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Hayao Miyazaki
RESUMO
ABSTRACT
This paper aims to study the narrative of the movie Spirited Away (2001),
Japanese animation produced and direct by Hayao Miyazaki, through the
observation of the symbologies present in the construction of some characters.
To carry it out, we base on the researches of Pimenta (2006), Todorov (2014),
Orgado (2010) and Chevalier and Gheerbrant (2015). With this research, it was
possible to observe that the fantastic universe in which the movie sets its
narratives is filled with symbologies that turns the world explored by the main
character into a universe of wonders and absurd, unveiling the environment’s
frailty in face of human’s actions and making use of metaphors to criticize
human behavior and its relationship with nature through the main character’s
journey.
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A VIAGEM DE CHIHIRO: Uma leitura do Fantástico através do Simbólico na obra de Hayao Miyazaki
1 INTRODUÇÃO
A narrativa se constrói em um plano espiritual que existe paralelamente com o plano físico e
tem seu portal encontrado por Chihiro e seus pais, quando estes se perdem durante a mudança.
Ao ter seus pais transformados em porcos, não resta opção a Chihiro senão trabalhar para
Yubaba em sua casa de banho, sacrificando seu nome e passando a chamar-se Sen, para que
busque de algum modo, trazer seus pais de volta.
Ao longo dessa jornada, Chihiro/Sen lida com espíritos e percebe a influência das ações
humanas na natureza, uma marca do trabalho de Miyazaki; é dessa marca que este trabalho
extrai seu objetivo de realizar uma leitura crítica da obra A viagem de Chihiro. Em
consequência, a pesquisa possui como objetivos específicos estudar a literatura fantástica
através do Anime; verificar a representação do mundo real e do mundo espiritual e como estes
se influenciam; e por fim, observar a simbologia presente na obra. Para tanto, utilizam-se os
estudos de Todorov (2014), Orgado (2010), Chevalier e Gheerbrant (2015) entre outros.
Observar a relação do homem com o meio na obra proposta, nos direciona ao misticismo e a
religiosidade oriental, perspectivas que envolvem a filosofia oriental e a forma que aquela
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(Tóquio, 5 de Janeiro de 1941) Diretor, Roteirista e Designer de Animação; trabalhou para a Toei Animation e
posteriormente fundou o Estúdio Ghibli. Além de A Viagem de Chihiro (2001), dirigiu Princesa Mononoke (1997),
Meu Vizinho Totoro (1988) e adaptou livro de Diana Wynne Jones, O Castelo Animado (1986), para a animação
homônima em 2004.
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A VIAGEM DE CHIHIRO: Uma leitura do Fantástico através do Simbólico na obra de Hayao Miyazaki
sociedade enxerga a sua relação com o ambiente; isso revela também o caminho utilizado para
a composição da obra, o universo da literatura fantástica.
Tratar do universo místico presente na literatura e nas artes, nos remete ao conceito de
fantástico, que é descrito por Todorov, em Introdução a literatura fantástica (2014), quando
este afirma que “O conceito de fantástico se define, pois, com relação aos de real e de
imaginário[...]” (p. 31) podemos observar essa relação entre o real e o imaginário, nas tentativas
da humanidade de explicar os fenômenos naturais, criando para isso figuras que povoam o
imaginário popular. Essas figuras acabam por povoar a literatura e as artes utilizadas pelo povo
para disseminar sua cultura, os mangás e animes japoneses estão povoados pelos chamados
Yōkais, espíritos e demônios japoneses, assim como divindades e figuras até mesmo do folclore
e das religiões ocidentais.
Para Gisele Tyba Mayrink Redondo Orgado, na dissertação A tradução de metáforas no filme
japonês A viagem de Chihiro (2010), as animações de Miyazaki “São desenhos cujas questões
morais e sociais são presença marcante, tratando de temas atuais de forma dura e complexa, o
que não faz com que perca seu carisma cativante[...]” (p. 60-61) portanto, não é incomum
encontrar os paralelos com a cultura e a sociedade oriental nestas.
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[...] em outros termos, na classe das narrativas que se apresentam como fantásticas e que terminam
por uma aceitação do sobrenatural. Estas são narrativas mais próximas do fantástico puro, pois este,
pelo próprio fato de permanecer sem explicação, não-racionalizado, sugere-nos realmente a
existência do sobrenatural (TODOROV, 2013, p. 58)
A narrativa que coloca Chihiro na casa de banho de Yubaba, onde a garota entrega seu nome
para trabalhar para a bruxa na tentativa de trazer seus pais de volta a forma humana, em um
mundo que inicia-se ao pôr do sol, tem sua justificativa no sobrenatural, através dos espíritos,
dos humanos aprisionados pela bruxa, do aprendiz de feiticeiro, do trem repleto de espíritos
sem rosto, entre outros elementos incríveis.
