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Educação Infantil - Material do Educador

Era uma vez


~
as emocoes
,
Consciência, Regulação e Autoestima

2017

liga pela paz • educação emocional e social • cultura de paz

Roteiro de Atividades de Educação


Emocional e Social para crianças de 3 a 6 anos

1
--
Era uma vez as Emoções
-- Sumário
Roteiro de Atividades de Educação Emocional e Social para crianças de 3 a 6 anos
03
04
Organização das atividades 05
Orientações aos educadores e cuidadores 05
Unidade 1 - Conhecendo as Emoções 08
Semanas 1 e 2 – Eu sinto 09
Aula Inaugural - Tapete das Sensações 09
Continuidade ao longo das semanas 10
Jogo da Memória das Sensações e Emoções da Metodologia Liga Pela Paz 10
Passeio das Sensações 10
Piquenique 10
Os Sabores do Limão 10
Semanas 3 e 4 – Alegria e tristeza 11
Aula Inaugural - História do Lino 11
Continuidade ao longo das semanas 12
Vamos colorir o desenho do Lino
12
Fantoches de meia
12
Identificando quando sinto Alegria, Tristeza e Medo
12
Semanas 5 e 6 – Alegria e Raiva 13
Continuidade ao longo das semanas 14
Às vezes me sinto como Lucas e Maria 14
Identificando quando sinto Alegria e Raiva 14
Treinando com o espelho 14
Semanas 7 e 8 - Medo 15
Aula Inaugural – História “Quem tem medo de Monstro” 15
Continuidade ao longo das semanas 16
Transformando medos em artes 16
Fichas-rostinho 16
Mostrando como me sinto 16
Semanas 9 e 10 – Relógio das Emoções 17
Aula Inaugural – Relógio das Emoções 17
Continuidade ao longo das semanas 18
Utilizando o Relógio das Emoções no dia a dia 18
Um jeito diferente de brincar com o Relógio das Emoções 18
Semana 11 - Painel das Emoções 19
Anexos 21
Anexo 1 - Fichas-rostinho 22
Referências Bibliográficas 25

2
--
-- Era uma vez as Emoções
Educar, do latim, educare, educere, que significa e competências emocionais é essencial para o
literalmente “conduzir para fora” ou “direcionar crescimento e o desenvolvimento humano. As
para fora”, é o termo inicialmente empregado no emoções são necessárias à vida e informam
sentido de preparar as pessoas para o mundo e como estamos e como está tudo ao nosso redor.
viver em sociedade, ou seja, “conduzi-las para Por exemplo, o medo ajuda a nos preparar e
fora” de si mesmas, mostrando as diferenças proteger. A tristeza acompanha nossas perdas
que existem no mundo. e a alegria nos dinamiza e motiva. A raiva
define nossos limites, direitos, espaços, nossa
Em todos os grupos humanos mais simples, os integridade, é uma reação à frustração. O amor
diversos tipos de interação, por meio das trocas nos vincula ao próximo.
sociais, inserem crianças e adolescentes na
vida em sociedade. Nunca as pessoas crescem Desta forma, o desenvolvimento de competências
a esmo e aprendem ao acaso. Todos os seres emocionais deve ser um dos principais focos, se
são alvo de um processo educativo. Para saber, não o principal, das práticas educativas formais
para fazer, para ser ou para conviver, todos os e informais. As competências emocionais são
dias, misturamos a vida com a educação. Por um “conjunto de conhecimentos, capacidades,
isso, educar não pode ser compreendido apenas habilidades e atitudes necessários para tomar
como transmissão de conhecimentos, mas como consciência, compreender, expressar e regular
desenvolvimento de habilidades e atitudes que de forma apropriada os fenômenos emocionais”.
favorecem o desenvolvimento e crescimento O desenvolvimento destas competências tem
das pessoas. (CASSÀ, 2011) como objetivo principal promover o bem-estar
pessoal e social das pessoas. (BISQUERRA, 2002,
A educação é o patrimônio que nos acompanhará apud BISQUERRA, 2009)
por toda vida. Por isso, devemos educar
integralmente nossas crianças. Desenvolver Para isso, é importante que as pessoas que
educação emocional na primeira infância, etapa educam as crianças também desenvolvam
de zero a seis anos, é contribuir para uma maior suas competências emocionais, revisem suas
qualidade de vida e bem-estar para todos. atitudes, suas crenças e modelos, pois são o
principal e mais imediato modelo de referência.
A infância é um período caracterizado pelo
desenvolvimento, motor e intelectual, em que Para Educação Infantil usa-se mais o termo
as mudanças são profundas e rápidas até se capacidades/habilidades emocionais, com-
alcançar uma certa estabilidade, mas nunca preendendo o conceito como “o desenvol-
serão finais ou estáticas. Desde o nascimento, vimento emocional que apresenta a criança
as emoções têm um papel importante a para construir conhecimento, habilidades e
desempenhar em relação à sobrevivência, atitudes que a ajudem a ir tomando consciência
portanto, sua aquisição e seu domínio são de suas emoções, aprender a expressá-las e
precoces. Pode-se dizer que a expressão regulá-las com a ajuda de um adulto”. (CASSÀ,
emocional é a primeira forma de comunicação 2011)
ao nascermos e que com o tempo formas mais
complexas são instauradas. As capacidades e competências emocionais
são um dos elementos essenciais do
Na primeira infância, a criança descobre e desenvolvimento humano, pois capacitam para
explora o entorno e seus pares, tem que lidar com a vida e aumentam o bem-estar pessoal e social.
a presença ambivalente do adulto, testa suas Por isso, a Educação Emocional e Social deve ser
habilidades e explora sua autonomia. Tudo isso um processo educativo contínuo e permanente,
gera medo, ansiedade e frustrações, emoções que potencialize o desenvolvimento de
com que a criança precisa aprender a lidar. competências emocionais. (BISQUERRA, 2002,
apud BISQUERRA, 2009)
O desenvolvimento emocional de capacidades

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Roteiro de Atividades de Educação Emocional
e Social para crianças de 3 a 6 anos
-
Objetivos
Este roteiro de atividades tem como objetivo o desenvolvimento das seguintes capacidades
emocionais:

1. Desenvolver a consciência emocional.


a. Identificar as sensações físicas e corporais agradáveis e desagradáveis;

b. Identificar suas emoções e seus sentimentos


(com destaque para alegria, tristeza, raiva e medo);

c. Nomear suas emoções e seus sentimentos


(com destaque para alegria, tristeza, raiva e medo);

d. Compreender e identificar a relação que existe entre emoção e comportamento.

