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ETEC ERMELINDA GIANINNI TEIXEIRA

DAYANE YONI
GIOVANNA RISONHO

TRABALHO BIMESTRAL
O APARTHEID

SANTANA DE PARNAÍBA
2020
DAYANE YONI
GIOVANNA RISONHO

TRABALHO BIMESTRAL
O APARTHEID
Trabalho apresentado a disciplina de Geografia do
Ensino Médio Integrado ao Ensino Técnico de
Administração da ETEC Prof.ª Ermelinda Giannini
Teixeira como requisito parcial para menção bimestral

Professor: Ecio Aparecido

SANTANA DE PARNAÍBA
2020
Sumário
1. DEFINIÇÃO............................................................................................................................. 4
2. CONTEXTO HISTÓRICO ..................................................................................................... 4
3. O APARTHEID E AS NAÇÕES DO MUNDO .................................................................... 5
4. LEIS DO APARTHEID........................................................................................................... 5
5. O APARTHEID NA PRÁTICA .............................................................................................. 6
6. O FIM DO APARTHEID ........................................................................................................ 6
1. DEFINIÇÃO
O Apartheid foi um regime de “segregação racial” que ocorreu na África
do Sul entre 1948 e 1994. Tal regime era conhecido por privilegiar a elite branca
do país, que permaneceu até as eleições presidenciais de 1994, ano em que
Nelson Mandela alcançou o poder, o maior ícone de liderança da África Negra,
que colocou fim ao regime segregacionista, lutando pela igualdade racial na
África do Sul.

2. CONTEXTO HISTÓRICO
É notório que os primeiros europeus a constituírem as colônias no sul do
continente africano foram os holandeses, os quais empregavam em suas
plantations no litoral o trabalho escravo dos autóctones. Consequentemente, a
colônia do Cabo foi tomada pelo Reino Unido em 1800 e, já em 1892, foi limitado
o sufrágio dos negros com base no nível de instrução e nos recursos financeiros
que possuíam. No ano de 1894, os indianos foram privados de seu direito de
voto e, em 1905, foi a vez dos negros serem espoliados do direito de voto e terem
sua circulação restringida a determinadas áreas.

Com a guerra entre ingleses e bôeres, tivemos a capitulação entre as duas


repúblicas e, no ano de 1910, uma Constituição negociada entre bôeres e
ingleses criou a "União Sul-Africana", abrindo espaço para o regime do
Apartheid, apesar da fundação do Congresso Nacional Africano, partido político
criado em 1912 para defender os direitos dos negros. O regime do apartheid
iniciou-se no período colonial, contudo, é tratado oficialmente a partir das
eleições gerais de 1948, quando a nova legislação passou a segregar os
habitantes em grupos raciais ("negros", "brancos", "de cor" e "indianos").

Posteriormente, num processo iniciado em 1990 pelo presidente Frederik


Willem de Klerk, por meio de negociações para acabar com o regime racista,
teremos eleições democráticas em 1994, que foram vencidas pelo Congresso
Nacional Africano, sob o comando de Nelson Mandela. Do ponto de vista
ideológico, vale dizer que o Apartheid nasceu a partir do conceito romântico de
"nação", o mesmo utilizado pelo pensamento fascista, estabelecendo uma
hierarquia racial e um labirinto legal de discriminação racial na África do Sul.
3. O APARTHEID E AS NAÇÕES DO MUNDO
Como efeito colateral mais marcante, podemos citar o protesto contra as
Leis do Livre Trânsito, em 21 de março de 1960, o qual acabou em tragédia
matando 69 manifestantes e ferindo 180. Como consequência, a Assembleia
Geral das Nações Unidas aprovou no dia 6 de novembro de 1962, a Resolução
1761, reprovando as práticas racistas do regime sul-africano e demandando que
os países signatários da ONU cortassem as relações militares e econômicas com
a África do Sul.

