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Capítulo I ......................................................................................................................... 3
Introdução ......................................................................................................................... 3
Metodologias .................................................................................................................... 4
Fundamentação Teórica.................................................................................................... 5
Capítulo V ..................................................................................................................... 16
1. Capítulo I
1.1.Introdução
O ser humano não se encerra em algo acabado. A característica humana é algo que os
homens constroem nas relações entre si, em todos os campos e expressões da vida, ao
longo de sua existência, na dinâmica relação de ideais, de valores e conhecimentos. Ela
está implícita e explícita nos sistemas religiosos, filosóficos, científicos, económicos e
outros, desenvolvidos ao longo de toda a história humana.
Nessa trama social, o ser humano é construtor de si mesmo, em todos os seus sentidos,
inclusive da sua violência, mediante suas relações com os demais seres humanos, por
meio do campo da cultura, da política, da economia, da educação etc. Como tal, o
indivíduo não existe por si mesmo, mas pela convivência social, pelas diferentes
dimensões do desdobramento da vida colectiva. A violência tem suas raízes nessas
relações de convivência e não na natureza do indivíduo. A violência é uma relação
humana; ela não existiria se a vida humana fosse algo individual.
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Objectivo geral
Objectivos específicos
Segundo Gil (2002), pode-se definir pesquisa como o processo formal e sistemático de
desenvolvimento do método científico, tendo como objectivo fundamental, descobrir
respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos. A pesquisa
busca o progresso da ciência, procura desenvolver os conhecimentos científicos sem a
preocupação directa com suas aplicações e consequências práticas.
Quanto ao método, Richardson (1999), descreve como sendo o caminho pelo qual se
chega a determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de
antemão de modo reflectido e deliberado. Assim neste trabalho de pesquisa foi usado o
método da pesquisa bibliográfica.
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2. Capítulo II - Violência
2.1.Fundamentação Teórica
Nas duas últimas décadas tem ocorrido um aumento importante dos estudos na área da
saúde sobre a violência, principalmente nos casos de violência contra a mulher. Isso
ocorre por conta do reconhecimento da dimensão do fenómeno como um grave
problema de saúde pública, por sua alta incidência e pelas consequências que causa à
saúde física e psicológica das pessoas que sofrem violência.
Assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS), considera que há relação clara entre a
intenção do indivíduo que apresenta ou se envolve num comportamento violento e o ato
ou a acção praticada.
Conforme a autora a violência não é uma, mas sim múltipla. De origem latina, o
vocábulo vem da palavra vis, que significa força e se refere às noções de
constrangimento e de uso da superioridade física sobre o outro. No seu sentido material,
o termo parece neutro, mas quem analisa os eventos violentos descobre que eles se
referem a conflitos de autoridade, a lutas pelo poder e a vontade de domínio e
aniquilamento do outro, e que suas manifestações são aprovadas ou desaprovadas,
lícitas ou ilícitas, segundo normas sociais mantidas por aparatos legais da sociedade ou
por usos e costumes naturalizados, (Minayo, 2003; 2006).
Nesta direcção, Minayo desenvolve uma análise das três fontes explicativas para a
violência, sob o ponto de vista filosófico e sociológico:
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1. Uma delas considera como expressão as crises sociais que levam a população
mais atingida negativamente, à revolta frente a sociedade ou ao Estado que não
conseguem lhe dar respostas adequadas, (Minayo, 2006).
2. Carácter racional e instrumental da violência, que constituiria um meio para
atingir fins específicos. Tenta explicar como atores excluídos do campo político
utilizam a violência para conseguir se manter no palco do poder. Consideram a
pessoa violenta como um ser consciente que actua no campo de interacções,
(Minayo, 2006).
3. Forte articulação entre violência e cultura. Recorre a Norbert Elias que em sua
obra tem como fio condutor o papel civilizatório da modernidade que criou
mecanismos de institucionalização e de solução de conflitos, levando os indivíduos
a dominar sua agressividade e suas pulsões violentas; Freud, que apresenta várias
interpretações da violência no mesmo sentindo, em diferentes etapas de seu
pensamento, (Minayo, 2006).
