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CURSO INSTRUMENTAÇÃO ELETRÔNICA

Capítulo 2
Instrumentos Básicos de Medidas
de Grandezas Elétricas

Professor: João Batista Pinto de Oliveira

Outubro/2019
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas - IFAM
Campus Manaus Distrito Industrial - CMDI
Curso Instrumentação Eletrônica
Capítulo 2: Instrumentos básicos de medidas de grandezas elétricas
Professor: João Batista Pinto de Oliveira

Sumário
Instrumentos Básicos de Medidas de Grandezas
Elétricas (Analógicos)
1. Mecanismo de Bobina Móvel e Ímã Permanente 03
2. Amperímetros CC 06
3. Voltímetros CC 10
4. Ohmímetros 16
5. Voltímetro CA 23
6. Instrumento com Termopar 28
7. Multímetro 28
8. Exercícios 32
Instrumentos Eletrônicos Analógicos
9. Introdução
10. Voltímetro CC com Amplificador Operacional
11. Amperímetro CC com Amplificador Operacional
12. Ohmímetro Eletrônico com Amplificador Operacional
13. Voltímetro CA com Retificador
14. Voltímetro de Valor Eficaz ou RMS Verdadeiro (True RMS)
15. Exercícios
Instrumentos Eletrônicos Digitais
16. Instrumento Digital de Medição
17. Conversor Analógico-Digital (ADC)
18. Voltímetro CC
19. Amperímetro CC
20. Ohmímetro
21. Voltímetro CA
22. Amperímetro CA

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Capítulo 2: Instrumentos básicos de medidas de grandezas elétricas
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1. Mecanismo de Bobina Móvel e Ímã Permanente


(Galvanômetro)
• É um dispositivo eletromecânico no qual se produz um torque como
resultado da interação entre uma corrente elétrica, que passa
pela bobina do instrumento e o campo magnético existente no
entorno da bobina.

• Um dos tipos utilizados em instrumentos indicadores, baseado no


mecanismo de d'Arsonval, pertence ao tipo de bobina móvel e ímã
permanente.
1.1 Detalhes construtivos

• O ímã permanente produz o máximo fluxo magnético no entreferro,


com o uso de peças polares de ferro doce.
• O cilindro de ferro doce garante a uniformidade do campo
magnético no entreferro entre cada peça polar e o cilindro.
• A bobina é enrolada em uma estrutura metálica leve, e pode girar
livremente na região do entreferro.
• O ponteiro vinculado à bobina, pode mover-se ao longo de uma
escala graduada, indicando a deflexão angular da bobina que
representa a intensidade da corrente na bobina.
• Duas molas condutoras de bronze fosforoso que conduzem a
corrente de e para a bobina, fornecem o torque resistente àquele
produzido na bobina móvel.

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• Os pesos de balanceamento (contrapesos) fazem o balanceamento


estático do conjunto móvel para as possíveis deflexões do
ponteiro.
• A escala de um instrumento de bobina móvel e ímã permanente CC
é linear, pois o torque e a consequente deflexão do ponteiro são
diretamente proporcionais à intensidade da corrente na bobina.
1.2 Princípio de funcionamento

• A bobina é suspensa em um campo magnético (produzido pelo ímã


fixo em forma de ferradura), através de um sistema de eixo e
mancais, de modo que possa girar livremente no interior do campo
magnético.

• Havendo corrente elétrica na bobina, o torque eletromagnético


lhe produz uma rotação. O movimento de rotação da bobina comprime
(ou estende) a mola de torção que está solidária ao conjunto
móvel

• O resultado é um conjugado mecânico que se opõe ao torque


eletromagnético, denominado torque restaurador.

• O movimento do conjunto móvel cessa quando há um equilíbrio


estático do torque e o conjunto móvel se fixa em alguma posição,
caracterizada pela indicação de um ponteiro ao longo de uma
escala.

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1.3 Compensação de temperatura

• A intensidade do campo magnético e a tensão mecânica da mola


diminuem com o acréscimo da temperatura ambiente. A resistência
da bobina aumenta quando há um aumento na temperatura ambiente.
Estas mudanças tendem a produzir uma indicação inferior ao valor
real de uma certa intensidade de corrente.

• Resistores de cobre ou manganina, ligados em série ou paralelo,


produzem a compensação térmica à operação precisa dos
instrumentos de bobina móvel e ímã permanente.

1.4 Propriedades mais importantes

• Baixíssimo consumo de energia;

• Requer pequena corrente para deflexão a plena escala;

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• A operação do instrumento está relativamente livre dos efeitos


dos campos magnéticos parasitas;

• Escala uniforme;

• Ampla margem de sensibilidade;

• Característica dinâmica que permite uma rápida velocidade de


resposta as variações da corrente, e capacidade de ser criticamente
amortecido;
• Baixo custo.

2 Amperímetro CC

2.1 Resistor de derivação (Shunt)

• Um instrumento de bobina móvel e ímã permanente (Galvanômetro)


basicamente é um amperímetro CC para baixas intensidades de
corrente.
• Para medir maiores intensidades de correntes, há necessidade
da utilização de um resistor ligado em paralelo com a bobina
móvel denominado derivador ou shunt.

Rb : resistência interna da bobina móvel


RSh : resistência do resistor em derivação ou shunt
Ibmáx: corrente de deflexão máxima admissível na bobina móvel
IS : corrente no shunt
I : corrente máxima que se quer medir
A e B : terminais de entrada (pontas de prova) do amperímetro

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 Cálculo do Rsh:

I  I sh  I bmáx
Vshunt  Vbobina
I bmáx .Rb
I sh .Rsh  I b max .Rb e Rsh 
I sh
Como, I sh  I  I bmáx , temos :
I bmáx .Rb
Rsh 
I - I bmáx

Exemplo 2.1

Para converter um miliamperímetro com fundo de escala de 1 mA e


resistência da bobina de 100 ohms em um amperímetro capaz de
operar na faixa de 0-100mA, é necessária uma resistência de
derivação ou shunt, Rsh.

Determinação de Rsh:

Ish = I–Ibmáx = (100–1)mA = 99mA

Rsh = (Ibmáx .Rb )/Ish = (1mA.100)/99mA = 1,01

• O shunt pode ser feito de uma resistência de metal ou liga


metálica, como manganina ou constantan, estável termicamente,
interno à caixa do instrumento ou externo.

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Exemplo de shunt externo para medição de alta


intensidade de corrente:

2.2 Amperímetro CC de Múltiplas Faixas

• Expansão da faixa de medição de um galvanômetro é possível


utilizando vários shunts selecionados por uma chave
seletora de faixa.
Diagrama elétrico de um amperímetro CC de quatro escalas:

A chave S (do tipo make-before-break) efetua a mudança de escala,


através dos shunts Ra, Rb, Rc e Rd, sem que a bobina fique
desprotegida e exposta à corrente total, I, evitando dano ao
galvanômetro.

2.3 Amperímetro CC com shunt universal ou shunt de Ayrton

• Elimina a chance do instrumento básico ficar exposta à


corrente total, isto é, ficar ligado ao circuito sem o
resistor de derivação.

• Aumenta a resistência total do instrumento.

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Diagrama elétrico de um amperímetro CC de três escalas

Exemplo 2.2 (resolver em sala)

Determine o derivador do tipo Ayrton do circuito de forma a converter


um galvanômetro em um amperímetro com fundos de escala de 1A,5A e
10A. O mecanismo de d’Arsonval (Galvanômetro) possui uma resistência
interna de 50 e a deflexão máxima ocorre com 1mA.

Resposta: RA = 0,005005; RB = 0,005005; RC = 0,04004

• Amperímetros CC comerciais medem correntes da ordem de microamperes


a ampères. Com shunt externo pode-se atingir valores da ordem de 500
ampères.

• Amperímetros de precisão trazem gráficos ou tabelas de calibração,


de forma que o usuário possa compensar os erros de indicação.

