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INTRODUÇÃO

De acordo com a Constituição da IPB (artigo 36), são atribuições do ministro


que pastoreia a Igreja: letra b) apascenta-lo na doutrina cristã; letra c) exercer as suas
funções com zelo; letra d) orientar e superintender as atividades da Igreja, a fim de
tornar eficiente a vida espiritual do povo de Deus; letra f) instruir neófitos...
Entendo que o pastor é aquele que cuida do rebanho, não só o alimenta com a
Palavra, mas também exerce autoridade bíblica para corrigir os desvios, sejam estes de
ordem espiritual, moral ou ética.
A Bíblia diz que os pastores deverão prestar contas a Deus das ovelhas que a
eles foram confiadas: “Obedecei aos vossos guias, e sede submissos para com eles; pois
velam por vossas almas, como quem deve prestar contas, para que façam isto com
alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.” (Hebreus 13:17)
A função pastoral junto ao rebanho de Deus é ainda semelhante aos deveres do
Atalaia, como nos é apresentado em Ezequiel capítulo 33, se não o fizer, será
comparado aos falsos pastores de Ezequiel 34.
Diante do exposto, e diante de fatos que chegaram ao meu conhecimento como
pastor da Igreja, movido única e exclusivamente por um coração desejoso de cumprir
com suas funções pastorais, nada mais do que isso. Quero apresentar a este mui digno
Conselho aquilo que, creio de todo meu coração e, totalmente consciente de que faço
isso diante de Deus, esse pequeno estudo sobre o perigo do envolvimento dos cristãos
com Festas Juninas ou Festas Pagãs.
Proponho aqui que, a questão não envolve apenas a presença física de um cristão
em uma festa, mas o que leva um cristão autentico a se envolver com a vontade de estar
ali? Falarei sobre as origens da festa, o problema espiritual que a envolve, e as
conseqüências a longo prazo para o Corpo de Cristo.
Deixo bem claro que meu objetivo não é punir ninguém, pelo contrário, é
educar, corrigir e alertar aqueles que, por falta de conhecimento ou seduzidos pelo
engano de uma cultura que cada dia mais explora o mundo espiritual, falsificando suas
práticas, denominando-as de folclore, acabam se envolvendo com a idolatria. E, ainda
que possa encontrar corações endurecidos e não dispostos a reconhecer os erros de tal
prática, não posso deixar de apresentar aquilo que é a posição bíblica apenas para
agradar este ou aquele. Gostaria que ninguém levasse pelo lado pessoal, como se
quisesse prejudicar qualquer irmão, seja com este estudo ou verbalmente, pois Deus
conhece o meu coração e sabe que este não é meu intuito.
Cônscio de meu dever pastoral e também da minha obrigação moral e ética para
com o Corpo de Cristo, passo a apresentar o estudo para apreciação dos irmãos. Espero
que todos leiam com atenção, reflitam com profundidade e um coração aberto. Espero
também que este estudo sirva como parâmetro para definir posturas em outras festas que
fazem parte do calendário que rege o mundo, mas não deve reger a vida da igreja.

