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Aula 2
Semiótica – disciplina que visa estudar os signos; método que estuda como se dá a construção
do sentido em diferentes códigos e linguagens no processo de comunicação;
O signo como sinal numa inferência natural: “Não dá sinais de vida”, trata-se do signo vestígio
indicativo de algo, em geral de uma relação de causalidade. Também ‘se fumo, então fogo’.
O signo como palavra. Aproxima-se da linguística e encontramos aí esquemas tradicionais que
desenvolveremos.
ESTOICOS
O signo pôe em relação três coisas: o significante ou som, o lekton (entidade imaterial) e o objecto
exterior. O lekton é a capacidade de um significante em evocar o objecto., isto é a capcidade de o
som designar o objecto.
AGOSTINHO:
O signo é qualquer realidade material capaz de apresentar uma outra realidade distinta de si ao
intelecto, pelo que o signo substitui a coisa significada.
Signos são:
Convencionais. O signos convencionais são os que trocam entre si os indivíduos para manifestar os
seus estado de alma e os seus pensamentos. Note-se que esta definição é comunicacional, sendo
diferente da acima apresentada.
Pedro Hispano
Hobbes e a mecanização do pensamento
G. Boole.
G. Frege, Significado e referência. Duas expressões podem referi o mesmo objeto: ‘estrela da
manhã’ e ‘estrela da noite’ referem ambos Vénus. A distinção entre significado e referência abre
caminho à distinção entre intensão (propriedades) e extensão (conjunto de objetos verificados pela
expressão.
“Aliquid pro quo” – Signo como substituição; Algo está em lugar de outra coisa
O signo não é o objeto, é algo distinto dele, está ali presente para designar ou
significar alguma coisa.
Onde a fonte pode ser um acontecimento, reportado por um emissor, através de um certo canal e
atingindo um destinatário. Ele é de facto um modelo comunicativo na medida em que se
distinguem três níveis:
Primeiro (signo)
Terceiro Segundo
(interpretante) (objeto)
Signo é um primeiro que está em relação genuína com um segundo (objeto) e é capaz
de interpretar um terceiro (interpretante), que está numa relação de semelhança com
um segundo e com o próprio.
O signo é aquilo que visualizamos do objeto ou corpo do signo;
O objeto pode ser uma coisa ou facto;
O interpretante corresponde à interpretação do facto
Ex: Cão – signo (primeiro); Cão real – objeto (segundo); Características/generalidade
do cão – interpretante (terceiro).
Teoria das Categorias de Peirce
3 tipos de fenómenos:
Nesse sentido, para Peirce, ‘uma coisa é um signo na medida em que é interpretada como signo de
alguma coisa por um intérprete’ (in Eco, p. 33)
Abdução
Todos os feijões deste saco são brancos. Regra caso resultado
Estes feijões são brancos
provavelmente provêm deste saco
MORRIS
Identificadores - semelhantes aos índices - l (pura) ocalização espacio-temporal
Formadores - sem significado, como os conectores, Ou...O.., conectores lógicos. Também os sufixos
e as flexões da linguagem.
Atribuidores - “isto é um veado”, “ele é negro”, etc. De algum modo forma a proposição completa
a partir das categorias anteriores, por exemplo, a partir de identificadores e designadores.
Aula 3
“mar”, “dar, “ser”, “Ter, “ver”, : base paradigmática, “m”, “a”, “r”, “d”, “s”, “e”, “t”, “v”.
Podemos Ter “ver mar”, “ser mar”. Substituindo “m” por “d” mostra que eistem sistemas
de oposições. Também “t” se opõe a “s” e ambos se opõem a “v”.
nasal - bom bain
n-nasal - beaux baie
É a presença ou ausência de um certo traço que distingue um fonema de um outro. Por exemplo,
um fonema distingue-se de um outro por não ser nasal. Elementos binários e discretos.
Seja a matriz
- +
+ -
n p
Labial - +
Sonora + -
Mas pode também ser a diferença entre um sinal de proibição de passagem e um semáforo
verde vermelho
Sinal - +
Passagem + -
Um sistema é uma estrutura de presenças e ausências. Já assim era para Saussure, em que cada
palavra encerra um sistema de diferenças.
SAUSURRE
Língua ≠ Fala
Sincronia ≠ Diacronia
Sintagma ≠ Paradigma
Cada elemento apenas possui valor negativo, definindo-se por relação de oposição a outro.