2.4. Precauções nas medições de corrente

– Jamais ligar um amperímetro direto nos terminais de uma fonte


de tensão. Deve sempre ser ligado em série com uma carga que
limite a corrente a um valor seguro.
– Observar a polaridade correta. Uma ligação incorreta provoca
deflexão no sentido não-adequado: o ponteiro pode danificar-
se quando se chocar contra o batente.

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– Ao usar um amperímetro de escalas múltiplas, comece o teste


sempre pela maior escala; então vá selecionando escalas menores
até obter uma deflexão razoável.

3 Voltímetro CC

3.1 Resistor Multiplicador

• Ligado em série à bobina móvel do galvanômetro, converte um


instrumento de bobina móvel em um voltímetro CC.
• Limita a corrente no mecanismo móvel para não exceder o valor
Ibmáx (corrente de deflexão máxima).

Ibmáx : corrente que produz a máxima deflexão do mecanismo


móvel
Rb : resistência do mecanismo móvel
RS : resistência série de ampliação da escala
V : tensão de final da escala ( a ser medida ).
A e B: terminais de entradas (pontas de prova) do voltímetro

• Um voltímetro CC mede a diferença de potencial entre dois


pontos de um circuito, logo deve ser ligado em paralelo com
o componente ou fonte de tensão do circuito.

• Cálculo do resistor multiplicador Rs (ligado em série com a


bobina do galvanômetro):

V = Ibmáx (RS + Rb)

Então,

V - I bmáx .Rb V
RS    Rb
I bmáx I bmáx

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• O resistor série RS é instalado:

– Geralmente, internamente ao estojo do instrumento para faixas


de medidas até 500 V ou 1000 V.

– Externamente ao instrumento para tensões mais altas, para


evitar um excessivo aquecimento no interior do estojo do
instrumento.

Exemplo 3.1

Para converter um galvanômetro com fundo de escala de 1mA e


resistência da bobina de 100 ohms em um Voltímetro CC capaz de
fazer medidas na faixa de 0-10V CC, é necessária uma resistência
Rs (multiplicador).

V 10V
RS   Rb   100  9900  9,9k
I bmáx 1.10-3 A

3.2 Voltímetro CC de múltiplas escalas

Obtido através da combinação de vários resistores de ampliação


de escalas com uma chave seletora de faixa.

• Diagrama elétrico básico de um Voltímetro CC de quatro escalas


(Faixas de tensão V1, V2, V3 e V4 ):

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• Arranjo prático para um voltímetro de quatro escalas

- O resistor R4, da escala mais baixa, requer fabricação especial


para atender às especificações do instrumento de bobina móvel. Os
outros resistores podem ser obtidos comercialmente com as tolerâncias
necessárias.

Exemplo 3.2

Determinação de R1, R2, R3 e R4 no circuito acima, para converter um


galvanômetro d’Arsonval com Rb=100 e Ibmáx=1mA, em um voltímetro com
as escalas de 0-10 V, 0-50 V, 0-250 V e 0-500 V.
Resposta: R1=250 kΩ; R2=200 kΩ; R3=40 kΩ; R4=9900 Ω

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3.3 Eficiência do Voltímetro CC

3.3.1 Razão Ohms-por-Volt ou Sensibilidade de um Voltímetro CC

• A corrente Ibmáx é alcançada quando a tensão máxima V correspondente


é aplicada.

• A relação ohms/volt ou eficiência ou sensibilidade, S, do


voltímetro é a razão entre a resistência total RT e o valor
máximo de tensão da escala V.
RT
S [/V]
V
• A sensibilidade, S, também é determinada pelo inverso da corrente
de deflexão máxima da bobina.
1
S [/V]
I bmáx
3.3.2 Cálculo da resistência de ampliação, Rs, utilizando S
Considere o circuito da configuração anterior (arranjo prático
para um voltímetro de quatro escalas
RT = S.V
RS = (S.V) – Rb
Onde,
S = eficiência do voltímetro (/V)
V = escala de tensão escolhida
Rb = resistência interna da bobina do galvanômetro
RS = resistência da ampliação
Exemplo 3.3

Utilizando o método da eficiência, determine R1, R2, R3 e


R4 no circuito acima, para converter um galvanômetro
d’Arsonval com Rb= 100 e Ibmáx=1mA, em um voltímetro com
as escalas de 0-10V, 0-50V, 0-250V e 0-500V.
Resposta: R1=250 kΩ; R2=200 kΩ; R3=40 kΩ; R4=9900 Ω

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3.4 Efeito de Carga do Voltímetro CC

• Um instrumento de baixa eficiência:


– Pode dar leituras corretas em um circuito de baixa resistência;
– Não dará uma indicação confiável em um circuito de alta
resistência.
• Ligado entre dois pontos de um circuito de alta resistência, um
voltímetro funciona como um shunt, reduzindo a resistência
equivalente naquela parte do circuito e indicando um valor inferior
ao esperado.

Exemplo 3.4.

No circuito mostrado a seguir, mede-se a tensão através do resistor


de 50 k utilizando dois voltímetros: Voltímetro 1 com S1= 1000/V
e o voltímetro 2 com S2=20 000/V. Determinar:

a) A indicação de cada voltímetro;

b) O erro de cada indicação expresso em percentagem do valor


verdadeiro.

O valor verdadeiro da tensão no resistor de 50 k é dado por:

(50k/150k).150V = 50V

a) Indicação de cada voltímetro

i) Voltímetro 1 (V1):

Rescala de 0-50 V = 50V.1000/V = 50k

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Resistência equivalente de R2 em paralelo com Rescala 0-50 V é igual a


25 k

A tensão indicada pelo voltímetro 1 é dada por:

V1 = (25k/125k).150V = 30V

ii) Voltímetro 2 (V2):

Rescala de 0-50V = 50V.20000/V = 1M

Resistência R2 em paralelo com Rescala 0-50 V = 47,6k

A tensão indicada pelo voltímetro 2 é dada por

V2 = (47,6k/147,6k).150V = 48,36V

b) O erro de indicação de cada voltímetro é dado por:


% erro = [(Vaparente – Vexato)/ Vexato ] x 100

i) Erro do voltímetro 1:
% erro (V1) =[(30V – 50 V)/50 V ] x 100 = - 40%

ii) Erro do voltímetro 2:


% erro(V2)= [(48,36V–50V)/50V] x 100 = -3,28%

- Observa-se que o erro introduzido é um erro humano ou grosseiro,


porque não foi selecionado um instrumento adequado para a medida.
- O voltímetro afeta o circuito, e o ideal da instrumentação é efetuar
medidas sem afetar as condições originais do meio sob teste.

3.5 Precauções ao se usar um voltímetro

• Observar a polaridade correta. Polaridade invertida causará


deflexão contrária, podendo danificar o ponteiro indicador devido
ao choque contra o batente;

• Ligar os terminais do voltímetro em paralelo aos terminais onde se


quer medir;

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• Ao se usar um voltímetro de múltiplas escalas, começar o processo


de medição pela maior escala, e então ir diminuindo até obter uma
boa indicação;

• Levar em consideração o efeito de carga do voltímetro, que pode


ser minimizado, usando-se as maiores escalas e instrumentos de alta
eficiência. A precisão decresce se a leitura for feita na faixa de
baixas indicações do instrumento.

4 Ohmímetros

4.1 Ohmímetro do tipo Série


Circuito básico:

R1 : resistor para limitar a corrente


R2: resistor para o ajuste de zero ohm
E : bateria interna
Rb : resistência da bobina do galvanômetro
Rx : resistência sob medida (desconhecida)
A e B: terminais de entrada (pontas de prova) do ohmímetro

• A deflexão do ponteiro do galvanômetro sobre uma escala graduada


em Ohms, depende do valor da resistência sob medida, RX, levando
em conta todos os problemas de calibração.

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• Para Rx = 0 (terminais A e B em curto-circuito): R2 é ajustado


até obtenção da corrente máxima na bobina, e a este valor Ibmáx é
associado 0 (Zero Ohm) na escala do medidor.

