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ADVOCACIA-

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA--GERAL FEDERAL
PROCURADORIA
PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA-
ESPECIALIZADA-INSS
Divisão de Orientação de Cálculos e Pagamentos Judiciais

MANUAL DE CÁLCULOS JUDICIAIS


PREVIDENCIÁRIOS DA PFE – INSS

Brasília - DF, junho de 2013


2013
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

APRESENTAÇÃO

Elaboração

GRUPO DE TRABALHO PARA ELABORAÇÃO DO MANUAL DE CÁLCULOS


JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PGF/PFE - INSS (Portaria nº 10, DE 30 DE
JUNHO DE 2006)

Presidente
Antônio Augusto de Siqueira
Procurador Federal - Chefe da Divisão de Orientação de Cálculos e
Pagamentos Judiciais/PFE/INSS - Brasília/DF
Coordenadores
Rogers Martins Colombo
Procurador Federal
Rocha
Flohe Rocha Cavalcante
Técnico em Contabilidade - Chefe substituto da DOCPJ/PFE/INSS - Brasília/DF
Membros
Ayres Lourenco de Almeida Filho
Procurador Federal - PFE/INSS - Brasília/DF
Halcyon Davis Reitz da Costa
Contador - PR/INSS/4ª R - Florianópolis/SC
Lina Cristina Escovar Alfaro Haselof
Técnico do Seguro Social - PRF/PGF/4ªR - Porto Alegre/RS
Luiz Fernando Buzzi
Técnico do Seguro Social - PFE/INSS - Blumenau/SC
Maria Isabel da Silveira Fraga
Técnico do Seguro Social - PR/INSS/4ª R - Florianópolis/SC
Mirian
Mirian Fassoni Alves Oliveira
Técnico do Seguro Social - Chefe do Setor de Cálculos e Pagamentos
Judiciais da PFE/INSS/3ªR - Marília/SP
Regina Gorete Pereira
Contador - PR/INSS/4ª R - Florianópolis/SC
Renato Silvano Moreira
Técnico do Seguro Social - Chefe da Seção de Gerenciamento de Cálculos e
Pagamentos Judiciais da PR/INSS/4ª R - Florianópolis/SC

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M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

REVISÃO
Elaboração
COMISSÃO DE REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DO MANUAL DE CÁLCULOS
JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PGF/PFE - INSS
Coordenação Geral
Antônio Augusto de Siqueira
Procurador Federal - Chefe da Divisão de Orientação de Cálculos e
Pagamentos Judiciais - PFE/INSS - Brasília/DF
Coordenadores
Lina Cristina Escovar Alfaro Haselof
Técnico do Seguro Social - PRF/PGF/4ª R - Porto Alegre/RS
Renato Silvano Moreira
Técnico do Seguro Social - Chefe de Assessoramento Técnico da
Subprocuradoria - PR/INSS/4ª R - Florianópolis/SC
Membros
Arildo Alves de Menezes
Analista do Seguro Social - PF/PRF/1ª R - Manaus/AM
Erika Rodrigues Nideck
Analista do Seguro Social - PSF/PRF/2ª R - Niterói/RJ
Lenildo Chaves da Silva Junior
Analista do Seguro Social - PSF/PRF/5ª R - Garanhuns/PE
Luiz Fernando Buzzi
Técnico do Seguro Social - PFE/INSS/4ª R - Blumenau/SC
Miriam Fassoni Alves Oliveira
Técnico do Seguro Social - Chefe do Setor de Cálculos e Pagamentos
Judiciais da PFE/INSS/3ª R - Marília/SP
Convidados
Flohe Rocha Cavalcante
Técnico em Contabilidade - APS/INSS - Taguatinga/DF
Jose Américo Carneiro
Técnico do Seguro Social - PFE/INSS - Goiânia/GO
Santos
Julio Romeu Maciel dos Santos
Analista do Seguro Social - Chefe da Divisão de Revisão de Direitos -
CGRD/DIRBEN/INSS - Brasília/DF
Lucas Mateus Gonçalves Louzada
Procurador Federal - Chefe da Divisão de Consultoria - CGMBEN/PFE/INSS -
Brasília/DF

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M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

INTRODUÇÃO

A elaboração do Manual de Cálculos Judiciais Previdenciários foi


idealizada pela Divisão de Orientação de Cálculos e Pagamentos Judiciais da
PFE/INSS para orientar a conferência, elaboração e análise de cálculos
judiciais de responsabilidade da Procuradoria Federal Especializada/INSS,
bem como buscar a uniformização dos procedimentos junto ao Poder
Judiciário.

O presente Manual ficou restrito às questões procedimentais,


abstendo-se de adentrar na análise jurídica ou no mérito das decisões
judiciais, tendo em vista que para tal finalidade existe o Grupo de Trabalho
encarregado da elaboração das teses de Defesa Mínima da PGF/PFE/INSS.

O objetivo principal deste Manual é orientar os servidores que


atuam nas Seções/Setores de Cálculos da PGF/PFE/INSS, a partir da
interpretação da decisão judicial e dos parâmetros elaborados por
Procurador Federal.

A interpretação da decisão judicial e a fixação dos parâmetros


para cumprimento do julgado, especialmente para elaboração e conferência
dos cálculos de liquidação e de precatórios e Requisições de Pequeno Valor,
consiste em precisar os limites da decisão judicial, de modo a fornecer todos
os elementos, tais como: tipo de benefício previdenciário concedido; período
de abrangência da condenação (início e término da conta); a taxa e o
período de incidência dos juros de mora, a forma e os índices de correção
monetária fixados na decisão, o percentual dos honorários advocatícios, a
forma de implantação do benefício ou revisão da renda em manutenção.

Este Manual aborda a legislação federal, as normas e os atos


administrativos, bem como as súmulas e jurisprudências consolidadas
acerca dos temas tratados.

Não se cogitou exaurir todos os casos relativos à matéria


previdenciária, eis que a legislação sofre alterações periódicas e

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freqüentemente surgem novas teses de revisão de benefícios. Assim, o


presente Manual está aberto às sugestões dos servidores da área de
cálculos e pagamentos judiciais da PGF/PFE/INSS, merecendo ser revisto
periodicamente, com o fim de acompanhar as alterações legislativas.

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M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO ................................................................
..........................................................................................
.......................................................... 2

REVISÃO ................................................................
................................................................................................
.....................................................................
..................................... 3

INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO ................................................................
..............................................................................................
.............................................................. 4

CAPÍTULO I ................................................................
................................................................................................
................................................................ 13

CÁLCULO DO SALÁRIO DE
DE BENEFÍCIO (SB) E DA
DA RENDA MENSAL INICIAL
INICIAL (RMI)
- CONCESSÃO E REVISÃO ................................................................
..........................................................................
.......................................... 13

1 - CONCESSÃO ................................................................
........................................................................................
........................................................ 13

1.1 - Direito Adquirido ................................................................


...............................................................................
............................................... 14
1.2 - Vigência da Lei nº 3.807/60
3.807/60 e alterações...........................................
........................................... 17
1.2.1 - Lei nº 3.807/60 ................................................................
..............................................................................
.............................................. 17
1.2.2 - Lei nº 5.890/73 ................................................................
..............................................................................
.............................................. 20
1.2.3 - Lei nº 6.210/75 ................................................................
..............................................................................
.............................................. 24
1.3 - Vigência da Lei nº 8.213/91 e alterações...........................................
........................................... 26
1.3.1 - Lei nº 8.213/91 ................................................................
..............................................................................
.............................................. 26
1.3.2 - Lei nº 9.032/95 ................................................................
..............................................................................
.............................................. 31
1.3.3 - Emenda Constitucional nº 20/98 ....................................................
.................................................... 33
1.3.4 - Lei nº 9.876/99 ................................................................
..............................................................................
.............................................. 34
1.3.4.1 - Regra Transitória ................................................................
........................................................................
........................................ 37
1.3.4.2 - Regra Permanente ................................................................
......................................................................
...................................... 39
1.4 - Lei 10.666/03 ................................................................
....................................................................................
.................................................... 40
1.5 - Medida Provisória nº 242/05................................
242/05..............................................................
.............................................................. 40

2 - REVISÃO ................................................................
..............................................................................................
.............................................................. 41

2.1 - Antes da Lei nº 8.213/91 ................................................................


...................................................................
................................... 41
2.1.1 - ORTN/OTN (Lei nº 6.423/77 - Súmulas: 2 - TRF4; 7 - TRF3) ............. 41
2.1.1.1 - Revisão dos SC via administrativa (com processo concessório) ... 43
2.1.1.2 - Revisão dos SC via arbitramento (sem processo concessório) ..... 43
2.1.2 - Revisão dos SC até o teto de 20 salários (Direito Adquirido em
07/1989) ................................................................
................................................................................................
...................................................................
................................... 44

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M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

2.1.3 - Menor Valor Teto (mVT) - 10 salários mínimos ............................... 45


2.1.4 - Menor Valor Teto – Desvinculação do salário mínimo ..................... 45
2.1.5 - Menor Valor Teto – INPC ................................................................
.................................................................
................................. 47
2.1.6 - Complementação para 1 SM e 13º salário integral (Art. 201, §§ 5º e 6º
da CF/88) ................................................................
................................................................................................
..................................................................
.................................. 49
2.2 - Vigência da Lei nº 8.213/91 ..............................................................
.............................................................. 51
2.2.1 - Artigo 144 ................................................................
......................................................................................
...................................................... 51
2.2.2 - Artigo 145 ................................................................
......................................................................................
...................................................... 52
2.2.3 - IRSM de fevereiro de 1994 (39.67%) ..............................................
.............................................. 53
2.2.4 - Artigo 29, II ................................................................
....................................................................................
.................................................... 54
2.2.5 - Artigo 29, § 5º ................................................................
................................................................................
................................................ 57
2.2.6 - Artigo 26, da Lei nº 8.870/94 (Índice Teto) .....................................
..................................... 58
2.2.7 - Artigo 21, § 3º, da Lei nº 8.880/94 (Índice Teto) ............................. 59
2.2.8 - Emendas Constitucionais 20 e 41 ...................................................
................................................... 60

CAPÍTULO II ................................................................
...............................................................................................
............................................................... 63

LEIS ESPARSAS DO RGPS


RGPS (BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO
PRESTAÇÃO ÚNICA E CONTINUADA,
CONTINUADA,
E POR PERÍODO DELIMITADO)
DELIMITADO) ................................................................
...................................................................
................................... 63

1 - BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO
PRESTAÇÃO ÚNICA ......................................................
...................................................... 63

1.1 - Pecúlio ................................................................


..............................................................................................
.............................................................. 63

2 - BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO
PRESTAÇÃO CONTINUADA ...........................................
........................................... 65

2.1 - Acidente do Trabalho - Área Urbana ..................................................


.................................................. 65
2.1.1 - Lei 5.316/67 e alterações ...............................................................
............................................................... 66
2.1.2 - Lei 6.367/76 ................................................................
...................................................................................
................................................... 69
2.1.3 - Lei 8.213/91 e alterações ...............................................................
............................................................... 71
2.1.4 - Lei 9.032/95 ................................................................
...................................................................................
................................................... 73
2.1.5 - Lei 9.129/95 ................................................................
...................................................................................
................................................... 73
2.1.6 - Lei 9.528/97 ................................................................
...................................................................................
................................................... 74
2.1.7 - Observância aos tetos mínimos para pagamento
pagamento de auxílio-
auxílio-acidente
(espécie 94) e auxílio-
auxílio-suplementar (espécie 95) .......................................
....................................... 74
2.2 - Acidente do Trabalho - Área Rural .....................................................
..................................................... 75
2.3 - Benefícios
Benefícios Rurais ................................................................
..............................................................................
.............................................. 75
2.3.1 - Trabalhador Rural ................................................................
..........................................................................
.......................................... 76
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2.3.1.1 - Lei Complementar nº 11/71.........................................................


......................................................... 76
2.3.1.2 - Lei Complementar nº 16/73.........................................................
......................................................... 77
2.3.1.3 - Lei nº 8.213/91................................................................
............................................................................
............................................ 77
2.3.2 - Empregador (Empresário) Rural .....................................................
..................................................... 77
2.3.2.1 - Lei nº 6.260/75................................................................
............................................................................
............................................ 77
2.4 - Benefícios Assistenciais................................
Assistenciais................................................................
.....................................................................
..................................... 79
2.4.1 - Lei nº 6.179/74 (Renda Mensal Vitalícia e Amparo Previdenciário) .. 79
2.4.2 - Constituição Federal de 1988 .........................................................
......................................................... 80
2.4.3 - Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) - Lei 8.742/93 ................ 81

3 - BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO
PRESTAÇÃO POR PRAZO DELIMITADO
DELIMITADO.......................... 82

3.1 - Salário Maternidade


Maternidade ................................................................
..........................................................................
.......................................... 82

CAPÍTULO III ................................................................


..............................................................................................
.............................................................. 85

REAJUSTES (DEVIDO E RECEBIDO)................................


RECEBIDO).............................................................
............................................................. 85

1 - REAJUSTES ................................................................
...........................................................................................
........................................................... 85

1.1 - Período de maio de 1958 a maio de 1979 .........................................


......................................... 85
1.2 - Período de novembro de 1979 a novembro de 1984 ......................... 86
1.3 - Período de maio a novembro de 1985 ...............................................
............................................... 87
1.4 - Período de março de 1986 a março de 1989 .....................................
..................................... 87
1.5 - Abril de 1989 ................................................................
....................................................................................
.................................................... 90
1.6 - Período de setembro de 1991 a dezembro de 1992 .......................... 90
1.6.1 - Junho de 1992 (benefícios
(benefícios concedidos entre 06/10/88 e 04/04/91) . 91
1.7 - Reajustes a partir de janeiro de 1993 ................................................
................................................ 91
1.7.1 - FAS setembro de 1993 ................................................................
...................................................................
................................... 92
1.7.2 - URV - março 1994 ................................................................
..........................................................................
.......................................... 92
1.7.3 - IPC-
IPC-r maio 1995 ................................................................
.............................................................................
............................................. 93
1.7.4 - IGP-
IGP-DI maio 1996 ................................................................
...........................................................................
........................................... 93
1.7.5 - Índices das Leis nº 9.711/98 e 8.213/91 .........................................
......................................... 94

2 - SÚMULA - 260, DO EXTINTO TFR ..........................................................


.......................................................... 94

3 - ARTIGO 58, DO ADCT - CF/88 ...............................................................


............................................................... 97

4 - REAJUSTE 147,06% ................................................................


..............................................................................
.............................................. 98

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4.1 - Forma de Reajustamento e Pagamento dos Benefícios do Rio de Janeiro


e São Paulo ................................................................
.............................................................................................
............................................................. 100
4.2 - Forma de Reajustamento e Pagamento dos Benefícios dos demais
Estados ................................................................
................................................................................................
...................................................................
................................... 101

5 - ORDEM DE SERVIÇO 121 ................................................................


....................................................................
.................................... 102

CAPÍTULO IV................................................................
............................................................................................
............................................................ 104

CORREÇÃO MONETÁRIA ................................................................


..........................................................................
.......................................... 104

1 - ASPECTOS HISTÓRICOS ................................................................


......................................................................
...................................... 104

1.1 - Planos Econômicos................................................................


..........................................................................
.......................................... 105
1.1.1 - Plano cruzado ................................................................
..............................................................................
.............................................. 105
1.1.2 - Plano verão (cruzados novos).......................................................
....................................................... 106
1.1.3 - Plano collor ................................................................
..................................................................................
.................................................. 106
1.1.4 - Cruzeiro real (não intitulado
intitulado de plano) .........................................
......................................... 106
1.1.5 - Plano real ................................................................
.....................................................................................
..................................................... 107

2 - ASPECTOS PRÁTICOS ................................................................


.........................................................................
......................................... 107

2.1 - Linhas de Correção Monetária .........................................................


......................................................... 109
2.1.1 - Verificação/análise da linha de correção monetária ...................... 110

3 - INDEXADORES ................................................................
...................................................................................
................................................... 111

3.1 - ORTN ................................................................


..............................................................................................
.............................................................. 112
3.2 - OTN ................................................................
................................................................................................
................................................................ 112
3.3 - BTN................................................................
................................................................................................
.................................................................
................................. 112
3.4 - INPC ................................................................
................................................................................................
................................................................ 113
3.5 - IRSM ................................................................
...............................................................................................
............................................................... 114
3.6 - URV - REAL ................................................................
.....................................................................................
..................................................... 114
3.6.1 - URV e as parcelas pagas em atraso .............................................
............................................. 114
3.7 - IPC-
IPC-r................................................................
................................................................................................
................................................................ 115
3.8 - INPC ................................................................
................................................................................................
................................................................ 115
3.9 - IGP-
IGP-DI ................................................................
.............................................................................................
............................................................. 115
3.10 - Unificação de Índices (reajustamento/correção monetária) ........... 116
3.11 - UFIR e IPCA-
IPCA-E ................................................................
................................................................................
................................................ 116
3.11.1 - Fórmula do cálculo da UFIR ........................................................
........................................................ 117
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3.11.2 - Extinção da UFIR ................................................................


........................................................................
........................................ 117
3.12 - Taxa Referencial – TR ................................................................
....................................................................
.................................... 118
3.12.1 - Lei 11.960/09 ................................................................
.............................................................................
............................................. 118

4 - EXPURGOS INFLACIONÁRIOS
INFLACIONÁRIOS ..............................................................
.............................................................. 118

4.1 - Janeiro de 1989 = 42,72% ..............................................................


.............................................................. 119
4.2 - Fevereiro de 1989 = 6,31%:................................
6,31%:............................................................
............................................................ 119
4.3 - Março de 1990 = 30,46% ................................................................
................................................................ 120
4.4 - Abril de 1990 = 44,80% ................................................................
..................................................................
.................................. 120
4.5 - Maio de 1990 = 2,36% ................................................................
....................................................................
.................................... 121
4.6 - Fevereiro de 1991 = 1,38% (IPC/INPC) ............................................
............................................ 121
4.7 - Fevereiro de 1991 = 13,89% (IPC/TR) .............................................
............................................. 121

5 - EXPURGOS SUMULADOS ................................................................


....................................................................
.................................... 122

6 - TABELAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA - REGRA GERAL ........................ 123

6.1 - Ações Previdenciárias ................................................................


.....................................................................
..................................... 123
6.2 - Honorários, Multas, Custas e Despesas Judiciais .............................. 124
6.3 - Ação Regressiva................................
Regressiva................................................................
..............................................................................
.............................................. 125

CAPÍTULO V................................
V................................................................
.............................................................................................
............................................................. 126

JUROS ................................................................
................................................................................................
.....................................................................
..................................... 126

1 - CONCEITO ................................................................
..........................................................................................
.......................................................... 126

1.1 - Incidência ................................................................


.......................................................................................
....................................................... 126

2 - JUROS SIMPLES E COMPOSTOS


COMPOSTOS ...........................................................
........................................................... 127

2.1 - Juros Simples ................................................................


..................................................................................
.................................................. 127
2.2
2.2 - Juros Compostos ou Capitalizados ...................................................
................................................... 127

3 - JUROS CAPITALIZADOS - VEDAÇÃO ....................................................


.................................................... 128

4 - SELIC ................................................................
................................................................................................
.................................................................
................................. 128

5 - JUROS - LEI 11.960/09 ................................................................


........................................................................
........................................ 130

6 - JUROS - LEI 12.703/12 ................................................................


........................................................................
........................................ 131

7 - JUROS NEGATIVOS ................................................................


.............................................................................
............................................. 132

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8 - TABELA DE JUROS - REGRA GERAL .....................................................


..................................................... 132

CAPÍTULO VI................................................................
............................................................................................
............................................................ 135

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
ADVOCATÍCIOS ................................................................
.................................................................
................................. 135

1 - CONCEITO ................................................................
..........................................................................................
.......................................................... 135

2 - HONORÁRIOS NA AÇÃO DE
DE CONHECIMENTO ......................................
...................................... 135

3 - HONORÁRIOS NA AÇÃO DE
DE EXECUÇÃO ..............................................
.............................................. 136

4 - HONORÁRIOS NOS EMBARGOS


EMBARGOS À EXECUÇÃO .....................................
..................................... 136

5 - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
MONETÁRIA - REGRA GERAL ........................................
........................................ 137

6 - JUROS MORATÓRIOS - REGRA GERAL .................................................


................................................. 137

CAPÍTULO VII ................................................................


...........................................................................................
........................................................... 138

HONORÁRIOS PERICIAIS ................................................................


..........................................................................
.......................................... 138

1 - HONORÁRIOS PERICIAIS NAS AÇÕES ACIDENTÁRIAS


ACIDENTÁRIAS .......................... 138

2 - HONORÁRIOS PERICIAIS NAS AÇÕES DOS JUIZADOS


JUIZADOS ESPECIAIS .......... 138

3 - HONORÁRIOS PERICIAIS NAS AÇÕES ORDINÁRIAS .............................. 138

4 - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
MONETÁRIA - REGRA GERAL ........................................
........................................ 139

CAPÍTULO VIII ................................................................


..........................................................................................
.......................................................... 140

MULTAS ................................................................
................................................................................................
..................................................................
.................................. 140

1 - VALOR DIÁRIO................................................................
....................................................................................
.................................................... 140

2 - PERCENTUAL SOBRE O VALOR


VALOR DA CAUSA ..........................................
.......................................... 140

3 - PERCENTUAL SOBRE O VALOR


VALOR DA CONDENAÇÃO ............................... 141

4 - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
MONETÁRIA - REGRA GERAL ........................................
........................................ 142

CAPÍTULO IX................................................................
............................................................................................
............................................................ 143

CUSTAS E DESPESAS JUDICIAIS


JUDICIAIS ...............................................................
............................................................... 143

1 - INCIDÊNCIA ................................................................
........................................................................................
........................................................ 143

2 - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
MONETÁRIA - REGRA GERAL ........................................
........................................ 143

CAPÍTULO X................................
X................................................................
.............................................................................................
............................................................. 145

11
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

REQUISIÇÕES DE PAGAMENTOS
PAGAMENTOS (PRECATÓRIO/RPV)
(PRECATÓRIO/RPV) ................................ 145

1 - REQUISIÇÕES ................................................................
.....................................................................................
..................................................... 145

1.1 - Débito de Natureza Alimentar .........................................................


......................................................... 145
1.1.1 - Emenda Constitucional nº 62/09 ..................................................
.................................................. 146
1.2 - Débitos de Natureza Não Alimentar ................................................
................................................ 147

2 - PAGAMENTO ................................................................
......................................................................................
...................................................... 148

3 - SALDO REMANESCENTE ................................................................


.....................................................................
..................................... 149

4 - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
MONETÁRIA - REGRA GERAL ........................................
........................................ 150

5 - JUROS MORATÓRIOS - REGRA GERAL .................................................


................................................. 150

CAPÍTULO XI................................................................
............................................................................................
............................................................ 151

FERRAMENTAS DE CÁLCULO
CÁLCULO ................................................................
...................................................................
................................... 151

1 - AOR - AÇÃO ORDINÁRIA REVISIONAL


REVISIONAL..................................................
.................................................. 151

2 - PCALC - VERSÃO ACCESS ................................................................


...................................................................
................................... 151

ANEXOS ................................................................
................................................................................................
..................................................................
.................................. 153

ANEXO 1 - TABELA DE FATORES DE CORREÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DOS


DOS
EMPREGADORES RURAIS................................................................
.........................................................................
......................................... 153

ANEXO 2 - TABELA DE EXPURGOS


EXPURGOS INFLACIONÁRIOS ................................ 156

ANEXO 3 - TABELA DE PADRÕES MONETÁRIOS – MOEDAS BRASILEIRAS .. 157

ANEXO 4 - TABELA DE SIGLAS UTILIZADAS


UTILIZADAS NESTE
NESTE MANUAL E NO INSS .... 158

12
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

CAPÍTULO I

CÁLCULO DO SALÁRIO DE BENEFÍCIO (SB) E DA RENDA MENSAL INICIAL (RMI)


- CONCESSÃO E REVISÃO

1 - CONCESSÃO

A concessão do benefício por decisão judicial deve observar


fielmente o que foi decidido pelo Poder Judiciário, respeitando os parâmetros
definidos na interpretação do julgado por Procurador Federal.

Em regra, para o cálculo do salário-de-benefício (SB) e da renda


mensal inicial (RMI) dos benefícios da área urbana regidos pela legislação
previdenciária, o período básico de cálculo (PBC) é constituído com base nos
salários-de-contribuição (SC) imediatamente anteriores ao mês do
requerimento ou do afastamento da atividade.

Em se tratando de processo em tramitação no Juizado Especial


Federal (JEF), é comum encontrarmos cálculos nos autos em razão de ser
proferida sentença líquida. Neste caso, é necessária sua conferência para
identificar possível erro material.

Ao elaborar a análise de cálculo, que identificou o valor de renda


mensal inicial (RMI), deve-se observar a legislação vigente na data de sua
concessão, salvo determinação judicial em contrário definida por Procurador
Federal.

A legislação aplicável ao tema abordado são as seguintes:

• Leis nº 3.807/60 e 8.213/91, com as alterações


introduzidas através das Leis nº 4.130/62, 4.355/64, 5.540-
A/68, 5.890/73, 6.210/75, 6.438/77, 6.887/80, 6.950/81,

13
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

8.870/94, 9.032/95, 9.528//97, 9.876/99, 10.403/02 e


10.666/03;
• Decretos-Leis nº 66/66, 710/69 e 795/69;
• Emendas Constitucionais nº 18/81 e 20/98;
• Medida Provisória nº 242/05;
• Regulamentos - Decretos nº 72.771/73, 83.080/79, 357/91,
611/92, 2.172/97 e 3.048/99 e,
• CLPS’s - Decretos nº 77.077/76 e 89.312/84.

A concessão dos benefícios de pecúlio, os decorrentes de


acidente do trabalho, da área rural, salário maternidade e os assistenciais,
terão sua abordagem em tópicos próprios, haja vista suas especificidades.

1.1 - Direito Adquirido

O artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, estabelece


que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada.

Esses institutos surgiram da necessidade de obstaculizar a


retroatividade de leis e normas que atingissem situação jurídica
consolidada.

O direito adquirido foi salvaguardado no artigo 57 da Lei


3.807/60, com a redação dada pela Lei 5.890/73, e pelo artigo 102 da Lei
8.213/91, em sua redação original, assegurando a concessão de
aposentadoria ou pensão na situação em que o segurado já havia
preenchidos todos os requisitos exigidos pela norma de regência, mesmo
após a perda da qualidade de segurado. Denominado de “cálculo na DAT”.
DAT”

Posteriormente, mediante a edição da MP nº 1.523-9/97,


reeditada até a conversão da Lei nº 9.528/97, houve alteração do artigo 102
da Lei 8.213/91, que “teve por escopo aclarar a questão e dirimir qualquer
dúvida, havendo um aperfeiçoamento técnico na norma, que passou assim a
dispor” (citação de parte do Voto da Ministra Laurita Vaz, do STJ, no REsp

14
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

965.562/CE, publicado no DJ 05.06.2009). A Citada norma é do seguinte


teor:

Art. 102 - A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos


direitos inerentes a essa qualidade.
§ 1º - A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à
aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os
requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes requisitos
foram atendidos.
§ 2º - Não será concedida pensão por morte aos dependentes do segurado
que falecer após a perda desta qualidade, nos termos do art. 15 desta Lei,
salvo se preenchidos os requisitos para obtenção da aposentadoria na forma
do parágrafo anterior.

Diante desse contexto, é garantida ao ex-segurado a


aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidas todas as
condições, segundo a legislação em vigor à época em que estes requisitos
foram atendidos.

É assegurada, também, a concessão de pensão por morte aos


dependentes do segurado que preencheu todos os requisitos para
aposentadoria, antes da perda desta qualidade.

O artigo 122 da Lei 8.213/91, com a redação dada pela MP


1.523-9, de 27/06/97, reeditada até a sua conversão na Lei 9.528/97,
também destaca o princípio do direito adquirido ao assegurar o direito à
aposentadoria, nas condições legalmente previstas na data do cumprimento
de todos os requisitos necessários à obtenção do benefício, ao segurado
que, tendo completado 35 anos de serviço, se homem, ou trinta anos, se
mulher, optou por permanecer em atividade. Denominado de “cálculo na
DDA”.
DDA”

A Emenda Constitucional nº 20/98, através de seu art. 3º,


assegurou o princípio do direito adquirido ao garantir “a concessão de
aposentadoria e pensão, a qualquer tempo, aos servidores públicos e aos
segurados do regime geral de previdência social, bem como aos seus
dependentes, que, até a data da publicação desta Emenda, tenham

15
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

cumprido os requisitos para a obtenção destes benefícios, com base nos


critérios da legislação então vigente”. Denominado de “cálculo na DPE”.
DPE”

A Lei nº 9.876/99 resguardou o princípio do direito adquirido na


forma do seu art. 6º, dispondo que: “é garantido ao segurado que até o dia
anterior à data de publicação desta lei tenha cumprido os requisitos para a
concessão de benefício o cálculo segundo as regras até então vigentes.”
Denominado de “cálculo na DPL”
DPL”,

Nesses casos, o INSS deve efetuar o cálculo do SB e da RMI com


base na legislação em vigor na data em que o segurado adquiriu o direito
(DAT, DDA, DPE ou DPL) = data de início do benefício (DIB). Em seguida, a
RMI é reajustada com os mesmos índices e datas de reajuste dos benefícios
do regime geral, até a data de entrada do requerimento (DER) = Data de
início do pagamento (DIP). O valor encontrado será a renda inicial
reajustada do benefício que está sendo concedido.

O Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto


3.048/99 e alterações, também, dá ênfase ao direito adquirido, delineando
parâmetros para a sua aplicação, como segue:

a) cálculo na DAT – A RMI é obtida na forma dos §§ 1º e 3º do


art. 180 e de conformidade com a regra imposta no § 9º do
art. 32, o qual determina que o cálculo do valor inicial do
benefício será calculado considerando como período
básico de calculo os meses de contribuição imediatamente
anteriores ao mês em que o segurado completou o tempo
de contribuição, 30 anos para a mulher e 35 anos para o
homem, sendo o requisito de tempo de contribuição
moldado à regra imposta no § 1º do art. 180, que remete o
direito às regras legais vigentes na data em que o
segurado implementou todos os requisitos. Devendo
ainda, ser observado o contido no § 2º do art. 35, cuja
redação determina que a RMI apurada seja reajustada
pelos índices de reajustamentos aplicados aos benefícios,
até a DER, não sendo devido qualquer pagamento
relativamente a período anterior a esta data;
b) cálculo na DDA – A RMI é obtida na forma dos §§ 3º e 4º do
art. 56 e de conformidade com o § 9º do art. 32,
16
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

determinando que o cálculo do valor inicial do benefício


será calculado considerando-se como período básico de
cálculo os meses de contribuição imediatamente
anteriores ao mês em que o segurado completou o tempo
de contribuição, 30 anos para a mulher e 35 anos para o
homem. Devendo ainda, ser observado o disposto no § 2º
do art. 35, cuja redação determina que a RMI apurada seja
reajustada pelos índices de reajustamentos aplicados aos
benefícios, até a DER, não sendo devido qualquer
pagamento relativamente a período anterior a esta data;
c) cálculo na DPE – A RMI é obtida na forma do art. 187 e seu
parágrafo único, sendo a RMI calculada com base nos
trinta e seis últimos salários-de-contribuição anteriores a
Emenda Constitucional nº 20, de 16 de dezembro de 1998,
e posteriormente reajustada pelos mesmos índices
aplicados aos benefícios, até a data da entrada do
requerimento, não sendo devido qualquer pagamento
relativamente a período anterior a esta data, observado,
quando couber, o disposto no § 9º do art. 32 e nos §§ 3º e
4º do art. 56 e,
d) cálculo na DPL – A RMI é obtida na forma do art. 188-B,
sendo o cálculo segundo as regras até então vigentes,
considerando-se como período básico de cálculo os trinta e
seis meses imediatamente anteriores a data anterior a
publicação da Lei nº 9.876/99, de 29 de novembro de
1999, observado o § 2º do art. 35, cuja redação determina
que a RMI apurada seja reajustada pelos índices de
reajustamentos aplicados aos benefícios, até a DER, não
sendo devido qualquer pagamento relativamente a
período anterior a esta data.

1.2 - Vigência da Lei nº 3.807/60 e alterações

1.2.1 - Lei nº 3.807/60

No período compreendido entre 05/09/60 e 28/07/69, o cálculo


do salário de benefício (SB) era obtido através da média aritmética simples
dos 12 (doze) últimos salários-de-contribuição (SC), sem qualquer correção
monetária (valores nominais). Para a fixação do período básico de cálculo
(PBC), considerava-se até o mês anterior ao do óbito do segurado, no caso
de pensão, ou ao início do benefício nos demais casos. Portanto, inexistia no
período em questão qualquer distinção entre as espécies de benefício para a
apuração do SB.
17
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Na ocorrência de transformação (auxílio-doença em


aposentadoria por invalidez) e de conversão (auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez em aposentadoria por velhice), o SB era
identificado através daquele calculado no benefício originário devidamente
reajustado com os mesmos índices e datas de reajuste dos benefícios do
regime geral, até a data da transformação ou da conversão.

A partir de 29/07/69, data da entrada em vigor do Decreto-


Decreto-Lei nº
710,
710 até 10/06/73, o cálculo do salário de benefício (SB) das espécies de
aposentadorias e abono de permanência em serviço, passou a ser calculado
em 1/36 (um trinta e seis avos) da soma dos salários-de-contribuição
imediatamente anteriores ao mês do afastamento da atividade, até o
máximo de trinta e seis, apurados em período não superior a quarenta e oito
meses. Nesses casos, os salários-de-contribuição anteriores aos doze
últimos meses eram previamente corrigidos de acordo com coeficientes de
reajustamento periodicamente estabelecidos pelo Serviço Atuarial do
Ministério do Trabalho e Previdência Social.

Manteve-se o cálculo do SB apurado através da média aritmética


simples dos 12 (doze) últimos salários-de-contribuição (SC), sem correção
monetária, somente para os benefícios de auxílio-doença, aposentadoria por
invalidez, pensão por morte e auxílio reclusão, bem como daqueles
decorrentes de transformação ou de conversão.

Nesses períodos, a legislação não previa tratamento


diferenciado para o cálculo do SB em razão de múltipla atividade, pois as
contribuições vertidas no mês eram consideradas como se únicas fossem.

O valor do SB não podia ser inferior ao salário mínimo do local


de trabalho (LT) de adulto ou de menor, conforme o caso, nem superior a 5
(cinco) vezes o maior salário mínimo vigente no País. Com o advento do

18
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Decreto-
Decreto-Lei nº 66/66 (22/11/66),
(22/11/66) o valor máximo permitido para o SB passou
a ser de 10 (dez) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.