I PARTE – OS PERIGOS DO MUNDO PÓS-MODERNO

No mundo pós-moderno, o homem não conhece objetividade, absolutos e


conceitos universais. Há uma desintegração da sociedade, devido a uma acomodação,
que aceita sem relutar um fatalismo cínico. As pessoas seguem apenas os modismos.
Cresce a culpa pelo abandono moral. O último estágio é a promiscuidade, a aceitação de
tudo, um ecletismo e uma tolerância acrítica da ética. A maior denúncia que se faz aos
filhos da pós-modernidade, é que abandonaram o ideal e renderam-se ao consumismo.
Aprende-se que a auto-imagem projetada, conta mais que a experiência e as habilidades
adquiridas. As pessoas são julgadas pelas suas posses, suas roupas e sua personalidade e
não pelo seu caráter. Há uma supervalorização do narcisismo.
Talvez um dos piores problemas que envolve o homem pós-moderno é que,
apesar de viver num mundo cheio de informações rápidas, que são transmitidas num
volume cada vez mais avassalador, não existe algo que possamos chamar de conteúdo
real perante toda informação recebida. No que tange a realidade cristã, o desinteresse
pela Palavra de Deus torna-se cada vez mais notório. O mundo das experiências, o culto
às personalidades, a religião de mercado, a “achologia”, tudo isso acaba por deixar Deus
e a Bíblia de lado. O que importa não é mais o que a Bíblia diz, mas sim, qual é a minha
opinião a respeito de tal assunto. Sendo assim, a Bíblia deixa de ser a Palavra de Deus e
a única regra de fé e prática.
As tradições e as posturas bíblicas, morais e éticas são colocadas de lado, pois
tudo o que é antigo é desprezível.
Os efeitos de tudo isso são os seguintes: a) Uma enorme pressão sobre o pastor,
pois os membros vivem comparando o que ele diz com o que o outro pastor diz (o
mesmo acontece com a Igreja), e sabemos muito bem que para quem está procurando
uma justificativa para um ato ou comportamento que seja desaprovado pela igreja ou
pastor, sempre achará uma opinião que lhe seja favorável. b) Gera cristãos sem
profundidade, pois quase ninguém pára com o objetivo de avaliar com profundidade o
que está sendo dito, as informações que lhe são transmitidas. A rapidez com que as
notícias veiculam não permite um raciocínio mais agudo dos problemas e temas
abordados. c) Vicia as pessoas em um conhecimento sensorial. O eixo do conhecimento
pós-moderno partiu da razão para as emoções. O saber não mais significa um esforço
mental; as informações chegam, passam pela razão, são decodificadas pelo efeito que
produzem nas emoções e logo são descartadas para abrir espaço a novas informações. O
embalo substituiu o conteúdo.
Não podemos nos esquecer diante de tudo o que até aqui vimos que,
paralelamente ao movimento da Reforma Protestante, do qual somos herdeiros, surge
também o Iluminismo. Muitos dos conceitos trabalhados na Igreja durante todos estes
séculos, sofreram uma pressão enorme tanto da Igreja Católica, quanto dos filósofos
iluministas. O Iluminismo queria libertar o Cristianismo do que consideravam dogmas e
princípios religiosos irracionais. Julgavam ignorância e obscurantismo a crença em um
Deus soberano, os milagres, os relatos sobrenaturais do Novo Testamento. Quando o
Iluminismo estava no seu apogeu buscava-se substituir a fé no governo de Deus pela fé
no progresso humano. O homem deveria aprimorar o mundo, acabar com a ignorância.
Francis Schaeffer afirma que homens como Sir Julian Huxley, levaram adiante as
propostas do Iluminismo humanista ao ponto de “afirmarem que a sociedade funcionará
melhor se tiver uma religião, apesar de que nenhum deus realmente exista”. Assim o
Iluminismo reduziu Deus a um sentimento internalizado e subjetivo que pode ser
reverenciado e amado na privacidade de cada um. A única coisa que conta é que você se
sinta feliz, se você se sente feliz, então faça. O mundo moderno passou então a tolerar o
exercício da religiosidade nessa dimensão utilitária e privada. O Iluminismo colocou o
homem no centro do universo. Deus só poderia ser invocado para dar felicidade. Essa
cosmovisão acabou afetando em cheio o Cristianismo, gerando uma visão humanista e
não teocêntrica no relacionamento com Deus.
O Hedonismo Cristão passa a ser o preconizador do sentido da existência. O
prazer passou a ser um meio de alcançar um fim último da existência que é a felicidade.
O Evangelho passou a ser pregado com uma perspectiva humanista, gerando crentes
humanistas. No Evangelho humanista Jesus é conhecido como Salvador, mas não como
Senhor.
O estratagema é nos tornar tão acostumados com tudo isso, que nossa mente já
não reclame. A mentoria diabólica não começa com a mulher do Globeleza nua em
pêlo, a cada intervalo; ela vai tirando a roupa aos pouquinhos, por anos a fio. Quando
você percebe, tudo vai se tornando tão normal, tão comum, que o pecado já não é mais
pecado, é apenas uma realidade que faz parte da vida. O sistema só lhe pede uma coisa:
não reaja. Porque, seja por preguiça de levantar-se e sair da rodinha, seja por falta de
condições de discordar do amigo, seja porque for, se você consentir em não ter esse
trabalho, ou incômodo, ou prejuízo, nós fazemos o resto, nós pegamos você. Em pouco
tempo você não será mais tão ultrapassado e moralista. Este estratagema tem um nome
técnico nos meios intelectuais da comunicação de massa: anuência. E a anuência está
para a aprovação assim como a permissão está para a ordenança. Estão tão próximos
que você nem perceberá quando tiver feito a passagem.