• Para Rx=  terminais A e B em circuito aberto) a corrente na


bobina é zero, e a este valor é associado “” na escala de
resistência.

• Para 0 < Rx <  : a deflexão do ponteiro do galvanômetro é


inversamente proporcional ao valor de Rx sob medida.

• Problemas:

– A f.e.m. da bateria de alimentação decresce com o tempo, e o 0


(Zero Ohm) da calibração é perdido. O resistor R2 poderá reajustar
o Zero Ohm.
R2 em paralelo com a bobina produz uma resistência equivalente muito
menor que R1, não mudando muito a calibração.

– O circuito não compensa completamente o envelhecimento da


bateria, mas opera de forma razoável dentro dos limites e
exatidão esperados do galvanômetro d’Arsonval.

4.2 Considerações para projeto de um Ohmímetro tipo Série

• O valor de Rx adequado é aquele que produz 50% de deflexão do


galvanômetro. Para esta situação a resistência através dos
terminais A e B é definida como a resistência de meia escala Rh
(half-scale).

• Aproximação para o projeto:

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Considerar que, se a introdução de Rh entre A e B reduz a corrente


na bobina ao valor dado por 0,5.Ibmáx, a resistência desconhecida
deve ser igual à resistência interna do ohmímetro.

Rh = R1 + (R2.Rb)/(R2+Rb) (1)

• Para a resistência total vista pela fonte E igual a 2.Rh, temos


a corrente Ih para 50% de deflexão.

Ih = (E/2.Rh) (2)

• Para deflexão máxima precisamos de It = 2.Ih

It = 2.Ih = E/Rh (3)


Nesta situação a corrente através de R2
I2 = It - Ibmáx (4)

• Como Esh = Eb ou I2.R2 = Ibmáx.Rb

R2 = (Ibmáx.Rb)/I2 (5)

• Substituindo-se (4) e (3) em (5) temos:

R2 = (Ibmáx.Rb.Rh)/(E – Ibmáx..Rh) (6)

• A partir de (1) temos:

R1 = Rh – [(R2.Rb)/(R2+Rb)] (7)

• Substituindo-se (6) em (7) obtemos:

I bmáx .Rb .Rh


R1  Rh 
E
Exemplo 4.1.

Para o ohmímetro série abaixo temos:


Rb= 50 Ω, Ibmáx=1mA, E=3V, e o valor desejado para deflexão de
meia escala de 2000.

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a) Determinação dos valores de R1 e R2.

It= E/Rh= 3V/2000 = 1,5 mA


I2 = It –Ibmáx = (1,5 – 1,0 )mA = 0,5 mA
R2 = (Ibmáx . Rb)/I2 = (1mA x 50 )/0,5 mA = 100
RP = R2||Rb =(50x100)/150  = 33,3
R1 = Rh – RP =(2000 – 33,3) = 1966,7

b) Determinação do máximo valor de R2 para compensar 10% de


queda de tensão da bateria:

E = 3,0V – 0,3V = 2,7V


It = (2,7- 0,05)V/1966,7 ≈ 1,3474 mA
R2 = (1 mA x 50)/0,3474 mA  143,93 

c) Determinação do erro com meia escala de deflexão (2000


ohms) quando R2 estiver ajustado com o valor de 143.

RP= (50 x 143,93)/193,93 ≈ 37,1 


Rh = R1 + RP = 1966,7 + 37,1 ≈ 2003,8 

Assim, o valor verdadeiro na metade da escala é 2003,8,


enquanto o valor indicado é 2000 .

%erro = [(2000 – 2003,8)/2003,8]x100 ≈ -0,189%

4.3 Ohmímetro do tipo Paralelo (Shunt)

Particularmente adequado para a medição de valores baixos


de resistência.

Circuito básico:

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E : tensão CC de alimentação
R1: resistor limitador de corrente
Rb: resistência interna da bobina móvel
RX: resistor sob medida (valor desconhecido)
A e B: terminais de entrada (pontas de prova) do ohmímetro

• A chave liga-desliga retira a bateria do circuito quando o


instrumento não estiver em uso.
• Para Rx= 0 (A e B em curto-circuito) a corrente no medidor é
zero.
• Para Rx = (A e B em circuito aberto), ajusta-se R1 para o
ponteiro ser levado ao fundo de escala.
• O ohmímetro shunt possui o 0 à esquerda e o valor  à
direita da escala.
• Para Rx = a corrente será máxima na bobina do galvanômetro,

Ibmáx = E/(R1+ Rb) (1)

R1 = (E/Ibmáx) – Rb (2)
• Para qualquer valor de Rx entre A e B, a corrente na bobina
diminui, sendo dada por:
E Rx
Ib  x
R 1  [ Rb .Rx /( Rb  Rx )] Rb  Rx
E.Rx
Ib  (3)
R1.Rb  Rx ( R1  Rb )
Corrente na bobina para qualquer valor de Rx, expressa como
fração da corrente máxima:

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(4)

Definindo RP como R1 em paralelo com Rb:

RP = (R1.Rb)/(R1+Rb) (5)

Substituindo (5) em (4) temos:

D = Rx/(Rx+RP) (6)

Portanto, o medidor pode ser calibrado através do cálculo de D em


função de Rx e RP

Para meio da escala temos:

Ib = 0,5.Ibmáx e

Rx = Rh (resistência de meia escala).

Substituindo em (3):

(7)

Para obtenção do valor de meia escala para um determinado R1, divide-


se (1) por (7) e resolve-se para Rh. Assim temos que:

R 1.Rb
Rh  (8)
R 1  Rb
Exemplo 4.2.

O galvanômetro do circuito do ohmímetro paralelo possui uma


resistência interna de 5 e admite uma corrente máxima de 10 mA.

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A tensão da bateria de alimentação vale 3 V. Deseja-se inserir um


resistor Rsh em paralelo com a bobina, de forma a obter-se 0,5 ao
meio da escala. Calcular:

a) O valor do resistor shunt, Rsh;


b) O valor do resistor limitador de corrente, R1.

a) Cálculo de Rsh
Corrente na bobina para deflexão média: Ib = 0,5.Ib(max) = 5mA

Vb = Vx = 5mA . 5  = 25mV

Ix = 25mV/0,5 = 50mA

Ix = Ish + Ib

Ish = Ix - Ib = 50mA – 5mA = 45mA

Cálculo da resistência shunt:

Rsh = Vb/Ish = 25mV/45mA = 5/9

b) Cálculo de R1

Corrente total da bateria: It=Ib+Ish+Ix = 5mA+45mA+50mA =


100mA

Cálculo do resistor limitador de corrente:

R1 = V1/It = (3V–0,025V)/100mA = 2,975V/100mA = 29,75

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Capítulo 2: Instrumentos básicos de medidas de grandezas elétricas
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Capítulo 2: Instrumentos básicos de medidas de grandezas elétricas
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5 Voltímetro CA
• Para medição de corrente alternada (CA) com um mecanismo de
bobina móvel (MBM) torna-se necessário a retificação da
corrente alternada.

• A utilização de retificadores permite a conversão de CA em


CC, possibilitando usar um MBM (galvanômetro).
O elemento retificador pode ser um diodo de germânio ou de
silício.

5.1 Voltímetro CA com Retificação de Onda Completa

Circuito de um Voltímetro CA com ponte retificadora

Forma de onda e valores da corrente no circuito (considerando os


diodos ideais)

• RS é um resistor ampliador de escala.

• A ponte retificadora produz pulsos unidirecionais de corrente.

• O medidor geralmente é calibrado em valor eficaz da onda


senoidal.

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Capítulo 2: Instrumentos básicos de medidas de grandezas elétricas
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Exemplo 5.1.

O voltímetro CA usa um MBM (Galvanômetro) de 50 Ohms de resistência


e uma corrente de 1 mA para a máxima deflexão. Admitindo que os
diodos são ideais (resistência zero no sentido direto, e infinita no
sentido inverso) calcule o valor de Rs para obter deflexão máxima
quando forem aplicados 10 V CA eficaz nos terminais do voltímetro.