2.1.3. Violência Como Facto Social
Com certeza não é somente a Sociologia que estuda os processos de relações sociais em
tensões, mas nos últimos tempos é ela que condensou os principais estudos que estão
servindo para assessorar os debates sobre as causas e as consequências da violência. A
Sociologia vem construindo edifícios conceituais para instituições públicas e privadas
promoverem políticas de combate às situações colectivas de conflitos, crimes e
violências, principalmente a aderência que os estudos sociológicos possuem nas
actividades de mediação de conflitos do Judiciário.
3. As Causas da Violência
Factor socioeconómico - Faz-se, aqui, uma relação entre pobreza e fome com a
criminalidade. Os autores afirmam que a miséria conduz a roubo e prostituição; o
desemprego ou a ausência de renda levam à ilegalidade, tentadora forma de obter
ganhos fáceis e, por vezes, vultosos; a desigualdade, cuja percepção tem sido
favorecida pela exaltação ao consumismo promovida pela televisão, provoca
frustrações que conduzem ao crime.
Cruz Neto & Moreira (1999), concluem o quadro de causas da violência com a
referência à influência dos meios de comunicação e ao processo de globalização.
“A resolução WHA 49.25 da World Health Assembly, ocorrida em 1996, declara a violência
como um dos principais problemas de saúde pública. Solicitou-se então à Organização Mundial
da Saúde (OMS) que desenvolvesse uma tipologia que caracterizasse os diferentes tipos de
violência, bem como os vínculos entre eles”.
A tipologia proposta pela OMS (Krug et al, 2002), indica três grandes categorias de
violência, que correspondem às características daquele que comete o acto violento.
Seriam:
A violência colectiva, que inclui os actos violentos que acontecem nos âmbitos
macros sociais, políticos e económicos e caracterizam a dominação de grupos e
do Estado. Nessa categoria estão os crimes cometidos por grupos organizados,
os actos terroristas, os crimes de multidões, as guerras e os processos de
aniquilamento de determinados povos e nações;
A violência autocorrigida, subdividida em comportamentos suicidas, e os auto
abusos. No primeiro caso a tipologia contempla suicídio, ideação suicida e
tentativas de suicídio. O conceito de auto abuso nomeia as agressões a si próprio
e as automutilações;
A violência interpessoal, subdividida em violência comunitária e violência
familiar, que inclui a violência infligida pelo parceiro íntimo, o abuso infantil e
abuso contra os idosos. Na violência comunitária incluem-se a violência juvenil,
os actos aleatórios de violência, o estupro e o ataque sexual por estranhos, bem
como a violência em grupos institucionais, como escolas, locais de trabalho,
prisões e asilos.
A essa classificação Minayo (2006), acrescenta a violência estrutural, que se refere aos
processos sociais, políticos e económicos que reproduzem a fome, a miséria e as
desigualdades sociais, de género e etnia. Em princípio, essa violência ocorre sem a
consciência explícita dos sujeitos, perpetua-se nos processos sócio-históricos,
naturaliza-se na cultura e gera privilégios e formas de dominação.
Segundo Rui Garcia (2002), “ O tempo livre é uma das manifestações mais visíveis
nesta transição secular”, ideia que é também corroborada por Bento (2004), afirmando
que estamos “deixando uma sociedade onde grande parte da vida das pessoas adultas
era dedicada ao trabalho e estamos caminhando em direcção a uma outra não mais
fundada no trabalho, mas no tempo vago, na qual grande parte do tempo será e em
grande parte do tempo será dedicada ao ócio criativo”. Com opinião semelhante,
citamos Pires (1994), “ O tempo de trabalho e as oportunidades de emprego vão
continuar a decrescer, pelo que as pessoas cada vez terão mais tempo livre.