PARTE II – A NECESSIDADE DE DISCERNIMENTO

Diante do pano de fundo que nos foi exposto até aqui, podemos perceber que
não há decisões que tomemos que não reflitam o espírito da época, ou o nosso
compromisso com a Palavra de Deus. De um ou outro lado, estamos comprometidos ou
com o sistema, ou com Jesus Cristo. As decisões que tomamos, os comportamentos que
adotamos, as palavras e brincadeiras que falamos ou fazemos revelará algo muito sério a
respeito de quem está governando a nossa mente. Por mais difícil que seja, como
cristãos, necessitamos avaliar constantemente tudo que se passa conosco. Paulo
escrevendo aos Coríntios diz: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé;
provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós?” (2
Cor.13:5)
Fazer uma auto-avaliação não é nada fácil, pois podemos descobrir, ou o
Espírito Santo pode nos revelar coisas que não estão de acordo com a vontade de Deus.
Mas por amor a Jesus e também por temor, é nosso dever como cristãos faze-lo.
João em sua I Carta fala sobre a necessidade do cristão aprender a exercitar o
discernimento espiritual nesta época confusa, onde a mentira é proliferada como sendo a
verdade. Ele nos fala que o espírito do anticristo já está atuando no mundo, ele precisa
ser detectado e rechaçado pelos filhos de Deus. No capítulo 2:27 ele diz que nós temos a
“unção”, e que esta unção “nos ensina a respeito de todas as coisas. Continua dizendo
no capítulo 4:5 que o espírito do anticristo que fala pela boca dos falsos profetas são
propagadores da mensagem do mundo e que o mundo os ouve, o mesmo mundo que
somos exortados no capítulo 2:15-17 a não amar, e, que de acordo com o capítulo 5:19
jaz no maligno. A máxima de João diante desta questão é: “Nós somos de Deus; aquele
que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto
reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro”. (4:6)
Os pastores e teólogos presbiterianos Jorge Henrique Barro e Júlio Paulo
Tavares Zabatiero, escreveram juntos um livro intitulado “Discernimento Espiritual”,
sobre esta questão nos ensinam: “Ninguém possui discernimento espiritual fora da
Palavra. A pessoa que não possui a Palavra sabe sobre as coisas do homem”, ou seja,
qualquer postura cristã a respeito de qualquer assunto, tem que ser pautada nas
Escrituras Sagradas e não em nossos conceitos humanos de certo e errado. Nossos
irmãos continuam: “Há um contraste marcante entre as pessoas que são cheias de
discernimento (via Palavra) e pessoas que são vazias de discernimento (ausência da
Palavra). Qual é esse contraste? Uma pessoa vazia de discernimento (vazia da palavra):
1) são pessoas difíceis ( Hebreus 5:11 - têm dificuldade de entender determinadas coisas
porque não querem muitas vezes ouvir; não querem ceder, e se tornam duras; não
conseguem entender, pois o estado em que se encontram impede-as de compreender
certos assuntos, tornam-se violentas); 2) são pessoas que sempre regridem
espiritualmente (Hebreus 5:12 – isso acontece porque não aprendem o necessário;
porque não conseguem dar passos novos e mais profundos na Palavra de Deus; porque
sempre são necessitadas); 3) são pessoas inexperientes na palavra (Hebreus 5:13).
Continuando a explanação de Jorge e Júlio: “A capacidade de discernir entre o
bem e o mal é fruto da maturidade e prática (Hebreus 5:14)”.
O desejo de satanás é trabalhar na igreja local, para atrapalhar o seu ministério; e
para isto, tem de trabalhar nos cristãos ou por meio dos cristãos, professos ou
verdadeiros, que fazem parte dessa comunidade. O orgulho é uma de suas principais
armas.
O homem é uma criatura dependente. Ele tem de depender de Deus (Atos 17:28)
e dos seus companheiros para sobreviver. A essência do pecado é procurar ser
independente de Deus. Se satanás consegue fazer-nos agir e pensar independentemente
da vontade de Deus, pode controlar a sua vontade e controlar a sua vida. Você vai
pensar que está agindo livremente, o que faz parte do ardil de satanás; mas, na verdade,
estará agindo sob as ordens do príncipe deste mundo.
A vontade de Deus é a coisa mais importante na vida do cristão. No papel de
enganador, satanás procura torna-lo ignorante da vontade de Deus. Quando satanás não
consegue enganar a sua mente, ele vai tentar controlar a sua vontade através do orgulho
para que você pense e aja independentemente da santa vontade de Deus. Sempre que
agimos em desobediência direta da vontade de Deus, estamos dando demonstração de
soberba e independência. Talvez não seja um assunto tão importante quanto o
casamento; talvez seja em conexão com alguma coisa que achamos trivial e sem
importância. Na palavra de Deus há preceitos e promessas que nos orientam quando
buscamos conhecer a Sua vontade.
Uma das mais importantes lições que o cristão deve aprender é que não pode
agir independentemente da vontade de Deus. Quando o Espírito de Deus opera em nós,
produz humildade e não orgulho. Humildade não é pensar o pior acerca de si mesmo,
humildade é simplesmente não pensar em si mesmo mais do que é devido (Romanos
12:3). Quando satanás vier atacar a sua vontade com orgulho, submeta-se
imediatamente ao Espírito Santo e deixe que Ele opere em você produzindo a
humildade e a submissão a Deus (Tiago 4:10).
Pensar que estamos certos com base em nossas próprias pressuposições não
significa estar certo, pois a Palavra de Deus nos ensina “não te estribes no teu próprio
entendimento... Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos
de morte.” (Provérbios 3:5a e 14:12).
Como cristãos precisamos sempre procurar aquilo que traz glória ao nome de
Cristo e edificação para toda Igreja. Lembremos o que diz o Breve Catecismo: “O fim
principal do homem é glorificar a Deus e goza-lo para sempre”.

