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CEDRO
2011
Índice
1. Introdução............................................................................................................ 3
1.1 Tipos de Redes de Energia Elétrica................................................................... 3
1.1.1 Linhas de Transmissão................................................................................. 3
1.1.2 Linhas de Distribuição................................................................................. 4
2. Terminologia........................................................................................................ 5
3. Estruturas de redes de distribuição....................................................................... 13
3.1 Postes................................................................................................................. 13
3.2 Isoladores........................................................................................................... 17
3.2.1 Isoladores de BT............................................................................................. 17
3.2.2 Isoladores de MT............................................................................................ 18
3.3 Condutores......................................................................................................... 19
3.4 Outras estruturas................................................................................................ 21
3.4.1 Estruturas Primárias (de MT) ......................................................................... 21
3.4.2 Estruturas Secundárias (de BT) ...................................................................... 25
4. Equipamentos de redes de distribuição................................................................ 28
4.1 Transformadores................................................................................................ 28
4.2 Chave Fusível..................................................................................................... 31
4.3 Chave Seccionadora........................................................................................... 32
4.4 Pára-raios........................................................................................................... 32
5. Construção de Redes de Distribuição.................................................................. 33
5.1 Materiais de Segurança...................................................................................... 33
5.2 Ferramentas e Equipamentos............................................................................. 40
5.3 Recomendações sobre cuidados dos equipamentos........................................... 45
5.4 Turmas e equipes de construção........................................................................ 45
5.4.1 Turma de duas pessoas.................................................................................... 45
5.4.2 Turma de quatro pessoas................................................................................. 46
5.4.3 Turma de sete pessoas..................................................................................... 46
5.5 Passos para execução de construção de redes.................................................... 47
5.6 As Cinco Regras de Ouro................................................................................... 47
5.7 Procedimentos de execução............................................................................... 48
6. Bibliografia.......................................................................................................... 51
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1. Introdução
Nos últimos anos os investimentos para construção de redes em todo o país têm crescido
com o apoio do Poder Público e das concessionárias de energia elétrica fazendo com
que quantidades significativas de famílias tenham sido beneficiadas. No entanto, ainda
há muitos sem tal beneficio e, portanto, ainda há muito que se construir de redes
elétricas. Já as redes construídas por sua vez necessitarão ser mantidas para garantir o
uso de tal benefício, onde entra o papel da manutenção que tem por objetivo eliminar
anomalias e defeitos das redes para garantir a continuidade do serviço.
A energia elétrica que utilizamos em nossas casas chega até nós de uma fonte geradora
geralmente distante e que para transmiti-la se faz necessária a construção de redes. Estas
redes têm características diferentes umas das outras de acordo com a quantidade de
energia que ela transporta e são divididas basicamente em dois tipos:
Redes de Transmissão
Redes de Distribuição
Neste material procuraremos demonstrar aspectos da construção e manutenção de Redes
de Distribuição. Adotaremos os padrões vigentes da concessionária de distribuição de
energia elétrica do Ceará, nosso Estado.
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Imagem 2 – Linha de subtransmissão em 69kV.
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2. Terminologia
A seguir apresentamos alguns termos utilizados nesta área e seus significados para
melhor nos familiarizarmos com o que vamos estudar.
ALIMENTADOR DE DISTRIBUIÇÃO
Componente de uma rede de Média Tensão que alimenta, diretamente ou por intermédio
de seus ramais, transformadores de distribuição e/ou consumidores.
Imagem 4 – Alimentador SNP01N4 que parte da cidade de Senador Pompeu para Piquet Carneiro.
Em destaque no canto superior direito o Distrito de Mulungu, Piquet Carneiro.
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ATERRAMENTO
Ligação à terra de todas as partes metálicas não energizadas de uma instalação,
incluindo o NEUTRO da rede e da instalação.
BAIXA TENSÃO - BT
Tensão nominal até o limite de 1.000 volts.
CABO COCÊNTRICO
Cabo bipolar, formado por um condutor central isolado, rodeado concentricamente por
um conjunto de fios de cobre nu, dispostos de forma helicoidal e com uma cobertura
isolante, resistente a ação de intempéries.