2. Desenvolver a regulação emocional.


a. Aprender várias estratégias para se acalmar (regular as emoções);

b. Utilizar as estratégias aprendidas no dia a dia para se acalmar


e agir de forma menos impulsiva;

c. Desenvolver tolerância à frustração;

d. Aprender a autogerar emoções positivas;

e. Aprender a pedir ajuda.

3. Desenvolver a autoestima.
a. Ampliar a autoconsciência;

b. Elaborar uma imagem positiva de si mesmo;

c. Manter boas relações consigo;

d. Desenvolver o autocuidado como uma forma de responsabilidade


consigo e com o outro;

e. Desenvolver a responsabilidade e a automotivação para o alcance de metas.

4
- Organização das atividades

As atividades estão agrupadas em três grandes unidades, cada uma dividida em 10 semanas.

1. Conhecendo as emoções – atividades para


o desenvolvimento da consciência emocional;

2. Estou sentindo isso... E agora? – atividades para


o desenvolvimento da regulação emocional;

3. Autoestima – atividades para o desenvolvimento


da autonomia emocional.

Cada tema proposto segue uma estrutura fixa: aula inaugural, atividade estrutural a ser desenvolvida,
seguida por uma série de outras atividades e estratégias que podem ser realizadas ao longo de duas
semanas.

Estas atividades de continuidade ao longo do período específico reforçam o conteúdo das aulas e
fornecem recursos para que as crianças identifiquem e regulem suas emoções nas diversas situações do
cotidiano, deixando o lidar com as emoções mais natural, simples e divertido.

O conteúdo da Unidade 1, consciência emocional, é base para o desenvolvimento das próximas


habilidades e competências emocionais, devendo, portanto, ser enfatizado e estar presente ao longo do
ano todo. Assim, um maior número de práticas será oferecido ao educador/cuidador.

O mesmo ocorre com as atividades da primeira semana da Unidade 2. O objetivo é oferecer ao educador
várias estratégias de regulação emocional a serem utilizadas durante o ano todo.

Na Unidade 3, há um menor número de atividades a serem desenvolvidas durante as duas semanas


de continuidade da aula inaugural, pois as atividades das aulas inaugurais são mais longas e seu
desenvolvimento dura, na grande maioria, mais de um dia de trabalho.

Vale destacar que não é necessário realizar todas as atividades complementares aqui sugeridas para
que se tenha completado o programa. O educador deve selecionar e aplicar as atividades que julgar
convenientes de acordo com seu público, considerando o contexto e as habilidades pessoais de seus
educandos.

Todas as atividades estão direcionadas para crianças de 3 a 6 anos. Na descrição dos exercícios está
considerada a adequação de faixa etária ideal para o desenvolvimento.
- Orientações aos educadores e cuidadores 1
Sabemos que adultos são exemplo para as crianças. Por isso, a seguir, apresentamos uma série de
recomendações para que você, educador, tendo suas competências socioemocionais desenvolvidas,
possa ser um exemplo ainda mais consistente às crianças do seu entorno, sejam elas alunos, filhos,
sobrinhos, netos etc.

1 Traduzido
e adaptado de CASSÀ, Èlia Lópes. Educar las emociones em la infancia (de 0 a 6 años): Reflexiones y propuestas prácticas. 1. Ed.
Madrid: Walters Kluwer España, 2011.

5
• Permitir que as crianças expressem, sem proibições, as emoções que sentem. Por exemplo,
meninos e meninas têm direito a expressar sua tristeza. Por isso, não se deve dizer: “Não chore”, mas
sim: “se você precisar chorar, chore”. O choro é uma forma de pedir ajuda. No bebê pode significar
que precisa ser trocado, que quer colo, que tem fome, sente dor, irritabilidade ou simplesmente um
“me deixa em paz”. Algumas formas que usamos para reprimir as emoções são: “Não chore!”, “Que
bobagem”, “Já vai passar, não é nada” ou “Menino não chora”.

• Permitir que, a criança se engane, que cometa equívocos, e assim aprenda a ser mais autônoma
emocionalmente. Desta forma, cada vez mais, a criança irá compreender suas emoções e tomar
consciência de seus sentimentos, necessitando menos do adulto para se acalmar e para entender o
que se passa com ela.

• Acolher as emoções desconfortáveis, pois para uma boa aprendizagem emocional temos que
conviver com as emoções agradáveis e também com as desagradáveis. Sentir medo, angústia, culpa,
vergonha é tão importante quanto sentir alegria, felicidade, amor ou carinho. Tanto umas quanto as
outras oferecem informações sobre o estado emocional de cada um e nos permitirão desenvolver
recursos para lidar com elas da forma mais adequada (aquela que nos traz mais bem-estar no dia a
dia).

• Ensinar a criança a reconhecer suas próprias emoções para que possa reconhecer as dos outros.
• Ensinar as crianças a nomear suas emoções e a expressá-las. Um bebê não tem palavras para se
expressar, mas conta com o choro como primeira linguagem e, aos poucos, desenvolve expressões
faciais e corporais que o auxiliam a demonstrar como está se sentindo. Para facilitar este aprendizado
nesta fase de desenvolvimento, é importante que os adultos que convivem com a criança identifiquem
e nomeiem tais emoções. Desta forma, quando a criança aprender a se comunicar verbalmente, já
poderá ser capaz de nomear as próprias emoções vivenciadas.

• Motivar as crianças a expressarem suas emoções e legitimar aquelas que forem expressas.
Quando a criança sentir dificuldade o adulto pode ajudá-la com comentários do tipo: “Você está
chateado porque não o deixaram brincar como queria” ou “Compreendo que está chateado comigo,
mas mesmo assim gosto de você”. É sempre importante relembrar à criança que continua gostando
dela independentemente do que faça, pois ela pode interpretar que, se estiver bravo com ela ou se
ela estiver chateada, ela não mais será querida.