Assim, entendendo o lazer como uma das necessidades dos nossos tempos, e o desporto
como uma das vertentes mais fortes da sociedade actual, os dois conceitos não podem
deixar de se complementar num processo de desenvolvimento humano, que o mesmo
autor refere como “ não apenas a satisfação das necessidades materiais do Homem, mas
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sobretudo, a melhoria das suas condições de vida e a sua contribuição para as suas
aspirações em geral”.
“ Entende-se por Desporto todas as formas de actividade física que, através de uma
participação organizada ou não, têm por objectivo a expressão ou o melhoramento da
condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações melhoramento da condição
física e psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de resultados
na competição a todos os níveis”.
por doença cardíaca, aumento da resistência à fadiga, diminuição das insónias, melhoria
na postura e equilíbrio.
Para além dos benefícios atrás descritos, a prática de actividade motora tem um papel
importante em termos psicológicos, nomeadamente no aumento da auto-estima, na
redução dos níveis de ansiedade e eventuais sentimentos depressivos e no aumento da
sensação de bem-estar. Segundo Chaves (2004), vários são os factores que incidem na
procura da prática desportiva, tendo apontados os seguintes:
Como nos diz Jorge Araújo “é através da análise da evolução da sua modalidade, no
seio das estruturas sociais, que a forma de estar do treinador vai sendo alterada no
sentido de acompanhar as mudanças que contribuem para consolidar o desenvolvimento
desportivo como reflexo do desenvolvimento social”, (1998: 182). Este autor refere
também que a dimensão social do desporto expressa-se através dos seus aspectos
reconhecidamente culturais, científicos, pedagógicos, estéticos, e também pelos seus
diferentes níveis de prática, de base, de pequena, média e alta competição, de lazer e
recreação, de preparação e manutenção profissional.
Araújo (1998), refere ainda que a componente sociocultural do Desporto assenta nos
valores morais, sociais e estéticos que regem a sua prática e no património de
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conhecimentos com ele relacionados que têm vindo a ser transmitidos ao longo dos
tempos, de geração para geração, tendo em vista a superação dos que a ele se dedicam,
mas só será positivo, como meio sociocultural, quando promova o desenvolvimento das
capacidades globais de ser humano e seja orientado segundo perspectivas formativas e
educativas que sobreponham os interesses dos cidadãos e da sua maioria, relativamente
a quaisquer outros que eventualmente os procurem prejudicar.
O autor enfatiza a importância que Educação Física e o Desporto representam hoje, nas
sociedades modernas, considerando-as “imprescindíveis meios de cultura e de
desenvolvimento social, tendo como um dos seus objectivos fundamentais aperfeiçoar
as formas básicas do movimento humano”, concluído que:
Nos Jogos da Grécia Antiga ou, posteriormente, no período da Idade Média, a violência
estava associada a motivos e contextos diferentes dos que encontramos hoje em dia. O
que aos olhos de hoje nos surge como violência insuportável e insustentável tinha então
um sentido próprio no contexto de uma cultura singular, para além de ser uma resposta
a momentos particulares, organizados especialmente para exultar e expulsar tensões
sociais.
vimos, é a aplicação de regras, coibindo toda e qualquer acção mais violenta, que
caracteriza o desporto contemporâneo. Mesmo em desporto onde o contato físico é mais
frequente (como o boxe, rugby, futebol, basquetebol, etc.) as regras pré-determinam
muitas das acções dos praticantes ou até onde elas poderão ir. Estas regras são, em
teoria, formuladas de forma a manter o risco de lesão inerente à actividade desportiva
dentro do mínimo inevitável e a não contrariar o ordenamento jurídico geral.
4.1.Capítulo V
4.1.1. Considerações Finais
O desporto tem hoje de ser entendido na dimensão social que lhe é própria, sendo
definido como uma realidade específica com as suas funções próprias. Constitui um
meio de socialização e de redução das diferenças sociais, um fenómeno de massas com
relevante poderio económico e um espaço de liberdade.
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