CAIXA DE DERIVAÇÃO
Caixa em policarbonato liga de alumínio ou aço pintado, fixada no poste ou suspensa
(somente em policarbonato) nos condutores de Baixa Tensão isolados (pré-reunido),
equipada com barramento para derivação dos ramais de ligação das unidades
consumidoras, com uso de cabos concêntricos 4mm² até 10mm², furo de 5mm² para
saídas e 6mm² para entrada para uso de cabos pré-reunido de 16mm².
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Imagem 7 – Caixa de derivação
CAIXA DE MEDIÇÃO
Caixa lacrável, destinada a instalação do medidor e seus acessórios. Esta caixa deve
abrigar somente os equipamentos de medição e a proteção geral.
CAIXA DE PROTEÇÃO
Caixa em policarbonato, liga de alumínio ou aço pintado, fixação em poste, destinada à
instalação do disjuntor de BT para proteção da rede secundária, montada na estrutura do
transformador. O material usado deve ser compatível com a área de utilização, ou seja,
caixas de aço nas áreas de corrosão não agressiva e alumínio nas áreas de corrosão
agressiva e policarbonato em ambas as áreas.
CALÇADA OU PASSEIO
Parte da via pública destinada à circulação de pedestres, quase sempre mais alta que a
parte destinada aos veículos e geralmente limitada pelo meio fio.
CARGA INSTALADA
É a soma das potências nominais de todos os aparelhos, equipamentos e dispositivos
instalados nas dependências das unidades consumidoras, os quais, em qualquer tempo,
podem consumir energia elétrica.
CERCA ELETRIFICADA
São cercas energizadas por meio de um equipamento denominado eletrificador, que
emite pulsos elétricos pré-determinados, com intensidade inofensiva ao homem e aos
animais.
CONECTOR PERFURANTE
Conector destinado a fazer a conexão entre condutores isolados sem a necessidade de se
remover a isolação dos cabos. A conexão elétrica é obtida através de dentes de cobre ou
alumínio, que perfuram a isolação do condutor.
CONSUMIDOR
Pessoa física ou jurídica, ou comunhão de fato ou de direito, legalmente representada,
que solicitar a Coelce o fornecimento de energia elétrica e assumir a responsabilidade
pelo pagamento das faturas e pelas demais obrigações fixadas em normas e
regulamentos da ANEEL.
DISJUNTOR TERMOMAGNETICO
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Dispositivo de proteção e manobra destinado a proteger os condutores e demais
equipamentos da unidade consumidora contra sobrecarga e curto-circuito.
DESMATAMENTO
Compreende o corte e retirada da vegetação que se encontra na faixa de passagem da
rede aérea a ser construída, com largura total de 6,0 metros para rede de Média Tensão e
de 3,0 metros para rede de Baixa Tensão, observando o disposto no Desenho 01.04.
FAIXA DE SERVIDÃO
Corresponde a faixa do terreno onde passa a rede aérea, em toda a sua extensão e cuja
largura é determinada pela classe de tensão e estruturas utilizadas. A faixa de servidão
das redes rurais da COELCE corresponde a 3,0 metros para redes de BT e 6,0 metros
para redes de MT, sendo 1,5 metros e 3,0 metros para cada lado do eixo das redes de BT
e de MT respectivamente. Em casos excepcionais esta faixa poderá ser alterada. Na área
urbana, na maioria das situações, a faixa se confunde com o arruamento já definido,
devendo, no entanto, serem atendidas as prescrições mínimas de distância dos
condutores aos obstáculos.
MAPA CHAVE
É a planta plani-altimétrica da área a ser atendida, reduzida para a escala 1:5000.
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Ilustração 2 – Mapa Chave de uma extensão de MT.
MÉDIA TENSÃO - MT
Limite de tensão nominal acima de 1.000 V e abaixo de 69 kV. No sistema COELCE a
Média Tensão é de 13,8 kV.
PERFIL PLANI-ALTIMÉTRICO
Representação plani-altimétrica do terreno da área específica do projeto de uma Rede de
Distribuição Aérea Rural.
PLANTA CADASTRAL
É uma planta na escala 1:1000 contendo todas os detalhes físicos e elétricos necessários
ao cálculo do projeto da Rede de Distribuição.
PLANTA DE SITUAÇÃO
É um desenho em escala adequada, com indicação do norte magnético e de pontos de
referência que permitam identificar o local onde será construída, ampliada ou reformada
a Rede de Distribuição. Esta planta deve apresentar pelo menos um ponto da rede da
COELCE.
