas (Lei nº 16/91 de 3 de Agosto).


Política Nacional de Águas, Agosto de 1995.
BOLETIM DA REPUBLICA, Diploma Ministerial n.?180/2004 de 15de Setembro -
Regulamento sobre a Qualidade da Agua para o Consumo Humano.
Governo de Moçambique, Primeiro Projecto Nacional de Desenvolvimento da Água,
“Plano Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hídricos para a Bacia do Incomati (NDF
197-5) Janeiro 2003;
PLANO ESTRATÉGICO 2012-2016, Ministério da Ciência e Tecnologia - Instituto de
Investigação em Águas IIA, Maputo, Janeiro de 2012;
MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS E HABITAÇÃO, Estratégia Nacional de Água
e Saneamento Urbano 2011-2025, Maputo, Novembro de 2011;
INFORME ORÇAMENTAL 2018: ÁGUA, SANEAMENTO E HIGIENE,
UNICEF/MOZA2012;
RELATORIO DO ACIDENTE DA BARRAGEM DE MASSINGIR: Comissão De
Inquérito Ao Acidente Da Barragem De Massingir, Maputo, 16 De Junho De 2008;
ACIDENTE NA BARRAGEM DE MASSINGIR: Comissão Moçambicana de Barragens
– CMB, ANEXO 4: Investigação da Origem da Falha das Descargas de Fundo da Barragem
de Massingir, Relatório - 24 º Congresso e 80º Reunião Anual da Comissão Internacional
de Grandes Barragens (Kyoto-Japão).

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