• Mostrar que a emoção também é expressa pelo corpo e por palavras. Por exemplo, a alegria pode
ser demonstrada por um sorriso juntamente com uma mensagem verbal: “Estou contente!”.

• Fazer com que a criança se sinta valorizada e realizada, e mostrar que suas necessidades são
consideradas.

• Permitir que a criança se familiarize com recursos que favoreçam o bem-estar. Por exemplo, fazer
massagem para relaxar, cantar, dançar etc.

• Garantir espaços de convivência para que a criança tenha relações sociais saudáveis, desde
muito cedo. Isto pode ser facilitado com o uso de jogos, canções, contação de histórias, parlendas,
brincadeiras.

• Facilitar a participação e colaboração da família na escola. Família e escola devem andar de mãos
dadas, contribuindo conjuntamente para o desenvolvimento da criança.

6
• Fazer com que a criança compreenda que uma emoção não deve determinar um comportamento,
visto que pode ser regulada. Por exemplo, não é preciso brigar se estamos com raiva. Nada há de
errado em sentir raiva, mas em vez de se entregar a uma situação ainda mais desagradável, podemos
identificar a emoção e escolher nos preservar, por exemplo, não sendo impulsivos, nos acalmando e
conversando com tranquilidade com aquele que nos causou a raiva.

• Favorecer a aprendizagem e desenvolvimento da empatia. O adulto facilita que a criança leve


em consideração o outro em seu processo de aprendizagem, respeitando pontos de vista, emoções e
sentimentos dos demais. Isto contribuirá para uma melhor convivência e relação com o outro. Uma
forma de colocar isto em prática é dizendo algo como:
• “Como você se sentiria se pegassem seu brinquedo?” (Identificar emoções);
• “Ele está triste porque você pegou o brinquedo dele.” (Compreender o outro);
• “Você precisa pedir antes de pegar o brinquedo dele.” (Regras de convivência).
• Ensinar a criança a dizer, de forma respeitosa, o que quer, o que sente, o que gosta e o que não
gosta. Expressar-se sem ter que gritar, insultar ou brigar. O adulto é o modelo e deve ser coerente
com o que deseja que a criança aprenda, por isto deve estar atento a como expressar suas emoções,
como resolver seus conflitos, como se relacionar com os demais etc.

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Unidade 1
Conhecendo as Emoções
Introdução à Consciência Emocional
Para crianças pequenas precisamos trabalhar conceitos de forma concreta antes de apresentarmos
situações mais abstratas, já que elas ainda estão desenvolvendo sua capacidade de compreensão. Por
isso, as duas primeiras semanas de trabalho exploram os cinco sentidos, de forma a preparar os alunos
para o tema das emoções.

Brincando com os cinco sentidos, eles aprendem a prestar atenção e nomear o que sentem, avaliar se
consideram agradável ou não, se gostam ou não daquela sensação e a compreender que em alguns
casos podem transformar o desconforto em algo satisfatório ou até agradável. Desta forma, começamos
a preparar o alicerce sobre o qual se erguerão a Consciência e a Regulação Emocional.

Com este alicerce construído, as próximas seis semanas de trabalho têm como foco o reconhecimento e
a nomeação das emoções: alegria, tristeza, medo e raiva. E as semanas 9 e 10 oferecem recursos para que
as crianças identifiquem suas emoções no cotidiano.

A sequência desta primeira unidade está ancorada nas fases de desenvolvimento emocional das
crianças, que podem ser visualizadas na tabela a seguir.

Resumo da evolução emocional infantil

Idade Experiência / Reconhecimento


0 - 12 meses Experiência de emoções básicas.

6 - 12 meses Reconhecimento da expressão de emoções básicas do cuidador.

18 meses, 2 anos Experiências de emoções secundárias (vergonha, inveja, ciúme etc.).

2 - 3 anos Nomeação das emoções básicas.

2 - 4 anos Reconhecimento dos próprios estados emocionais.

4 - 5 anos Reconhecimento dos ativadores das emoções básicas sentidas por si mesmo.

6 - 7 anos Reconhecimento e discriminação das emoções próprias e alheias.

7 anos Conhecimento totalmente estabelecido das próprias emoções e das dos outros.
Del Barrio, 2005.

8
Semanas1e2 Aula Inaugural
Eu sinto Tapete das Sensações

• Explorar os cinco sentidos;


• Fazer com que as crianças prestem atenção às sensações que sentem
no dia a dia;

• Trabalhar com as crianças a noção de agradável e desagradável


com relação ao que sentem;

• Compreender que podemos transformar uma sensação desagradável


em uma agradável.

É importante que o tapete seja composto por várias texturas.

Sugestões:
• Macias: feltro, algodão, lã, espuma, tecidos;
• Ásperas: lixa, sisal, areia; Foto: Maria Tereza França - Escola Tia Lu

• Lisas: papel celofane, sacolinha plástica, botões de plástico,


bolinha de gude.

• Convide as crianças a explorarem o tapete. Primeiro, ajude-as a caminhar sobre ele. Depois, a explorá-lo com as mãos.
• Uma por uma, passe suas mãozinhas sobre as várias texturas com calma, para que possam usufruir
daquela sensação.

• Após cada textura, pergunte: “Você gostou desta sensação? Foi agradável?”. Ou, “Você não gostou?
Foi desagradável?”. E nomeie as texturas, diga, por exemplo, “esta sensação é de áspero”.

• Quando todos passarem pelo tapete, reflita sobre a atividade dizendo que algumas coisas gostamos de sentir, são
agradáveis, e outras não gostamos, porque são desagradáveis. Por exemplo, quem achou o algodão gostoso? (Per
mita que se manifestem). E a lixa? É agradável ou não? (Permita que se manifestem).

• Mostre para as crianças que às vezes gostamos de algumas coisas e de outras não. Pontue também que as pessoas
são diferentes. Por exemplo, pode ser que algumas crianças achem a lixa desagradável, enquanto outros irão
gostar da sensação;

• Finalize a atividade convidando a todos para andar novamente sobre o tapete, porém, desta vez, quando não
gostarem de alguma sensação podem pulá-la.

