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Guia 01 A Divina Comedia
Guia 01 A Divina Comedia
A DIVINA COMÉDIA
Índice
Da obra 6
Do tradutor 8
Inferno 11
Purgatório 17
Paraíso 23
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Do autor e sua época
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e do frio rigoroso. Não há florescimento, não há cores, apenas o des-
conhecido, que durará alguns meses, até que a vida renasça em mais
um ciclo. O homem medieval, percebendo as sutilezas da correspon-
dência entre mundo natural e vida pessoal, se pergunta: “Em meio a
tantos mistérios, quais são as possibilidades reservadas à alma humana
ao adentrar a selva escura na hora derradeira? Como uma pessoa pode
seguir o caminho reto?” São esses questionamentos que Dante explora
em sua Divina Comédia.
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nunca mais retornou, passando o restante de seus dias em Ravena. A
Divina Comédia foi concluída durante seu período de exílio e o poe-
ta falece pouco depois, em 1321, aos cinquenta e seis anos de idade.
Posteriormente, Florença chegou a reivindicar seus restos mortais, mas
tal pedido nunca foi acatado. Dante permanece sepultado em Ravena
e em seu túmulo lê-se o seguinte epitáfio: “Florença, mãe de pequeno
amor”.
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Da obra
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belecer uma divisão calculada para o texto, que foi escrito em tercetos
hendecassílabos (na classificação atual poderíamos dizer que foram de-
cassílabos), totalizando 33 sílabas métricas para cada estrofe.
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Do tradutor
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árduo trabalho de verter Dante Alighieri para a língua de Camões. O
serviço iniciou-se em 25 de dezembro de 1874, sendo concluído em
1882. Uma obra grandiosa, com detalhadas notas de rodapé feitas pelo
próprio tradutor, teve sua publicação parcial em 1888, com a edição
do Inferno. Xavier faleceu em 20 de outubro de 1882, pouco após a
conclusão de sua tradução, a primeira completa em língua portuguesa,
sem ter a alegria de ver seu trabalho nas prateleiras. O filho do tradutor
lutou pela impressão pública da obra, que era sempre adiada por pro-
messas políticas não cumpridas. Após vinte anos brigando em nome
da memória de seu pai, finalmente veio à luz, em 1903, a edição com-
pleta do trabalho de José Pedro Xavier Pinheiro, que nós, do Clube de
Literatura Clássica, temos a honra de reeditar.
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Pequeno resumo
dos cantos da
Divina Comédia
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Inferno
Canto 1: Dante encontra-se perdido numa selva escura, aos pés de
uma montanha. Ao tentar subi-la, três animais obstruem o caminho:
uma pantera, um leão, e uma loba. Em seguida, enxerga o poeta Vir-
gílio, que o socorre e lhe serve de guia.
Canto 2: Virgílio explica que Beatriz o enviara até ali para socorrer
Dante. Virgílio e Dante iniciam a jornada.
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Canto 6: Virgílio e Dante chegam ao Terceiro Círculo do Inferno,
onde estão os gulosos, que sofrem nas garras do monstro Cérbero. Um
dos pecadores, Ciacco, faz prenúncios sobre Florença.
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Canto 13: Sétimo Círculo. Dante e Virgílio veem os suicidas e os vio-
lentos contra os próprios bens. Andam pelo bosque dos suicidas, cujas
árvores são as almas transmutadas daqueles que atentaram contra a
vida. Harpias habitam o bosque e nutrem-se das árvores, o que causa
dor e sofrimento às almas suicidas.
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Canto 19: Malebolge. Dante e Virgílio chegam à terceira parte do
Malebolge, destinada aos simoníacos, que estão enterrados de ponta-
-cabeça, deixando os pés para fora em chamas ardentes. O Papa Nico-
lau III encontra-se numa dessas valas.
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Canto 26: Malebolge. Os poetas chegam à oitava parte do Oitavo
Círculo e entre as chamas veem os maus conselheiros. Distinguem
Diômedes e Ulisses. Ulisses narra sua última viagem.
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Canto 33: Dante e Virgílio ouvem a história da terrível morte de Ugo-
lino e seus filhos. Em seguida, encontram o frade Alberico.
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Purgatório
Canto 1: Dante e Virgílio chegam à ilha do Purgatório, cujo guardião
é Catão. O rosto de Dante é purificado. A chegada dos poetas dá-se no
Domingo de Páscoa.