Além disso, Chihiro também relaciona-se ao maravilhoso, o gênero comum aos contos de fadas,
que para Todorov (2013) são os acontecimentos que não causam nenhuma surpresa, animais
falantes e alguns outros pequenos absurdos que por fazer parte de um universo maior, tornam-
se críveis para aquela situação, dado o contrato entre texto e leitor.
A viagem de Chihiro apresenta uma extensa galeria de personagens fantásticos que se envolvem em
conflitos simbólicos, e nos remetem diretamente à maneira como a humanidade vem tratando o meio
ambiente, como nas alusões que faz personificando rios poluídos ou rios assoreados para edificar
construções, como também a ganância e ambição, além de transmitir demais valores, sempre
comprometidos com a forma artística da película, mas mostrando que a regeneração e redenção
ainda serão possíveis, desde que se esteja disposto a enfrentar as consequências de suas próprias
atitudes. (2010, p. 62)
Tais personagens se apresentam através de diversos elementos, desde os humanos que são
transformados em porcos ao deixar levarem-se pela gula, quanto os próprios funcionários da
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casa de banho que por interessar-se pelo ouro acabam por sofrer as consequências da própria
ganância.
A figura do Deus Fedido/Deus do rio é uma grande evidencia das ações do homem sobre a
natureza, a figura que aparece na casa de banho de Yubaba, inicialmente na forma de um
aparente Deus Fedido buscando ser limpo pelas águas da bruxa, revelando também o poder
purificador da água.
Observando as imagens acima, é possível observar que o material fétido que cobre a criatura
disforme que é o Deus Fedido, é composta de lixo humano, como placas, tubulações, geladeiras
entre outros. Pode-se compreender isso como uma reação da natureza, uma vez que esses
espíritos representam o meio ambiente, as ações do homem, ao descarte inadequado do lixo.
Para Helena Ferreira Pimenta, no texto Explorações Sobre a Construção da Narrativa Mítica:
A Viagem de Chihiro (2006), o banho do espírito do rio corresponde a um “Ritual de purificação
(harai) através do banho. Onde o espírito do rio é limpo de todas as impurezas que carregava
consigo e que o aprisionavam a um corpo que não condizia com a realidade” (p. 40).
O mergulho do Deus Fedido nas águas corresponde ao aspecto simbólico da água descrito por
Chevalier e Gheerbrant (2015) “Mergulhar nas águas, para delas sair sem se dissolver
totalmente, salvo por uma morte simbólica, é retornar as origens, carregar-se de novo num
imenso reservatório de energia e nele beber uma nova força” (2015, p. 15) a limpeza
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proporcionada pelo banho de ervas limpa o Deus Fedido da interferência humana, revelando
sua forma de Deus do rio, desse modo a água “é regeneradora, opera um renascimento, no
sentido já mencionado, por ser ela, ao mesmo tempo, morte e vida” (CHEVALIER;
GHEERBRANT, 2015, p. 18). Ao ser limpo pelas aguas de Yubaba, o Deus dos rios aparece
em forma de dragão, como podemos ver a seguir:
Ao contrário do dragão no ocidente, que está associado ao fogo, no oriente o dragão é associado
as águas e é um símbolo de proteção, uma divindade aquática a busca do Deus do rio/dragão
pode ser vista também pela representação da água na Ásia que “é a forma substancial da
manifestação, a origem da vida e o elemento da regeneração corporal e espiritual [...]”
(CHEVALIER; GHEERBRANT, 2015, p. 15) podemos compreender a forma Fedida do Deus
do rio como uma consequência da poluição sobre o ambiente, uma vez que todo o lixo que
cobre a divindade é comumente encontrado sendo descartado em rios, então o banho o regenera
completamente devolvendo a vida ao ser divino.
Pode-se ainda perceber o aspecto Bachelardiano do elemento, para o autor “A água é realmente
o elemento transitório. É a metamorfose ontológica essencial entre o fogo e a terra. O ser
consagrado à água é um ser em vertigem” (apud FERREIRA, 2013, p. 13), mesmo que o Deus
do Rio tenha sido consagrado no banho, é possível compreender que o rio ainda está em
vertigem, se não houver uma mudança nas ações para com o rio.