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PONTO DE LIGAÇÃO
Ponto da Rede de Distribuição do qual deriva um ramal de ligação.
PONTALETE
Suporte instalado em estrutura situada no terreno do consumidor, no limite da via
pública, às suas expensas. A finalidade do pontalete é fixar, elevar ou desviar o ramal de
ligação aéreo e o ponto de entrega.
POSTE AUXILIAR
Poste instalado nos limites da propriedade do consumidor com a via pública às suas
expensas, com a finalidade de fixar, elevar, desviar o ramal de ligação, ou fixar o ponto
de entrega.
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RAMAL DE ALIMENTADOR
Componente de um Alimentador de Distribuição que deriva diretamente de um tronco
de alimentador.
RAMAL DE LIGAÇÃO
É o trecho do circuito aéreo compreendido entre a Rede de Distribuição de MT ou de
BT da COELCE e o ponto de entrega.
Imagem 9 – Redes de MT (na parte superior em três condutores) e BT (na parte inferior em cinco
condutores).
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
É a parte do sistema de potência destinado ao transporte de energia elétrica, em média
ou baixa tensão a partir do barramento secundário de uma subestação (onde termina a
transmissão ou sub-transmissão), até os pontos de consumo.
SOBRECARGA
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Incremento de carga adicional sobre o valor nominal, que pode ser imposto a um
determinado equipamento ou circuito.
TRONCO ALIMENTADOR
Componente de um Alimentador de Distribuição que transporta a parcela principal da
carga total.
UNIDADE CONSUMIDORA
Conjunto de instalações e equipamentos elétricos caracterizado pelo recebimento de
energia elétrica em um só ponto de entrega, com medição individualizada e
correspondente a um único consumidor.
VIA PÚBLICA
Via de livre acesso para circulação. Nas áreas urbanas compreende a calçada ou passeio
e a parte destinada a circulação de veículos. Nas áreas rurais compreende as rodovias,
estradas e caminhos.
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3. Estruturas de redes de distribuição
As três principais e mais conhecidas estruturas de qualquer rede de energia elétrica são
os postes, isoladores e os condutores. Os postes servem para dar sustentação à rede e
logicamente mantê-la distante da terra. Já os isoladores impedem que os condutores que
os postes sustentam entrem em contato com eles impedindo que a energia elétrica
transmitida “vaze” para a terra. Existem vários tipos de postes e também de isoladores e
condutores de acordo com o uso que eles terão. Por exemplo, um poste mais alto e mais
grosso serve para elevar uma rede a uma altura maior que de um poste menos alto e
fino, como na travessia de uma estrada.
3.1 Postes
Os postes são classificados ou nomeados de acordo com sua capacidade e altura,
também podem ser fabricados de diversos materiais, os mais comuns são madeira e
concreto. Na Coelce os postes a serem utilizados em redes de distribuição são de
concreto armado do tipo duplo “T”.
Na tabela abaixo nós temos os principais utilizados pela concessionária aqui do Ceará:
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Tabela 1 – Postes duplo “T” padronizados e sua utilização
O esforço de cada poste é indicado em daN, que é uma unidade de força, mas pode
muito facilmente ser entendido como kg. Por exemplo:
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1) O projetista de uma rede elétrica calculou que a implantação de um poste em
determinado ponto deveria ser do tipo 600/12. O que isso significa?
Significa que o projetista solicitou um poste com 12m de altura e que suporta um
esforço de 600 kg (ou 600daN) para aquele local.
De acordo com a tabela acima podemos então fazer uma lista de postes disponíveis para
serem utilizados pelos projetistas: 150/9, 300/9, 600/9, 150/10,5, 300/10,5, 600/10,5,
1000/10,5, 2000/10,5, 300/12, 600/12, 1000/12, 2000/12, 3000/12. Na tabela 7 mais
adiante podemos identificar melhor como são dimensionados os esforços dos postes.
Existem também nas redes mais antigas postes que não estão listados acima por já não
serem utilizados pela empresa, como por exemplo, o 150/10 e 300/11, ou seja, postes de
10m e 11m, que são postes fora de padrão.
As duas faces lisas do poste são os lados de maior esforço e as duas faces vazadas são
os lados de menor esforço. Os vasos recebem o nome de gavetas.