Solução :
Vca (max) 2 .Vca ( eficaz )
VCC  2.( )  2( )  0,9.Vca ( eficaz )  9V
 
Vcc 9V
Rt  RS  Rb    9k
I b (max) 1mA
RS  (9000  50)  8950
5.2 Instrumentos com retificadores e o Fator de Forma

• O valor médio de uma onda não-senoidal retificada pode diferir


consideravelmente do valor médio de uma onda senoidal pura
retificada (para o qual o instrumento foi calibrado), e a
indicação pode ser bastante errada.

• O Fator de Forma (FF) relaciona o valor médio e o valor eficaz


de tensões e correntes dependentes do tempo.

Valor eficaz ca
FF 
Valor médio ca
Para uma onda senoidal pura retificada em onda completa:

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2
Veficaz ( ca ) ( ).Vmax (ca)
FF   2  1,11
Vmédio ( ca ) Vmax (ca)
2.( )

• O FF é também o fator pelo qual se deve multiplicar o valor CC
ou médio para se obter o valor eficaz, possibilitando a
graduação da escala do instrumento em CC e em CA.
5.2.1 Problemas do instrumento com retificadores

• Na prática o diodo retificador opera em uma região não-linear


de sua curva características:

– Com valores baixos de corrente direta, a resistência do diodo


é grande, quando comparada com a resistência em valores de
corrente mais altos;

– Consequentemente, a parte inferior da escala de um voltímetro


medidor de baixas tensões possui as marcações muito próximas
umas das outras;

– Alguns fabricantes fornecem uma escala calibrada especialmente


para estes casos.

Curvas características de um diodo retificador de


estado sólido

• Devido a resistência do retificador mudar com a variação


da temperatura:
– A exatidão normal destes instrumentos é da ordem de
5% da leitura máxima para ondas senoidais à
temperatura ambiente.

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– Em temperaturas muito altas ou muito baixas, a


resistência interna do medidor muda suficiente para
causar erros graves.
• A frequência também afeta a operação dos retificadores que
apresentam propriedades capacitivas.
– As medições são mascaradas em altas frequências. A
cada acréscimo de 1 kHz, a indicação pode ser afetada
de um erro de 0,5%.
5.3 Diagrama típico do circuito de um voltímetro CA (Parte do
diagrama do circuito de um multímetro)

• Os dois diodos formam um retificador de onda completa, com


o MBM conectado de modo a recebe apenas a metade da
corrente retificada.
• A deflexão do ponteiro do MBM (Galvanômetro) depende do
valor médio do semiciclo positivo do sinal retificado.
• Rsh força a passagem de mais corrente através de D1 para
mudar seu ponto de operação para a região linear da curva
característica.
• D2 evita uma pequena corrente de fuga através de D1 e do
MBM durante o semiciclo negativo, mantendo o valor médio
do ciclo completo inalterado.

5.4 Circuito usado no cálculo do resistor multiplicador e da


eficiência do voltímetro em CA.

- Um voltímetro comercial usa sempre a mesma escala para CA


e CC.
- Como o valor CC da corrente retificada é 0,45 vez o valor
eficaz da corrente CA, o resistor multiplicador tem o seu
valor reduzido proporcionalmente para a escala CA.

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Exemplo 5.2.

Um medidor de bobina móvel de resistência de 100 ohms e 1 mA cc para


a máxima deflexão tem um shunt de 100, em paralelo com a bobina
móvel. Os diodos D1 e D2 possuem resistência média no sentido
direto de 400 cada um, e resistência infinita no sentido inverso.
Para uma escala de 10 V, calcule:

a) o valor do resistor Rs de ampliação da escala;

b) a eficiência /V do voltímetro em CA.

Solução :
(a ) Determinação de R s
Rsh  Rb  100, I t  2mA
Valor médio ( cc) da tensão ca retificada :
Vmax ca 2 .Veficaz ca 2 .10
Vcc  Vmedio ca     4,5V
  
Resistência total do circuito :
V 4,5V
R t  médio ca   2250
It 2mA
R .R
Rs  Rt  ( RD1  b sh )  1800
Rb  Rsh
(b) Eficiência do voltímetro ca
Rt 2250
S   225 / V
Veficaz ca 10V

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6 Instrumento com Termopar

• Sua operação é baseada na ação de um termopar.


Representação de um instrumento do tipo termopar

CE e DE representam metais diferentes


• Operação:
– Quando dois metais diferentes estão em contato, uma tensão é
gerada nesta junção, e seu valor cresce proporcionalmente com a
temperatura;
– A tensão entre C e D depende da temperatura da junção E chamada
junção fria;
– O elemento aquecedor AB aquece quando passa corrente através dele,
aumentando a tensão entre C e D, que produz uma corrente CC que
causa o deslocamento do medidor de bobina móvel;
– O calor gerado pela corrente é proporcional ao quadrado da
corrente (I2.R).

7 Multímetro Analógico (VOM)


• As funções de voltímetro, amperímetro e ohmímetro geralmente são
combinadas num único instrumento, denominado multímetro.

• Entre as várias razões para um só aparelho (multímetro) desempenha


as três funções de medição, podemos citar:
- Utilização de só um galvanômetro, diferindo apenas na
configuração do circuito de cada função;
- Facilidade de manuseio e transporte de um único instrumento, em
lugar de três medidores separados, resultando também num custo
muito mais baixo.

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7.1 Circuito básico de um multímetro analógico de três funções

• O mecanismo de bobina móvel (galvanômetro) do multímetro tem


uma corrente de deflexão máxima de 50 µA e uma resistência
interna de 2000 Ω.
• O medidor (multímetro) possui três faixa de medição de tensão
CC, duas faixas como ohmímetro e três faixas de medição de
corrente CC.
• A chave seletora de funções CH2 determina se o multímetro deve
operar como amperímetro, ohmímetro ou voltímetro.
• A chave CH1 fixa a faixa de valores do medidor.
• Para ser empregado como voltímetro CC, CH2 deve ser comutada
para a posição VOLTS e CH1 colocada em uma das três posições de
tensão: 1V, 10V ou 100V.
No diagrama mostrado, o multímetro está ajustado para medir
tensões contínuas de até 1 V. Comparando esta seção voltímetro
com o voltímetro de múltiplas faixas apresentado anteriormente,
verifica-se que são idênticas.

• A parte do ohmímetro do instrumento possui apenas duas faixas:


- Na faixa “LO Ω”, a bateria B1 fornece a corrente necessária
para fazer o medidor defletir quando CH2 está na posição OHMS
e uma resistência é conectada entre as duas pontas de prova.
- Na posição HI Ω, uma bateria de maior tensão (B2) e um resistor
série de maior valor são utilizados para aumentar a faixa de
medição.

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– Quando CH2 está comutada para a posição CORRENTE, cada uma das
duas pontas de prova é conectadas diretamente a um dos
terminais do galvanômetro.
- Com o ajuste da chave de faixas CH1 em uma das faixas de
corrente, um resistor é colocado em paralelo (shunt) com o
galvanômetro.
Na faixa de 1 mA, 50 µA devem fluir pelo galvanômetro e 950 µA
devem passar pelo shunt R3, quando há passagem de 1 mA através
do circuito sob teste.

7.2 Multímetro de uso geral

Imagem ilustrativa de um multímetro analógico comercial


• Este instrumento pode ser utilizado para medidas de tensão AC
ou DC, corrente DC, resistência, teste de diodo, Iceo e hFE de
transistores.

• O mecanismo de bobina móvel tem uma deflexão máxima de 50 µA.

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• Possui um parafuso para Ajuste do Zero Mecânico do mecanismo de


bobina móvel, quando o instrumento não estiver realizando
medida.

• As pontas de prova, usadas para as medições, são conectadas ao


conectores externo dos terminais de entrada marcados “+”
e “-COM”.

• A seleção da faixa de medidas, de acordo com a função desejada,


é realizada pela chave seletora de função/escala.