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Essa representação recorrente do dragão no Japão e no oriente em geral está associado ao fato
que este animal é um “Símbolo celeste, em todo caso, poder de vida e de manifestação, ele
cospe as águas primordiais ou o Ovo do mundo, o que faz do dragão uma imagem do Verbo
criador” [sic] (CHEVALIER; GHEERBRANT, 2015, p. 350) o dragão é, desse modo, uma
manifestação do divino, especialmente se observarmos que não é incomum nas religiões
orientais a multiplicidade de formas dos deuses e divindades.
Com a figura do Deus do Rio e a recorrente forma draconiana de Haku, o aprendiz da feiticeira
Yubaba, podemos observar, de certo modo, três espécies de dragões representadas no Japão,
“Existe no Japão uma distinção popular entre as quatro espécies: celeste, pluvial, terrestre-
aquático, e subterrâneo” (CHEVALIER; GHEERBRANT, 2015, p. 350) o Deus do rio que
pode ser caracterizado tanto como um dragão pluvial – dada a sua apresentação ocorrer durante
a chuva; quanto como um dragão terrestre-aquático por sua relação com o rio, característica
que compartilha com Haku.
A forma de dragão de Haku pode ser vista como uma incorporação de duas espécies, o dragão
celeste, protetor que cruza os céus; e o dragão terrestre-aquático, pois seu nome vem de Kohaku,
o rio do qual Haku era o espirito guardião e que salvou Chihiro de um afogamento. Na imagem
a seguir, temos as duas formas de Haku:
Observando a construção visual de Haku como dragão e como humano, é possível observar a
correspondência do dragão oriental descrita por Chevalier e Gheerbrant:
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Como podemos ver, Haku guia Chihiro por entre as flores para leva-la até seus pais. Os dragões
que aparecem na narrativa estão apresentados como guardiões e protetores, tratando-se de “[..]
aspectos distintos de um símbolo único que é o do princípio ativo e demiúrgico: poder divino,
élan espiritual” (CHEVALIER; GHEERBRANT, 2015, p. 350), em outras palavras, os dragões
podem ser vistos como a representação da força divina que protege o físico e o espiritual.
No mundo em que Chihiro viaja, há diversos espíritos com formas indefinidas e faces cobertas
por papeis ou até mesmo sem cobertura nenhuma, estes espíritos cumprem jornadas repetitivas
diariamente por toda a eternidade, alguns indo para a casa de banhos de Yubaba, outros
passeando pelo parque abandonado que existe antes da casa de banhos, alguns pegam o trem
que viaja pelas águas; e há o Sem Rosto
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Sem rosto é um espírito pacífico que acaba por seguir Chihiro durante a narrativa, o seu nome
vem do fato dele carregar uma máscara inexpressiva no lugar do seu rosto, complementando
seu corpo etéreo e disforme. Se observamos o aspecto simbólico do rosto, Chevalier e
Gheerbrant afirmam que “O rosto é o símbolo do que há de divino no homem, um divino
apagado ou manifesto, perdido ou reencontrado” (2015, p. 791) a presença do rosto estabelece
uma relação com o divino, uma vez que o divino é criado à imagem do ser humano; a ausência
dele então desconecta o ser deste elemento divino. O rosto também é “Substituto do indivíduo
todo” (CHEVALIER; GHEERBRANT, 2015, p. 791) pois é capaz de representar o indivíduo
ou o ser mesmo estando separado do seu conjunto.
O espirito Sem Rosto, possui a capacidade de absorver as características e habilidades dos que
ele engole, em sua forma natural ele não passa de uma sombra com uma máscara, entretendo;
observando o significado da Máscara, por sua vez:
[...] é destinada a captar a força vital que escapa de um ser humano ou de um animal no momento
de sua morte. A máscara transforma o corpo do dançarino que conserva sua individualidade e,
servindo-se dele como suporte vivo e animado, encarna um outro ser: gênio, animal mítico ou
fabuloso, que é assim momentaneamente figurado; desse modo, o poder é mobilizado [Grifo
nosso] (CHEVALIER; GHEERBRANT, 2015, p. 597)
Sem rosto está carregando na narrativa o aspecto capturador da força vital da máscara, ao passo
que ele captura o sapo, ele ganha patas; ao capturar um dos empregados da casa de banho, ele
ganha a habilidade de falar, mobilizando o poder e as habilidades destes seres através de si; essa
habilidade da máscara tem consequências, para os autores “Mas a máscara não é inócua para
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quem a usa. Essa pessoa, tendo desejado captar as forças do outro lançando-lhe as ciladas de
sua máscara, pode ser, por sua vez, possuída pelo outro” (CHEVALIER; GHEERBRANT,
2015, p. 597) a medida que o Sem Rosto incorpora outros personagens ele acaba por incorporar
também as características negativas da personalidade destes personagens.