Engastamento
O engastamento é a profundidade de instalação do poste, ou seja, a profundidade do
buraco onde o poste será instalado. O comprimento do buraco dependerá do tamanho do
poste, quanto maior o poste mais profundo será o buraco, e quanto maior o esforço do
poste, mais largo será o buraco, pois logicamente será um poste mais grosso.
Para se calcular esta profundidade deve-se multiplicar a altura do poste por 0,1 e depois
somar 0,6m (ou 60cm), ou seja:
E=0,1xL + 0,6m
Onde:
E profundidade do buraco;
L altura do poste.
Há ainda uma regra que diz que o engastamento (profundidade) de um poste deve ser de
no mínimo um metro e meio (1,5m).
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Ilustração 5 - Exemplo de engastamento (a) e modelo de identificação de poste duplo “T”
Exemplo:
1) Com qual profundidade deve ser escavado o buraco para implantação de um poste
300/10,5?
Neste caso L=10,5m, portanto:
E=0,1x10,5 + 0,6
E=1,05 + 0,6
E=1,65m
Ou seja, deverá se escavar um buraco com um metro e sessenta e cinco centímetros de
profundidade.
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Tabela 2 – Dimensões de escavações de postes.
3.2 Isoladores
Todo material apresenta uma capacidade de conduzir corrente elétrica. Dependendo do
material, esta capacidade pode ser muito grande ou muito pequena. Os materiais que
têm pouca capacidade de conduzir corrente elétrica são os isolantes, e os que têm alta
capacidade são os condutores.
Os isoladores são fabricados com materiais isolantes e podem ser divididos de acordo
com:
A capacidade de isolamento;
O tipo de material isolante;
O formato do isolador.
Nas redes de distribuição da Coelce os condutores trabalham em tensões entre
220V/380V (para redes de BT) e 15000V (ou 15kV – para redes de MT) e os isoladores
devem ter, para MT, um nível de isolamento de 95kV.
3.2.1 Isoladores de BT
Isolador Castanha
Isolador mais utilizado em ramais de ligação ou em estais onde os condutores são
ligados na extremidade dos mesmos.
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Imagem 10 – Isolador castanha
3.2.2 Isoladores de MT
Isolador de Pino
Isolador projetado para ser instalado rigidamente em um pino que penetra o seu corpo
isolante.
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Imagem 12 – Isolador de Pino e Isolador de Pino com o pino.
Isolador de Disco
Isolador de cadeia em forma de disco com ferragens em suas extremidades.
Isolador polimérico
São isoladores fabricados com compostos poliméricos e podem ser utilizados tanto
como isoladores de pino quanto como de discos, de acordo com o seu formato.
3.3 Condutores
É o principal e mais importante componente em uma rede de distribuição, pois são
responsáveis por “conduzir” a energia elétrica. São utilizados condutores de alumínio
onde não há corrosão salina (interior do estado) e condutores de cobre onde a corrosão é
mais severa (região litorânea do estado).
No interior do estado os cabos a serem utilizados em MT são os de alumínio com alma
de aço (CAA) e podem ter as seguintes características:
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Tabela 3 – Características dos Cabos de Alumínio com Alma de Aço – CAA.
Onde há corrosão os cabos a serem utilizados são de cobre de acordo com a tabela
abaixo:
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O uso e aplicação de cada um dos condutores acima dependem de cálculos e projetos
efetuados por eletrotécnicos e engenheiros que são devidamente expostos nos projetos
de construção de rede e seu uso deve ser fielmente seguido.
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Ilustração 6 – Estruturas Monofásicas (onde a segunda letra “M” indica que a rede é monofásica).
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Ilustração 7 – Estruturas Trifásicas.
Note que a diferença entre as cruzetas está exatamente no local onde as mesmas são
afixadas no poste, e estas características são aproveitas para diferentes situações.
Cada estrutura (N1, N2, N3, N4, etc.) suporta um ângulo e um vão de cabo de acordo
com sua construção que são identificadas na tabela abaixo.
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Tabela 7 – Dimensionamento de postes e estruturas para rede de distribuição rural.
Da tabela acima podemos concluir, por exemplo, que construindo uma rede de MT
trifásica onde seja necessário fazer um ângulo de 20º devemos utilizar uma estrutura do
tipo N2, que suporta um vão máximo de 200m desde que seja utilizado um poste com
esforço de 300daN e mais um estai.
