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O UNIVERSO SÍGNICO

Conceito

Palavra proveniente da raiz grega Semeion (signo),


pode ser definida como “a ciência dos signos e dos
processos significativos (semiose) na natureza e na cultura”

É o estudo de como o objeto será entendido pelo "receptor"


considerando seu contexto social e natural.
Campo científico relativamente novo e cujos
maiores expoentes são o americano Charles S.
Peirce e o suíço Ferdinand de Saussure.
Os problemas relacionados à semiótica,
também chamada semiologia (apesar de muitos
teóricos diferenciarem os dois termos), podem
retroceder a pensadores como Platão e Santo
Agostinho, por exemplo.
Mas, somente no início do século XX, com os
trabalhos paralelos de Peirce e Saussure,
começa a adquirir estatuto de ciência. Alguns
autores consideram a semiótica parte da
linguística, ou o inverso.
• Semiótica Peirceana:
Foco de atenção: universalidade epistemológica
e metafísica. Nas palavras de Lucia Santaella:
"uma teoria sígnica do conhecimento que busca
divisar e deslindar seu ser de linguagem, isto é,
sua ação de signo".
• Semiótica estruturalista/Semiologia:
(Saussure, Lévi-Strauss, Barthes, Greimas)
Foco de atenção: signos verbais.
• Semiótica russa ou semiótica da cultura:
(Jakobson, Hjelmslev, Lotman)
Foco de atenção: linguagem, literatura e outros
fenômenos culturais, como a comunicação não-
verbal e visual, mito, religião.
Charles Sanders Peirce (1839-1914), cientista,
matemático, historiador, filósofo e lógico norte-
americano, é considerado o fundador da moderna
Semiótica.
Peirce, como diz Santaella, foi um "Leonardo das
ciências modernas". Uma das marcas do
pensamento peirceano é a ampliação da noção de
signo e, consequentemente, da noção de
linguagem.
Peirce "foi o enunciador da tese anticartesiana
de que todo pensamento se dá em signos, na
continuidade dos signos". Charles Sanders Peirce
Pierce concluiu que tudo que aparece à consciência obedece
a três propriedades que correspondem aos elementos
formais de toda e qualquer experiência frente à natureza.

Qualidade

Relação

Representação
Batizadas posteriormente, por Peirce, de Primeiridade,
Secundidade e Terceiridade.

Primeiridade – categoria da primeira impressão ou


sentimento (feeling) que recebemos no momento presente;

Secundidade – categoria do relacionamento direto


(visual e/ou sensorial) com o elemento físico,
o sentimento tem que se reportar a uma matéria;

Terceiridade – categoria de inter-relação entre o que


sentimos, visualizamos e identificamos dentro de nossas
leis, valores, convenções e cultura.
Signo, segundo Peirce

“Um signo, ou representamen, é aquilo que, sob certo


aspecto ou modo, representa algo para alguém.”

Portanto, o signo não é o objeto, é algo distinto dele, está


ali presente para designar ou significar alguma coisa.

Por exemplo: o cheiro de fumaça pode significar fogo ou


uma forma de comunicação associada aos aborígenes.

A palavra “estrela” pode representar...


Composição de um signo:

- Objeto
(que pode ser uma coisa ou fato)

- Representamen
(aquilo que visualizamos do objeto ou corpo do signo)

- Interpretante
(interpretação que alguém venha a fazer do fato, seu
significado particular)
Por exemplo, todos conhecemos o conceito abstrato
CADEIRA, socialmente reconhecido.

Este conceito pode ter inúmeras representações:


realistas, esquemáticas ou simbólicas.

Cada uma das representações deste conceito nos transmite


diferentes valores e leituras.
Organização dos signos segundo as características do próprio
signo (representamen), dividida em:

- Quali-signo

- Sin-signo

- Legi-signo
O Quali-signo é uma qualidade, tal como a impressão
causada por uma cor.

O Sin-signo é o signo utilizado para representar ou indicar


algo não presente.

Este, por sua vez, pode gerar uma ideia universalizada,


uma convenção substitutiva do conjunto que a singularidade
representa, sendo assim um Legi-signo.
Uma segunda forma de análise peirceana diz respeito à
relação do signo com seu objeto, podendo ser:
Ícone

Índice

Símbolo

Têm relação com as três categorias naturais do pensamento:


Qualidade,
Relação
Representação
Correspondem:
Primeiridade - Ícone
Secundidade - Índice
Terceiridade - Símbolo
No ícone o representamen evidencia um ou mais aspectos
qualitativos do objeto.

Existe semelhança entre representamen e objeto.

O ícone é um substituto de uma coisa a que se assemelha.


No índice existe uma relação direta entre as duas partes do
signo (representamen e objeto) sem, no entanto, tratar-se
de similaridade.

Ele pode lembrar-nos diretamente, mas não é o objeto.

Um índice é uma representação que se relaciona ao seu


objeto não por critério de semelhança, mas por haver uma
ligação dinâmica.
Os símbolos são arbitrários, no sentido de que são
socialmente convencionados e mutáveis.

Um símbolo não indica uma coisa em particular, denota um


gênero de coisa.
Primeiridade Quali-signo Ícone

Secundidade Sin-signo Índice ou Indicador

Terceiridade Legi-signo Símbolo

Primeiridade – categoria da primeira impressão ou sentimento (feeling)


que recebemos no momento presente;
Secundidade – categoria do relacionamento direto (visual e/ou
sensorial) com o elemento físico (matéria); o sentimento tem que estar
encarnado numa matéria;
Terceiridade – categoria de inter-relação entre o que sentimos,
visualizamos e identificamos dentro de nossas leis, valores, convenções
e cultura.
 Cena da política brasileira contemporânea ou dois adultos tomando um
cafezinho em uma lanchonete popular?
 Intervenção artística em cenário urbano ou caos urbano em uma cidade
brasileira?

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