• A escala indica o máximo valor a ser medido em determinada


grandeza.

• Antes da medição de resistência, as pontas de prova são curto-


circuitadas, e o potenciômetro de Ajuste de Zero Ohm, “0 ΩADJ”,
é ajustado para se posicionar o ponteiro do medidor sobre o “0”
(à direita) da escala de Ω.

• O ponto médio da escala de resistência com a chave seletora de


função na posição X1 corresponde a 20Ω.

• O final da escala (fundo de escala) “DCV A” com a chave seletora


de função na posição DCmA 25 corresponde a 25mA.

8 Exercícios

8.1 O galvanômetro de d’Ansorval é caracterizado por:


a. Uma bobina móvel que gira no campo de um ímã permanente.
b. Um ímã permanente que gira no campo de um eletroímã.
c. Uma bobina móvel que roda no campo de um eletroímã.
d. Um ímã permanente que roda no campo de um outro imã
permanente.
8.2 A faixa de um amperímetro é ampliada:
a. trocando o galvanômetro por um outro de valor de corrente
maior.
b. colocando uma resistência em série com o galvanômetro.
c. colocando um resistor em paralelo com o galvanômetro.
d. usando uma bateria de maior tensão no circuito do
amperímetro.
8.3 A faixa do voltímetro é aumentada:
a. Colocando um resistor de maior valor em série com o
galvanômetro.
b. Colocando um resistor de menor valor em paralelo com o
galvanômetro.

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c. Utilizando um resistor shunt maior.


d. Colocando um resistor de menor valor em série com o
galvanômetro.
8.4 Para atenuar o efeito de carga de um voltímetro:
a. A resistência do voltímetro deve ser a menor possível.
b. A resistência do voltímetro deve ser tão alta quanto
possível.
c. A sensibilidade do voltímetro deve ser de 1000 ohms por
volt.
d. O voltímetro deve ser ligado em série ao invés de em
paralelo.
8.5 O circuito básico de um ohmímetro série pode ser modificado
para medir valores menores de resistência:
a. Usando uma bateria de tensão maior.
b. Colocando um resistor de menor valor em paralelo com o
galvanômetro e seu resistor série.
c. Colocando um resistor de menor em paralelo com a bateria.
d. Colocando um resistor maior em série com o galvanômetro e
a bateria.
8.6 Uma bateria de 9 volts é usada com um galvanômetro de 1 mA e
um resistor série para formar um ohmímetro série. Qual é a
leitura de meia escala desse ohmímetro.
8.7 Determine o valor do resistor necessário para utilizar-se um
miliamperímetro de 0-1 mA, com resistência interna de 125,
como voltímetro na faixa 0 – 1 V.
8.8 Que valor de resistência de shunt é necessário para utilizar-
se um galvanômetro de 50 A, com resistência interna de 250,
para medir 0-500 mA?
8.9 Qual resistência em série deve ser usada para estender a
escala 0-200V de um instrumento de 20000/V para 0-2000V?
Que especificação de potência este resistor deve ter?
8.10 Qual será a leitura de um voltímetro CC de 5000/V na escala
de 0-5V quando conectado ao circuito da abaixo? Qual o erro
devido a inserção do instrumento?

Figura 1

8.11 Desenhe o esquema, incluindo valores, de um shunt de Ayrton


para um mecanismo de bobina móvel com deflexão máxima de 1
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mA e resistência interna de 500, para obter as escalas de


10, 50, 100 e 500 mA.
8.12 Alguns medidores eletrônicos de tensão têm uma resistência
de entrada fixa e igual a 1 M. Que posições do seletor de
faixa do circuito do voltímetro abaixo têm maior resistência
de entrada que os instrumentos eletrônicos?

Figura 2

8.13 Um ohmímetro tipo série, projetado para operar com bateria


de 6 V tem um diagrama de circuito como o mostrado na figura
3. O mecanismo de bobina móvel tem resistência interna de
2000 e necessita de uma corrente de 100 A para sua deflexão
máxima. O valor de R1 é 49k.
a) Considerando que a tensão da bateria caiu para 5,9V,
calcule o valor de R2 necessário para zerar o medidor.
b) Sob as condições do item (a), um resistor de valor
desconhecido é conectado ao medidor (entre A e B),
causando uma deflexão de 60%. Calcule o valor deste
resistor.

Figura 3

8.14 A que valor deve cair a tensão da bateria de 1,5V no ohmímetro


da figura 4, antes que seja impossível zerá-lo? O mecanismo
de bobina móvel tem uma resistência interna de 2000 e uma
corrente de deflexão máxima de 50A.

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Figura 4

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Instrumentos Eletrônicos Analógicos


1. Introdução

Qualquer sistema de medição usando o mecanismo de bobina móvel


(MBM), sem amplificadores, necessita que o circuito sob teste
forneça a corrente para produzir uma deflexão máxima.

Para a medida de correntes inferiores a de deflexão máxima de


um galvanômetro, é necessário o emprego de amplificação.
Exemplos:

– Um voltímetro CC que utiliza um galvanômetro de 50A com


resistência interna de 200, requer uma potência para
deflexão máxima do galvanômetro de 0,5 W, sem incluir a
potência dissipada no resistor série multiplicador.
Existem sistemas sob teste que não toleram nem esta
pequena demanda de potência.

– O voltímetro mais sensível que pode ser construído a


partir do MBM de 50A e resistência interna de 200, sem
amplificador, teria 10 mV de deflexão máxima.

Um amplificador é indispensável quando forem necessárias


medições abaixo de 50 A ou 10 mV.

2. Voltímetro eletrônico CC com Amplificador Operacional

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• O atenuador de tensão com a chave seletora de escala limita


a amplitude do sinal de entrada a um valor adequado.

• Um amplificador CC de acoplamento direto com controle preciso


de ganho é usado para fornecer a amplificação necessária da
tensão CC de entrada a ser aplicada ao instrumento indicador
(MBM).

• Para medição de tensões da ordem de microvolts são


necessários, amplificadores com ganhos elevados (da ordem de
106) e baixos desvios de corrente e tensões, próprios para
operações em CC, denominados amplificadores de
instrumentação.

Exemplo 2.1

A chave seletora de escala na posição 10 mV (mostrada no


diagrama) indica a máxima tensão de entrada, Ventrada, a ser
medida. A tensão de 10 mV aplicada na entrada é amplificada
pelo amplificador CC de ganho 10 (considerando o AMP OP ideal)
obtendo-se na saída uma tensão de 100mV. Esta tensão aplicada
ao galvanômetro produzirá a deflexão de fundo de escala do
galvanômetro que corresponderá a 10 mV.

3. Amperímetro Eletrônico CC com Amplificador Operacional

• As corrente CC são convertidas em tensões CC, fazendo-as


passar em um resistor Rsh (shunt) de valor conhecido, de
precisão.

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Vsh  I .Rsh
A tensão Vsh no resistor R sh é aplicada à entrada do atenuador
do seletor de faixa de medida, cuja saída é aplicada a entrada
do amplificador, produzindo a deflexão do dispositivo
indicador (Galvanômetro).

• Como Vsh é proporcional a corrente CC, I, a escala do indicador


(galvanômetro) pode ser calibrada em termos de corrente
elétrica.

• Para medição de correntes da ordem de nanoampères, também


são usados amplificadores com ganhos elevados (da ordem de
106) e baixos desvios de correntes e tensões, próprios para
operação em CC.

4. Ohmímetro Eletrônico com Amplificador Operacional

• Resistências são medidas fazendo-se passar uma corrente


constante conhecida, Iref(cte), através da resistência sob
medida, RX, desconhecida. A tensão VX no resistor RX é
aplicada à entrada de um amplificador, produzindo a deflexão
do dispositivo indicador analógico.

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• Como VX é proporcional a RX, a escala do indicador analógico


pode ser calibrada em termos de resistência elétrica( Ω ).