PARTE III – AS ORIGENS DA FESTA JUNINA

Depois de toda introdução, pano de fundo e a exortação para que apliquemos em


todas as nossas decisões o discernimento bíblico, quero passar agora ao estudo das
origens da festa junina.
De acordo com material colhido por mim via internet, material este extraído do
site www.festajunina.com.br, passo a relatar aos irmãos parte do material,
especialmente aquilo que nos interessa como material de avaliação para o momento,
anexando o restante do material para apreciação de todos. Outra parte é extraído da
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia de Champlin.
A festa junina homenageia os santos católicos: Antonio, Pedro e João, isso não é
novidade para ninguém. Porém, a origem das festas remontam a um tempo muito
antigo, anterior ao surgimento da era cristã. De acordo com o livro O Ramo de Ouro, de
sir James George Frazer, o mês de junho, tempo do solstício de verão (no dia 21 ou 22
de junho o Sol, ao meio-dia, atinge seu ponto mais alto no céu, esse é o dia mais longo e
a noite mais curta do ano) no Hemisfério Norte, era a época do ano em que diversos
povos – celtas, bretões, bascos, sardenhos, egípcios, persas, sírios e sumérios – faziam
rituais de invocação de fertilidade para estimular o crescimento da vegetação, promover
a fartura nas colheitas e trazer chuvas. Os rituais de fertilidade perduraram através dos
tempos. Na era cristã, mesmo que fossem considerados pagãos, não era mais possível
acabar com eles. Segundo Frazer, é por esse motivo que a Igreja Católica, em vez de
condena-los, os adapta às comemorações do dia de São João, que teria nascido em 24 de
junho, dia do solstício. O autor relaciona ainda a origem das festas juninas aos cultos
pagãos a Tamuz (ídolo fenício) e Adônis (deus grego). Ele diz que, o que ocorre com a
natureza é algo semelhante à saga de Tamuz e Adônis, que submergem do mundo
subterrâneo e retornam todos os anos para viver com suas amadas Istar e Afrodite e com
elas fertilizar a vida. (NOTA IMPORTANTE: Estes autores não são cristãos
evangélicos).
Devemos perguntar: A Bíblia fala alguma coisa a respeito destes deuses citados
(Tamuz e Adônis)? Se fala, qual deve ser a relação do povo de Deus com eles?
a) Primeiramente vamos conhecer um pouco sobre estes “deuses”. Tamuz é uma
divindade e ídolo sírio e fenício, correspondente ao Adônis dos gregos. Na
Bíblia esse deus pagão é somente mencionado em Ezequiel 8:14. Sua fama
maior era na Grécia, onde se apresentava com o nome de Adônis. No Egito
chegou a ser identificado com Osíris. O principal centro de culto a ele ficava em
Gebal, onde havia o templo dedicado a Afrodite, a deusa do amor carnal. O culto
a Tamuz penetrou entre o antigo povo de Deus. Ezequiel em uma visão, viu
mulheres sentadas na porta norte do Templo de Jerusalém, a chorarem a Tamuz,
o que consistia em um tremendo desvio religioso, condenado pelo Senhor, como
uma das abominações que faziam Deus tapar os seus ouvidos ao clamor dos
judeus apostatas. Esse deus era considerado pelos sumerianos irmão e marido de
Istar, a deusa da fertilidade. Primeiramente ela o teria seduzido, cometendo
incesto com ele, para depois traí-lo. A influência de Tamuz sobre os judeus foi
tão grande que passaram a chamar o quarto mês do calendário judaico de
Tamuz, que corresponde a junho e julho. Muitos cultos pagãos antigos giravam
em torno de questões sexuais e do mistério da reprodução. Como essa é uma
questão muito atrativa para os seres humanos, não admira que muitos judeus se
tenham deixado envolver por cultos dessa natureza, ao longo de sua história.
Mas, como é claro, todos os cultos dessa ordem indicam e levam a uma grande
degradação (semelhantes ao Culto de Baal e Moloque). As sugestões deixadas
pelos imaginários deuses pagãos nunca eram puras, mas sempre envolviam as
piores perversões morais. Não admira que os profetas do Senhor sempre
tivessem sentido que tais cultos eram infames, representando um grave perigo
para o povo de Deus.
b) Fazendo um paralelo com o exposto acima, gostaria de falar um pouco sobre
uma deusa apresentada na Bíblia, que segue o mesmo padrão dos deuses da
fertilidade, a qual é Diana dos Efésios. Quero traçar este paralelo, pois a lição
que podemos extrair daqui, pode nos ajudar a entender melhor o assunto, haja
visto que está registrado em outra época, numa outra cultura em que o
Evangelho da graça já havia sido revelado. Diana era uma deusa da fertilidade,
símbolo dos poderes reprodutivos da natureza. Diana era o ídolo que a Ásia e o
mundo inteiro adoravam, isso já na época de Paulo. Jogos eram celebrados em
seu nome, a sua adoração era o laço que unia politicamente a cidade de Éfeso.
Diziam que sua imagem havia caído do céu (Atos 19:39). O culto a Diana
envolvia educação às crianças, pensão aos sacerdotes e sacerdotisas. Havia uma
vasta lucratividade para os ourives. Quando o império Romano tornou-se
oficialmente cristão com Constantino no século IV, partes do templo de Diana
foram empregadas para levantar um templo cristão. A Palavra de Deus nos
informa que, com a chegada de Paulo a Éfeso, e a conversão de muitos a Cristo,
a compra dos nichos de Diana começou a cair, o que causou um grande alvoroço
na cidade. Em 1890, uma freira alemã teve uma visão da casa da virgem Maria
em Éfeso, ali foi identificada como a morada da virgem (não é interessante a
relação?) Durante a viagem de Paulo a Éfeso (Atos 19), enquanto as pessoas
convertiam-se a Cristo, abandonando suas antigas obras e também os livros
pagãos, deixando para trás todo o rastro do paganismo, um tal de Demétrio
incitava a multidão contra os obreiros do Senhor, pois o abandono da idolatria
gerava uma crise econômica para os fabricantes de ídolos. Mas o objetivo de
Paulo ali não era pregar contra Diana, e sim, anunciar a salvação em Jesus
Cristo.
c) Uma coisa fica clara em tudo isso: Como povo de Deus não devemos nos
associar com a idolatria e programas que invoquem tais “divindades”, mesmo
que tais não sejam para nós, pois o são para o mundo que não conhece a Cristo.
Nossa postura, assim como dos efésios convertidos a Cristo após a pregação da
Palavra por Paulo deve ser de abandono total de tudo aquilo que possa nos ligar
a tais “deuses”, pois devemos demonstrar com toda a clareza possível àqueles
que ainda vivem nas trevas que servimos ao único Deus verdadeiro. Mesmo que
sejamos perseguidos e preteridos, não importa, estamos aqui como
embaixadores de Cristo e do Seu Reino. Voltar às festas e rituais associados a
estas “divindades” é voltar às trevas de onde o Senhor nos tirou, de onde já não
mais fazemos parte.