O valor da renda mensal inicial (RMI) dos benefícios, nesses


períodos, era calculado sobre o SB, na forma seguinte:

a) auxílio-
auxílio-doença (espécie 31) - 70% (setenta por cento) do
SB, mais 1% (um por cento) desse salário por ano
completo de atividade, até o máximo de 20% (vinte por
cento);
b) aposentadoria por invalidez (espécie 32) - 70% (setenta por
cento) do SB, mais 1% (um por cento) desse salário por
ano completo de atividade, até o máximo de 30% (trinta
por cento). No cálculo dos acréscimos eram considerados
como de atividade os meses em que o segurado tivesse
percebido auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;
c) aposentadoria por velhice (espécie 41) - 70% (setenta por
cento) do SB, mais 1% (um por cento) desse salário por
ano completo de atividade, até o máximo de 30% (trinta
por cento);
d) aposentadoria especial (espécie 46) - 70% (setenta por
cento) do SB, mais 1% (um por cento) desse salário por
ano completo de atividade, até o máximo de 30% (trinta
por cento);
e) aposentadoria por tempo de serviço (espécie 42) - 80%
(oitenta por cento) do SB aos 30 (trinta) anos de serviço,
acrescido de 4% (quatro por cento) a cada ano completo
de atividade, até o máximo de 100% (cem por cento) aos
35 (trinta e cinco) anos de serviço, sem distinção de sexo.
A partir da entrada em vigor da Lei nº 5.440- 5.440-A/68
(28/05/68),
(28/05/68) foi estabelecido que a RMI do segurado do sexo
feminino seria de 100% (cem por cento) do SB aos 30
(trinta) anos de serviço;
f) abono de permanência em serviço (espécie
(espécie 47) - 25%
(vinte e cinco por cento) do SB aos 35 (trinta e cinco) anos
de serviço, sem distinção de sexo, ao segurado que
optasse em permanecer em atividade. Com o advento da
Lei nº 5.440-
5.440-A/68 (28/05/68) e, nas mesmas condições
expostas, o segurado do sexo feminino passou a ter direito
a este benefício aos 30 (trinta) anos de serviço;
g) pensão por morte (espécie 21) - 50% (cinqüenta por cento)
do valor da aposentadoria que o segurado percebia (última
renda), ou daquela a que teria direito (RMI) se na data do
seu falecimento fosse aposentado, e mais tantas parcelas
19
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

iguais, cada uma, a 10% (dez por cento) do valor da


mesma aposentadoria quantos fossem os dependentes do
segurado, até o máximo de 100%. Não era permitida a
concorrência entre dependentes preferenciais para fins de
concessão de mais de uma pensão e,
h) auxílio-
auxílio-reclusão (espécie 25) – A RMI era calculada da
mesma forma que a pensão por morte, conforme exposto
na letra “g”.

As prestações (rendas) dos benefícios de aposentadoria e de


auxílio-doença não poderiam ser inferiores a 70% (setenta por cento) do
salário-mínimo do local de trabalho do segurado, nem as da pensão por
morte a 35% (trinta e cinco por cento) do mesmo salário.

1.2.2 - Lei nº 5.890/73

Com a entrada em vigor da Lei n° 5.890, em 11/06/73, até a


véspera da entrada em vigor da Lei nº 6.210, em 30/06/75, calculava-se o
SB das aposentadorias por idade, tempo de serviço, especial e dos abonos
de permanência em serviço, em 1/48 (um quarenta e oito avos) da soma
dos SC imediatamente anteriores ao mês de afastamento da atividade,
sendo que o PBC era apurado até o máximo de 48 (quarenta e oito) meses,
em período não superior a 60 (sessenta).

Nestas espécies de benefícios os SC, anteriores aos 12 (doze)


últimos meses do PBC, eram previamente corrigidos de acordo com
coeficientes de atualização fornecidos periodicamente por Órgão atuarial do
Ministério.

O cálculo do SB do auxílio-doença, aposentadoria por invalidez,


pensão e do auxílio-reclusão, tinha como base 1/12 (um doze avos) da soma
dos SC imediatamente anteriores ao mês de afastamento da atividade, sem
correção monetária. A fixação do PBC era no máximo de 12 (doze) meses,
apurado em período não superior a 18 (dezoito) meses.

20
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Manteve-se o cálculo do SB para os benefícios decorrentes de


transformação e de conversão.

Quando no período básico de cálculo o segurado houvesse


percebido benefício por incapacidade, o período de duração deste seria
computado, considerando-se como salário de contribuição, no período, o SB
que tinha servido de base naquele cálculo.

Na apuração do SB, contando o segurado com vários empregos


ou atividades (múltipla
múltipla atividade),
atividade eram observadas as disposições acima
citadas, quanto à fixação do PBC, e de acordo com as seguintes regras:

1ª - quando preenchidos concomitantemente todos os


requisitos para a concessão do benefício pleiteado, em
relação a todos os empregos e atividades, o valor do SB
era obtido através da soma de todos os SC, como se
únicos fossem em cada mês do PBC;
2ª - em caso negativo ao item anterior, o SB correspondia à
soma das seguintes parcelas:
a) o SB resultante do cálculo elaborado com base nos SC dos
empregos ou atividades, nas quais sejam atendidas as
condições citadas no item 1º (atividade principal); e
b) um percentual da média dos SC dos demais empregos ou
atividades (atividade secundária), equivalente à relação
que existia entre os meses completos de contribuição e os
estipulados como período de carência ao benefício a ser
concedido (auxílio-
(auxílio-doença e aposentadoria por invalidez =
12 (doze) meses – aposentadoria por idade = 60 (sessenta)
meses).
meses)
3ª - quando se tratava de benefício por implemento de tempo
de serviço, o percentual previsto na alínea “b” seria o
resultante da relação existente entre os anos completos
de atividade ou emprego e o número
número de anos de tempo de
serviço considerados para a concessão deste benefício
(aposentadoria especial aos 15 (quinze), 20 (vinte) e 25
(vinte e cinco) anos de serviço – aposentadoria por tempo
de serviço aos 30 (trinta) anos de serviço).
serviço)

O valor do SB identificado nas situações expostas não poderia


ser inferior ao valor de um salário mínimo vigente no local de trabalho, e
nem superior a 20 (vinte) vezes o maior salário mínimo vigente no país.
21
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Na apuração do valor da RMI dos benefícios de prestação


continuada devia-se obedecer às formalidades seguintes (tetos
tetos de cálculo):
cálculo

1ª - se o SB apurado fosse igual ou inferior a 10 (dez) vezes o


maior salário mínimo vigente no País (menor valor teto), o
cálculo da RMI seria a resultante do valor do SB
multiplicado pelo coeficiente de cálculo estabelecido para
a espécie do benefício;
2ª - se fosse superior ao previsto no item anterior, o SB
deveria ser dividido em duas partes, sendo a primeira
igual ao mVT e, a segunda, igual ao valor excedente da
primeira, procedendo-se da forma seguinte:
a) a primeira parte era utilizada para o cálculo da parcela
básica da RMI, que compreende o SB igual ao mVT (10
vezes o maior salário mínimo), multiplicado pelo
coeficiente de cálculo;
b) na segunda parte se utilizava um coeficiente de tantos
1/30 (um trinta avos) quantos fossem os grupos de 12
(doze) contribuições, consecutivas ou não, acima de 10
(dez) vezes o maior salário mínimo, respeitando o limite
máximo de 80% (oitenta por cento) do valor da parcela e,
c) a RMI do benefício era a soma da parcela básica (letra “a”)
com a parcela adicional (letra “b”), cujo valor não poderia
ultrapassar a 90% (noventa por cento) de 20 (vinte) vezes
o maior salário mínimo vigente no País (Maior Valor Teto -
MVT).

O valor final da RMI desses benefícios, no período em questão,


era calculado sobre o SB de acordo com os critérios acima expostos e da
seguinte forma:

a) auxílio-
auxílio-doença (espécie 31) - 70% (setenta por cento) do
SB, mais 1% (um por cento) desse salário por ano
completo de atividade, até o máximo de 20% (vinte por
cento);
b) aposentadoria por invalidez (espécie 32) - 70% (setenta por
cento) do SB, mais 1% (um por cento) desse salário por
ano completo de atividade, até o máximo de 30% (trinta
por cento). No cálculo dos acréscimos eram considerados
como de atividade os meses em que o segurado tivesse
percebido auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;

22
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

c) aposentadoria por velhice (espécie 41) - 70% (setenta por


cento) do SB, mais 1% (um por cento) desse salário por
ano completo de atividade, até o máximo de 30% (trinta
por cento);
d) aposentadoria especial (espécie 46) - 70% (setenta por
cento) do SB, mais 1% (um por cento) desse salário por
ano completo de atividade, até o máximo de 30% (trinta
por cento);
e) aposentadoria por tempo de serviço (espécie 42) 42) - 80%
(oitenta por cento) do SB aos 30 (trinta) anos de serviço
acrescendo 4% a cada ano completo de atividade até o
máximo de 100% (cem por cento) aos 35 anos de serviço
para o segurado do sexo masculino e 100% (cem por
cento) do SB aos 30 (trinta) anos de serviço, para o
segurado do sexo feminino. O segurado que continuasse a
trabalhar após completar 35 (trinta e cinco) anos de
atividade teria sua aposentadoria por tempo de serviço
majorada em 5% (cinco por cento) do seu valor, por ano
completo de atividade, até o limite de 10 (dez) anos;
f) abono de permanência em serviço (espécies 47 e 48) - 25%
(vinte e cinco por cento) do SB aos 35 (trinta e cinco) anos
ou mais de atividade e 20% (vinte por cento) do SB entre
30 (trinta) e 35 (trinta e cinco) anos de atividade, para os
segurados de ambos os sexos que optassem em
permanecer em atividade;
g) pensão por morte (espécie 21) - 50% (cinqüenta por cento)
do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou
daquela a que teria direito, acrescida de 10% para cada
dependente até o máximo de 100% (cem por cento).
Existindo mais de um pensionista o valor do beneficio era
rateado em partes iguais ou o estabelecido de forma
diferente por decisão judicial (pensão alimentícia) e,
h) auxílio-
auxílio-reclusão (espécie 25) - RMI calculada na mesma
forma da pensão por morte, conforme exposto na letra “g”
acima.

O valor da RMI dos benefícios de prestação continuada não


poderia ser inferior aos seguintes percentuais em relação ao valor do salário
mínimo mensal de adulto, vigente na localidade de trabalho do segurado:

a) 90% (noventa por cento), para os casos de aposentadoria;


b) 75% (setenta e cinco por cento), para os casos de auxílio-
doença;
c) 60% (sessenta por cento), para os casos de pensão.
23
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

A RMI dos benefícios de prestação continuada não podia


ultrapassar a 90% (noventa por cento) de 20 (vinte) vezes o maior salário
mínimo vigente no país (MVT).
1.2.3 - Lei nº 6.210/75

No período compreendido entre 01/07/75, vigência da Lei nº


6.210, e 04/10/88, data anterior a da entrada em vigor da CF/88 - vide art.
144 da Lei nº 8.213/91 (buraco negro),
negro) o cálculo do SB das aposentadorias
por idade, tempo de serviço, especial e do abono de permanência em
serviço, bem como da aposentadoria de professor instituída pela E.C. nº 18,
de 30/06/81, correspondia a 1/36 (um trinta e seis avos) da soma de todos
os SC imediatamente anteriores ao mês do afastamento da atividade, cujo
PBC era apurado até o máximo de 36 (trinta e seis), em período não
superior a 48 (quarenta e oito) meses.

Nesse período, manteve-se a regra estabelecida com o advento


da Lei nº 5.890/73, ou seja, quanto ao cálculo do SB e na fixação do PBC dos
benefícios de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão e auxílio-
reclusão, bem como em relação à correção dos SC anteriores aos 12 (doze)
últimos meses do PBC dos demais benefícios e o cômputo no PBC do SB
percebido em benefício por incapacidade, devidamente atualizado pelos
índices de manutenção dos benefícios em geral.

Conservou-se ainda, o cálculo do SB ao benefício transformado


de aposentadoria por invalidez e o de conversão em aposentadoria por
velhice, quando precedidos somente de benefício de auxílio-doença.

Mantiveram-se, também inalteradas, as regras estabelecidas na


apuração do valor da RMI dos benefícios de prestação continuada.

Para o cálculo de Múltipla Atividade observava-se a regra já


exposta anteriormente, com os acréscimos para obtenção do valor relativo à

24
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

segunda parcela (atividade secundária), os quais não poderiam exceder a


100% (cem por cento), ou seja: auxílio-doença e aposentadoria por invalidez
em 12/12 (doze, doze avos); aposentadoria por idade em 60/60 (sessenta,
sessenta avos); aposentadoria especial em 15/15 (quinze, quinze avos),
20/20 (vinte, vinte avos) ou 25/25 (vinte e cinco, vinte e cinco avos),
conforme a atividade; e a aposentadoria por tempo de serviço em 30/30
(trinta, trinta avos).
Quanto à apuração final do valor da RMI dos benefícios,
preservou-se a regra até então fixada pela Lei nº 5.890/73 para auxílio-
doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte, auxílio-reclusão e o
abono de permanência em serviço.

Em relação aos demais benefícios eram observados os tetos de


cálculo (mVT e MVT) e as formalidades seguintes:

a) aposentadoria por velhice (espécie 41) - 70% (setenta por


cento) do SB, mais 1% (um por cento) desse salário por
ano completo de atividade, até o máximo de 25% (vinte e
cinco por cento);
b) aposentadoria especial (espécie 46) - 70% (setenta por
cento) do SB, mais 1% (um por cento) desse salário por
ano completo de atividade, até o máximo de 25% (vinte e
cinco por cento);
c) aposentadoria por tempo de serviço (espécie 42) - 80%
(oitenta por cento) do SB aos 30 (trinta) anos de serviço,
acrescido de 3% (três por cento) para cada ano completo
de atividade até o máximo 95% (noventa e cinco por
cento) do SB aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, para o
sexo masculino, e 95% (noventa e cinco por cento) do SB
aos 30 (trinta) anos de serviço, para o sexo feminino. O
segurado que continuou em atividade após completar 35
(trinta e cinco) anos de serviço fazia jus aos acréscimos a
que tinha adquirido até 30/06/75, com majoração da RMI
em 5% (cinco por cento) do seu valor, por ano completo de
nova atividade, até o limite de 10 (dez) anos, não podendo
ser superior a 18 (dezoito) vezes a maior unidade salarial
do País e,
d) aposentadoria de professor (espécie 57) - 95% (noventa e
cinco por cento) do SB, para o sexo masculino após 30
(trinta) anos e o sexo feminino após 25 (vinte e cinco)
anos de efetivo exercício em funções de magistério.

25
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Manteve-se a mesma regra estabelecida pela Lei nº 5.890/73,


quanto ao valor mínimo dos benefícios e seus respectivos percentuais,
conforme já exposto.

A RMI das aposentadorias por idade, especial e por tempo de


serviço, não podia ser superior a 95% (noventa e cinco por cento) do SB,
exceto no caso de aposentadoria por tempo de serviço, apurada com
incremento de tempo de serviço além dos 35 (trinta e cinco) anos de
atividade, na forma retro citada.

1.3 - Vigência da Lei nº 8.213/91 e alterações

1.3.1 - Lei nº 8.213/91

A Lei nº 8.213, publicada em 25/07/1991, inovou quando


unificou toda a legislação previdenciária até então em vigência e
estabeleceu parâmetros retroativos de sua eficácia (06/10/1988 - art. 144 e
05/04/1991 - art. 145).

As principais alterações na concessão dos benefícios foram:

a) extinção do menor valor teto (mVT);


b) unificação dos tetos de contribuição e pagamento;
c) correção de todos os SC integrantes do PBC;
d) alteração dos coeficientes de cálculo das aposentadorias
por tempo de serviço e especial;
e) fixação de um único indexador para atualização dos SC e
reajuste dos benefícios do RGPS;
f) concessão de aposentadoria por tempo de serviço
proporcional ao segurado do sexo feminino;

26
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

g) percentual da pensão passa para 80% (oitenta por cento)


mais 10% (dez por cento) por dependente até o máximo
de 100% (cem por cento), com reversão de cotas;
h) a idade para extinção da cota de dependente menor passa
a ser de 21 (vinte e um) anos independente do sexo e,
i) extinção do abono de permanência em serviço (espécie
48) aos trinta anos de serviço para o segurado do sexo
masculino.

A eficácia da Lei em comento, quanto ao método de cálculo do


SB, perdurou no período de 06/10/88 ou 05/04/91, dependendo da data de
concessão (DIB) até 28/11/99, dia anterior da entrada em vigor da Lei nº
9.876/99, resguardado o direito adquirido. Já em relação ao percentual de
cálculo da RMI para os benefícios de auxílio-doença, aposentadoria por
invalidez, aposentadoria especial, pensão e auxílio-reclusão, sua eficácia
persistiu até 28/04/95, véspera da entrada em vigor da Lei nº 9.032/95. Para
a aposentadoria por tempo de contribuição proporcional vigorou até
15/12/98, ante as mudanças introduzidas pelas EC nº 20, de 16/12/98,
preservado o direito adquirido. Já para o abono de permanência em serviço
(espécie 47) perdurou até 15/04/94, quando foi totalmente extinto pela Lei
nº 8.870/94.
O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido
por norma especial, era calculado com base no SB, exceto o salário-família e
o salário-maternidade.

O cálculo do SB consistia na média aritmética simples de todos


os últimos SC dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da
atividade ou da data da entrada do requerimento (PBC), até o máximo de 36
(trinta e seis), apurados em período não superior a 48 (quarenta e oito)
meses.

No caso de aposentadoria por tempo de serviço, especial ou por


idade, contando o segurado com menos de 24 (vinte e quatro) contribuições
no período máximo citado, o SB correspondia a 1/24 (um vinte e quatro
avos) da soma dos SC apurados.

27
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

A lei 8.213/91 não estabeleceu regras de exceção para o cálculo


do SB do benefício de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez,
quando este resultar inferior a média dos 36 (trinta e seis) salários-de-
contribuição, apurados em período não superior a 48 (quarenta e oito)
meses. A exceção somente foi instituída através dos Decretos
Regulamentadores (357/91, 611/92, 2.172/92 e 3.048/99), estabelecendo-se
que, contando o segurado com menos de 36 (trinta e seis) contribuições no
período máximo citado, o SB corresponderia à soma dos salários-de-
contribuição dividida pelo seu número apurado.

Manteve-se a regra estabelecida na Lei nº 5.890/73 quanto ao


cômputo no período básico de cálculo do SB percebido em benefício por
incapacidade, devidamente atualizado pelos índices de manutenção dos
benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário
mínimo.

Inalterado também, o cálculo do SB para os benefícios


decorrentes de transformação e de conversão, respeitada a alteração dada
pela Lei nº 6.210/75.

Todos os SC computados no cálculo do valor do benefício eram


corrigidos monetariamente, mês a mês, de acordo com a variação integral
do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao
período decorrido a partir da data de competência do SC até a do início do
benefício, de modo a preservar o seu valor real. A partir de janeiro de 1993
passou a ser utilizado o índice de Reajuste do Salário Mínimo (IRSM), na
forma da Lei nº 8.542/92. Através das MP’s nº 434/94 e nº 457/94, que
instituíram a URV a partir de março 1994, mantiveram os indexadores
econômicos congelados até o mês de junho de 1994. Com o advento da Lei
nº 8.880, de 27 de maio de 1994, o índice de Preços ao Consumidor, série r
(IPC-r), substituiu o indexador anterior a partir de julho de 1994.

28
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Conservaram-se os critérios estabelecidos nas Leis nº 5.890/73 e


6.210/75, para o cálculo do SB do segurado que contribuiu em razão de
atividades concomitantes (múltipla
múltipla atividade),
atividade acrescida no que diz respeito
aos acréscimos para a obtenção do valor relativo à segunda parcela
(atividade secundária), em razão do período de carência (180 contribuições)
exigido para a concessão da aposentadoria
aposentadoria por idade àqueles segurados
inscritos na previdência a partir de 24/07/1991. Para os segurados já
inscritos até a referida data, aplicavam-se os períodos de carência na
referida aposentadoria, em conformidade com o disposto na tabela a seguir:

Ano de Meses de Ano de Meses de


implementação contribuição implementação contribuição
das condições exigidos das condições exigidos
1991 60 meses 2002 120 meses
1992 60 meses 2003 126 meses
1993 66 meses 2004 132 meses
1994 72 meses 2005 138 meses
meses
1995 78 meses 2006 144 meses
1996 84 meses 2007 150 meses
1997 90 meses 2008 156 meses
1998 96 meses 2009 162 meses
1999 102 meses 2010 168 meses
2000 108 meses 2011 174 meses
2001 114 meses 2012 180 meses

A RMI do benefício de prestação continuada que substituir o SC


ou o rendimento do trabalho do segurado não poderia resultar em valor
inferior ao do salário-mínimo, nem superior ao do limite máximo do SC
(MVT), ressalvado o acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) previsto na
aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar de
acompanhamento permanente de outra pessoa.

O valor final da RMI dos benefícios era calculado sobre o SB de


acordo com os critérios acima expostos e na forma a seguir:

a) auxílio-
auxílio-doença (espécie 31) - 80% (oitenta por cento) do
SB, mais 1% (um por cento) deste, por grupo de 12 (doze)

29
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contribuições, não podendo ultrapassar 92% (noventa e


dois por cento) do SB;
b) aposentadoria por invalidez (espécie 32) - 80% (oitenta por
cento) do SB, mais 1% (um por cento) deste, por grupo de
12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100%
(cem por cento) do SB. O segurado que necessitar da
assistência permanente de outra pessoa terá sua renda
acrescida de 25% (vinte e cinco por cento);
c) aposentadoria por idade (espécie 41) - 70% (setenta por
cento) do SB, mais 1% (um por cento) deste, por grupo de
12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100%
(cem por cento) do SB;

d) aposentadoria especial (espécie 46) - 85% (oitenta e cinco


por cento) do SB, mais 1% (um por cento) deste, por grupo
de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100%
(cem por cento) do SB;
e) aposentadoria por tempo de serviço (espécie 42) - para a
mulher: 70% (setenta por cento) do SB aos 25 (vinte e
cinco) anos de serviço, mais 6% (seis por cento) deste,
para cada novo ano completo de atividade, até o máximo
de 100% (cem por cento) do SB aos 30 (trinta) anos de
serviço; para o homem: 70% (setenta por cento) do SB aos
30 (trinta) anos de serviço, mais 6% (seis por cento) deste,
para cada novo ano completo de atividade, até o máximo
de 100% (cem por cento) do SB aos 35 (trinta e cinco)
anos de serviço.
f) aposentadoria de professor (espécie 57)
57) - 100% (cem por
cento) do SB, para o sexo masculino após 30 (trinta) anos
e o sexo feminino após 25 (vinte e cinco) anos de efetivo
exercício em funções de magistério.
g) abono de permanência em serviço (espécie 47) - 25%
(vinte e cinco por cento) do SB para o sexo masculino com
35 (trinta e cinco) anos ou mais de serviço e para o sexo
feminino com 30 (trinta) anos ou mais de serviço
(Revogado
Revogado pela Lei nº 8.870, de 15/04/1994);
15/04/1994
h) pensão por morte (espécie 21) - 80% (oitenta por cento) do
valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela
a que teria direito acrescido de 10% (dez por cento) para
cada dependente até o máximo de 100% (cem por cento).
Existindo mais de um pensionista o valor do beneficio será
rateado em partes iguais ou o estabelecido de forma
diferenciada por decisão judicial (pensão alimentícia) e,
i) auxílio-
auxílio-reclusão (espécie 25) - RMI calculada na mesma
forma da pensão por morte, conforme exposto na letra “h”
acima.

30
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

1.3.2 - Lei nº 9.032/95

As principais modificações na concessão dos benefícios a partir


de 29/04/95, quando da entrada em vigor desta lei, foram:

a) unificou a forma do cálculo da concessão de benefícios


previdenciários e acidentários;
b) alterou o coeficiente de cálculo da RMI da pensão por
morte para 100% (cem por cento) do cálculo determinado
para o SB, sem levar em consideração o número de
dependentes;

c) alterou o coeficiente de cálculo da aposentadoria por


invalidez para 100% (cem por cento), desconsiderando o
tempo de serviço, e
d) alterou o coeficiente de cálculo do auxílio-doença para
91% (noventa e um por cento) do SB.

O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido


por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, era calculado
com base no SB, exceto o salário-família e o salário-maternidade.

Foram mantidas as formas de cálculo do SB, bem como o valor


mínimo e máximo (teto) permitido para apuração da RMI.

A partir de 11/12/97, vigência da Lei 9.528/97, o valor mensal


percebido através do benefício de auxílio-acidente passa a integrar o SC,
para fins de cálculo do SB de qualquer aposentadoria,

Restou preservada a regra estabelecida na Lei nº 5.890/73


quanto ao cômputo no período básico de cálculo do SB percebido em
benefício por incapacidade, devidamente atualizado pelos índices de
manutenção dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1
(um) salário mínimo.

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M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Todos os SC computados no cálculo do valor do benefício eram


corrigidos monetariamente, mês a mês, de acordo com a variação integral
do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao
período decorrido a partir da data de competência do SC até a do início do
benefício, de modo a preservar o seu valor real. A partir de janeiro de 1993
passou a ser utilizado o índice de Reajuste do Salário Mínimo (IRSM), na
forma da Lei nº 8.542/92. Através das MP’s nº 434/94 e nº 457/94, que
instituíram a URV em março 1994, foram mantidos os indexadores
econômicos congelados até o mês de junho de 1994. Com o advento da Lei
nº 8.880, de 27 de maio de 1994, o índice de Preços ao Consumidor, série r
(IPC-r), a partir de julho de 1994 substituiu o indexador anterior. A partir de
julho de 1995 passou a ser utilizado o Índice Nacional de Preço ao
Consumidor – INPC, por força da MP nº 1.053 de 30/06/1995 e suas
reedições. A contar de maio de 1996 passou a ser utilizado o Índice Geral de
Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), através da MP nº 1.398 de 11 de
abril de 1996, e suas reedições, até a entrada em vigor da Lei nº 9.711, de
20/11/98.

Os critérios estabelecidos nas Leis nº 5.890/73, 6.210/75 e


8.213/91, foram mantidos quanto ao cálculo do SB do segurado que
contribuiu em razão de atividades concomitantes (múltipla
múltipla atividade),
atividade com
os acréscimos para a obtenção do valor relativo à segunda parcela
(atividade secundária), em razão do período de carência (180 contribuições)
exigido na concessão da aposentadoria por idade,
idade de nova tabela de
carência para os segurados inscritos até 24/07/1991, conforme segue:

Ano de Meses de Ano de Meses de


implementação contribuição contribuição
implementação co ntribuição
das condições exigidos das condições exigidos

1991 60 meses 2002 126 meses


1992 60 meses 2003 132 meses
1993 66 meses 2004 138 meses
1994 72 meses 2005 144 meses
1995 78 meses 2006 150 meses
1996 90 meses 2007 156 meses

32
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

1997 96 meses 2008 162 meses


1998 102 meses 2009
2009 168 meses
1999 108 meses 2010 174 meses
2000 114 meses 2011 180 meses
2001 120 meses 2012 -

O valor final da RMI dos benefícios, a partir de 29/04/95, era


calculado sobre o SB de acordo com os critérios acima expostos e da
seguinte forma:

a) auxílio
auxílio-
io-doença (espécie 31) - 91% (noventa e um por
cento) do SB;
b) aposentadoria por invalidez (espécie 32) - 100% (cem por
cento) do SB. O segurado que necessitar da assistência
permanente de outra pessoa terá sua renda acrescida de
25% (vinte e cinco por cento);
c) aposentadoria especial (espécie 46) - 100% (cem por
cento) do SB;
d) pensão por morte (espécie 21) – 100% (cem por cento) do
SB da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a
que teria direito. Existindo mais de um pensionista, o
valor do beneficio será rateado em partes iguais ou o
estabelecido de forma diferenciada por decisão judicial
(pensão alimentícia). Com o advento da Lei nº 9.528/97, a
pensão por morte passou a ser concedida em 100% (cem
por cento) do valor da aposentadoria que o segurado
recebia ou daquela a que teria direito se estivesse
aposentado por invalidez na data de seu falecimento e,
e) auxílio-
auxílio-reclusão (espécie 25) - RMI calculada na mesma
forma da pensão por morte, conforme exposto na letra
“d”.

Para as demais espécies de benefícios foram mantidas as regras


anteriormente aplicadas.

1.3.3 - Emenda Constitucional nº 20/98

As principais modificações na concessão dos benefícios a partir


de 16/12/98 foram:

a) beneficio de auxílio-reclusão passa a ser devido somente


aos dependentes dos segurados de baixa renda;

33
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

b) alterada a nomenclatura da aposentadoria por tempo de


serviço para aposentadoria por tempo de contribuição,
concedida de forma integral aos 35 (trinta e cinco) anos de
contribuição, se homem, e 30 (trinta) anos de
contribuição, se mulher, reduzidos em 5 (cinco) anos de
contribuição àqueles que exerçam as funções de
magistério;
c) a idade mínima passa a ser requisito no cálculo de
aposentadoria proporcional ao tempo de contribuição,
sendo fixada em 53 anos para o sexo masculino, e 48 anos
para o sexo feminino;
d) instituído pedágio para a concessão da aposentadoria por
tempo de contribuição proporcional e de novos
coeficientes de cálculo da RMI;
e) alteração do teto de SC, de R$ 1.081,50 para R$ 1.200,00,
para os benefícios concedidos a partir de 16/12/1998 e,
f) resguardado o direito adquirido a concessão de
aposentadoria e pensão aos segurados e seus
dependentes que, até a data da publicação dessa Emenda,
tenham cumprido os requisitos para a obtenção destes
benefícios, com base nos critérios da legislação então
vigentes.

Mantidas as regras recepcionadas e introduzidas pelas Leis


8.213/91 e 9.032/95, quanto as formas do cálculo do SB e da apuração da
RMI, exceto em relação a RMI da aposentadoria proporcional ao tempo de
contribuição, a qual passou a ser concedida com a exigência de pedágio,
que corresponde a um período adicional de contribuição equivalente a 40%
(quarenta por cento) do tempo que, na data da publicação da referida
Emenda (16/12/98), faltaria para atingir o tempo mínimo exigido a sua
concessão, além da exigência mínima de tempo de contribuição de 25 (vinte
e cinco), para mulher, e de 30 (trinta) anos, para o homem, e de idade
mínima, na forma já exposta. A RMI passou a ser equivalente a 70%
(setenta por cento), acrescida de 5% (cinco por cento) por ano de
contribuição excedente ao cumprimento do pedágio.

1.3.4 - Lei nº 9.876/99

As principais modificações na concessão dos benefícios foram:

34
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

a) alteração na composição do PBC para o cálculo do SB


levando em conta o período contributivo a partir de
07/1994 (regras
regras permanente e transitória);
transitória
b) criação do fator previdenciário, que considera a
expectativa média de vida apurada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística – IBGE.
c) direito de opção pela não aplicabilidade do fator
previdenciário no cálculo dos benefícios de aposentadoria
por idade;
d) direito adquirido a concessão de benefício ao segurado
que, até o dia anterior à data de publicação dessa lei
(28/11/99), tenha cumprido os requisitos para a sua
obtenção, sendo o cálculo elaborado segundo as regras
até então vigentes e,
a) exceção a sistemática para o cálculo do SB aos segurados
inscritos até 28/11/99 (regra
regra transitória).
transitória

O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a


expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se
aposentar, de acordo com a seguinte fórmula:

f = fator previdenciário;
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;
Id = idade no momento da aposentadoria;
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31

Para efeito da aplicação do fator previdenciário, ao tempo de


contribuição do segurado, serão adicionados:

a) cinco anos, quando se tratar de mulher;


b) cinco anos, quando se tratar de professor que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil, fundamental e médio e,

35
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

c) dez anos, quando se tratar de professora que comprove


exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil, fundamental e médio.

Todos os SC computados no cálculo do valor do benefício eram


corrigidos monetariamente, mês a mês, de acordo com a variação integral
do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao
período decorrido a partir da data de competência do SC até a do início do
benefício, de modo a preservar o seu valor real. A partir de janeiro de 1993
passou a ser utilizado o índice de Reajuste do Salário Mínimo (IRSM), na
forma da Lei nº 8.542/92. Nas MP’s nº 434/94 e nº 457/94, que instituíram a
URV em março 1994, foram mantidos os indexadores econômicos
congelados até o mês de junho de 1994. Com o advento da Lei nº 8.880, de
27 de maio de 1994, o índice de Preços ao Consumidor, série r (IPC-r), a
partir de julho de 1994 substituiu o indexador anterior. A partir de julho de
1995 passou a ser utilizado o Índice Nacional de Preço ao Consumidor –
INPC, por força da MP nº 1.053 de 30/06/1995, e suas reedições. A contar de
maio de 1996, por força da MP nº 1.398 de 11 de abril de 1996 e suas
reedições, até a Lei nº 9.711 de 20/11/98, passou a ser utilizado o Índice
Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI). A partir de fevereiro de
2004, com o advento da MP nº 167, de 19/02/2004, convertida na Lei nº
10.887/04, foi restabelecida a utilização do INPC.

Foi mantida a regra até então estabelecida quanto ao cômputo


no período básico de cálculo do SB percebido em benefício por
incapacidade, devidamente atualizado pelos índices de manutenção dos
benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário
mínimo, bem como em relação ao cálculo do SB para os benefícios
decorrentes de transformação e de conversão.

Restou preservada a regra instituída pela Lei 9.528/97, no que


se refere ao cômputo do valor mensal percebido através do benefício de

36
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

auxílio-acidente que passa a integrar o SC, para fins de cálculo do SB de


qualquer aposentadoria.

Foram mantidos os critérios estabelecidos nas Leis nº 5.890/73,


6.210/75, 8.213/91 e 9.032/95, para o cálculo do SB do segurado que
contribuiu em razão de atividades concomitantes, com as alterações
introduzidas pela Lei nº 9.876/99 (regra permanente e regra transitória), no
que diz respeito à utilização do fator previdenciário para o cálculo do SB.

A RMI do benefício de prestação continuada que substituir o SC


ou o rendimento do trabalho do segurado não terá valor inferior ao do
salário-mínimo, nem superior ao do limite máximo do SC, ressalvado o
acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) previsto na aposentadoria por
invalidez do segurado que necessitar de acompanhamento permanente de
outra pessoa.

Conservou-se as regras introduzidas respectivamente pelas Leis


nº 8.213/91, 9.032/95 e pela EC nº 20/98 quanto ao cálculo para apuração
da RMI dos benefícios até aqui analisados.

1.3.4.1 - Regra Transitória

Para os segurados inscritos até 28/11/99 o salário-de-benefício


(SB) passou a ser constituído da seguinte forma:

a) no cálculo do SB será considerada a média aritmética


simples dos maiores salários-de-contribuição,
correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o
período contributivo decorrido desde a competência julho
de 1994, dividido pelo fator previdenciário somente para
os benefícios de aposentadorias por tempo de
contribuição, de professor e por idade, sendo que nesta
última o fator é opcional;
b) nas aposentadorias por tempo de contribuição, de
professor, especial e por idade, o divisor considerado no
cálculo da média a que se refere à letra “a” não poderá
ser inferior a 60% (sessenta por cento) do período

37
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

decorrido da competência julho de 1994 até a data de


início do benefício, limitado a cem por cento de todo o
período contributivo e,
c) para a obtenção do salário-de-benefício o fator
previdenciário será aplicado de forma progressiva,
incidindo sobre 1/60 (um sessenta avos) da média
aritmética de que trata a letra “a”, por mês que se seguir
a publicação da lei em comento (11/99), cumulativa e
sucessivamente, até completar 60/60 (sessenta, sessenta
avos) da referida média, de acordo com as regras e
fórmulas a seguir transcritas:

1ª parcela = o fator previdenciário será multiplicado pela


fração que varia de um sessenta avos a sessenta, sessenta
avos, equivalente ao número de competências transcorridas
a partir do mês de novembro de 1999 e pela média
aritmética de que trata a letra “a”.
2ª parcela = a média aritmética de que trata a letra “a” será
multiplicada por uma fração que varia de forma regressiva,
cujo numerador equivale ao resultado da subtração de
sessenta, menos o número de competências transcorridas a
partir do mês de novembro de 1999.
1ª Parcela 2ª Parcela

SB = f. X . M + M. (60 - X)
60 60

f = fator previdenciário
X = número equivalente às competências transcorridas a partir
do mês de novembro de 1999
M = média aritmética simples dos salários-de-contribuição
corrigidos mês a mês

Nos benefícios com início nos meses de novembro e dezembro


de 1999, a fração referida na letra “c” será considerada igual a um sessenta
avos.

