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CURSO: BACHARELADO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA 4°P

ALUNO: GUSTAVO INÁCIO GONÇALVES DA SILVA

SANTAELLA, Lúcia; NÖTH, Winfried. A semiótica e os signos: uma primeira


orientação. In: ______. Introdução à Semiótica: passo a passo para compreender os
signos e a significação. São Paulo: Papirus, 2017. p. 35-89.

“Um dos fundamentos da teoria perciana dos signos é que não só os signos externos,
mas também as cognições, os pensamentos, as ideias e até o homem são mesmo signos”
(p.35)

2.1 As três categorias universais

“Primeiridade é a categoria dos fenômenos em si, considerados independentemente de


qualquer outra coisa. (p.37)

Secundidade nos aparece em fatos tais como o outro, relação, compulsão, efeito,
dependência, independência, negação, ocorrência, realidade, resultado. (p.38)

A Terceiredade é a categoria do geral, da continuidade e da mediação de um terceiro


entre um primeiro e um segundo [...] O geral é um fenômeno da terceiridade porque
generalidade implica continuidade.” (p.38)

2.2 Signo, semiose e semiótica

“[..] Semiose é o processo pelo qual o signo tem um efeito cognitivo sobre o intérprete”
(p.39)

“O signo (ou representamen) é aquilo que representa o objeto e cria um interpretante.


(p.40)

“O objeto do signo corresponde aproximadamente àquilo que outros autores da história


da semiótica têm definido como a coisa (pragma) ao qual o signo se refere, o referente
ou a referência, o denotatum ou a denotação do signo ou também a extensão (em
contraste com a intensão) do signo.” (p.41)

“Conforme Peirce, o objeto de um signo pode ser “uma coisa material do mundo” do
qual temos um “conhecimento perceptivo” [...] O objeto de um signo também pode ser
“da natureza de um signo ou pensamento”.” (p.42)
“O objeto imediato é o “objeto dentro do signo”, o objeto “como o signo mesmo o
representa e cujo ser depende, portanto da sua representação no próprio signo”.” (p.43)

“O objeto mediato, real ou dinâmico é “o objeto fora do signo”; é “a realidade que, de


certa maneira, realiza a atribuição do signo “a sua representação”, ou seja, aquilo que
determina o signo”. (p.43)

“Num signo autorreferencial, o signo e o objeto são o mesmo fenômeno, diferentemente


do signo típico, que se refere a um objeto, que difere do signo, segundo a formula
medieval conforme a qual signo está para outra coisa.” (p.44)

“Um signo dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente,
ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo o signo assim criado o interpretante do
primeiro signo.” (p.46)

“Como cada signo cria um interpretante que, por sua vez é signo de um novo signo, a
semiose resulta numa série de interpretantes sucessivos, potencialmente ad infinitum.”
(p.46)

“Um argumento contra a ideia de semiose ilimitada é que, se todo signo escapa a uma
determinação do seu significado pela continuação incerta daquilo que ele significa, a
semiótica não seria incapaz de falar sobre os significados dos signos.” (p.46)

“O primeiro interpretante – o interpretante imediato – corresponde ao interpretante


dentro do signo, portanto, ao nível de primeiridade, sendo, portanto, a potencialidade do
signo para ser interpretado, seu grau de interpretablilidade.” (p.47)

“O segundo interpretante – o interpretante dinâmico – corresponde ao “efeito direto


realmente produzido por um signo sobre um intérprete, aquilo que é experimentado de
cada ato de interpretação e que é diferente, em cada ato, do efeito que qualquer outro
poderia produzir”.” (p.47)

“O terceiro interpretante [...] é o que seria finalmente decidido se a interpretação


verdadeira e se a consideração do assunto fosse continuada até que uma opinião
definitiva resultasse [...] aquele resultado interpretativo ao qual cada intérprete está
destinado a chegar se o signo for suficientemente considerado.” (p.47)

2.3 A classificação dos signos


“[...] o qualissigno é uma qualidade que é um signo. [...] Um exemplo de qualissigno,
que é signo pela sua mera qualidade é uma cor, que não representa outra coisa senão ela
mesma.” (p.49)

“O sinsigno é “uma coisa ou evento que existe atualmente” como um signo singular, por
exemplo, um grito ou qualquer palavra na sua singularidade no tempo ou no espaço.”
(p.49)

“Um legissigno é uma lei que é um signo [...], todo legissigno significa através de um
caso de sua aplicação que pode ser denominado réplica do legissigno. Assim, o artigo o
normalmente aparecerá de quinze a vinte e cinco vezes numa página. Em todas essas
ocorrências, uma e a mesma palavra é o mesmo legissigno; cada uma das suas
ocorrências singulares é uma réplica. A réplica é um sinsigno.” (p.50)

“O ícone participa da primeridade por ser “um signo cuja qualidade significante provém
meramente da sua qualidade”.” (p.51)

“A arte minimalista deste século inventou as pinturas monocromáticas, no caso típico de