IV. AVALIANDO A PARTIR DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. ANTIGO TESTAMENTO

Hans Ulrich Reifler no livro “A ética dos Dez Mandamentos” diz: “Não
encontramos no Antigo Testamento uma ascensão que partisse da idolatria para a pura
adoração a Deus, mas antes, um povo que possuía uma adoração pura e uma teologia
espiritual que constantemente combatia, por meio de líderes espirituais divinamente
erguidos, contra as seduções religiosas que, apesar dessa luta, freqüentemente
arrastaram a massa do povo. A idolatria é um declínio para a anormalidade, e não um
estágio anterior que gradualmente é com dificuldade superado”.
O primeiro mandamento contém a condenação explícita de qualquer forma de
idolatria, seja visível ou invisível.
Em Êxodo 23:13 somos conscientizados de que não devemos nos lembrar do
nome de outros deuses, nem usa-lo em nossa boca. Para o judeu, usar o nome de um
indivíduo significa relacionar-se e identificar-se com tal pessoa. O que Deus exige é
uma radical separação cultural dos deuses pagãos.
Em Êxodo 34:13,14, há uma referência às três espécies mais comuns de idolatria
praticadas por Israel: altares, colunas e postes-ídolos. Essas formas visíveis tornaram-se
uma prática comum no reino dividido. Por ser zeloso, Deus adverte o povo escolhido a
não adorar esses deuses. O Senhor não se refere a um ciúme divino, mas ao testemunho
da singularidade e exclusividade de Si mesmo. Em vez de adorar deuses falsos, é
necessário derrubar os altares, quebrar as colunas e cortar os postes-ídolos. Isso
aconteceu apenas duas vezes na história de Israel: no reinado de Ezequias (2 Reis 18:1-
4) e no de Josias (2 Reis 22:1,2; 2 Cron.34:4), e em ambos os casos o povo presenciou
um avivamento espiritual.
Em Êxodo 34:15-17 mostra a relação entre os deuses fundidos e os casamentos
mistos. No v.16 emprega pela primeira vez a metáfora da prostituição espiritual com
deuses pagãos como resultado de casamentos mistos. O casamento com um parceiro
pagão leva-nos a quebrar, mais cedo ou mais tarde, o primeiro mandamento.
Quando esquecemos a aliança do Senhor nosso Deus e negligenciamos a
devoção diária, podemos ser levados a substitui-lo por algo que o Senhor nos proibiu
(Dt.4:23). Esquecimento ou frieza espiritual são as doenças preponderantes nos filhos
dos cristãos, pessoas que foram criadas no evangelho, mas não se comprometeram com
o Cristo ressurreto. Quando o Deus vivo e verdadeiro é olvidado, volta-se para a
superstição, a astrologia e os cultos esotéricos.
Conforme Dt.11:16, existem quatro quedas consecutivas no caminho da
idolatria: o engano do coração, o desviar-se, o servir a outros deuses e, finalmente, o
prostrar-se diante deles.
Josué 23:7 indica cinco maneiras de se quebrar especificamente o primeiro
mandamento: misturar-se com nações pagãs por meio de casamentos, mencionar os
nomes dos deuses, fazer juramentos em seus nomes, prestar serviço a eles, cultua-los.
O capítulo 13 de Deuteronômio condena também tanto aqueles que seguem
como aqueles que convidam a seguir a outros deuses. Que tudo o que é adquirido por
meio da idolatria deve ser condenado, queimado a fogo, pois é abominação ao Senhor.
Importante ainda é lembrar que Deus estabeleceu as Festas que deveriam fazer
parte do calendário celebrativo do Seu povo. Todas estas festas apontavam para os atos
redentivos de Deus para com Seu povo em sua história de peregrinação. As festas são:
O sábado, a Páscoa, as Primícias, o Pentecoste, o Dia da expiação, a Festa dos
Tabernáculos. Todas estas festas identificavam o povo de Israel como propriedade
exclusiva de Deus, o que os diferenciava de todos os outros povos pagãos.

