Você está na página 1de 1

África do Sul: Apartheid

O apartheid representou a transformação do racismo em lei na África do Sul - a


segregação racial foi legalmente aceita entre 1948 e 1994. Foi o regime do apartheid
que retirou os direitos dos negros e deu privilégios aos brancos, minoria no país. A
discriminação institucionalizada teve início quando o Partido Nacional da África do Sul
ganhou as eleições. Em 1949, os casamentos mistos foram proibidos. Em 1950, a Lei da
imoralidade proíbe a relação sexual entre brancos e negros. No mesmo ano, a
população é cadastrada e separada por raça, além de ser dividida fisicamente com a
formação de áreas residenciais específicas.

Os negros precisavam andar com cadernetas por determinação da Lei dos nativos,
conhecida como Lei do passe, o documento deveria ser apresentado à polícia sempre
que solicitado. Os locais e equipamentos públicos também eram segregados, placas
com a indicação “Somente europeus” eram colocadas para impedir o contato com
negros.

A divisão entre raças pode ser observada já em 1913 com a Lei das Terras, que dá 90%
das terras aos brancos e apenas 10% aos negros.

Uma das justificativas do regime do apartheid é a concepção do desenvolvimento


separado, que explica que cada raça deve se desenvolver sem a mistura com outras.
Com isso, os negros recebiam serviços públicos inferiores, inclusive a educação
oferecida para os brancos tinha qualidade superior.

A África do Sul chegou a sofrer embargos comerciais, uma forma que os países
contrários ao regime encontraram para forçar o fim da segregação. Em 1973, o
apartheid foi condenado na Assembléia Geral das Nações Unidas com a assinatura do
texto Convenção Internacional da Punição e Supressão ao crime do Apartheid.

Apesar de toda a repressão, revoltas já começavam a incomodar a segregação imposta


pelos brancos. O maior líder do movimento negro na África do Sul foi Nelson Mandela.
Símbolo da luta contra o apartheid, ele foi preso em 1964. Em 1985, o governo, para
impedir mais revoltas, prometeu negociar com os negros assuntos de interesse
comum, mas eles ainda não poderiam votar ou ter parlamento. O primeiro-ministro
não aceitou libertar Mandela, que só poderia ser solto se prometesse que não haveria
violência. O líder, no entanto, não aceitava condições. O grande nome da luta contra o
apartheid permaneceu quase três décadas na prisão.

Em 1989, Pieter W. Botha renuncia e Frederick de Klerk assume. Mandela sai da prisão
em 1990. Nelson Mandela e Frederick de Klerk são agraciados com o Nobel da Paz em
93. No ano seguinte, os negros votam pela primeira vez e Mandela é eleito presidente
do país.

Você também pode gostar