A simbólica da máscara e do Sem Rosto acabam por fazer referência aos mitos orientais
descritos por Chevalier e Gheerbrant:
Mas talvez aqui cheguemos a uma aproximação com os mitos hindus e chineses do leão, do dragão
ou do ogre, que pedem ao deus que os criou vítimas para devorar e que o ouvem responder:
alimentai-vos de vós mesmos: eles então se apercebem de que são apenas mascaras, aparência,
desejo, apetite insaciável, mas vazios de toda substância [Grifo nosso] (2015, p. 598)
O espirito sem rosto, sem forma e sem matéria acaba sendo uma máscara vazia, sem identidade,
um ser perdido que busca uma função para executar durante a eternidade, mesmo que seja a de
ajudante da bruxa Zeniba, próximo ao final da narrativa.
Em uma questão relacionada a tradução do título para o português, a omissão do nome Sen
ignora um elemento importante na narrativa, que é o poder que o nome possui sobre o ser, o
nome carrega poder sobre o indivíduo a quem nomeia, e privá-lo deste, como pode-se ver no
filme acaba por privar a personagem de tudo o que o nome envolve, da identidade à história da
personagem. Para a autora essa omissão de Sen, ainda:
Para quem não assistiu o filme, não é possível saber que essa referência se faz ao fato da personagem
de Chihiro ter sido escravizada na casa de banho, tendo seu nome “roubado”, sendo obrigada pela
bruxa Yubaba a adotar o codinome Sen. Essa é a maneira que a bruxa encontra para controlar seus
prisioneiros, pois não lembrando seus nomes verdadeiros, nunca poderão sair de seu domínio,
retornando ao mundo real. (ORGADO, 2010, p. 64)
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Transcrição em Romaji, que “é uma adaptação do alfabeto latino utilizado para a transcrição ocidental, baseado
no sistema Hepburn” (ORGADO, 2010, p. 23)
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Esse poder relacionado ao nome, para os autores “[...] pertence à mentalidade primitiva.
Conhecer o nome, pronunciá-lo de um modo justo é poder exercer um domínio sobre o ser ou
sobre o objeto” (CHEVALIER; GHEERBRANT, 2015, p. 641) enquanto Yubaba possui o
nome de Chihiro, Haku e outros, eles são seus servos, aos recuperá-los, eles podem se tornar
livres, pois recuperam não só seus nomes, mas toda a carga simbólica que eles carregam.
É interessante notar que o ideograma que representa Sen (千), também representa a palavra mil
em japonês, carregando a ambiguidade da retirada de nome que pode ser compreendido pela
afirmação de Octavio Paz, de que “A ausência de relação entre as coisas e seus nomes é
duplamente insuportável: ou o sentido se evapora, ou as coisas se desvanecem” (apud
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ORGADO, 2010, p. 68) enquanto em uma perspectiva tudo o que foi Chihiro supostamente se
evaporou, se observarmos o ideograma a retirada de nome também pode representar a
possibilidade da criação de uma novas identidades, já que a Chihiro do final da narrativa não é
a mesma do início.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Literatura Fantástica até os dias de hoje povoa o imaginário popular, essa forma literária
transcende as barreiras geográficas, os moldes, movimentos e formalidades, sendo capaz de se
fazer entender em qualquer comunidade – seja no ocidente, ou no oriente; para transmitir
mensagens, expor significados e narrar aventuras que encantam os leitores de todas as idades.
REFERÊNCIAS
A VIAGEM, Chihiro de. Direção: Hayao Miyazaki. Produção: Toshio Suzuki. Intérpretes:
Rumi Hiragi, Miyu Irino, Mari Natsuki e outros. Roteiro: Hayao Miyazaki. Música: Joe
Hisaishi. Tokio: Studio Ghibli, c2001. 1 DVD (124 MIN), Color. Produzido por Studio
Ghibli.
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