2. O NOVO TESTAMENTO

Para avaliar o tema a partir do Novo Testamento, estarei utilizando como ponto
de partida a I carta de Paulo aos Coríntios.
Em seu comentário sobre a carta, João Calvino diz que “Corinto estava
dominada pelos vícios com os quais as cidades comerciais geralmente se vêem
infestadas, ou seja, a luxúria, a arrogância, a vaidade, os prazeres, a cobiça insaciável, o
egoísmo desenfreado – tais vícios tinham penetrado também a própria igreja, de tal
modo que a disciplina se tornou grandemente deteriorada”.
Logo no primeiro capítulo Paulo afirma que havia divisões dentro da Igreja de
Corinto. Grupos haviam sido formados dentro da Igreja, e, estes grupos advogavam em
causa própria o direito de fazerem aquilo que bem entendiam, achando que já estavam
maduros suficientes para tomarem suas próprias decisões e cuidarem de si mesmos sem
a interferência do nobre apóstolo. Paulo diz no capítulo 4:8 – “Já estais fartos, já estais
ricos: chegastes a reinar sem nós”.
Essa pseudo-maturidade estava levando a Igreja a conviver naturalmente com o
pecado, como se este fizesse parte da vida cristã (5:1). Isso revela que havia um
profundo desinteresse pelo cuidado com a vida espiritual do Corpo, pois o próprio
Corpo estava fragmentado, e o único interesse real que havia por parte de cada grupo
formado era determinar quem tinha o poder nas mãos, quem era mais espiritual, quem
entendia mais das coisas espirituais. Toda essa falta de amor cristão e o desrespeito para
com as coisas sagradas estavam gerando enfermidade espiritual na Igreja e na vida dos
crentes (11:29,30).
Uma das questões abordadas por Paulo na carta diz respeito a liberdade cristã no
tocante a participação dos cristãos às festas pagãs e a comida sacrificada aos ídolos.
Paulo disserta sobre o tema nos capítulos 8 e 10.
No capítulo 8, Paulo inicia dizendo que todos nos consideramos senhores do
saber, e este é o grande problema, porque este saber não procede de Deus. Desde o
capítulo primeiro ele vem falando que Deus “destruirá a sabedoria dos sábios, e
aniquilará a inteligência dos entendidos” (1:19), e pergunta: “Onde está o sábio?”
(v.20). E continua dizendo que o mundo não conhece a sabedoria de Deus (v.22), pois a
sabedoria de Deus é Cristo (v.30), e só podemos encontra-la na cruz do Calvário
(v.23,24), ou seja, na humilhação e na crucificação dos nossos prazeres, e de tudo que
diz respeito a nossa carnalidade. Diante da cruz de Cristo todo desejo de poder, de auto-
afirmação, de imposição e arrogância caem por terra. Abandonamos todos os conceitos
que trazíamos e que nos eram fundamentais, depositamos aos pés da cruz e recebemos
das mãos do Senhor a revelação que nos é concedida somente pelo Seu Santo Espírito
através da Palavra do Evangelho (cap.2). Assim sendo, “a sabedoria deste mundo é
loucura diante de Deus; porquanto Ele apanha os sábios na própria astúcia deles... aos
olhos de Deus, os pensamentos dos sábios são pensamentos vãos” (4:19-20).
Diante disso, não podemos justificar nenhuma atitude que tomamos tendo como
base a sabedoria deste mundo, pois somos de Cristo, pertencemos a Ele, o Espírito
Santo habita em nós, e, tudo o que fazemos deve ter como objetivo central a glória de
Deus e a edificação do Corpo de Cristo (6:19,20; 10:31-33; 14:12). Em tudo o que
fazemos devemos perguntar: Cristo será glorificado? A igreja será edificada? Se o saber
não busca a glória de Deus e a edificação do Corpo, este saber é carnal, só trará prejuízo
para nossa vida espiritual, causará conflito na Igreja, abrirá uma porta para que outros
também façam o que acharem mais certo, sem, contudo, considerar o Corpo, tal saber
ensoberbece, somente o amor edifica.
Paulo diz que o “ídolo de si mesmo nada é no mundo” (8:4), pois sabemos que
são obras das mãos de homens, ainda que os chamem de deuses, pois para nós “há um
só Deus e Pai” (8:6). Porém, no v.7 ele diz que “não há esse conhecimento em todos”.
Ainda que já tenhamos a compreensão desta verdade, precisamos tomar cuidado para
que “esta vossa liberdade não venha de modo algum a ser tropeço para os fracos” (8:9),
peço que o irmão continue lendo o restante do capítulo para que o Espírito Santo possa
falar por si mesmo.
No capítulo 10, Paulo inicia utilizando o exemplo da idolatria de Israel no
deserto para transmitir-nos com mais profundidade o que o Espírito quer nos revelar. No
v.6 ele diz: “Ora, estas cousas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não
cobicemos as cousas más, como eles cobiçaram”. Quais eram estas cousas más?
Encontramos na passagem de Números 11:4 a resposta para esta pergunta: “E o
populacho que estava no meio deles, veio a ter grande desejo das comidas dos egípcios;
pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar...” Paulo continua dizendo: “Não vos
façais, pois, idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito: O povo assentou-se
para comer e beber, e levantou-se para divertir-se”. Tal festa envolvia o sacrifício ou a
devoção a determinado ídolo, sempre vinha acompanhada de bebida, comida, dança,
tudo em honra ao ídolo. O que é interessante, é que estes que caíram tiveram
experiências religiosas como todos os outros (10:1-4), mas tais experiências não lhes
garantiram a segurança de entrarem na terra prometida, ou seja, uma simples profissão
de fé e até mesmo a participação nos sacramentos não é garantia de comunhão com
Deus, pois o que revela a comunhão é fazer aquilo que agrada a Deus (v.5). Paulo
conclui este primeiro parágrafo dizendo que “estas coisas lhes sobrevieram como
exemplos, e foram escritas para advertência nossa”(v.11), isso quer dizer que, o mesmo
que aconteceu com eles, pode se repetir hoje na história da Igreja.
Todos nós somos tentados a participar de certas festas e programas oferecidos
pelo mundo, alguns podem parecer inocentes, porém, devemos colocar em prática o
discernimento espiritual, lembrando sempre que, o que conta é a glória de Deus e a
edificação da Igreja. Basta irmos até a cruz e avaliarmos tudo com base nela.
Voltamos ao texto no v.14 – Paulo faz uma séria advertência: “Fugi da
idolatria”. Dos versículos 15 a 22 ele nos ensina algo profundamente sério a respeito
desta questão: o destino de todo sacrifício pagão é a exaltação do diabo. Calvino diz: “E
assim, uma pessoa que se relaciona com eles evidencia publicamente que está tomando
parte na mesma religião falsa que praticam”. Calvino continua: “todo aquele que toma
assento numa festa idolátrica se revela um autêntico adorador de ídolo”. Na realidade, o
grande problema aqui é que a idolatria é a desconsideração para com a vontade de Deus
e para com o próprio Deus. Esse contato com as forças demoníacas provoca zelos no
Senhor e desencadeia forças devastadoras de desintegração. A idolatria é algo maligno
porque, não só rouba a glória que deveria ser dada ao Senhor, mas leva as pessoas ao
contato com os poderes espirituais inferiores e a sujeição a eles.
Havia uma frase que os pagãos gostavam muito de utilizar para expressar a falsa
liberdade que tinham, falsa porque eram escravos do pecado e de satanás. A frase era a
seguinte: “todas as coisas me são lícitas”, esta frase não é uma frase cristã. O que Paulo
faz é, tomar esta frase por empréstimo para coloca-la em seu devido lugar: “mas nem
todas convém, nem todas edificam” (10:23).
A idolatria é algo extremamente sutil, como sutis são todas as armadilhas do
diabo para prender nelas os filhos de Deus. A idolatria pode se apresentar de muitas
formas, porém, seu objetivo sempre é o mesmo, tentar roubar a glória que deve ser dada
única e exclusivamente a Deus.
Aprendemos com Jesus que o principal objetivo da vida de um cristão deve ser
“buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça”. Não pode haver justiça
enquanto existirem ídolos no coração dos homens, enquanto os interesses pessoais
estiverem acima dos interesses do reino de Deus. Nós não estamos aqui para nos
divertir, mas sim, para construir o Reino de Deus, pois dele somos embaixadores. Paulo
escreve a Timóteo: “Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida,
porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou” (2 Tim.2:4). Quanto mais
nos envolvemos com o mundo, mais liberais e acomodados ficamos. Tornamo-nos
presas fáceis para o diabo, ele já nem precisa tomar muito tempo e usar argumentos
pesados para nos convencer.
Escrevendo aos Gálatas, Paulo ensina que a liberdade cristã não tem como
objetivo liberar o cristão para fazer o que quiser, mas a liberdade cristã consiste em estar
livre para não nos submetermos mais ao pecado e a todas as formas e rituais que possam
nos escravizar novamente. A liberdade cristã é limitada pelo amor e serviço ao próximo
(5:1ss). Se a liberdade que tenho desconsidera o irmão ou o próximo, essa liberdade não
é verdadeira, pois Cristo não me libertou com o objetivo de ignorar as pessoas e sim
para servi-las em amor.
CONCLUSÃO