“meu”, “teu”, onde “m” é um valor diferencial, mas já não o é em “mar”, “mas”.
Note que o eixo paradigmático está dado, donde eu retiro uma certa combinação para fazer
um sintagma.
a) A limitação recíproca
e) E, portanto, cada termo possui apenas valor posicional : a sua posição no interior da rede.
Código
disco vermelho - +
semáforo verde + -
´Vermelho’ significa ‘não passagem’, o qual é o valor marcado e que se define em oposição ao
‘implícito’ ‘passagem’, enquanto ‘verde’ significa o valor marcado ‘passagem’, por oposição a
‘não-passagem’.
Assim, não existe aqui um, mas sim dois sistemas, um que é vermelho/verde, e o outro que é
passagem/não-passagem.
Qual a forma do plano da expressão? Sai-se aqui da física propriamente dita, pois o conteúdo
dão as cores enquanto formando relações de oposição (vermelho/verde, etc), que permite um
dos termos estar marcado (+), enquanto o outro está ausente ( - ).
TIPOS DE CÓDIGOS
Código Digital
1) Expressão: ON/OFF;
aperto de mão + -
não aperto de - +
mão
Aproximar + -
Afastar - +
rebeldia conformismo
cabelo comprido + -
cabelo curto - +
A sua substância pode ser ‘tamanho dos cabelos’, enquanto a forma é a oposição binária
discretizante curto/comprido (existem agora apenas dois elementos no sistema). É uma
oposição que é expressão do conteúdo rebelde/conformista, sistema fisicamente não
percetível. A substância do conteúdo será a totalidade a totalidade dos comportamentos
sociais dos jovens perante o sistema, fundo de onde sai a forma, que é o sistema a dois valores
em oposição rebelde/conforma.
e) Movimentos de cabeça (provação, desacordo, etc)
g ) Gestos
.
Mediador Sujeito
Mediador
Sujeito Objeto
O valor do objeto cresce na medida em que existe resistência à sua posse por parte do
sujeito
O desejo aumenta com a resistência
René Girard compreende o ser humano como mimético porque ele não possui a
autonomia de desejar livremente, mas apenas se mediado por outro indivíduo.
A vontade de alguém, que não eu mesmo, é a característica principal deste mimetismo
Mimesis de apropriação
Mediador Sujeito
Aula 4
Desejo Mimético
do interior: utilizador
Suposta neutralidade da plataforma
De novo: conteúdo criado pelos utilizadores
Sem mediação, sobretudo inicialmente
Espaço de exibição pública
Patologias: - Pseudo-narcisismo: links e shares; - Pseudo-masoquismo
As emoções:
+ negativo - + ativo
É morto
Aula 5
Fase de simbolização;
Ícones são símbolos, significam algo de diferente;
Imitação – negativa ou positiva;
“Creative revolution”
o “Consuma a critica ao consumo”
o Artificialismo ao individualismo
Deslocamento para a pessoa. com aquilo que o produto pode fazer por elas;
Aqui já não existe nem utilidade, os produtos não são representações abstractas de
valores sociais, deixam de estar ligados à pessoa, e passam a gravitar em termos de
grupos de pertença. (Jhally 265-8)
Trata-se (Girard, p. 101) de ‘vender às pessoas signos da sua defaectação do próprio sistema
que lhos vende’.
Até este século, o comércio tradicional era sobretudo um comércio local de bens
correntes, enquanto o comércio de longa distância estava reservado a alguns produtos
de luxo;
Os produtos trocados ou vendidos eram sempre bens inespecíficos denotados por
nomes comuns: o nome que designava um tipo genérico de artigo;
Os produtos eram vendidos a granel e havia contacto próximo entre o vendedor e o
comprador;
A Kellog’s foi uma das primeiras marcas a conjugar difusão nacional, empacotamento,
certificação pessoal e pretensão de genuinidade;
Esta marca passa a anunciar que os seus corn flakes eram os genuínos, únicos e
verdadeiros;
Através de um anúncio, a marca fica ligada à qualidade e autenticidade de um certo
produto garantida por um fabricante;
Marca enquanto signo (logótipo)
Produto (designado como signo)
Fabricante (genuinidade/autenticidade do produto)
Mais tarde,
Woodbury’s soap
Vão fazer uma revolução na publicidade – passa a enfatizar outros aspetos que não as
características objetivas;
Sabonete Lux
Se estar na moda é imitação do contexto, a vontade de não estar na moda consiste na imitação
de um signo oposto, que, por essa razão, não dá menos conta do poder da tendência social.
