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ABSTRACT: This paper presents the basic concepts and the theoretical and methodological framework
supporting the sociolinguistics and dialectology. Will be made some reflections about the contributions of
these linguistic areas for the description of human language. To discuss the theoretical and
methodological assumptions of sociolinguistics and dialectology, were adopted Labov ([1972] 2008) and
Radtke and Thun (1998). The term sociolinguistic appears related to research William Labov in response
to the inability of linguistic formalism in the treatment of linguistic change. Thus, sociolinguistics object
is to study the patterns of behavior linguistic observed in a speech community and analytically formalized
by means of a heterogeneous system, consisting of units rules and variables. From the 70, it is observed
that research in sociolinguistics have been developing well, his contributions to the science of language
are undeniable, specifically to the field of dialectology. The term dialectology appears even before
language itself is set up as a science. Already linguistic geography or geolinguistic, method of
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Doutoranda em Letras, com ênfase em Linguística. Programa de Pós-Graduação em Letras da
Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Doutorando em Letras, com ênfase em Linguística. Programa de Pós-Graduação em Letras da
Universidade Federal do Pará (UFPA).
dialectology, comes up with the studies of Georg Wenker (1881), in Germany, and Julles Gilliéron (1902)
in France. After the emergence of sociolinguistics, new scientific models have been proposed to try to
explain the linguistic variation in a consistent manner and without leaving gaps. Thus the traditional
dialectology was being improved and now has a new model or geolinguistic method, called by Radtke
and Thun (1998) dialectology multidimensional. This model corresponds to the inclusion of social and
linguistic dimensions, as well as geographic.
1 Introdução
2 Sociolinguística
Meillet (1921 apud LABOV 2008 [1972]), procurando uma explicação para as
mudanças linguísticas na França, afirmou que toda modificação na estrutura social
acarreta uma mudança nas condições nas quais a língua se desenvolve e que, portanto, a
história das línguas é inseparável da história da cultura e da sociedade. Por sua vez, os
dialetólogos que trabalhavam no Linguistic Atlas of the United States and Canada, na
década de 1930, passaram a incorporar informações sociais, além das geográficas, para
o levantamento dos dialetos (CEZARIO e VOLTRE, 2012).
Labov consegue evidenciar a relação entre fatores como idade, sexo, ocupação,
origem étnica e atitude ao comportamento linguístico manifesto na fala dos indivíduos
da ilha, mais concretamente, à pronúncia de determinados fones do inglês. Em 1964,
Labov realiza um estudo sobre a estratificação social do inglês em Nova York, a partir
do qual fixa um modelo de descrição e interpretação do fenômeno linguístico no
contexto social de comunidades urbana – conhecido como Sociolinguística
Variacionista ou Teoria da Variação, de grande impacto na linguística contemporânea, e
à qual se dedica a próxima seção.
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A Ilha de Martha’s Vineryard foi escolhida como laboratório para uma investigação inicial dos padrões
sociais na mudança linguística (para mais detalhes ver LABOV (2008 [1972])).
O termo variante é usado para identificar uma forma que é utilizada ao lado de
outra em uma determinada língua, sem que haja mudança no significado. Tarallo (1986)
comenta que a um conjunto de variantes dá-se o nome de variável linguística. Essas
variáveis subdividem-se em variáveis dependentes e independentes. A variável
dependente é o fenômeno que se objetiva estudar; por exemplo, a concordância entre
verbo e sujeito. Esta pode se realizar por meio de duas variantes, duas alternativas
possíveis e semanticamente equivalentes. Por exemplo, a marca de concordância no
verbo ou a ausência da marca de concordância. Portanto, as variantes seriam as formas
Fasold (1996) julga também importante observarmos que as variantes não estão
associadas exclusivamente a um grupo ou outro. Um determinado grupo pode usar uma
variante com relativa frequência, podendo reconhecer uma outra forma. O contato entre
falantes de comunidades distintas favorece a entrada de uma nova forma linguística
dentro de uma comunidade de fala. Trudgill (1980, apud FASOLD, 1996) exemplifica
isso citando jovens que deixam a comunidade onde nasceram para viverem, por um ou
dois anos, em uma cidade diferente e, depois de algum tempo, voltam para o lugar de
origem. Segundo esse autor, a introdução de uma inovação linguística em um ‘ponto
central’ por falantes jovens que se movem geograficamente é uma das questões na
análise da variação.