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Tangente U1
Pequena deflexão U2
Ancoragem U3
Encabeçamento U4
Ilustração 8 – Principais estruturas MRT.
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As estruturas compostas de isoladores são nomeadas iniciando com a letra “S”
indicando secundário, depois um número que indica a quantidade de isoladores roldana
que existe na armação, e por ultimo uma letra que indica o tipo de parafuso que
sustentará esta armação no poste. Por exemplo, na imagem 09 podemos ver em um
poste além de uma estrutura de MT do tipo N1 também uma estrutura de BT do tipo
S5N, ou seja, uma estrutura secundária com cinco estribos (isoladores roldana) e com
um parafuso do tipo N.
Para os parafusos temos as seguintes letras que os identificam:
N – parafuso de 200mm (ou 20cm);
A – parafuso de 250mm (ou 25cm);
B – parafuso de 300mm (ou 30cm);
C – estrutura complementar sem parafuso.
Estruturas como estas levam outros pequenos materiais, como alças, laços e conectores,
que podem ser consultados no final deste trabalho onde são listados detalhadamente.
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Imagem 17 – Alça e laço em detalhe. Conector tipo cunha utilizado em cabos não isolados.
De cima pra baixo podemos identificar uma estrutura de MT do tipo N4 com pára-raios,
portanto uma N4PR, já na BT temos quatro estribos armados de um lado do poste e
aproveitando os parafusos desta armação mais dois estribos do outro lado do poste, logo
teremos uma S4, provavelmente com parafusos de 250mm, portanto S4A, e uma S2 sem
parafusos, ou seja uma S2C, além de uma CXDT logo abaixo. Poderíamos também
identificar as duas luminárias no poste com as letras IP (de iluminação pública). O
poste, apesar de não poder se identificar na imagem é provavelmente um 300/10,5.
Teríamos então a seguinte estrutura: 300/10,5 N4PR S4A S2C CXDT IP
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4. Equipamentos de redes de distribuição
Além das estruturas vistas nos tópicos anteriores outros dispositivos também têm sua
importância nas redes de distribuição e não poderiam passar em branco neste estudo.
Dentre muitos dos equipamentos utilizados abordaremos os mais utilizados nas
extensões de redes que são os transformadores, as chaves fusíveis e seccionadoras e os
pára-raios. Há ainda os equipamentos especiais, como banco de reguladores e
capacitores, mas não será objeto do nosso estudo. Será apenas uma abordagem
superficial.
4.1 Transformadores
Transformam MT em BT, reduzindo o nível de tensão de 13800V para 380/220V e são
um dos principais equipamentos na transmissão e distribuição de energia elétrica.
Existem muitos tipos de transformadores, mas os utilizados na distribuição de energia
são denominados de transformadores de potência e podem ser trifásicos ou
monofásicos, e há também os MRT’s ou monobuchas. A seguir exemplos de cada um.
Transformadores Trifásicos
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Imagem 19 – Transformadores trifásicos.
Transformadores Monofásicos
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Imagem 20 – Transformadores monofásicos.
Transformadores MRT
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Imagem 21 – Transformadores MRT.
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4.3 Chave Seccionadora
Este equipamento é utilizado para desligar e manobrar a rede permitindo que
determinados trechos sejam desligados.
4.4 Pára-raios
Protegem as redes de surtos de tensões causados por descargas atmosféricas (raios), ou
mesmo de manobras realizadas na rede, limitando os níveis de tensão aos suportáveis
pela rede. São instalados geralmente em transformadores e outros equipamentos.
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5. Construção de Redes de Distribuição
Tomando conhecimento dos principais equipamentos, estruturas, terminologias e tipos
de redes de distribuição passaremos agora a conhecer os procedimentos para execução
da construção de redes de distribuição.
Esta é uma atividade que envolve muitos riscos, pois lida com um componente
“invisível” que é a eletricidade, bem como com alturas elevadas e materiais pesados,
tornando indispensáveis materiais de segurança bem como ferramentas adequadas,
pessoal treinado e capacitado para seguir todos os procedimentos.
Botas de segurança
Imagem 25 – Botas de segurança. A primeira sem condições de uso por estar rasgada.
Botas de borracha
Capa de chuva
Protegem o trabalhador nos dias chuvosos.
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Imagem 27 – Capacete aba total com suspensão e jugular.
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Imagem 30 – Talabarte.