Num parâmetro internacional, a África do Sul ficou isolada, e entre 1978


e 1983, iniciou-se um forte bloqueio à África do Sul, no qual pressionava os
empresários e empreendedores a rejeitarem qualquer investimento naquele
país, bem como a proibição de times esportivos da África do Sul de participarem
em eventos internacionais.

Em consequência, no ano de 1984, algumas reformas foram introduzidas,


mas na realidade entre 1985 e 1988, eventos de extrema violência contra os
povos oprimidos tornaram-se corriqueiros, mas as leis de censura impediram a
mídia de divulgá-los.

4. LEIS DO APARTHEID
• Lei de Terras Nativas de 1913, que divide a posse da terra na África do
Sul por grupos raciais;
• Lei sobre Nativos em Áreas Urbanas de 1918, a qual passa a obrigar os
negros a viverem em locais específicos;
• Lei de Proibição dos Casamentos Mistos de 1949, que torna ilegal o
casamento entre pessoas de raças diferentes;
• Lei de Registro Populacional, de 1950, que formalizou a divisão racial
através da introdução de um cartão de identidade diferenciado por raças;
• Lei de Áreas de Agrupamento, de 1950, determinando onde cada um
viveria de acordo com sua raça;
• Lei de Auto-Determinação dos Bantu, de 1951, a qual cria arcabouços
governamentais distintos para cidadãos negros;
• Lei de Reserva dos Benefícios Sociais, de 1953, que determina quais
locais públicos poderiam ser reservados para determinadas raças.
5. O APARTHEID NA PRÁTICA
• Não-brancos eram recusados a se candidatarem e não podiam votar;
• Os negros eram proibidos de ingressar em diversos empregos e também
não podiam empregar trabalhadores brancos;
• A terra atribuída aos negros era, via de regra, muito improdutiva e não
permitia a subsistência digna;
• educação provida aos negros era de péssima qualidade e voltada ao
mercado de trabalho braçal;
• Trens e ônibus eram segregados, bem como as praias, piscinas públicas
e bibliotecas e cinemas;
• Sexo inter-racial era proibido.

6. O FIM DO APARTHEID
Quando Nelson Mandela ascendeu ao cargo de Presidente da África do Sul,
o movimento do Apartheid terminou em 1994. Problemas como a miséria, a
injustiça e a desigualdade ainda são comuns no país. Após as eleições de
Mandela, a população branca, se viu destituída de poderes, os quais durante
quatro décadas esteve concentrado nas mãos da elite branca do país. Assim, o
regime segregacionista do apartheid privilegiou os interesses da minoria branca,
primeiramente dos descendentes de europeus que ocupavam o país.

Entretanto, apesar de muitas questões terem sido resolvidas, desde a


inclusão dos negros na política, economia, aumento de programas sociais,
diminuição da miséria, a insatisfação da população ainda persiste diante do
contexto atual: péssimas condições de vida, aumento da desigualdade
econômica, social, cultural, e ainda, o desemprego que cresce a cada ano.

Mandela deixou bem claro que a intenção dele, durante toda sua vida, não
era de criar um outro regime segregacionista, separando a minoria branca da
maioria negra; a ideia central do líder era proporcionar uma sociedade igualitária
para todas as pessoas, independente do credo, religião, cor, etc.

Para tanto, estudos apontam que o problema da segregação racial ainda


persiste na África do Sul, onde muitos brancos, com receio de ataques, já
resolveram deixar o país, consequência essa gerada pelo aumento da violência
inter-racial; embora a minoria branca ainda domine grande parte da cena política
e econômica do país. É salutar ressaltar que os imigrantes, sobretudo chineses
e indianos, sofreram também com o regime do apartheid, e ainda hoje, lidam
com a xenofobia no país.

Guardada as devidas proporções, podemos comparar a herança do


Apartheid, que ainda persiste em diversos locais da África do Sul, tal qual o
racismo no Brasil, herdado da época colonial, mediante um sistema escravista
que imperou no país por mais de 300 anos (1530 - 1888) e que continua, até os
dias de hoje, como um reflexo histórico da discriminação racial.

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