Nesse sentido, vale lembrar a forte relação entre variação e mudança linguística,
pois, toda mudança é o resultado de algum processo de variação (ainda que o inverso
não seja verdadeiro), em que coexistem na comunidade de fala as duas formas: a
substituta e a substituída. Para Weinreich, Labov e Herzog (2006 [1968], p. 125), nem
toda variabilidade na estrutura linguística envolve mudança; mas todas as mudanças
envolvem a variabilidade.
Faraco (2005, p. 35) comenta que qualquer parte da língua pode mudar, desde
aspectos da pronúncia até aspectos de sua organização semântica e pragmática. Todos
esses domínios estão sujeitos a mudanças, sendo que cada uma delas pode ser
diferencialmente aceita, resultando na variação. Ele conclui dizendo que não se pode
esquecer que, sendo a língua um sistema de sistemas, as mudanças envolvem muitas
vezes, não um aspecto específico, mas um conjunto de mudanças correlacionadas.
Nesse sentido, temos que ter em mente, ao tratar de mudança linguística, que ela
não ocorre no vácuo, nem ao acaso, sem destino. As mudanças de uma língua ao longo
do tempo seguem parâmetros; ou seja, iniciada a mudança, há um movimento
cadenciado no processo, atingindo de maneira sistemática todas as suas ocorrências (em
Além disso, Duarte e Paiva (2003) comentam que o fato das línguas passarem
por mudanças no tempo é algo que pode ser percebido de diversas maneiras. Uma delas
está associada às diferenças linguísticas entre gerações. O comportamento linguístico de
cada geração reflete uma etapa da língua, com os falantes mais jovens introduzindo
novas formas alternantes que, gradativamente, substituirão aquelas que caracterizam o
léxico dos mais velhos.
As autoras apontam para o fato de que as diferenças de efeito associadas às
diferenças de faixa etária, embora permitam suspeitar da existência de movimentos no
sistema, não podem ser tomadas como indicadores indiscutíveis e conclusivos de
mudança. Se a mudança se processa no seio de uma comunidade linguística, ela
envolve, a par de diferenças entre grupos etários, associações com outros parâmetros de
organização social, como classe social, sexo e, na maioria dos casos, estilo de fala. Ou
seja, os fatores linguísticos e sociais estão intimamente inter-relacionados no
desenvolvimento da mudança linguística (WEINREICH, LABOV e HERZOG, 2006
[1968], p. 126).
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Hoje todos os tipos de produção linguística são gravados.
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O número apropriado de falantes em cada célula é cinco (LABOV, 1987). Entretanto, há pesquisas que
consideram células de até dois indivíduos.
FE-I FE-I
H FE-II M FE-II
FE-III FE-III
gramaticais diferentes das regras do dialeto padrão. Desse modo, oferecem importante
contribuição na luta contra o preconceito linguístico, ao descrever o padrão real da
linguagem.
3 Dialetologia
Por mais imperfeitas que tenham sido essas pesquisas, os mapas de Wenker
fizeram aparecer como evidente que os dialetos locais não estavam mais próximos das
formas antigas do que a língua standard (língua de prestígio). Os primeiros resultados
só foram publicados em 1881, em Estrasburgo, constituindo o primeiro fascículo de um
conjunto de seis cartas, duas fonéticas e quatro morfológicas. Por meio disso, Dubois
(2006) mostra que a obra de Wenker foi recebida com entusiasmo, mas a lentidão com
que se processou o seu desenvolvimento carregou fortes críticas, como a elaboração de
apenas seis cartas em vinte anos.
A partir disso, assumimos a definição mais atual dada por Cardoso (2010),
tratando a geolinguística com um método da dialetologia para localizar espacialmente as
variações das línguas umas em relação às outras, podendo situar socioculturalmente
cada um dos falantes considerados.
Silva-Corvalán (1988) destaca que o aspecto diverso da língua faz com que essas
duas disciplinas se confundam:
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Denominada de dialetologia tradicional.
acreditam que esse programa (dialetologia pluridimensional) passa a ser o ideal para
descrição completa e ordenada do polimorfismo linguístico e de sua relação com os
falantes. Segue abaixo o modelo de dialetologia pluridimensional descrito acima.
Este princípio plural e social, presente nas várias denominações para dialetologia
pluridimensional, fundamenta-se no modelo que engloba um conjunto de dimensões
como mostra Guedes (2012), para citar alguns: Atlas Linguístico Sonoro do Pará
(2004); Atlas Linguístico do Amazonas (2004); Atlas Linguístico do Mato Grosso do
Sul (2007); Atlas Linguístico do Paraná II (2007); e tantos outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS