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“Um dos fundamentos da teoria perciana dos signos é que não só os signos externos,
mas também as cognições, os pensamentos, as ideias e até o homem são mesmo signos”
(p.35)
Secundidade nos aparece em fatos tais como o outro, relação, compulsão, efeito,
dependência, independência, negação, ocorrência, realidade, resultado. (p.38)
“[..] Semiose é o processo pelo qual o signo tem um efeito cognitivo sobre o intérprete”
(p.39)
“Conforme Peirce, o objeto de um signo pode ser “uma coisa material do mundo” do
qual temos um “conhecimento perceptivo” [...] O objeto de um signo também pode ser
“da natureza de um signo ou pensamento”.” (p.42)
“O objeto imediato é o “objeto dentro do signo”, o objeto “como o signo mesmo o
representa e cujo ser depende, portanto da sua representação no próprio signo”.” (p.43)
“Um signo dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente,
ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo o signo assim criado o interpretante do
primeiro signo.” (p.46)
“Como cada signo cria um interpretante que, por sua vez é signo de um novo signo, a
semiose resulta numa série de interpretantes sucessivos, potencialmente ad infinitum.”
(p.46)
“Um argumento contra a ideia de semiose ilimitada é que, se todo signo escapa a uma
determinação do seu significado pela continuação incerta daquilo que ele significa, a
semiótica não seria incapaz de falar sobre os significados dos signos.” (p.46)
“O sinsigno é “uma coisa ou evento que existe atualmente” como um signo singular, por
exemplo, um grito ou qualquer palavra na sua singularidade no tempo ou no espaço.”
(p.49)
“Um legissigno é uma lei que é um signo [...], todo legissigno significa através de um
caso de sua aplicação que pode ser denominado réplica do legissigno. Assim, o artigo o
normalmente aparecerá de quinze a vinte e cinco vezes numa página. Em todas essas
ocorrências, uma e a mesma palavra é o mesmo legissigno; cada uma das suas
ocorrências singulares é uma réplica. A réplica é um sinsigno.” (p.50)
“O ícone participa da primeridade por ser “um signo cuja qualidade significante provém
meramente da sua qualidade”.” (p.51)
“Os três tipos de ícone representam três graus de iconicidade. Imagens não
imediatamente icônicas, uma vez que significam apenas por meio de comparações entre
a aparência do representamen e a aparência daquilo que ele se assemelha.” (p.53)
“[...] um símbolo é um signo que se refere ao objeto que denota, em virtude de uma lei,
normalmente uma associação de ideias gerais. [...]Cada símbolo é, portanto, ao mesmo
tempo, um legissigno: “Todas as palavras, frases, livros e outros signos convencionais
são símbolos”.” (p.55-56)
“No sentido mais geral da semiótica, um rema é, portanto,”qualquer signo que não é
verdadeiro nem falso, como quase cada uma das palavras por si mesmas, exceto sim e
não”.” (p.58)
“Um argumento conecta a informação de signos dicentes por uma necessidade lógica.
Ele é um discurso racional. O protótipo do do argumento é o silogismo, no qual a
conclusão segue, com necessidade lógica, ao menos duas premissas.” (p.60)
“Reconhecemos que existem seis classes de signos remáticos, três classes de signos
dicentes e só um signo que é argumento, isto é, o argumento simbólico, que é um
legissigno.” (p.63)
“Um legissigno genuíno não tem materialidade concreta porque ele é uma mera lei ou
regra, que só existe na sua aplicação. Um legissigno usado como signo numa situação
concreta não é mais apenas uma lei, mas se mistura com um sinsigno.” (p.68)
“[...] as palavras não são qualissígnos nem sinsignos, mas em princípio legissignos.
Porém palavras não são necessariamente símbolos. Elas são signos icônicos, no caso das
expressões onomatopaicas, e índices, no caso dos pronomes demonstrativos e dos
nomes próprios.” (p.69)
“Do ponto de vista da semiótica, o termo “ai”, tanto popular quanto comercial, sugere
que esses signos pertencem à classe de signos que Peirce definiu como ícone, mas a
leitura semiótica desses signos revela que eles constituem um código híbrido, no qual se
encontra uma pluralidade de tipos de signos, não sempre icônicos.” (p.71)
“Uma característica dos ais é que cada signo consiste de uma imagem com uma legenda
verbal resumindo a função do “botão”.” (p.73)
“Os ais não podem ser qualissignos em si, porque meras qualidades não podem tornar-
se lei, mas nem por isso as leis precisam manifestar-se em qualidades positivas, por
exemplo, nas qualidades da tinta das suas letras.” (p.74)
“O signo remático “Relógio” não é falso nem verdadeiro (embora possa ser escrito de
uma maneira certa ou errada). Signos dicentes podem “declarar fatos”. O signo discente
“O relógio é de ouro” é informativo e pode ser uma proposição verdadeira ou falsa.”
(p.76)
“Um ai é um símbolo ao mesmo tempo que ele tem um nome e é um signo verbal. Ele é
um símbolo dicente se considerarmos que ele faz parte de ou implica uma definição, e
quando é interpretado pelo novato na fase da aprendizagem da significação do ai.Esse
aspecto do ai aparece de uma maneira mais clara nos manuais para os usuários, que
definem e explicam que o ai X (nome,sujeito) serve para fazer Y (predicado).” (p.78)
“O fato de que toda ideia é um signo, junto ao fato de que a vida é uma linha de
pensamentos, prova que o homem é um signo. Assim, o fato de que todo pensamento é
um signo externo prova que o homem é um signo externo.” (p.84)
“[...] o homem observa outro signo, um sinsigno icônico, que se corporifica nele na
forma de um pensamento, que é um segundo signo e faz do homem um símbolo.” (p.86)