ícones do tipo imagem.” (p.52)

“Os três tipos de ícone representam três graus de iconicidade. Imagens não
imediatamente icônicas, uma vez que significam apenas por meio de comparações entre
a aparência do representamen e a aparência daquilo que ele se assemelha.” (p.53)

“Eco (1976,p.191-217) considera “ingênua” a teoria dos signos que se baseia na


semelhança com o objeto. Na sua interpretação, iconicidade tem sua base nas
convenções culturais e “similaridade não diz respeito à relação entre imagem e objeto,
mas entre imagem e um conteúdo previamente compactuado pela cultura”.” (p.54)

“[...] um símbolo é um signo que se refere ao objeto que denota, em virtude de uma lei,
normalmente uma associação de ideias gerais. [...]Cada símbolo é, portanto, ao mesmo
tempo, um legissigno: “Todas as palavras, frases, livros e outros signos convencionais
são símbolos”.” (p.55-56)

“Os símbolos crescem. Retiram seu ser do desenvolvimento de outros signos,


especialmente dos ícones ou de signos misturados que compartilham da natureza dos
ícones e símbolos[...] se alguém cria um novo símbolo, ele o faz por meio de
pensamentos que envolvem conceitos.” (p.57)
“A única maneira de comunicar diretamente uma ideia é através de um ícone; e todo
método de comunicação indireta de uma ideia deve depender, para ser estabelecido, do
uso de um ícone.” (p.57)

“No sentido mais geral da semiótica, um rema é, portanto,”qualquer signo que não é
verdadeiro nem falso, como quase cada uma das palavras por si mesmas, exceto sim e
não”.” (p.58)

“Um argumento conecta a informação de signos dicentes por uma necessidade lógica.
Ele é um discurso racional. O protótipo do do argumento é o silogismo, no qual a
conclusão segue, com necessidade lógica, ao menos duas premissas.” (p.60)

“Reconhecemos que existem seis classes de signos remáticos, três classes de signos
dicentes e só um signo que é argumento, isto é, o argumento simbólico, que é um
legissigno.” (p.63)

2.4 As dez classes exemplificadas

“O qualissigno, por ser o mais frágil dos funcionamentos signicos, é provavelmente um


dos dignos mais difíceis de entender[...]Esse signo não existe de fato no espaço ou
tempo, porque uma vez que ele exista, o qualissigno vira sinsigno por ser um
signomaterializado ou corporificado.” (p.66)

“Um legissigno genuíno não tem materialidade concreta porque ele é uma mera lei ou
regra, que só existe na sua aplicação. Um legissigno usado como signo numa situação
concreta não é mais apenas uma lei, mas se mistura com um sinsigno.” (p.68)

“[...] as palavras não são qualissígnos nem sinsignos, mas em princípio legissignos.
Porém palavras não são necessariamente símbolos. Elas são signos icônicos, no caso das
expressões onomatopaicas, e índices, no caso dos pronomes demonstrativos e dos
nomes próprios.” (p.69)

“Do ponto de vista da semiótica, o termo “ai”, tanto popular quanto comercial, sugere
que esses signos pertencem à classe de signos que Peirce definiu como ícone, mas a
leitura semiótica desses signos revela que eles constituem um código híbrido, no qual se
encontra uma pluralidade de tipos de signos, não sempre icônicos.” (p.71)

“Uma característica dos ais é que cada signo consiste de uma imagem com uma legenda
verbal resumindo a função do “botão”.” (p.73)
“Os ais não podem ser qualissignos em si, porque meras qualidades não podem tornar-
se lei, mas nem por isso as leis precisam manifestar-se em qualidades positivas, por
exemplo, nas qualidades da tinta das suas letras.” (p.74)

“O signo remático “Relógio” não é falso nem verdadeiro (embora possa ser escrito de
uma maneira certa ou errada). Signos dicentes podem “declarar fatos”. O signo discente
“O relógio é de ouro” é informativo e pode ser uma proposição verdadeira ou falsa.”
(p.76)

“Um ai é um símbolo ao mesmo tempo que ele tem um nome e é um signo verbal. Ele é
um símbolo dicente se considerarmos que ele faz parte de ou implica uma definição, e
quando é interpretado pelo novato na fase da aprendizagem da significação do ai.Esse
aspecto do ai aparece de uma maneira mais clara nos manuais para os usuários, que
definem e explicam que o ai X (nome,sujeito) serve para fazer Y (predicado).” (p.78)

“O diagrama é um signo no qual a semelhança tem um caráter abstrato ou estrutural.”


(p.80)

“O fato de que toda ideia é um signo, junto ao fato de que a vida é uma linha de
pensamentos, prova que o homem é um signo. Assim, o fato de que todo pensamento é
um signo externo prova que o homem é um signo externo.” (p.84)

“[...] o homem observa outro signo, um sinsigno icônico, que se corporifica nele na
forma de um pensamento, que é um segundo signo e faz do homem um símbolo.” (p.86)

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