Para benefícios com data de início a partir de 1º de dezembro de


2004, o salário-de-benefício consiste na seguinte fórmula:

SB = f. M

f = fator previdenciário

38
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

M = média aritmética simples dos salário-de-contribuição


corrigidos mês a mês

A norma em estudo não estabeleceu preceito de exceção no


cálculo do SB da regra transitória (letra “a”) para a concessão dos benefícios
de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez, quando o SB resultar
inferior a média aritmética dos 80% de todo o período contributivo. A
exceção somente foi instituída através do Decreto Regulamentador nº
3.048/99 (alteração), no qual se estabeleceu que, contando o segurado com
salários-de-contribuição em número inferior a sessenta por cento do número
de meses decorridos desde a competência julho de 1994 até a data do início
do benefício, o SB corresponderá à soma dos salários-de-contribuição,
dividido pelo número de contribuições mensais apurado.

O Decreto nº 6.939, de 18 de agosto de 2009, modificou o § 4º


do art. 188-A do Decreto nº 3.048/99, extinguindo a exceção.

1.3.4.2 - Regra Permanente

O salário de benefício (SB) a partir de 29/11/99 passou a ser


constituído da seguinte forma:

a) para a aposentadoria por idade e tempo de contribuição,


na média aritmética simples dos maiores SC,
correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o
período contributivo, multiplicado pelo fator
previdenciário, observado o direito de opção da não
aplicabilidade do fator nas aposentadorias por idade e,
b) para a aposentadoria por invalidez, especial e auxílio-
doença, na média aritmética simples dos maiores SC,
correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o
período contributivo.

Esta lei também não estabeleceu preceito de exceção no cálculo


do SB da regra permanente (letras “a” e “b”), para a concessão de
qualquer tipo benefício, quando o SB resultar inferior à média aritmética
simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por

39
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

cento de todo o período contributivo. A exceção somente foi instituída


através do Decreto Regulamentador nº 3.048/99 (alteração), apenas para os
benefícios de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez. Assim sendo,
estabeleceu-se que, contando o segurado com menos de cento e quarenta e
quatro contribuições mensais no período contributivo, o SB corresponderá à
soma dos salários-de-contribuição dividido pelo número de contribuições
apurado.

O Decreto nº 6.939, de 18 de agosto de 2009, revogou o § 20 do


art. 32 do Decreto nº 3.048/99, extinguindo a exceção.

1.4 - Lei 10.666/03

No que diz respeito à aposentadoria por idade, tempo de


contribuição e especial, com o advento da Lei nº 10.666/03 – vigência a
partir de 09/05/03, esses benefícios passaram a ser concedidos, também,
mesmo após a perda da qualidade de segurado.

Na hipótese de aposentadoria por idade, sua concessão dar-se-á


desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição
correspondente ao exigido para efeito de carência (vide Tabela deste
Capítulo, subitem 1.3.2).

No cálculo do SB e da RMI desses benefícios, quando existirem


salários-de-contribuição no período exigido pela norma, será aplicada a
sistemática da Lei 9.876/99. Caso contrário, deverá ser concedido em valor
mínimo.

1.5 - Medida Provisória nº 242/05

No período de vigência da MP nº 242 de 24/03/05, decorrido


entre 28/03/05 e 03/07/05, estabeleceu-se que o cálculo do SB dos
benefícios de auxílio-doença, auxílio-acidente e aqueles decorrentes de

40
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

acidente de qualquer natureza, voltaria a ser constituído através da média


aritmética simples dos trinta e seis últimos salários-de-contribuição ou, não
alcançado este limite, na média aritmética simples dos salários-de-
contribuição existentes.

2 - REVISÃO

2.1 - Antes da Lei nº 8.213/91

2.1.1 - ORTN/OTN (Lei nº 6.423/77 - Súmulas:


Súmulas: 2 - TRF4; 7 - TRF3)

Para melhor entendimento desta questão, segue uma breve


evolução da legislação aplicável à espécie.

A Lei nº 5.890/73, alterando alguns dispositivos da Lei nº


3.807/60, estabeleceu os critérios para o cálculo da renda mensal inicial -
RMI para os benefícios de aposentadoria, conforme abaixo transcrito:

Art. 3º - O valor mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive os


regidos por normas especiais, será calculado tomando-se por base o salário
de benefício, assim entendido:
II - Para as demais espécies de aposentadoria, 1/48 (um quarenta e oito avos)
da soma dos salários de contribuição imediatamente anteriores ao mês do
afastamento da atividade, até o máximo de 48 (quarenta e oito), apurados
em período não superior a 60 (sessenta) meses;
III - Para o abono de permanência em serviço 1/48 (um quarenta e oito avos)
da soma dos salários de contribuição imediatamente anteriores ao mês da
entrada do requerimento, até o máximo de 48 (quarenta e oito), apurados em
período não superior a 60 (sessenta) meses;
§1º- Nos casos dos itens II e III deste artigo os salários de contribuição
anteriores aos 12 (doze) últimos meses serão previamente corrigidos de
acordo com coeficientes de reajustamento, a serem periodicamente
estabelecidos pela Coordenação dos Serviços Atuariais do Ministério do
Trabalho e Previdência Social.

Essa forma de cálculo da RMI vigorou até a edição da Lei nº


6.210, de 04.06.75, que adotou novo critério, nos seguintes termos:

Art. 4º - O artigo 3º da Lei nº 5.890/73, passa a vigorar com as seguintes


alterações:

41
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

II- Para as demais espécies de aposentadoria, 1/36 (um trinta e seis avos) da
soma dos salários de contribuição imediatamente anteriores ao mês do
afastamento da atividade, até máximo de 36 (trinta e seis), apurados em
período não superior a 48 (quarenta e oito) meses.
III- para o abono de permanência em serviço, 1/36 (um trinta e seis avos) das
soma do salário de contribuição imediatamente anteriores ao mês de entrada
do requerimento até o máximo de 36 (trinta e seis) meses, apurados em
período não superior a 48 (quarenta e oito) meses.

O Decreto nº 77.077/76, que aprovou a Consolidação das Leis da


Previdência Social (CLPS), manteve esta última alteração.

Em 17.06.77 foi editada a Lei nº 6.423, que em seu artigo 1º


estabeleceu as bases para a correção monetária pela variação da Obrigação
Reajustável do Tesouro Nacional (ORTN), como indexador oficial, conforme
transcrito: “a correção, em virtude de disposição legal ou estipulação de
negócio jurídico, da expressão monetária de obrigação pecuniária somente
poderá ter por base a variação nominal da ORTN”.

Os benefícios previdenciários concedidos após a entrada em


vigor da referida lei (21.06.77) continuaram a ser calculados como
determinavam as Leis nº. 5.890/73 e 6.210/75, com a aplicação dos índices
de correção monetária fixados pela Secretaria de Atuária do Ministério da
Previdência e Assistência Social, para a correção dos salários-de-
contribuição que integraram o PBC. Ressalte-se que o Regulamento dos
Benefícios da Previdência Social (RBPS), aprovado pelo Decreto nº 83.080,
de 24 de janeiro de 1979, não trouxe qualquer alteração na forma de
cálculo, ou seja, em total contrariedade ao disposto na Lei nº 6.423/77.

O Poder Judiciário, notadamente os TRF’s da 3ª Região (súmula


07) e da 4ª Região (súmula 02), entendeu que a correção dos salários-de-
contribuição para o cálculo da RMI deveria ser efetuado pela variação
nominal da ORTN, sucedida pela OTN em 02/86, para as concessões
ocorridas no lapso temporal entre a vigência da lei e a promulgação da
Constituição Federal. Os demais critérios da concessão foram mantidos na
integra.

42
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

2.1.1.1 - Revisão dos SC via administrativa (com processo concessório)

A correção dos salários-de-contribuição abrangidos no Período


Básico de Cálculo (PBC), com base na variação da ORTN / OTN, é aplicável
aos benefícios concedidos no período de 21/06/1977 a 05/10/1988.

Repita-se que a legislação que embasa a presente revisão


assegurou apenas a substituição dos índices de correção dos salários-de-
contribuição, praticados pela Instituição, pela variação da ORTN. Assim, os
demais critérios adotados para apuração da RMI revisada, permaneceram
inalterados.

Os valores devidos serão resultantes do encontro de contas


entre a evolução da RMI revisada e os valores pagos com base na RMI
concedida administrativamente, e eventuais revisões.

2.1.1.2 - Revisão dos SC via arbitramento (sem


(sem processo concessório)

Nos casos em que não exista cópia do processo concessório e


não sendo possível sua reconstituição, o cálculo da nova RMI deve ser
obtido através de arbitramento, utilizando-se os índices fixados na
Orientação Interna Conjunta nº 01 DIRBEN/PFE, DE 13 DE SETEMBRO DE
2005 – ANEXO (I).

Devem, entretanto, ser observadas as seguintes situações:

a) quando a RMI revisada resultar em valor superior ao


menor-valor-teto, e não havendo qualquer informação
acerca da quantidade de grupos de contribuições acima do
mVT (x/30), deverá esta ser limitada ao referido patamar
(mVT);
b) se a RMI revisada e a RMI concedida (originária)
resultarem em valor superior ao mVT, aplica-se o índice da
citada tabela, somente sobre a parcela que exceder ao
mVT e,

43
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

c) indevida a revisão nos casos em que o salário-de-benefício


(SB) for limitado (igual) ao MVT, haja vista ser o valor da
parcela adicional equivalente ao mVT, sem qualquer
alteração em face o disposto no Inciso II do artigo 40, do
Regulamento dos Benefícios da Previdência Social (RBPS),
aprovado pelo Decreto nº 83.080/79.

2.1.2 - Revisão dos SC até o teto de 20 salários (Direito


(Direito Adquirido em
07/1989)

A legislação anterior a Lei nº 7.787/89, Regulamento de Custeio


da Previdência Social (Decreto nº 83.081/79), definia como limite máximo
do salário-de-contribuição 20 salários mínimos de referência.

Esse limite à época, definido pelo salário mínimo de referência,


que em junho de 1989 representava o valor de NCz$ 46,80, equivalia ao
Limite Máximo de NCz$ 936,00, conforme abaixo demonstrado.

Tabela de Referência – Utilização a Partir de Junho/89

Piso Nacional de Salários .....................................NCz$ 81,40

Salário Mínimo de Referência................................NCz$ 46,80

Teto de Contribuição..............................................NCz$ 936,00

A Lei nº 7.787/89, vigente a partir de julho de 1989, definiu o


piso de contribuição em NCz$ 120,00 (Salário Mínimo) e o Limite Máximo do
salário-de-contribuição em 10 salários mínimos, equivalendo a NCz$
1.200,00.

Em razão dessa modificação, o PBC das aposentadorias


concedidas posteriormente à vigência da lei alteradora foi composto de
salários-de-contribuição limitados a 20 salários de referência (até junho de
1989) e a 10 salários mínimos (a partir de julho de 1989). Em face dessa
alteração (limite do salário-de-contribuição), foram ajuizadas ações

44
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

revisionais objetivando a revisão do beneficio com fundamento no direito


adquirido.

Os julgados decorrentes desse tipo de ação tem sido objeto de


muita divergência, principalmente quando determina a aplicação cumulada
do artigo 144 ou 145 da Lei 8.213/91 com a legislação anterior (Lei
7.787/89), implicando na apuração de uma nova RMI com base na legislação
pretérita e atual (aplicação de legislação hibrida). Decisões proferidas dessa
forma dificultam o cumprimento do julgado por parte dos Setores de
Cálculos.

2.1.3 - Menor Valor Teto (mVT) - 10 salários mínimos

O menor valor teto (mTV) foi introduzido na fórmula de cálculo


da renda mensal inicial do benefício, pelo art. 5° da Lei n° 5.890, de
08/06/1973.

Art. 5º Os benefícios a serem pagos sob a forma de renda mensal terão seus
valores fixados da seguinte forma:
I - quando o salário de benefício for igual ou inferior a 10 (dez) vezes o maior
salário mínimo vigente no País, aplicar-se-lhe-ão os coeficientes previstos
nesta e na Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960.
II - quando o salário de benefício for superior ao do item anterior, será ele
dividido em duas parcelas: a primeira igual a 10 (dez) vezes o maior salário
mínimo vigente no País; a segunda, será o valor excedente ao da primeira.
a) sobre a primeira parcela aplicar-se-ão os coeficientes previstos no item
anterior;
b) sobre a segunda, aplicar-se-á um coeficiente igual a tantos 1/30 (um trinta
avos) quantos forem os grupos de 12 (doze) contribuições acima de 10 (dez)
salários mínimos, respeitado, em cada caso, o limite máximo de 80% (oitenta
por cento) do valor da parcela.
III - o valor da renda mensal no caso do item anterior será a soma das
parcelas calculadas na forma das alíneas "a" e "b", não podendo ultrapassar o
valor correspondente a 90% (noventa por cento) de 20 (vinte) vezes o maior
salário mínimo vigente no País.

2.1.4 - Menor Valor Teto – Desvinculação do salário mínimo

A Lei n° 6.205/75, em seu art. 1°, § 3°, desvinculou a utilização


do salário mínimo como fator de atualização monetária.

45
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Art. 1º Os valores monetários fixados com base no salário mínimo não serão
considerados para quaisquer fins de direito.
§ 1º Fica excluída da restrição de que trata o "caput" deste artigo a fixação de
quaisquer valores salariais, bem como os seguintes valores ligados à
legislação da previdência social, que continuam vinculados ao salário mínimo:
I - Os benefícios mínimos estabelecidos no artigo 3º da Lei número 5.890 de 8
de junho de 1973;
II - a cota do salário-família a que se refere o artigo 2º da Lei número 4.266
de 3 de outubro e 1963;
III - os benefícios do PRORURAL (Leis Complementares números 11, de 26 de
maio de 1971, e 16, de 30 de outubro de 1973), pagos pelo FUNRURAL;
IV - o salário base e os benefícios da Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de
1972;
V - o benefício instituído pela Lei nº 6.179, de 11 de dezembro de 1974;
VI - (VETADO).
§ 2º (VETADO).
§ 3º Para os efeitos do disposto no artigo 5º da Lei nº 5.890, de 1973, os
montantes atualmente correspondentes aos limites de 10 e 20 vezes o maior
salário mínimo vigente serão reajustados de acordo com o disposto nos
artigos 1º e 2º da Lei nº 6.147, de 29 de novembro de 1974.

Constata-se, assim, que em função do § 3° do art. 1° da Lei n°


6.205/75, houve a desvinculação dos valores monetários ao salário mínimo,
passando o mVT, previsto no art. 5° da Lei n° 5.890/73, a ser atualizado
pelos índices da política salarial, nos termos dos artigos 1° e 2° da Lei n°
6.147/74, competindo ao Poder Executivo baixar ato contendo o fator de
reajustamento salarial.

Dessa forma, o menor teto no valor de 10 salários mínimos


vigorou por curto período, pois com o advento da Lei n° 6.205/75 passou a
ser corrigido pela política salarial, estabelecida pela Lei n° 6.147/74.

Art. 1º Nos reajustamentos salariais efetuados, a partir de 1º de janeiro de


1975, pelo Conselho Nacional de Política Salarial, pela Secretaria de Emprego
e Salário, do Ministério do Trabalho, bem como pela Justiça do Trabalho nos
processos de dissídio coletivo, o novo salário será determinado multiplicando-
se o anteriormente vigente pelo fator de reajustamento salarial, calculado na
forma do disposto no artigo 2º desta Lei.

Art. 2º O fator de reajustamento salarial a que se refere o artigo anterior será


obtido multiplicando-se os seguintes fatores parciais:
a) a média aritmética dos coeficientes de atualização monetária dos salários
dos últimos doze meses;
b) o coeficiente correspondente à metade do resíduo inflacionário previsto
para um período de doze meses, fixado pelo Conselho Monetário Nacional;
c) o coeficiente correspondente à participação no aumento da produtividade
da economia nacional do ano anterior, fixado pela Secretaria de Planejamento
da Presidência da República.
d) o quociente obtido entre o coeficiente relativo à metade da taxa de
inflação efetivamente verificada no período de vigência do antigo salário e o

46
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

correspondente à metade do resíduo inflacionário usado na determinação


deste salário.

Art. 3º O Poder Executivo baixará, mensalmente, por ato próprio, o fator de


reajustamento salarial, com base nos princípios estabelecidos no artigo 2º
desta Lei.

2.1.5 - Menor Valor Teto – INPC

A Lei 6.708/79 entrou em vigor a partir de 01 de novembro de


1979, cujo art. 14 tem o seguinte teor:

Art 14 O § 3º, do art. 1º, da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975, passa a


vigorar com seguinte redação:
§ 3º Para os efeitos do disposto no artigo 5º da Lei nº 5.890, de 8 de junho de
1973, os montantes atualmente correspondentes a 10 (dez) e 20 (vinte)
vezes o maior salário mínimo vigente serão corrigidos de acordo com o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor.

O dispositivo transcrito passou a constar expressamente no


Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, aprovado pelo Decreto
n° 83.080, de 24 de janeiro de 1979, senão vejamos:

Art. 430. A contar de 30 de abril de 1975, o valor monetário fixado com base
em salário-mínimo esta substituído pela unidade-salarial e pelo valor-de-
referência, reajustáveis anualmente segundo sistema especial estabelecido
pelo Poder Executivo, na forma da Lei n.º 6.205, de 29 de abril de 1975,
entendendo-se como:
I - UNIDADE-SALARIAL - o valor-padrão resultante da aplicação ao salário-
mínimo vigente em 30 de abril de 1975 do fator de reajustamento salarial de
que tratam os artigos 01 e 02 da Lei n.º 6.147, de 29 de novembro de 1974;
II - valor-de-referência - o valor-padrão resultante da aplicação ao salário-
mínimo vigente em 30 de abril de 1975 do coeficiente de correção monetária
que teve por base o fator de reajustamento salarial de que tratam os artigos
01 e 02 da Lei n.º 6.147, de 29 de novembro de 1974, excluído o coeficiente
de aumento de produtividade, estando estabelecida como limite para a
variação daquele coeficiente, a contar de 21 de junho de 1977, a variação
das Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN), na forma da Lei n.º
6.423, de 17 de junho de 1977.
§ 1º Para os efeitos do disposto no parágrafo único do artigo 36, nos itens I e
II do artigo 40 e nos artigos 158, 215 e 265, os valores correspondentes aos
limites de 10 (dez) e 20 (vinte) vezes o maior salário-mínimo do País, fixados
pela Lei n.º 5.890, de 8 de junho de 1973, são reajustados de acordo com o
disposto nos artigos 1° e 2° da Lei n.º 6.147, de 29 de novembro de 1974.

Referida regra legal foi incorporada também à Consolidação das


Leis da Previdência Social – CLPS, expedida pelo Decreto n° 89.312/84 (art.
212), ratificando que a correção do mVT pelo INPC, a partir da vigência da

47
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Lei n° 6.708/79, deveria ser realizada tomando por base os valores


resultantes da atualização efetuada, nos termos do art. 1°, § 3°, da Lei n°
6.205/75 e dos arts. 1° e 2° da Lei n°6.147/74, in verbis:

Art. 212. Para efeito do disposto no § 4º do artigo 21, nos itens I a III do artigo
23, no parágrafo único do artigo 25, nos itens I e II do artigo 33 e no artigo
102, os valores correspondentes aos limites de 10 (dez) e 20 (vinte) vezes o
maior salário-mínimo do país, fixados pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de
1973, são reajustados, até 31 de outubro de 1979, de acordo com o disposto
nos artigos 1º e 2º da Lei nº 6.147, de 29 de novembro de 1974, e, a contar
de 1º de novembro de 1979, em face da Lei nº 6.708, de 30 de outubro de
1979, e suas alterações, com base no Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC), constituindo, respectivamente, o menor valor-teto e o
maior valor-teto do salário-de-benefício.

O reflexo dessa alteração somente se deu a partir de maio de


1980, quando o menor e o maior valor teto deveriam ter sido reajustados
pelo INPC acumulado no período de novembro de 1979 a abril de 1980.
Somente em abril de 1982 a Previdência Social promoveu a
revisão nos termos acima citados, através da Portaria do Ministério da
Previdência e Assistência Social – MPAS n° 2.840, de 30 de abril de 1982,
que determinou a aplicação do INPC acumulado desde novembro de 1979
para reajustar os Menores e Maiores Valores Tetos a partir de maio de 1982,
in verbis:

4. A partir de 1º de maio de 1982, tendo em vista o disposto no artigo 14 da


Lei 6.708, de 30 de outubro de 1979, o teto máximo do salário-de-benefício é
de Cr$ 282 900,00 (duzentos e oitenta e dois mil e novecentos cruzeiros).

Num primeiro momento, há o reconhecimento da defasagem dos


Menores e Maiores Valores Tetos no período de maio de 1980 a abril de
1982, considerando que o Artigo 402 do Decreto n° 83080/79, assim
estabeleceu:

Art. 402. Nenhuma prestação da previdência social pode ser criada, majorada
ou estendida sem a correspondente fonte de custeio total.

Portanto, o limite máximo do salário-de-contribuição se


distinguiu do limite máximo do beneficio (MVT) somente a partir de
dezembro de 1981, por força da Lei n° 6.950, de 04 de novembro de 1981,

48
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

combinado com o Decreto n° 90.817, de 17 de janeiro de 1985, que alterou


o dispositivo do Decreto n° 83.081 (Regulamento de Custeio da Previdência
Social) que, até então, os dois limites representavam o mesmo valor, na
forma abaixo transcrita:

Lei n° 6.950:
Art. 4º - O limite máximo de salário-de-contribuição, previsto no artigo 5º da
Lei 6.332, de 18 de maio de 1976, é fixado em valor correspondente a 20
(vinte) vezes o salário mínimo vigente no País.

Decreto n° 90.817:
Art 41 [...]
§ 2º O limite máximo do salário-de-contribuição, a contar de 1º de dezembro
de 1981, é fixado em valor correspondente a 20 (vinte) X o Salário Mínimo
vigente.

Com isso, considerando que essa majoração se deu apenas no


plano de custeio, admitem-se diferenças nos valores dos menores e maiores
valores tetos somente no período de dezembro de 1981 ate à véspera da
vigência da Portaria Ministerial, em abril de 1982.

Relevante destacar é que os índices do INPC em questão são os


anteriores à revisão elaborada pelo IBGE que, diante da mudança do período
de coleta, publicou novos índices anteriores a março de 1986, ocasionando
em todo aquele período duas tabelas distintas de variação: uma
compatibilizada e outra não, observando-se que para o presente caso, o
correto seria a série não compatibilizada.

2.1.6 - Complementação para 1 SM e 13º salário integral (Art. 201, §§ 5º e 6º


da CF/88)

Na legislação anterior à promulgação da Constituição Federal de


1988 era permitido o pagamento de benefícios em valor inferior ao salário
mínimo.

49
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Os benefícios urbanos, exceto a renda mensal vitalícia (por


idade e invalidez), por força da Lei nº 7.604/87, tinham sua renda mínima
equivalente a 95% do salário mínimo.

O abono anual correspondia a 1/12 (um doze avos) do somatório


dos valores percebidos no ano, de acordo com o disposto na Lei nº 4.281/63.

A Constituição Federal em seu artigo 201, §§ 2° e 6°, vedou


expressamente o pagamento de benefício em valor inferior ao salário
mínimo, estabelecendo em sua redação original, verbis:

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o


rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário
mínimo.
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o
valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.

Surgiu então a questão se o referido artigo era auto-aplicável ou


dependia de regulamentação e de fonte de custeio especifica para
pagamento da nova despesa.

A partir de 05 de abril de 1991 o valor mínimo de beneficio


passou a ser o mesmo do salário mínimo (Lei nº 8.213/91), e a gratificação
natalina (13º salário) passou a ser paga integralmente a partir de 1990,
tomando por base o valor do mês de dezembro, de acordo com o disposto
na Lei nº 8.114/90.

O pagamento integral do 13º é devido apenas para os benefícios


que estiverem em manutenção há 12 meses. Para os benefícios com tempo
inferior a 12 meses o pagamento do 13º será proporcional, tendo a renda do
mês de dezembro como base (x/12).

A revisão administrativa, para complementar o valor de 01


salário mínimo dos benefícios até a edição da lei que o regulamentou,
somente ocorreu após decisão do e. Supremo Tribunal Federal no Recurso

50
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Extraordinário nº 159.413-6, de 23 de setembro de 1993, que pacificou a


tese no sentido de que os artigos da CF que tratam da matéria eram auto-
aplicáveis.

Para os benefícios com renda mensal inferior a um salário


mínimo, no interregno de 06/10/1988 a 04/04/1991, o pagamento das
diferenças foi realizado em até 30 parcelas, tendo como inicio de
pagamento o mês de março de 1994 (portaria MPAS 714/93).

O cálculo das parcelas relativas ao complemento do valor igual


ao salário mínimo foi proporcional aos meses devidos e de acordo com a
Data de Inicio do Beneficio – DIB.

Para os benefícios com renda mensal superior a 50% e até 99%


do salário mínimo, o pagamento foi feito em parcela única, dividida em dez
grupos, de acordo com a DIB, priorizando-se as mais antigas e efetuando o
pagamento de um grupo por mês.

As parcelas foram atualizadas monetariamente entre dezembro


de 1993 e o mês anterior à competência em que foi realizado o seu
pagamento.

2.2 - Vigência da Lei nº 8.213/91

2.2.1 - Artigo 144

O termo “Buraco Negro” foi a expressão usada informalmente


para se referir ao período em que não havia legislação específica
regulamentando a nova CF/88, na parte atinente aos benefícios
previdenciários. Esse período medeia de 06/10/88 até 04/04/91.

51
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Como não havia lei regulamentando a concessão dos benefícios


previdenciários após a promulgação da CF/88, os mesmos continuaram a ser
concedidos e mantidos com base na legislação vigente até então, ou seja,
Decreto nº 83.080/79.

No âmbito do Poder Judiciário houve muita discussão acerca da


auto aplicabilidade das normas constitucionais pertinentes aos benefícios
previdenciários. Muitas decisões foram conflitantes até que o e. STF julgou,
em sessão plenária de 26.02.97, pela não auto aplicabilidade do § 3º do
artigo 201 e o “caput” do artigo 202, da CF/88.

Assim, para todos os benefícios concedidos no denominado


“buraco negro” foi observado o preceito do art. 144 c/c o art. 29 (redação
original), ambos da Lei nº 8.213/91, in verbis:

Art. 144. Até primeiro de junho de 1992, todos os benefícios de prestação


continuada concedidos pela Previdência Social, entre 5 de outubro de 1988 e
5 de abril de 1991, devem ter sua renda mensal inicial recalculada e
reajustada de acordo com as regras estabelecidas nesta lei.
Parágrafo único - a renda mensal recalculada de acordo com o disposto no
“caput” deste artigo, substituirá para todos os efeitos a que prevalecia até
então, não sendo devido, entretanto, o pagamento de quaisquer diferença
decorrente da aplicação deste artigo referentes às competências de outubro
de 1988 a maio de 1992.

Art. 29. O salário-de-benefício consiste na média aritmética simples de todos


os últimos salários-de-contribuição dos meses imediatamente anteriores ao
do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, até o
máximo de 36 (trinta e seis), apurados em período não superior a 48
(quarenta e oito) meses.

A RMI “revista” foi reajustada até 12/91 pelos índices constantes


na tabela reeditada que acompanhou a Ordem de Serviço/INSS/DISES nº 121
de 15/06/92 (vide item 5 do Capítulo III).

2.2.2 - Artigo 145

Também determinada pela Lei nº 8.213/91, esta revisão abrange


os benefícios concedidos após 05/04/91, conforme transcrevemos:

52
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Art. 145- os efeitos desta lei retroagirão a 5 de abril de 1991, devendo os


benefícios de prestação continuada concedidos pela Previdência Social a
partir de então, terem no prazo máximo de 30 (trinta) dias, suas rendas
mensais iniciais recalculadas e atualizadas de acordo com as regras
estabelecidas nesta lei.
Parágrafo único - as rendas mensais resultantes da aplicação do disposto
neste artigo substituirão, para todos os efeitos as que prevaleciam até então,
devendo as diferenças de valor apuradas serem pagas a partir do dia
seguinte ao término do prazo estipulado no caput deste artigo, em até 24
parcelas mensais consecutivas reajustadas nas mesmas épocas e na mesma
proporção em que forem reajustados os benefícios de prestação continuada
da Previdência Social”.

A revisão administrativa foi promovida em cumprimento ao


contido na Portaria MPAS nº 3.003, de 02/01/1992, senão vejamos:

Art. 5º [...]
§ 3º Os benefícios de prestação continuada com data de inicio a partir de 05
de abril até 23 de agosto de 1991 devem ter suas Rendas Mensais Iniciais
recalculadas e atualizadas de acordo com o disposto neste artigo, devendo as
diferenças de valor apuradas a serem pagas, a partir da competência janeiro
de 1992 em 19 (dezenove) parcelas mensais consecutivas, reajustadas nas
mesmas épocas e na mesma proporção em que forem reajustados os
benefícios de prestação continuada da Previdência Social.
§ 4º Os benefícios de prestação continuada com data de inicio a partir de 24
de agosto de 1991 devem ter suas Rendas Mensais Iniciais recalculadas e
atualizadas de acordo com o disposto neste artigo, devendo as diferenças de
valor apuradas serem pagas, em parcela única, juntamente com a
competência janeiro de 1992.

2.2.3 - IRSM de fevereiro de 1994 (39.67%)

A Lei 8.880, de 27 de março de 1994, em seu artigo 21,


estabeleceu:

Art. 21. Os benefícios concedidos com base na Lei nº 8.213/91, com data de
início a partir de 1º de março de 1994, o salário-de-benefício será calculado
nos termos do artigo 29 da referida lei, tomando-se os salários-de-
contribuição expressos em URV.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, os salários-de-contribuição
referentes às competências anteriores a março de 1994 serão corrigidos
monetariamente até o mês de fevereiro de 1994 pelos índices previstos no
artigo 31 da Lei nº 8.218/91, com as alterações da Lei nº 8.542/92 o
convertidos em URV, pelo valor em Cruzeiros Reais do equivalente em URV
no dia 28 de fevereiro de 1994.
§ 2º A partir da primeira emissão do Real, os salários-de-contribuição
computadores no cálculo do salário-de-benefício, inclusive os convertidos nos
termos do § 1º, serão corrigidos monetariamente mês a mês pela variação
integral do IPC-r.
§ 3º Na hipótese de a média apurada nos termos deste artigo resultar
superior ao limite máximo do salário-de-contribuição vigente no mês de início
do benefício, a diferença percentual entre esta média a o referido limite será

53
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

incorporada ao valor do benefício juntamente com o primeiro reajuste do


mesmo após a concessão, observado que nenhum benefício assim reajustado
poderá superar o limite máximo do salário-de-contribuição vigente na
competência em que ocorrer o reajuste.

Assim, a partir de março de 1994 os benefícios concedidos pela


Previdência Social tiveram os SC corrigidos monetariamente com a inflação
integral do IRSM até fevereiro em 40,25% (índice divulgado para o mês de
janeiro), não sendo considerado o IRSM divulgado para o mês de fevereiro
em 39,67%

Em face das inúmeras decisões judiciais reconhecendo a


procedência da aplicação do referido percentual na composição do fator de
correção dos salários de contribuição, a Administração reconheceu a
existência do expurgo através da MP 201 de 23 de julho de 2004, convertida
na Lei nº 10.999, de 15 de dezembro de 2004, autorizando a revisão dos
benefícios previdenciários concedidos após fevereiro de 1994 e
determinando o pagamento dos valores atrasados nas condições
especificadas.

Oportuno salientar que na elaboração dos cálculos neste tipo de


revisão judicial é prudente verificar nos cadastros mantidos pela DATAPREV
se houve “adesão” do segurado ao acordo proposto para pagamento das
parcelas na via administrativa, conforme estabelecido na MP 201/2004. O
objetivo desta consulta é para o feito de cancelamento do acordo ou
eventuais compensações de valores.

2.2.4 - Artigo 29, II

A revisão judicial do artigo 29, inciso II, da Lei nº 8.213/91 é uma


demanda recente. A sua discussão tem gerado polêmica diante da
interpretação do conceito de período contributivo. A lei inovadora
(9.876/99), que modificou o artigo da Lei nº 8.213/91, expondo que:
“período contributivo desde 07/94 até a data do início do benefício”, não

54
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

definindo se está ou não sendo considerados períodos em que não houve


recolhimentos.
A Lei nº 9.876/99 traz novo disciplinamento tanto para as regras
permanentes (futuras) quanto para as de transição.

Regras permanentes ou futuras:

Art. 2º A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as


seguintes alterações.

Art. 29. O salário-de-benefício consiste: (NR)


I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art. 18, na
média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição
correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo,
multiplicada pelo fator previdenciário;
II - para os benefícios de que tratam as alíneas a, d, e e h do inciso I do art.
18, na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição
correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo.
Regra de transição:

Art. 3º Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior à data
de publicação desta Lei, que vier a cumprir as condições exigidas para a
concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no cálculo
do salário-de-benefício será considerada a média aritmética simples dos
maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta por
cento de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de
1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei nº
8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei.
[...]
§ 2º No caso das aposentadorias de que tratam as alíneas b, c e d do inciso I
do art. 18, o divisor considerado no cálculo da média a que se refere o caput
e o § 1º não poderá ser inferior a sessenta por cento do período decorrido da
competência julho de 1994 até a data de início do benefício, limitado a cem
por cento de todo o período contributivo.

A Lei nº 9.876/99 não contemplou exceção a regra para


apuração do SB dos benefícios de aposentadoria por invalidez e auxílio-
doença. Entretanto, o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo
Decreto nº 3.048/99, inovou no tratamento dado a estes benefícios.

Regra permanente:

Art.32. O salário-de-benefício consiste:


§ 20. Nos casos de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez, contando
o segurado com menos de cento e quarenta e quatro contribuições mensais

55
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

no período contributivo, o salário-de-benefício corresponderá à soma dos


salários-de-contribuição dividido pelo número de contribuições apurado.

Regra de transição:

Art.188-A. Para o segurado filiado à previdência social até 28 de novembro de


1999, inclusive o oriundo de regime próprio de previdência social, que vier a
cumprir as condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, no cálculo do salário-de-benefício será
considerada a média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição,
correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo o período
contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, observado o
disposto nos incisos I e II do caput e §14 do art. 32.
[...]
§ 4º Nos casos de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez, contando
o segurado com salários-de-contribuição em número inferior a sessenta por
cento do número de meses decorridos desde a competência julho de 1994
até a data do início do benefício, o salário-de-benefício corresponderá à soma
dos salários-de-contribuição dividido pelo número de contribuições mensais
apurado.