Sugestões:
• As crianças de 4 e 5 anos podem construir seu próprio tapete sensorial; Neste caso, as orientações e reflexões
dfidescritas em Procedimentos devem ser realizadas durante a confecção;

• O tapete produzido por elas pode ser utilizado para o trabalho das sensações com as crianças de 2 a 3 anos. Assim,
xxitrabalha-se também o desenvolvimento da autoestima (que será abordado na Unidade 3) e da cooperação, visto que
xxiseu trabalho será valorizado por promover uma boa experiência para os colegas da escola.

9
Até a próxima aula, explore as sensações sempre que possível.
A seguir, algumas sugestões:

Jogo da Memória das Sensações e Emoções da Metodologia Liga Pela Paz


Para as crianças de 2 e 3 anos, você pode separar as peças que representam apenas as sensações, retirando as que
representam emoções. Assim, o jogo contará com um menor número de peças, tornando-se mais acessível a essa
faixa etária. As crianças podem brincar com este jogo sempre que desejarem e que você julgar adequado. À medida
que o jogo for se tornando fácil pela prática das crianças, acrescente as peças retiradas.

Passeio das Sensações


Fazer um passeio pela escola, explorando o tato, o olfato, a visão e a audição. Para a brincadeira ficar mais interativa,
permita que as crianças escolham os lugares por onde desejam passear. A cada lugar visitado, auxilie-as indicando
os materiais para que possam olhar, apalpar, sentir os cheiros e ouvir os barulhos, por exemplo, livros, plantinhas,
brinquedos etc. Também ajude-as a identificar se as sensações que tiveram foram agradáveis ou desagradáveis,
perguntando se elas gostam ou não dos estímulos sensoriais que estão experimentando.

Piquenique
• Para explorar o paladar, faça um piquenique. Com antecedência, peça para que cada criança traga um alimento
diferente de casa em uma quantidade suficiente para todos experimentarem, se possível. Se sua turma for muito
grande, divida os alunos e peça para que cada grupo traga um mesmo alimento. Durante o piquenique, oriente
que as crianças primeiramente olhem para os alimentos, depois entrem numa experiência sensorial com ele
(tocando, sentindo sua textura, cheirando, encostando os lábios) e, finalmente, oriente-os para que comam
devagar, prestando atenção nos sabores dos alimentos. Diga o nome do sabor do alimento que estão comendo;
Caso o piquenique não seja possível, leve frutas não usuais ao contexto das crianças para que a turma toda
• experimente e apresente suas impressões sobre ela. Por exemplo, uma jaca, morangos, umbu.

Os Sabores do Limão
Para trabalhar a transformação de uma sensação desagradável em uma agradável, faça uma aula de experimentação
do limão:
• Dê um pedaço de limão puro para cada uma das crianças experimentar. Pergunte o que elas acham do sabor do
limão, se estão gostando ou não. Explique que aquele sabor chama “azedo”;
• Você pode tirar foto ou filmar a expressão facial que fizeram para que elas se vejam depois;
• Depois do limão puro, faça com as crianças um suco de limão bem docinho. É importante que elas participem
da elaboração do suco para que possam ver que a partir do mesmo limão azedo também pode-se chegar ao
doce, mas para isto precisamos de uma ajuda de outro elemento: o açúcar. (Em situações da impossibilidade de
utilizar o açúcar, pode-se misturar outras frutas ao suco de limão para chegar ao sabor mais doce.);

• Dê um pouco de suco para cada uma delas. Pergunte se gostaram do suco e explique que aquele sabor é o doce e
que, colocando açúcar, transformamos algo que pode ter sido desagradável para algumas delas em agradável.
Também é interessante fotografar a expressão facial que fizerem ao experimentar o suco;

• Por mais que a grande maioria das crianças prefira o sabor doce ao azedo, pode ser que em sua turma alguém
não goste do doce e prefira o azedo, ou não goste de nenhum, ou, ainda, goste dos dois. Não há problema, é um
ótimo momento para reforçar que somos diferentes, com preferências diferentes;

• Para finalizar esta atividade, você pode fazer uma apresentação com as fotos das expressões faciais
experimentando doce e azedo lado a lado. Coloque cada criança, com sua expressão, em um slide, assim, elas
poderão se identificar e se divertir com a apresentação das imagens;

• Para tornar o momento ainda mais divertido, a cada foto, peça para que todos observem como estão as
sobrancelhas, os olhos, o nariz e a boca da criança apresentada e convide todos a imitá-la. Além de gerar boas
risadas, começamos a trabalhar com o rosto, expressões e sentimentos.

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Semanas 3e4 Aula Inaugural
Alegria e tristeza História do Lino

• Identificar e nomear as emoções Alegria e Tristeza na história


de Lino e no dia a dia;
• Começar a identificar e nomear o Medo e a Surpresa.

Livro “Lino” 2, de André Neves, ou vídeo do YouTube com a história:


https://www.youtube.com/watch?v=exjWtneWLcE

Lino André Neves - Editora Callis

• Convide as crianças a se sentarem confortavelmente no chão formando um círculo;


• Leia a história “Lino” mostrando e explorando bastante as imagens;
• Após a leitura, deixe que as crianças manuseiem o livro e revejam as ilustrações;
• Faça perguntas para explorar as emoções que aparecem na história. A seguir, algumas questões para auxiliá-los.
A alegria e a tristeza podem ser exploradas com as crianças de 4 e 5 anos. Com as crianças de três anos também
podem ser explorados o Medo e a Surpresa. Considere a realidade de sua turma e, caso alguma pergunta não seja
adequada a seu contexto (idade e etapa de desenvolvimento das crianças), passe para a próxima questão.
• Como Lino se sentiu quando Lua desapareceu da loja de brinquedos?
(Para ajudar as crianças a identificarem a emoção com a expressão facial e corporal correspondente, mostre
a ilustração de Lino sentado na ponta da mesa com cara de triste);

• Por que Lino ficou triste?