Creio que o assunto é vasto e não seria capaz de esgota-lo com esse breve
estudo. Porém, espero ter esclarecido o perigo que ronda as festas pagãs, não somente a
festa junina, apesar de utiliza-la como objeto do nosso estudo.
Para mim fica mais do que claro que a Festa Junina tem sua origem nas Festas
Pagãs que eram celebradas aos deuses da fertilidade. Tomou uma conotação cristã no
século VI da era cristã, contudo, não deixou de ser pagã. Da mesma maneira como a
Igreja Católica Romana adotou outros ritos pagãos em seus cultos, tais como:
intercessão dos santos, Culto a Virgem Maria, Culto aos Mortos, etc., tais rituais nunca
deixaram de ser pagãos. Essa tentativa de adaptar as religiões pagãs, suas festas e seus
ritos ao cristianismo, acabou por tornar a Igreja apóstata, idólatra, totalmente
descaracterizada com os ensinos e a Pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. Os
Reformadores combateram e rejeitaram veementemente tudo aquilo que pudesse ligar o
cristianismo às celebrações pagãs. Sendo assim, nosso único envolvimento com os
pagãos e suas práticas deve ser com o claro objetivo de evangeliza-los.
Hoje estamos sendo desafiados a tomar uma posição diante do paganismo que
bate à porta de nossas igrejas. As festas pagãs estão alcançando cada vez mais adeptos
em nosso meio: No Carnaval, grupos cristãos já saem em blocos nas ruas; Festas
Juninas já são adaptadas ao calendário de algumas igrejas; O Dia das Bruxas também já
tem sido um convite à participação para muitos cristãos. Durante muito tempo nossos
irmãos mais antigos defenderam a fé cristã da melhor maneira que puderam, não
aceitando que a Igreja fosse conivente com tais práticas.
Não podemos ser inocentes, a ponto de achar que tais festas são apenas folclore,
pois é exatamente isso que satanás quer levar as pessoas a pensarem, e, infelizmente, os
mais afetados são as crianças. Os pais acham que não devem impedir seus filhos de
participarem, justificando que, seus filhos serão preteridos pelos colegas na Escola.
Enquanto todos participam e contam o que aconteceu, o menino ou a menina fica como
“bobo”, como um “peixe fora da água”, e acaba por ser excluído de outras festas.
Quando trazemos nossos filhos para serem batizados, assumimos o
compromisso com Deus de educa-los com base na Palavra de Deus e não no julgamento
das pessoas. Dizemos a Deus que, nossos filhos pertencem a Ele e que somos membros
da família de Deus, prometendo ainda servirmos nós mesmos de modelos na fé para
eles. A Bíblia diz que somos “povo de propriedade exclusiva de Deus, nação santa”. É
melhor que nossos filhos fiquem de fora das coisas que o mundo oferece, do que
ficarem de fora do que Deus oferece.
Fica claro em todo estudo que, o ser humano, mesmo o cristão, nunca toma uma
decisão sem que seja influenciado por alguém, seja por Deus e Sua Palavra, ou pelo
sistema, no caso apresentado, a cosmovisão da pós-modernidade, cujo berço é o
Iluminismo e o humanismo secular. Na visão da pós-modernidade, Deus é importante,
desde que Ele faça a pessoa feliz, ou seja, Deus é apenas uma marionete, comandado
pelos anseios humanos.
Porém, a Bíblia ensina outra coisa. Deus é soberano, um dia irá pedir contas de
cada um de nós, se fomos responsáveis por alguém apostatar da fé ou cair em idolatria,
Deus irá requerer o sangue daquela pessoa de nossas mãos. Em lugar de nos
envolvermos com tais festas, deveríamos nos envolver cada vez mais com o Reino de
Deus, fazendo com que o velho homem e todas as suas paixões morram, sejam
definitivamente crucificados.
Meu dever como pastor é alertar o povo de Deus dos perigos que rondam nossos
arraiais. Lembro apenas do que diz a Palavra: “um pouco de fermento leveda toda a
massa. Lançai fora o velho fermento e sejai nova massa” ( I Cor.5).
Aqueles que aceitam tais práticas como algo normal, estarão deixando uma porta
aberta para a apostasia de seus filhos, pois estarão mostrando a eles que, a vida
espiritual não depende de uma entrega total e exclusiva a Deus, que podem também
participar de outras festas de cunho religioso e pagão, sem considerar o que Deus diz em
Sua Palavra e os compromissos de pertencerem única e exclusivamente a Deus.
Também estarão deixando cada vez mais aberta a porta para o ecumenismo e o
sincretismo religioso, pois, seguindo a linha de raciocínio da “liberdade de decisão”, se
é lícito participar da festa, porque não será lícito participar do culto ou da missa?
Estarão também abrindo portas para a aceitação de outras práticas que, ainda hoje são
condenáveis mesmo para pessoas que já defendem a participação da festa junina. Pois se
hoje alguém questiona o “porque” não se deve participar, “o que tem de mais”? Amanhã
dará ao filho o mesmo direito de perguntar sobre o Carnaval e tomar a mesma atitude e,
poderá ouvir o mesmo argumento da parte dele, assim como de outras festas pagãs e
cultos.
Onde cada um faz o que quer sem se submeter às autoridades constituídas por
Deus, todos terão o direito de fazerem o que querem, cada qual segundo achar o mais
certo, segundo lhe convém, conforme nos dias dos juízes de Israel. Porém, onde não há
ordem, há o caos; onde há o caos, as trevas estão presentes; onde as trevas imperam,
Deus não está presente, onde Deus não está presente, governa satanás. Um abismo
chamará outro abismo.