5. Voltímetro CA com Retificador

Voltímetros CA eletrônicos são voltímetros CC que utilizam um


retificador para converter o sinal CA,a ser medido, em um sinal
CC para o instrumento indicador.

5.1. Circuitos básicos

 Modo CC de operação

O sinal CA a ser medido, aplicado na “Entrada CA”, é


retificado antes de ser amplificado.

– O amplificador, A, deve ter ganho unitário e ser bem


estável em relação às condições ambientes.
– O dispositivo detector de tensão (galvanômetro) deve ser
suficientemente sensível.
 Modo CA de operação:

O sinal CA a ser medido, aplicado na “Entrada CA”, é


amplificado antes de ser retificado.

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– A retificação em onda completa ocorre após a amplificação


do sinal CA;

– O problema da não linearidade dos diodos retificadores é


resolvido com a realimentação.

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5.2. Fator de Forma da Onda


– Voltímetros CA geralmente respondem a valores médios, e a
escala do dispositivo de indicação é calibrada em valores
eficazes de ondas senoidais.
– Indicações relativas a ondas não-senoidais serão afetadas
de erro, dependendo do fator de forma da onda.
– Fator de forma (k) é a relação entre o valor eficaz e o
valor médio de uma onda periódica de período T.

Yeficaz
FatordeForma  k 
Ymédio

O fator de forma é utilizado na geração de tensão e nos


fatores de correção dos instrumentos.

5.3. Circuitos Retificadores usados em voltímetro


 Retificador de meia onda, com indicação de valor médio.

O valor médio da tensão no resistor R pode ser aplicado à


entrada de um amplificador CC.

 Retificador de onda completa em ponte, com indicação de


valor médio.

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Exemplo 5.1

Seja um voltímetro CA analógico que responde a valores


médios ou CC e utiliza retificação de onda completa.

Para uma onda senoidal simétrica temos o Fator de Forma:


k  1,11

Se um voltímetro responde a valores médios ou CC, para que


a indicação seja dada em valores eficazes ou rms, deve-se
corrigir as indicações de sua escala através do fator de
forma k = 1,11.

Exemplo 5.2

A onda retangular simétrica abaixo é aplicada a um


voltímetro CA que responde a valores médios com calibração
em valores eficazes de uma onda senoidal. A retificação
utilizada no voltímetro é de onda completa.

– O valor eficaz e o valor médio da onda retangular são,


respectivamente,

Eef = Em e Emedio = Em

– O Fator de Forma K será:

E ef
k 1
E medio

– A escala do medidor está calibrada em valores eficazes


das ondas senoidais, onde

Eef = k.Emed= 1,11.Emed

– Para tensão retangular

Eef = Emed porque k = 1

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– A indicação do medidor será superior ao valor real por


um fator,

konda senoidal
 1,11
konda retangular
– O erro percentual será,
1,11  1
Erro(%)  ( ).100  11%
1
Isto mostra que qualquer desvio da forma de onda
senoidal acarreta erros apreciáveis nos resultados das
medições.

6. Voltímetro de Valor Eficaz ou RMS Verdadeiro (True RMS)


 Mede com precisão formas de ondas complexas.
 O instrumento é sensível à potência da onda, que é
proporcional ao quadrado do valor eficaz da tensão.

6.1. Técnica
– Um termopar é constituído por dois metais de
características diferentes unidos por um dos extremos.
Quando dois metais diferentes estão em contato, uma tensão
é gerada nesta junção, e seu valor cresce proporcionalmente
com a temperatura.
– Uma versão amplificada do sinal de tensão a ser medido
produz calor que é detectado por um termopar que gera uma
tensão CC proporcional a E2eficaz.

6.2. Diagrama em blocos de um voltímetro de valor eficaz


verdadeiro:

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Capítulo 2: Instrumentos básicos de medidas de grandezas elétricas
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O efeito do comportamento não-linear do termopar de medição


é compensado pelo efeito similar do termopar de compensação
no circuito de realimentação negativa.

• Funcionamento:
– A tensão CA a ser medida é amplificada e aplicada
ao elemento de aquecimento do termopar de medição.
– O termopar de medição aplica uma tensão CC na
entrada do amplificador CC, que é amplificada e realimentada
ao aquecedor do termopar de compensação ou equilíbrio.
– Quando as tensões dos dois termopares forem
idênticas, a corrente CC no elemento de aquecimento do
termopar de equilíbrio será igual à corrente CA no aquecedor
do termopar de medição.
– A corrente CC é diretamente proporcional ao valor eficaz
da tensão CA de entrada, o que é mostrado pelo dispositivo
indicador.
– O valor eficaz da tensão de entrada é indicado
independentemente da forma de onda do sinal de tensão sob
medição.
– A máxima excursão do sinal não deve exceder a faixa de
operação dinâmica do amplificador CA a fim de evitar sua
saturação.
• Tensões variando de 100 µV a 300 V, numa faixa de
frequências de 10 Hz a 10 MHz, podem ser medidas por um
típico voltímetro de valor eficaz (True RMS) de laboratório,
enquanto o voltímetro CA convencional mede tensões com
frequência até 400 Hz.

7. Exercícios

7.1. Considere que um voltímetro que responde a valores médio


ou CC é usado para medição de CA. A retificação utilizada
é de meia onda.

a) Qual correção deve ser aplicada às indicações de sua


escala para que indique valores eficazes.
b) Qual o erro cometido caso esta correção não fosse
feita.

Resp.: a) 2,22 ; b) -54,95%

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7.2. A onda de tensão dente de serra abaixo é aplicada a um


voltímetro CA que responde a valores médios com calibração
em valores eficazes de uma onda senoidal. A retificação no
voltímetro é de onda completa. Calcule:
a) O fator de forma.
b) O erro de indicação do voltímetro.

Resp.: a) k = 1,155 ; b) Ɛ%= -3,9%

7.3. Qual é o menor valor de tensão de fundo que poderia ser


exibido com um microamperímetro de 100A, do tipo
d’Arsonval, com uma resistência interna de 150? Qual é a
eficiência do voltímetro em ohms/volt? Existe alguma forma
de se construir um voltímetro de menor fundo de escala com
este microamperímetro?

Resp.: 15 mV ; 10 kΩ/V

7.4. Um miliamperímetro de 25mA de fundo de escala tem uma


resistência interna de 100. Com ele deve ser construído
um voltímetro CA, para medir até 200V eficaz. Usando uma
ponte retificadora com quatro diodos, sendo 500 a
resistência de cada diodo com polarização direta e
resistência infinita com polarização inversa, calcule a
resistência série que deve ser ligada ao miliamperímetro.

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Instrumentos Eletrônicos Digitais

1. Instrumento Digital de Medição

1.1. Diagrama em blocos com principais elementos:

• Processador de Sinal:

Amplifica ou atenua a entrada, converte-a de CA para CC e


de corrente para tensão, conforme a necessidade. Para
medição de resistência, fornecer uma fonte de corrente
para realizar essa função.

• Conversor A/D:
Recebe uma tensão CC do processador e a converte num sinal
digital.

• Os dois primeiros estágios são responsáveis pela


impedância de entrada, a sensibilidade, o número de faixas
de medidas e o número de dígitos do mostrador.

• Controle:
Dirige o fluxo de informação dentro do medidor. Por
exemplo, transfere a saída do conversor A/D para o
mostrador, controla funções de temporização.

• Mostrador Digital
Permite visualizar o resultado da medida.

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2. Conversor Analógico-Digital (ADC)

Dispositivo eletrônico (normalmente um único circuito


integrado) que transforma os valores analógicos em valores
digitais (sequência de bits).