(É importante mostrar para as crianças que as emoções não vêm do nada, mas são provocadas por algo. Aqui
Lino estava triste porque ele e a Lua eram amigos. Além disso, Lua apostava corrida, criava música e contava
histórias e eles se conheciam desde a fábrica. Mostrar as cenas do livro em que estes pontos aparecem);

• O que Lino achou que ia acontecer com ele quando o colocaram em uma caixa?
(Ele achou que iria desaparecer para sempre, assim como Lua);

• Como será que Lino se sentiu quando o colocaram na caixa e ele achou que ia desaparecer para sempre?
(A história não apresenta abertamente a emoção de Lino, mas provavelmente ele ficou com medo, pois Lua
também tinha desaparecido e ele estava sozinho sem seus amigos);

• O que Lino achou do momento em que Estrela abriu a caixa?


(Encantado. Explique que quando nos encantamos por algo é porque gostamos daquilo, que é bom e nos pro-
voca sensações gostosas);

2 “Projeto Leia para uma criança” - Itaú Social https://www.itau.com.br/crianca/

11
• Como Lino se sentia ao brincar com Estrela?
(Aqui, novamente, não fala a emoção, mas diz que eles caíam no chão de tanto rir, portanto estavam alegres);

• Qual a surpresa que Estrela fez para Lino?


(Antes de dormir, escutar o que a Lua tem para contar);

• Como Lino se sentiu quando viu a Lua brilhando no céu?


(Ficou muito feliz);

• E a Lua, como se sentia brilhando no céu?


(Também feliz).

Até a próxima aula, explore a história e as emoções nela trabalhadas mantendo-as vivas no dia a dia das crianças.
A seguir, algumas sugestões de atividades.

• Releia a história;
• Convide as crianças a encenar enquanto você narra;
• Aproveite a preparação para o período de descanso da turma (se houver) e narre a história com voz suave e
adequada ao momento que precede o sono.

Vamos colorir o desenho do Lino


Proponha desenhos livres sobre Lino, Lua e Estrela;

Fantoches de meia
Dramatizações da história com fantoches de meia3. Para trabalhar de forma mais marcada a Alegria e a Tristeza,
temas da semana, produza com a turma dois fantoches de meia do personagem Lino para cada criança, um com
carinha feliz e outro com carinha triste. Caso deseje, convide os pais para fazerem os fantoches com as crianças
em casa. Desta forma, envolvemos a família no trabalho com as emoções.
É importante que todas as crianças tenham a reprodução em fantoche do Lino feliz e o Lino triste, assim podem
utilizá-lo como código quando sentirem a emoção correspondente. É uma forma de extrapolar a história e tornar
a identificação da Alegria e da Tristeza uma constante no dia a dia.

Identificando quando sinto Alegria, Tristeza e Medo


Quando as crianças estiverem tristes, alegres ou com medo relacione com as emoções sentidas pelas personagens.
Assim, você estará ajudando as crianças a identificarem seus estados emocionais e a compreenderem a relação
dos acontecimentos com o que sentem e com a forma como se comportam. Seguem alguns exemplos do que pode
ser dito:

• “Você está chorando, me parece que hoje está triste, como Lino ficou quando a Lua desapareceu da loja de
brinquedos. O que aconteceu?”;
• “Percebo que hoje vocês estão alegres, como Lino ficava ao brincar com a Estrela”;

• “Você está segurando forte minha mão, acho que ficou com medo do barulho que ouvimos, como o Lino
quando foi colocado na caixa”.

3 Sugestões de como produzir um fantoche de meia em http://www.bolsademulher.com/familia/passo-passo-de-fantoche-feito-com-meia

12
Semanas 5e6 Aula Inaugural
Alegria e Raiva História “Lucas, Maria e a Bola” 4
Uma forma de brincar com as emoções é dando vida emocional a uma parte do corpo. Neste caso, nossas mãos
serão as protagonistas.

• Identificar e nomear as emoções Alegria e Raiva na história


“Lucas, Maria e a Bola” e também no dia a dia.

• Uma bola pequena;


• Tinta guache de duas cores diferentes para pintar as mãos;
• História “Lucas, Maria e a Bola”.
Foto: Maria Tereza França - Escola Tia Lu

• Pinte suas mãos com cores diferentes uma da outra. Uma mão será Lucas e a outra Maria;
• Conte a história “Lucas, Maria e a Bola” utilizando suas mãos pintadas. Gesticule bastante para entreter
bem as crianças;

• Duração de dez a quinze minutos ou em função do interesse que as crianças demonstrarem.

Lucas, Maria e a Bola


“Era uma vez Lucas e Maria, duas mãos muito amigas que se gostavam muito. Eles viviam brincando
juntos, de faz de conta, de amarelinha, de esconde-esconde... Mas o que Lucas gostava mesmo era de
brincar de bola.
Maria tinha uma bola linda que havia ganhado de sua tia, mas ela queria brincar sozinha e não emprestava
seu brinquedo para Lucas.
Lucas ficou muito bravo, porque Maria não emprestava a sua bola. Ele se sentia com raiva (mão semiaberta,
com os dedos tensos em formato de garra) e tinha muita vontade de brigar com Maria, que brincava
alegremente com sua bola (mãos abertas e mexendo os dedos).

Maria percebeu e foi até Lucas para fazer-lhe carinho, tentando reanimá-lo, mas Lucas não se animou.
Então, ela pensou bem e achou que seria muito legal dividir sua bola com seu grande amigo! Assim, foi
buscar a bola e convidou Lucas para brincar com ela. A raiva começou a diminuir e aos poucos Lucas
foi ficando mais alegre (abrir os dedos lentamente, deixando-os menos tensos). Assim, os dois jogaram
juntos, se divertiram e se sentiram alegres (mãos abertas e mexendo os dedos).”