Foi com base nesses artigos que surgiram inúmeras ações


judiciais no sentido de demonstrar que o decreto extrapolou a lei ao definir
um número mínimo de contribuições para o cálculo do SB, pois, caso o
número de contribuições fosse inferior ao limite estabelecido, seria utilizado
a soma dos salários-de-contribuição dividido pelo número de contribuições
existentes.

Diante da ausência de um conceito claro sobre “período


contributivo”, o INSS interpretou inicialmente que esse período seria o lapso
temporal decorrido entre a data de filiação e a data anterior ao mês de
requerimento do benefício pleiteado, com ou sem recolhimentos (janelas).
Posteriormente, em razão de inúmeras decisões judiciais em sentido
contrário ao critério adotado pelo INSS, foi editado ato normativo por parte
da Instituição Previdenciária reconhecendo o equívoco na redação do
referido decreto.

56
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Para corrigir essa distorção foi editado o Decreto nº 6.939, de 18


de agosto de 2009, que alterou o Decreto nº 3.048/99, revogando o § 20 do
art. 32, alterando o § 4º do art. 188-A e incluindo o § 22, no art. 32, que
definiu o conceito de período contributivo, na forma abaixo:

Regra permanente:

Art.32. O salário-de-benefício consiste:


[...]
§ 20 (revogado).
§ 22. Considera-se período contributivo:
I - para o empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso: o conjunto
de meses em que houve ou deveria ter havido contribuição em razão do
exercício de atividade remunerada sujeita a filiação obrigatória ao regime de
que trata este Regulamento; ou
II - para os demais segurados, inclusive o facultativo: o conjunto de meses de
efetiva contribuição ao regime de que trata este Regulamento.

Regra de transição

Art.188-A [...]
§ 4o Nos casos de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez, o salário-
de-benefício consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição correspondentes a oitenta por cento do período contributivo
decorrido desde a competência julho de 1994 até a data do início do
benefício.

A inclusão do § 22 no artigo 32 do Regulamento definiu o


conceito de período contributivo, dirimindo, assim, as dúvidas até então
existentes.

Assim, ficou definido que o conceito de período contributivo para


o empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso é o conjunto de
meses em que houve ou deveria ter havido contribuição em razão do
exercício de atividade remunerada e, para os demais segurados, inclusive o
facultativo, o conjunto de meses de efetiva contribuição.

2.2.5 - Artigo 29, § 5º

A Lei nº 8.213/91 estabelece no § 5° do art. 29, in verbis:

Art. 29 [...]

57
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

§ 5° Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por


incapacidade, sua duração será contada, considerando-se como salário-de-
contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o
cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos
benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário
mínimo”.

Para a concessão da aposentadoria por invalidez o INSS utiliza o


salário-de-beneficio do auxilio doença, reajustado nos mesmos moldes dos
benefícios em geral, aplicando o novo coeficiente de cálculo para apuração
da RMI.

Esse critério de apuração da RMI foi questionado na justiça,


tendo, inclusive, originado a Súmula nº 09 da Turma Recursal de Santa
Catarina, e várias decisões favoráveis aos autores, no sentido de refazer o
cálculo do benefício desde a sua concessão. Esse cálculo considerava um
PBC composto por 36 contribuições atualizadas monetariamente para a DIB,
onde o SB do auxílio-doença, reajustado nos moldes dos benefícios em
geral, passava a ser salário-de-contribuição mensal.

É importante salientar que a manutenção do beneficio revisto,


nestes termos, faz com que a DIB anterior desapareça e assim no primeiro
reajustamento da aposentadoria por invalidez o índice seja proporcional a
sua DIB.

Todavia, no STJ a questão foi pacificada em favor do INSS e,


posteriormente, o Supremo Tribunal Federal julgou o RE nº 583.834, com
Repercussão Geral reconhecida, dando provimento ao recurso do INSS.

Portanto, com o julgamento proferido pelo STF no RE nº


583.834, prevalece o critério de apuração da RMI adotado pelo INSS.

2.2.6 - Artigo 26, da Lei nº 8.870/94 (Índice Teto)

A Lei 8.870 de 15 de abril de 1994 em seu artigo 26


estabeleceu:

58
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Art. 26. Os benefícios concedidos nos termos da Lei nº 8.213, de julho de


1991, com data de início entre 5 de abril de 1991 e 31 de dezembro de 1993,
cuja renda mensal inicial tenha sido calculada sobre salário-de-benefício
inferior à média dos 36 últimos salários-de-contribuição em decorrência do
disposto no § 2º do art. 29 da referida lei, serão revistos a partir da
competência abril de 1994, mediante a aplicação do percentual
correspondente à diferença entre a média mencionada neste artigo e o
salário-de-benefício considerado para a concessão.
Parágrafo único. Os benefícios revistos nos termos do "caput" deste artigo
não poderão resultar superiores ao teto do salário-de-contribuição vigente na
competência de abril de 1994.

A revisão dos benefícios foi processada automaticamente e


incluída para pagamento na competência junho de 1994. Os efeitos
financeiros das revisões retroagiram a abril de 1994.

Em maio de 1995 foi incorporada à renda mensal dos benefícios


de prestação continuada, com DIB no período de 01 de julho de 1994 a 30
de abril de 1995, a diferença percentual entre a média dos salários-de-
contribuição e o teto do salário-de-beneficio.
Aplica-se este artigo para as DIB´s entre 05/04/1991 e
31/12/1993, cuja fórmula para apuração do Índice do Teto é:

SB Global (/) Teto do SB na DIB = Índice do Teto

2.2.7 - Artigo 21, § 3º, da Lei nº 8.880/94 (Índice Teto)

A Lei 8.880 de 27 de maio de 1994, no art. 21 § 3º manteve na


concessão dos benefícios o estabelecido no art. 26 da Lei 8.870 de 15 de
abril de 1994, com a seguinte redação:

Art. 21. Os benefícios concedidos com base na Lei nº 8.213/91, com data de
início a partir de 1º de março de 1994, o salário-de-benefício será calculado
nos termos do artigo 29 da referida lei, tomando-se os salários-de-
contribuição expressos em URV.
[...]
§ 3º Na hipótese de a média apurada nos termos deste artigo resultar
superior ao limite máximo do salário-de-contribuição vigente no mês de início
do benefício, a diferença percentual entre esta média a o referido limite será
incorporada ao valor do benefício juntamente com o primeiro reajuste do
mesmo após a concessão, observado que nenhum benefício assim reajustado

59
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

poderá superar o limite máximo do salário-de-contribuição vigente na


competência em que ocorrer o reajuste.

Aplica-se este artigo para as DIB´s de 01/03/1994 em diante. A


forma de cálculo para apuração do Índice de Teto é a mesma aplicada no
artigo 26 da Lei 8.870/94.

2.2.8 - Emendas
Emendas Constitucionais 20 e 41

A revisão administrativa ocorreu após a decisão do Supremo


Tribunal Federal ter confirmado a majoração aos novos tetos instituídos nas
Emendas Constitucionais 20/1998 e 41/2003, nos valores de R$ 1.200,00 e
R$ 2.400,00 respectivamente, para os benefícios em manutenção nas datas
de vigência.

Os valores dos tetos anteriores as emendas constitucionais em


vigência eram de R$ 1.081,50 e R$ 1.869,34 respectivamente.

Restou acordado na Ação Civil Pública nº 0004911-28.2011.4.3


do MPF/SP que, a revisão administrativa se daria em relação aos benefícios
com data de início no período de 05/04/1991 a 31/12/2003, que tiveram o
Salário-de-Benefício limitado ao teto previdenciário na data da concessão,
bem como os benefícios deles decorrentes, nos termos da Resolução nº 151
– PRES/INSS, de 30 de agosto de 2011.

Esse reconhecimento na pratica faz com que o valor a ser


reajustado, seja o salário-de-beneficio sem limitação ao teto na data da
concessão, observando os coeficientes do cálculo da RMI, para incorporação
integral até o novo limite de pagamento dos valores definidos nas Emendas
Constitucionais.

A forma dessa revisão foi disciplinada no MEMORANDO-


CIRCULAR CONJUNTO Nº 25/DIRBEN/PFE/INSS de 31 de agosto de 2011
conforme descrição:

60
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

[...]
V - CÁLCULO DA REVISÃO DA MENSALIDADE REAJUSTADA
14. A revisão foi processada a partir da simulação do cálculo da RMI sem teto,
considerando o SB sem limitação ao teto.
15. A RMI simulada sem teto foi reajustada pelos índices de reajuste dos
benefícios até a data das Emendas Constitucionais referidas inicialmente,
apurando-se a MR revista em 12/1998 e MR revista em janeiro/2004.
16. A MR revista foi limitada ao teto de R$ 1.200,00, em 12/1998, conforme
EC n° 20/98 e R$ 2.400,00, em janeiro/2004, conforme EC n° 41/2003, sendo
reajustada pelos índices oficiais (INPC), até a competência agosto/2011 ou
até a data da cessação, para os benefícios cessados.
17. Para fins de atualização dos dados relativos ao cálculo dos benefícios
serão registrados no SUB dois índices nas datas das Emendas, que
expressam, em percentual, o valor a ser incorporado na MR em decorrência
desta revisão:
a) Índice 1, calculado na competência 12/1998, pela diferença percentual
entre a MR revista em 12/1998, limitada ao teto de R$ 1.200,00 e a MR
anterior, naquela competência, conforme fórmula abaixo:
MR sem teto em 12/1998 limitada ao teto de 1.200,00
MR em 12/1998
b) Índice 2, calculado na competência 01/2004, pela diferença percentual
entre a MR revista em 01/2004, limitada ao teto de R$ 2.400,00 e a MR
anterior, naquela competência, conforme fórmula abaixo:
MR sem teto em 01/2004 limitada ao teto de R$ 2.400,00
MR em 01/2004
18. Na análise do benefício para identificação do direito, deve ser observado
o tipo de cálculo considerado na concessão/revisão (Data da Publicação da
Emenda-DPE, Data da Publicação da Lei nº 9.876/99-DPL, Lei nº 9.876/99 e
Data de Entrada do Requerimento-DER) e o cálculo do fator previdenciário,
observada a fórmula da regra transitória, se for o caso.
CÁLCULO DO FATOR PREVIDENCIÁRIO (Regra transitória)
SB=F.X.M +M (60-X)
60/60
Onde:
SB: Salário-de-Benefício
F: Fator previdenciário
M: Média dos salários-de-contribuição
X: Quantidade de meses de transição até a data da aposentadoria
VI - CÁLCULO DOS ATRASADOS E FORMA DE PAGAMENTO
19. As diferenças são devidas nos últimos cinco anos que antecedem ao
ajuizamento da ACP n° 0004911-28.2011.4.03.6183, fato ocorrido em 5 de
maio de 2011, ou a contar da data de eventual pedido administrativo de
revisão ou, ainda, do ajuizamento de ação revisional individual, o que ocorrer
primeiro.
20. Os atrasados apurados serão pagos conforme cronograma de pagamento
abaixo:
GRUPO DATA VALORES R$
I até 6.000,00
30/10/2011
III até 6.000,01 a 15.000,00
31/05/2012
III até 15.000,01 a
30/11/2012 19.000,00
IV até > 19.000,00
31/01/2013

21. Para os benefícios revistos após a data fixada no cronograma acima, que
se enquadrem em grupos para os quais já foram efetuados os pagamentos,

61
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

os valores de atrasados serão pagos na competência do processamento da


revisão.
22. Os atrasados apurados serão atualizados até a data do processamento,
com nova atualização na data do efetivo pagamento.
23. Sobre o montante apurado, haverá incidência do imposto de renda,
conforme legislação em vigor.
24. Em caso de óbito do titular do benefício antes da efetivação do
pagamento das diferenças, o montante será pago aos dependentes ou, na
ausência destes, aos herdeiros habilitados em alvará judicial. O cadastro dos
herdeiros será feito em aplicativo próprio a ser disponibilizado no SUB.
[...]

Diante de decisões judiciais transitadas em julgado que


determinaram a aplicação das emendas aos benefícios concedidos em
período anterior ao fixado no acordo, a Procuradoria Federal Especializada
editou a ORIENTAÇÃO TÉCNICA PFE-INSS nº 001/2011 definindo um
tratamento a esses casos:

3. Benefícios com DIB entre 05/10/88 a 05/04/91(“buraco negro”)


O direito a revisão relativamente aos benefícios concedidos no “buraco
negro” depende de avaliação dos termos em que se deu a revisão do art.
144, da Lei 8.213/91, devendo ser buscado o processo concessório para fins
de simulação. Se não tiver havido revisão pelo art. 144, aplica-se a tese
incluída no anexo III; se, por outro lado, o processo administrativo estiver
extraviado, combina-se com as teses constantes dos Anexo IV e V”
[...]
Anexo III
Como a revogação da redação original do art. 144 se deu com a MP 2.060/00,
a superveniência da Lei 9.528/97, fixando prazo decadencial para fins de
reforma ou alteração do ato de concessão de benefício previdenciário, atingiu
inevitavelmente a pretensão quanto à “revisão do buraco negro”,
prejudicando, por conseguinte, a revisão dos tetos, tal qual propugnada pelo
Supremo Tribunal Federal.
[...]
Anexo V
Assim, embora não se possa afastar a aplicabilidade do entendimento
lançado pelo STF aos benefícios concedidos no “buraco negro”,
evidentemente não se poderá, ato contínuo, dizer que a integralidade dos
benefícios concedidos nesse período têm direito à revisão pelo novo teto,
reputando-se imprescindível a avaliação dos salários-de-contribuição que
foram levados em consideração para a apuração da respectiva média.

Em decorrência da referida Orientação Técnica deve-se aplicar a


regra já exposta, ou seja, o valor a ser reajustado será o salário-de-beneficio
sem limitação ao teto na data da concessão, observando os coeficientes do
cálculo da RMI, para incorporação integral até o novo limite de pagamento
dos valores definidos nas Emendas Constitucionais.

62
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

CAPÍTULO II
II

LEIS ESPARSAS DO RGPS (BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO ÚNICA E CONTINUADA,


E POR PERÍODO DELIMITADO)

1 - BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO ÚNICA

1.1 - Pecúlio

Legislação aplicável ao tema:

• Leis nº 6.887/80, 8.218/91 e 9.129/95.

O Pecúlio instituído pela Lei nº 6.887, de 10 de dezembro de


1980, consiste na devolução das contribuições aos segurados que após
terem sido aposentados por tempo de serviço ou por idade voltaram ou
continuaram em atividade sujeita ao regime de Previdência Social Urbana e,
aos segurados que tenham ingressado no regime de previdência após
28/07/1969, na vigência do Decreto-Lei nº 710/1969, com mais de 60
(sessenta) anos de idade.

Este benefício era devido a partir de 01/07/1975, devendo ser


observada, com relação às situações anteriores, a legislação vigente à
época.

O valor do Pecúlio consistia na soma das importâncias relativas


às contribuições pagas ou descontadas durante o período de trabalho,
corrigido monetariamente e acrescido de 4% (quatro por cento) de juros ao
ano.

Se o segurado exercesse mais de uma atividade ou emprego


concomitantemente, somente após a cessação de todas elas é que o
63
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

segurado poderia receber o Pecúlio, que permanecia indisponível enquanto


conservasse sua condição de ativo em relação a uma dessas atividades.

Após o recebimento do primeiro Pecúlio o segurado aposentado


ou o segurado com mais de 60 (sessenta) anos, que voltasse à atividade, só
poderia receber em vida novo Pecúlio após 36 (trinta e seis) meses,
contados da nova filiação.

Se o segurado falecesse sem ter recebido o Pecúlio, este seria


devido aos respectivos dependentes habilitados à pensão, ou na falta
destes, aos seus sucessores, sem necessidade de inventário ou arrolamento.

Não era devido o Pecúlio:

a) ao segurado com mais de 60 (sessenta) anos, que


reingressasse no sistema de previdência social urbana, no
máximo 5 (cinco) anos da perda da qualidade de
segurado, desde que não estivesse filiado a outro regime
de previdência social e,
b) se o segurado estivesse exercendo uma atividade
vinculada à previdência social urbana e iniciasse outra
concomitantemente, com mais de 60 (sessenta) anos de
idade.

Com o advento da Lei nº 8.213/91, a contar de 24 de julho de


1991, as regras para obtenção dos Pecúlios, estabelecidas pela Lei nº 6.887,
de 10 de dezembro de 1980, sofreram as seguintes alterações:

a) seria devido o Pecúlio para o segurado que se


incapacitasse para o trabalho antes de ter completado o
período de carência exigida, sendo mantido o direito para
o segurado que após ter sido aposentado por tempo de
serviço ou por idade, voltasse ou continuasse em atividade
sujeita ao regime de Previdência Social Urbana e,
b) foi extinto o direito ao Pecúlio para aos segurados que
tivessem ingressado no regime de previdência após
28/07/1969, na vigência do Decreto-Lei nº 710/1969, com
mais de 60 (sessenta) anos de idade.

64
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

No caso da letra “a” o pecúlio consistia em um pagamento único


de valor correspondente a soma das importâncias relativas às contribuições
do segurado, remuneradas de acordo com o índice de remuneração básica
dos depósitos de poupança com datas de aniversário no dia primeiro.

Para as contribuições anteriores a 24/07/1991, era observada a


legislação vigente à época do seu recolhimento.

Com o advento da Lei nº 9.129, de 20 de novembro de 1995 os


pecúlios foram extintos.

Os pecúlios por invalidez e por morte por acidente do trabalho,


mencionados no art. 84, da Lei nº 8.213/91, serão tratados no tópico
específico sobre “Acidente do Trabalho”.

2 - BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

2.1 - Acidente
Acidente do Trabalho - Área Urbana

São devidos benefícios aos segurados empregados, temporários,


avulsos, especiais e presidiários que exerciam trabalho remunerado, ou aos
seus dependentes, independentemente de período de carência, e consistem
nas seguintes prestações:

Espécie Benefício
89 Pecúlio por redução de capacidade
90 Simples Assistência Médica por Acidente do Trabalho
91 Auxílio-Doença por Acidente do Trabalho
92 Aposentadoria por Invalidez por Acidente do
Trabalho
93 Pensão por Morte por Acidente do Trabalho
94 Auxílio Acidente por Acidente do Trabalho
95 Auxílio Suplementar por Acidente do Trabalho

65
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

96 Pecúlio por Invalidez por Acidente do Trabalho


97 Pecúlio por Morte por Acidente do Trabalho
98 Abono Anual de Acidente do Trabalho
99 Afastamento até 15 (quinze) dias
s/n Habilitação e Reabilitação Profissional

Legislação aplicável ao tema:

• Leis nº 5.316/67, 6.367/76, 8.213/91, 9.032/95, 9.129/95 e


9.528/97;
• Decreto-Lei nº 7.036/44;
• Regulamentos - Decretos nº 61.784/67, 79.037/76,
83.080/79 e 3.048/99;
• CLPS - Decreto nº 89.312/84 e,
• Manual do Acidente de Trabalho - OI/INSS/DIRBEN nº 43,
de 26/10/2000.

2.1.1 - Lei 5.316/67 e alterações

O seguro obrigatório contra acidentes do trabalho, previsto na


Lei nº 5.316, de 14/09/67, abrangia os segurados empregados,
trabalhadores avulsos e presidiários, que prestavam serviço remunerado,
bem como extensivo aos seus dependentes. Essa regra vigorou até
18/10/76, véspera da entrada em vigor da Lei nº 6.367/76.

O cálculo do salário de benefício atendia as mesmas regras


estabelecidas na data de concessão dos benefícios previdenciários de
auxílio-doença (B-31), aposentadoria por invalidez (B-32) e pensão por
morte (B-21), na forma citada neste Manual no Capítulo I - Concessão. A
composição do SB se dava imediatamente anterior ao mês do acidente.

Quando a remuneração do acidentado fosse contratada em base


diária ou horária, o valor mensal do salário-de-contribuição era calculado
com base no mês de 30 (trinta) dias e no dia de 8 (oito) horas.

66
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Nesse período, a RMI dos benefícios de prestação continuada por


acidente do trabalho, observado os limites mínimo e máximo, era calculada
com base no salário de contribuição na data do acidente, ou do salário de
benefício se mais vantajoso, na forma a seguir:

a) auxílio-
auxílio-doença (espécie 91) - benefício de prestação
continuada devido a partir do 16º dia do Acidente aos
segurados empregados e presidiários, e do dia seguinte ao
do acidente, para os trabalhadores avulsos, cuja Renda
Mensal Inicial correspondia a 92% (noventa e dois por
cento) do SC, ou do SB se mais vantajoso;
b) aposentadoria por invalidez (espécie 92) - benefício de
prestação continuada devido ao acidentado que, estando
ou não em gozo de Auxilio Doença, é considerado incapaz
para o trabalho e insuscetível de reabilitação profissional.
A Renda Mensal Inicial equivalia a 100% (cem por cento)
do SC na data do acidente, ou do SB se mais vantajoso.
Quando a aposentadoria por invalidez fosse precedida
através de transformação de auxilio doença, utilizava-se a
renda mensal do auxílio doença nos casos em que este
valor fosse superior ao salário de contribuição da data do
acidente ou do salário de benefício. O valor da Renda
Mensal seria majorado em 25% (vinte e cinco por cento)
quando o acidentado necessitasse assistência permanente
de outra pessoa, não incorporando tal vantagem para
nenhum efeito. O pagamento do acréscimo era devido
mesmo quando o valor da Renda Mensal estivesse fixado
no teto de pagamento de benefício;
c) pensão por morte (espécie 93) - benefício de prestação
continuada devido aos dependentes do segurado falecido
em decorrência de acidente do trabalho, a partir da data
do óbito do acidentado. A Renda Mensal Inicial
correspondia a 100% (cem por cento) do SC na data do
acidente, ou do SB se mais vantajoso. Quando a pensão
por morte fosse precedida através de derivação de auxilio
doença ou de aposentadoria por invalidez e, sendo o óbito
decorrente do acidente, utilizava-se a renda mensal do
benefício de auxílio-doença nos casos em que este valor
fosse superior ao salário de contribuição da data do
acidente ou do salário de benefício. Nos casos de
derivação em que o óbito não era decorrente do acidente,
a RMI era igual a última renda reajustada do benefício
imediatamente originário que a antecedeu e,
d) auxílio
auxílio-acidente (espécie 94) - benefício mensal e vitalício
devido ao acidentado, parcial e definitivamente
incapacitado, correspondente a um percentual variável de
67
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

30% a 60%, aumentado em 5% (cinco por cento) neste


intervalo, de acordo com o grau de incapacidade
estabelecido pela Perícia Médica do Instituto1, incidente
sobre o SC, ou SB se mais vantajoso. Quando o auxílio-
acidente fosse precedido através de conversão de auxilio
doença, utilizava-se a renda mensal do auxílio doença nos
casos em que este valor fosse superior ao salário de
contribuição da data do acidente ou do salário de
benefício. Não havia o direito ao abono anual. O valor
deste benefício era adicionado ao SC para o cálculo de
qualquer outro benefício não resultante de acidente,
respeitado o limite máximo. (NR)
O valor dos Pecúlios por acidente do trabalho era calculado da
seguinte forma:

a) pecúlio por redução de capacidade (espécie 88) - benefício


de prestação única correspondente à aplicação do
percentual de redução da capacidade, variável entre 1% a
25% (um a 25 por cento), incidente sobre 72 X (setenta e
duas vezes) o maior Salário Mínimo vigente no país na
data do pagamento do Pecúlio;
b) pecúlio por invalidez (espécie 96) - benefício de prestação
única correspondente a 25% (vinte e cinco por cento) de
72 X (setenta e duas vezes) o maior Salário Mínimo
vigente no país na data do pagamento do Pecúlio, e
c) pecúlio por morte (espécie 97) - benefício de prestação
única correspondente a 25% (vinte e cinco por cento) de
72 X (setenta e duas vezes) o maior Salário Mínimo
vigente no país na data do pagamento do Pecúlio.

O direito aos benefícios acidentários de auxílio-doença,


aposentadoria por invalidez ou pensão exclui o direito aos mesmos
benefícios considerados previdenciários.

No caso específico de concessão de auxílio-acidente este não


poderá ser pago em período concomitante com o recebimento de auxílio-
doença, ainda se em conseqüência do mesmo acidente.

1
OS nº SSS-503.19 de 24/07/1969 – Seção I – BS/INPS 161 de 25/08/69 – Anexo I – Parte 2 – Portaria 02/68 do Serviço de
Atuariais do MTPS.

68
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Quanto ao valor máximo dos benefícios aqui tratados,


respeitados seus respectivos percentuais, não poderia exceder, na data de
suas concessões, o limite fixado aos benefícios previdenciários do Regime
Geral, na forma descrita neste Manual no Capítulo I - Concessão.

Com relação ao valor mínimo dos benefícios acidentários de


auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e pensão por morte, estes não
poderiam ser inferior ao Salário Mínimo do local de trabalho do acidentado,
com exceção do auxílio doença que não poderia ser inferior a 92% desse
mesmo salário. Em relação ao valor mínimo do auxílio acidente (B-94) ver
subitem 2.1.7, deste Capítulo.

2.1.2 - Lei 6.367/76

Com o advento da Lei nº 6.367/76, o trabalhador temporário foi


incluído no rol dos abrangidos pelo seguro obrigatório contra acidentes do
trabalho.

Foi extinto o Pecúlio por redução de capacidade (espécie 88).

Instituída regra de exceção para o cálculo do valor dos


benefícios, somente nos casos de empregado com remuneração variável e
trabalhador avulso, passando, nesses casos, a ser calculado com base na
média aritmética simples dos 12 (doze) maiores salários de contribuição,
apurado em período não superior a 18 (dezoito) meses, imediatamente
anteriores ao mês do acidente ou dos 12 (doze) últimos salários de
contribuição, conforme mais vantajoso, se o segurado contasse com 12
(doze) ou menos contribuições nesse período.

Quando a remuneração do acidentado fosse contratada em base


horária ou diária, o valor mensal do salário-de-contribuição que serviria de
base de cálculo para o benefício, inclusive o vigente no dia do acidente, era
multiplicado por 240 (duzentos e quarenta) quando horário, ou por 30

69
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

(trinta) quando diário. Quando a jornada de trabalho não era de 8 (oito)


horas diárias se adotava a base de cálculo a ela correspondente.

A partir da promulgação da Constituição Federal, quando a


remuneração do acidentado for contratada em base horária, o valor mensal
do salário-de-contribuição será calculado multiplicando-se por 220 h
(duzentos e vinte horas).

Os percentuais estabelecidos na Lei nº 5.316/67 para o cálculo


da RMI dos benefícios de auxílio-doença (espécie 91), aposentadoria por
invalidez (espécie 92) e pensão por morte (espécie 93) foram mantidos,
bem como em relação ao valor mínimo desses benefícios e do valor máximo
dos benefícios acidentários. Quanto ao valor mínimo dos benefícios de
auxílio-acidente (B-94) e auxílio-suplementar (B-95) ver subitem 2.1.7, deste
Capítulo.

Mantidos ainda, as regras do cálculo do valor dos benefícios


precedidos decorrentes de transformação, derivação e conversão.

O percentual do cálculo da RMI do auxílio-


auxílio-acidente (espécie 94)
94)
foi alterado, passando a corresponder a 40% (quarenta por cento) do SC na
data do acidente, não podendo ser inferior ao mesmo percentual incidente
sobre o SB, exceto nos casos de empregado com remuneração variável e
trabalhador avulso, na forma já citada. Faz jus ao abono anual e a metade
da renda do referido auxílio é incorporada a Pensão em caso de óbito do
acidentado.

Foi instituído o auxílio-


auxílio-suplementar (espécie 95),
95) benefício de
prestação continuada devido ao acidentado que teve reduzida a capacidade
laborativa, exigindo apenas maior esforço na realização do mesmo trabalho.
A renda mensal inicial correspondia a 20% (vinte por cento) do SC na data
do acidente, não podendo ser inferior ao mesmo percentual do SB, exceto
nos casos de empregado com remuneração variável e trabalhador avulso,

70
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

na forma já citada. Este benefício cessava com a concessão de qualquer


aposentadoria e não dava direito ao pagamento de Abono Anual. Quando o
auxílio-suplementar também fosse precedido através de conversão de
auxilio doença, utilizava-se a renda mensal do auxílio doença nos casos em
que este valor fosse superior ao salário de contribuição da data do acidente
ou salário de benefício.

O valor dos pecúlios por acidente do trabalho (benefícios de


prestação única) passou a ser calculado na forma a seguir:

a) pecúlio por invalidez (espécie 96) – correspondente a 15 X


(quinze vezes) o valor de referência vigente na localidade de
trabalho do acidentado, e
b) pecúlio por morte (espécie 97) – correspondente a 30 X (trinta
vezes) o valor de referência vigente na localidade de trabalho do
acidentado.

O direito aos benefícios acidentários exclui o direito aos mesmos


benefícios considerados previdenciários.
No caso específico do auxílio-acidente este poderá ser concedido
cumulativamente com o recebimento de auxílio-doença, no caso de ambos
os benefícios terem causas distintas. Não há proibição legal de recebimento
de mais de um auxílio-acidente.

Quanto ao auxílio-suplementar poderá ser pago em


concomitância com qualquer benefício previdenciário ou acidentário,
cessando com a aposentadoria do acidentado.

2.1.3 - Lei 8.213/91 e alterações

A Lei nº 8.213/91 alterou as regras até então estabelecidas para


a obtenção do SB, que passou a ser calculado tendo por base a média

71
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

aritmética dos 36 (trinta e seis) SC, apurados em período não superior a 48


(quarenta e oito) meses anteriores a data do acidente.

Também foi alterada a forma de cálculo do auxílio-acidente


(espécie 94), do pecúlio por invalidez (espécie 96) e do pecúlio por morte
(espécie 97).

O auxílio-
auxílio-suplementar (espécie 95) foi extinto.

Foram recepcionadas somente as regras estabelecidas na Lei nº


5.316/67 para o cálculo da RMI dos benefícios de auxílio-doença,
aposentadoria por invalidez e de pensão por morte, entretanto, o auxílio-
acidente passou a ser calculado na forma abaixo.

A RMI do auxílio-
auxílio-acidente (espécie 94) passou a ser calculada
com base em 30% (trinta por cento), 40% (quarenta por cento) ou 60%
(sessenta por cento) do SC, ou do SB se mais vantajoso. Esses percentuais
representam o nível de redução da capacidade laboral do acidentado, a
saber:

a) 30% (trinta por cento) - quando a redução exigir maior


esforço para o desempenho da mesma atividade,
independente de reabilitação profissional;
b) 40% (quarenta por cento) - quando a redução impedir o
exercício da atividade que exercia na data do acidente,
mas, não para outra de mesmo nível de complexidade,
após reabilitação profissional e,
c) 60% (sessenta por cento) - quando a redução impedir,
por si só, o desempenho da atividade que exercia a
época do acidente, porém não para outra menos
complexa, após reabilitação profissional.

O cálculo do valor dos pecúlios por acidente do trabalho


(benefícios de prestação única) passou a ser elaborado na forma a seguir:

72
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

a) pecúlio por invalidez (espécie 96) – correspondente a


75% (setenta e cinco por cento) do limite máximo do
salário de contribuição e,
b) pecúlio por morte (espécie 97) – correspondente a 150%
(cento e cinqüenta por cento) do limite máximo do
salário de contribuição.

2.1.4 - Lei 9.032/95

Com a Lei nº 9.032/95 a RMI dos benefícios acidentários passou


SB obtido através dos 36 (trinta e seis)
a ser calculada apenas pelo SB,
salários de contribuição, apurados em período não superior a 48 (quarenta
e oito) meses imediatamente anteriores a data do acidente. Assim,
unificou-se a forma de calcular a renda mensal inicial dos benefícios
previdenciários e acidentários,, extinguindo, nestes últimos, a opção pelo
cálculo mais vantajoso (salário do dia do acidente ou SB).

Os percentuais de cálculo estabelecidos pela Lei nº 8.213/91


foram alterados: 91% (noventa e um por cento) do SB para o auxílio-
auxílio-
doença (espécie 91);
91); e alíquota única de 50% (cinqüenta por cento) do SB
para o auxílio-
auxílio-acidente (espécie 94).
94)

Até a publicação desta Lei, em 28/04/95, havia possibilidade de


cumulação de mais de um auxílio-acidente, situação vedada a partir de
então, sendo permitido a opção pelo benefício mais vantajoso, de acordo
com o Art. 314 da IN nº 45 de 06/08/2010.

Com a alteração da redação do artigo 86 da Lei 8.213/91, a


legislação passa a tratar os acidentes do trabalho como “acidentes de
qualquer natureza”.
natureza”.

2.1.5 - Lei 9.129/95

Com o advento da Lei nº 9.129/95, o pecúlio por invalidez


(espécie 96) e o pecúlio por morte (espécie
(espécie 97) foram extintos.

73
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Foram mantidas as demais regras relativas aos cálculos dos


benefícios por acidente do trabalho.

2.1.6 - Lei 9.528/97

Com o advento da Lei nº 9.528, de 10/12/97, o auxílio-


auxílio-acidente
(espécie 94) perde o caráter de “vitaliciedade”
vitaliciedade”,
vitaliciedade” sendo vedada sua
cumulação com qualquer aposentadoria.

A partir de então, o valor mensal do auxílio-acidente passa a


integrar o salário de contribuição para fins de cálculo do salário de benefício
de qualquer aposentadoria (art. 31 da Lei nº 8.213/91 – redação dada pela
Lei nº 9.528/97).

2.1.7
2.1.7 - Observância aos tetos mínimos para pagamento de auxílio
auxílio--acidente
(espécie 94) e auxílio-
auxílio-suplementar (espécie 95)

Registrar-se que quando da concessão dos benefícios de auxílio-


acidente e auxílio-suplementar que restaram fixados em percentual
incidente sobre um salário mínimo, tal paridade se perpetua no tempo,
sendo que os reajustamentos futuros a partir da concessão sempre
observarão determinado percentual do salário mínimo.

Atualmente, essa previsão encontra-se também disciplinada no


Manual do Acidente de Trabalho (OI/INSS/DIRBEN nº 43, de 26/10/2000), que
determina que as rendas não serão inferiores a seus respectivos percentuais
incidentes sobre o salário mínimo, nem superiores ao limite máximo, razão
pela qual, se pode concluir que ao longo do tempo, após aplicação de
inúmeros índices de reajustamento, haverá um patamar mínimo que
sempre deverá ser observado.

74
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

A conclusão lógica deste procedimento, é que se determinado


benefício, após sofrer incidência de índices de reajustamento legais (sem
qualquer atrelamento aos índices da majoração do salário mínimo), e se
constado que tal valor não atinge o percentual mínimo do auxílio acidente
(atualmente cinquenta por cento) em relação ao salário mínimo, então o
percentual será sempre mantido com a respectiva paridade com o valor do
salário mínimo. Em síntese: Atualmente a renda mensal do auxílio-acidente
não será inferior a 50% (cinquenta por cento) do salário-mínimo.

2.2 - Acidente do Trabalho - Área Rural

A Lei nº 6.195 de 19/12/74 atribuiu ao FUNRURAL (Fundo de


Assistência ao Trabalhador Rural) à concessão de prestação por Acidente do
Trabalho.