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Imagem 33 – Agulhão e ICC.
Imagem 34 – Esporas.
Fardamento retarda-chama
Protege o eletricista contra os efeitos do arco-elétrico.
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Imagem 36 – Luva isolante de BT (tarja vermelha).
Estas luvas só podem ser utilizadas com luvas de cobertura que as protegem de
desgastes, mantendo assim a sua segurança e qualidade.
Luvas de vaqueta
Protegem a mão contra farpas, terra, esforços e etc. para uso geral.
Mangas de borracha
Protegem os ombros e braços do eletricista contra contatos em redes energizadas em até
1.000V.
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Imagem 39 – Mangas de borracha.
Conjuntos de aterramento
São utilizados para aterrarem redes desenergizadas para que em uma energização
acidental a corrente elétrica não circule pelas pessoas que estejam em contato com a
rede e escoe para a terra. Há o específico de BT e o de MT.
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Imagem 42 – Conjunto de aterramento e BT e conjunto de aterramento de MT.
Detectores de tensão
Quando da desenergização da rede são utilizados para detectar a ausência de tensão.
Caso ainda exista energia na rede este detector alarma indicando.
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Imagem 45 – Detector de tensão para residências
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Imagem 48 – Jogo chave de fenda com cabo isolado.
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Imagem 51 – Cavadeira.
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Martelo unha: bater, quebrar e, especialmente cravar pregos;
Pá manual: cavar terrenos macios e remover terra;
Picareta: escavar terra, arrancar pedras, etc;
Prumo: colocar peças e postes na posição vertical;
Placa de sinalização: “NÃO OPERE ESTE EQUIPAMENTO”: sinalizar equipamento
com operação temporariamente interditada;
Roldana para lançamento de condutor: auxiliar, suportar e proteger condutores
facilitando o deslocamento dos mesmos, durante o lançamento;
Malho: compactar terreno (socador);
Sacola para acondicionamento de bastão universal: acondicionar e proteger o bastão
universal (vara de manobra);
Talhadeira: cortar pequenas peças de aço;
Tesourão: cortar cabos;
Imagem 54 – Tesourão.
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Imagem 55 - Alicate bomba d’água.
Imagem 57 – Load-Buster.
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Ferramenta ampact (pistola): Utilizada para instalação e retirada de conector tipo
cunha.
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Instalação de luminárias com braço curto (Equipe com treinamento também em PEX-
06)
Instalação de cobertura em cabos de BT (Rede Desenergizada)
Fechamento de jumps de BT e MT
Instalações de medidores e ramais de ligação (Obras Luz Para Todos)
Instalações internas nas residências (Obras Luz Para Todos)
Troca de medição de monofásica para trifásica (Rede Desenergizada)
Instalação de caixa de derivação
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Os montadores e auxiliares não podem executar serviços de construção ou reforma da
rede elétrica dentro da zona controlada ou em partes do sistema elétrico com
possibilidade de energização acidental, portanto, estão dispensados do uso do
fardamento retardante a chama.
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Placas de Advertência “ATENÇÃO – Não Opere este Equipamento” em local bem
visível e junto a estes dispositivos.
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encontro de alimentadores que fizer fronteira com a área desligada), que
permitam a energização da área desligada, só então a rede pode ser liberada para
os serviços;
Abrir todas as chaves de trafos ou ramais que ficarem localizadas dentro da área
de trabalho, não sendo necessária a retirada dos cartuchos ou colocação de
invólucros;
Após a conclusão dos trabalhos, o chefe de turma deverá observar o seguinte:
Conferir os serviços executados;
Comunicar a todos os membros da equipe, que foi iniciado o processo de
religação da linha, proibindo qualquer intervenção no circuito em questão;
Retirar os aterramentos provisórios e placas de advertência;
Recolocar os cartuchos das chaves fusíveis e/ou retirar os invólucros de proteção
das lâminas das chaves seccionadoras;
Solicitar autorização ao centro de controle para religação da rede, após receber
autorização, efetuar o fechamento das chaves;
Registrar no pedido de desligamento via palmtop o horário do fim do
desligamento;
Observar se o sistema foi normalizado, caso não seja identificado nenhuma
anomalia, a equipe estará liberada.
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6. Bibliografia
R03: Rede Primária de Distribuição Aérea de Energia Elétrica Urbana e Rural. 2004
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