4Traduzido e adaptado de CASSÀ, Èlia Lópes. Educar las emociones en la infancia (de 0 a 6 años): Reflexiones y propuestas prácticas. 1. Ed.
Madrid: Walters Kluwer España, 2011. p. 49-50

13
• Após a história, pinte as mãos das crianças e junto com elas expresse as emoções de alegria e raiva. Lembre-se,
utilize a mão aberta e mexendo os dedos para expressar alegria e a mão semiaberta com os dedos tensos em
formato de garra para expressar a raiva;

• A história pode ser contada novamente com a participação dos alunos. Nessa faixa etária, não há um controle
total do corpo pela criança. Deve-se respeitar a tonicidade muscular e atividades dos braços, mãos e dedos, já
que estão em processo de desenvolvimento e crescimento. Por isso, o nível de participação pode variar, mas o
importante é que estejam envolvidos com a atividade e participem juntos;

• Ao contar a história pela segunda vez, reforce os pontos que aparecem as emoções alegria e raiva. Para ficar
mais acessível a esta faixa etária, utilize a palavra brava no lugar de raiva. Seguem algumas sugestões para
enfatizar as emoções:

• Lucas estava bravo porque Maria não queria dividir o brinquedo com ele, ela queria brincar sozinha com
a bola. Quem também fica bravo quando o amigo não divide o brinquedo?

• Maria estava alegre porque ela gostava muito de brincar com a sua bola. Vocês também ficam alegres
quando brincam?

Até a próxima aula, explore a história e as emoções nela trabalhadas mantendo-as vivas no dia a dia das
crianças. A seguir, algumas sugestões de atividades e atitudes que você pode ter:

Às vezes me sinto como Lucas e Maria


Quando as crianças estiverem alegres ou bravas relacione com as emoções sentidas pelas personagens. Assim,
você estará ajudando as crianças a identificarem seus estados emocionais e a compreenderem a relação dos
acontecimentos com o que sentem e com a forma como se comportam. Seguem sugestões do que pode ser dito:

• “Acho que você está bravo, como Lucas, porque o colega sentou no lugar que você queria, por isso está brigando
com ele”;
• “Parece que vocês estão muito alegres brincando no parque, como Maria e Lucas ficaram quando brincaram
juntos de bola”.

Identificando quando sinto Alegria e Raiva


Além de ajudar as crianças a identificarem seus estados emocionais, relacionando-os com os das personagens da
história, auxilie-os a identificar outras situações nas quais podem sentir aquelas emoções. Por exemplo:

• Você está alegre, porque ganhou um presente. Eu também fico alegre quando ganho um abraço da minha mãe.
E você, também fica alegre quando ganha um abraço bem apertado da mamãe?
• Você está bravo, porque a amiga pegou seu brinquedo. Eu também fico brava quando gritam comigo. E você,
também fica bravo quando gritam com você?

Treinando com o espelho


Treinar, em frente a um espelho, as expressões faciais das emoções trabalhadas até o momento (Alegria, Tristeza
e Raiva). Com as crianças de quatro anos, pode-se treinar também a expressão de medo). Durante a atividade,
interaja com as crianças chamando a atenção para as mudanças da face ao expressar cada uma das emoções.
Enfatize as mudanças nas sobrancelhas, nos olhos e na boca. Por exemplo:
• “Estou fazendo cara de bravo/raiva, por isso minhas sobrancelhas estão enrugadas, meus olhos apertados e
minha boca está fechada bem forte. Agora, vamos todos fazer cara de bravo olhando para o espelho para ver o
que muda em nosso rosto!”.

Se possível, tire foto das crianças expressando cada uma das emoções. Estas fotos podem ser coladas em um mural
na sala de aula para que as crianças vejam e relembrem, sempre que quiserem, a expressão facial das emoções
trabalhadas, facilitando, assim, o reconhecimento e a nomeação destas emoções.

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Semanas 7e8 Aula Inaugural
Medo História “Quem tem medo de Monstro”

Identificar e nomear o medo na história “Quem tem medo de Monstro”,


de Ruth Rocha e no dia a dia.

• Livro “Quem tem medo de Monstro?”, de Ruth Rocha;


• Caixa com tampa;
• Folhas em branco;
• Lápis de cor ou giz de cera.
Quem tem medo de Monstro - Ruth Rocha

• Convide as crianças a se sentarem confortavelmente no chão formando um círculo;


• Leia a história “Quem tem medo de Monstro?” mostrando e explorando bastante as imagens;
• Após a leitura, deixe que as crianças manuseiem o livro e revejam as ilustrações;
• Faça perguntas revendo os medos de todas as personagens da história. Sugestão:
• A Bruxa tinha medo de quê? (Bandido)
• O Bandido tinha medo de quê? (Bicho-papão)
• O Bicho-papão tinha medo de quê? (Pirata)
• O Pirata tinha medo de quê? (Fantasma)
• O Fantasma tinha medo de quê? (Lobo mau)
• O Lobo Mau tinha medo de quê? (Monstro da cara feia)
• O Monstro da cara feira tinha medo de quê? (Ladrão)
• O Ladrão tinha medo de quê? (Barata)
• Reflita com as crianças que todos nós temos medo de alguma coisa. Que temos medo das coisas que achamos
podem nos fazer mal ou nos colocar em perigo.

• Depois de terem visto os medos de todas as personagens do livro, pergunte para cada aluno do que eles têm
medo. Após todos terem falado, oriente que desenhem seus medos.
• Quando as crianças finalizarem os desenhos, chame uma por uma para apresentar o que produziram para
toda a turma. Depois da apresentação, peça permissão para dobrar a folha com o desenho e guardar dentro de
uma caixa com tampa. Esta é uma forma simbólica de “guardar os medos”.
• Finalize a atividade dizendo que agora que todos conhecem os medos dos amigos, eles podem se proteger e
que juntos serão fortes para enfrentar todos os medos da turma. Decida com a turma o que será feito com a
caixa de medos.

15
Estimule as crianças a revisitar os medos guardados na caixa. A cada semana, pergunte se gostariam de ver o que
colocaram na caixa na semana anterior e se aquele medo ainda as assombra.

Transformando medos em artes


• Após falar sobre medos e desenhá-los, peça para que cada criança escolha um dos medos colocados na caixa. É
interessante que seja aquele que mais a assombra, mas a escolha é livre para cada uma delas;

• Convide as crianças a fazer um boneco de sucata com o medo escolhido;


• Após o boneco feito, faça uma exposição com todas as obras produzidas. Esta é uma forma de tornar o medo algo
integrado ao dia a dia e deixá-los menos assustador para as crianças.