As Espécies por Acidente do Trabalho Rural, todas no percentual


de 75% (setenta e cinco por cento) do Salário Mínimo, são:

Espécie Benefício
02 Pensão por Morte por Acidente do Trabalho do
Trabalhador Rural
05 Aposentadoria por Invalidez por Acidente do
Trabalho do Trabalhador Rural
10 Auxílio-Doença por Acidente do Trabalho do
Trabalhador Rural

A redação original do § 5º, do art. 201, da CF/88 era do seguinte


teor: “nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o
rendimento do trabalho do segurado terá valor inferior ao salário mínimo”.
2.3 - Benefícios Rurais

Legislação aplicável aos benefícios rurais:

75
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

• Leis Complementares nº 11/71 e 16/73;


• Leis nº 6.179/74, 6.260/75, 8.212/91, 8.213/91.
• Regulamentos - Decretos nº 83.080/79, 83.081/79, 611/92,
612/92, 2.172/97 e 3.048/99;
• CLPS’s - Decretos nº 77.077/76 e 89.312/84.

2.3.1 - Trabalhador Rural

2.3.1.1
2.3.1.1 - Lei Complementar nº 11/71

Com o advento da Lei Complementar nº 11, de 25.05.71, foi


instituído o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural – PRORURAL.

De acordo com essa LC, trabalhador rural é: “a pessoa física que


presta serviço de natureza rural a empregador, mediante remuneração de
qualquer espécie, bem como o produtor, proprietário ou não, que, sem
empregado, trabalhe na atividade rural, individualmente ou em regime de
economia familiar, assim entendido o trabalho dos membros da família
indispensável à própria subsistência e exercido em condições de mútua
dependência e colaboração”.

Para fins de comprovação da condição de trabalhador rural era


exigido o exercício da atividade rural nos 03 (três) anos anteriores ao
requerimento, mesmo que de forma descontínua.

Foram instituídos os benefícios que amparavam o trabalhador


rural e sua família:

a) Aposentadoria Por Velhice (65 anos);


b) Aposentadoria Por Invalidez e,
c) Pensão.

O valor da aposentadoria correspondia a de 50% (cinqüenta por


cento) do salário mínimo e o da pensão 30% (trinta por cento).

76
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

2.3.1.2 - Lei Complementar nº 16/73

A Lei Complementar nº. 16, de 30.10.73, instituiu o benefício de


auxílio-funeral para a família do trabalhador rural e majorou o valor da
pensão para 50% (cinqüenta por cento) do salário mínimo.

Com a promulgação da CF/88 os benefícios rurais foram


majorados para 01 (um) salário mínimo, regulamentados na via
administrativa através da Portaria Ministerial nº 714, de 10/12/93, alterada
pela Portaria Ministerial nº 813 de 18/01/94, com o pagamento das
diferenças do período de 06/10/88 a 04/04/91 em até 30 parcelas.

2.3.1.3 - Lei nº 8.213/91

Com a edição da Lei nº 8.213 o segurado especial passou a ter a


faculdade de verter contribuições para a Seguridade Social, neste caso, teria
o direito de receber o benefício em valor superior ao do salário mínimo. O
cálculo do valor do benefício para este segurado é o mesmo para os demais
trabalhadores urbanos, conforme abordado no Capítulo I, subitem 1.3.1.

2.3.2 - Empregador (Empresário)


(Empresário) Rural

2.3.2.1 - Lei nº 6.260/75

Com o advento da Lei nº 6.260, de 06.11.75, foram instituídos os


benefícios do Empregador Rural e seus dependentes.

O conceito de Empregador Rural, para efeitos da citada lei, está


disciplinado em seu artigo 2º, nestes termos:

Art. 2º Considera-se empregador rural a pessoa física, proprietária ou não,


que, em estabelecimento rural ou prédio rústico e com o concurso de
empregados utilizados a qualquer título, ainda que eventualmente, explore
em caráter permanente, diretamente ou através de prepostos, atividade
agroeconômica, assim entendida a atividade agrícola, pastoril, hortigranjeira
ou a indústria rural, bem como a extração de produtos primários, vegetais ou

77
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

animais, compreendendo:
a) a pessoa física que, tendo ou não empregado, empreende, a qualquer
título, atividade econômica rural;
b) quem, proprietário ou não, mesmo sem empregado contratado
formalmente, mas utilizando trabalho de terceiros, explore, em regime de
economia familiar, imóvel rural que lhe absorva toda a força do trabalho e lhe
garanta subsistência e progresso social e econômico em área igual ou
superior à dimensão do módulo rural da respectiva região;
c) quem, proprietário de mais de um imóvel rural, desde que a soma de suas
áreas seja igual ou superior à dimensão do módulo rural da respectiva região.
(Lei nº 6260/75) ou a pessoa física e o titular de firma individual rural,
proprietário ou não, que, em estabelecimento rural ou prédio rústico e com o
concurso de empregados utilizados a qualquer título, ainda que
eventualmente, explorava em caráter permanente, diretamente ou através
de prepostos a atividade agroeconômica, assim entendida a atividade
agrícola, pastoril, hortifrutigrangeira, a indústria rural e a extração de
produtos primários vegetais ou animais.”, conforme redação dada pelo artigo
nº 19 do Regulamento do Custeio da Previdência Social, aprovado pelo
Decreto nº. 83.081, de 24.01.79.

A filiação à Previdência Social era obrigatória para aquele que se


enquadrava nesse conceito, devendo, portanto, verter suas contribuições,
como segue:
a) até o ano base de 1981 - 12% de um décimo do valor da
produção rural do ano anterior, não podendo ser inferior a
12 (doze) nem superior a 120 (cento e vinte) salários
mínimos;
b) ano base 1982 a 1984 - 14,4% de um décimo do valor da
produção rural do ano anterior, não podendo ser inferior a
12 (doze) nem superior a 120 (cento e vinte) salários
mínimos e,
c) a partir do ano base 1985 - 1,44% do valor da produção,
não podendo esta ser inferior a 120 salários mínimos e
nem superior a 1.200 salários mínimos.

Os benefícios concedidos ao Empregador Rural e seus


dependentes eram:
Espécie Benefício
03 Pensão por Morte do Empregador Rural
06 Aposentadoria por Invalidez do Empregador Rural
08 Aposentadoria por Velhice do Empregador Rural

Os valores dos benefícios pecuniários eram os seguintes:

78
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

a) aposentadoria por velhice ou invalidez:


invalidez 90% (noventa por
cento) de 1/12 (um doze avos) da média dos 3 (três)
últimos valores sobre os quais tenha incidido a
contribuição anual do segurado, arredondando-se o
resultado para a unidade de cruzeiro imediatamente
superior e,
b) pensão:
pensão 70% (setenta por cento) do valor da
aposentadoria, com o mesmo arredondamento do item
anterior.

Os valores das contribuições anteriores aos 12 (doze) últimos


meses eram atualizados de acordo com coeficientes estabelecidos pelo
Ministério da Previdência e Assistência Social. (vide Tabela no ANEXO 1)

O valor mensal dos benefícios abaixo indicados não poderia ser


inferior aos seguintes percentuais em relação ao valor do maior salário
mínimo vigente no País:

a) 90% (noventa por cento) para as aposentadorias e,


b) 63% (sessenta e três por cento) para a pensão.

Com o advento da Lei nº 8.213/91 o Empregador Rural foi


equiparado ao empresário (contribuinte urbano), sujeito as mesmas regras
dos demais contribuintes individuais, conforme abordado no Capítulo I,
subitem 1.3.1.

2.4 - Benefícios Assistenciais

2.4.1 - Lei nº 6.179/74 (Renda Mensal Vitalícia e Amparo Previdenciário)

A Lei nº 6.179, de 11.12.1974, instituiu os benefícios de Renda


Mensal Vitalícia (espécies 40 e 30) e de Amparo Previdenciário (espécies 12
e 11) por idade e por invalidez para os ex-trabalhadores urbanos e rurais,
com mais de 70 anos ou inválidos, que atendessem as seguintes condições:

a) tenham sido filiados ao regime do INPS, em qualquer


época, por no mínimo por 12 (doze) meses,
79
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

consecutivos ou não, vindo a perder a qualidade de


segurado ou;
b) tenham exercido atividade remunerada atualmente
incluída no regime do INPS ou do FUNRURAL, mesmo
sem filiação à Previdência Social, no mínimo por 5
(cinco) anos, consecutivos ou não ou ainda,
c) tenham ingressado no regime do INPS após completar
60 (sessenta) anos de idade sem direito aos benefícios
regulamentares.

Referidos benefícios tinham seu valor fixado em 50% (cinqüenta


por cento) do salário mínimo, sem direito ao 13º salário, pensão por morte e
auxílio-funeral.

Com a edição da Constituição Federal de 1988, esses benefícios


passaram a ter valor correspondente a 1 (um) salário mínimo.

2.4.2 - Constituição Federal de 1988

O Amparo Assistencial ao idoso e a pessoa portadora de


deficiência está previsto no inciso V do art. 203 da Constituição da
República, estando inserido na Seção IV – ASSISTÊNCIA SOCIAL, que não
integra o campo da Previdência Social.

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,


independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
[...]
V - A garantia a um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a
lei.

O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de


que esse dispositivo não possuiu eficácia imediata, portanto, dependia de lei
para regulamentar sua aplicabilidade.

Até que fosse editada lei específica para sua regulamentação, a


lei 8.213/91, em seu art. 139, garantiu a concessão desse benefício, com a

80
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

denominação de Renda Mensal Vitalícia, que não integrava o elenco de


benefícios previdenciários.

A Renda Mensal Vitalícia era devida somente ao maior de 70


(setenta) anos de idade ou inválido, que preenchesse os requisitos do art.
139 da Lei 8.213/91.

O valor da RMV era de um salário-mínimo, com termo inicial na


data do requerimento.
Era vedada a percepção da RMV com qualquer outro benefício
do Regime Geral da Previdência Social, ou de qualquer outro regime.

O art. 139 da Lei 8.213/91 vigorou até a entrada em vigor da Lei


8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social), sendo que a RMV poderia ser
requerida até 31 de dezembro de 1995, na forma do parágrafo 2º, do art.
40, da Lei 8.742/93, acrescido pela Lei 9.711/98.

2.4.3 - Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) - Lei 8.742/93

A Lei 8.742, de 07 de dezembro de 1993, regulamentou o inciso


V do art. 203 da Constituição, e em seu art. 20 criou o Amparo Assistencial
no valor de um salário-mínimo, ao idoso, com 70 anos de idade, ou mais, e à
pessoa portadora de deficiência, incapacitada para a vida independente e
para o trabalho, que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família.

A Lei 9.720, de 20 de novembro de 1998, reduziu o requisito


etário para 67 (sessenta e sete) anos de idade para a percepção deste
benefício.

O Estatuto do Idoso, aprovado pela Lei 10.741, de 1 de outubro


de 2003, em seu art. 34, possibilita às pessoas com idade igual ou superior
a 65 anos a perceberem o benefício assistencial previsto na LOAS.

81
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Ressalte-se que os limites de idade são os mesmos para ambos


os sexos.

A LOAS define pessoa portadora de deficiência como aquela


incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, portanto, para a
concessão do benefício assistencial é exigida a comprovação concomitante
da incapacidade para a vida independente e para o trabalho.

Este beneficio não prevê o pagamento do 13º salário e será


extinto quando ocorrer o óbito do segurado.

O benefício assistencial concedido a pessoa portadora de


deficiência deverá ser revisto a cada 2 (dois) anos, para avaliação da
continuidade das condições que lhe deram origem.

3 - BENEFÍCIOS DE PRESTAÇÃO POR PRAZO DELIMITADO

3.1 - Salário Maternidade

A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, consignou em seu artigo


71 que o salário-maternidade é devido à segurada empregada, a
trabalhadora avulsa e a empregada doméstica durante 28 (vinte e oito) dias
antes e 92 (noventa e dois) dias depois do parto. Este artigo foi alterado
pela Lei nº 10.710, de 05/08/03, e passou a ter a seguinte redação:

Art. 71. O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social,


durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito)
dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as situações e
condições previstas na legislação no que concerne à proteção à maternidade.

O valor do salário-maternidade consistirá:

Art. 72. O salário-maternidade para a segurada empregada ou trabalhadora


avulsa consistirá numa renda mensal igual a sua remuneração integral.

82
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

§ 1º Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectiva


empregada gestante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no
art. 248 da Constituição Federal, quando do recolhimento das contribuições
incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço.
§ 2º A empresa deverá conservar durante 10 (dez) anos os comprovantes dos
pagamentos e os atestados correspondentes para exame pela fiscalização da
Previdência Social.
§ 3º O salário-maternidade devido à trabalhadora avulsa será pago
diretamente pela Previdência Social.

Art. 73. O salário-maternidade será pago diretamente pela Previdência Social


à empregada doméstica, em valor correspondente ao do seu último salário-
de-contribuição, e à segurada especial, no valor de 1 (um) salário mínimo,
observado o disposto no regulamento desta lei.

A carência exigida para a contribuinte individual e segurada


facultativa é de 10 contribuições mensais.

No caso da segurada especial por ocasião do parto, esta terá


direito ao beneficio, desde que comprove o exercício da atividade rural
mesmo que de forma descontinua nos últimos dez meses anteriores ao
requerimento do beneficio:

a) a segurada que tem empregos concomitantes ou


exerce atividades simultâneas tem direito a um salário-
maternidade para cada emprego/atividade;
b) se a segurada empregada tiver uma remuneração igual
ou superior ao limite máximo do salário de contribuição
e por isso não contribuir na condição de contribuinte
individual, o beneficio (salário maternidade) será devido
apenas na condição de segurada empregada;
c) a segurada aposentada que permanecer ou retornar a
atividade fará jus ao pagamento do salário
maternidade;
d) no caso de aborto não criminoso, será devido o salário
maternidade correspondente a duas semanas, por
determinação médica e,
e) quando a segurada estiver em gozo de auxílio-doença,
inclusive o decorrente de acidente de trabalho, terá o
benefício suspenso administrativamente enquanto
perdurar o salário-maternidade, devendo o benefício
por incapacidade ser restabelecido a contar do primeiro
dia seguinte ao término do período de 120 (cento e
vinte) dias, caso a DCB tenha sido fixada em data
posterior a este período.
83
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

O valor do beneficio é:

a) para segurada empregada: valor mensal igual à sua


remuneração integral, sem limite, ou em caso de
salário variável, igual à media dos 6 (seis) últimos
meses de trabalho, apurada conforme a lei salarial ou
dissídio da categoria (art. 393 da CLT);
b) para trabalhadora avulsa: valor mensal igual à sua
ultima remuneração equivalente a um mês de trabalho
não sujeito ao limite máximo no salário de contribuição;
c) para contribuinte individual e a segurada facultativa:
em 1/12 da soma dos 12 últimos salários de
contribuição apurados em um período não superior a 15
meses, sujeito ao limite máximo do salário de
contribuição;
d) para empregada doméstica: o beneficio tem valor
mensal igual ao do seu último salário de contribuição,
observado o limite mínimo e máximo e,
e) em se tratando da segurada especial o valor do salário
maternidade é de um salário mínimo mensal.

84
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

CAPÍTULO III

REAJUSTES (DEVIDO E RECEBIDO)

1 - REAJUSTES

1.1 - Período de maio de 1958 a maio de 1979

O primeiro reajuste utilizado pela Previdência Social tem como


marco a Lei nº 3.593, de 27 de julho de 1959, com vigência retroativa a 13
de maio de 1958, estabelecendo reajustes bienais a partir de julho de 1960,
sempre que o salário de contribuição fosse reajustado acima de 15%,
conforme se vê abaixo:

Art. 1º Os valores das aposentadorias e pensões dos institutos e da Caixa de


aposentadoria e Pensões, bem como os dos benefícios de manutenção de
salários do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos e do Instituto
de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas, serão
reajustados, a partir de 13 de maio de 1958, sempre que se verificar , na
forma do § 1º deste artigo, que os índices dos salários de contribuição dos
segurados ativos ultrapassem em mais de 15% (quinze por cento) os do ano
em que tenha sido realizado o último reajustamento desses benefícios.
§ 1º O Ministério do Trabalho Indústria e Comércio procederá, de dois em dois
anos, à apuração dos índices referidos neste artigo e promoverá, quando for
o caso, as medidas necessárias á concessão do reajustamento.
§ 2º O reajustamento consistirá em acréscimo determinado de conformidade
com os índices, levando-se em conta o tempo de duração do benefício,
contado a partir do último reajustamento ou da data da concessão, quando
posterior.
§ 3º Para o fim do reajustamento, as aposentadorias e pensões serão
consideradas sem as majorações decorrentes de lei especial ou da elevação
dos níveis de salário-mínimo, prevalecendo porém, os valores desses
benefícios assim majorados sempre que sejam mais elevados que os
resultantes do reajustamento efetuado de acordo com esta lei.
§ 4º Nenhum benefício reajustado poderá em seu valor mensal resultar maior
do que 2 (duas) vezes nos Institutos, e 7 (sete) vezes, na Caixa de
Aposentadoria e Pensões, o salário-mínimo mensal regional do adulto de
valor mais elevado vigente na data do reajustamento.

Art. 2º No primeiro reajustamento a ser efetuado nos termos desta lei,


considerar-se-ão os índices de salário de contribuição dos segurados ativos à
data da vigência da Lei nº 3.385-A, de 13 de maio de 1958, à qual retroagirá
o pagamento das prestações reajustadas.

85
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

A legislação não fazia referência ao indexador utilizado para a


composição do índice de reajuste.

Com o advento do Decreto-Lei nº 66, de 21 de novembro de


1966, a vigência do reajuste passou a ser de 60 (sessenta) dias após o
termino do mês da entrada em vigor do novo salário mínimo, sendo o índice
utilizado o mesmo da política salarial, estabelecida pelo Decreto-Lei nº 15,
de 29 de julho de 1966.

Em 09 de abril de 1968, o Ministério do Trabalho e Previdência


Social passou a emitir Portarias do Serviço Atuarial para fixar os índices de
reajustamento os benefícios.

A Lei nº 5.890, de 08 de junho de 1973, alterou a Lei Orgânica


da Previdência Social - LOPS, de forma que o reajuste passou a ser devido a
partir da data em que entrasse em vigor o novo salário mínimo.

Em dezembro de 1974 os benefícios em manutenção até junho


de 1974 receberam abono de emergência de 10%, conforme Lei nº 6.188,
de 11 de dezembro de 1974, e Decreto nº 75.679 de 29 de abril de 1975. A
renda reajustada não foi utilizada nos reajustes futuros.

O reajuste de maio de 1975 teve como base a renda mensal


percebida em novembro de 1974, conforme Decreto nº 75.678, de 29 de
abril de 1975, e PT – CSA nº 04, de 07 de maio de 1975.

1.2 - Período de novembro de 1979 a novembro de 1984

A Lei nº 6.708, de 30 de outubro de 1979, alterou a política


salarial determinando reajustes semestrais com base em faixas salariais e o
indexador estabelecido foi o INPC, conforme transcrito:

86
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Art. 1º O valor monetário dos salários será corrigido, semestralmente, de


acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, variando o fator de
aplicação na forma desta Lei.

Art. 2º A correção efetuar-se-á segundo a diversidade das faixas salariais e


cumulativamente, observados os seguintes critérios:
I - até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo, multiplicando-se o
salário ajustado por um fator correspondente a 1.1 da variação semestral do
Índice Nacional de Preços ao Consumidor;
II - de 3 (três) a 10 (dez) salários mínimos aplicar-se-á, até o limite do inciso
anterior, a regra nele contida e, no que exceder, o fator 0.8.
III - acima de 10 (dez) salários mínimos aplicar-se-á as regras dos incisos
anteriores até os respectivos limites e, no que exceder, o fator 1.00;
§ 1º Para os fins deste artigo, o Poder Executivo publicará, mensalmente, a
variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, ocorrida nos 6 (seis)
meses anteriores.
§ 2º O Poder Executivo colocará à disposição da Justiça do Trabalho e das
Entidades Sindicais os elementos básicos utilizados para a fixação do Índice
Nacional de Preços ao Consumidor.

Art. 3º A correção dos valores monetários dos salários, na forma do artigo


anterior, independerá de negociação coletiva e poderá ser reclamada,
individualmente, pelos empregados.
§ 1º Para a correção a ser feita no mês, será utilizada a variação a que se
refere o § 1º do artigo 2º, publicada no mês anterior.

1.3 - Período de maio a novembro de 1985

A partir de maio de 1985 o reajuste continuou a ter por base a


variação do INPC, porém, abandonando os reajustamentos escalonados por
faixas salariais (PT/GM nº 3.504, de 14 de maior de 1985, e PT/GM nº 3.599,
de 20 de novembro de 1985), observando-se apenas a data do inicio do
beneficio.

1.4 - Período de março de 1986 a março de 1989

O Decreto-Lei nº 2.284, de 10 de março de 1986, alterou o


padrão monetário e a política salarial, instituindo o gatilho. Assim, sempre
que a variação acumulada do IPC atingisse o patamar de 20%, os benefícios
em manutenção eram reajustados a título de antecipação. Os índices
divulgados eram para conversão da moeda, conforme estabelecido:

Art. 17. Em 1º de março de 1986 o salário mínimo passa a valer CZ$ 804,00
(oitocentos e quatro cruzados), incluído o abono supletivo de que trata este
Decreto-lei e restabelecido o reajuste anual para 1º de março de 1987.
ressalvado o direito assegurado no artigo 21.

87
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Art. 18. São convertidos em cruzados, em 1º de março de 1986, pela forma


do artigo 19 e seu parágrafo único, os vencimentos, soldos e demais
remunerações dos servidores públicos, bem assim os proventos de
aposentadorias e as pensões.

Art. 19. Todos os salários e remunerações serão convertidos em cruzados em


1º de março de 1986, pelo valor médio da remuneração real dos últimos seis
meses segundo a fórmula do Anexo II, utilizando-se a tabela do Anexo III
(Fatores de Atualização).
Parágrafo único. Sobre a remuneração real resultante em cruzados será
concedido abono de 8% (oito por cento).

Art. 20. Fica estabelecida a anualidade para os reajustes, pelo IPC, dos
salários, vencimentos, soldos, pensões, proventos de aposentadoria e
remuneração em geral, ressalvados os reajustes extraordinários instituídos
no artigo subseqüente e mantidas as atuais datas-base.
Parágrafo único. O reajuste salarial na data-base será obrigatório até 60%
(sessenta por cento) da variação acumulada do IPC, assegurada a negociação
dos restantes 40% (quarenta por cento).

Art. 21. Os salários, vencimentos, soldos, pensões, proventos de


aposentadoria e remunerações serão reajustados automaticamente pela
variação acumulada do IPC, toda vez que tal acumulação atingir 20% (vinte
por cento) a partir da data da primeira negociação, dissídio ou data-base de
reajuste. O reajuste automático será considerado antecipação salarial.

ANEXO II - CÁLCULO DO SALÁRIO EM CRUZADOS REFERENTES CONTRATOS


VIGENTES EM SETEMBRO DE 1985

O salário médio real, considerados adiantamentos, abonos, antecipações ou


outros benefícios afins e excluídos do cômputo o 13º salário e outros salários
adicionais, nos contratos individuais de trabalho, vigentes em setembro de
1985, será calculado pela multiplicação de seu valor em cruzeiros,
considerados os seis meses anteriores a março de 1986, pelos fatores de
atualização, constantes da Tabela do Anexo III, correspondentes a cada um
deles. Os valores resultantes desse cálculo serão somados e o total dividido
por seis. O valor dessa média aritmética converter-se-á em cruzados,
observada a relação paritária fixada no artigo 1º, § 1º (Cr$ 1.000/CZ$ 1,00).
Aos empregados cujos empregadores adotem quadro de pessoal organizado
em carreira e aos servidores públicos, em qualquer data admitidos, a mesma
fórmula será aplicada, tendo por base os salários recebidos nos últimos seis
meses anteriores a março de 1986, pelos ocupantes de idênticos cargos ou
funções.

ANEXO III - TABELA DE FATORES DE ATUALIZAÇÃO

1985 Março 3,1492


1985 Abril 2,8945
1985 Maio 2,7112
1985 Junho 2,5171
1985 Julho 2,3036
1985 Agosto 2,0549
1985 Setembro 1,8351
1985 Outubro 1,6743

88
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

1985 Novembro 1,5068


1985 Dezembro 1,3292
1986 Janeiro 1,1436
1986 Fevereiro 1,0000

A Lei nº 6.704, de 26 de maio de 1987, alterou o Piso da


Previdência Social Urbana (PPSU) para 95% do salário mínimo e efetuou a
revisão para enquadramento das faixas salariais, considerando o novo
salário mínimo.

Em setembro de 1987, os reajustes passaram a ter como base a


Unidade de Referência de Preços (URP), conforme estabelecido no Decreto-
Lei nº 2.335, de 12 de junho de 1987:

Art. 3º Fica instituída a Unidade de Referência de Preços (URP) para fins de


reajustes de preços e salários.
§ 1º A URP, de que trata este artigo, determinada pela média mensal da
variação do IPC ocorrida no trimestre imediatamente anterior, será aplicada a
cada mês do trimestre subseqüente.
§ 2º Para efeito de cálculos futuros, a URP terá valor igual a 100 (cem) no dia
15 de junho de 1987 e permanecerá inalterada enquanto durar o
congelamento.

Art. 4º Iniciada a fase de flexibilização de preços observar-se-ão as seguintes


regras:
I - O valor da URP será sempre corrigido a zero hora do primeiro dia de cada
mês;
II - nos primeiros três meses, a variação percentual da URP, em cada mês,
será igual à variação percentual mensal média do Índice de Preços ao
Consumidor - IPC ocorrida durante o congelamento de preços;
III - para fins do cálculo de que trata o inciso anterior, o primeiro mês de
congelamento será o de julho;
IV - nos trimestres que se seguirem ao referido no inciso II, a variação
percentual da URP, em cada mês, será fixa dentro do trimestre e igual à
variação percentual média do Índice de Preços ao Consumidor - IPC no
trimestre imediatamente anterior.

Em fevereiro de 1989, os valores dos benefícios em manutenção


foram convertidos para cruzados novos conforme estabelecido na MP nº 032
de 15 de janeiro de 1989:

Art. 5º Os salários, vencimentos, soldos, proventos, aposentadorias, e demais


remunerações de assalariados, bem como pensões relativos ao mês de
fevereiro de 1989, se inferiores ao respectivo valor médio real de 1988,
calculado de acordo com o Anexo I, serão para este valor aumentados.

89
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

§ 1º Os estipêndios que forem superiores ao valor médio serão mantidas nos


níveis atuais.
§ 2º Não serão considerados no cálculo do valor médio real:
a) o décimo-terceiro salário ou gratificação equivalente;
b) as parcelas de natureza não habitual;
c) as parcelas percentuais incidentes sobre os estipêndios referidos neste
artigo.
§ 2º As parcelas referidas na alínea "c" do parágrafo anterior serão aplicadas
após a apuração do valor médio real do salário.
§ 3º Em caso de pensões distribuídas entre vários beneficiários, considerar-
se-á a totalidade da pensão.

Art. 6º Os salários, vencimentos, soldos, aposentadorias, proventos, e demais


remunerações dos empregados admitidos, após janeiro de 1988, terão o
reajuste a que se refere o artigo anterior calculado mediante a aplicação de
critérios que preservem a isonomia salarial.

1.5 - Abril de 1989

Em abril de 1989, todos os benefícios em manutenção em 05 de


outubro de 1988 foram revistos para atender o estabelecido no art. 58 do
ADCT. A revisão teve como objetivo restabelecer o poder aquisitivo expresso
em número de salários mínimos que tinham na data da concessão. A
equivalência salarial foi paga até dezembro de 1991, quando entrou em
vigor o Decreto nº 357/91.

Os benefícios concedidos entre 06 de outubro de 1988 e 04 de


abril de 1991 foram reajustados pelos índices da política salarial (art. 15 da
Lei nº 7.787/89), até agosto de 1991.

1.6 - Período de setembro de 1991 a dezembro de 1992

Em setembro de 1991, os benefícios passaram a ser reajustados


pelo INPC, conforme estabelecido na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991:

Art. 41. O reajustamento dos valores de benefícios obedecerá às seguintes


normas:
I - é assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em
caráter permanente, o valor real da data de sua concessão;
II - Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados, de acordo
com as respectivas datas de início, com base na variação integral no INPC,

90
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

calculado pelo IBGE, nas mesmas épocas em que o salário mínimo for
alterado, pelo índice da cesta básica ou substituto eventual.
§ 1º O disposto no inciso II poderá ser alterado por ocasião da revisão da
política salarial.
§ 2º Na hipótese de se constatar perda de poder aquisitivo com a aplicação
do disposto neste artigo, o Conselho Nacional de Seguridade Social poderá
propor um reajuste extraordinário para recompor esse valor, sendo feita igual
recomposição das faixas e limites fixados para os salários-de-contribuição.
§ 3º Nenhum benefício reajustado poderá exceder o limite máximo do salário-
de-benefício na data do reajustamento, respeitados os direitos adquiridos.
§ 4º Os benefícios devem ser pagos até o 10° (décimo) dia útil do mês
seguinte ao de sua competência, podendo o CNPS reduzir o prazo.
§ 5º O primeiro pagamento de renda mensal do benefício será efetuado até
45 (quarenta e cinco) dias após a data da apresentação, pelo segurado, da
documentação necessária à sua concessão.
§ 6º O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por
responsabilidade da Previdência Social, será atualizado de acordo com a
variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, verificando no
período compreendido entre o mês em que deveria ter sido pago e o mês do
efetivo pagamento.

1.6.1 - Junho de 1992 (benefícios concedidos entre 06/10/88 e 04/04/91)

Em razão do disposto no artigo 144 da Lei nº 8.213/91, os


benefícios concedidos entre 06/10/88 e 04/04/91 tiveram suas RMI’s
recalculadas (vide item 2.2.1 do Capítulo I) e reajustadas pela OS INSS
DISES nº 121/92. Dessa forma, o INPC substituiu os índices de reajustes da
política salarial originariamente aplicados, exceto em 09/1991 devido ao
reajuste de 147,06% (vide itens 4 e 5 deste Capítulo).

1.7 - Reajustes a partir de janeiro de 1993

A partir de janeiro de 1993, os benefícios passaram a ser


reajustados pela variação do IRSM, conforme estabelecido na Lei nº 8.542,
de 23 de dezembro de 1992:

Art. 9º A partir de maio de 1993, inclusive, os benefícios de prestação


continuada da Previdência Social terão reajuste quadrimestral pela variação
acumulada do IRSM, sempre nos meses de janeiro, maio e setembro.
§ 1º Os benefícios com data de início posterior a 31 de janeiro de 1993 terão
seu primeiro reajuste calculado pela variação acumulado do IRSM entre o
mês de início, inclusive, e o mês imediatamente anterior ao do referido
reajuste.

91
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

§ 2º A partir da referência janeiro de 1993, o IRSM substitui o INPC para todos


os fins previstos nas Leis nº. 8.212, e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991.

Art. 10. A partir de 1º de março de 1993, inclusive, serão concedidas aos


benefícios de prestação continuada da Previdência Social, nos meses de
março, julho e novembro, antecipações a serem por ocasião do reajuste de
que trata o artigo anterior.
§ 1º As antecipações de que trata este artigo serão fixadas em portaria
conjunta pelos Ministros de Estado da Fazenda, da Previdência Social, e da
Secretaria de Planejamento e Coordenação da Presidência da República, em
percentual não inferior a sessenta por cento da variação acumulada do IRSM
no bimestre anterior.
§ 2º O percentual fixado nos termos do parágrafo anterior aplica-se a todos os
valores expressos em cruzeiros nas Leis nº. 8.212 e 8.213, ambas de 24 de
julho de 1991, e suas modificações posteriores.

1.7.1 - FAS setembro de 1993

Em setembro de 1993, a política salarial foi novamente alterada


através da Lei nº 8.700, de 28 de agosto de 1993, estendendo o Fator de
Atualização Salarial (FAS) também nos reajustamentos dos benefícios. Havia
uma antecipação no reajuste do benefício sempre que a variação do IRSM
excedesse a 10%:

Art. 9º Os benefícios de prestação continuada da Previdência Social serão


reajustados nos seguintes termos:
I - no mês de setembro de 1993, pela variação acumulada do IRSM do
quadrimestre anterior, deduzidas as antecipações concedidas nos termos
desta Lei;
II - nos meses de janeiro, maio e setembro, pela aplicação do FAS, a partir de
janeiro de 1994, deduzidas as antecipações concedidas nos termos desta Lei.
§ 1º São asseguradas ainda aos benefícios de prestação continuada da
Previdência Social, a partir de agosto de 1993, inclusive, antecipações em
percentual correspondente à parte da variação do IRSM que exceder a 10%
(dez por cento) no mês anterior ao de sua concessão, nos meses de fevereiro,
março, abril, junho, julho, agosto, outubro, novembro e dezembro.
§ 2º Para os benefícios com data de início nos meses de fevereiro, março,
abril, junho, julho, agosto, outubro, novembro e dezembro, o primeiro
reajuste subseqüente à data de início corresponderá à variação acumulada
do IRSM entre o mês de início e o mês anterior ao do reajuste, deduzidas as
antecipações de que trata o parágrafo anterior.
§ 3º A partir da referência de janeiro de 1993, o IRSM substitui o INPC para
todos os fins previstos nas Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de
1991.

1.7.2 - URV - março 1994

92
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

O disposto no artigo 20 da Lei nº 8.880/94 (Plano Real) ditou as


regras de conversão dos salários e benefícios com base na média aritmética
simples dos últimos quatro salários:

Art. 20. Os benefícios mantidos pela Previdência Social são convertidos em


URV em 1º de março de 1994, observado o seguinte:
I - dividindo-se o valor nominal, vigente nos meses de novembro e dezembro
de 1993 e janeiro e fevereiro de 1994, pelo valor em Cruzeiros Reais do
equivalente em URV do último dia desses meses, respectivamente, de acordo
com o Anexo I desta Lei; e
II - extraindo-se a média aritmética dos valores resultantes do inciso anterior

1.7.3 - IPC-
IPC-r maio 1995

Em maio de 1995, o indexador oficial de reajustamento de


benefício era o IPC-r calculado pelo IBGE, conforme previsto na Lei nº
8.880/94:

Art. 29 [...]
§ 3º O salário mínimo, os benefícios mantidos pela Previdência Social e os
valores expressos em cruzeiros nas Lei nºs 8.212 e 8.213, ambas de 1991,
serão reajustados, obrigatoriamente no mês de maio de 1995, em percentual
correspondente à variação acumulada do IPC-r entre o mês da primeira
emissão do Real, inclusive, e o mês de abril de 1995, ressalvado o disposto
no § 6º.
§ 6º No prazo de trinta dias da publicação desta lei, o Poder Executivo
encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei dispondo sobre a elevação
do valor real do salário mínimo, de forma sustentável pela economia, bem
assim sobre as medidas necessárias ao financiamento não inflacionário dos
efeitos da referida elevação sobre as contas públicas, especialmente sobre a
Previdência Social.