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Canto 7: Sordello guia Virgílio e Dante para um vale agradável, onde
estão as almas de grandes figuras que só no fim da vida pensaram em
Deus.
Canto 8: Dois anjos vêm do Céu a fim de expulsar uma serpente que
deseja entrar no vale. Dante reconhece Nino Visconti. Em seguida,
Conrado Malaspina dirige a palavra ao florentino.
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Canto 14: Ainda no segundo patamar, Dante trava diálogo com Rinie-
ri de Calboli e Guido del Duca. Este último lamenta a decadência de
sua terra natal, a Romanha.
19
Canto 20: Dante e Virgílio continuam sua jornada e encontram-se
com a alma de Hugo Capeto, descendente da nobreza real francesa.
Em seguida, um tremor abala o monte e ouve-se “Gloria in excelsis
Deo”.
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Canto 26: No sétimo e último patamar do Purgatório, Dante vê os
poetas Guido Guinizelli e Arnaud Daniel.
Canto 30: Desce do Céu a pura Beatriz. Dante, ao avistá-la, fica emo-
cionado e procura Virgílio, mas não mais o encontra. Beatriz admoes-
ta Dante, que chora.
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Canto 32: Recomeça a procissão, que aproxima-se de uma árvore
imensa e sem folhagem. O grifo amarra o carro à árvore, e esta floresce.
Em seguida, Dante adormece, e, ao acordar, vê Beatriz rodeada pelas
sete damas.
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Paraíso
Canto 1: Dante invoca Apolo e relata como Beatriz e ele chegaram ao
Céu. O amor atrai Dante para cima.
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Canto 6: No segundo céu, a alma do imperador Justiniano fala a Dan-
te, recordando-lhe os grandes feitos do Império Romano. Justiniano
relata que no céu de Mercúrio estão aqueles que fizeram o bem tendo
em mente a fama. Em seguida, fala a Dante a respeito de Romeu.
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Canto 12: Ainda no céu do Sol, um segundo grupo de almas bem-a-
venturadas ajunta-se ao primeiro. São Boaventura, franciscano, enal-
tece São Domingos.
Canto 14: Mais almas unem-se aos dois primeiros grupos já citados
no quarto céu, formando uma terceira coroa de luz. Beatriz indaga a
uma alma a respeito da ressurreição dos corpos. Dante e Beatriz sobem
ao quinto céu, o céu de Marte, onde estão os espíritos que lutaram
bravamente pela fé cristã.
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Canto 18: Cacciaguida mostra a Dante algumas almas que lutaram
em nome do cristianismo. Em seguida, Dante e Beatriz sobem ao sex-
to céu, o céu de Júpiter, onde habitam as almas que foram justas e
sábias ao governarem. As almas organizam-se de modo que compõem
a figura de uma águia.
Canto 20: Ainda no céu de Júpiter, a águia exalta reis virtuosos e dis-
corre a respeito da dúvida de Dante sobre a salvação das almas pagãs.
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Canto 25: Em seguida, surge a alma do apóstolo São Tiago, que ques-
tiona Dante a respeito da Esperança. Por fim, surge São João Evange-
lista, que revela ao poeta que seu corpo ficara na terra e seu espírito,
somente, subira ao Céu.
Canto 26: São João questiona Dante sobre a última virtude teologal,
a Caridade. Dante responde corretamente. Surge a alma de Adão, que
esclarece alguns pontos dúbios.
Canto 27: Ainda no oitavo céu, São Pedro retoma a palavra e censura
os falsos pastores da Igreja. Dante contempla a Terra e, junto a Beatriz,
sobe ao Primum Mobile (Primeiro Móvel).
Canto 29: Ainda no nono céu, Beatriz fala sobre a criação, a fidelida-
de, e a rebeldia dos anjos. Em seguida, Beatriz reprova os falsos prega-
dores.
Canto 31: Beatriz também faz parte da rosa. Surge São Bernardo,
último guia de Dante, que aponta para a Virgem Maria, fulgurosa e
gloriosa.
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Canto 32: São Bernardo explica a Dante como se compõe a rosa.
Canto 33: São Bernardo roga à Virgem Maria que interceda por Dan-
te, permitindo ao poeta a contemplação de Deus. O poeta vê um foco
luminoso desdobrando-se em três círculos, e no círculo do meio surge
um rosto, representando a Encarnação de Cristo.