• Características gerais

- Normalmente trabalham com tensão contínua na entrada;


- Apresentam faixa limitada de tensão de entrada
analógica a ser convertida (Ex.: fundo de escala de 200
mV, 1 V, 2 V ou 10 V);
- Utiliza um oscilador como clock (servindo de base de
tempo);
- Maior número de saídas digitais, permite construção de
medidores com maior número de divisões de escala,
melhora a resolução e a exatidão do instrumento;

• Técnicas de conversão

- Técnicas da integração;

- Técnicas da não integração;

• Técnicas da integração também chamadas de técnicas de


carga

- Fazem a conversão medindo o tempo necessário para


carregar ou descarregar um capacitor até uma tensão de
referência;

- Pouco sensível a ruídos;

- Baixa velocidade de conversão;

- Tipos:

 Conversor A/D com rampa simples

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 Conversor A/D com rampa dupla.

 Técnicas da não integração:

- São rápidas (realizam várias conversões por segundo);

- São sensíveis a ruídos;

- Tipos:

 Conversor A/D de rampa linear

 Conversor de aproximação sucessiva

 Flash Converter – Conversor de Ciclo

2.1. Conversor A/D com Rampa Simples

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2.1.1. Funcionamento:

- O contador BCD conta continuamente os pulsos gerados pelo


oscilador de clock.
- Quando o contador atinge o final da contagem, CF (flip-flop
contador de total) muda para o estado alto, levando o
amplificador de reset a fechar a chave (eletrônica) S,
descarregando o capacitor C.
- Com a chave S aberta, no intervalo de tempo de T1 a T3, o
capacitor C é carregado pela fonte de corrente constante “Vref
/ R1 “, fazendo com que a tensão VC cresça de forma linear.
- A saída VS do comparador ficará em nível alto até que VC
exceda VE; isto ocorre em T2. Enquanto VC é maior que VE
- , VS permanece em nível baixo.
- No momento da transição de VS de nível alto para nível baixo,
a porta permite que o número do contador BCD passe para o
mostrador digital.
- Visto que o contador BCD conta os pulsos de clock a um rítmo
constante e C também se carrega a um ritmo constante, há uma
relação direta entre VC e o número do contador.

2.1.2. Considerações:

- O contador começa a contagem em T1, e VC começa a crescer. Em


T2, quando VC se iguala a VE, o conteúdo do contador é
mostrado. Portanto, o número mostrado no display é
determinado pela amplitude de VE. (tensão da entrada
analógica).

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- Um mostrador de 3 ½ dígitos requer 2000 pulsos de clock para


cada leitura, podendo mostrar até 1999. Se o display for
incrementado em uma unidade para cada pulso contado, serão
necessários 1999 pulsos para a contagem máxima. Mais um pulso
será necessário para o reset do contador e sua preparação
para a próxima conversão.

- O tempo necessário para conversão será determinado pela


frequência de clock e pelo tamanho do contador.

Exemplo

Se 2000 pulsos de clock são necessários para cada conversão


e a frequência de clock é de 1 MHz, o tempo de cada conversão
é de 2 ms, resultando em 500 conversões por segundo.

- O tempo R.C do integrador deve ser escolhido para que a rampa


de carga seja linear.

- As características dos AO também afetam a velocidade de


conversão.

- Variações na estabilidade da frequência de clock, da tensão


de referência, de R1 e de C, afetam diretamente a precisão,
visto que:

VREF .t
VC  
R1.C
- Nos conversores comerciais, para taxa de conversão de 1 a
100 conversões por segundo, mantem-se a estabilidade e
linearidade dentro de um limite de 1%.

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3. Voltímetro CC Digital

3.1. Diagrama em blocos básico

Se o ADC utilizado é de Rampa Simples, o tempo necessário para


realizar uma conversão é determinado pelo clock e pelo tamanho
de seu contador.

Exemplo 3.1

Para frequência de clock, fclock = 1 MHz e capacidade de contagem


do contador igual a 2000 pulsos, temos que:

O tempo de conversão do ADC é 2 ms

O número de conversões por segundo é 500

Exemplo 3.2

Considere que se no diagrama acima:


– O ADC é de rampa simples, com tensão de entrada de 0 a 2 V
(VE = 2 V);
– O Display é de 3 ½ dígitos, apresentando tensões de 0.000 V
até 1.999 V (serão necessários 2000 pulsos de clock para cada
leitura); .
– O Atenuador de Tensão ajustado para atenuação zero, ou seja,
VIN = VE,

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Assim, temos um voltímetro CC com fundo de escala de 2 V e


resolução de 1 mV (1mV= 2V/2000)

3.2. Estágio analógico

3.2.1. Atenuador de tensão CC simples

Exemplo 3.3

Medição de tensões de 0 a 20 V CC. O ADC é de rampa simples,


com tensão de entrada de 0 a 2 V (VE = 2 V) e o Display é
de 3 ½ dígitos (serão necessários 2000 pulsos de clock
para cada leitura),

- Considerando a resistência de entrada do ADC muito maior


que R2, temos:

 R2 
VE   .VIN
 1
R  R2 

- Considerando R1 = 9.R2

VIN
VE 
10
- Para VIN variando de 0 a 20 V, VE varia de 0 a 2 V

No display corresponderá a valores de 00.00 a 19.99 V


: Fundo de escala de 20 V

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20 V
E a resolução: Resolução   10 mV
2000
Desvantagem:

O ADC pode drenar uma corrente não adequada ao bom


funcionamento do voltímetro dependendo de sua
resistência de entrada, afetando o circuito sob medida
(efeito de carga).

3.2.2. Atenuador típico de voltímetro digital

- Nas faixas de 200 mV e 2 V, a tensão a ser medida é


aplicado diretamente ao ADC. Nas demais faixas, ela é
atenuada primeiro.

- Apresenta uma impedância de entrada fixa de 10 M,


considerando que a impedância de entrada do estágio
seguinte ao atenuador seja muito maior que 10 M.
- Um dispositivo de proteção é incluído na entrada para
proteção contra tensões de entrada excessivas.

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3.2.3. Atenuador empregando pré – amplificador de


ganho ajustável

Exemplo 3.4

Medição de tensões de 0 a 20 V. O ADC é de rampa simples,


com tensão de entrada de 0 a 2 V (VE = 2 V) e o Display é
de 3 ½ dígitos (serão necessários 2000 pulsos de clock
para cada leitura).

Considerando R3 = R4, temos

R2 R R
VE  (  ).( 4 ).VIN  ( 2 ).VIN
R1 R3 R1
Teremos que fazer R1 = 10.R2 para obtermos VE=2V

R 1
VE  ( 2 ).VIN  .20V  2V
10.R2 10
Vantagem:

O amplificador operacional tem alta impedância de


entrada.

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3.2.4. Atenuador utilizando FET para manter a


impedância de entrada constante (fixa)

Sendo a impedância de entrada do FET da ordem de 100M, a


impedância de entrada do voltímetro é determinada pela associação dos
resistores do atenuador de entrada.

3.2.5. Seleção automática de faixa, com chave através de FET

F1, F2 e F3 são FET’s funcionando como chaves.

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Faixa de Ganho Ganho Ganho F1 F2 F3


Medida A1 A2 Total
(Volt)
0,2 - 0,2 -50 10 Deslig Deslig Deslig
2 - 0,2 -5 1 Deslig Deslig Ligado
20 - 0,2 -0,5 0,1 Deslig Ligado Ligado
200 -0,002 - 5 0,01 Ligado Deslig Ligado
2000 -0,002 - 0,5 0,001 Ligado Ligado Ligado

Exemplo 3.5
Considere que um voltímetro CC usa para seleção automática de
faixa o circuito mostrado acima. O ADC é de rampa simples, com
tensão de entrada de 0 a 2 V (VE = 2 V) e o Display é de 3 ½
dígitos (serão necessários 2000 pulsos de clock para cada
leitura).
a) Analise o circuito mostrado acima para comprovar os valores
da tabela;

b) Determine a resolução para a faixa de medida de 200 V do


voltímetro CC.

Resp (b):

200 V
Resolução   100 mV
2000
Amperímetro CC Digital

4.1. Diagrama em blocos básico

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Faz-se a corrente que se deseja medir (IIN) passar em um resistor


shunt (Rshunt) conhecido de precisão. A tensão gerada (Vsh = IIN.
Rsh) é convertida pelo ADC.