Foi com base na Lei acima que, em maio/95, o INSS concedeu o


reajuste de 29,5471%, que representava a inflação medida pelo IPC-r no
período de 07/1994 a 04/1995, mais o ganho real de 10,2743%,
representando a variação do salário mínimo de R$ 70,00 para R$ 100,00.
1.7.4 - IGP-
IGP-DI maio 1996

Em maio de 1996, o índice de reajustamento teve por base o


IGP-DI calculado pela Fundação Getúlio Vargas, estipulado pela Lei nº
9.711/98, que assim dispôs:

Art. 7º Os benefícios mantidos pela Previdência Social serão reajustados, em


1º de maio de 1996, pela variação acumulada do Índice Geral de Preços -

93
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Disponibilidade Interna - IGP-DI, apurado pela Fundação Getúlio Vargas, nos


doze meses imediatamente anteriores”

Art. 9º A título de aumento real, na data de vigência das disposições


constantes do art. 21, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação
vigente em 30 de abril de 1996, os benefícios mantidos pela Previdência
Social serão majorados de forma a totalizar quinze por cento, sobre os
valores vigentes em 30 de abril de 1996, incluído nesse percentual o reajuste
de que trata o art. 7º.

1.7.5 - Índices das Leis nº 9.711/98 e 8.213/91

A Lei nº 9.711/98 definiu os índices de reajustamentos para os


anos de 1997 e 1998:

Art. 12. Os benefícios mantidos pela Previdência Social serão reajustados, em


1º de junho de 1997, em sete vírgula setenta e seis por cento.

Art. 15. Os benefícios mantidos pela Previdência Social serão reajustados, em


1º de junho de 1998, em quatro vírgula oitenta e um por cento.

Da mesma forma, a Lei nº 8.213/91, e suas atualizações,


preservou o critério de reajustamento com índices definidos em
regulamento, na forma do artigo 41:

Art. 41. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados, a partir


de 1º de junho de 2001, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de
início ou do seu último reajustamento, com base em percentual definido em
regulamento, observados os seguintes critérios:
I - preservação do valor real do benefício;
II [...]
III - atualização anual;
IV - variação de preços de produtos necessários e relevantes para a aferição
da manutenção do valor de compra dos benefícios.

Após a revogação do art. 41 e inclusão do artigo 41-A na Lei nº


8.213/91 pela Lei nº 11.430, de 29 de dezembro de 2006, foi instituído o
INPC como índice de reajustamento:

Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será reajustado,


anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de
acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com
base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

2 - SÚMULA - 260, DO EXTINTO TFR

94
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

O texto da Súmula nº 260 do ex-TFR (Tribunal Federal de


Recursos) é do seguinte teor:

No primeiro reajuste do benefício previdenciário deve-se aplicar o índice


integral do aumento verificado, independentemente do mês da concessão,
considerado, nos reajustes subseqüentes, o salário-mínimo então atualizado.

Esta Súmula aborda dois aspectos no reajustamento dos


benefícios, quais sejam:

1ª parte - enfoca a proporcionalidade no primeiro reajuste.

A Súmula foi editada para modificar a sistemática de reajustes


praticados pelo Instituto, que ao proceder ao primeiro reajuste do benefício
aplicava índice proporcional ao tempo de benefício. Desta forma, quanto
mais próxima fosse a DIB do mês de reajuste, menor o índice aplicado no
primeiro reajustamento da RMI (ou AP Base se pensão). Através desta
Súmula o Poder Judiciário decidiu, pacificando a questão, que no primeiro
reajuste do benefício o índice deveria ser integral e não proporcional,
independentemente do mês de início – DIB.

Os critérios da primeira parte da referida Súmula tiveram


eficácia e aplicabilidade aos benefícios concedidos a partir da edição da Lei
nº 3.807/60 – Lei Orgânica de Previdência Social – LOPS, até março/89,
quando passou a vigir norma constante do artigo 58 dos Atos das
Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT/CF.
2ª parte - trata do enquadramento da renda mensal dos
benefícios nas faixas salariais no período compreendido entre
11/78 e 04/84.

As faixas salariais foram criadas pela Lei nº 6.708/79 e limitadas


para fins de reajustamento, da seguinte forma:

a) até 03 SM - aplicação de índice equivalente a 110% da


variação do INPC no semestre;

95
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

b) maior que 3 SM até 10 SM - aplicação de índice


equivalente a 100% da variação do INPC no semestre;
c) Maior que 10 SM - aplicação de índice equivalente a 80%
da variação do INPC no semestre.

Oportuno esclarecer que embora o Instituto tenha enquadrado a


RM dos benefícios em faixas salariais (conforme Lei nº 6.708/79) e pago de
acordo com estas, adotou como limite de cada faixa o salário mínimo do
semestre anterior. Esta distorção foi corrigida, em parte, pela Lei nº
7.604/87, que reenquadrou os benefícios e desta vez considerando o SM
atualizado, mas não previu pagamento de diferenças pretéritas a 04/87.

A segunda parte da Súmula teve por escopo incluir o período


não contemplado pela Lei nº 7.604/87, retroagindo o efeito financeiro do
reenquadramento em faixas salariais a partir de 11/79, ou na data da DIB,
se posterior.

A primeira parte da Súmula nº 260 do ex-TFR só teve eficácia


até 31/03/89, posto que a partir de 01/04/89 os benefícios passaram a ser
pagos em quantidade de salários mínimos (art. 58 do ADCT-CF), ou seja,
quando entrou em vigor a equivalência salarial que é a correlação do valor
do benefício (RMI) com o número de salários mínimos que tinha na data da
concessão (DIB).

Já o disposto na segunda parte da referida Súmula só teve


eficácia até 31/03/87, uma vez que a partir de 01/04/87 os benefícios foram
reenquadrados e pagos de acordo com o estabelecido na Lei nº 7.604/87.

Essa matéria já está sumulada no verbete nº 21 do TRF da 1ª


Região, que assim dispõe:

O critério de revisão previsto na Súmula nº 260,260 do Tribunal Federal de


Recursos, diverso do estabelecido no art. 58, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal de 1988, e aplicável
somente aos benefícios previdenciários concedidos até 04.10.1988, perdeu
eficácia em 05.04.1989.
05.04.1989 (sem destaques no original)

96
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

É importante frisar que a Súmula nº 260 do ex-TFR não autoriza


a vinculação do valor dos benefícios em número de salário mínimo.

O salário mínimo mencionado na Súmula nº 260 do ex-TFR serve


apenas para definir como deveriam ser construídas as faixas salariais de
reajuste, nos termos da Lei 6.708/79, e cuja aplicação tem seu termo final
em 31.03.1989.

O Superior Tribunal de Justiça unificou seu entendimento sobre a


questão, em sede de Embargos de Divergência, no REsp 191709/RJ, nestes
termos:

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. DISSÍDIO DEMONSTRADO. SÚMULA 260 DO


EXTINTO TFR. INTERPRETAÇÃO. PERÍODO DE APLICAÇÃO. NÃO INCIDE SOBRE
OS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS APÓS A CONSTITUIÇÃO.

- A Súmula 260/TFR somente é aplicados benefícios concedidos antes da


Constituição de 1988, entretanto, tal Súmula não vincula o valor do benefício
benefício ao
salário mínimo, ou seja, a Súmula 260 não é sinônimo de equivalência salarial.
salarial
- É inaplicável a Súmula 260/TFR aos benefícios concedidos após a Constituição
de 1988, pois, a partir de então é de ser obedecido o critério estabelecido na
legislação previdenciária vigente.
- O critério de equivalência ao salário mínimo estampado no artigo 58 do ADCT
se aplica somente aos benefícios em manutenção em outubro de 1988, e
apenas entre abril de 1989 (04/89 - sétimo mês a contar da promulgação) e
dezembro de de 1991 (regulamentação dos planos de custeio e benefícios).
- Segundo a tese construída pelo Supremo Tribunal Federal, o art. 202, caput
da CF, não consubstancia uma norma de eficácia plena e aplicação imediata,
condicionada à norma regulamentadora.
- Embargos recebidos e acolhidos.
(STJ, 3ª Seção, EREsp 191709/RJ, rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, DJ
06/09/1999, P. 00050). (grifamos
grifamos)
grifamos

3 - ARTIGO 58, DO ADCT - CF/88

Em obediência ao Art. 58 do ADCT/CF, os benefícios de


prestação continuada, mantidos pela previdência social na data da
promulgação da Constituição, tiveram seus valores revistos, a fim de que
seja restabelecido o poder aquisitivo, expresso em número de salários
mínimos, que tinham na data de sua concessão, obedecendo-se esse critério

97
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

de atualização até a implantação do plano de custeio e benefícios referidos


no artigo seguinte.
Parágrafo único – As prestações mensais dos benefícios atualizados de acordo
com este artigo serão devidas e pagas a partir do sétimo mês a contar da
promulgação da Constituição”.

Da análise do dispositivo citado, infere-se que somente os


benefícios mantidos pela Previdência Social em 05.10.88, data da
promulgação da CF, deveriam ser revistos por esse critério e não os
concedidos posteriormente.

O Poder Judiciário pacificou essa questão, decidindo que o artigo


58 do ADCT/88 não se aplica aos benefícios concedidos após a promulgação
da Carta Magna de 88.

Esse critério de reajustamento pela equivalência salarial só foi


aplicado até a edição do plano de custeio e benefícios da previdência social,
que ocorreu em 07.12.91, com a entrada em vigor do Regulamento
aprovado pelo Decreto nº 357.

4 - REAJUSTE 147,06%

Em setembro de 1991 os benefícios previdenciários foram


reajustados em 54,60%, mais a incorporação do abono de 10,58%,
enquanto que o salário mínimo foi reajustado em 147,06%, passando de Cr$
17.000,00 para Cr$ 42.000,00. Foi o primeiro reajuste dos benefícios depois
da entrada em vigor da Lei nº 8.213/91, uma vez que desde março de 1991
os valores dos benefícios somente eram alterados mediante a concessão de
abonos.

Nessa ocasião, os benefícios concedidos até a data da


promulgação da Constituição de 1988 eram reajustados com os mesmos
índices aplicados ao salário mínimo.

98
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Porém, a Constituição de 1988 (art. 7, inciso IV) proibiu a


vinculação entre os reajustes dos benefícios e a variação do salário mínimo.

Assim, em sua redação original, a Lei nº 8.213/91 elegeu o INPC


como índice de reajustamento dos benefícios previdenciários. Já o salário
mínimo teve um reajustamento muito superior, o que acarretou o
inconformismo dos segurados.
Em razão dessa distorção de reajustamento diferenciado, os
segurados ingressaram em juízo postulando o mesmo reajuste de 147,06%.

O Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Mandado de


Segurança nº 1.233-DF, firmou entendimento no sentido de que o reajuste
de 147,06% era devido aos segurados por dois motivos: o primeiro,
primeiro porque a
implantação do plano de benefícios prevista no art. 58 do ADCT somente
ocorrera com a edição do regulamento aprovado pelo Decreto nº 357, de 07
de dezembro de 1991, e, por tal motivo, o reajuste de setembro de 1991 era
anterior ao termo final do art. 58, que perdeu sua eficácia somente em
dezembro de 1991, e não em julho de 1991 (Leis 8.213 e 8.212, de 24 de
julho de 1991); o segundo,
segundo porque o art. 19 da Lei nº 8.222, de 05 de
setembro de 1991, havia reajustado a tabela de salários-base dos salários
de contribuição em 147,06%:
MS 1233 / DF

PREVIDENCIARIO - REAJUSTE DE BENEFICIO - PROPORÇÃO AO SALARIO-MINIMO


- PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA. OS ATOS IMPUGNADOS SÃO ATOS
DO SENHOR MINISTRO DO TRABALHO E DA PREVIDENCIA SOCIAL, PORTANTO,
REJEITA-SE A PRELIMINAR. OS PLANOS DE CUSTEIO E BENEFICIOS SO FORAM
IMPLANTADOS A PARTIR
DE 09.12.91; ATE ESTA DATA PREVALECEU O CRITERIO ESTABELECIDO
PELO ART. 58 DO ADCT. O SALARIO DE CONTRIBUIÇÃO É REAJUSTADO NA
MESMA EPOCA E COM OS MESMOS INDICES DO REAJUSTAMENTO DOS
BENEFICIOS DE PRESTAÇÃO CONTINUADA DA PREVIDENCIA SOCIAL.
REAJUSTADOS OS SALARIOS DE CONTRIBUIÇÃO EM 147,06% PARA A
COMPETENCIA DE SETEMBRO DE 1991, TAL INDICE TEM, FORÇOSAMENTE, DE
SER APLICADO NO REAJUSTE DOS BENEFICIOS, DO MESMO MES E ANO. NÃO SE
JUSTIFICA O REAJUSTAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES E SÓ DE ALGUNS
BENEFICIOS COM INDICE DE 147,06 E OS DEMAIS COM 54,60%. ESTE
AUMENTO DIFERENCIADO VIOLA OS MANDAMENTOS CONSTITUCIONAIS E OS
ARTIGOS 28, PARAGRAFO 5º, DA LEI 8212/91 E ART. 134, DA LEI 8213/91.
SEGURANÇA CONCEDIDA PARA DETERMINAR O REAJUSTAMENTO DE 147,06%,
DOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA DOS APOSENTADOS REPRESENTADOS
PELO SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDUSTRIAS METALURGICAS,
MECANICAS E DE MATERIAL ELETRICO DE SÃO PAULO.

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ACÓRDÃO

POR MAIORIA, DEFERIR O MANDADO DE SEGURANÇA PARA DETERMINAR O


REAJUSTAMENTO DE 147,06, EM SUBSTITUIÇÃO AO INDICE DE 54,60,
MANTENDO-SE O CRITERIO ESTABELECIDO NO ART. 58 DO ATO DAS
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS ATE A DATA DO
REGULAMENTO.

Com esta decisão, os valores dos benefícios foram reajustados


em 147,06%, inclusive àqueles concedidos após 05.10.88, com DIB até
31.03.91. As diferenças foram pagas em doze parcelas mensais, entre
novembro de 1992 e outubro de 1993, conforme Portaria MPAS nº 302/92.

Importante ressaltar que os pagamentos administrativos foram


divididos em: Reajustamento dos benefícios nos Estados do Rio de Janeiro e
de São Paulo; e Reajustamento dos benefícios nos demais Estados.

4.1 - Forma de Reajustamento e Pagamento dos


dos Benefícios do Rio de Janeiro
e São Paulo

Em 09/91 os benefícios foram reajustados em 54,60%, sendo


que em 01/92, por decisão judicial, os beneficiários receberam uma
diferença percentual entre 54,60% e 147,06% relativo ao período de 09/91 a
12/91, inclusive sobre o abono anual/91. A diferença foi paga sem correção.

Em 01/92 os benefícios voltaram a receber o valor anterior


reajustado (RM de 09/91 com percentual de 54,60%) aplicando o percentual
de 119,8234% sobre a renda. Em 04/92 tiveram o reajustamento a partir de
09/91 no percentual de 79,96%, alterando o percentual de 54,60%,
entretanto, não foi paga a diferença do período de 01/92 a 03/92. Portanto,
no mês de abril tiveram a renda mensal de 03/92 reajustada no percentual
de 16,40%.

Em 05/92 os benefícios com DIB anterior a 01/92, tiveram


reajustamento no percentual de 130,3616%. Em 08/92 os benefícios com

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DIB anterior a 03/91, tiveram reajustamento no percentual de 147,06%


totalizando a diferença de 34,29% sobre o valor mensal de 07/92. Já em
09/92 os benefícios com DIB anterior a 05/92 tiveram reajustamento no
percentual de 124,7869%.

Em 11/92 foi paga a primeira parcela de doze, da diferença do


reajustamento de 147,06%, relativo ao período de 09/91 a 07/92, corrigidas
pelo INPC, conforme a seguir:

a) de 09/91 a 12/91, incluindo o abono anual, somente a


correção do valor já recebido em 01/92;
b) de 01/92 a 03/92, diferença entre o percentual de 54,60%
e 147,06%;
c) de 04/92 a 07/92, diferença entre o percentual de 79,96%
a 147,06% e,
d) em 12/92 foi paga a segunda parcela, isto é, o valor da
primeira corrigida pelo INPC. As demais parcelas também
foram corrigidas pelo INPC do mês.

4.2 - Forma de Reajustamento e Pagamento dos Benefícios dos demais


Estados

Em 09/91 os benefícios foram reajustados em 54,60% e em


01/92 àqueles com DIB anterior a 09/91, tiveram reajustamento no
percentual de 119,8234%.

Em 04/92 houve alteração do percentual de 54,60% para


79,96%, retroativo a 09/91, com pagamento das diferenças corrigidas pelo
INPC do período, resultando, no mês de abril o reajuste no percentual de
16,40%, conforme segue:

a) em 04/92, diferença do período de 01/92 a 03/92;


b) em 06/92 e 07/92, diferença do período de 09/91 a
12/91, incluindo o abono anual;

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Em 05/92 os benefícios, com DIB anterior a 01/92, tiveram


reajustamento no percentual de 130,3616%. Em 08/92 os benefícios com
DIB anterior a 03/91, tiveram reajustamento no percentual de 147,06%,
totalizando a diferença de 37,29% sobre o valor mensal de 07/92. Já em
09/92 os benefícios, com DIB anterior a 05/92, tiveram reajustamento no
percentual de 124,7869%.

Em 11/92 foi paga a primeira parcela de doze, da diferença do


reajustamento de 79,96% para 147,06% relativa ao período de 09/91 a
07/92, incluindo o abono anual, corrigidas pelo INPC do período.

Em 12/92 foi paga a segunda parcela que corresponde ao valor


da primeira parcela corrigida pelo INPC do mês. As demais parcelas também
foram calculadas sobre o INPC do mês.

As consultas sobre os pagamentos efetuados com base nas


situações acima podem ser verificadas através do PLENUS (Benef – Con147).

5 - ORDEM DE SERVIÇO 121

A Ordem de Serviço/INSS/DISES nº 121, de 15 de junho de 1992,


foi instituída para dar aplicabilidade à revisão preconizada no art. 144, de
conformidade com a regra estabelecida no art. 41, ambos da Lei nº 8.213/91
(redações originais).

Os índices previstos na referida OS representam a variação do


INPC no período, exceto na competência 09/91 onde foi considerada a
variação do salário mínimo (147,06%), sendo que as rendas mensais
reajustadas foram limitadas ao teto máximo do valor de benefícios somente
em 06/1992.

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TABELA I (REEDITADA) – INDICE MÊS A MÊS

MÊS DE REAJUSTE
REAJUSTE DIB PERCENTUAL
Novembro de 1988 até 31/10/1988 26,6899
Dezembro de 1988 até 30/11/1988 28,1500
Janeiro de 1989 até 31/12/1988 28,4301
Fevereiro de 1989 até 31/01/1989 35,4799
Maio de 1989 até 28/02/1989 33,1458
mar/89 14,4355
abr/89 8,0000
Junho de 1989 até 31/05/1989 16,6700
Julho de 1989 até 30/06/1989 29,4000
Agosto de 1989 até 31/07/1989 27,4000
Setembro de 1989 até 31/08/1989 33,1800
Outubro de 1989 até 30/09/1989 36,3500
Novembro de 1989 até 31/10/1989 38,7600
Dezembro de 1989 até 30/11/1989 48,4700
Janeiro de 1990 até 31/12/1989 51,2800
Fevereiro de 1990 até 31/01/1990 68,1900
Março de 1990 até 28/02/1990 73,9900
Junho de 1990 até 31/03/1990 124,1768
abr/90 23,0724
mai/90 7,3100
Julho de 1990 até 30/06/1990 11,6400
Agosto de 1990 até 31/07/1990 12,6200
Setembro de 1990 até 31/08/1990 12,1801
Outubro de 1990 até 30/09/1990 14,2600
Novembro de 1990 até 31/10/1990 14,4300
Dezembro de 1990 até 30/11/1990 16,9200
Janeiro de 1991 até 31/12/1990 19,1400
Fevereiro de 1991 até 31/01/1991 20,9500
Março de 1991 até 28/02/1991 20,1984
até 31/03/1991 147,0600
Setembro de 1991
abr/91 112,4900
mai/91 82,7500
jun/91 57,1800
jul/91 35,1900
ago/91 16,2700
Janeiro de 1992 até 30/09/1991 119,8234
out/91 90,1258
nov/91 57,0249
dez/91 24,1500
Maio de 1992 até 31/01/1992 130,3616
fev/92 82,9428
mar/92 46,9656
abr/92 20,8400

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CAPÍTULO IV

CORREÇÃO MONETÁRIA

1 - ASPECTOS HISTÓRICOS

A moeda, principal meio de troca na idade contemporânea, é


emitida pelos governos numa proporção ao produto interno bruto de uma
nação. A falta de um controle eficiente no fluxo dessa moeda, num
determinado país (exemplo: excesso de sua emissão), vai ocasionar a
inflação, que nada mais é do que a desvalorização dessa mesma moeda.

A crise inflacionária brasileira é histórica, perdurando por


décadas, sendo as de 1980 e 1990 as mais representativas. Esse longo
período inflacionário corroeu os ativos, incluindo os salários, cujas políticas
eram voltadas para as “reposições” salariais, objetivando amenizar as
perdas verificadas.

A inflação obrigou os governantes a indexar a economia,


mediante a adoção de medidores inflacionários, visando a reposição de
perdas do poder de compra e recomposição dos salários.

Um dos grandes marcos da indexação deu-se com a edição da


Lei nº 6.423/1977, que vinculou a correção monetária pelo índice da ORTN
da parte mais expressiva da economia:

Art. 1º A correção, em virtude de disposição legal ou estipulação de negócio


jurídico, da expressão monetária de obrigação pecuniária somente poderá ter
por base a variação nominal da Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional
(ORTN).

Na Previdência Social, esse indexador foi adotado para correção


das parcelas pagas em atraso. Todavia, o Poder Judiciário vem compelindo a

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Previdência Social a corrigir os salários-de-contribuição que compõem o PBC


na apuração da renda mensal inicial na concessão dos benefícios.
A Lei nº 6.899, de 08 de abril de 1981, é adotada
especificamente para correção monetária dos débitos judiciais, senão
vejamos:

Art. 1º - A correção monetária incide sobre qualquer débito resultante de


decisão judicial, inclusive sobre custas e honorários advocatícios”.
§ 1º - Nas execuções de títulos de dívida líquida e certa, a correção será
calculada a contar do respectivo vencimento.
§ 2º - Nos demais casos, o cálculo far-se-á a partir do ajuizamento da ação.

1.1 - Planos Econômicos

Diante da espiral inflacionária, com a moeda sendo corroída


diariamente, houve a necessidade da intervenção do governo na economia
para ajustar esse fluxo inflacionário fora de controle. As informações a
seguir são restritas as repercussões que os planos econômicos tiveram
diretamente na política de reajustamento e correção dos benefícios
previdenciários.

1.1.1 - Plano cruzado

O Plano Cruzado foi instituído pelo Decreto-Lei nº 2.283, de


28/02/1986, posteriormente revogado pelo Decreto-Lei nº 2.284 de
10/03/1986.

As principais mudanças com este plano econômico foram:

a) alteração da nomenclatura da moeda de Cruzeiro para


Cruzado;
b) corte de três zeros (divisão da moeda por mil);
c) extinção da Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional –
ORTN;
d) criação da Obrigação do Tesouro Nacional – OTN, e
e) congelamento de preços e salários (inclusive do valor dos
benefícios pagos pela Previdência Social).

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1.1.2 - Plano verão (cruzados novos)

O Plano Verão foi instituído pela Medida Provisória nº 32, de


15/01/89, convertida na Lei nº 7.730, de 31/01/1989.

As principais mudanças ocorridas em razão deste plano


econômico foram:

a) alteração da nomenclatura da moeda de Cruzado para


Cruzado Novo;
b) corte de três zeros (divisão da moeda por mil);
c) extinção da Obrigação do Tesouro Nacional – OTN, e
d) criação do Bônus do Tesouro Nacional – BTN.

1.1.3 - Plano collor

O Plano Collor foi instituído pela Medida Provisória nº 168, de


15/03/1990, convertida na Lei nº 8.024, de 12/04/1990.

As principais alterações ocorridas em razão deste plano


econômico foram:

a) alteração da nomenclatura da moeda de Cruzado Novo


para Cruzeiro;
b) alteração na metodologia para fixação do valor do BTN, e
c) alteração na metodologia para política de reajustamento
salarial (cesta básica).

1.1.4 - Cruzeiro real (não intitulado de plano)

Foi instituído pela Medida Provisória nº 336, de 28/07/1993,


convertido na Lei nº 8.967, de 27/08/1993.

As principais alterações foram:

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a) nomenclatura da moeda Cruzeiro para Cruzeiro Real, e


b) corte de três zeros (divisão da moeda por mil).

1.1.5 - Plano real

Este é um dos mais significativos planos econômicos, instituído


através da Medida Provisória nº 542, de 30/06/1994, convertida na Lei nº
8.880, de 01/07/1994. O Plano Real alterou estruturalmente toda a
economia, predominando até hoje a mesma estrutura monetária, com
inflação praticamente abolida, com taxa mensal tendente a zero e, em
alguns casos, até negativa.

Antecipando a implantação do plano real, foi criada a Unidade


Real de Valor – URV, instituída pela Medida Provisória nº 434, de
27/02/1994, que serviu como indexador monetário, com conversão diária
nos preços e salários. A URV foi extraída da composição de diversos índices
de coleta de preços, com validade até 30/06/1994.

A partir de 01 de julho de 1994, a moeda passou ser


denominada Real, ocorrendo inclusive a troca do papel moeda em
circulação. A transformação deu-se através da desvalorização do Cruzeiro
Real na proporção de 2.750 para cada um Real (R$ 1,00 = CR$ 2.750,00).

2 - ASPECTOS PRÁTICOS

É interessante demonstrar matematicamente o funcionamento


das tabelas de correção monetária, independentemente dos indexadores
que venham a ser utilizados.

Na fórmula da aplicação da correção monetária, o primeiro


passo é a transformação do valor expresso em % em índice:

Fórmula (a) cálculo de índice:

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n / 100 +1 = índice:
20% = 20 / 100 = 0,20 + 1 = 1,20 = índice
147,06% = 147,06 / 100 = 1,4706 + 1 = 2,4706 = índice

Sendo “n” = percentual


Por exemplo, a variação do INPC num certo período de tempo é
calculada da seguinte forma:

MÊS VALOR VALOR FATOR FATOR


ANO PERCENTUAL ÍNDICE ACUMULADO CORREÇÃO
(a) (b) (c) (d)
jan/06 0,10 1,0010 1,00000 1,09882
fev/06 1,48 1,0148 1,00100 1,09773
mar/06 1,63 1,0163 1,01581 1,08172
abr/06 0,40 1,0040 1,03237 1,06437
mai/06 0,68 1,0068 1,03650 1,06013
jun/06 0,32 1,0032 1,04355 1,05297
jul/06 0,12 1,0012 1,04689 1,04961
ago/06 0,06 1,0006 1,04815 1,04835
set/06 0,91 1,0091 1,04877 1,04772
out/06 1,02 1,0102 1,05832 1,03827
nov/06 1,46 1,0146 1,06911 1,02779
dez/06 1,30 1,0130 1,08472 1,01300
jan/07 1,09882 1,00000

(a) = Variação mensal em percentual;


(b) = conversão da variação mensal percentual em índice;
(c) = base 1 = 1,0000 multiplicada pelo índice do mês 01/06 =
1,00100;
Mês 02/06 = 1,00100 x 1,0148 = 1,01581 e assim
sucessivamente resultando no acumulado do período entre
janeiro de 2006 a dezembro de 2006, projetado para janeiro de
2007 = 1,09882 ou 9,88%;
(d) = Invertendo o procedimento do item anterior, obtém-se o
fator de atualização com base em janeiro de 2007.

Outro exemplo de tabela com a utilização da ORTN – Cálculo


com base na Lei nº 6.423/77, tendo por data limite a competência 01/1986.
Como se vê neste exemplo, a ORTN já vem com o valor acumulado,
bastando aplicar a variação em índice.

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MÊS VALOR VALOR VARIAÇÃO FATOR VALOR


ANO HISTÓRICO ORTN ÍNDICE CORREÇÃO ATUALIZADO
jan/83 5.000,00 2.910,93 1,0600 27,4989986 137.494,99
fev/83 5.000,00 3.085,59 1,0670 25,9424162 129.712,08
mar/83 5.000,00 3.292,32 1,0900 24,3134507 121.567,25
abr/83 5.000,00 3.588,63 1,0900 22,3059106 111.529,55
mai/83 5.000,00 3.911,61 1,0800 20,4641209 102.320,60
jun/83 5.000,00 4.224,54 1,0780 18,9482547 94.741,27
jul/83 5.000,00 4.554,05 1,0900 17,5772466 87.886,23
ago/83 5.000,00 4.963,91 1,0850 16,1259290 80.629,64
set/83 5.000,00 5.385,84 1,0917 14,8626138 74.313,07
out/83 5.000,00 5.879,49 1,1004 13,6147285 68.073,64
nov/83 5.000,00 6.469,55 1,0840 12,3729873 61.864,94
dez/83 5.000,00 7.012,99 1,0760 11,4141985 57.070,99
jan/84 5.000,00 7.545,98 1,0980 10,6079873 53.039,94
fev/84 5.000,00 8.285,49 1,1230 9,6611860 48.305,93
mar/84 5.000,00 9.304,61 1,1000 8,6030108 43.015,05
abr/84 5.000,00 10.235,07 1,0890 7,8209196 39.104,60
mai/84 5.000,00 11.145,99 1,0890 7,1817452 35.908,73
jun/84 5.000,00 12.137,98 1,0920 6,5948090 32.974,05
jul/84 5.000,00 13.254,67 1,1030 6,0392043 30.196,02
ago/84 5.000,00 14.619,90 1,1060 5,4752536 27.376,27
set/84 5.000,00 16.169,61 1,1050 4,9505004 24.752,50
out/84 5.000,00 17.867,42 1,1260 4,4800906 22.400,45
nov/84 5.000,00 20.118,71 1,0990 3,9787670 19.893,84
dez/84 5.000,00 22.110,46 1,1050 3,6203525 18.101,76
jan/85 5.000,00 24.432,06 1,1260 3,2763369 16.381,68
fev/85 5.000,00 27.510,50 1,1020 2,9097130 14.548,57
mar/85 5.000,00 30.316,57 1,1270 2,6403930 13.201,97
abr/85 5.000,00 34.166,77 1,1183 2,3428513 11.714,26
mai/85 5.000,00 38.208,46 1,1001 2,0950245 10.475,12
jun/85 5.000,00 42.031,56 1,0921 1,9044656 9.522,33
jul/85 5.000,00 45.901,91 1,0761 1,7438852 8.719,43
ago/85 5.000,00 49.396,88 1,0818 1,6205003 8.102,50
set/85 5.000,00 53.437,40 1,0910 1,4979707 7.489,85
out/85 5.000,00 58.300,20 1,0900 1,3730255 6.865,13
nov/85 5.000,00 63.547,22 1,1112 1,2596564 6.298,28
dez/85 5.000,00 70.613,67 1,1336 1,1336001 5.668,00
jan/86 80.047,66 - 1,0000000 -
TOTAL 1.641.260,52

2.1 - Linhas de Correção Monetária

Tanto na esfera administrativa quanto na judicial, as linhas de


correção monetária são formadas por um ou mais indexadores. Eis alguns
exemplos:

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a) ORTN/OTN/BTN/INPC/IRSM/URV/IPCr/INPC/IGP-DI/INPC;
b) ORTN/OTN/BTN/INPC/IRSM/UFIR/IPCA-E, e
c) ORTN/OTN/BTN/INPC/IRSM/URV/IPCr/INPC/IGP-DI.

2.1.1 - Verificação/análise da linha de correção monetária

Correção monetária somente pelos índices do Salário Mínimo


(Súmula 71, do ex-TFR) em todo o período de cálculo: É a variação ocorrida
em todo períod tendo o salário mínimo como indexador.
Fórmula:
Fórmula Correção = SM da competência de pagamento. (/) SM
da competência a corrigir

Correção monetária pelos critérios definidos pela Lei nº 6.899/81


(vencimento do débito): É a variação ocorrida em todo o período de cálculo
somente pelos índices oficiais, não sendo permitido o uso da variação do
salário mínimo.

Fórmula Correção = ORTN-OTN-BTN da competência


Fórmula: de
pagamento (/) ORTN-OTN-BTN da competência a corrigir

Correção monetária pelos critérios da Súmula 71 até o


ajuizamento da ação e, após, Lei nº 6.899/81: Este tipo de correção é uma
fusão da Súmula 71 com os índices da Lei, tendo como base a correção
pelos índices do salário mínimo até ajuizamento da ação (salário mínimo do
ajuizamento) e, após, pelos índices fixados pela Lei nº 6.899/81. O cálculo é
dividido em duas partes e o fator de correção será a multiplicação dos dois
índices calculados.

Fórmula:
Fórmula
- índice SM = SM do ajuizamento (/) SM da competência a
corrigir
- índice Lei nº 6.899/81 = índice da competência de pagamento
(/) índice da data do ajuizamento
Fator Correção = Índice SM x índice Lei nº 6.899/81

Correção monetária pelos critérios da Súmula 71 até a data da


entrada em vigor da Lei nº 6.899 (04/1981): Este tipo de correção também é

110
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

uma fusão da Súmula 71 com os índices da lei, tendo como base os índices
do salário mínimo somente até 04/1981 e, após, Lei nº 6.899/81. O cálculo é
dividido em duas partes e o fator de correção será a multiplicação dos
índices calculados.

Fórmula:
Fórmula
- índice SM = SM de 04/1981 (/) SM da competência a corrigir
- índice Lei nº 6.899/81 = índice da competência de pagamento
(/) índice do mês 04/1981
Fator Correção = índice SM x índice Lei nº 6.899/81

Correção monetária com índice fixo do início do cálculo até o


ajuizamento: Correção de acordo com o art. 1º parágrafo 2º da Lei nº
6.899/81. O índice considerado no principal da data do inicio do cálculo até
o ajuizamento é o mesmo.

Fórmula até o ajuizamento:


ajuizamento
Correção = índice da competência de pagamento (/) índice do
mês do ajuizamento

Fórmula a partir da competência


competência seguinte ao ajuizamento:
ajuizamento
Correção = índice da competência de pagamento (/) índice da
competência a corrigir

Está consolidado no Regulamento da Previdência Social (Decreto


3.048/99), que a correção monetária se dá através de índices da Lei
6899/81, abolindo a hipótese de incidência da variação do salário mínimo na
correção monetária. Também define que a correção monetária se dá
através do regime de competência de pagamento:

Art. 175 O pagamento de parcelas relativas a benefícios efetuado com atraso,


independentemente de ocorrência de mora e de quem lhe deu causa, deve
ser corrigido monetariamente desde o momento em que restou devido, pelo
mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do RGPS,
apurado no período compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o
mês do efetivo pagamento..

3 - INDEXADORES

111
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Um dos instrumentos fundamentais de medição da inflação é a


coleta de preços, cujos responsáveis por tal aferição são, por exemplo, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e a Fundação Getúlio
Vargas – FGV, dentre outros.

Dentre os medidores inflacionários, os mais utilizados nos


cálculos judiciais são os coletados pelo IBGE: Índice de Preços ao
Consumidor - IPC (extinto em fevereiro/91) e o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor - INPC.

3.1 - ORTN

A Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional (ORTN) foi


instituída através da Lei nº 4.357, de 16 de julho de 1964. Porém, sua
utilização como indexador monetário deu-se a partir da entrada em vigor da
Lei nº 6.423, de17 de junho de 1977.
3.2 - OTN

A Obrigação do Tesouro Nacional (OTN) foi instituída pelo


Decreto-Lei nº 2.284, de 10 de março de 1986, vinculando o seu
reajustamento à variação do IPC-IBGE, conforme segue:

Art. 6º A Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional - ORTN, de que trata a


Lei nº 4.357, de 16 de julho de 1964, passa a denominar-se Obrigação do
Tesouro Nacional - OTN, e a emitida a partir de 3 de março de 1986 terá o
valor de Cz$106,40 (cento e seis cruzados e quarenta centavos), inalterado
até 1º de março de 1987.
Parágrafo único. Em 1º de março de 1987, proceder-se-á a reajuste, para
maior ou para menor, no valor da OTN em percentual igual à variação do IPC,
no período correspondente aos doze meses imediatamente anteriores. Os
reajustes subseqüentes observarão periodicidade a ser fixada pelo Conselho
Monetário Nacional.