Fichas-rostinho
Após ter treinado a identificação das expressões faciais das emoções em si e nos colegas por meio do espelho, nas
aulas anteriores, nesta semana, você pode treinar ainda mais o reconhecimento das emoções por meio do desenho
e da pintura.
• No Anexo 2 – Fichas-rostinho, há o desenho da expressão facial das emoções: alegria, tristeza, raiva, medo e
calma.
• Para as crianças de 2 e 3 anos, sugira a pintura das fichas-rostinho. Enquanto as crianças pintam, relembre as
alterações da face ao expressar cada uma das emoções.
• Se possível, utilize as fotografias das crianças, tiradas na atividade anterior, e compare com a ilustração da ficha-
rostinho pontuando o formato das sobrancelhas, dos olhos e da boca.
• Com as crianças de 4 e 5 anos, proponha a reprodução das fichas-rostinho. Assim, ao desenhar, elas prestarão
mais atenção às alterações da face, treinando sua identificação. Aqui também é interessante fazer a comparação
do desenho dos alunos com as suas fotografias expressando as mesmas emoções.

Mostrando como me sinto


Auxilie as crianças a utilizar as fichas-rostinho ou as fotografias para indicar seus estados emocionais. Para isso,
deixe as fichas e/ou fotografias separadas em caixas, cada uma para uma emoção diferente. Estas caixas devem
ficar ao alcance das crianças, assim, sempre que demonstrarem determinada emoção, incentive que busquem a
ficha-rostinho ou foto correspondente. Desta forma, estarão aprendendo a nomear o que sentem. Esta atividade
começará informalmente. Futuramente ela será um momento estruturado dentro da rotina escolar, o Painel das
Emoções.

! Lembre-se: todas as emoções têm suas funções e são importantes.


Cuidado para não reforçar apenas as emoções agradáveis ou
desaprovar as emoções desagradáveis.

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Semanas 9 e 10 Aula Inaugural
Identificação das Emoções
Relógio das Emoções 5

• Associar as diferentes emoções às situações vividas;


• Identificar os sentimentos e as emoções em si e nos demais.

• O relógio com desenhos das emoções;


• Cartões; Foto: Maria Tereza França - Escola Tia Lu

• Histórias.

Antes da aula, construa o Relógio das Emoções, um por turma. No lugar dos números estarão as fichas-rostinho
de algumas emoções. As emoções colocadas no relógio podem variar de acordo com a idade dos alunos de sua
turma.

Sugestões:
• 3 e 4 anos: medo, alegria, tristeza e raiva;
• 4 e 5 anos: medo, alegria, tristeza, raiva e calma.
• Pendure o relógio na sala em um lugar visível e acessível ao manuseio das crianças;
• Apresente o relógio para os alunos dizendo que ele os ajudará a identificar as emoções que sentimos e que
eles poderão brincar com o relógio durante toda a semana;
• Para explicar como o relógio funciona, leia algumas histórias para as crianças e peça que coloquem o
ponteiro na ficha-rostinho (emoção) que melhor reflete o estado emocional das personagens nas situações
narradas por você;

• Como o relógio tem dois ponteiros, explique que em algumas situações podemos sentir várias emoções,
dessa forma podemos utilizar os dois ponteiros, colocando cada um em um estado emocional diferente;

• Seguem algumas sugestões de histórias para contar às crianças. No entanto, você não precisa se prender
a elas. Utilize sua criatividade e o conhecimento que tem de sua turma para criar e acrescentar novas
histórias. Uma dica é utilizar situações que observa na convivência com as crianças: disputas por
brinquedo, brigas para ver quem será o primeiro da fila, trocas de carinhos, abraços etc.

5 Inspirado em CASSÀ, Èlia Lópes (Coord.). Educación emocional: Programa para 3-6 años. 5. Ed. Madrid: Walters Kluwer España, 2010. p. 42-46.

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Histórias:
• 3 e 4 anos:
• Paulo e Clara ganharam um jogo de blocos de montar de que gostaram muito. Como se sentiram? (alegria*);
• Paulo estava jogando a bola quando de repente a bola foi para longe e ele disse: “Ah, eu nem gostava tanto
da bola mesmo”. Paulo se sentiu muito... (raiva ou tristeza*);
• Clara estava fazendo um desenho bonito quando uma menina de sua sala rabiscou todo o desenho. Como
se sentiu Clara? (raiva ou tristeza*);

• A enfermeira aplicou uma injeção em Clara para poder vaciná-la. Clara não parava de chorar porque se
sentia.... (medo*).

• 4 e 5 anos:
• Paulo vestiu seu pijama para ir dormir. Quando foi para sua cama, encontrou uma aranha. Como se sentiu
Paulo?(medo*);
• É aniversário do Paulo. Ao acordar, ele encontra nos pés da sua cama uma caixa com um laço imenso. Paulo
não esperava encontrar essa caixa. Como se sente? (alegria ou surpresa*);

• O pai de Clara deixou emprestado com ela um quebra-cabeça muito divertido, mas ela percebeu que perdeu
uma peça. Clara se sente muito... porque não a encontra.(medo ou tristeza*).

• Para contar a história de forma mais envolvente, é possível alguns recursos já utilizados em aulas anteriores,
como o fantoche de meia, sugerido para as atividades da semana 2, ou as histórias com as mãos pintadas,
como orientadas na atividade da semana 3.
*Estas emoções são apenas sugestões. Educador, acolha todas as emoções dos alunos.

Utilizando o Relógio das Emoções no dia a dia


Até a próxima aula, incorpore o Relógio das Emoções nas várias atividades da rotina escolar.
• Após a leitura de um livro, para marcar como as personagens da história se sentem;
• Durante a exibição de um desenho animado, fazendo pausas na história e convidando as crianças a colocar o
ponteiro do relógio na emoção que a personagem está sentindo;

• Na interação entre alunos, quando perceber que estão vivenciando emoções mais fortes, convide-os a marcar
no relógio a emoção que estão sentindo naquele momento.