Exemplo:
Miliamperimetro CC com fundo de escala de 20 mA, Utilizando o
ADC e display do exemplo anterior e Rshunt= 100.

- Para IIN variando de 0 a 20 mA, temos:

VE= Vsh = IIN.Rsh variando de 0 a 2 V

- Assim teremos um miliamperímetro com fundo de escala de


20 mA e resolução de

20 mA
Resolução   0,01 mA  10A
2000
- Caso a tensão Vsh = Rsh.IIN seja superior a tensão de entrada
VE do ADC, teremos que utilizar um atenuador (seletor de
faixa) adequado.

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3.3. Estágio analógico

Conversão tensão-corrente com seleção de escala

Se a tensão através do RSH assumir valores perigosos


(altos), devido a uma corrente excessiva, um dos diodos
conduz e “queima” o fusível de proteção do instrumento.

3.4. Atenuador CC com Amplificador

O valor dos resistores do atenuador e ganho do amplificador


são determinados em função do valor da máxima entrada do ADC
para fundo de escala.

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4. Ohmímetro Digital

5.1. Diagrama em blocos básico.

- Faz-se uma corrente constante, IREF(cte), passar pela


resistência desconhecida, RX, sob medida, e mede-se a tensão
VX através dela.
- A tensão CC VX é proporcional ao valor de RX:

VX = Iref.RX

Exemplo 5.1

O ADC é de rampa simples com tensão de entrada de 0 a 2 V, com


display de 3 ½ dígitos (contagem até 2000);
I REF = 10A

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Para fundo de escala do ohmímetro de 2 k, temos:

– RX=2 k;
VX = IREF.RX = 20 mV
– Para que o ADC indique fundo de escala deveremos ter 2 V
na sua entrada. Logo o ganho do amplificador deverá ser de
100.

VE R
AV   1  2A  100, pois VE  AV .V X  100x 20mV  2V
VX R1

- Resolução = 2000 /2000 = 1

Para fundo de escala de 20 k, temos:

- RX= 20 k:
VX = 200 mV
- O ganho do amplificador deverá ser de 10:
VE R
AV   1  2B  10
VX R1
Para obtermos VE=2V
- Resolução = 20000 / 2000 = 10 

5.2. Medidas de resistência a dois fios e a quatro fios

• Medidas a dois fios

- As resistências Rl dos terminais de conexão (pontas) são


inseparáveis da resistência desconhecida sob medida,
RX, causando grandes erros na medida de resistências de
valor baixo.

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- É muito usada por todos os tipos de ohmímetro pela


simplicidade.
- Normalmente os medidores digitais têm uma função
matemática “relative” ou “null”, permitindo que a
resistência dos terminais de conexão (pontas) possa ser
medida e subtraída da resistência a ser medida.

5.3. Medidas a quatro fios

- Proporciona maior precisão na medida de resistência de


valor baixo.

- A secção voltímetro cc apresenta resistência de entrada


muito alta, praticamente não fluindo corrente nesses
terminais de entrada.

- As resistências dos terminais de conexão e de contato


são automaticamente reduzidas.

- Esta técnica a quatro fios é muito usada em sistemas


onde a resistência dos terminais de conexão pode tornar-
se grande e variável.
Exemplo

Testes automatizados onde o comprimento do cabo pode ser


bastante longo, e numerosas chaves e conexões podem
existir entre o medidor e o dispositivo sob teste.

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6. Voltímetro CA Digital
6.1. Diagrama básico

Técnica utilizada: Transformar a tensão CA. em uma tensão CC. que


possa ser medida pelo ADC do medidor.
Tipos de conversores CA para CC empregados: de resposta a RMS, de
resposta à média, de resposta a pico, etc.

6.2. Efeito do acoplamento de um sinal sobre o valor medido


• Sinais compostos de componentes CA e CC:
- Alguns medidores CA medem somente a componente CA;
- Outros medem ambas componentes
É importante saber o que o medidor mede.
• Medidores que respondem a valor médio e a valor de pico têm
usualmente acoplamento CA (com capacitor).
• Medidores que respondem à RMS podem ter acoplamento CA ou
CC.
- Um medidor com acoplamento CC mede o valor verdadeiro do
sinal completo (componentes CA + CC)
- Uma medida de RMS com acoplamento CA é desejável em
situações onde se mede um pequeno sinal CA em presença de
uma grande componentes CC. (Exemplo: ripple de uma fonte)
- Quando houver necessidade de conhecer o valor “RMS CA+CC”,
mede-se separadamente o valor RMS CA e o valor CC, e se
obtém o valor RMS final por:

rmsCACC  (CA)2  (CC )2

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7. Amperímetro CA Digital

Diagrama básico:

Técnica utilizada:
• Resistores shunt Rsh são usados para converter a corrente CA
em uma tensão CA mensurável.
• A saída do sensor corrente-tensão CA é medida por um
voltímetro CA.
• A secção interna do voltímetro CA pode ser acoplada CA ou
acoplada CA+CC ao conversor corrente-tensão.

8. Exercícios
8.1. Antes da tensão de entrada ser aplicada ao conversor A/D, ela
deve passar pelo .............................................

8.2. O processador de sinal transforma CA em .....................,


corrente em .............................., e proporciona uma
fonte de corrente para medições da ........................

8.3. O processador de sinal geralmente apresenta um FET na entrada


para oferecer uma elevada ....................................
8.4. Dois tipos de conversores CA para CC são encontrados. São eles
..............................e...............................

8.5. No tipo de conversor CA – CC de resposta à média, o ganho é


ajustado de modo que a CC é .......................vezes a média
da entrada;

8.6. O conversor CA-CC de resposta à média é preciso apenas com uma


onda ............................................. na entrada.

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8.7. O conversor RMS oferece uma indicação precisa com


.................. formato de onda na entrada.

8.8. O tipo mais comum de conversor RMS usa uma entrada.............

8.9. A maior desvantagem do termoacoplador é o ....................

8.10. O método mais difundido de medição de resistência é prover uma


........................constante através da ...............e
medir a .................

8.11. Faixas adicionais para medição de resistências podem ser


conseguidas acrescentando-se outras ..........................

8.12. A corrente é usualmente medida através da


.........................sobre um ........................de
valor conhecido.

8.13. Para medir valores maiores de corrente, a resistência deve ser


.........................................

8.14. No diagrama do amperímetro CC abaixo, é utilizado um conversor


A/D com tensão de entrada de 0 a 2 V com display de 3 ½ dígitos
(contagem até 2000). Determine:

a) R6, R7, sabendo-se que R5 = 200 k e R8 = 10 k;

b) A resolução do amperímetro para cada faixa de medida.

Considere os AMP OP ideais e que a impedância de entrada do


ADC não afeta a tensão de saída do último estágio.

8.15. No diagrama do Ohmímetro abaixo, é utilizado um conversor A/D


com tensão de entrada de 0 a 2 V com display de 3 ½ dígitos

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(contagem até 2000), e uma fonte de corrente constante com 100


A. Determine:

a) R1, R2, R3, R4, R5, R6 e R7 para as faixas de medida de


resistência;

b) a resolução do Ohmímetro para cada faixa de medida.

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Referências Bibliográficas

• Instrumentação Eletrônica Moderna e Técnicas de Medição.


Helfrick, Albert D., Cooper, D. William. Editora Prentice-Hall
do Brasil.

• Instrumentação Eletrônica Analógica e Digital para


Telecomunicações. Arilson Bastos

• Revista Nova Eletronica.

• Instrumentação Eletrônica Moderna e Técnicas de Medição.


Helfrick, Albert D., Cooper, D. William. Editora Prentice-Hall
do Brasil.

• Instrumentação Eletrônica Analógica e Digital para


Telecomunicações. Arilson Bastos.

• Fundamentos de Medidas Elétricas. Solon de Medeiros Filho.


Editora Guanabara.

• Revistas Nova Eletrônica. Ano 1983.

• Manual de Operação do Multímetro Minipa ET2022B.

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