3.3 - BTN

O Bônus do Tesouro Nacional (BTN) foi instituído pela Medida


Provisória nº 32, de 15/01/89, convertida na Lei nº 7.730, de 31/01/1989,

112
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tendo vinculação ao IPC somente através da Lei nº 7.777, de 19 de junho de


1989, nestes termos:

Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá autorizar a emissão de Bônus do


Tesouro Nacional - BTN, destinados a prover o Tesouro Nacional de recursos
necessários à manutenção do equilíbrio orçamentário ou para a realização de
operações de crédito por antecipação da receita, observados os limites
legalmente fixados.
§ 1º Os BTN terão as seguintes características:
- valor nominal: NCz$ 1,00 (um cruzado novo), em fevereiro de 1989;
§ 2º O valor nominal dos BTN será atualizado mensalmente pelo IPC.
Como o valor nominal foi fixado pela MP referida houve a necessidade da
conversão da OTN em BTN pelo multiplicador de 6,17, eis que o valor da
última OTN em 01/1989 era de Cz$ 6.170,00.

O BTN foi extinto através da Lei nº 8.177, de 01 de março de


1991, in verbis:

Art. 3° Ficam extintos a partir de 1° de fevereiro de 1991:


I - o BTN Fiscal instituído pela Lei n° 7.799, de 10 de julho de 1989;
II - o Bônus do Tesouro Nacional - BTN de que trata o art. 5° da Lei n° 7.777,
de 19 de junho de 1989, assegurada a liquidação dos títulos em circulação,
nos seus respectivos vencimentos.

O IPC do IBGE foi extinto com a Medida Provisória nº 294, de 31


de janeiro de 1991:

Art. 4º A partir da data de vigência desta medida provisória, a Fundação


Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística deixará de calcular e divulgar o
Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o Índice de Reajuste de Valores Fiscais
(IRVF) e o Índice da Cesta Básica (ICB).

3.4 - INPC

O INPC substituiu o BTN e o IPC, passando a ser utilizado como


índice de correção dos salários-de-contribuição e de reajustamento dos
benefícios, por força da Lei nº 8 213/91, que assim dispõe:

Art. 31. Todos os salários-de-contribuição computados no cálculo do valor do


benefício serão ajustados, mês a mês, de acordo com a variação integral do
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pela Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao período
decorrido a partir da data de competência do salário-de-contribuição até a do
início do benefício, de modo a preservar os seus valores reais.

113
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3.5 - IRSM

Com o advento da Lei nº 8.542, de 23 de dezembro de 1992, o


INPC foi substituído pelo Índice de Reajuste do Salário Mínimo (IRSM) como
indexador monetário, sendo criado pela Lei nº 8.419, de 07 de maio de
1992. Esta regra tinha o seguinte teor:

Art. 9º A partir de maio de 1993, inclusive, os benefícios de prestação


continuada da Previdência Social terão reajuste quadrimestral pela variação
acumulada do IRSM, sempre nos meses de janeiro, maio e setembro.
§ 1º Os benefícios com data de início posterior a 31 de janeiro de 1993 terão
seu primeiro reajuste calculado pela variação acumulado do IRSM entre o
mês de início, inclusive, e o mês imediatamente anterior ao do referido
reajuste.
§ 2º A partir da referência janeiro de 1993, o IRSM substitui o INPC para todos
os fins previstos nas Leis nº 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991.

3.6 - URV - REAL

Com o advento do Plano Real (Lei nº 8.880, de 27 de maio de


1994), a regra até então vigente foi alterada com a inclusão da URV como
padrão monetário. A Lei que regulamentou o Plano Real definiu as regras
tanto para concessão quanto para a manutenção dos benefícios de
prestação continuada da Previdência Social.

3.6.1 - URV e as parcelas pagas em atraso

A Lei nº 8.880, de 27 de maio de 1994, estabeleceu no § 5º do


art. 20 as regras para o pagamento das parcelas em atraso referentes os
benefícios previdenciários, senão vejamos:

Art. 20 [...]
§ 5º - Os valores das parcelas referentes a benefícios pagos com atraso pela
Previdência Social, por sua responsabilidade, serão corrigidos
monetariamente pelos índices previstos no art. 41, § 7º da Lei nº 8.213, de
1991, com as alterações da Lei nº 8.542, de 23 de dezembro de 1992, até o
mês de fevereiro de 1994, e convertidos em URV, pelo valor em cruzeiros
reais do equivalente em URV no dia 28 de fevereiro de 1994.

114
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3.7 - IPC-
IPC-r

O IPC-r, criado pela Lei nº 8.880, de 27 de maio de 1994,


substituiu a URV a partir de 01 de julho de 1994, conforme se infere abaixo:

Art. 17. A partir da primeira emissão do Real, o Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística - IBGE calculará e divulgará, até o último dia útil de
cada mês, o Índice de Preços ao Consumidor, série r - IPC-r, que refletirá a
variação mensal do custo de vida em Real para uma população objeto
composta por famílias com renda até oito salários mínimos.
§ 3º A partir de 1º de julho de 1994, o IBGE deixará de calcular e divulgar o
IRSM.

O § 6º do artigo 20 da referida lei fixou o IPC-r como indexador


básico para correção monetária de valores dos benefícios pagos em atraso,
bem como dos salários-de-contribuição, in verbis:

Art. 20 [...]
§ 6º A partir da primeira emissão do Real, os valores mencionados no
parágrafo anterior serão corrigidos monetariamente pela variação acumulada
do IPC-r entre o mês da competência a que se refiram e o mês
imediatamente anterior à competência em que for incluído o pagamento.

3.8 - INPC

A Medida Provisória nº 1.053, de 30 de junho de 1995, e suas


reedições substituiu novamente o IPC-r pelo INPC, como transcrito:

Art. 8º A partir de 1º de julho de 1995, a Fundação Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística - IBGE deixará de calcular e divulgar o IPC-r.
§ 3º A partir da referência julho de 1995, o INPC substitui o IPC-r para os fins
previstos no § 6º do art. 20 e no § 2º do art. 21, ambos da Lei nº 8.880, de
1994.

3.9 - IGP-
IGP-DI

A MP nº 1.398, de 11 de abril de 1996, e suas reedições,


convertida na Lei nº 9.711, de 20 de novembro de 1998, substituiu o INPC
pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna da Fundação
Getúlio Vargas), nestes termos:

115
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Art 10. A partir da referência maio de 1996, o IGP-DI substitui o INPC para os
fins previstos no § 6º do art. 20 e no § 2º do art. 21, ambos da Lei nº 8.880,
de 27 de maio de 1994.

3.10 - Unificação de Índices (reajustamento/correção monetária)

A Lei nº 10.741, de 01 de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso),


definiu que o índice de correção monetária das parcelas pagas em atraso é
o mesmo daquele utilizado para o reajustamento de benefício, senão
vejamos:

Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso


por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo
índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que
deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.

O artigo 12 da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004,


acrescentou o artigo 29-B na Lei nº 8.213/91, definindo o INPC como índice
de correção monetária dos salários-de-contribuição:

Art. 12. A Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as


seguintes alterações:

Art. 29-B. Os salários-de-contribuição considerados no cálculo do valor do


benefício serão corrigidos mês a mês de acordo com a variação integral do
Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, calculado pela Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

3.11 - UFIR e IPCA-


IPCA-E

A Unidade Fiscal de Referência, instituída pela Lei nº 8.383, de


30 de dezembro de 1991, foi criada para correção dos tributos, incluindo os
das contribuições sociais, multas e penalidades de qualquer natureza:

Art. 1° Fica instituída a Unidade Fiscal de Referência (Ufir), como medida de


valor e parâmetro de atualização monetária de tributos e de valores
expressos em cruzeiros na legislação tributária federal, bem como os
relativos a multas e penalidades de qualquer natureza. (Vide Lei nº 9.430, de
1996)

116
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

3.11.1 - Fórmula do cálculo da UFIR

O critério do cálculo da UFIR foi definido nas letras “a” e “b” e


nos §§ 2º e 3º, do art. 1º da Lei nº 8.383/91, que assim dispõem:

Art. 1º [...]
a) até o dia 1° de janeiro de 1992, para esse mês, mediante a aplicação,
sobre Cr$ 126,8621, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)
acumulado desde fevereiro até novembro de 1991, e do Índice de Preços ao
Consumidor Ampliado (IPCA) de dezembro de 1991, apurados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
b) até o primeiro dia de cada mês, a partir de 1° de fevereiro de 1992, com
base no IPCA.
§ 2° O IPCA, a que se refere o parágrafo anterior, será constituído por série
especial cuja apuração compreenderá o período entre o dia 16 do mês
anterior e o dia 15 do mês de referência.
§ 3° Interrompida a apuração ou divulgação da série especial do IPCA, a
expressão monetária da Ufir será estabelecida com base nos indicadores
disponíveis, observada precedência em relação àqueles apurados por
instituições oficiais de pesquisa.

Embora as leis que disciplinavam a UFIR restringissem o seu uso,


o fato é que ela servia como fator de correção de diversas outras
obrigações, inclusive dívidas judiciais, por força, via de regra, de normas
administrativas dos Tribunais, as chamadas “Tabelas Judiciais”. O INSS
também adotou a UFIR como indexador.

A adoção da UFIR para atualização de montantes previamente


definidos, convertidos em UFIR na data do pagamento, continuou sendo
utilizado pelos Tribunais para atualização de precatórios até a sua extinção.

3.11.2 - Extinção da UFIR

A UFIR foi extinta pelo § 3º do art. 29 da MP nº 1.973-67, de 26


de outubro de 2000.

A UFIR foi criada com base na série especial do IPCA (Lei nº 8.


383/91) e, após a sua extinção, foi substituída pelo IPCA-E, do IBGE, para
fins de atualização dos Precatórios, na forma das Leis de Diretrizes
Orçamentárias editadas anualmente.

117
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3.12 - Taxa Referencial – TR

A Lei nº 8.177, de 01 de março de 1991, extinguiu o BTN e


instituiu a Taxa Referencial. Este novo índice representa a coleta de
informações das maiores instituições financeiras do país, classificada pelo
volume de depósitos a prazo fixo.

A TR é calculada em função do volume de captação de


Certificado de Recibo de Depósito Bancário (CDB/RDB), o que equivale dizer,
remuneração da caderneta de poupança.

Art. 1° O Banco Central do Brasil divulgará Taxa Referencial (TR), calculada a


partir da remuneração mensal média líquida de impostos, dos depósitos a
prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos
múltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econômicas, ou
dos títulos públicos federais, estaduais e municipais, de acordo com
metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional, no prazo de
sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.

3.12.1
.12.1 - Lei 11.960/09

O artigo 1º - F da Lei nº 9.494, de 10 de setembro de 1997, foi


alterado pelo artigo 5º da Lei nº 11.960, de 29 de junho de 2009. Este
dispositivo definiu que os débitos, de qualquer natureza, da Fazenda
Publica devem ser corrigidos uma única vez pelos índices da caderneta de
poupança, senão vejamos:

Art. 5º O art. 1º-F da Lei nº 9.494, de 10 de setembro de 1997, introduzido


pelo art. 4º da Medida Provisória nº 2.180-35,de 24 de agosto de 2001, passa
a vigorar com a seguinte redação:

Art 1º-F Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independente de sua


natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e
compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo
pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à
caderneta de poupança.(NR)

4 - EXPURGOS INFLACIONÁRIOS

Entende-se por expurgo inflacionário o índice de inflação de um

118
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

determinado período que não tenha sido considerado, ou que tenha sido
considerado a menor do que realmente foi apurado.

Sendo o BTN o índice oficial utilizado à época, e considerando


que esse indexador era reajustado pela variação mensal do IPC medido pelo
IBGE, constatou-se que em vários momentos os índices do IPC não foram
repassados para o BTN ou foram repassados de forma parcial.

4.1 - Janeiro de 1989 = 42,72%

O IPC de janeiro de 1989 foi apurado em 70,28%, no entanto,


nada foi repassado ao BTN. Neste tópico específico, o expurgo do BTN não
seria de 70,28%, pois o período da coleta foi diferente, conforme o próprio
IBGE demonstrou em nota explicativa, esclarecendo que pelo critério
determinado na “portaria interministerial” n.º 202/1989, o IPC de janeiro de
1989 teria sido obtido com base na variação dos preços verificada em
período de 51 dias (30 de novembro de 1988 a 20 de janeiro de 1989),
enquanto o de fevereiro foi obtido com base na oscilação dos preços
verificados em período de apenas 11 (onze) dias. Em face disso, o STJ
pacificou a questão no sentido de que o índice referente ao mês de janeiro
de 1989 é de 42,72%.

Para apuração do índice referente a janeiro de 1989, o cálculo


deve ser a divisão do 70,28% por 51 dias e o resultado multiplicado por 31
dias, ou seja:

[(70,28% x 100) / 51] = 137,8039


[(137,8039 x 31) / 100] = 42,72%;

4.2 - Fevereiro de 1989 = 6,31%:

O STJ pacificou também o entendimento quanto ao expurgo de


fevereiro de 1989 no percentual de 6,31%. Para apuração do índice, o
cálculo deve ser a divisão de 3,60% por 11 dias e o resultado multiplicado

119
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

por 31 dias, ou seja:

[(3,60 x 100)/11] = 32,7272


[(32,7272 x 31)/100] = 10,14%;

Desta forma, se o índice integral do mês de fevereiro de 1989 é


10,14%, e do mesmo já foi repassado o índice de 3,60%, então, o expurgo
devido é de 6,31%, ou seja, a variação entre 10,14% e 3,60%
(1,1014/1,0360 = 1,0631).

Nos laudos/contas que forem incluídos o expurgo de 10,14%


deverá ser observado que o mesmo não é devido, cabendo somente a
diferença de 6,31%.

4.3 - Março de 1990 = 30,46%

O valor divulgado para o BTN de abril de 1990 foi de Cr$


41,7340, ou seja, um acréscimo de 41,28% em relação ao valor do mês de
março de 1990, que nesta competência correspondeu ao valor de Cr$
29,5399, enquanto que a variação medida para o IPC/IBGE naquele mês foi
de 84,32%.

Como o BTN teve uma variação de 41,28% e o IPC/IBGE uma


variação de 84,32%, ficou um resíduo (expurgo) de 30,46% para totalizar os
84,32% do IPC.

Assim, podemos verificar que não é possível aplicar a variação


integral de 84,32% por que dele já foram repassados 41,28%, portanto, o
expurgo final foi de 30,46%.

4.4 - Abril de 1990 = 44,80%

O valor divulgado para o BTN em maio de 1990 foi o mesmo do


mês abril de 1990, de Cr$ 41,7340 (sem variação), e a inflação medida para

120
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

o IPC/IBGE naquele mês foi de 44,80%.

Como não houve variação no valor do BTN, então o expurgo


devido para o mês abril de 1990 é a variação integral do IPC/IBGE de
44,80%.

4.5 - Maio de 1990 = 2,36%

O valor divulgado para o BTN em maio de 1990 foi de Cr$


43,9793, ou seja, um acréscimo de 5,38% em relação ao mês abril de 1990,
que foi de Cr$ 41,7340, enquanto a inflação medida para o IPC/IBGE no mês
abril de 1990 foi 7,87%.

Como o BTN teve uma variação de 5,38% e o IPC/IBGE uma


variação de 7,87%, ficou um resíduo (expurgo) de 2,36% para totalizar os
7,87% do IPC/IBGE.

Assim, podemos verificar que não é possível aplicar o índice


integral de 7,87%, por que dele já foram repassados 5,38%, mas apenas o
expurgo de 2,36%.
4.6 - Fevereiro de 1991 = 1,38% (IPC/INPC)

Em fevereiro de 1991 o indexador utilizado após o BTN foi o


INPC. O expurgo existente foi de 1,38%, que é a variação de 21,87% do IPC
com os 20,20% do INPC.

4.7 - Fevereiro de 1991 = 13,89% (IPC/TR)

Este expurgo merece um tratamento especial porque se em


algumas sentenças for determinada a aplicação da TR como substituto do
BTN, deve ser considerada a variação entre o IPC (21,87%) e a TR (7%).
Neste caso, o expurgo foi de 13,89% (1,2187 / 1,07 = 1,1389).

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5 - EXPURGOS SUMULADOS

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região sumulou a aplicação


dos expurgos de 42,72%, 30,46%, 44,80%, 2,36% e 1,38%, na forma abaixo
transcrita:

SÚMULA nº 32 do TRF 4ª Região - No cálculo de liquidação de débito judicial,


inclui-se o índice de 42,72% relativo à correção monetária de janeiro de 1989.

SÚMULA nº 37 do TRF 4ª Região - Na liquidação de débito resultante de


decisão judicial, incluem-se os índices relativos ao IPC de março, abril e maio
de 1990 e fevereiro de 1991.

O Sistema de cálculo AOR foi inicialmente elaborado para


atender às decisões abrangidas pelo TRF4, com a inclusão desses expurgos,
com posterior abrangência nacional, perdurando no sistema.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região adotou, além desses, o


expurgo de 6,31 ou índice integral de 10,14% em 02/89, a saber:

Sumula nº 41 do TFR 1ª Região: Os índices integrais de correção monetária,


incluídos os expurgos inflacionários, a serem aplicados na execução de
sentença condenatória de pagamento de benefícios previdenciários,
vencimentos, salários, proventos, soldos e pensões, ainda que nela não haja
previsão expressa, são de 42,72% em janeiro de 1989, 10,14% em fevereiro
de 1989, 84,32% em março de 1990, 44,80% em abril de 1990, 7,87% em
maio de 1990 e 21,87% em fevereiro de 1991.

O Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento sobre a


incidência dos expurgos inflacionários nos seguintes períodos:

- jan/89 = 42,72%
- fev/89 = 10,14%;
- mar/90 a fev/91 = IPC/IBGE em todo o período.

Esses percentuais constam do Manual de Orientação de


Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal, expedido pelo Conselho
da Justiça Federal (www.cjf.jus.br), no Capitulo 4 – “Liquidação de sentença”
– subitem 4.1.2.1, página 32.

122
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Os expurgos aqui tratados se encontram descritos junto ao


ANEXO – 2 (Tabela de Expurgos Inflacionários) deste Manual.

6 - TABELAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA - REGRA GERAL

Com o fim de promover a uniformização de procedimentos, bem


como proporcionar orientação segura e prática na realização do cálculo, a
“tabela
tabela padrão”
padrão de correção monetária a ser observada, como regra geral,
salvo determinação em contrário ou decisão judicial transitada em julgado,
obedecerá às mesmas regras já adotadas nos Aplicativos de Cálculos oficiais
(Pcalc – versão em Access e o AOR) em uso no âmbito da PGF/PFE-INSS.

O emprego dos expurgos sumulados que são permitidos nas


opções constantes dos Aplicativos de Cálculos citados ficará condicionado à
determinação oficial para tal finalidade.
Nesse aspecto, advertimos que é proibida a elaboração de
cálculo com o uso do critério de correção monetária de número 15 (quinze)
disponibilizado no aplicativo Pcalc versão em Access, denominado de
“TABELA DA JUSTIÇA FEDERAL”, conjuntamente com a opção de inclusão
dos expurgos inflacionários sumulados, eis que referida tabela já é
composta com a integralização de todos os expurgos citados neste Capítulo.

6.1 - Ações Previdenciárias

Os indexadores econômicos a serem observados são os mesmos


já utilizados na tabela de correção monetária do aplicativo Pcalc versão em
Access – critério 6 (seis), mais opção da Lei nº 11.960/09 e na tabela de
correção monetária do aplicativo AOR – critério 4 (quatro), mais opção da
Lei nº 11.960/09), a saber:

123
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

PERÍODO INDEXADOR OBS

De jul/64 a Lei nº 4.357, de 16/07/64 e Lei nº


ORTN
fev/86 6.423, de 17/06/77.
Decreto-Lei nº 2.284, de 10/03/86, art.
6º.
De mar/86 - Os débitos anteriores a janeiro de
OTN
a jan/89 1989 deverão ser multiplicados, neste
mês, por 6,17, conforme exposto no
item 1.2.3 deste Capítulo.
De fev/89 a MP nº 32, de 15/01/89; Lei nº 7.730, de
BTN
fev/91 31/01/89 e Lei nº 7.777, de 19/06/89.
De mar/91 Leis nº 8.212 e 8.213, ambas de
INPC
a dez/92 24/07/91.
De jan/93 a
IRSM Lei nº 8.542, de 23/12/92, art. 9º, § 2º.
fev/94
MP nº 434/94, Lei nº 8.880, de
27/05/94, art. 20, § 5º.
Conversão em URV nos seguintes
percentuais:
• 46,0150% em mar/94: referente à
variação da URV de 28/02/94 e
01/04/94, conforme o art. 20, § 5º, da
Lei nº 8.880/94;
De mar/94
URV • 42,1964% em abr/94: referente à
a jun/94
variação da URV de 01/04/94 e
01/05/94;
• 44,1627% em maio/94: referente à
variação da URV de 01/05/94 e
01/06/94;
• 44,0846% em jun/94: referente à
variação da URV de 01/06/94 e
01/07/94.
De jul/94 a
IPC-R Lei nº 8.880, de 27/05/94, art. 20, § 6º.
jun/95
De jul/95 a MP nº 1.053, de 30/06/95, art. 8º, e
INPC
abr/96 suas reedições.
MP nº 1.398, de 11/04/96, e suas
De mai/96
IGP-DI reedições, convertida na Lei nº 9.711,
a dez/03
de 20/11/98.
De jan/04 a Lei nº 10.741, de 01/10/03 e Lei nº
INPC
jun/09 10.887, de 18/06/04, art. 12.
Art. 1º F da Lei nº 9.494, de 10/09/97,
A partir de
Taxa Referencial - TR com a redação dada pela Lei nº 11.960,
jul/09
de 29/06/09.

6.2
6.2 - Honorários, Multas, Custas e Despesas Judiciais

Período Indexador OBS

De jul/64 a Lei nº 4.357, de 16/07/64 e Lei nº


ORTN
fev/86 6.423, de 17/06/77.
De mar/86 Decreto-Lei nº 2.284, de 10/03/86, art.
OTN
a fev/89 6º.

124
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

- Os débitos anteriores a janeiro de


1989 deverão ser multiplicados, neste
mês, por 6,17, conforme exposto no
item 1.2.3 deste Capítulo.
De mar/89 MP nº 32, de 15/01/89; Lei nº 7.730, de
BTN
a fev/91 31/01/89 e Lei nº 7.777, de 19/06/89.
De mar/91
INPC
a nov/91
Em dez/91 IPCA série especial Lei nº 8.383/91, Art. 2º, § 2º.
De jan/92 a
UFIR Lei nº 8.383/91
dez/2000
O percentual a ser utilizado em janeiro
de 2001 deverá ser o IPCA-E acumulado
De
IPCA-E no período de janeiro a dezembro de
jan/2001 a
2000. A partir de janeiro de 2001 até
jun/2009
junho de 2009, deverá ser utilizado o
IPCA-E mensal.
Art. 1º F da Lei nº 9.494, de
A partir de
Taxa Referencial - TR 10/09/1997, com a redação dada pela
jul/2009
Lei nº 11.960, de 29/06/2009.

6.3 - Ação Regressiva

Observar o contido nos seguintes dispositivos, salvo novas


orientações:

• Cartilha de Atuação nas Ações Regressivas Acidentárias;


• Manual de Cobrança e Recuperação de Créditos;
• Orientação Interna Conjunta nº 01/PFEINSS/CGCOB, de 09
de fevereiro de 2009;
• Memorando Circular nº 12/2009/CGCOB/PGF/AGU, de 8 de
abril de 2009 e,
• Portaria nº 6/AGU, de 06 de janeiro de 2011.

Deve-se utilizar a SELIC para atualização monetária dos valores


decorrentes dessas ações.

125
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

CAPÍTULO V

JUROS

1 - CONCEITO

A origem da palavra juros vem do latim jure, ablativo de jus


juris, cujo significado é direito.

Juros é o fruto da remuneração do capital. Duas formas são


atribuídas à remuneração do capital, uma representando o lucro e a outra o
juro. A primeira é extraída no meio produtivo e a segunda, a partir do ganho
financeiro.

Os juros são considerados bens acessórios, pois é o rendimento


do capital em razão da privação pelo proprietário, voluntária ou
involuntariamente, remunerando-lhe a demora na devolução ou o risco de
não recebê-lo de volta.

Os juros são classificados em convencionais, quando definidos


pelas partes, ou legais, quando decorrem da Lei. Outra classificação divide
em compensatórios,
compensatórios que representa a remuneração do capital que o credor
pode exigir do devedor, e moratórios,
moratórios que se constituem pela indenização
de perdas e danos e pelo atraso no cumprimento da obrigação.

Tanto os juros compensatórios quanto os moratórios podem ser


convencionais ou legais.

1.1 - Incidência

O Código de Processo Civil dispõe em seu art. 219 que os juros


de mora incidem a contar da citação válida:

126
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz
litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui
em mora o devedor e interrompe a prescrição. (Redação dada pela Lei nº
5.925, de 1º.10.1973)

Os juros de mora incidem mesmo em caso de ausência de


determinação expressa na decisão judicial, conforme Súmula nº 254 do STF
:

SÚMULA nº 254 do STF - Incluem-se os juros moratórios na liquidação,


embora omisso o pedido inicial ou a condenação.

2 - JUROS SIMPLES E COMPOSTOS

2.1 - Juros Simples

É a aplicação em certo período de tempo a uma taxa qualquer


não cumulativa (exemplo: 1% ao mês, ao final de 12 meses, a taxa será de
12%). A taxa de juros simples é demonstrada na seguinte fórmula:

J = Vi (i.n/100)
J = R$ 1000,00 (1.12/100) = 12/100 = 0,12 = R$ 1000,00 x 0,12 = R$
120,00
Onde:
J = juros
Vi = valor inicial (capital);
i = taxa;
n = tempo.

2.2 - Juros Compostos ou Capitalizados

No regime de juros compostos os juros de cada período são


somados ao capital para o cálculo de novos juros.

No período da capitalização os juros aplicados sobre


determinado valor passam a compor novo montante para incidência de
novos juros (exemplo: juros de 1% ao mês, ao final de um ano, essa taxa

127
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

será de 12, 6825%).

A taxa de juros compostos pode ser verificada na seguinte


fórmula:

J = Vi [1+( i/100 )] n-1


J = [R$ 1000 (1,01)] n –1 = 1,0112 = 1,126825 – 1 = R$ 1000,00
x 0,126825 = R$ 126,83

3 - JUROS CAPITALIZADOS - VEDAÇÃO

Via de regra, é vedada a aplicação de juros capitalizados,


conforme Sumula nº 121 do STF:

SÚMULA nº 121 do STF - É vedada a capitalização de juros, ainda que


expressamente convencionada.

A prática de inclusão de juros capitalizados (juros sobre juros) é


conhecida como ANATOCISMO, sendo considerada abusiva pelos Tribunais.

Nesse sentido o Manual de Procedimentos de Cálculos do


Conselho da Justiça Federal, em seu subitem 4.3.2 (JUROS DE MORA) define
que os juros a partir de 07/2009 devem incidir de forma simples, in verbis:

Período Taxa mensal - capitalização OBS


Até jun/2009 1,0% - simples
A partir de jul/2009 O mesmo percentual de Art. 1º F da Lei n. 9.494,
juros incidentes sobre a de 10.09.97, com a
caderneta de poupança, redação dada pela Lei n.
que atualmente 11.960, de 29.06.09.
correspondem a 0,5%,
aplicados de forma simples.

4 - SELIC

O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) foi criado


na década de 70, para organizar a troca física de papéis da dívida pública.

128
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

A taxa apurada no SELIC é obtida mediante o cálculo da taxa


média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia,
lastreada em títulos públicos federais e cursada no referido sistema ou em
câmaras de compensação e liquidação de ativos, na forma de operações
compromissadas.

O SELIC origina-se de taxas de juros efetivamente observadas no


mercado de capitais. As taxas de juros relativas às operações em questão
refletem, basicamente, as condições instantâneas de liquidez no mercado
monetário (oferta versus demanda de recursos). Como regra, todas as taxas
de juros são nominais. Já a taxa do SELIC pode ser decomposta "ex post",
em duas parcelas: taxa de juros reais e taxa de inflação no período
considerado.

Assim, a taxa SELIC acumulada para determinados períodos de


tempo, correlaciona-se positivamente com a taxa de inflação apurada "ex
post", não sendo permitida a acumulação de juros com correção monetária.

A Legislação do Imposto de Renda instituiu critério de


atualização/juros, a partir de 1996, específico para os tributos federais,
conforme prescrito na Lei nº 9.250, de 27 de dezembro de 1995:

Art. 16. O valor da restituição do imposto de renda da pessoa física, apurado


em declaração de rendimentos, será acrescido de juros equivalentes à taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para
títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data prevista
para a entrega da declaração de rendimentos até o mês anterior ao da
liberação da restituição e de 1% no mês em que o recurso for colocado no
banco à disposição do contribuinte. (Vide Lei nº 11.311, de 2006)

Art. 39 [...]
§ 4º - A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será
acrescida de juros equivalentes á taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada
mensalmente, calculada a partir da data do pagamento indevido ou a
maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1%
relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. (Vide Lei nº 9.532, de
1997)

129
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

A taxa do SELIC também foi inserida na Lei nº 8.212/1991, Lei de


Custeio da Previdência Social, ao tratar das contribuições sociais, conforme
segue:

Art. 34. As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo INSS,


incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento, pagas com atraso,
objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, a que se
refere o art. 13 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, incidentes sobre o
valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. (Artigo
restabelecido com nova redação e parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528,
de 10/12/97)

Constata-se que em alguns casos foram proferidas sentenças


judiciais em ações revisionais de benefícios vinculando como critério de
correção monetária e/ou juros a aplicação do SELIC, mas o STJ acabou por
afastar esse critério de correção.

Salienta-se que não deverá ser aplicado o SELIC como taxa de


juros nas ações judiciais que tenham como objeto os benefícios de
prestação continuada, concedidos e mantidos pela Previdência Social, ante
a sua natureza alimentar.

Neste sentido é o Enunciado nº 20, do Conselho de Justiça


Federal (CJF), quando da interpretação ao Novo Código Civil:

ENUNCIADO nº 20 do CJF - Art. 406: a taxa de juros moratórios a que se


refere o art. 406 é a do art. 161, § 1º, do Código Tributário Nacional, ou seja,
1% (um por cento) ao mês.
A utilização da taxa SELIC como índice de apuração dos juros legais não é
juridicamente segura, porque impede o prévio conhecimento dos juros; não é
operacional, porque seu uso será inviável sempre que se calcularem somente
juros ou somente correção monetária; é incompatível com a regra do art. 591
do novo Código Civil, que permite apenas a capitalização anual dos juros, e
pode ser incompatível com o art. 192, § 3º, da Constituição Federal, se
resultarem juros reais superiores a 12% (doze por cento) ao ano”.

5 - JUROS - LEI 11.960/09

A Lei nº 11.960, de 29 de junho de 2009, publicada no dia 30 de


junho de 2009, estabelece novo critério de atualização de valores, em uma

130
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

única vez, pelos índices da remuneração básica e juros aplicados à


caderneta de poupança:

Art. 5º O art. 1º-F da Lei nº 9.494, de 10 de setembro de 1997, introduzido


pelo art. 4o da Medida Provisória nº 2.180-35, de 24 de agosto de 2001,
passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 1º-F. Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente


de sua natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital
e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, vez até o efetivo
pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à
caderneta de poupança. (NR). (grifo
grifo).
grifo

A expressão: “haverá a incidência uma única vez”, contida no


art. 1º- F, da citada norma legal, define a adoção de juros simples, eis que o
rendimento da caderneta de poupança é calculado com base em juros
simples, com contratos de vencimento mensal.

6 - JUROS - Lei 12.703/12

Com a publicação da Lei nº 12.703, de 07 de agosto de 2012 o


cálculo da remuneração adicional (juros) da Poupança foi alterado conforme
arts. 1º e 2º, abaixo transcritos:

Art. 1º O art. 12 da Lei no 8.177, de 1o de março de 1991, passa a vigorar


com a seguinte redação:
Art. 12 [...]
II - como remuneração adicional, por juros de:
a) 0,5% (cinco décimos por cento) ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao
ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e
cinco décimos por cento); ou
b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco
Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de início do período de
rendimento, nos demais casos.
[...]
§ 5º O Banco Central do Brasil divulgará as taxas resultantes da aplicação do
contido nas alíneas a e b do inciso II do caput deste artigo.

Art. 2º O saldo dos depósitos de poupança efetuados até a data de entrada


em vigor da Medida Provisória nº 567, de 3 de maio de 2012, será
remunerado, em cada período de rendimento, pela Taxa Referencial - TR,
relativa à data de seu aniversário, acrescida de juros de 0,5% (cinco décimos
por cento) ao mês, observado o disposto nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do art. 12 da
Lei nº 8.177, de 1o de março de 1991.
§ 1º O saldo remanescente dos depósitos de que trata o caput somente será
acrescido da remuneração que lhe for aplicável.

131
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

§ 2º Para os efeitos do caput, consideram-se efetuados os depósitos de


poupança quando efetivamente creditados em conta, conforme as normas
legais e regulamentares de regência do Sistema de Pagamentos Brasileiro.

7 - JUROS NEGATIVOS

Geralmente os sistemas e planilhas de cálculos são


elaborados com base em atualizações mensais até determinada data,
opondo-se aos sistemas bancários de amortização. Isto exige o encontro de
contas entre parcelas devidas e pagas em determinado tempo, devendo ser
acompanhadas das respectivas taxas de juros tanto nos valores devidos
quanto nos valores pagos, para o fiel equilíbrio atuarial.

Inúmeras decisões judiciais, notadamente do


Tribunal Regional Federal da 4ª Região, esclarecem que não há prejuízo na
aplicação de juros negativos, vez que se chega ao mesmo resultado. A título
de exemplo, transcreve-se decisão proferida no Processo
2006.71.00.022286-6:
EMENTA - EMBARGOS Á EXECUÇÃO. JUROS NEGATIVOS. INCIDÊNCIA.
Correto a metodologia de cálculo na qual se aplicam juros de mora e correção
monetária sobre as parcelas pagas administrativamente pela Autarquia, a fim
de que, no termo final do período do cálculo, o valor pago seja abatido do
devido. Inexistência de prejuízo ao credor, vez que se chega ao mesmo
resultado abatendo mês a mês os valores pagos na via administrativa, pelo
valor nominal.