Um jeito diferente de brincar com o Relógio das Emoções


Faça algumas seções na qual o relógio terá uso inverso.
• Em vez das crianças colocarem o ponteiro na emoção que algum personagem sentiu ou que eles próprios estão
sentindo, coloque o ponteiro em uma emoção e peça que elas falem situações que as fazem sentir daquela forma.
Por exemplo: “Eu me sinto bravo quando... não sou o primeiro na fila”;

• Para que todas as crianças participem, você pode reservar uma aula para cada emoção. Um dia, coloque o
ponteiro na ficha-rostinho alegre e convide todos para contarem situações em que sentem alegria. Em outro dia,
coloque na tristeza e prossiga da mesma forma;

• Continue com as aulas até que todas as emoções do relógio sejam trabalhadas. Lembre-se que para cada faixa
etária o relógio possui um número de emoções;

• Para as crianças de 3 e 4 anos, você pode se utilizar de exemplo para auxiliá-las a listar situações. Diga, por
exemplo, “Eu me sinto alegre quando brinco com meus filhos. E vocês, quando se sentem alegres?”.

18
Semana 11
Painel das Emoções Painel das Emoções
O Painel das Emoções é um recurso a ser apresentado após
as cinco semanas de trabalho desenvolvendo a Consciência
Emocional. A partir de agora ele fará parte da rotina escolar,
como instrumento de identificação emocional em si e nos
outros.

• Associar as diferentes emoções às situações vividas;


• Identificar os sentimentos e as emoções em si
e nos demais.

Painel das Emoções - Inteligência Relacional

• Painel das Emoções (as orientações para a construção do Painel das Emoções estão no DVD – Estrutura de Aula
da Metodologia Liga Pela Paz);

• Fotos dos alunos;


• Fichas-rostinho.

O reconhecimento e nomeação dos estados emocionais em si e nos outros requer treino, por isso sugerimos que o
Painel das Emoções seja realizado diariamente como atividade inicial realizada com as crianças quando chegam
à escola.
Caso não seja possível realizar o Painel das Emoções todos os dias, é importante que ele seja feito no mínimo uma
vez por semana.
A duração varia de 10 a 20 minutos, aproximadamente, dependendo do tamanho da turma e idade das crianças.

• Construa o Painel das Emoções conforme orientações do Anexo 5 – Painel das Emoções.
• Forneça um novo conjunto de fichas-rostinho (Alegre, Triste, Medo e Raiva) para os alunos.
• Se você optar por pintar as fichas-rostinho com a sua turma, é importante que escolha uma cor para
cada emoção e que todas as crianças tenham suas fichas-rostinho de cada emoção pintadas da mesma
cor. Desta forma, por exemplo, todas as de raiva estarão com a cor vermelha, todas as de alegria com
amarelo, formando um mesmo código e evitando que as crianças confundam a emoção com a cor.
Sugerir que a classe defina, em conjunto, a cor para cada emoção;

• Coloque as fichas-rostinho em potinhos. Reserve um potinho para cada emoção.

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• A partir de agora, todos os dias, no primeiro horário, realize o Painel das Emoções:
• Sente-se com seus alunos em círculo ao redor do Painel;
• Chame um por um e pergunte “Como você está se sentindo hoje?”;
• Mostre os quatro potinhos com as fichas rostinho e diga apontando para os potinhos “Você está alegre,
triste, com medo ou com raiva/bravo?”;

• Após a reposta da criança, oriente que ela pegue a ficha-rostinho correspondente ao seu estado emocional
e coloque no painel em frente a sua foto;
• Pergunte: “Por que você está se sentindo assim?” e deixe que a criança conte para seus colegas o porquê de
estar sentindo aquela emoção.

• Repita o que a criança disse para reforçar seu estado emocional perante os colegas de turma: “Então hoje
Pedro está triste porque seu cachorro fugiu e ele gosta muito dele”;

• Apenas acolha o que a criança falar, não é necessário nenhum comentário de consolo, aprovação ou
reprovação do que ela disser.

• Nas primeiras vezes a realização do Painel das Emoções será um pouco mais demorada, mas com a prática ela
se torna mais rápida.

Foto: Maria Tereza França - Obras Sociais do Mosteiro São Geraldo - Monte Kemel

20
-- Anexos
--

21
Anexo 1
Fichas-rostinho

22
23
24
Referências Bibliográficas
ARAÚJO, João Roberto. Ensinar a Paz. Ensaio sobre educação emocional. Ribeirão
Preto: Inteligência Relacional. 2013.

ARAÚJO, João Roberto. Liga Pela Paz. Teoria na Prática. Ribeirão Preto: Inteligência
Relacional. 2013.

ARAÚJO, João Roberto; BIS, Lilian & KROLL, Karen. Liga Pela Paz. Livro 1 Educando.
Ribeirão Preto: Inteligência Relacional. 2012.

ARAÚJO, João Roberto; BIS, Lilian & KROLL, Karen. Liga Pela Paz. Livro 1 Educador.
Ribeirão Preto: Inteligência Relacional. 2012

BISQUERRA, Rafael. Psicopedagogía de las emociones. Madrid: Síntesis. 2009.

BRANDEN, Nathaniel. AUTOESTIMA: Como aprender a gostar de si mesmo. São


Paulo: Saraiva. 1998.

CASSÀ, Èlia Lópes. Educar las emociones en la infancia (de 0 a 6 años): Reflexiones y
propuestas prácticas. 1. Ed. Madrid: Walters Kluwer España, 2011.

CASSÀ, Èlia Lópes (Coord.). Educación emocional: Programa para 3-6 años. 5. Ed.
Madrid: Walters Kluwer España, 2010.

DEL BARRIO, María Vitória. Emociones Infantiles. Evolución, evaluación y


prevención. Madrid: Pirámide, 2005.

MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. São Paulo: Cortez.
1997

NAVARRO, Adiana de Almeida. Estimulação Precoce. Educação Emocional e


Cognitiva. Barueri: Grupo Cultural.

NEVES, André. Lino. São Paulo: Callis, 2011.

PUEBLA, Eugenia. Educar com o coração. Série Educação para a paz. São Paulo:
Fundação Peirópolis. 1997.

ROCHA, Ruth. Quem tem medo de monstro?. São Paulo: Salamandra, 2012.

TILLMAN, Diane & HSU, Diana. Programa Vivendo Valores na Educação. Atividades
com valores para crianças de 3 a 6 anos. São Paula: Editora Confluência, 1999

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