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2 História
A primeira referência escrita que existe sobre o curare
aparece nas cartas do historiador e médico italiano Pietro
Martire d'Anghiera (1457 - 1526). Essas cartas foram
Strychnos toxifera, planta de onde se extrai o curare. Ilustração impressas parcialmente em 1504, 1507 e 1508. A obra
do livro Plantas Medicinais de Köhler, de 1887. completa de d'Anghiera, publicada em 1516 com o nome
De Orbe Novo, relata que um soldado havia sido mor-
talmente ferido por flechas envenenadas pelos índios du-
Curare é um nome comum a vários compostos orgâni-
rante uma expedição ao Novo Mundo.[4] Entre as tribos
cos venenosos conhecidos como venenos de flecha, ex-
da amazônia brasileira que utilizam o curare, com al-
traídos de plantas da América do Sul. Possuem intensa
gumas variações do modo de preparo encontram-se os
e letal ação paralisante[1] , embora sejam utilizados me-
Ticunas e Macus [5]
dicinalmente como relaxante muscular ou anestésico[2] .
Seus principais representantes são plantas dos gêneros
Chondrodendron e Strychnos, da qual um dos subprodu-
tos é a estricnina. Este age como bloqueador nicotínico 3 O uso do curare pelos nativos das
na placa motora que localiza-se na fenda sináptica imedi- Américas
atamente oposta ao axônio terminal pré-sináptico.
O curare é um veneno que foi utilizado pelos nativos das
Américas nas flechas de zarabatana, bem como nas ati-
1 Tipos radas por arco. Era usado sòmente na caça, nunca na
guerra[6] .
As três principais famílias de curare são: O curare imobilizava imediatamente o animal, uma vez
que a reação ocorria nos músculos do pescoço, a seguir
• Tubocurare: também conhecida como “tubo” ou nos da nuca e depois nos dos membros. Posteriormente
“curare bambu”[3] , devido ao seu formato de tu- atingia o diafragma e os músculos cardíacos e a morte era
bos de bambu oco. Sua principal toxina é a D- por asfixia. A carne do animal morto podia ser ingerida
tubocurarina. É um alcalóide mono-quaternário e sem problemas, uma vez que o veneno não fazia nenhum
derivado da isoquinolina. efeito no sistema digestivo[7] .
1
2 4 MECANISMO DE AÇÃO
gerado pela ligação, em condições fisiológicas, da ace- [13] PEREIRA, Manuel Nunes (1892-1985). Moronguêtá:
tilcolina ao seu receptor na placa motora é chamado de um Decameron indígena. Rio de Janeiro, Civilização
potencial de ação da placa motora, o qual é responsável Brasileira. 1980, 2ª Ed.; vol. 1. P. 1-434
por estimular a abertura de canais de Sódio dependentes [14] JOSÉ, Oiliam (1965). Indígenas de Minas Gerais – As-
de voltagem, os quais contribuirão para a amplificação do pectos sociais, políticos e etnológicos. Belo Horizonte,
potencial despolarizante que se espalha pela fibra muscu- Edições MP. 1965, 217 p.
lar, desencadeando a contração.[15]
[15] Kandel, Eric R. Fundamentos da Neurociência e do Com-
portamento...
5 Referências
[1] «Curare». Consultado em 9 de Agosto de 2006.
6.2 Imagens
• Ficheiro:Bowl_Of_Hygieia_by_David.svg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7b/Bowl_Of_Hygieia_by_
David.svg Licença: CC BY-SA 3.0 Contribuidores: https://thenounproject.com/term/bowl-of-hygieia/512851/ Artista original: David,
USA
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tribuidores: http://www.dbd.puc-rio.br/brasil500anos/texto_capa10.html Artista original: Pietro Martire d’Anghiera
• Ficheiro:Strychnos_toxifera_-_Köhler–s_Medizinal-Pflanzen-267.jpg Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/
15/Strychnos_toxifera_-_K%C3%B6hler%E2%80%93s_Medizinal-Pflanzen-267.jpg Licença: Public domain Contribuidores: List of
Koehler Images Artista original: Franz Eugen Köhler, Köhler’s Medizinal-Pflanzen
6.3 Licença
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