8 - TABELA DE JUROS - REGRA GERAL

Com o fim de promover a uniformização de procedimento, bem


como, proporcionar orientação segura e prática na realização do cálculo, a
“tabela padrão”
padrão” de juros a ser observada, como regra geral, salvo
determinação em contrário ou decisão judicial transitada em julgado,
obedecerá aos seguintes percentuais:

Período Taxa mensal OBS

Lei nº 3.071, de 01/01/1916


Até dez/2002 0,5% - simples
(Antigo Código Civil)

132
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

De jan/2003 a Lei nº 10.406, de


jun/2009 1,0% - simples 10/01/2002 em vigor a partir
de 11/01/2003
Art. 1º - F da Lei nº 9.494,
De jul/2009 a de 10/09/1997, com a
0,5% - simples
mai/2012 redação dada pela Lei nº
11.960, de 29/06/2009.
a) cinco décimos por cento ao
mês, enquanto a meta da taxa Selic
ao ano, definida pelo Banco Central
Medida provisória nº 567, de
do Brasil, for superior a oito inteiros
03/05/2012, convertida na
e cinco décimos por cento; ou
Lei nº 12.703, de 07/08/12,
A partir de Jun/2012 b) setenta por cento da meta da
que alterou o art. 12 da Lei
taxa Selic ao ano, definida pelo
no 8.177, de 01/02/91.
Banco Central do Brasil,
mensalizada, vigente na data de
início do período de rendimento, nos
demais casos.

Notas:

1. Os juros moratórios são contados a partir da citação, salvo


determinação em contrário ou decisão judicial transitada em julgado,
excluindo-se o mês de início e incluindo-se o mês da conta.

2. Nas execuções não embargadas ou naquelas em que forem opostos,


pela Fazenda Pública, embargos à execução que restarem julgados
procedentes, não incidirão juros de mora no período compreendido
entre a data da elaboração da conta e a data da efetiva definição do
valor devido, eis que a Fazenda Pública não deu causa a mora.

3. Nas execuções cujos embargos à execução forem julgados


improcedentes, serão devidos juros de mora no período compreendido
entre a data da elaboração da conta e a data da efetiva definição do
valor devido, uma vez que em tais circunstâncias o Poder Público deu
causa ao prolongamento do feito.

4. Quando as execuções forem embargadas parcialmente, não haverá


incidência de juros moratórios sobre a parcela incontroversa entre a
data da elaboração da conta e a data do efetivo pagamento do
Precatório/RPV, no prazo constitucional, visto que é permitida a
expedição de requisição para pagamento da parcela incontroversa,
nos termos da Súmula AGU nº 31, de 09/06/2008.

5. Não são devidos juros moratórios no período compreendido entre a


data da elaboração da conta de liquidação (homologada) e a
expedição da requisição de pagamento (Precatório/RPV) pelo Poder
Judiciário.

6. Não são devidos juros moratórios no período compreendido entre a


data de expedição e a data do efetivo pagamento de Precatório/RPV,
no prazo constitucionalmente estabelecido.

133
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

7. Incidem juros sobre valores inscritos em Precatório/RPV somente


quando o pagamento ocorrer após o prazo final do exercício seguinte
à expedição no que se refere a precatórios e após o prazo previsto na
Lei nº 10.259/2001 para as RPV’s. A incidência de juros de mora será
a partir da competência seguinte ao vencimento do prazo
constitucional para pagamento das referidas espécies.

134
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

CAPÍTULO VI

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

1 - CONCEITO

A verba honorária é a parte acessória da condenação imposta ao


vencido, sempre em pecúnia, devida ao patrono do vencedor da causa,
conforme dispõe o caput do Artigo 20 do CPC:

Artigo 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas


que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida,
também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.

Não há condenação do vencido em honorários advocatícios, em


regra, nas seguintes hipóteses:

a) nas ações que tramitam nos Juizados Especiais decididas


em 1º Grau;
b) nas execuções não-embargadas, iniciadas após a vigência
da Medida Provisória n. 2.180-35/2001, ressalvadas as
execuções de pequeno valor (REsp 849802 / RS) e,
c) se houver sucumbência recíproca.

2 - HONORÁRIOS NA AÇÃO DE CONHECIMENTO

Nas condenações impostas nas ações de processo de


conhecimento, quatro são as formas de condenação em honorários
advocatícios as quais o INSS está sujeito, sendo:

a) sobre o valor da causa;


b) valor nominal fixado na sentença;
c) sobre as parcelas vencidas até da data da sentença, e
d) sobre o total da condenação.

135
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

A condenação em honorários com base no valor da causa ou


valor nominal fixado em sentença, comumente é aplicada quando:

a) o vencedor da ação é o réu, e


b) a causa não tem conteúdo econômico imediato (Ex.: Ação
de Averbação de Tempo de Serviço/Contribuição).

A condenação em honorários incidentes sobre as parcelas


vencidas até da data da sentença tem por fundamento a Súmula nº 111 do
STJ, que assim dispõe:

SÚMULA nº 111 do STJ - Os honorários advocatícios, nas ações


previdenciárias, não incidem sobre as prestações vencidas após a sentença.

A condenação em honorários incidentes sobre o total da


condenação (apurado sobre o valor da execução), encontra-se embasada no
§ 3º do Artigo 20 do CPC, in verbis:

Art. 20 [...]
§ 3º. Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez por cento (10%) e o
máximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da condenação, atendidos:

3 - HONORÁRIOS NA AÇÃO DE EXECUÇÃO

Dispõe o artigo 1º - D, da Lei nº 9.494/97, introduzido pela MP nº


2.180/01, que:

Art. 1º-D. Não serão devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública
nas execuções não embargadas.

Entretanto, conforme reiteradas decisões do STJ, é cabível a


imposição de honorários nas execuções de valor inferior a sessenta salários
mínimos (REsp 849.802 – RS).

4 - HONORÁRIOS NOS EMBARGOS À EXECUÇÃO

Embargos à Execução são ações autônomas, cujo julgamento


sujeita o vencido à condenação em honorários advocatícios, caso em que,

136
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

os honorários geralmente têm como base de cálculo o valor da causa, sendo


este correspondente a diferença entre o valor atribuído à execução pelo
exeqüente e aquele reconhecido como devido pelo embargante.

5 - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA - REGRA GERAL

Para proceder a correção monetária de honorários advocatícios


deverá ser observada a regra geral expressa no item 6.2, do Capítulo IV
deste Manual.

6 - JUROS MORATÓRIOS - REGRA GERAL

Para proceder a aplicação de juros deverá ser observada a regra


geral expressa no item 8, do Capítulo V deste Manual.

137
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

CAPÍTULO VII

HONORÁRIOS PERICIAIS

1 - HONORÁRIOS PERICIAIS NAS AÇÕES ACIDENTÁRIAS

De acordo com a norma inserta no art. 8º, §2º, da Lei nº


8.620/93, os honorários periciais nas ações acidentárias típicas deverão ser
adiantados pelo INSS. Tal pagamento deve ser feito através da emissão de
autorização de pagamento (AP), cuja competência para assinar o “PAGUE-
SE” é do Procurador-Chefe da PFE/INSS, na forma do art. 8º do Regimento
Interno do INSS (PT/MPS- 296, de 09.11.2009).

2 - HONORÁRIOS PERICIAIS NAS AÇÕES DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Nos Juizados Especiais Federais, nos termos do § 1º, do art. 12,


da Lei nº 10.259/01, os honorários do perito judicial serão antecipados à
conta de verba orçamentária do respectivo Tribunal e, quando vencida na
causa a entidade pública, seu valor será incluído na ordem de pagamento a
ser feita em favor do Tribunal.

3 - HONORÁRIOS PERICIAIS NAS AÇÕES ORDINÁRIAS

Nas ações sob o rito comum, deve-se observar a regra contida


no artigo 27, do CPC, que estabelece que o pagamento das despesas dos
atos processuais efetuados a requerimento do ministério público ou da
fazenda pública serão pagas ao final pelo vencido. Este benefício é aplicável
ao INSS, por força do art. 8º, da Lei nº 8.620/93.

138
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

4 - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA - REGRA GERAL

Os honorários periciais deverão ser corrigidos monetariamente a


partir da apresentação dos laudos até a data do pagamento, conforme regra
geral expressa no item 6.2, do Capítulo IV deste Manual. Sobre o valor
corrigido dos honorários periciais, não incidem juros de mora.

139
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

CAPÍTULO VIII

MULTAS
MULTAS

1 - VALOR DIÁRIO

Quando o INSS não cumpre a obrigação de fazer imposta na


decisão judicial, ou seja, deixa de conceder, reativar ou revisar o benefício
dentro do prazo estipulado pelo Juízo, poderá ser condenado a pagar multa
por dia de atraso, observada a disposição da Súmula nº. 410 do STJ. Esta
multa é apurada entre a data limite para cumprimento da obrigação de
fazer determinada pelo Julgador até o seu efetivo cumprimento, em
conformidade com o §4º, artigo 461, CPC, in verbis:

“Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer
ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se
procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.

§ 4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor


multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente
ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o
cumprimento do preceito.”

Súmula 410, do STJ: “A prévia intimação pessoal do devedor constitui


condição necessária para a cobrança de multa pelo descumprimento de
obrigação de fazer ou não fazer”.

2 - PERCENTUAL SOBRE O VALOR DA CAUSA

A condenação no pagamento de multa tendo como referência o


valor da causa está previsto no CPC, nos seguintes termos:

Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como
autor, réu ou interveniente.

Art. 17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que:

140
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato


incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
Vl - provocar incidentes manifestamente infundados.
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante


de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa
e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os
honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada
um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente
aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.

Art. 538. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a


interposição de outros recursos, por qualquer das partes.
Parágrafo único. Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou
o tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao
embargado multa não excedente de 1% (um por cento) sobre o valor da
causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até 10%
(dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro
recurso ao depósito do valor respectivo.

3 - PERCENTUAL SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO

A condenação no pagamento de multa, tendo como base de


cálculo para sua apuração o valor da condenação, está prevista no CPC,
nestes termos:

Art. 600. Considera-se atentatório à dignidade da justiça o ato do devedor


que:
I - frauda a execução;
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios
artificiosos;
III - resiste injustificadamente às ordens judiciais;
IV - não indica ao juiz onde se encontram os bens sujeitos à execução.

Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa
fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor
atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de
natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do
credor, exigível na própria execução.
Parágrafo único. O juiz relevará a pena, se o devedor se comprometer a não
mais praticar qualquer dos atos definidos no artigo antecedente e der fiador
idôneo, que responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e
honorários advocatícios.”

141
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

4 - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA - REGRA GERAL

Para proceder a correção monetária de multas deverá ser


observada a regra geral expressa no item 6.2 do Capítulo IV deste Manual.
Com relação a multa diária somente haverá a incidência de correção
monetária após a sua totalização até o efetivo pagamento, desde que haja
determinação ou decisão judicial nesse sentido. Sobre o valor corrigido de
multas, não incidem juros de mora.

142
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

CAPÍTULO IX

CUSTAS E DESPESAS JUDICIAIS

1 - INCIDÊNCIA

Se o vencedor da ação movida contra o INSS teve de


desembolsar custas em razão de ato processual (ajuizamento da ação,
preparo de recursos, etc.), ou despesas judiciais (diárias de oficial de justiça,
tradutor público, honorários de perito, deslocamento de testemunhas, etc.),
a Autarquia também poderá ser condenada a restituir-lhe tais valores. Nesse
sentido dispõe o CPC:

Art. 19. Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe às partes


prover as despesas dos atos que realizam ou requerem no processo,
antecipando-lhes o pagamento desde o início até sentença final; e bem ainda,
na execução, até a plena satisfação do direito declarado pela sentença.

Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas


que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida,
também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria.

Na Justiça Federal o INSS é isento do pagamento de custas


judiciais (art. 8º, §1º, da Lei nº 8.620/93 e art. 24-A, da Lei nº 9.028/95),
sendo que na Justiça Estadual o INSS, em regra, não goza de isenção
(súmula nº 178, do STJ), em face da competência do Estado para fixá-las.

Assim, deve ser verificada se a legislação estadual concede o


benefício de isenção de custas às Autarquias Federais.

2 - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA - REGRA GERAL

Para o reembolso das custas e despesas judiciais, a atualização


monetária será a partir da data em que as mesmas foram recolhidas até a

143
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

data do pagamento, conforme regra geral expressa no item 6.2 do Capítulo


IV deste Manual. Sobre o valor corrigido das custas e despesas judiciais não
incidem juros de mora.

144
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

CAPÍTULO X

REQUISIÇÕES DE PAGAMENTOS (PRECATÓRIO/RPV


(PRECATÓRIO/RPV)
PRECATÓRIO/RPV)

1 - REQUISIÇÕES

1.1 - Débito de Natureza Alimentar

Após a definição do valor da execução, o Juiz encaminha ofício


ao respectivo Tribunal, solicitando a expedição de Requisição de Pequeno
Valor (RPV), se até sessenta salários mínimos, ou a inscrição em precatório,
se acima de sessenta salários mínimos, sendo facultado ao exeqüente
renunciar ao valor excedente a sessenta salários mínimos para receber o
montante devido por RPV (Art. 17 da Lei nº 10.259/2001).

Os débitos sujeitos a liquidação por precatório são inscritos no


dia 1º de julho de cada ano e liquidados no exercício financeiro
subseqüente, e os débitos sujeitos a liquidação por RPV são requisitados a
qualquer tempo, devendo ser liquidados até sessenta dias contados da
requisição.

O valor apurado até o encerramento da conta de liquidação deve


observar os critérios de correção monetária e juros definidos na sentença.
Do encerramento da conta de liquidação até a requisição do precatório ou
da RPV e até o seu efetivo pagamento, incide somente correção monetária,
sem aplicação de juros de mora, na forma do artigo 100 da Constituição da
República e das Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO’s) editadas
anualmente. Entretanto, se o precatório for pago após o prazo
Constitucional, ou se a RPV for paga fora do prazo legal, os valores inscritos
voltam a se sujeitar à incidência de juros de mora desde a expiração do
prazo.

145
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

1.1.1 - Emenda Constitucional nº 62/09

Aos Precatórios inscritos para pagamento até o exercício de


2010 e RPV’s expedidas até 31 de novembro de 2009, aplica-se a regra a
seguir:

a) o valor apurado até o encerramento da conta de


liquidação deve observar os critérios de correção
monetária e juros definidos na sentença. Do
encerramento da conta de liquidação até a requisição
do precatório ou da RPV e até o seu efetivo pagamento,
incide somente correção monetária pela variação
acumulada pelo IPCA-E, na forma das LDO’s editadas
anualmente e,
b) se o precatório for pago após o prazo Constitucional (31 de
dezembro do ano subseqüente ao da inscrição), ou se a
RPV for paga fora do prazo legal (sessenta dias após sua
inscrição), os valores inscritos voltam a se sujeitar à
incidência de juros de mora desde a expiração do prazo.

Já aos Precatórios inscritos para pagamento a partir do


exercício de 2011 e RPV’s expedidas a partir de 1º de dezembro de
2009, aplica-se a seguinte regra:

a) em razão do disposto no § 12 do artigo 100 da CF,


introduzido pelo artigo 1º da Emenda Constitucional nº
62, de 14 de dezembro de 2009, os precatórios
inscritos para pagamento no exercício de 2011 e as RPV’s
expedidas a partir do mês de dezembro de 2009,
sujeitam-se a correção monetária da data da conta de
liquidação até sua inscrição em precatório ou RPV e
até o efetivo pagamento pela variação mensal da TR –
TAXA REFERENCIAL, e
b) se o precatório for pago após o prazo Constitucional (31 de
dezembro do ano subseqüente ao da inscrição), ou se a
RPV for paga fora do prazo legal (sessenta dias após sua
inscrição), os valores inscritos voltam a se sujeitar à
incidência de juros de mora desde a expiração do prazo.

146
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

1.2 - Débitos de Natureza Não Alimentar

Para os débitos de natureza não alimentar, ainda que o valor da


execução seja inferior a 60 salários mínimos, a liquidação dar-se-á sempre
por meio de precatório.

Estes pagamentos foram parcelados de acordo com o valor do


débito, em até 10 anos, conforme Artigo 78 do Ato das Disposições
Transitórias Constitucionais, introduzido pelo Artigo 2º, da EC nº 30, de 13
de setembro de 2000, que assim dispôs:

Art 2º É acrescido, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, o art.


78, com a seguinte redação:

Art. 78. Ressalvados os créditos definidos em lei como de pequeno valor, os


de natureza alimentícia, os de que trata o art. 33 deste Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias e suas complementações e os que já tiverem os
seus respectivos recursos liberados ou depositados em juízo, os precatórios
pendentes na data de promulgação desta Emenda e os que decorram de
ações iniciais ajuizadas até 31 de dezembro de 1999 serão liquidados pelo
seu valor real, em moeda corrente, acrescido de juros legais, em prestações
anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos, permitida a cessão
dos créditos. (AC)
§ 1º É permitida a decomposição de parcelas, a critério do credor. (AC)
§ 2º As prestações anuais a que se refere o caput deste artigo terão, se não
liquidadas até o final do exercício a que se referem, poder liberatório do
pagamento de tributos da entidade devedora" (AC)
§ 3º O prazo referido no caput deste artigo fica reduzido para dois anos, nos
casos de precatórios judiciais originários de desapropriação de imóvel
residencial do credor, desde que comprovadamente único à época da imissão
na posse. (AC)
§ 4º O Presidente do Tribunal competente deverá, vencido o prazo ou em
caso de omissão no orçamento, ou preterição ao direito de precedência, a
requerimento do credor, requisitar ou determinar o seqüestro de recursos
financeiros da entidade executada, suficientes à satisfação da prestação. (AC)

As Leis de Diretrizes Orçamentárias, editadas anualmente,


disciplinaram o pagamento dos precatórios passíveis de parcelamento.
Como exemplo, cita-se o Artigo 25, da Lei nº 11.178/06 (LDO de 2006):

Art. 25. A inclusão de dotações na Lei Orçamentária de 2006 destinadas ao


pagamento de precatórios parcelados, tendo em vista o disposto no art. 78
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, far-se-á de
acordo com os seguintes critérios:
I - serão objeto de parcelamento, créditos superiores a 60 (sessenta) salários
mínimos, na forma dos incisos seguintes;

147
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

II - as parcelas serão iguais, anuais, sucessivas e não poderão ser inferiores


ao valor referido no inciso I deste artigo, excetuando-se o resíduo, se houver;
III - os créditos individualizados por beneficiário serão parcelados em até 10
(dez) vezes, observada a situação prevista no inciso II deste artigo;
IV - os créditos individualizados por beneficiário originários de desapropriação
de imóvel residencial do credor, desde que comprovadamente único à época
da imissão na posse, serão divididos em duas parcelas;
V - será incluída a parcela a ser paga em 2006, decorrente do valor parcelado
dos precatórios relativos aos exercícios de 2001 a 2006; e
VI - os juros legais, à taxa de 6% a.a. (seis por cento ao ano), serão
acrescidos aos precatórios objeto de parcelamento, a partir da segunda
parcela, tendo como termo inicial o mês de janeiro do ano em que é devida a
segunda parcela.

O pagamento parcelado dos precatórios não-alimentícios, que


estava previsto no artigo 2º da EC nº 30/2000, que introduziu o art. 78 do
ADCT, teve sua eficácia suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em
novembro de 2010, no julgamento conjunto de medidas cautelares em duas
Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI nº 2356/DF, proposta pela
Confederação Nacional da Indústria, e na ADI nº 2362, ajuizada pela Ordem
dos Advogados do Brasil), sendo determinado o pagamento integral das
parcelas remanescentes.

2 - PAGAMENTO

O pagamento dos precatórios deve observar, obrigatoriamente,


a ordem cronológica em que foram apresentados ao Tribunal, na forma do
art. 100, da CF/88.

O pagamento por RPV é feito quando o valor da execução não


ultrapassa o montante correspondente a 60 SM, a teor da Lei 10.259/01,
que instituiu o Juizado Especial Federal por força da EC – 30/2000. Antes
dessa lei foi editada a Lei nº 10.099/00, que instituiu o pagamento definido
como de pequeno valor para os débitos do INSS em matéria exclusivamente
previdenciária. A CF e a Lei nº 10.259/01 vedam o pagamento partilhado do
débito, de forma que parte seja feito por RPV e parte por precatório, como
ocorria até recentemente no âmbito do INSS (EC – 37/02 e Lei nº 10.259/01).

148
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

Pode ocorrer de o Ente Público embargar a execução parcial do


julgado, ou seja, insurgir-se apenas contra parte da conta a pagar. Neste
caso, e de acordo com a Resolução do CJF – 168/2011, o pagamento é feito
parcialmente, ou seja, paga-se apenas a parcela incontroversa que, segundo
entendimento do STJ, teria transitado em julgado. O restante, caso os
embargos sejam rejeitados, será pago oportunamente da mesma forma que
o valor não embargado. De acordo com recente decisão do e. STF existe a
obrigatoriedade de citação do Ente Público, nos termos do artigo 730 do
CPC, quando houver pedido de pagamento de complementação de
precatório já quitado. Após a definição do valor da execução, o juiz
encaminha ofício ao respectivo Tribunal, para a inscrição do débito apurado
em Precatório ou RPV.

Nas ações previdenciárias, de competência da Justiça Federal,


inclusive as de competência delegada à Justiça Estadual, o efetivo
pagamento é considerado a partir da data em que o Tribunal Regional
Federal efetuou o crédito do valor em favor do beneficiário na instituição
financeira, salvo decisão judicial em contrário.

Recomenda-se que o valor da requisição de pagamento seja


atualizado antes de sua expedição, com o fim de evitar a necessidade de
expedição de requisição complementar.

3 - SALDO REMANESCENTE

Havendo saldo remanescente a pagar de precatório ou RPV, o


pagamento deste saldo dar-se-á da mesma forma em que foi liquidado o
débito que lhe originou, ou seja, o pagamento de saldo remanescente de
precatório, dar-se-á através de precatório complementar e o pagamento de
saldo remanescente de RPV, através de RPV complementar, sendo que o
saldo remanescente da RPV fica limitado a diferença entre o valor liquidado
na RPV principal e o limite de 60 salários mínimos, apurados na data do
pagamento da RPV principal.

149
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

4 - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA - REGRA GERAL

A atualização monetária de requisições de pagamentos


(Precatório/RPV – original, complementar, parcial ou suplementar) será
conforme item 1.1.1 deste Capítulo.

5 - JUROS MORATÓRIOS - REGRA GERAL

A incidência de juros moratórios sobre requisições de


pagamentos (Precatório/RPV – original, complementar, parcial ou
suplementar) será conforme item 1.1.1 deste Capítulo.

150
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

CAPÍTULO XI

FERRAMENTAS DE CÁLCULO

1 - AOR - AÇÃO ORDINÁRIA REVISIONAL

São objetivos do AOR:

• Revisar benefícios conforme sentenças Judiciais (devido x recebido).

• Revisão administrativa de benefícios (devido x recebido).

• Calcular valores devidos aos segurados provenientes de concessão


judicial.

• Calcular valores devidos aos segurados provenientes de concessão


administrativa.

• Processamento em LOTE através do modo digitado ou importação de


arquivo txt JEF – conferência e cálculo de diferenças devido x
recebido, CP e implantação (módulo Interface SUB).

A ferramenta de cálculo AOR dispõe de “ajuda” que orienta a


sua operacionalização, conforme os tipos de cálculos nele contemplados.
Sua atualização (versões e tabelas operacionais) se processa através do
aplicativo TransAOR (via Intraprev).

2 - PCALC - VERSÃO ACCESS

São objetivos do PCALC versão Access:

• Calcular SB’s e RMI’s;

• Revisar benefícios conforme sentenças Judiciais (devido x recebido).

151
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

• Revisão administrativa de benefícios (devido x recebido).

• Calcular os acréscimos legais de valores devidos aos segurados


provenientes de concessão judicial.

• Calcular os acréscimos legais de valores devidos aos segurados


provenientes de concessão administrativa.

• Elaborar acréscimos legais em cálculos de Pro-labore (repetição de


indébito tributário - 20% sobre os salários de empregadores e
autônomos).

• Elaborar acréscimos legais em cálculos de ações de pessoal.

• Atualização de cálculos consolidados.

• Apuração de saldo remanescente e encontro de contas.

• Emissão de AP’s (ações acidentárias).

A ferramenta de cálculo PCALC – versão Access dispõe de


“ajuda” que orienta a sua operacionalização, conforme as funcionalidades
de seus módulos. A atualização de versões, das linhas de correção e das
tabelas operacionais, é feita a partir de arquivo executável disponível em
http://10.40.0.72/pcalc (via Intraprev), sendo que as atualizações das linhas
de correção e das tabelas operacionais, também podem ser feitas
manualmente pelo Administrador local.

152
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

ANEXOS

ANEXO 1 - TABELA DE FATORES DE CORREÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DOS


EMPREGADORES
EMPREGADORES RURAIS

PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA - ART. 305 - RBPS/79

FATORES RELATIVOS AOS ANOS DE


INÍCIO DO BENEFÍCIO PRODUÇÃO LEGISLAÇÃO
ANO TRIMESTRE 1975 1976 1977 - PORTARIA - 1.331 de
16/01/79
1978 ***************** 1,80 1,31 1,00
1976 1977 1978 - PORTARIA - 1.360 de
1979 *****************
14/02/79
1,78 1,36 1,00
1977 1978 1979 - PORTARIA - 2.031 de
1980 *****************
29/02/80
1,99 1,46 1,00
1978 1979 1980 - PORTARIA - 2.382 de
1981 *****************
19/01/81
2,61 1,81 1,00
1979 1980 1981 - PORTARIA - 2.798 de
1982 *****************
16/02/82
3,46 1,91 1,00
1980 1981 1982 - PORTARIA - 3.152 de
1983 *****************
31/01/83
2,76 1,81 1,00
1981 1982 1983 - PORTARIA - 1.660 de
1984 *****************
16/03/84
5,03 2,78 1,00
JANEIRO
1982 1983 1984 - PORTARIA - 1.979 de
1985 FEVEREIRO
25/01/85
MARÇO 5,30 2,87 1,00
ABRIL
1982 1983 1984 - PORTARIA - 2.058 de
1985 MAIO
24/04/85
JUNHO 7,33 3,57 1,00
JULHO
1982 1983 1984 - PORTARIA - 2.178 de
1985 AGOSTO
19/07/85
SETEMBRO 12,69 4,65 1,00
OUTUBRO
1982 1983 1984 - PORTARIA - 2.266 de
1985 NOVEMBRO
11/10/85
DEZEMBRO 15,88 5,82 1,00
JANEIRO
1983 1984 1985 - PORTARIA - 2.397 de
1986 FEVEREIRO
03/02/86
MARÇO 7,88 1,35 1,00
ABRIL
1983 1984 1985 - PORTARIA - 2.492 de
1986 MAIO
08/05/86
JUNHO 10,47 1,79 1,00
1986 JULHO 1983 1984 1985 - PORTARIA - 2.545 de

153
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

AGOSTO 03/07/86
SETEMBRO 10,70 1,83 1,00
OUTUBRO
1983 1984 1985 - PORTARIA - 2.643de
1986 NOVEMBRO
01/10/86
DEZEMBRO 11,14 1,91 1,00
JANEIRO
1984 1985 1986 - PORTARIA - 3.940 de
1987 FEVEREIRO
19/02/87
MARÇO 4,21 1,22 1,00
ABRIL
1984 1985 1986 - PORTARIA - 2.773 de
1987 MAIO
28/04/87
JUNHO 6,42 1,86 1,00
JULHO
1984 1985 1986 - PORTARIA - 2.844 de
1987 AGOSTO
29/07/87
SETEMBRO 12,06 3,49 1,00
OUTUBRO
1984 1985 1986 - PORTARIA - 2.893 de
1987 NOVEMBRO
14/10/87
DEZEMBRO 13,84 4,01 1,00
JANEIRO
1985 1986 1987 - PORTARIA - 2.941 de
1988 FEVEREIRO
20/01/88
MARÇO 4,80 3,93 1,00
ABRIL
1985 1986 1987 - PORTARIA - 2.980 de
1988 MAIO
21/04/88
JUNHO 6,65 5,44 1,00
JULHO
1985 1986 1987 - PORTARIA - 3.046 de
1988 AGOSTO
13/07/88
SETEMBRO 10,56 8,65 1,00
OUTUBRO
1985 1986 1987 - PORTARIA - 3.190 de
1988 NOVEMBRO
03/11/88
DEZEMBRO 28,28 23,15 1,00
JANEIRO
1986 1987 1988 - PORTARIA - 3.263 de
1989 FEVEREIRO
01/02/89
MARÇO 48,16 10,34 1,00
ABRIL
1986 1987 1988 - PORTARIA - 3.336 de
1989 MAIO
25/04/89
JUNHO 71,72 15,39 1,00
JULHO
1986 1987 1988 - PORTARIA - 3.415 de
1989 AGOSTO
21/07/89
SETEMBRO 105,62 22,67 1,00
OUTUBRO
1986 1987 1988 - PORTARIA - 3.470 de
1989 NOVEMBRO
13/10/89
DEZEMBRO 239,13 51,32 1,00
JANEIRO
1987 1988 1989 - PORTARIA - 3.522 de
1990 FEVEREIRO
11/01/90
MARÇO 153,36 14,84 1,00
ABRIL
1987 1988 1989 - PORTARIA - 3.135 de
1990 MAIO
12/04/90
JUNHO 762,74 73,77 1,00
JULHO
1987 1988 1989 - PORTARIA - 3.516 de
1990 AGOSTO
18/07/90
SETEMBRO 910,00 88,01 1,00
OUTUBRO
1987 1988 1989 - PORTARIA - 3.637 de
1990 NOVEMBRO
10/10/90
DEZEMBRO 1.258,12 121,68 1,00
1991 JANEIRO 1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.049 de

154
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

01/02/91
192,67 12,98 1,00
1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.078 de
1991 FEVEREIRO
07/02/91
231,61 15,98 1,00
1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.114 de
1991 MARÇO
06/03/91
247,61 16,70 1,00
1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.172 de
1991 ABRIL
04/04/91
268,89 18,12 1,00
1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.215 de
1991 MAIO
02/05/91
292,90 19,74 1,00
1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.822 de
1991 JUNHO
05/06/91
319,23 21,52 1,00
1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.333 de
1991 JULHO
03/07/91
349,24 23,54 1,00
1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.442 de
1991 AGOSTO
26/08/91
384,34 25,90 1,00
1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.522 de
1991 SETEMBRO
17/09/91
430,26 29,00 1,00
1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.556 de
1991 OUTUBRO
07/10/91
502,46 33,86 1,00
1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.613 de
1991 NOVEMBRO
06/11/91
601,80 40,56 1,00
1988 1989 1990 - PORTARIA - 3.663 de
1991 DEZEMBRO
04/12/91
785,47 52,94 1,00

155
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

ANEXO 2 - TABELA DE EXPURGOS INFLACIONÁRIOS

BTN X IPC/IBGE - EXPURGOS INFLACIONÁRIOS

COMP. BTN - Valores VARIAÇÃO % IPC/IBGE % EXPURGADO DECISÃO


Oficiais DA BTN STJ
dez/88 4.790,89 28,79% 28,79% 0,00%
jan/89 6.170,19 0,00% 70,28% 42,72% 42,72%
fev/89 1 3,60% 3,60% 6,31% 10,14%
mar/89 1,036 6,09% 6,09% 0,00%
abr/89 1,0991 7,31% 7,31% 0,00%
mai/89 1,1794 9,94% 9,94% 0,00%
jun/89 1,2966 24,83% 24,83% 0,00%
jul/89 1,6186 28,77% 28,76% 0,00%
ago/89 2,0842 29,33% 29,34% 0,00%
set/89 2,6956 35,95% 35,95% 0,00%
out/89 3,6647 37,62% 37,62% 0,00%
nov/89 5,0434 41,42% 41,42% 0,00%
dez/89 7,1324 53,55% 53,55% 0,00%
jan/90 10,9518 56,11% 56,11% 0,00%
fev/90 17,0968 72,78% 72,78% 0,00%
mar/90 29,5399 41,28% 84,32% 30,46%
abr/90 41,734 0,00% 44,80% 44,80%
mai/90 41,734 5,38% 7,87% 2,36%
jun/90 43,9793 9,61% 9,55% -0,05%
jul/90 48,2057 10,79% 12,92% 1,92%
ago/90 53,4071 10,58% 12,03% 1,31%
set/90 59,0576 12,85% 12,76% -0,08%
out/90 66,6485 13,71% 14,20% 0,43%
nov/90 75,7837 16,64% 15,58% -0,91%
dez/90 88,3941 19,39% 18,30% -0,91%
jan/91 105,5337 20,21% 19,91% -0,25%
fev/91 126,8621 20,20% 21,87% 1,38%
mar/91 152,4882

Total Acumulado dos expurgos 208,48%

156
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

ANEXO 3 - TABELA DE PADRÕES MONETÁRIOS – MOEDAS BRASILEIRAS

Símbolo Denominação Vigência


Cr$ CRUZEIRO 05/10/1942
NCr$ CRUZEIRO NOVO 13/02/1967
Cr$ CRUZEIRO 15/05/1970
Cz$ CRUZADO 28/02/1986
NCz$ CRUZADO NOVO 16/01/1989
Cr$ CRUZEIRO 16/03/1990
CR$ CRUZEIRO REAL 01/08/1993
R$ REAL 01/07/1994

157
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

ANEXO 4 - TABELA DE SIGLAS


SIGLAS UTILIZADAS NESTE MANUAL E NO INSS

SIGLAS UTILIZADAS NESTE MANUAL E NO INSS


AP Aposentadoria
AP Autorização de Pagamento
APB Aposentadoria Base
AT Acidente de Trabalho
BENEF Sistema de Benefícios
BENREV Consulta de Revisão de Benefícios
CAT Comunicação de Acidente de Trabalho
CB Concessão de Benefício
CESOBI Cessação de Benefício por Óbito
CN Complemento Negativo
CON147 Consulta Parcela 147
CON201 Consulta Benefício - Art. 201 da Constituição Federal
CONSIT Consulta de Situação do Benefício
CP Complemento Positivo
DAT Data do Afastamento do Trabalho
DCB Data da Cessação do Benefício
DD Data do Desligamento
DDB Data do Despacho do Benefício
DER Data da Entrada do Requerimento
DESP Despacho
DIB Data do Inicio do Benefício
DIP Data do Início do Pagamento
DPE Data da Publicação da Emenda (EC nº 20/98)
DPL Data da Publicação da Lei (Lei nº 9.876/99)
DO Data do Óbito
DSC Discriminação dos Salários para Concessão
DN Data de Nascimento
FBM Ficha de Benefício em Manutenção
FIA Ficha Individual de Antecedentes
HISATU Histórico de Atualização
HISCNS Histórico de Consignação
HISCOMP Histórico de Complemento Positivo
HISCRE Histórico de Créditos
MR Mensalidade Reajustada
NB Numero do Benefício
OL Órgão Local
OLC Órgão Local Concessor
OM Órgão Mantenedor
PA Pensão Alimentícia
PAB Pagamento Alternativo de Benefícios
PBC Período Base de Cálculo
PESNOM Pesquisa por Nome

158
M A N U A L D E C Á L C U L O S JUDICIAIS PREVIDENCIÁRIOS DA PFE/INSS

REVBPC Revisão de Benefícios de Prestação Continuada–LOAS


RM Renda Mensal
RMI Renda Mensal Inicial
RMR Renda Mensal Reajustada

RSC Relação de Salário-de-Contribuição


RV Recibo de Vencimento e Créditos Pagos
SB Salário Base
SC Salário-de-Contribuição
SISBEN Sistemas de Benefícios
SISOBI Sistema de Óbitos
SISOBINET Sistema de Óbito-Via Intranet
SM Salário Mínimo

159

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