Procuro cumprir minha tarefa pastoral e profética, mesmo correndo o risco de


sofrer o descaso e a crítica, pois não é a mim que terão que responder, mas sim Àquele
que me chamou para cumprir fielmente o meu ministério. Faço a minha tarefa com
amor a Deus e a Igreja, não com o objetivo de punir ou denegrir qualquer pessoa. Amo
a todas as pessoas da Igreja e quero que todas cheguem ao pleno conhecimento da
verdade.

REVERENDO WATERSON JOSÉ FERREIRA

BIBLIOGRAFIA

1. COMENTÁRIOS BÍBLICOS: “A mensagem de 1 Coríntios” de David Prior.


Editora ABU. “1 Coríntios” de João Calvino. Edições Parácletos.
2. Bíblia Sagrada
3. “A Ética dos Dez mandamentos”. Hans Ulrich Reifler. Edições Vida Nova.
4. „A Estratégia de satanás”. Warren W. Wiersbe. Imprensa Bíblica Regular.
5. “Discernimento Espiritual”. Jorge Henrique Barro e Júlio Paulo Tavarez
Zabatiero. Abba Press.
6. “Meta História”. Ruben M. Amorese. Abba Press.
7. “Fim do Milênio: Os perigos e desafios da Pós Modernidade na Igreja. Ricardo
Gondim Rodrigues. Abba Press.
8. „Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia”. R. N. Champlim e J. M. Bentes.
Candeia.
9. Constituição da IPB
O CRISTÃO

EO

ENVOLVIMENTO

COM

FESTAS PAGÃS
(FESTA JUNINA)

REVERENDO WATERSON JOSÉ FERREIRA

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