Aquele que não quer estar na moda aceita exatamente o mesmo conteúdo que o escravo da
moda, apenas que a forma sob uma outra categoria, na da negação, o outro (o escravo da
moda), na adesão crescente. Assim, em todos os círculos de uma sociedade pode tornar-se
uma moda não seguir a moda’
designa
Produto Consumidor
Produto e marca
Estrela
Marca
O Sujeito Consumidor
deseja o objeto para ele próprio despertar idêntico desejo no outro, e assim ser por ele
admirado.
O Outro é, simultaneamente, modelo e Obstáculo na medida em que possui o Objecto
que o sujeito deseja.
Note-se que o efeito de admiração é anulado se o outro acaba efetivamente por
possuir o objeto cujo desejo de posse foi nele desperto.
O valor do objeto cresce assim por um processo de retroação positiva.
O triângulo aplica-se quer à moda quer à inveja. Na inveja, cada um admira a
admiração de que o outro é alvo. E eu apenas me admiro a mim próprio na medida em
que sou admirado pelos outros.
Uma marca apenas é uma marca registada, isto é, um monopólio estatuído pela lei,
quando estão presentes esses três elementos ligados entre si;
Ênfase cada vez maior no desejo, mas a publicidade “reason why” não desaparece (pós
2ªGM)
2 – O benefício do meu produto deve ser revelado como superior ao beneficio do produto
concorrente;
- Campanha publicitária: deve estar presente em todos os meios de comunicação; deve ser
repetitiva
Anos 60
“vender às pessoas a sua desafetação do sistema que lha vende” (Frank, 1998)
Aula 6
Love
Combate ao artificialismo
Realça a espontaneidade e naturalidade
Destacava-se dos restantes produtos
Camel
Anos 70
Publicidade que vai contra a ostentação e visa mostrar a diferença intensifica-se
A “creative revolution” prolonga-se para além dos anos 70
Anos 80
Levis 501’s
Danskin
Apresenta uma mulher bela, “coquete”, que é narcisista e se “deseja a si mesma”, mas
que atrai o desejo dos outros também
Se o público também quiser provocar desejo nos outros, deve comprar “Danskin”
Nespresso
A publicidade “What else?” está implicitamente focada nas características do café, não
na celebridade (George Clooney)
“Não ligue a celebridades” – quem o diz é uma celebridade – consumir o produto pelas
suas características e não pelas celebridades que fazem o anúncio;
Níveis de análise
Um primeiro que não segue qualquer moda (não imita). Um segundo vai fazer a mesma
coisa (não imita), e assim sucessivamente. Mas na realidade estão todos a imitar-se,
isto é, a imitar a não-imitação de cada um.
Um segundo que imita um primeiro, e então um terceiro que imita o comportamento
do segundo, a saber, que imita o primeiro. Todos convergem.
Aula 7
Marca registada (trademark – infringir relação dos três vértices): proteção legal de
uma marca;
Nike (signo)
Só existe marca registada quando existirem estes três vértices do triângulo semiótico;
Infração (violação da lei) – ocorre quando violo a ligação dos três vértices; ex: vender
um produto similar à coca-cola e designá-lo de coca-cola;
O objetivo da lei é proteger o público;
Posso usar o signo de uma marca se for para um produto completamente diferente
que ninguém confunde; ex: Bicicletas da marca coca-cola;
Violar uma marca não é violar o nome. Violar uma marca é violar a ligação dos três
vértices do triângulo semiótico
A lei clássica das marcas pressupõe que os consumidores consomem os produtos sem
serem orientados pelo desejo de marca. A única coisa que o consumidor quer é não
ser enganado.
Limitamo-nos a consumir produtos e não marcas;
A partir dos anos 40/50, torna-se cada vez mais claro que a marca (signo) é um valor e
surge do desejo da própria marca;
O consumidor orienta-se mais pelo desejo de marca do que pelo produto;
As marcas procuram diferenciar-se. No entanto, copiam-se umas às outras. Por isso, à
diferenciação segue-se a indiferenciação;
Aula 8
Marcas registadas:
Marca
Violar marca registada – individuo (um terceiro) usar uma marca e um produto similar
ao da marca original;
Pode confundir o consumidor (este terceiro não é a empresa original);
Rolex
Só existe uma marca registada quando existem estes três vértices no triângulo
semiótico;
Diluição da marca:
O termo “diluição” significa a diminuição da capacidade de uma marca famosa para identificar
e distinguir produtos ou serviços, independentemente da presença ou ausência de:
Lei clássica das marcas registadas – produtos similares (posso usar a marca, se o produto for
diferente);
Leis antidiluição – protege o uso da marca, mesmo que o produto seja diferente (pode levar à
diluição da marca); mantém o prestigio da marca;
A lei protege a ligação entre uma marca e um certo produto, impedindo que uma
outra empresa utilize a mesma, ou similar, marca para designar um outro tipo de
produto.
Visa impedir que a associação entre uma certa marca e um certo produto fique
“diluída” quando uma outra empresa utiliza a mesma marca para designar um produto
diferente; ela visa proteger a ligação indiscutível entre uma marca e um certo produto.
Se X comercializasse óculos de natação sob a marca “RoLex”, um tribunal condenaria X
por estar a diluir a ligação entre “Rolex” e um certo tipo de relógios, pois “Rolex”
deixaria de estar apenas ligada a relógios.
Aula 9
Capítulo sobre a moda (1º)
Sociedades de ordem
Sociedades atuais
Leis sumptuárias
Com a moda moderna esta sociedade das leis sumptuárias termina. Cada um veste aquilo que
quer.
Imitação
diferenciação generalização
No interior da escala social diferenciada, as diferenças vão se tornando cada vez
menores.
Os indivíduos comparam-se cada vez mais intensamente uns com os outros; quanto
mais se comparam, mas tendem a acentuar diferenças indicadoras de uma
individualidade própria;
A moda insere-se num domínio da vida social em que mais nitidamente se acentuam
as diferenças;
O sujeito: admira e inveja; admira no sentido em que é admirado pelos outros, mas
também inveja o sujeito da moda enquanto individuo (inveja algo que o outro possui)
Tipos de moda
Com base na diferenciação (maneira de me diferenciar, de não seguir a moda dos outros, sigo
uma moda alternativa)
A ostentação da não-ostentação
o Ao mostrarmos uma roupa simples e sóbria em contraste com uma roupa
exuberante estamos a ostentar a não ostentação
o Começa então uma nova moda, clean e sóbria
o O rei começa por tirar a peruca e a maquilhagem e nota que prefere a sua
forma mais simples. Começa a copiar os movimentos de Brummell: a imitação
na diferenciação
o Opunha-se à ostentação nobre e recusava a emergente e dominante da
burguesia (?)
o Foi o primeiro fashion stylist da história; formador da escola dos Dandies: o
vestuário como manifestação fundamental do desejo
o O privilégio da simplicidade da moda vai estar presente na Chanel
Dandies:
o O estilo geral devia transmitir a ideia de simplicidade – contra exibição
extravagante de riqueza e status
o Seguiam código moral que evitava a ostentação e exibia a individualidade
através da escolha minuciosa dos detalhes do vestuário
Boémios: têm uma origem histórica antiga, primeiras décadas do sec 19, surgiram em
França, com o movimento chamado “jovens românticos”
o Oposição aos valores burgueses, que se tornava dominante na altura (1930)
o Tornou-se uma moda recusar uma moda / recusar a imitação e comportar-se
constantemente como um original
Esta atitude tornou-se ela própria uma imitação
Escravo da moda- exagera os elementos estilísticos de uma moda
Simplicidade ostentiva/ ostentação da não-ostentação: o privilégio de um vestuário
simples (Chanel)
o Conjuga funcionalidade com estilo
Moda de oposição: tipificada pelos boémios, mas existe em muitas das tendências da
alta-costura italiana
Chanel (página 53) – Antimoda Chic
Aula 10
Leis sumptuárias – determinavam o que uma pessoa tinha que vestir de acordo com os
diversos padrões (ex: estatuto social)
Brummel – 1º Dandi
2 correntes da moda:
Mais tarde,
Segue-se moda de oposiação (que se torna cada vez mais intensa); alta costura nega
alta costura (Zandra Rhodes e Vivienne Westwood)
Alexander Mcqueen: roupa anti utilitária (oposição à funcionalidade e utilidade);
Highland Rape (fashion show);
Rei Kowabuko: Comme des Garçon – critica a qualquer aspeto funcional da roupa
As criações (YSL, Mcqueen, Westwood) ainda referiam classes altas (que as podiam utilizar):